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Vânia Aparecida Duarte* - Vanessa Aparecida Duarte* - Roberto Elias** - Fernando Fadel** - Jayme
Guitmann**
Resumo
O presente trabalho teve por meta revisar a literatura pertinente à aplicação do antibiótico na
Odontologia. Foram considerados aspectos relativos como indicações do fármaco, reações adversas e
propriedades especiais da droga.
Introdução
O antibiótico ideal deve ter ação exclusiva sobre o agente etiológico do quadro patológico em
questão, isto é, uma substância com o máximo de especificidade, o que proporcionaria um tratamento
sem efeitos tóxicos ou colaterais. Este medicamento ainda não está disponível na forma de antibiótico.
Os efeitos colaterais do uso de antibióticos não se restringem apenas àqueles diretos sobre a
estrutura do hospedeiro, mas também sobre a microbiota anfibiôntica de cada indivíduo. Esta
microbiota desempenha importante papel ecológico, fundamental para manutenção de um estado de
equilíbrio que se traduz em saúde para o hospedeiro.
Como os antibióticos atualmente disponíveis agem de forma pouco seletiva, atingindo tanto os
microorganismos patogênicos quantos os não patogênicos é crucial que se faça uma escolha criteriosa
do medicamento que resulte no máximo efeito sobre os microorganismos alvo.
Para esta atuação é necessário revisar os princípios fundamentais relacionados a utilização
racional dos antibióticos, procurando auxiliar o cirurgião-dentista ao uso da antibioticoterapia.
Antibióticos
Deve-se escolher primariamente o antibiótico que preenchem o maior número de requisitos
anteriormente citados. Para facilitar a seleção deste fármaco serão descrita a seguir as indicações e as
reações adversas mais comuns em cada classificação dos antibióticos mais empregados na
odontologia.
Penicilinas
Quase todas as infecções de origem odontogênicas podem ser eficazmente tratadas com uma das
penicilinas. Em infecções decorrentes por necrose pulpar o fármaco de primeira escolha nessas
infecções é a penicilina V, historicamente, o antibiótico prescrito com maior freqüência na
quimioterapia de infecções de origem odontogênica. A penicilina G é reservada, em grande parte para
infecções graves.
Há casos de limitações das penicilinas sobre certos microorganismos produtores de penicilinase,
nestes casos o antibiótico apropriado deve ser um derivado da penicilina resistente a penicilinase ou
um antibiótico diferente da penicilina como eritromicina ou clindamicina.
A penicilina está entre as drogas menos tóxicas conhecidas devido ao local que atuam - parede celular
entretanto podem produzir alguns efeitos adversos tais como: reação de hipersensibilidade, diarréia
que pode ser minimizadas pela administração da droga com pequena quantidade de iogurte.
Amoxicilina e Ampicilina
Pode ser administrada por via oral, pois este fármaco não é inativado pelo suco gástrico. É utilizado na
odontologia na prevenção de bacteremia associada a procedimentos como exodontias, em pacientes
com risco de desenvolver endocardite bacteriana, sendo contra-indicado para pacientes com
hipersensibilidade a penicilina e a cefalosporina .
A amoxacilina é bastante tolerada pelo organismo sendo comum o aparecimento de reações
adversas como distúrbios gastrintestinais: náuseas, vômitos e diarréias.
Clindamicina
Raramente é utilizada devido a sua menor eficácia como agente antimicrobiano e a sua menor
absorção por via oral. O uso terapêutico da clindamicina é recomendado como antibiótico alternativo
(depois da amoxacilina). Em geral a sua administração é em dose única sendo extremamente
improvável a superinfecção.
A clindamicina é indicada para osteíte purulenta ou outras infecções ósseas (4) causadas por
microorganismos anaeróbicos, servem também para infecções que não podem ser erradicadas pela
penicilina ou antibióticos macrolídeos como a eritromicina.
Os efeitos adversos deste antibiótico consistem principalmente no distúrbio gastrintestinal que pode
manifestar na forma de diarréia grave e colite pseudomembranosa (5,6).
Eritromicina
O uso do macrolídeo eritromicina no tratamento de infecções odontogênicas é o segundo mais
freqüente, depois dos derivados da penicilina, sendo reservado como alternativa para pacientes
alérgicos à penicilina nas infecções de pequena ou média gravidade (6). Mostra-se eficaz contra
microorganismo gram negativos e aeróbios.
Esta droga tem aplicação limitada na periodontia porque o seu nível no fluído sulcular é
insuficiente para inibir a maioria dos patógenos periodontais (2,5).
A eritromicina é um antibiótico notavelmente seguro, que produz um número relativamente
pequeno de efeito adverso, os problemas mais comumente encontrados são: distúrbios
gastrintestinais, a icterícia colestática como sinal de toxicidade hepática; e efeitos adversos na paciente
gestante.
A eritromicina potencializa os efeitos de diversas drogas incluindo coagulantes orais como por exemplo
vaferina.
Metronidazol
O metranidazol tornou-se a droga de escolha para uma variedade de infecções por protozoários. Este
antibiótico não foi adequadamente avaliado para o uso geral na odontologia, embora tenha aplicação
no tratamento das periodontias.
O metronidazol pode ser utilizado associados a outros antibióticos, sendo de grande eficácia em
relação as bactérias anaeróbicas, não devendo ser utilizadas isoladamente, pois só seria eficaz em
infecções exclusivamente anaeróbicas (1,6).
Os efeitos adversos mais comuns consistem em náuseas, vômito, anorexia, língua saburrosa,
estomatite e neutropenia que desaparece na interrupção do uso do fármaco.
A sua interação com o álcool é tão severa que o seu uso deve ser proibido quando se está
tomando metranidazol, a prudência recomenda a contra indicação da droga nas primeiras 12 semanas
gestacionais e quando se pode usar drogas mais seguras e que são igualmente eficaz.
Tetraciclina
Seu uso disseminado e com freqüência, resultaram o aparecimento de diversas cepas bacterianas
resistentes a este fármaco reduzido a sua utilidade clínica.
Conclusões
2. O uso indiscriminado dos antibióticos fez aumentar muito, o número de espécies de microorganismo
resistentes, sendo cada vez mais importante limitar o uso dos antibióticos às situações em que seja
realmente indicado.
4. Quando diante de uma infecção que não evolui satisfatoriamente, o profissional deve sempre
considerar que possa ter ocorrido uma falha no tratamento realizado, não devendo haver uma
precipitação na troca de antibiótico, como sendo esta a causa de insucesso.
5. Quando não tiver certeza em qual antibiótico utilizar procurar ajuda à outros colegas de trabalho
antes de prescrever indiscriminadamente um fármaco.