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Trabalho de Física

Fissão e Fusão nuclear


Fissão Nuclear

A palavra fissão significa uma cisão, quebra, fragmentação ou divisão. Assim, a fissão nuclear
corresponde à partição de um núcleo atômico pesado e instável, originando dois núcleos
atômicos médios.
Essa divisão do núcleo é feita por meio do bombardeamento de nêutrons moderados que não
possuem carga elétrica e conseguem penetrar no núcleo sem serem repelidos. Além dos novos
núcleos atômicos que são produzidos, a fissão também libera nêutrons e uma quantidade
enorme de energia.
A descoberta da fissão nuclear ocorreu em 1938 quando o físico Otto Hahn (1879-1968) e
colaboradores realizaram o bombardeamento de um núcleo de Urânio-235 (23592U) com
nêutrons moderados. Constatou-se a presença de bário-56 (13956Ba) como produto desse
bombardeamento. A explicação para esse fato foi dada pela física austríaca Lise Meitner (1878-
1968) e também por seu sobrinho, o físico Otto Robert Frisch (1904-1979).
Lise Meitner foi a primeira a usar a expressão “fissão nuclear” para explicar esse fenômeno e
constatou que o núcleo do átomo de urânio, que é instável, ao sofrer o bombardeamento com
nêutrons moderados, rompe-se praticamente ao meio e origina dois núcleos médios, dois ou
três nêutrons e energia. Isso é mostrado pela reação a seguir:

01n + 92235U → 13956Ba + 3695Kr + 2 01n + energia

Veja que o bário-56 está entre os núcleos menores produzidos.


Os nêutrons liberados podem, por sua vez, atingir outros núcleos de urânio, iniciando
novamente o processo de fissão que continua se multiplicando de modo espontâneo e rápido.
Esse processo é chamado de reação em cadeia.

Para que a reação em cadeia ocorra, é preciso haver uma quantidade suficiente de núcleos do
átomo original, que no exemplo que vimos é o do urânio-235, para que os nêutrons possam
atingi-los. Se não houver uma massa suficiente, a reação em cadeia não ocorrerá. A massa
mínima necessária da substância físsil que possibilita a ocorrência da reação em cadeia é
chamada de massa crítica.
Essa reação em cadeia pode ser realizada de modo controlado ou não controlado. As
duas maiores aplicações da fissão nuclear nos mostram isso:

A primeira é o caso da bomba atômica, que é uma reação de fissão nuclear em cadeia de
forma não controlada, pois a reação ocorre muito rapidamente, em menos de um segundo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos lançaram sobre as cidades
japonesas de Hiroshima e Nagasaki as primeiras bombas atômicas, que possuíam potência de
21 quilotons cada uma (1 quilotom = 1000 toneladas de TNT), o que resultou em um total de
mais de 100.000 mortos.

O segundo exemplo é o uso da fissão nuclear para a geração de energia em usinas nucleares.
Esse é um caso de reação em cadeia controlada em que a colossal quantidade de energia
liberada na reação é aproveitada como fonte de calor para ferver a água. O vapor gerado faz
funcionar uma turbina, produzindo, assim, eletricidade.

Fusão Nuclear

A fusão nuclear é um processo em que dois núcleos se combinam para formar um único
núcleo, mais pesado. Um exemplo importante de reações de fusão é o processo de produção
de energia no sol, e das bombas termonucleares (bomba de hidrogênio). Em futuros reatores
de fusão nuclear a reação entre dois diferentes isótopos de hidrogênio produzindo hélio deverá
ser utilizada para produção abundante de energia.

2H + 3H ----> 4He + n

Esta reação libera uma quantidade de energia mais de um milhão de vezes maior que a que
temos em uma típica reação química, como a queima de gás de cozinha. Esta enorme
quantidade de energia é liberada nas reações de fusão porque quando dois núcleos leves se
fundem, a massa do núcleo produzido é menor que a soma das massas dos núcleos iniciais.
Mais uma vez, a equação de Einstein E=mc2, explica que a massa perdida é convertida em
energia, carregada pelo produto da fusão. Embora a fusão seja um processo energeticamente
favorável (exotérmico) para núcleos leves, ele não ocorre naturalmente aqui na Terra, devido
às dificuldades naturais para se aproximar os reagentes (devido a repulsão eletrostática entre
os dois núcleos) para que as forças nucleares possam atuar.
Reações de fusão estão acontecendo por bilhões de anos no universo. De fato, as reações de
fusão são responsáveis pela produção de energia na maioria das estrelas, incluindo o nosso
sol. Cientistas na Terra foram capazes de produzir reações de fusão nuclear somente nos
últimos 60 anos. Fusão entre núcleos mais pesados são produzidas, em pequenas quantidades,
corriqueiramente em aceleradores de partículas. Podemos dizer que a fusão nuclear é a base
de nossas vidas, uma vez que a energia solar, produzida por esse processo é indispensável
para a manutenção da vida na Terra.

Exemplo:

Quando uma estrela é formada, ela consiste inicialmente de hidrogênio e hélio criados no Big-
Bang, o processo que deu origem ao universo. Devido ao enorme campo gravitacional, os
átomos de hidrogênio na estrela colidem e fundem formando núcleos de hélio.
Posteriormente o hélio, colidindo com o hidrogênio e outros núcleos de hélio, vai dando
origem aos elementos mais pesados. Essas reações continuam, até que o núcleo de ferro é
formado (número de massa cerca de 60). A partir do Fe, não ocorre mais fusão na estrela pois
o processo passa a ser energeticamente desfavorável. Quando uma estrela converteu uma
apreciável fração de seu hidrogênio e hélio em elementos mais pesados, ela passa para a
etapa final de sua vida. Algumas estrelas passam a se contrair, numa bola constituída em
grande parte de ferro. Entretanto, se a massa da estrela for suficientemente grande, uma
tremenda, violenta e brilhante explosão pode ocorrer. A estrela subitamente se expande e
produz, num pequeno intervalo de tempo, mais energia que o sol irá produzir em toda sua
vida. Quando isso ocorre, dizemos que a estrela se tornou uma supernova. Quando a estrela
está na fase supernova, muitas reações nucleares importantes acontecem.
Na explosão, os núcleos são acelerados a velocidades muito maiores que as que eles
normalmente tinham na estrela. Na nova condição, os núcleos em alta velocidade colidem e
podem agora fundir, produzindo os elementos com massa maior que a do ferro. A energia
extra vinda da explosão é necessária para superar a enorme força repulsiva entre os núcleos
devido a carga elétrica nuclear. Elementos como chumbo, ouro e prata encontrados na Terra
foram antes restos da explosão de uma supernova. O ferro que encontramos em grande parte
da superfície da Terra, bem como em seu núcleo deriva-se tanto de restos de supernovas
quanto de estrelas mortas.

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