Você está na página 1de 14

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

CAMPUS SALVADOR

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DQ

CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM QUÍMICA

QUÍMICA ORGÂNICA II - EXPERIMENTAL

Evellyn de Jesus Pereira

RELATÓRIO

Cromatografia em Coluna

Salvador - BA
2022
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

CAMPUS SALVADOR

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DQ

CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM QUÍMICA

Cromatografia em coluna

Equipe Técnica: Evellyn de Jesus Pereira


Data experimento: 25/03/2022

Relatório apresentado como pré-requisito para


avaliação e obtenção de nota parcial da 1ª unidade
na disciplina Química Orgânica II – Prática do curso
técnico integrado em Química do Instituto Federal de
educação, ciência e tecnologia da Bahia – Campus
Salvador.

Docente: Marcus Vinicius Bahia

Salvador - BA
2022
SUMÁRIO

1. OBJETIVOS...........................................................................................1
1.1. OBJETIVO GERAL......................................................................1
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................1
2. PARTE EXPERIMENTAL.......................................................................1
2.1. REAGENTES, VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS.........................1
2.2. METODOLOGIA...........................................................................2
2.3. PROCEDIMENTO........................................................................2
2.3.1. Montagem da coluna cromatográfica......................................2
2.3.2. Aplicação da amostra na coluna cromatográfica.....................2
2.3.3. Desenvolvimento da coluna cromatográfica............................3
3. REAÇÕES...............................................................................................3
4. MECANISMOS........................................................................................3
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................3
6. CONCLUSÃO..........................................................................................7
REFERÊNCIAS........................................................................................8
ANEXOS...................................................................................................10
1. OBJETIVOS
1.1. OBJETIVO GERAL
Separar os componentes presentes em uma mistura através da técnica
de cromatografia em coluna.
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
− Separar as substâncias azul de metileno e alaranjado de metila
presentes em uma mistura por cromatografia em coluna;
− Montar a aparelhagem de um sistema de cromatografia em coluna;
− Separar por cromatografia componentes de uma mistura com
polaridades diferentes;
− Realizar o empacotamento de uma coluna cromatográfica;
− Realizar a aplicação de uma amostra em uma coluna cromatográfica;

2. PARTE EXPERIMENTAL
2.1. REAGENTES, VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS

Tabela 1. Reagentes, vidrarias e equipamentos (materiais) utilizados no


procedimento da prática.

Reagentes Vidrarias Equipamentos/Materiais

Sílica gel 60 Béquer Suporte universal

Água destilada Pipeta graduada Garra/Muflas

Etanol (99,8% v/v) Provetas Algodão

Ácido acético (50% v/v) Coluna de vidro Pipeta de Pasteur

Alaranjado de Metila (0,5% m/v) Bastão de vidro Pisseta

Azul de metileno (0,5% m/v) Vidro de relógio Pipetador

Fonte: Autoria própria. 2022.

1
2.2. METODOLOGIA
A cromatografia em coluna é um método que viabiliza a separação de
componentes de misturas, baseando-se na capacidade de adsorção e
dessorção dos componentes com uma fase estacionária e uma fase
móvel em uma coluna de vidro.
2.3. PROCEDIMENTO
2.3.1. Montagem da coluna cromatográfica
a) Com a torneira fechada, adicionou-se uma pequena porção da fase
móvel e um pedaço de algodão. Pressionou-se esse chumaço, no
fundo, com um bastão de vidro longo até que não houvesse mais
bolhas de ar no algodão. Evitou-se pressionar demais para impedir a
saída da fase móvel;
b) Empacotou-se a coluna com uma suspensão formada por cerca de
7g de sílica gel 60 e por 22 mL da fase móvel. Encheu-se aos poucos
até a altura desejada;
c) Para que houvesse um melhor empacotamento, durante o
enchimento bateu-se suavemente na coluna com uma mangueira de
silicone;
d) A cada adição abriu-se a torneira para que a fase móvel fosse
recolhida à medida que se adicionou-se a suspensão. Reutilizou-se
a fase móvel recolhida;
e) O encheu-se com cuidado para evitar que a coluna secasse;
2.3.2. Aplicação da amostra na coluna cromatográfica
a) Deixou-se o nível da fase móvel próximo do nível da sílica gel (cerca
de 5 mm);
b) Adicionou-se uma pequena quantidade da fase móvel na amostra;
c) Solubilizou-se toda a amostra (fornecida pelo professor), com o
auxílio de uma pipeta de Pasteur, e aplicou-se-a no topo da coluna.
Em seguida, abriu-se a torneira para que a amostra fosse adsorvida.

2
2.3.3. Desenvolvimento da coluna cromatográfica
a) Completou-se a coluna com a fase móvel;
b) Iniciou-se a eluição monitorando a coluna visualmente;
c) Reabasteceu-se a coluna com a fase móvel toda vez que o nível
desta esteve próximo do nível do adsorvente. Teve-se cuidado para
que coluna não secasse;
d) Coletou-se as frações em béqueres, de acordo com o
monitoramento da coluna (por coloração);

3. REAÇÕES
− Não se aplica.

4. MECANISMOS
− Não se aplica.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A cromatografia em coluna (CC) é uma técnica onde ocorre a separação


de substâncias presentes em uma mistura entre duas fases, a fase sólida
(estacionária) e a fase líquida (móvel), sendo essa um solvente ou uma mistura
de solventes, baseado na capacidade de solubilidade e adsorção desses
componentes. Em termos técnicos, em uma cromatografia em coluna, a fase
estacionária é denominada como adsorvente pois promove a adsorção
(processo físico no qual os constituintes de uma mistura estão impregnados
superficialmente em uma fase estacionária sólida) dos constituintes da amostra
a serem separados em si, e a fase móvel é denominada como eluente pois
promove a dessorção (processo físico no qual uma fase móvel elui (atravessa)
uma fase estacionária sólida, arrastando pela coluna os constituintes de uma
mistura dissordidos (impregnados) na fase estacionária) dos componentes a
serem separados [1].

3
Dessa maneira, a escolha da fase estacionária sólida deve ser feita de
forma qualitativa buscando utilizar o adsorvente com maior capacidade de
adsorção, influenciando, assim, na eficiência da coluna, além de apresentar
estabilidade química e seletividade. Igualmente, o eluente a ser utilizado deve
ser escolhido qualitativamente devendo apresentar baixo ponto de ebulição,
poder eluente e dessorvente, e polaridade adequada [1].
Dessa forma, durante a realização do experimento observou-se
inicialmente que ao aplicar a amostra (mistura 0,5% m/v de alaranjado de metila
e azul de metileno) na coluna cromatográfica empacotada com sílica Gel 60 e
etanol 99,8% ocorreu a lenta adsorção da mistura no topo da coluna (Vide
Anexo A) sendo isso observado devido a sílica apresentar grande capacidade
adsorvente por meio dos seus sítios ativos. Além disso, essa lenta adsorção
ocorre, também, porque a sílica gel (SiO2) é uma substância polar (Vide
estrutura em Figura 1), atuando como ótimo solvente na interação íon dipolo [2].

Figura 1. Estrutura molecular da sílica gel [3]

Ademais, como dito, a amostra a ser separada apresenta como


constituintes dois sais orgânicos em solução: o alaranjado de metila e o azul de
metileno. Analisando-se a estrutura molecular do sal alaranjado de metila
observa-se que este apresenta como cátion o Na+ e como ânion toda a
extensão restante da molécula (Vide Figura 2). Da mesma forma, analisando-
se a estrutura do sal azul de metileno (Vide Figura 3) observa-se que este
apresenta como cátion o S+ e como ânion o Cl-. Dessa maneira, comparando-
se os íons que compõem estes sais percebe-se que o Na+ (cátion do alaranjado
de metila) é um íon de um átomo pertencente à família 1A, logo apresenta 1
elétron em sua camada de valência, dessa maneira, a razão carga raio (relação
dada entre a carga de um íon e o tamanho do seu raio iônico) do íon é menor
do que a do S+ (cátion do azul de metileno) que pertence à família 6A, logo,
apresenta uma maior razão carga raio. Por consequência, a relação carga raio
de um determinado íon influência diretamente na interação íon-dipolo (força

4
intermolecular formada por íons dissociados de um composto iônico e um
solvente polar) em um determinado composto iônico, havendo uma interação
íon-dipolo mais forte quando a espécie ionizada envolvida apresenta uma maior
razão carga raio.

Figura 2. Estrutura molecular do Figura 3. Estrutura molecular do


alaranjado de metila [4] azul de metileno [5]

Sequencialmente, após a aplicação da amostra e a lenta adsorção da


mesma no topo da coluna, devido a presença do eluente Etanol (CH3CH2OH),
que é uma substância anfifílica, ou seja, que apresenta em sua molécula uma
parte polar e apolar (Vide Figura 4), utilizado no procedimento de
empacotamento da coluna, observou-se o início da dessorção dos
componentes, sendo isso evidenciado pela mudança de coloração e a
formação de um gradiente em uma pequena extensão do sistema (Vide Anexo
B), entendendo-se, assim, que houve uma separação entre os componentes da
mistura. Deste modo, com o início da dessorção observou-se, também, que
uma maior extensão da coluna apresentou uma coloração amarelada
predominante, sendo que isso pode ser explicado devido ao alaranjado de
metila apresentar esta coloração e ao dissordir pela coluna através de interação
íon dipolo entre o polo parcial negativo (δ+H - Oδ-) da parte polar do etanol e o
cátion (Na+) do alaranjado fazendo com que houvesse um arraste efetivo do
constituinte. Enquanto, que o topo da coluna continuou apresentou uma
coloração azul esverdeada (Vide Anexo B) sendo isso devido a adsorção mais
efetiva do azul de metileno na sílica por meio de uma interação íon-dipolo entre
o cátion (S+) do azul e os centros parciais negativos da sílica (δ-O=S=Oδ-),
sendo que esta interação ocorre porque o azul de metileno tem maior tendência
5
em interagir com a sílica pois a ligação estabelecida entre estes é mais forte,
em comparação, a uma ligação estabelecida com o eluente utilizado, neste
caso o etanol.

Figura 4. Estrutura molecular do Etanol [6]

Continuamente, com a adição de água ao eluente Etanol na coluna


observou-se a dessorção completa do alaranjado de metila, pois a água, uma
substância polar, auxilia no processo de arraste do constituinte através da
interação íon dipolo entre o polo parcial negativo da molécula de água e o cátion
do sal dito. Sendo observado também que com a adição de água ocorreu o
início da lenta dessorção do azul de metileno (Vide Anexo C), que,
anteriormente, estava estacionado na parte superior da coluna. Dessa maneira,
a adição da água serviu para ambientar o sistema na mudança de polaridade e
diminuir a interação entre a sílica e o azul de metileno, tornando mais fácil a
sua dessorção.
Consecutivamente, objetivando dissordir completamente o azul de
metileno trocou-se de eluente passando a utilizar como tal o ácido acético (50%
v/v), um composto anfifílico (Vide Figura 5). Dessa forma, com a adição
continua de ácido acético, que apresenta como grupo funcional uma carboxila
(-COOH), observou-se a dessorção (Vide Anexo D) mais efetiva do mesmo pela
coluna, sendo que isso ocorre devido a interação íon dipolo entre o polo parcial

negativo (COOδ-) da parte polar do ácido acético e o cátion (S+) do azul de


metileno, permitindo, assim, a coleta da fração. Sendo assim, observou-se
também que com a coleta completa da fração restante a coluna preenchida pela
sílica retornou a sua aparência inicial (Vide Anexo E).

6
Figura 5. Estrutura molecular do Ácido
Acético [7]

Por fim, com o termino da realização do experimento obteu-se,


eficientemente, em solução com o eluente utilizado em sua dessorção, os
constituintes da mistura em frações coletadas separadas (Vide Anexo E), de
maneira que, em ordem de dessorção, coletou-se primeiramente o alaranjado
de metila (de coloração amarelada) e, posteriormente, o azul de metileno (de
coloração azulada).

6. CONCLUSÃO

Diante das atividades desenvolvidas e dos resultados obtidos é possível


concluir que a cromatografia em coluna é uma técnica de separação de mistura
útil em seu objetivo, e neste caso, sendo eficiente na separação da mistura
contendo o azul de metileno e o alaranjado de metila. Além disso, é possível
concluir também que com a realização do procedimento obtém-se o
aprendizado em relação ao método através da montagem da aparelhagem do
sistema de cromatografia em coluna, realizando o empacotamento de uma
coluna cromatográfica, além de possibilitar a realização da aplicação de uma
amostra na coluna.
Por fim, sendo possível observar, também, a influência de inúmeros
fatores no processo de desenvolvimento de uma coluna cromatográfica, como,
a polaridade das substâncias a serem separadas, assim como, a polaridade do
eluente e da fase estacionária, a solubilidade em geral e capacidade de
adsorção, dessorção e eluição das substâncias.

7
REFERÊNCIAS

[1] Lopes, Edeilza; Brito, Manuela; Silva, Paulo Daniel; Química Orgânica
Experimental 1 – Cromatografia em camada delgada e cromatografia em coluna;
Instituto Federal da Bahia – Campus Salvador; Salvador, Bahia; 2020.
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1Lh3L0Z-lvd5Y3_Ikch5Py-
ThDpqv0EHC/view
Acesso em: 03/04/2022

[2] Rodrigues, Lucas; Química Suprema; “O que é cromatografia?”; 2013.


Disponível em:https://www.quimicasuprema.com/2013/12/o-que-e-
cromatografia.html
Acesso em: 04/04/2022

[3] Estrutura Sílica; 2022;


Disponível em: https://www.fishersci.ca/shop/products/silica-gel-desiccant-100-200-
mesh-923-chromatographic-grade-fisher-chemical-3/s67972x10g
Acesso: 06/04/2022

[4] Estrutura Alaranjado de Metila; 2022.


Disponível em: https://www.merckmillipore.com/BR/pt/product/Methyl-orange-
solution-0.10-0,MDA_CHEM-101323
Acesso em: 06/04/2022

[5] Estrutura Azul de Metileno; 2022.


Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-2---Estrutura-quimica-do-
corante-azul-de-metileno-Fonte-Bruno-2008-Tabela-3_fig1_327870904
Acesso em: 06/04/2022

[6] Estrutura molecular Etanol; 2022.


Acesso: 06/04/2022
Disponível em:
https://www.verticallearning.org/curriculum/science/gr7/student/unit01/page31.html
Acesso em: 06/04/2022

8
[7] Descomplica; Estrutura Ácido Acético; 2022.
Disponível em: https://descomplica.com.br/artigo/acido-acetico-aplicacoes-e-formula-
estrutural/Pv3/
Acesso em: 06/04/2022

UFJF; “Separação de misturas – Cromatografia”; 2018.


Disponível em: https://www.ufjf.br/quimica/files/2018/08/Cromatografia.pdf
Acesso: 06/04/2022

USP-Teses; “Ensaio de adsorção de Azul de Metileno”.


Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18137/tde-17022006-
113526/publico/11Cap2.pdf
Acesso: 06/04/2022

Lopes, Edeilza; Cassia, Rita de; Silva, Daniel; Manual de Laboratório – Química
Orgânica II; Instituto Federal da Bahia – Campus Salvador; Versão nª 7; 2019.
Disponível em:
https://drive.google.com/file/u/1/d/1tZBIbihyJoDWVaP896cwVoxKgJWj1MJL/view?us
p=drive_web

9
ANEXOS
Anexo A

Figura 6. Coluna cromatográfica Figura 7. Aplicação da amostra na


empacotada com sílica gel e etanol [1]. coluna [1].
Anexo B

Figura 8. Início do processo de Figura 9. Dessorção gradual dos


dessorção dos componentes da componentes [1].
amostra [1].

Anexo C

10
Figura 10. Dessorção gradual do Figura 11. Dessorção completa do
alaranjado de metila [1]. alaranjado de metila [1].
Anexo D

Figura 12. Dessorção gradual do azul Figura 13. Dessorção completa do azul
de metileno [1]. de metileno [1].

Anexo E

Figura 14. Coluna ao fim do experimento [1]. Figura 15. Frações coletadas ao final do
procedimento [1].
1

[1] Fotografias de autoria própria


11

Você também pode gostar