Você está na página 1de 8

8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física

Ad removed.
Details

O Marxismo: diálogos com a


Educação e Educação Física
El Marxismo: diálogos con la
Educación y la Educación Física
Laís Cavalheiro Rigo
Universidade Federal de Santa Maria
Marcele da Silva do Nascimento
 
  Especializanda em Educação Física
Escolar, CEFD/UFSM
Paula Lucion
(Brasil)
paula-lucion@hotmail.com  
 
Resumo
         
O presente artigo objetivou realizar um estudo acerca do
Marxismo, buscando relações com a Educação e a Educação Física. A
pesquisa se caracterizou
  como bibliográfica, sendo realizadas leituras de
diferentes referenciais teóricos que contemplam o tema do estudo. Assim,
mencionam-se algumas reflexões e  
considerações, possibilitando a construção
de conhecimentos.
         
Unitermos: Marxismo. Abordagem crítico superadora. Educação
Física.
 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

1 / 1

1.    
Introdução

     
O estudo contempla uma investigação bibliográfica acerca do Marxismo e trás,
assim, como proposta fazer uma
síntese dos principais aspectos que regem o
assunto. Neste sentido, será abordado o marxismo, o materialismo
histórico
dialético, bem como a teoria crítico superadora.

     
Karl Marx (1818-1883), idealizador de uma sociedade com distribuição de renda
justa e equilibrada; cursou
Filosofia, Direito e História, atuando
direta/indiretamente como economista, filosofo, historiador, teórico político
e
jornalista. É um dos pensadores que mais influenciou a história da
humanidade; o conjunto de suas ideias sociais,
econômicas e políticas
transformaram as nações e criou blocos hegemônicos.

   
A constituição do marxismo, o qual envolve ideias filosóficas, econômicas,
políticas e sociais, buscando interpretar a
vida social, compreende também a
proposta de Hegel, a filosofia materialista de Ludwig Feuerbach, as teorias
econômicas de Adam Smith e David Ricardo, as concepções e experiências dos
socialistas utópicos e principalmente
de Engels.

   
Pode-se considerar que os dois elementos principais do marxismo são o
materialismo dialético: a natureza, a vida e
a consciência se constituem de
matéria em movimento e evolução permanente, e o materialismo histórico: o
modo de
produção é a base determinante dos fenômenos históricos e sociais,
inclusive as instituições jurídicas e políticas, a
moralidade, a religião e
as artes.

     
Dentro da perspectiva dialética encontramos a Pedagogia Crítico-superadora que
defende uma visão de
transformação qualitativa, considerando as constantes
mudanças da realidade, visando à totalidade para, então
estabelecer um
processo de construção do conhecimento, auxiliando assim na formação de um
indivíduo inserido na
sociedade com potencialidades de ser um agente
transformador da sociedade.

2.    
Metodologia

   
Como estratégia metodológica, delineamos a pesquisa como bibliográfica, pois
de acordo com Mattar (1993), essa
é uma maneira relativamente rápida de
conhecer, amadurecer e aprofundar conhecimentos por meio de trabalhos já

https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 1/8
8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física

elaborados. Utilizam-se, nesse processo, livros, revistas, arquivos de dados,


dentre outros meios. A principal vantagem
da pesquisa bibliográfica é permitir
ao pesquisador uma cobertura mais ampla do que ele poderia pesquisar
diretamente
(CHIZZOTTI, 2001; GIL, 2002; MATTAR, 1993).

     
Também, a pesquisa bibliográfica, segundo Moresi (2003) é o processo de
levantamento e análise do que já foi
publicado sobre o tema de pesquisa
escolhido, permitindo efetuar um mapeamento do que já foi escrito e de quem já
escreveu algo sobre o tema da pesquisa.

3.    
Referencial teórico

3.1.    
Marxismo: algumas características

   
O século XIX foi marcado pelo grande desenvolvimento do capitalismo e por
significativas mudanças
no mundo. De acordo com Andrey et. Al. (1996) esse
período pode ser dividido em dois momentos: no
primeiro, até 1848, teve-se o
crescimento do capitalismo nos países industrializados, e o segundo, a
partir
da segunda metade do século, é marcado pelo defrontamento com um novo momento
do
capitalismo, com a expansão do sistema em nível mundial, com a segunda fase
de expansão da indústria
nos países industrializados e com a formação de um
sistema capitalista internacional.

     
Neste contexto, Marx (1818-1883) desenvolveu seu pensamento, envolvendo-se com
os
acontecimentos econômicos, políticos e históricos de seu tempo, bem como
com o serviço da classe
trabalhadora. Destaca-se que a constituição do
marxismo envolve a proposta de Hegel, a filosofia
materialista de Ludwig
Feuerbach, as teorias econômicas de Adam Smith e David Ricardo, as ideias e
experiências dos socialistas utópicos e de Engels.

   
Marx durante o período que residiu em Berlim teve contato com a filosofia de
Hegel (1770 -1831).
Neste momento, os seguidores de Hegel, estavam divididos em
dois grupos distintos: hegelianos de
direita (sistema de Hegel – criador da
realidade) e hegelianos de esquerda (buscavam destacar o papel
critico da
filosofia de Hegel). Marx, inicialmente, ancorou-se e defendeu as concepções
do segundo
grupo, porém, com o desenvolver de estudos e novas experiências
contesta alguns princípios de Hegel.

   
O artigo de Friedrich Engel (1820-1895) que retrata uma crítica à economia
política influenciou Marx a
dedicar-se ao estudo do assunto, em colaboração
com o autor mencionado. Assim, no ano de 1884
dissertaram: “A sagrada família”,
livro este que marcou seu rompimento com a esquerda hegeliana. Logo
após
publicaram “A ideologia alemã”, sendo que neste aparece a primeira
formulação geral das bases do
materialismo histórico. Segundo Sebah (2008)
Marx afirmou que foi a análise da filosofia do Estado de
Hegel que o levou a
conclusão de que “as relações legais, tal como as formas de Estado, têm de
ser
estudadas não por si próprias, ou em função de uma suposta evolução
geral do espírito humano, mas
antes como radicando em determinadas condições
materiais da vida”. Nesta perspectiva, Engels foi,
conforme Gorender (1983), o
interlocutor de Marx.

   
Ressalta-se, também, que a filosofia materialista e naturalista de homem, os
economistas clássicos
ingleses: Adam Schmith e David Ricardo e os socialistas
utópicos: Ower, Fourir e Saint Simom, bem
como a filosofia de Ludwig Feuerbach
marcaram o pensamento de Marx. Os economistas clássicos por
algumas
concepções reinterpretadas por Marx que passaram a integrar o corpo teórico
marxista, como a
noção de valor de trabalho. “Dos socialistas utópicos e da
análise de suas propostas surge o problema,
enfrentado por Marx, de basear a
possibilidade de construção de uma nova sociedade numa abordagem
cientifica da
sociedade capitalista e das noções de transformação” (ANDREY et. al, 1996,
p.396).

https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 2/8
8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física

   
No que refere à compreensão de Marx em relação à sociedade, concebe que o
entendimento acerca
da sociedade, envolve o entendimento das suas relações
históricas, políticas e ideológicas. Neste sentido

   
(..)Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao
contrário, é o seu
ser que determina sua consciência. Em uma certa etapa de
seu desenvolvimento, as forças
produtivas materiais as sociedade entram em
contradição com as relações de produção
existentes ou, o que nada mais
é do que a expressão jurídica, com a relação de
propriedade dentro dos
quais aqueles até então se tinham movido. De formas de
desenvolvimento das
forças produtivas essas relações se transformam em seus grilhões.
Sobrevém então uma época de revolução social. Com a transformação da
base econômica,
toda a enorme superestrutura se transforma com maior ou menos
rapidez (Prefácio de
Para a crítica da economia política, 1982, p. 25-26).

     
Diante destas concepções, destaca-se que a base da sociedade, das mudanças
são as condições
materiais. Sendo assim, segundo Marx, a base da sociedade,
bem como a principal característica do
homem, está no trabalho, visto que,
através do trabalho o homem se faz homem, constitui a sociedade
e produz
história. Quando efetiva este trabalho, o homem se descobre como ser produtivo
e passa a ter
consciência de si e do mundo. Nota-se então, que "a
história é o processo de criação do homem pelo
trabalho humano".

     
Marx reconhece que a história, a transformação da sociedade ocorre através
de contradições e
conflitos. Em relação a este aspecto, embora tenha
retirado de Hegel a noção de contradição, o qual
defende que essa se dá
prioritariamente no pensamento, Marx concebe que ela existe no pensamento,
constitui sua lógica, existindo antes, primeiro, como parte do real. E, esses
acontecimentos não são
lineares, são consequências de contradições criadas
dentro dela, da ação dos homens. Assim

   
Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a
fazem
sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se
defrontam diretamente,
legadas e transmitidas pelo passado (O dezoito
brumário de Luis Bonaparte, p.1).

     
O homem não objetiva unicamente sua sobrevivência, mas também
transformações de si e da
natureza, e é capaz por reconhecer o outro. Nesta
perspectiva, o homem deve ser compreendido como
espécie natural,
diferenciando-se das espécies animais, visto que, sua a atividade é
consciente. Sendo
assim, ao se preferir a produção da vida pelo homem, está
se abordando uma “atividade produtiva
concreta, a uma atividade produtora de
bens materiais e, mais, a uma atividade que produz a maneira
de viver do homem”
(ANDREY, et. al 1996, p. 400).

   
É a partir da produção que Marx explica a sociedade, e será o destaque
atribuído ao social e histórico
do homem que afastará Marx de Feuerbach.
Apesar de ter partido do materialismo de Feuerbach, Marx
o supera, conforme
Andrey et al (1996), quando propôs que as próprias leis que regem o homem como
ser genérico são elaboradas no decorrer da história.

   
Os fenômenos constituem-se por meio de múltiplas determinações que são
determinadas por esse,
mas que fazem parte de outras relações. Marx afirma “As
relações de produção de toda sociedade
formam um todo”. Neste sentido,
Andrey et. al. (1996) afirma que

   
Essa síntese que é a totalidade, a unidade, não pode se vista apenas como a
soma de
partes ou como o mero conjunto de dados empíricos de um objeto. Se a
totalidade é
concreta e se o concreto é a síntese de múltiplas
determinações, como síntese deve conter

https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 3/8
8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física

as determinações do todo
reordenadas em uma nova unidade (ANDREY, et. al. 1996, p.
400).

   
Marx concebe a necessidade de se partir do real para se produzir o conhecimento,
de procurar do
fenômeno com a totalidade que o torna concreto, reconhecendo o
modo de analise como o momento de
abstração, que torna a reinserção do
fenômeno na realidade passo imprescritível de método. Marx quer
dizer que o
estudo de qualquer fenômeno da realidade implica compreende-lo a partir de e na
realidade
concreta de que é parte, e não compreendê-lo abstraindo-se essa
realidade, retirando-o dela como se o
fenômeno dele independesse (ALVES, 2003).

   
Portanto, diante das considerações pode-se considerar que os dois elementos
principais do marxismo
são o materialismo dialético: a natureza, a vida e a
consciência se constituem de matéria em movimento
e evolução permanente, e o
materialismo histórico: o modo de produção é a base determinante dos
fenômenos históricos e sociais, inclusive as instituições jurídicas e
políticas, a moralidade, a religião e as
artes.

3.2.    
Dialética do Materialismo Histórico

     
Os princípios básicos que fundamentaram o socialismo marxista podem ser
sintetizados em três
teorias: a teoria da mais-valia (demonstrava o modo pelo
qual o trabalhador é explorado na produção
capitalista), a teoria da luta das
classes (a história da sociedade humana é a história da luta das classes
ou
do conflito permanente entre exploradores e explorados) e a teoria do
materialismo histórico.

   
Frigotto (1997) ao abordar a dialética do materialismo histórico, ressalta
inicialmente que concebe a
dialética como método de investigação. Nesta
perspectiva, afirma que para a dialética ser materialista e
histórica não
pode se constituir numa “doutrina”. “Para ser materialista e histórica
tem de dar conta da
totalidade, do especifico, do singular e do particular. Isso
implica dizer que as categorias totalidade,
contradição, alienação não são
apriorísticas, mas constituídas historicamente” (FRIGOTTO, 1997, p. 73).

     
Neste sentido, ressalta-se que a dialética materialista não se constitui como
verificadora do
conhecimento obtido, mas como um meio e método de modificação
do conhecimento real através da
analise crítica do material, uma maneira de
análise concreta do objeto e fatos reais. O método, então,
esta ligado a um
entendimento de realidade, de mundo e de vida no seu conjunto.

     
Desta forma, é importante reconhecer que a atitude primordial e imediata do
homem, em face da
realidade não é a de um abstrato sujeito cognoscente, de uma
mente pensante que examina a realidade
especulativamente, mas a de um ser que
age objetiva e praticamente, de um indivíduo histórico que
exerce a sua
atividade prática no trato com a natureza e com os outros homens, tendo em
vista a
consecução dos próprios fins e interesses dentro de um determinado
conjunto de relações sociais
(HABERMAS, 2006).

     
Marx distingue sua concepção de investigação da realidade, formalmente,
enquanto método de
pesquisa e método de exposição. Cabe esclarecer que por
método de pesquisa (ou apropriação em
pormenor da realidade estudada) se
define a análise que evidenciará as relações internas de cada
elemento em
si: as leis particulares que regem o início, o desenvolvimento e o término de
cada objeto
investigado ou fenômeno (MARX, 1989).

   
“O capital Marx” menciona seu método de forma concisa, por meio de um de
seus críticos.

https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 4/8
8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física

   
Para Marx, só importa uma coisa: descobrir a lei do fenômeno de cuja
investigação ele
se ocupa. E para ele é importante não ó a lei que o
rege, à medida que ele têm forma
definida e estão numa relação que pode
ser observada em determinado período de tempo.
Para ele o mais importante é
a lei de sua modificação, de seu desenvolvimento, isto é,
transição de
uma forma para a outra, de uma ordem de relação para outra. Uma vez
descoberta essa lei, ele examina detalhadamente as consequências por meio das
quais ela
se manifesta na vida social (..). Por ISS Marx só se preocupa com
uma coisa: provar
mediante escrupulosa pesquisa cientifica a necessidade de
determinados ordenamentos de
relações sociais e, tanto quanto possível,
constatar de modo irrepreensível os fatos que
lhes servem do ponto de partida
e de apoio (MARX, 1983, p. 34).

   
Diante desta concepção, pode-se compreender a
dialética materialista como uma postura, um método
de investigação, uma
práxis, um movimento de superação e transformação. No processo dialético
de
conhecimento da realidade o que importa é a crítica e o conhecimento
crítico para uma prática que
modifique a realidade anterior no que refere ao
conhecimento e plano histórico-social. Nesta
perspectiva, afirma que “Os
filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que
importa é transformá-lo” (tese XI).

     
Assumir o Materialismo histórico dialético enquanto pressuposto
epistemológico que orienta a
investigação implica entender que este é
atributo da realidade e não do pensamento. No campo das
ciências humanas e
sociais, especificamente na pesquisa educacional, isso aponta o caráter
sincrônico e
diacrônico dos fatos, a relação sujeito-objeto, ou seja, o
caráter histórico dos objetos investigados
(KOSIK, 1969).

   
Assim, enquanto método de investigação é na prática que os homens devem
demonstrar a veracidade
do pensamento, pois o critério de verdade da teoria
está no seu caráter prático. Desta forma, o
conhecimento produzido através
da compreensão da totalidade do fenômeno investigado deve
apresentar elementos
que contribuam para a compreensão e intervenção no real, efetivando, assim, o
seu caráter prático. É através da articulação entre reflexão teórica e
inserções empíricas que se é capaz
de recolher a matéria em suas múltiplas
dimensões (FRIGOTTO, 1997).

   
No que refere ao meio educacional, Saviani (1991), discutindo a necessidade de o
educador brasileiro
passar do senso comum para a consciência filosófica na
compreensão de sua prática educativa, aponta o
método materialista histórico
dialético como instrumento desta prática e explica, para isto, a superação
da etapa de senso comum educacional (conhecimento da realidade empírica da
educação), por meio da
reflexão teórica (movimento do pensamento,
abstrações), para a etapa da consciência filosófica
(realidade concreta da
educação, concreta pensada, realidade educacional plenamente compreendida).

3.3.    
Abordagem crítico superadora: uma proposta pedagógica

     
A Abordagem Crítico Superadora está fundamentada no marxismo e néo-marxismo,
embasada no
discurso da justiça social no contexto da sua prática. Na
Educação Física a grande influência advêm dos
educadores José Carlos
Libâneo e Dermeval Saviani, que em suas obras (“Democratização da Escola
Pública – Revisão Crítico-Social dos conteúdos” e “Escola e
Democracia”, respectivas), apontam um
modelo de escola onde se estabeleça
uma integração entre as esferas Administrativas, Políticas e
Sociais,
proporcionando atenção às classes menos favorecidas, buscando a melhoria de
vida no âmbito
individual e coletivo, potencializando o aluno para que este
seja um agente transformador da sociedade
(DARIDO, s. d.).

https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 5/8
8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física

   
A abordagem encaminha propostas de intervenção para uma reflexão critica
social da realidade dos
homens, principalmente sobre questões de poder,
interesse e contestação, desempenhando um papel
politico-pedagógico.
Encontramos nesta proposta pedagógica o trabalho com uma perspectiva
dialética,
uma visão de transformação qualitativa, de mudanças. Há uma
visão de totalidade na construção do
conhecimento, levando em consideração
o constante movimento da realidade, auxiliando assim na
formação de um
indivíduo inserido na sociedade. A realidade dos alunos estará sempre presente
para a
seleção dos conteúdos a serem trabalhados, para que estes possam
aprender realmente, assimilando o
apreendido com suas vivências reais, andando
além do apenas decorar e praticar naquele momento de
aula, mas entendendo o
significado para a sua vida.

   
Assim, o Coletivo de Autores (1992) estabelecem princípios curriculares que
norteiam a seleção de
conteúdos, como: a relevância social do conteúdo, a
contemporaneidade do conteúdo, a adequação às
possibilidades
sócio-cognitivas do aluno, a simultaneidade dos conteúdos enquanto dados da
realidade e
a provisoriedade do conhecimento. A importância do trato dos
conteúdos verifica-se a partir de Libâneo
(1994), pois compreende-se os
conteúdos como um conjunto de conhecimentos e ações que refletirão
na
assimilação e aplicação pelos alunos no seu cotidiano e realidade,
concretizando a real transformação
da sociedade.

     
Dentro desta perspectiva, o Coletivo de Autores (1992) apresentam a Cultura
Corporal e seus
diferentes temas (o esporte, a ginástica, o jogo, as lutas, a
dança e a mímica) é o que permeia as
discussões no âmbito da área do
conhecimento da EF nesta proposta Crítico Superadora. Há uma
sistematização
em ciclos, onde o 1º relaciona-se a aspectos da organização da identidade dos
dados da
realidade; o 2º trata da iniciação à sistematização do
conhecimento; o 3º problematiza acerca da
ampliação da sistematização do
conhecimento; e o 4º onde há um aprofundamento da sistematização
do
conhecimento. A proposta da abordagem metodológica implica que este seja
tratado de forma
historicizada, de maneira a ser apreendido em seus movimentos
contraditórios (BRACHT, 1999).

   
Compreende-se que a reflexão pedagógica atrelada a reflexão crítica
possibilitam que o homem seja
transformador da realidade e sociedade vigente,
desde que a intervenção do educador permita essa
reflexão político-
pedagógica, pois

     
(...) não cabe a escola básica formar o historiador, o geógrafo, o
matemático, o
linguista, enfim, o cientista. Cabe-lhe formar o cidadão
crítico e consciente da realidade
social em que vive, para poder nela intervir
na direção dos seus interesses de classe
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 36).

     
Assim, a Educação Física, enquanto disciplina, também buscará dentro desta
proposta pedagógica
compreender a magnitude do ensinar. Onde o conhecimento é
construído visando a criação de
possibilidades de produção crítica, a
valorização e contextualização de fatos e do resgate histórico,
possibilitando a real intervenção do indivíduo na sociedade.

4.    
Considerações finais

   
A partir da efetivação desse estudo apontamos fatores atrelados ao Marxismo, e
consequentemente abordamos a
bibliografia de Karl Marx, vinculamos estudiosos
que o influenciaram, além do materialismo histórico dialético, assim
como a
teoria critico superadora. Nesta perspectiva, diante do pensar e estudar tais
aspectos é possível relacionar a
Educação e a Educação Física às
concepções apontadas, na busca da melhor forma de construção do
conhecimento.

     
Como estudiosos, educadores, almejamos um espaço formativo que seja capaz de
possibilitar condições de
transformação, para isso compreendemos que a
relação professor aluno faz-se significativamente importante para a
https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 6/8
8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física

fluência
de um processo de construção de saberes. Que a esfera social, em seus
contextos históricos e político,
embasa a possibilidade de uma educação
transformadora que potencializa o aluno enquanto agente modificador de
sua
própria realidade.

     
Portanto, com leituras e reflexões acerca de livros e artigos relacionados à
temática, é possível obter maior
embasamento sobre a abordagem de diferentes
autores, podendo, associar conhecimentos e contribuir com a prática
de
educadores e pesquisadores.

Referências

ALVES,
R. D. Passos e descompassos da educação profissional: a experiência do
turismo em Mato Grosso do
Sul. 2003. 212f. Monografia – Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul, 2003.

ANDREY,
A. A. et. al. Para compreender a ciência: uma perspectiva Histórica.
Fontes, 1996.

BRACHT,
V. A Constituição das teorias pedagógicas da Educação Física. Cadernos
CEDES, ano XIX, nº 48,
Agosto de 1999.

CHIZZOTTI,
A. Pesquisas em Ciências humanas e sociais. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 2006.

COLETIVO
DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo:
Cortez, 1992.

DARIDO,
S. C. As principais tendências pedagógicas da Educação Física escolar a
partir da década de 80.
Revista Motricidade.

FRIGOTTO,
G. Trabalho e conhecimento: dilemas na educação do trabalhador.
São Paulo: Cortez, 1977.

GIL,
A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

GORENDER,
J. Apresentação. In.: Marx, K. O capital. São Paulo: Abril
Cultural, 1983.

HABERMAS,
J. Técnica e Ciência como Ideologia. Trad. Artur Morão. Lisboa:
Edições 70, 2006.

KOSIK,
K. Dialética do concreto. Trad. Célia Neves e Alderico Toríbio,
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

LIBÂNEO,
J. C. Didática – São Paulo: Cortez, 1994 (coleção Magistério.
Série formação do professor).

MATTAR,
F. N. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 1993.

MORESI,
E. (Org.). Metodologia de Pesquisa. Universidade Católica de
Brasília, 2003.

SAVIANI,
D. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 1991.

SEBAH.
O socialismo marxista. Disponível em:
http://wwwsebantropologiacom.blogspot.com.br/2008/02/sociologia-marxista.html.
Acessado em: 14 maio
2013.

Outros artigos em
Portugués

Recomienda este sitio


Buscar

  Búsqueda personalizada

https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 7/8
8/10/22, 6:14 PM O Marxismo: diálogos com a Educação e Educação Física
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 183 | Buenos Aires,
Agosto de 2013  
© 1997-2013 Derechos reservados

https://efdeportes.com/efd183/o-marxismo-a-educacao-e-educacao-fisica.htm 8/8

Você também pode gostar