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Relatório de Estágio de Pedagogia

Segunda Graduação - 300hs - Educação Infantil, Séries

Iniciais do Ensino Fundamental e Gestão Escolar


Local: Escola Céu Azul - Petrópolis

Aluna: Julia Grillo Botafogo

RM: 1139014

Faculdade: FACON (Faculdade de Conchas)

Turma 5 Juiz de Fora

Ano 2018

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !1


Relatório de Estágio de Pedagogia
Introdução
Este relatório é o resultado da observação de Julia Grillo Botafogo, produtora cultural
por formação e fotógrafa por paixão. Julia tem Bacharel pela UFF (2007) e Mestrado pela
Universidade Carlos III de Madrid em Gestão Cultural (2010). Trabalhou 15 anos com
diversos projetos culturais autorais, financiados por editais e prêmios, públicos em sua
maioria. O viés da educação e do diálogo de saberes sempre costuram seus projetos, em
diferentes áreas: agroecologia, fotografia, cinema, patrimônio imaterial, música, literatura,
artes visuais, festivais, entre outros.
Julia resolveu fazer sua segunda graduação e tirar licenciatura em pedagogia por
acreditar que a educação pela autonomia é um caminho para o crescimento e trocas frutíferas
entre os seres humanos. Em outras palavras, é aquilo que faz sentido neste mundo.
Esta observação foi motivada pela intenção de aprender a prática em sala de aula:
observar o ritmo, as atividades, as metodologias, as estruturas, os cuidados, o relacionamento
humano, a forma de falar e agir, das profissionais e crianças da Escola Céu Azul, localizada
em Nogueira, Petrópolis-RJ, associada a ABEM (Associação Brasileira de Educação
Montessoriana. 


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Apresentação
O estágio de observação ocorreu de 22 de outubro de 2018 a 21 de dezembro de 2018.
Seguindo a Tabela de Procedimentos do Estágio de Pedagogia proposto pela Curso de
Pedagogia de 300h. A observação seguiu um roteiro com 6 etapas.
Etapa 1 e 2: Observação da Prática Docente - Ensino Fundamental 80 hs e Educação
Infantil 80 hs: Planejamento; Execução do Planejamento (objetivos e Conteúdos); Práticas de
Inclusão; Domínio e Clareza dos Conteúdos; Métodos e Práticas de Avaliação;
Procedimentos Didáticos; Utilização de Recursos Tecnológicos; Envolvimento dos
Educandos; Estabelecimento de Clima favorável a aprendizagem; Disponibilidade para
esclarecimento de dúvidas; Desenvolvimento de aspectos interdisciplinares.
Etapa 3: Análise das características do PPP (Projeto Político Pedagógico) - 40 hs:
Objetivos e Plano de desenvolvimento; Caracterização Física da Escola; Acessibilidade;
Corpo Docente; Política de Ensino (Fundamentação Teórica); Comunicação com a
Sociedade; Política de Pessoal; Política de Formação Docente; Política de Avaliação;
Atendimento aos estudantes.
Etapa 4: Gestão (Coordenação - Direção e Vice Gestão) - 60 hs: Criação e
Implementação do PPP; Formação do Quadro Gestor; Organização do Espaço Educativo;
Organização das Orientações Pedagógicas; Organização Funcional; Organização da
representação discente; Organização da representação docente; Organização da representação
da família e sociedade; Instrumentos de Avaliação de Qualidade da Gestão.
Etapa 5 e 6: Regência – Ensino Fundamental 20 hs e Educação Infantil 20 hs:
Regência 1; Regência 2; Planejamento, avaliações.
Por último a Etapa 7 com as Considerações Finais


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Metodologia
Em um primeiro momento a observação, com o olhar totalmente leigo e externo,
tratou apenas de anotar de forma descritivas tudo que via: O espaço físico, a rotina, o ritmo e
envolvimento das crianças, ambiente de aprendizagem, trocas e brincadeiras, os materiais
didáticos, a prática de inclusão, a maneira de atuar das docentes, entre outros. Foram
observadas 3 salas de aula, contendo cada um seus agrupamentos, relativos a educação
infantil e ensino fundamental. Como também, pátio, secretaria, cozinha e espaços comuns,
onde as crianças circulam livremente.Vale ressaltar que a observadora nunca havia estudado
ou tido contato com a proposta Montessori.
Após esse primeiro momento de observação surgiram diversas questões e
curiosidades de entender como tudo se dava em uma Escola Montessori: Como é
planejamento, acompanhamento, e avaliação? Quais são os parâmetros? Qual a formação da
professora? Como é feita a rotina de trabalho? Quais são as dificuldades encontradas? Qual
objetivo diário, mensal e anual? De onde vem os materiais? Estes primeiros questionamentos
da observadora também estão presentes no relatório. A partir desses questionamentos, a
observadora sentiu necessidade de estudar um pouco a proposta Montessori, quem foi
Montessori, quais são os pilares que sustentam essa pedagogia.
O segundo momento, após o primeiro olhar, terem elegido questões e um pouco de
estudo daquele contexto. A observadora focou em acompanhar algumas atividades, se
aproximando, como sentar na roda de atividade e acompanhar toda a dinâmica: o trabalho das
crianças, a aproximação do professor, o trabalho coletivo. A observadora também procurou
anotar, de forma descritiva a relação da professora com as crianças. Neste momento também
a observadora começou a tirar algumas fotos para registro.
O terceiro momento uma interação espontânea já ocorria. Da aproximação das
crianças com a observadora, esta passou naturalmente para a regência. E das conversas e
narrativas de experiencias de vidas registradas em notas da observadora, esta passou ao
estado de pesquisadora.
E por fim, o momento em que as notas foram transcritas e organizadas neste relatório. 


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ETAPA 1 e 2: Observação da Prática Docente -

Ensino Fundamental 80 hs e Educação Infantil 80 hs


Observar é olhar atentamente toda realidade, ter tempo para os detalhes e as
entrelinhas. Vagar pelos espaços, refletir e sentir, aprender através desse olhar critico, curioso
e atencioso.

O primeiro olhar -

A primeira vista o que chamou mais atenção na observação foi a forma das docentes
se comunicarem com as crianças e seguirem uma rotina. O tom de voz baixo, a forma clara
de falar, pedir e convidar as crianças. O cuidado delas, o tempo todo, de manter a sala de aula
limpa e organizada. A atenção individual da professora com cada aluno e ao mesmo tempo a
atenção a harmonia do ambiente. A afetividade e atenção da funcionária Lu com as crianças.
A autonomia e organização das crianças para escolherem as atividades, estenderem seus
tapetes, se concentrarem para o trabalho e guardarem o material. A diversidade de trabalho. A
postura e comportamento na hora do almoço, a maneira de conversarem, lavarem sua própria
louça, levarem o recipiente para a cozinha, e limparem o espaço.

Agrupada III e IV - Ensino Fundamental

No primeiro contato com a escola cheguei no horário de almoço, no portão, fui


recebida de maneira simpática e subi para estar com alunos da agrupada 3 e 4. Procurei me
informar quem eram as professoras e suas auxiliares.
As turmas observadas foram a agrupada 3 e 4, composta mais ou menos por 30
crianças, na faixa etária entre 5 para 6 anos até 12 anos. Tendo nesta turma duas das crianças
especiais, uma autista, ainda em fase de adaptação e um outro diagnosticado com síndrome
de Moebius, que toma medicamentos e já conhece a rotina da escola. Em sala 4 profissionais,
sendo 2 professoras efetivas 2 auxiliares. Nomearei por numero as professoras e auxiliares . E
os alunos e alunas por letra.
Auxiliar 1, estava com uma parte dos alunos no pátio em tempo livre. Uma outra parte
trabalhada em sala com Professora 1. E outro grupo almoçava com Auxiliar 2, que servia e
oferecia: “ Quer quiche de alho poró?” Tinha arroz, feijão e salada. O ambiente era 


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harmonioso. As crianças estavam nas mesas em grupos de 8, 4 e 2. Todas interagiam e
conversavam baixo, pareciam felizes e calmas. Na mesa tinha jarra de suco e guardanapos.
Quando as crianças repetiam, elas mesmas se serviam. Prato vazio. Elas mesmas, sem pedir,
iam para cozinha, jogavam os pequenos restos na lixeira, lavavam seu prato e talheres,
secavam e os guardavam, cada objeto no local adequado. As canecas, cada um tinha a sua, e
também tinham o seu lugar, assim como as mochilas. O ambiente era amplo, bem iluminado,
limpo e extremamente organizado.
Alguém pergunta por Aluna A: “A aluna A vai vir?” Na mesma hora a aluna A chega.
Arrumadinha, deixa a mochila e senta junto com as demais crianças na mesa de almoço.
“Parece que ela quer comer” comenta uma auxiliar. “melhor perguntar, a mãe esta aí.”
comenta outra profissional e desce. A aluna A levanta. “Quer água aluna A? Cadê seu copo?”
Aluna A bebe água e senta novamente. Uma profissional comenta comigo, “é autista”. “Você
tem que se servir, vamos” Da a mão e levanta e sai da sala. Fica brincando no escorrega.
Auxiliar 1 o tempo todo a acompanha e a convida. “Vamos, desce”, a leva para outro
ambiente, demonstra como dar comida para o coelho. Depois apenas a observa de longe, no
parquinho.
No pátio as crianças brincam livremente, cada um na sua onda, um de arco e flecha
imaginária, outro com um pneu, e outro que fica parado olhando para grama. Aos poucos
alguns alunos descem com os recipientes em que estavam servindo o almoço e jarras para
levar para a cozinha, anexa a sala da agrupada 2. Subo e outros organizam a sala, pedem para
ajudar “Tia, posso levar?” Uma varre, enquanto outra passa pano na mesa, e levanta as
cadeiras depois.
Uma aluna E vem falar comigo: “Você é mãe?” “O que você está fazendo” “É de
cheiro?”, apontando para meu colar difusor. Respondo que estou estudando. Ela comenta
“Você está estudando para ser professora de uma escola Montesoriana?” Explico que não sei,
que estou ali só observando. Ela comenta sobre minha letra que só eu entendo. “Que
pequenina sua letra, muito bonita.” e logo conclui: “Por isso que você não esta falando com
ninguém?” A professora 2 convida “Aluna E, vem para roda”.
Em roda, cantam baixinho fazendo uma coreografia. A professora 2, com o tom suave
e baixo conversa com aos alunos. Enquanto a professora 1 varre e termina de harmonizar o
espaço. Os alunos que estavam no pátio chegam, lavam a mão, mas o ruído não é alto. 


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A professora fala com os alunos sobre os combinados, sobre o atraso, sobre deixar a
brincadeira para a hora do recreio ou almoço, para que o atraso, daquele dia, de 15 minutos,
não aconteça. A professora explica também minha presença em sala dizendo que estou ali
para observar, e que não sou professora. A auxiliar 1 chega com aluna A.
As crianças se dividem. Aluna E pede para fazer "A rotina do lanche” numa folha de
papel pardo grande. A professora 2 sugere fazer com lápis e depois passar a caneta, e diz “é
uma sugestão”. Na mesma mesa que a aluna E começa a trabalhar no cartaz, a auxiliar 1
acompanha a aluna A com um material de pesos (pesos de diferentes tamanhos, e um outro
com os pesos todos iguais).
Nas mesas redondas, formadas por um agrupamento de carteiras individuais, alguns
alunos pegam sua pasta e iniciam uma atividade. Professora 1 fala individualmente com cada
um, orientando sem pressa. As atividades são diferentes para cada um. Alguns trabalham em
duplas, outros em trios. Alguns na mesa, uns com planilhas, outros produção textual. Outros
no chão, com tabuleiros e “jogos”, bem diverso. E ainda outros circulam livremente. A
professora 1 fala algo ao pé do ouvido com um, que estava mais disperso - olhando o espelho
- ele sai com braços cruzados e bico, mas logo fica bem. A borracha é um objeto diferenciado
que circula, uma criança fala “é minha”, e a professora coloca “não é sua, é nossa, e se não,
se empresta.”
Observo pela janela, crianças ajudam a manejar o canteiro. Alguns estão descalços,
outros não. Alguns de uniforme, outros não. Aluno I chega, imediatamente alguns alunos o
cumprimentam. O aluno I fala com a professora 1 que naquele dia não tinha ido para
trabalhar, a professora acha graça. O aluno I tenta sair mas a porta esta fechada. Depois um
outro menino se despede do aluno I com um abraço afetuoso e o aluno I parte. No quadro da
rotina, escrito por alguma criança, dizia: chegada, guardar as mochilas, roda, trabalho,
almoço/recreio, roda, trabalho, rodízio, organização da sala, saída.
O ambiente é sempre mantido limpo (as professoras estão sempre varrendo),
organizado e harmônico. Não tenho ideia como se deve trabalhar cada “brinquedo”, parecem
interessantes, as crianças mesmas escolhem. Me pergunto como se agrupam, como são
organizados, como é a evolução do aprendizado. Na sala mais ou menos 15 estantes, apenas 2
estantes mais altas, uma com livros, outra com materiais como cartolinas. As demais na altura
das crianças, organizadas por grupo de trabalho: ciências, matemática, português, materiais 


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de consumo (lápis, lápis de cor, cola, régua, pinceis, tintas, pranchetas, pastas). Um cestos
com tapetes - pois tem atividades que são no chão. Algumas flores. Um aquário. Uma lixeira.
Um canto com gavetas e computador. Canto do lanche, da água e da cozinha, na altura das
crianças. Cantos das atividades, formado por 6 mesas organizadas em circulo, com mais ou
menos 4 cadeiras - imagino para uma professora e 3 alunos, já que foi o máximo que observei
trabalharem juntos. No total na sala, 4 mesas redondas. Espaços livres. Apenas 3
ventiladores, achei insuficiente para os dias de calor, apesar de todas as paredes terem janelas
em todo comprimento para ventilar. O pé direito é baixo e tudo é branco. Um espelho em
uma das paredes de fundo dão amplitude ao espaço.
A auxiliar 1 faz outra atividade com a aluna A e observa que parece que ela faz o
nome dela com caneta e lápis. E pergunta a professora 1 se acha que ela deve fazer uma
atividade neste sentido. Ela passa a trabalhar com a caixa de areia desenhando com o dedo as
letras. Mostra a letra ‘M” para a aluna A, mas ela brinca com a caixa sacudindo. Um menino
chega e fala para a aluna A que ela não pode fazer tal coisa. E a auxiliar 1 fala com ele “A
aluna A está fazendo uma atividade comigo e você esta fazendo outra” Deixando nas
entrelinhas claro para ele não interferir. A aluna A não escreve a letra de seu nome, mas
guarda o material no lugar. E pega outro de desenhar um circulo.
A professora pergunta se seus materiais estão guardados e suas coisas limpas e
organizadas. As crianças sentam em circulo e cantam baixo, terminam em silencio, apenas
fazendo os gestos da coreografia. A professora divide o grupo em 3: os que descem para o
recreio, os que lancham e os que continuam a trabalhar. O grupo do recreio comemora que
ficaram juntos. Os demais não questionam. A professora 2 corrige algumas atividade em
papel e depois convida 3 meninos para fazer uma experiência. A professora 1 senta com um
pequeno grupo. A auxiliar 2 fica na porta e circula. A auxiliar 1 fica na cozinha.
Observo o desafio que lidar com uma criança autista. Inseri-lo dentro da rotina. “Não
é hora de brincar, é hora de lanchar” Ter o olhar atento para tentar evoluir. Como por exemplo
um traço no papel e a convidar para fazer as letras na caixa de areia. Como também na hora
de lavar a louça. A professora comenta para a auxiliar, ela tem nervoso de esponja molhada,
vamos tentar dando uma seca. Depois do lanche, a auxiliar pergunta para a aluna A que saia
sem tirar suas coisas: “Quer ir ao escorrega? Você tem que guardar o lanche primeiro. Você
precisa me dizer , você quer? Vem vou te mostrar como se guarda.” A aluna A sai para o 


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canto, a auxiliar 1 a observa que ela joga algo lá em baixo. E diz “Estou triste” a aluna A
dissimula. A auxiliar 1 volta a falar “Aluna A, guardar”. A auxiliar 2 a observa e convida a
aluna A em direção a cozinha. A aluna A lava a louça e desce para o recreio. Fica na caixa de
areia brincando com os pequenos. Uma auxiliar dos pequenos a observa andando no
gradeado para chegar no pula pula sem ter pisar na grama e acha graça.
As demais crianças lancham, lavam a louça, escovam os dentes e descem para o
recreio.
No pátio tem pula-pula, um play com escalada, uma ponte, 2 escorregas (um pequeno
de plástico e um grande de madeira), com 2 balanços (um alto e um baixo), uma casinha de
bonecas, um gradeado com animais (coelho), árvores, grama, um cimentado com um
caminho desenhado e uma amarelinha, uma caixa de areia sem cobertura, uma pequena
parede de escalada, pneus coloridos, entre outros.
Na roda final, a professora volta a fazer algumas observações, tudo em um tom baixo
e suave, sobre a importância de falar baixo para escutar a chamada e convida para brincar de
Adoleta em quanto esperam.

Agrupada I e II- Educação Infantil

A agrupada 2 é composta de mais ou menos 14 crianças e 3 profissionais: 1


professora, 1 auxiliar e 1 estagiária.
Cheguei, as crianças estavam dispersas, cada um fazendo o que desejava. Era tempo
de recreio, mas como estava chovendo o tempo livre foi em sala. A professora chama todos
para fazerem uma roda. Um ou outro ela chama pelo nome e prontamente eles atendem. Uma
menina foi por ultimo no tempo dela sem a professora chamar. A professora pede ajuda para
fazer um cartaz dos combinados e como eles podem ajudar. Escrevem: Cuidar com carinho
dos materiais. Fazer amizade. Tratar bem os amigos. Cuidar dos animais. Cuidar das plantas.
Arrumar a sala. Caminhar pela sala. As crianças cada um na sua onda escutando, algum
interagem em dupla. “Ela me bateu!” “Que mais a professora pergunta?” “O que precisa para
o chão ficar limpo?” “Que mais?” Lavar as mãos. Escovar os dentes. “Higiene” uma menina
fala. Para chamar a atenção de um, a professora chama pelo nome. E pede para sentar do seu
lado. “E por último? Fazer silencio no horário de trabalho e roda.” A professora convida os
alunos para assinarem os combinados, para lembrarem. Que quem não sabe escrever o nome 


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pode desenhar. Ela chama um a um e todos fazem sua marca. As crianças se dispersam, mas
mantém no local da roda.
Reparo que alguns materiais se repetem: como a caixa de areia, os pesos, os planetas,
desenho de encaixe. A sala também tem aquário e plantas (com o nome das crianças). As
cadeiras e mesas são menores. Na sala 4 mesas com 3 cadeiras em média cada uma. Tem
instrumentos musicais e um casa de bonecas. Uma pequena vem falar comigo, primeiro pede
para ir ao banheiro. Depois me mostra o material que quer trabalhar.
“Cada um pega seu material, em silêncio.” convida a professora. Um menino pega um
pode com clipes coloridos, concentrado enche, mostra que conseguiu para os colegas que
estavam ao lado brincando com casa de bonecas, esvazia o recipiente e guarda o material. A
professora senta com três crianças, mas centra a atenção em apenas um e trabalha com os
fonemas. Observa e chama atenção de um “Vem aluno, traz seu material que eu vou te
orientar”. Mais fluido, pouco a pouco, a professora vai passando por cada aluno. “Aluno, este
material é na mesa” Entendo que tem material que é na mesa e outro no chão com o tapete. E
ensina também que o tapete deve estar livre apenas com o material, as pernas do lado de fora.
“Aluna cadê seu material?” “Este?” (pergunta a pequena com duvida se poderia como se
fosse desafiador). Depois orgulhosa me conta que trabalhou todo o material.
Três crianças trabalham com um materiais e água. A ideia seria passar água de um
pote para outro com uma esponja. Um menino trabalhava, termina e não guarda, sai e uma
menina senta no lugar. Uma outra menina passa o rodo com pano no chão, onde caiu água.
Um menino chega e ensina para menina como se faz, explicando se caísse agua para o lado
de fora, também se passa a esponja. E mostra do jeito dele apertando a esponja e esfregando
para cá e para lá. Ninguém corrige, mas a educadora, diz que a menina deveria trabalhar
sozinha. O menino sai e menina vai atrás dele pulando feliz. Pergunto se são irmãos, e a
auxiliar me responde que não, mas que os pais são amigos, que o menino já estudava e a
menina tinha chegado e só queria seguir ele e acabava que ainda não tinha trabalhado
sozinha, e por isso tinha falado aquilo naquela hora. Observo a personalidade de cada um. As
afinidades. As manias. Um que coloca tudo na boca: da água colorida na hora de trabalhar a
ficar debaixo da mesa comendo massinha. Dois bem amigos mas as vezes tem uns atritos.
Fico curiosa de saber quem já vinha da agrupada 1, e quem seria novo.


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A professora pede para guardar o material e agradece. Chama pelo nome um e diz,
depois de trabalhar tem que guardar o material. A professora pede ajuda para arrumar a sala.
A professora me fala do momento do rodízio, me explicando que esse é o momento
em que trabalha de forma mais individual com as crianças. Que a turma se divide em 3
grupos: lanche, recreio e atividade específica. Mas como era dia de chuva ela iria liberar a
massinha.Pergunto se no almoço também ter rodízio como na agrupada 3 e 4, ela me
responde que não, que no almoço é todo mundo junto.
No momento do lanche, as crianças servem seus sucos na jarra de vidro. Sentam onde
tem lugar. E levam a louça para um balde. Um espontaneamente lava toda a louça. Tem o
momento em que preparam café com uma garrafa térmica com agua quente, um bule,
pequenas xícaras e açúcar.
A professoras incentiva as crianças sentarem no chão e não deitar, vestir os calçados,
e irem no banheiro sozinhas.
Aula de inglês a professora entra e participa da dinâmica da turma, fala inglês, as
vezes traduz para o português, lê um livro, pergunta. Interage naturalmente com as crianças,
introduzindo aos poucos o vocabulário em inglês.
Um momento as professoras tentam entender como funciona um tabuleiro, mas não
chegam a uma conclusão. A auxiliar do pátio, entra e pega um material para trabalhar com
uma criança. Ela explica para as meninas como funciona o tabuleiro.
Momento da limpeza, quase todos ajudam a limpar, uma menina passa empolgada
pano na mesa, na cadeira, atrás da cadeira até embaixo da cadeira A professora comenta “está
mais que limpo”. As crianças sentam em roda, e vão sendo liberadas.
Na agrupada 1. Observo o afeto que as crianças tem com as docentes. As meninas
enfatizam o agradecimento, a autonomia observando-os até onde vão sozinhos, e quando
querem pedir uma coisa perguntam “você pode me ajudar?” Entre elas, se comunicam e
perguntam, como a criança chegou, se já chorou. Uma delas é bem observadora e atenta com
as crianças e reparam, comentam e acham graça das atitudes das crianças.
Diariamente as professoras fazem um relatório por um aplicativo. Nas turmas dos
pequenos por exemplo, informam: o professor responsável, a presença, as atividades
realizadas, se evacuou, se dormiu, se almoçou, se lanchou e se houve alguma ocorrência
relevante.

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Questões que emergiram

Como são formados os agrupamento? Quais são as idades? Quais as metas básicas
para cada agrupamento? Como é planejamento, acompanhamento, e avaliação? O que se
busca a nível básico, de maneira geral? O que é mais especifico e o que é mais subjetivo? O
que é mensurável e o que é imensurável? Quais são as dificuldades encontradas? De que
maneira é feita a inclusão? Como é avaliado a nível psicológico e motor? Quais são os
parâmetros? Quais referencias são utilizadas? Quais os apoios são buscados? Qual a
formação da professora? Como é feita a rotina de trabalho? Qual objetivo diário, mensal e
anual? Quais são as atividades permanentes e básicas, como por exemplo os cuidados básicos
com higiene e saúde? O que é estimulado? Como funcionam as atividades escolhidas? Na
agrupada 3 e 4 quando eles não escolhem o material? Como é a escolha do rodízio? De quem
vai para o recreio, quem vai para o lanche e quem vai trabalhar? De onde vem os materiais?
Quais são as referencias? São comprados prontos , são construídos embasados na pedagogia
Montessori? Algum foi criado, inventado por alguma professora? Tem que apresentar um
estudo? Adotados de outras pedagogias que dialogam? Quais são os jogos básicos, como
evolui? História de algum jogo clássico e muito usado. Na regência: O que eu posso
contribuir? O que pode ser interessante para as crianças? O que pode interessar a gestão? O
que pode ser interessante para as professoras? O que me sinto apta a conduzir? Como posso
adaptar? 


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O planejamento é feito através da observação individual de cada criança. As
professoras contam que observam o que cada criança faz, como faz e anotam o que precisam
direcionar para cada um.
As professoras me explicam que apesar delas não terem um planejamento comum,
existe que tem meta a cumprir. Os alunos devem passar, todos os dias, por todas as estantes
com diferentes conteúdos. E que se não passa por determinado agrupamento ou fica muito em
um, os convidam para experimentar outro para ter esse equilíbrio. Que tudo é muito
individual. E que é no tempo em que a turma se divide em 3 grupos é que elas podem dar
mais atenção e trabalhar de forma especifica com cada aluno, pois é o momento que tem
menos gente.
Duas professoras me mostram seus cadernos de anotações, onde tem o nome do
aluno, o que trabalhou, e se faz bem ou tem alguma dificuldade. Uma professora me conta
que busca criar ou oferecer materiais do interesse da criança para conseguir chamar a atenção
e trabalhar um aspecto que a criança necessite. Comenta que é um desafio atingir a meta
anual da escola, pois cada criança tem seu tempo. Busca trabalhar para que eles consigam
fazer tal atividade (ouvir, falar o fonema, coordenação motora). Busca estar sempre induzindo
mais. E diz: “Nós somos o exemplo, eles estão o tempo todo atentos. Então tem que deixar
tudo arrumado. Estabelecer uma rotina: roda, lavar as mãos, atividade. Música para arrumar,
eles já sabem. É preciso estar encantada para encantar”. A professora me conta que vai para
casa pensando, “Será que eu consegui atingir meu objetivo? Será que a criança conseguiu?”
Diz que o que mais a preocupa são os pais e que também é preciso trabalhar para “quebrar o
tradicional dentro de nós”. Com os pequenos, a professora conta que usa o recurso dela pegar
um material, que ninguém pega, e começar a trabalhar demostrando entusiasmo e que logo,
todos estão em volta e passam a ter interesse.
Na agrupada 2 se faz um relatório de observação individual.
Na agrupada 3 e 4, observo algumas fichas: Uma diz: Recorte/Cola, Figura/Fundo,
Perspectiva Visual; Matemática; Experiencia; Sólido, Cubos e triângulos; Preparação para
escrita; “Educação Cósmica”; Produção textual - Coletiva e individual; Análise do som;
Aulas extras; ausência na semana. Outra: com os dias das semanas e as atividades:
Matemática, Linguagem, Educação Cósmica, Diversos e Sensorial. E uma última, onde os
próprios alunos preenchem, chamada Ficha de Progresso: Linguagem (leitura oral, leitura e 


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interpretação, caligrafia, ortografia, gramática, produção textual); Matemática ( operações,
situação e problema, matemática do dia a dia); Educação Cósmica (as grandes lições);
Experiencias; Aulas extras (inglês, expressão corporal, Educação Física, Tai Chi Chuan). E
espaço para observações.
Uma grande preocupação e objetivo das docentes é manter a rotina das crianças. Do
Nido a agrupada 4. No Nido, a professora comenta, que se pára uma semana, quebra a rotina,
sendo a semana seguinte quase uma adaptação. O mesmo acontece na agrupa 3, onde a

professora sente mais dificuldade das crianças se concentrarem.


Na agrupada 4 há sempre um quadro com a rotina escrita por uma criança. Chegada /
Guardar a Mochila / Roda / Trabalho / Roda / Almoço-Recreio / Roda / Trabalho / Lanche-
Trabalho / Organização da sala / Recreio todo mundo junto / Saída
Faz parte da rotina os cuidados básicos de higiene.
Como lavar as mãos e escovar os dentes. Elas já fazem isso
automaticamente. Na agrupada 2, é possível observar que
escovar os dentes para uma criança de 3 anos tem que
coordenar varias coisas. A criança esta com a pasta e escova na
mão. Tem que apoiar a escova. Abrir a pasta. Apoiar a tampa
da pasta. Colocar “um pouquinho” de pasta. Elas mesmas
falam. “só um pouquinho”. Apoiar a escova com pasta. Fechar
a pasta. Pegar a escova. Depois todo um ritual para a
escovação. A pequena Gabi, da agrupada 2, me ensina, “tem
que escovar o dentinho lá trás que esta crescendo”. 


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A professora pergunta: “Vocês sabem em
que momento da rotina estamos? Hora de
estarmos organizados e organizar a sala.
Fulano, coloca os sapatos. Fulana, coloca os
sapatos”. Chama individualmente uma
menina, e a menina pega o espanador e ajuda
a limpar.
O momento da roda, a musica e
coreografia funciona como um código, já absorvido pelas crianças, pois elas mesmas se
juntam na roda e começam entre elas a cantar aguardando o momento. Uma aluna vem até a
mim, e me ensina as 2 musiquinhas e como se faz com as mãos e me diz, é que aquele era o
momento em que logo iriam cantar. E quando começa, ela me olha, e diz “está vendo!” como
quem sabe das coisas. A professora coloca: “Estar pronto inclui estar quieto para ouvir” Aos
poucos vai liberando.
Na agrupada 2, a professora usa o recurso de fechar os olhos. Uma menina pega o
tapa olho e da para a professora. E a professora canta: “Eu vou fechar meus olhos e quando
eu abrir. Eu quero ver agrupada 2 sentada toda aqui. Pode abrir?” As crianças revelam:
“Nãaaao, falta fulano”. E diz que todos vão sair quando fulana colocar o calçado. “Fulana,
você pode colocar o sapato por favor” diz uma coleguinha.
Ao mesmo tempo são flexíveis. Em dias quentes de fevereiro, aconteceram banhos de
mangueira. Como estava muito calor, conversaram e entram em consenso, sobre deixar fluir
um pouco mais este brincar livre.


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A escola respeita bastante esse tempo de adaptação dos alunos que estão chegando, o
mesmo acontece em caso de alunos especiais, dando o tempo deles, deixando circularem
livremente pela escolas e salas, mas deixando claro que existe uma rotina e atividades a fazer.
No pátio observo um aluna em adaptação, com pouca experiência de escola, por estar
sozinha no pátio a professora dela me pede para eu ficar observando ela, que a mãe estaria a
caminho pois a menina já tinha pedido para ir embora mais de uma vez. A menina estava no
pátio pegando e comendo jabuticaba. Pergunto se esta gostando da escola. Ela me responde
“Estou amando” Pergunto o que ela mais gostou. Ela
me responde “O jabuti” E depois? Pergunto “As
árvores” e depois “Tudo!” Outra criança vem chamar -
la “Hora de subir. Esta quase na hora do lanche” Logo
as 2 começam a brincar e rir. Neste momento a mãe
chega. A menina pede para ficar mais um pouco. A
professora desce e diz que estava esperando a menina
que tinha descido, explica para a aluna em adaptação que era hora do lanche e que a amiga
iria subir, e pergunta se ela gostaria de subir junto também. A mãe dizia que a esperava. A
menina pede para ficar mais um pouco para brincar, a professora reforça que aquela era hora
do lanche. A menina sobe para pegar a mochila. A mãe pergunta “Minha filha se queria ficar
porque pediu para eu te buscar?” Eu queria brincar. Na sala perguntam pela menina: “Porque
a aluna foi embora mais cedo hoje?”

A sala está sempre sendo organizada e limpa. Todas participam ativamente para que
isso aconteça. Assim como, as crianças desde muito pequenas participam e ajudam nesta
rotina. Existe os materiais (vassoura, pá, rodo, pano, escova, espanador) todos disponíveis
para elas. 


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !16


Faz parte fazer o café e lavar as
xícaras, e lavar até o final. A diretora me
conta que por isso a observação é
importante até o final. Perceber se ao
derramar, ele por ele mesmo vai pegar o
pano para enxugar. Se você vier com o
pano, vai tirar a chance dele pegar por ele
mesmo. Pude observar varias vezes,
quando automaticamente vinha um adulto
pegar algo que estava no chão, um material
ou um copo, uma professora ou auxiliar
falavam: “Não, deixa, que tal criança ainda
vai pegar". Neste ponto se trabalha não
apenas a responsabilidade e não acostumar
mal, mas a questão do serviçal, diz a
diretora em uma entrevista a rede de TV local. Montessori diz algo como, não ajude uma
criança algo que ela possa fazer sozinha.

Em Montessori, os materiais se chamam “enxoval”. Para cada turma se tem uma


listagem de materiais mínimos: o que deve conter na sala de uma agrupada 1, o que deve
conter na sala de uma agrupada 2, o que deve conter na sala de uma agrupada3. Existem,
apostilas e cds para produção de materiais. Pergunto a Diretora se existe alguma uma
enciclopédia dos materiais e ela me responde que sim porém “fora de nossa realidade” Talita
de Almeida, fundadora da Associação Brasileira Montessoriana, é quem até hoje traduz e
atualiza os materiais. Talita, hoje com 85 anos, estudou com Mario Montessori, filho de
Maria Montessori na Italia.


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !17


Nas atividades acontece o mesmo. Na agrupada 2 pude observar. A criança pega um
material. A professora demonstra como se trabalha com o material. A criança tenta e não
consegue. E guarda o material. Depois, a professora pergunta se conseguiu. A criança diz que
não. E a professora diz para pegar que ela vai ajudar. E junto demonstra mais uma vez. Deixa
a criança. Ela consegue. E diz que conseguiu feliz.
Já na caixa de areia onde as
crianças desenham com o dedo a letra. A
professora antes mostra a letra, demonstra
com primeiro com seu dedo em cima da
cartela como se desenha, depois demonstra
junto com o dedo da criança em cima da
cartela e depois apenas observa como a
criança faz na caixa de areia. Em nenhum
momento corrige, ou faz que não com a
cabeça. E sim, oferece letras mais simples se
está complicado para a criança.
Ao fazer uma atividade em que
cada criança tinha que pegar seu nome dentre
outros, dificulta colocando mais nomes e com
as mesmas iniciais ou facilita colocando
menos nome com apenas a inicial da criança.
A diretora me explica que depois
que conhece a proposta e entende os
objetivos, você tem condição de produzir. E
isso é um processo, pois existe todo um
estudo. Cada material tem um foco e o
objetivo isolado para se trabalhar. Por
exemplo, se é dimensão, todos tem as
mesmas cores, são feitos do mesmo material, normalmente madeira. Todo material do reino
vegetal: tem um fundo padrão, tem que ter o mesmo tamanho e a mesma quantidade.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !18


Os materiais são pensados para ajudar no
controle do erro. Em que a própria criança
perceba o erro, corrija ou peça ajuda. Não
precisa dizer se esta certo ou errado.
Somente quando a criança entende o objetivo
daquele material é que podemos trabalhar
com 2 materiais juntos e unir 2 objetivos,
num processo de expansão. Observo que as
crianças aprendem umas com as outras, pois um sempre observa o outro.
Para mostrar seriedade no cuidado ao material, a professora diz que quer conversar
com as crianças, aproveita que já estavam sentadas em roda e pergunta: “o que é isso?” e as
crianças respondem “um fio” e depois mostra um clips e também pergunta “e isso?”e as
crianças respondem “material”. A professora mostra “isso é igual a isso” e mostra como se
trabalha com material. Para finalizar pergunta: “é para fazer isso com o material?” e as
crianças mesmas respondem. “não”. O silencio no momento de trabalho é sempre lembrado
“cada um vai levantar em
silêncio, pegar o material,
para trabalhar em silêncio.” 


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !19


Na agrupada 4 descrevo uma atividade que acompanhei mais de perto: As meninas
trabalhavam em uma atividade individual que cada uma havia escolhido, eu estava sentada na
mesa com elas, elas me mostram a atividade e comentam que era fácil. A professora chega e
diz, “precisamos fazer uma atividade de história”, explica objetivamente: “faz parte do nosso
planejamento, conversamos sobre, depois vocês terminam essa atividade”. Dá um tempo para
as meninas, que logo se organizam e vão para outra mesa. As acompanho. Logo chegam mais
dois meninos. Ofereço meu lugar, mas a professora diz que ele pode pegar uma cadeira para
ele. A professora explica essa é uma atividade de história. O que é história? O que a história
estuda? Uma aluna responde “A história estuda a história das coisas” A professora diz que
estudamos o que passou para entender melhor o presente. Cada um estudou de maneira
individual, agora é o momento de compartilhar. Uma aluna começa a compartilhar o que
estudou sobre “o descobrimento do Brasil” e conta uma história que estava no livro, a busca
das especiarias…A professora aproveita um gancho que a aluna deixa que não sabia se eles
tinham errado o caminho ou feito de propósito. E pergunta: “O que vocês acham?” E explica
as navegações estavam começando… “Vocês acham certo dizer que Portugal descobriu o
Brasil?” “Não foram os índios, responde um aluno” As crianças falam livremente o que
sabem. Um menino negro conta histórias da escravidão, como a história da manga com leite e
os castigos que mulheres e crianças, sofriam enfatizando “os brancos”. A professora coloca
“os portugueses”, e o menino continua “os brancos”… A professora distribui a atividade e diz
essa atividade é sobre a opinião de vocês. “Com base no que vocês estudaram: o que os
índios sentiram neste primeiro encontro. E o que vocês acham que os índios viram”
Respondendo alguns questionamentos dos alunos a professora responde “A atividade vale
dois x na ficha de progresso (conversa e ficha). Podem fazer, depois guardar e voltar para o
que estavam fazendo. Vamos fazer silencio para que cada um consiga fazer no seu tempo. A
imagem é para você se inspirar, o que você tiver de conhecimento é ótimo” Uma das meninas
questiona se todos fariam aquela atividade e a professora responde que sim. A professora me
explica que as meninas, no momento de pesquisa livre, tinham pesquisado na biblioteca
o“Descobrimento” e que os meninos haviam feito uma pesquisa sobre Pré Historia e que
vinham com conhecimentos prévios. E que a pesquisa das meninas calhou com que ela
precisava, de que os meninos também trabalhassem aquele assunto, por isso juntou os 4.


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !20


A inclusão é abraçada pela escola,
principalmente pelas crianças. A diretora me conta que
no inicio era mais difícil e que hoje as próprias
crianças tem a iniciativa de não deixar a outra criança
sozinha. Um dos alunos especiais já conhece a rotina,
mas dependendo da medicação varia na concentração
dos trabalhos, me conta uma auxiliar. Mas nas
brincadeiras , observo que chega ser o centro das
atenções. Produzem brincadeiras como “The Voice”
com microfone, caixa de som, e cadeiras giratórias
durante a semana porque o aluno gosta muito e acaba
que todos participam.
Nos dias de sexta-feira, que é dia de cada criança levar um brinquedo. O aluno vai
fantasiado e encara seriamente o personagem que traz. De médico, tinha uniforme completo,
com touca, mascara, luvas, uma maleta com instrumentos e receituário. Todos se consultavam
com Dr. e levavam a serio a encenação. Uma auxilar me conta que ele estava de médico
porque tinha feito uma cirurgia recentemente. E que é sempre assim, em dia de Natal vai de
Papai Noel, leva a serio seu personagem durante todo o dia, fala com todo mundo e que a
mãe dele capricha no figurino. A mãe deste aluno, ao final da reunião de pais, dá todo parecer
de saúde, e também diz que pode trabalhar atividades com ele em casa, para passarem o que
acharem que é possível. E comenta com a professora sobre a falta de interesse dele na
alfabetização e a professora confirma.

A aluna com Autismo é nova na escola, e assim como ainda está conhecendo a rotina
da escola, as professoras, funcionarias e psicologa também ainda estão aprendendo como
lidar com ela. A mãe dela, também ao final da reunião de pais, fala com as professoras e
diretora: “Ela entende tudo, pode ser dura com ela, o que vocês precisarem, recomendarem 


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !21


me falarem que faço tudo”. A aluna tem sido acompanhada por uma auxiliar mais uma
psicologa todos os dias e tem feito atividades, inclusive ajudou a servir o lanche um dia..
Circula pelas outras salas. E dá trabalho quando as meninas tem que ficar saindo atrás dela
pela escola. Mas se percebe que a aluna, realmente entende, porém não consegue abrir mão
de sua vontade. Como por exemplo, “fugir”, no meio do trajeto para sala de aula, para o pula-
pula. E acatar quando dizem:“Aluna, tem que tirar o sapato”. Mas fazer do jeito dela: pulando
e jogando com o pé as sandálias para lado de fora .
Dentro da rotina está inserido o
inglês. A professora, chega e pergunta a
criança que esta trabalhando, ela fala
primeiro em inglês “What are you doing? a
criança olha e pergunta “o que?” e ela
traduz “O que você esta fazendo?”logo as
crianças estão tentando adivinhar, e depois
estão apontando objetos para que ela fale
em inglês e descubram uma nova palavra.
As terças a escola recebe atividades extras, Expresão Corporal e Taichi. E tem aula de
programação de games e robótica, cobradas a parte. E toda sexta-feira, além de poder levar
brinquedo, vai uma contadora de histórias. Ela leva um balde com livros bem interessantes
como por exemplo o “O homem que amava caixas” de Stephen Michael King. A Contadora
pede para cada criança escolher um livro no balde, escolhe uma história para contar, e as
crianças devolvem os demais livros. Este balde faz parte do projeto literário da escola, que
sempre compra livros escolhidos a dedo, e estes livros circulam nas casas das crianças a cada
fim de semana. 


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !22


Os aniversários na escola, no dia, os pais
vem a sala para fazer a linha do tempo com as
crianças. Onde os pais trazem fotografias e contam
um evento que marcou a cada ano a criança, para que
ela relembre e construa sua trajetória até a presente
data. No chão, se coloca todos os meses do ano em
torno do sol, e a cada evento, a criança gira com a terra na mão e todos cantam: “girando em
volta do sol, girando em volta do sol, e (nome da criança) completou 1 ano….girando em
volta do sol, girando em volta do sol, e (nome da criança) completou 4 anos”, até quantos
anos a criança esta fazendo. Depois cantam parabém e fazem uma rodada de desejos para o
aniversariante. E no fim de cada mês tem a festa dos aniversariantes do mês, em que os
aniversariantes ajudam a confeccionar o bolo, a gelatina, encher os saquinhos de pipoca.
A cada 2 meses a escola faz o Almoço Cultural, para se conhecer uma comida e uma
cultura nova. A escola tem diversos eventos: passeios ao centro histórico, festa da família (no
inicio do ano com objetivo de se conhecerem), festa da roça em junho, feira literária, noite do
pijama em que ouvi muito falar, onde as crianças saem para dormir em um sítio, dia dos pais,
olimpíadas, a mostra pedagógica, em que as crianças demostram um pouco de Montessori
para os pais, e escutei relatos que pais saíram transformados desse evento, e a festa de
encerramento.


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !23


ETAPA 3: Análise das características do PPP

Projeto Político Pedagógico- 40 hs


Segundo o PPP da escola a filosofia é: O desenvolvimento integral da criança. Ter um
ambiente preparado para que a criança possa desenvolver-se livremente.
Os objetivos do projetos são: Responder à curiosidade natural dos aprendizes para
nutrir o desejo pelo aprender, pelo descobrir, pelo partilhar saberes.
Oferecer classes de idades mistas, nas quais o processo de socialização é mais rico e
solidário, pois possibilita a cooperação, ajudar e receber ajuda. Favorece a troca de saberes
entre as crianças. E propicia uma experiencia de viver em comunidade.
Oferecer também ambientes estruturados e preparados de acordo com o currículo de cada
grupo, estimulando a construção do conhecimento. Uma sala inteira com materiais
organizados e dispostos nas estantes de modo que a criança “caminhe pelo currículo”.
Oferecer ainda professores, com capacitação em Educação Montessoriana, capazes de guiar
cada criança por seu currículo e de lhe oferecer oportunidades de aprimoramento em seu
desenvolvimento.
A meta é construir um projeto que envolva profissionais, pais e alunos , com
autoconstrução, a criatividade e a confiança.
Sobre a organização em agrupadas: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
nº 9.394/1996 dá liberdade a cada instituição para organizar suas classes, e a estruturação em
ciclos é apresentada como sugestão nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
No documento introdutório dos PCNs localizam-se os argumentos de que a
flexibilização da seriação abre possibilidades de se trabalhar um currículo ao longo de maior
tempo, assegurando respeito às diferenças e aos ritmos individuais e reconhecendo que as
salas em ciclos permitem uma melhor distribuição de conteúdos conceituais, atitudinais e
procedimentais. Aponta, também, como vantagem o não fracionamento de conteúdos e a
melhor adequação dos instrumentos destinados à prática pedagógica da etapa de
desenvolvimento trabalhada.
O currículo caminha entrelaçando-se com os temas significativos para os alunos, em
uma ação transdisciplinar.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !24


Na educação infantil acredita que a criança precisa de múltiplas oportunidades de
estímulo no transcurso dos “períodos sensíveis”, caracterizado principalmente pela “mente
absorvente”. A proposta da matriz curricular da educação infantil está fundamentada no
respeito ao ritmo da cada criança e na livre escolha, um processo lúdico que mobiliza e
estimula a criança.
No ensino fundamental acredita que a inteligência se manifesta de maneiras diferentes
e que cada indivíduo pode apresentá-la em sua forma particular, construindo, assim, o
conhecimento. A proposta da matriz curricular do ensino fundamental busca proporcionar
atividades em que cada um pode expandir seus talentos, buscar a área de trabalho com que
melhor se “afina” e encontrar o equilíbrio entre corpo, mente, intelecto e espírito.
O trabalho com língua estrangeira desperta na criança o desejo de ultrapassar
fronteiras. O inglês está presente desde a educação infantil três vezes por semana.
A consciência corporal está também presente nas aulas de Taichichuan currículo
obrigatório, uma vez por semana.
E o estimulo a imaginação, e conhecimento de outras culturas na contação de história
também uma vez por semana em todas as turmas.
A politica de avaliação, como Escola Montessoriana, a verificação de aprendizagem
comporta um olhar mais abrangente e, por não priorizar tão somente o conteúdo aprendido
tradicionalmente, mais exigente. Assim, se entende que o conhecimento envolve o raciocínio,
a habilidade de unir intuição e razão, cautela e audácia, e isso se entende que nasce tanto da
qualidade da informação quanto da experiência.
No Ensino Fundamental, os estudantes têm como instrumento de avaliação: a
Autoavaliação do comportamento; Avaliação do desempenho nas diferentes áreas do
conhecimento, elaborada pela orientadora de classe a partir da observação do trabalho da
criança no cotidiano da escola, diante das múltiplas oportunidades que o ambiente preparado
oferece; e a Consolidação da Ficha de Progresso Semanal.
Na Educação Infantil acontece a cada trimestre a reunião com os pais. E a direção está
sempre aberta para se reunir com os pais.
Independentemente da idade, os alunos, desde muito pequenos cuidam ativamente do
seu ambiente. São encorajados diariamente a assumir a responsabilidade por seus

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !25


comportamentos e a se tornarem agentes de sua própria aprendizagem. A responsabilização é
introduzida gradualmente e aumenta à medida que a criança amadurece.
No Ensino Fundamental, a responsabilidade é estabelecida por meio da utilização da
Ficha de Progresso Semanal, na qual a criança registra seu trabalho, tendo como parâmetro o
número de atividades que deve realizar em cada área. O estudante é orientado pela professora
sobre as tarefas que deve realizar para percorrer os conceitos em foco num determinado
período. Além disso, a Ficha de Progresso Semanal registra um processo no qual a criança vai
pouco a pouco organizando seu tempo e suas escolhas, de modo que aprenda a lidar com
metas e exercite alcançá-las.
A formação de professores é continuada, seja em cursos trazidos a escola, visita a
outras escolas e cursos de formações específicas no inicio de cada ano.


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !26


ETAPA 4: Gestão

Coordenação - Direção e Vice Gestão - 60hs


Questões da observadora:

Como surgiu a Escola Céu Azul? Quando foi inaugurada? Quem são as fundadoras?
Quais foram suas motivações? Quem é Mariauria? Quem é Tatiana? Qual a trajetória de cada
uma? Como era antes? Como é hoje? Qual era a estrututa? Qual é a estrutura de hoje? Qual a
capacidade hoje ela tem de atender? Quanto atende, Quantas crianças? Descrição de sua
estrutura física. Qual horário de funcionamento? Quais são as necessidades e metas a medio e
longo prazo? Sobre acessibilidade, existe alguma adaptação? Qual seu corpo docente? Como
se dá as escolhas adjacentes como de psicologas e nutricionistas? Como é a relação entre o
corpo docente? Como é a formação das professoras? Como se dá o momento troca entre os
docentes, para reflexões, resolução de problemas, novas ideias? de quanto e quanto tempo?
Como é o diálogo com os pais? Quais as características? O que buscam? Conhecem
Montessori? Qual a classe social? Quantos bolsista? Tem alguma ideia de percentagem de
meninos e meninas, negros e brancos? Como é o financeiro da instituição? Como são
pensadas as atividades extras? A escola promove eventos? Quais?
A Escola Céu azul é uma instituição com fins lucrativos inaugurada em 2014 situada
no bairro de Nogueira, Petrópolis-RJ. Foi a primeira Escola Montessoriana de Petrópolis, e é
associada a ABEM (Associação Brasileira de Ensino Montessoriano).
A escola, enquanto documentação foi fundado em 1994, por Leila e suas 2 filhas.
Começam na garagem de casa e os primeiros alunos foram seus sobrinhos. Tatiana, atual
diretora da Céu Azul, participou deste momento e depois saiu para estudar. A escola
funcionou durante 20 anos. Em 2005 ela passou já a funcionar no mesmo espaço que é hoje o
Céu Azul, e em 2009 passou a ter o Ensino Fundamental.

De 2011 para 2012 Tatiana foi convidada para coordenar a escola. Neste momento,
ela já vinha com uma visão sócio construtivista, da criança mais ativa, menos passiva.
Observou que por ser uma escola pequena existia a possibilidade de mudança. Com essa
intenção, largou tudo e topou pegar a coordenação, com a condição de poder fazer uma

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !27


gestão diferente. Tatiane é formada em Letras. Começou na Educação Infantil e trabalhou
com Segundo Seguimento e Ensino Médio, porém profundamente incomodada com sistema
tradicional. Pois via que não fazia sentido. Conta que até poderia fazer diferença em sua aula,
mas ao sair, o outro professor não dava continuidade, e isso trazia um profundo incomodo,
frustração. Sentia que o sistema a engolia. Conheceu Montessori em 2006, durante uma visita
a uma escola em Niteroi.
Foi de 2013 para 2014 que Tatiana de fato trouxe Montessori para escola. Neste ano,
ela compra a escola e começa sua gestão no início do ano, trazendo o primeiro curso de
formação, que aconteceu durante todo mês de janeiro na própria escola. Foram reformadas as
estruturas físicas, quebraram as paredes. As turmas foram agrupadas. Ganharam as estantes e
alguns materiais que precisavam de reforma.
O primeiro momento foi conhecer a teoria, os materiais e a técnica. A ideia de
mudança foi apresentada e“vendida” para os pais. Conversando que pensavam que esse
sistema não funcionava mais, que hoje as crianças são diferentes, que estavam com esta
inquietação e que por isso estavam reestruturando a escola. Tatiana conta que esse primeiro
ano foi maravilhoso, pois todos se doavam muito, afinal tinha que dar certo. Mas ao mesmo
tempo foi difícil, se trabalhou com muita insegurança, pois foi um processo novo, de
desconstruir, como ensinar sem quadro, sem livro, sem caderno, em turmas mistas?
Neste primeiro ano não perdeu nenhum aluno, pelo contrário, o número de alunos
mais que dobrou. De 34 passaram a ter 86, sem fazer nenhuma propaganda. Apenas com
resultado do trabalho. Tatiana conta que os pais notavam nitidamente a mudança de
comportamento. E que uma avó, chegou para ela e disse: “Eu seu dizer todos os alunos de
vocês que estão na festa. Todos que bebem água, lavam seus copos.”
Em 2015, houve o segundo curso de formação na própria escola. Visita a escola de
Niteroi e de Juiz de Fora. Nesses 2 anos a escola foi supervisionada pela Associação
Brasileira Montessoriana.
Em 2016, Mariauria entra como sócia. E a formação passa a ser na Aldeia Motessori
no Méier, Rio de Janeiro, com intuito de interagir em outro meios.
Hoje sua estrutura física é construída de uma casa, com 1 sala de aula dos pequenos
com um quarto do “soninho”, 1 secretaria, 2 banheiros (1 infantil e 1 adulto), 1 mezanino, 1
bebedouro, 1 área de cozinha com pia e mesas. Uma casa de 2 andares em anexo: No

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !28


primeiro andar: 1 sala, 2 banheiros (1 infantil e 1 adulto), 1 pia para as crianças, 1 tanque para
as crianças, 1 cozinha oficial. No segundo andar, 1 sala, 1 cozinha para as crianças e 2
banheiros.
A escola é composta por um pátio amplo, partes de grama e parte de cimento, com um
playground ( 1 escorrega, uma ponte e 2 balanços - um baixo e um alto, pneus), 1 mesa de
pedra, um cercado com coelhos e galinhas, uma casinha de bonecas, um caminho desenhado
no chão, uma amarelinha desenhada no chão e outra de almofadas, 1 caixa de areia sem
cobertura, uma parede de escalada, um pula pula e árvores frutíferas (jabuticaba, lima da
pérsia, limão, mamão, laranja), um tanque de água na altura das crianças.
O espaço da instituição ainda possui uma piscinas que atualmente está desativada.
Hoje a escola não disponibiliza de instalações adaptadas para quem é portador de
necessidades especiais.
A infraestrutura oferece às crianças um ambiente familiar e acolhedor, limpo e
organizado. As salas de aula são espaçosas, claras, ventiladas, limpas, bem organizadas
oferecendo um lugar propicio para as crianças. Os banheiros são adaptados para crianças
pequenas.
A escola funciona em horário integral das 7h as 18h e meio período. No fundamental
trabalham de 10h as 17h por que eles precisam de um tempo maior para colocar tudo em
pratica. Eles almoçam juntos na escola. Aprendem a preparar uma mesa e lavar a louça. É um
momento fundamental de convivência e trocas, muito rico de se observar. Para educação
infantil, funciona meio período. E se for período integral se escolhe o horário, podendo
permanecer na escola o máximo de 9 horas.
Hoje a escola trabalha com o limite de 80 alunos. Tem: 30 alunos na agrupada 3 e 4
(de 5 a 12 anos), variando. Na agrupada 3 tem 23 e alguns já usam o caderno.Na agrupada 4,
tem apenas 9 e todos já tem o caderno. A agrupada 2, tem 25 crianças (de 3 a 5 anos) e 15
crianças na agrupada 1 (de 1 ano e meio, já andante a 3 anos). A agrupada 2 corresponde a
educação infantil. Agrupada 3 corresponde ao primeiro, segundo e terceiro segmento e a
agrupada 4 corresponde ao quarto e quinto segmento. Apresenta um numero equilibrado de
meninos e meninas.
A Escola atende a um público variado sócio econômico. Mas pode-se dizer que a
maioria são filhos de uma classe média. Parte significativa, são filhos de cariocas que se

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !29


mudaram para a Serra. De pais que moravam na zona sul do rio, a pais que moravam na
baixada em uma casa construída sobre a laje. De crianças que já viajaram para o exterior a
crianças que viveram em abrigos e foram adotadas. A escola tem muitos bolsistas, filhos de
professoras e funcionários com 100% de bolsa, e outros com descontos significativos.

Compõem em seu quadro de funcionários 4 professoras, 3 auxiliares, 2 estagiárias e 2


serviços gerais. Na grupada 1: Paula (professora), Anne (auxiliar) e Tais (estagiária). Na
agrupada 2: Gabriela (professora), Viviane (auxiliar) e Beatriz (estagiária). Na agrupada 3:
Monique (professora) e Julia (auxiliar). Na agrupada 4: Stefanie (professora). E Luciene e
Cátia (Auxiliar Geral), sendo que a Cátia fica mais com a agrupada 3 e 4 e a Luciane mais no
Pátio e com os pequenos.
Além disso integram a equipe: 2 cozinheiras, 2 limpeza, 1 zelador, 2 gestoras e 1
psicologa: Edna e Silvana (Cozinha), Camila e Rafaela (Limpeza), Maria Luiza (Psicóloga),
Tainá (Professora de Inglês - 3 vezes por semana) e uma auxiliar administrativo. Edna é
muito querida pelas crianças, faz bolos e pães. Em dia de aniversário tem até bolo vegano. As
crianças interagem na cozinha no dia a dia pegando e levando os alimentos, e a cada mês
participando da feitura da festa dos aniversariantes. Orlando companheiro de Tatiane esta
sempre na escola contribuindo na manutenção no espaço.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !30


Além da folha de pagamento, estão nos custos fixos mensais: aluguel, água, luz,
telefone, seguro, os impostos, FGTS e GPS. No financeiro a gestão tem como meta: Definir
nova estrutura organizacional; Analisar finanças e definir ponto de equilíbrio; Elaborar
estratégias para alcançar o ponto de equilíbrio; Definir sistemas e controles e Desenvolver
planejamento estratégico
Na gestão escola e planejamento estratégico está no topo da pirâmide as pessoas e
junto os seguintes pontos: identificar/recrutar, valorizar/reter, atualizar conhecimento e
administrar interesse. Nas bases estão os processos e sistemas. Os processos incluem o
pedagógico e administrativo, definir funções e controles e gerar indicadores de gestão. Em
sistemas está suportar os processos e facilitar a gestão.
As diretorias se dividem nas seguintes funções: Gestão Econômica-Financeira, Gestão
Operacional e Marketing, Pedagogia e Serviços relacionados (Psicologia, aulas extras),
Serviços Compartilhados (Copa, Cozinha) e Planejamento Estratégico/Projetos.
As metas de 2019 é reorganizar a estrutura (identificar recursos e definir funções) e
estabilizar as finanças (analisar informações e definir estratégias) e em 2020, iniciar o
segundo segmento e ter uma nova sede.
Cada professora chegou um em um momento, Monique da agrupada 3, está desde o
inicio, logo veio Stefane da agrupada 4, largou tudo para se dedicar somente a escola.
Gabriela, da agrupada 2, entrou como recreadora e no mesmo ano assumiu a turma como
professora, Tatiane a conhecia desde criança, esta um ano na escola. Paula, do Nido, acabou
de entrar na escola, fez o seminário e ainda esta entendendo como se trabalhar neste sistema a
qual não tem experiencia.
A escola é associada OMB – Organização Montessori do Brasil, participa dos
encontros anuais, os abertos e apenas para associados. Assim como estimula a formação
continuada das professoras, buscando formações e visitas externas, e trazendo cursos
específicos para serem realizados internamente.
A direção é super embasada e clara, nos paramentos pedagógicos, filosófico, humanos
e psicológicos. Isso é muito positivo não apenas internamente na administração de seu RH,
mas sobretudo na relação com os pais e com a secretaria de educação e defesa de seus
direitos. Uma qualidade que destaco é a humildade e transparência, que na pedagogia são

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !31


essenciais. Uma direção arrogante e turva faria desmoronar tudo de lindo que estaria sendo
aplicado na escola.
Neste período de estágio, pude aprender muito com Tatiane. Após ela sair de uma
conversa com uma mãe, compartilhava: “Aqui é um espaço plural”. “Estamos em processo,
somos um espaço de formação”. “Você tem que olhar o nível de cobrança que passa”, “Não
passar insegurança”. “Se permitir errar”. “As vezes sua preocupação, não é um problema”
“Somos resilientes, temos a capacidade de transformar”
A funcionária Lu, que está desde o inicio, e acompanhou a transição para Montessori,
me diz muitas coisas sensíveis e pertinentes. Conta que metodologia mudou a vida dela e
busca trazer-la para para seu dia a dia. Comenta sobre o “trabalhar o tradicional que
carregamos dentro de nós”. Fala da importância de: “saber ouvir, parar para ouvir as crianças,
ouvir com respeito”; “Ter carinho pelo que faz”; “Você não pode tratar todas as crianças
iguais, pois todas são diferentes”. De saber que: “Por causa de cada problema tem algo por
traz”; “Nosso país é pobre, e não querem que nós pensamos, sejamos críticos”; “ As crianças
de hoje são carentes de afeto, os pais não tem tempo, estão sempre no celular”. Exemplifica
dizendo que na reunião se pais trimestral, de uma turma de 30 alunos, apenas 8 pais
estiveram presentes. E que isso é muito representativo da necessidade de se trazer os pais
para escola. A escola busca isso com 2 programas: “Alegre Observador” em que os pais
agendam e podem observar. Como também o evento “Mostra Pedagógica” em que além de
mostrar os trabalhos através das crianças, tem palestras e debates.
Os PCM’s (Parâmetros Curriculares Montessorianos) são adaptados ao contexto
brasileiro, e funcionam como orientação e sugestão, para cada seguimento. No documento
diz: “É uma proposta flexível a ser concretizada em cada unidade escolar, atendendo às
necessidades de organização, buscando garantir as diversidades culturais, regionais, étnicas,
religiosas e de qualquer outra espécie e objetivando, acima de tudo, atuar no processo de
autoconstrução do homem e levá-lo a se constituir como cidadão do mundo, para a
implantação de uma real democracia e para a sedimentação da paz universal.(…) Assim
sendo, cabe a cada escola o estabelecimento de conteúdos curriculares por área de
conhecimento/etapas de desenvolvimento, referindo-se ao que é possível dentro de cada
conteúdo a ser apreendido pelos alunos. É conveniente lembrar que a Escola Montessori não
se contenta com o básico, tendo sempre o objetivo de refinamento de cada aprendizagem, já

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !32


que é condição essencial da Educação Montessori desenvolver o potencial humano. As
orientações didáticas apresentadas devem servir apenas como sugestão de trabalho e
instrumento de facilitação para a organização dos ambientes nas classes de ensino
fundamental, as quais deverão oferecer às crianças tais possibilidades de trabalho.”
Como um todo a escola atende as necessidades básicas das crianças, nos aspecto
sócio-afetivo, educativo, cognitivo, linguístico e psicomotor.
Na reunião com pais que pude observar tinham 11 presentes. Mariauria fala da
importância da rotina, de chegar as 10h para que as crianças participem. No uso do aplicativo
da escola para se comunicarem, autorizarem passeios por exemplo. Explica como funciona a
rotina do remedio. Faz a comunicação dos eventos, aulas extras. Um pai pergunta sobre aulas
de tecnologia. As professoras demostram as
musicas que elas cantam em sala de aula para
convidar as crianças para roda. Momento de
esclarecer algumas duvidas e inseguranças dos
pais. “Como é pontuado as dificuldades?”
“Crianças que não sabem ler, vocês dão mais
prioridade a isso ou para todas as áreas?” “O
tempo todo estamos atentas, observação diária das necessidades. A ficha individual é um
recurso. E temos outros para ajudar a esclarecer as dúvidas. Pensamos em cada um. O que
precisamos” As professoras explicam como funciona a dinâmica em sala de aula, que. é
preciso passar por todos os materiais. ir e voltar. Que as crianças escolherem, mas também
tem o convite: “Você já trabalhou bastante com uma estante e ainda não passou pela outra”
Explicam como são as fichas para os pais, e mostram a ficha de progresso, guia mensal eles
mesmos preenchem. A professora explica como é apresentado o alfabeto para a criança:
“Olha o s, tem varias formas de se apresentar, mas escrever, escrevemos assim”. Fala que tem
cuidado de não apresentar os mesmos fonemas para não confundir (por não saber ainda se a
criança sabe distinguir o auditivo bem). A mãe ainda questiona, mas “porque a letra cursiva”?
E respondem dizendo que existem estudos científicos que ela atinge uma área do cérebro. A
professora mostra o painel, na altura dos olhos das crianças, mostrando as letras em cursiva e
bastão em maiúscula e minúscula. E a mãe conclui “só queria entender, mas eu confio em
vocês, eu achava que poderia confundir cursiva e bastão”. 


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !33


Os materiais são confeccionados ou compramos pela gestão. Apenas um observei que
pode ser melhorado. Era um sobre as profissões, onde o objetivo da atividade é dar
vocabulário para a criança, da agrupada 2. Em Montessori pedem que sejam fotos reais e não
ilustrações, tenham o mesmo tamanho e moldura padronizada. Mas o fato das fotografias não
serem de brasileiros, a maioria dos profissionais ilustrados eram brancos, mesmo o jardineiro,
o policial, o pedreiro, a única pessoa negra era a atendente de supermercado. Tendo em vista
a importância dos estudos de representação social do negro, para a construção da autoestima
e autoconceito da criança negra - uma vez que a internalização de uma representação
inferiorizada pode produzir a auto-rejeição. Faço essa crítica-construtiva.
Tem um livro bastante interessante que se aprofunda na questão da representação do
negro no material didático: “A Representação Social do Negro no Livro Didático: O que
mudou? Por que mudou?” de Ana Célia da Silva da EDUFBA (SALVADOR,2011)


Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !34


Transcrição entrevista Tatiane para rede de TV local:

“Montessori nasceu na Italia em 1840. Foi uma das primeiras médicas. Ela fez um
grato favor para a gente, que foi observar a criança, ela como médica, neurologista,
incomodada com a situação de algumas crianças com dificuldade de aprendizado. Ela
desenvolveu para a gente um método científico, que hoje é conhecido no mundo todo. Em
Petropolis nós fomos os primeiros a trazer.
E foi um prazer para mim, na minha vida como professora conhecer essa
metodologia, ainda na minha graduação. Conheci em uma escola em Niteroi. Fiquei muito
impressionada quando cheguei naquele espaço e vi uma escola sem carteira e sem quadro. Eu
lembro da sensação se arrepio até hoje. Eu já era professora e pensei, ‘meu Deus, isso existe’.
Fiquei impressionada. E o que mais me chamou atenção, foi a desenvoltura das crianças. Eu
fui em um dia de evento, em uma festa de encerramento. E eu percebi que tinha uma coisa de
muito diferente naquelas crianças, porque elas se apresentavam e cantavam com muita
segurança. Então a estrutura da escola me chamou atenção e depois o resultado do que eu vi.
Eu fui convidada pela vizinha que tinha filhas nessa escola. E nós fomos.
A principio quando as crianças me contavam da escola eu achava gente que loucura,
como muitas pessoas acham até hoje, meu primeiro julgamento foi esse. ‘uma escola onde as
crianças escolhem o que ela quer fazer, como assim?’ Porque a gente não entende o
significado da palavra liberdade. Então a gente acha que a pessoa que tem liberdade de escola
é uma pessoa sem limite. Então eu pensava ‘era só o que me faltava agora, crianças escolhem
o que querem fazer na escola, é o fim’ Foi meu primeiro pensamento. Mas a liberdade só
funciona com responsabilidade. Somos livres como cidadã. Porque cumprimos a regra da
cidadania.
Então na escola a criança tem liberdade de escolher, mas ela tem regras para cumprir.
E ela entende desde muito pequenininha que a escolha tem consequências. Então a gente não
precisa punir a criança. Porque ela desde muito nova num espaço montessoriano ela entende
isso. Se ela escolhe um material, ela é responsável por guardar esse material. Se ela espalha
um material, ela tem que juntar. Se ela suja, ela limpa. Então isso não é punição, não é
castigo, é consequência de uma escolha. Então a gente também com essa ideia da
responsabilidade, a gente tira o conceito do serviçal, que ainda no Brasil é muito grande.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !35


Então a escola é um espaço para todos. Nossa escola é uma espaço para criança,e ela
também tem responsabilidade dentro daquele espaço. Então nosso tratamento ele é lidar, o
tratamento do adulto e da criança. A gente tem mais experiencia, mas a gente tem o mesmo
respeito pela criança que a gente tem pelo adulto.
Então o professor precisa ter uma postura diferente dentro da sala, por que ele ali não
é o centro das atenções. Ele esta ali como um guia, para a criança. O espaço, que é preparado.
Mas ele deixa de ser o centro. E isso mexe com o nosso ego. Porque? Eu sempre falo, quando
a gente era criança e brincava de escolinha, todo mundo queria ser o professor. Porque o
professor era quem tinha autoridade, quem mandava, era o centro das atenções. Numa escola
Montessoriana o professor tem que trabalhar muito esse ego. Porque a criança é foco
principal. Eu não sou o artista principal naquele cenário.
Então o professor tem que: observar a criança. Ele parte da necessidade da criança, não do
que ele escolheu. ‘Hoje eu vou dar isso porque achei essa atividade bonitinha’ Não. Eu vou
dar porque meu aluno precisa disso. Individualmente. Cada criança com seu tempo e com
suas necessidades. Todos precisam cumprir com todo o programa. Porém a gente entende que
cada criança tem um ritmo. Cada criança tem seu tempo. Cada criança tem uma forma de
aprender. Como nós os adultos a mesma coisa.
Uma outra grande diferença do Montessori, é que trabalhamos com turmas agrupadas.
Com 3 anos de diferença no mesmo espaço.
Então a gente trabalha com ciclo de 0-3, no Céu Azul, a gente não tem bebê, a gente pega a
partir de 1 ano e meio, ciclo andante até o quinto ano, primeiro segmento do ensino
fundamental. Hoje temos 4 agrupamentos: o primeiro de 1 ano e meio a três, depois de três a
cinco, depois de 6 a 8, depois de 9, 10, algumas completam 11 12 com a gente.
Por que agrupamento? Porque a gente entende que a criança aprende melhor com a outra
criança. Então o agrupamento trás muitos benefícios para a sala.
O ambiente deve ser preparado para todos os níveis. Então temos estantes com
materiais, que chamamos de enxoval. Então eu tenho que ter um enxoval, numa turma de 6 a
8 anos, para crianças de 6, de 7 e de 8. Agora uma criança de 6 pode trabalhar com material
de uma criança de 7 e 8 desde que ela esteja pronta. Assim como uma criança de 8 pode
trabalhar com material de uma criança de 6 desde que ela sinta necessidade daquilo. E uma
criança apresenta para outra o material.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !36


Então o professor chega na sala, preparou um material, ele convida uma criança e
apresenta para ela. E depois ela é multiplicadora desse saber. E as outras mais novas estão
sempre observando. Já aconteceu algumas vezes, de eu chegar com material novo, e vou
apresentar para o professor, e uma criança observando antes mesmo do professor já entendeu.
E ela diz: ‘eu entendi, eu posso fazer?’ e ela tem o interesse de continuar. muitas vezes a
gente não precisa concluir o processo. que ela já entendeu.
A avaliação é continuada. O professor tem um caderno e observa. A gente trabalha
com um professor e um auxiliar. E tem uma dinâmica na sala. Enquanto um esta sentado com
um ou com um pequeno grupo. O outro está de pé observando o que esta acontecendo. E
anotando.
Então eu apresentei o material, a torre rosa, que é um material muito conhecido,
material dourado. Então ela apresentou, se a criança não alcançou o objetivo, ela anota. Ela
não fala para a criança, ‘tá errado’, ‘não é assim’, ‘vai fazer de novo’,E não, ela anota. Em
um outro momento ela convida novamente aquela criança e apresenta novamente, até que ela
entenda.
As vezes a gente imagina que aquela criança já esteja preparada para aquele material.
E ai no meio do processo percebe, é eu ainda preciso trabalhar o material que antecede
Depois volto para esse material. E isso acontece de criança para criança. Um que já sabe
ensina para um mais novo. Que ainda não foi apresentado esse material.
A formação também é continuada, a gente não pode parar de estudar nunca. Na verdade
nenhum professor deveria. Então a escola está sempre trazendo pessoas de fora, então a gente
também envia nossos professores para outras escolas e para centros de formação. Então
período de férias dela é um período curto. Não é um período longo como normalmente o
professor tem. Mas elas vão felizes e voltam revigoradas com aquele conhecimento que é
para vida delas. Nós também como alunos, não tivemos essa oportunidade. Quando a gente
entende que a matemática pode ser prazerosa é uma alegria para a gente também não só para
o aluno.
A gente tem uma atividade na escola, a Semana Pedagógica, os pais podem passar um
sábado de manhã e as crianças apresentam nessa mostra material. E os pais saem, ‘faz o EJA
para os pais em Montessori, que quero aprender matemática, eu nunca aprendi isso. É muito
bacana.’

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !37


(…) Muita informação e poucas habilidades, principalmente social. (…)
E o conhecimento precisa trazer uma mudança de comportamento, então ele traz também
para a vida do professor Montessoriano. É uma mudança de vida. A gente primeiro precisa
viver essa transformação como adulto. Entender isso. Para depois passar para a criança.
Então a gente precisa de um ambiente preparado e de um adulto preparado.
A escola fica em Nogueira, na rua Epitásiso Pessoa, número 13.
Hoje a gente não trabalha apenas com as crianças do bairro, tem crianças da cidade toda.
A gente recebe muitos professores de outras escolas e para gente é sempre um prazer.
Porque divulgar o que a gente ama e acredita é um prazer. Então está aberto para todos, pais,
professores, diretores.
A gente funciona de 7h as 18h. Temos horário integral e meio período. No
fundamental a gente trabalha de 10h as 17h por que eles precisam de um tempo maior para
colocar tudo em pratica. Eles almoçam juntos na escola. Eles aprendem a preparar uma
mesa, a comer de garfo e faca, eles lavam a louça deles, eles ajudam a preparar os alimentos
as refeições.E traz uma riqueza. E uma convivência para eles, sentar a mesa com o outro é
um momento de troca fundamental. Meio período para educação infantil.” Período integral
escolhe o horário, podendo permanecer na escola o máximo de 9 horas.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !38


Etapa 5 e 6: Regência

Educação Infantil 20 hs e Ensino Fundamental 20 hs


Na etapa de regência na educação infantil as crianças escolhiam material e
espontaneamente vinham até mim e falavam que queriam trabalhar aquele material comigo.
Eu a observava, e após cumprir o objetivo da atividade, trabalhava lucidamente com o
material, inserindo vocabulários que elas não conheciam. Circulava, sentava com a criança e
material e explorávamos o máximo do objetivo da atividade. Outras crianças se aproximavam
e trabalhavam também, como por exemplo um ímã para saber o que é e o que não é metal. Ou
associar objetos a suas cartelas, e falar sobre os objetos, para que servem.
No fundamental a atividade foi planejada a partir de um livro da estante “Coleção
Jovem Cientista - Luz do Neil Ardley Editora Globo”, trouxe a proposta de fazer uma
experiência, que poderia estar dentro do currículo valendo como uma atividade. Conversei
com a professora sobre a ideia, que quantidade de alunos trabalhar, se com um pequeno
grupo ou se com toda a turma. Ela deixou em aberto, mas sugeriu fazer com toda a turma, e
trabalhar com dois grupos. Achei interessante pois depois poderia ter o momento da troca. A
professora ficou de se planejar e me dizer o melhor dia e horário. Planejei fazer a construção
da câmera escura como atividade principal, ela me daria narrativas para muitos
atravessamentos. Conferi se a escola tinha o material necessário. E em casa testei. Levei um
dia para apresentar para diretora, crianças e professora.
Partindo de minhas referências, Miguel Chikaoka e o Fototaxia, no exercício
pedagógico da fotografia com educação, repliquei algumas propostas de atividades o qual já
tinha prática, mas não com crianças. Fiquei incerta de quanto tempo gastaria, tinha muitas
ideias, mas não o espaço para todas. Então procurei fazer um planejamento flexível, para ter,
caso houvesse oportunidade, tanto de tempo, quanto de interesse das crianças, ter cartas na
manga para oferecer.
No planejamento busquei ter atividades individuais e em grupos. Como observado em
sala de aula, antes de se realizar uma experiência, eles falam sobre os materiais, antes de
fazer uma atividade de história eles falam o que é a história. Assim, com a experiencia da luz
poderia seguir o mesmo ritmo. Esta proposta também esta afinada com a proposta da

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !39


dinâmica de Chikaoka. Antes de construir a câmera, explorar o material e os instrumentos
utilizados na sua feitura. No caso, papel e as mãos.
Trabalhei com agrupara 4, num total de 9 alunos, dividi em 2 grupos, cada uma delas
recebeu uma folha de papel cartão. E pedi a eles que falassem sobre a origem, as
características e as possibilidades. Depois pedi para construirem, criarem um objeto qualquer
com ele, dentro das possibilidades. Depois cada grupo apresentou seu objeto. Procurei limitar
e controlar o tempo da dinâmica. Depois cada um recebeu uma folha e nela cada um
desenhou sua mão e escreveu para que usamos as mãos. Depois convidei um para ler o que
tinha escrito. Depois perguntei se alguém tinha escrito algo diferente para ler também.
Após falar sobre os materiais e suas possibilidades. Iniciamos a dinâmica com todo o
grupo. Afastamos as cadeiras e mesas e fizemos uma roda. Pedi para cada um pegar um
pedaço de madeira. Antes algumas informações foram passadas, como que iriamos fazer a
construção em silencio e que as informações iriam ser passadas por gestos, apenas pelo
campo visual. Era importante que todos estivessem em uma posição confortável para o
trabalho e pudessem me ver bem. E respeitassem o silêncio. E se alguém tivesse alguma
dúvida poderia levantar as mãos e fazer com apenas com gestos para chamar minha atenção.
Não usaríamos nem réguas nem tesouras, os dedos seriam usados para medir e as mãos para
rasgar. Teríamos um pedaço de madeira para ajudar a vincar.
O processo foi construído com muita calma, repetia a ação sinalizando passo a passo
para que as crianças pudessem acompanhar sem inverter os papeis ou a posição. Então
sinalizava, folha maior, passava o olho conferindo se todos tinha pego a maior. Demostrava a
diferença, para que eles se auto-corrigissem sem eu precisar falar, apenas demostrando e eles
acompanhando.
Depois foram distribuídos um pedaço de papel alumínio, um papel vegetal e cola. E
explicado o porque, que o papel alumínio veda a luz e que o papel vegetal por ser translúcido
não podemos ver através, mas que passa luz através dele suficiente para formar a imagem.
Neste momento me coloquei disponível para ajudar a encaixar algumas câmeras de quem
ainda não tinha conseguido.
Câmeras construídas, algumas instruções formatadas para a saída. Como a
importância de ficarem na sombra, de vedarem bem as laterais para não entrar luz e dar
tempo para os olhos se acostumarem. Mal deu tempo e eles já estavam explorando. Alguns

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !40


acatam os conselhos outros não. Todos viravam a câmera, tentando virar a imagem dentro
dela. Explicava que era assim, que funcionava como nossos olhos. A câmera despertou muito
interesse, e como era a primeira vez que a experienciavam, dei tempo para isso. Logo se
converteu em uma brincadeira, uma querendo aparecer na frente da câmera do outro.
Me perguntavam se a câmera gravava. Expliquei que como qualquer câmera digital,
precisava de memória, que esta foi a pergunta do “inventor” da fotografia, como ficar aquela
imagem no papel. Expliquei que no Renascimento, os pintores usavam a câmera p pintar, e
usavam um espelho para inverter a imagem, não apenas de cabeça para baixo como
horizontalmente. Se eles tinha visto que também a imagem era espelhada. Contei que a
primeira fotografia (imagem fixada) foi na França de um cara chamado Niepe, que deixou
uma placa de metal no armário com um vidro de iodo, e este evaporou e apareceu a imagem.
Mais ou menos 60 anos depois, em 1888, surgiu a kodak, que popularizou a câmera. Levei
uma câmera para mostrar como era uma câmera antes e alguns películas.
Levei uma lente e construí com papel diferentes aberturas, que funcionaria como um
diafragma controlando a entrada de luz. Expliquei com quem experimentava que funcionava
igual a ires de nossos olhos. Curiosos fomos até o espelho ver nossos olhos, reconhecer a íris
e a retina. Com a lanterna do celular demostrei como abria e fechava. Foi um processo
espontâneo e interessante, a ida ao espelho e ver crianças descobrindo esse processo.
Uma aluna disse ao final ter tido uma ideia de fazer uma câmera diferente e iria fazer
em casa. E me explicou sua ideia.
Perguntei como funcionava um prisma. E logo me responderam, que era a formação
de varias imagens, peguei uma câmera como exemplo, e fiz quatro furos. Pedi que
experimentassem ver o que acontecem. Testar a câmera, com um furo bem pequeno, com um
furo maior, com 2 furos, com a lente. Depois iriamos conversar sobre. Falei para depois eles
recortarem as mãos que tinham desenhado e colassem em sua câmera para decorar.
Em um segundo momento, conversamos em roda sobre a experiencia. Levei um papel
quadrado com um furo no meio, pedi para um aluno segurar. Depois pedi mais 2 crianças.
Passei o barbante por dentro do furo e expliquei que iriamos tentar reproduzir como forma a
imagem dentro do olho e porque a imagem dentro da câmera fica de cabeça para baixo.
Expliquei que o papel representaria o olho, a frente do lado de fora, e o verso seria a parte de
dentro. A criança do lado de fora, olhando com seu papel conduziria o movimento, com um

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !41


barbante para auxiliar. E o lado de dentro teria que seguir. Se um ia para cima, outro ia para
baixo. Fiz com um trio e os demais observaram e depois pelo mesmo orifício adicionamos
duplas para que todos participassem.
Para finalizar falamos um pouco sobre o que é luz, qual a velocidade dela de 300
milhões de km por segundo, que se viajasse na velocidade da luz poderia dar 7 voltas em
torno da terra em 1 segundo, que sem luz não há vida, a luz queima. Cada um falou um pouco
do que sabia sobre a luz. Que quando olhamos uma estrela ela pode já não existir. Antares é
uma estrela centenas de vezes maior que o Sol e que está a 600 anos luz daqui. Ou seja a luz
que vemos hoje é de antes da chegada dos europeus ao Brasil. Centauri esta apenas 4,2 anos -
luz da terra, 40 trilhões de quilômetros, se viajasse em uma nave de 1000km/h demoraria 4,5
milhões de anos.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !42


Etapa 7: Considerações Finais
O estágio de observação, requisito obrigatório, para a conclusão de curso em
Pedagogia, foi muito rico. A experiencia de fazer observação em uma escola Montessoriana
pequena me mostrou que é possível, desta forma atuar em sala de aula, mas que mesmo assim
é difícil. Me fez descobrir Montessori, que não conhecia. Me despertou a vontade de estudar
mais.
Aprendi muito com o corpo docente. Cada fala, cada dia a dia, recebi aulas vivas,
prazeirosas, que me despertaram energia de movimento. Estou admirada por elas, suas
trajetórias e sabedorias. As vi mergulhadas e comprometidas com que fazem.
Com as professoras aprendi a ter respeito, admiração e confiança. Ter o peso daquela
responsabilidade não é para qualquer ser humano. E por mais que a escola e sua metodologia
sejam lindas, o trabalho no dia a dia é desafiador. Coordenar de 9 a 25 crianças, cada uma
com uma energia e tempo diferente. Conhecer, dar atenção individual, e encantar, em outras
palavras tornar o processo de aprendizagem prazeroso. Atender as demandas da escola, os
parâmetros curriculares, as indagações dos pais, lidar com a desvalorização que tem o
professor no ambiente externo. E ao mesmo tempo conseguir. Acho que é isso que move cada
uma delas.
Aprendi com as crianças, que podemos sempre trocar. Que cada uma carrega nelas o
potencial de cativar. Cada uma do seu jeito. Que quando olhamos para elas, olhamos para
dentro de nós.
Aprendi ainda mais a valorizar o ambiente educativo que diz que está em processo,
que se permite errar, que é humilde, dialoga, quer ser algo real, próximo.
Conhecer a realidade escolar faz entender que o caminho se faz caminhando. que é
errando que se aprende. Que juntos somos melhor. Que é a partir da confiança que se
constrói. Que é preciso muita entrega, muito amor. Que devemos sempre confiar em nós
mesmos, acreditar que é possível. As barreiras sempre vão existir, os questionamentos dos
pais sempre vão aparecer, as formações dos educadores sempre vão ser necessárias. Não é só
um projeto de vida, é um projeto de vida coletivo.

Relatório de Estágio JuliaGrillo Botafogo !43


ETAPA 1 Obs Fundamental

TERMO DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO CURRICULAR:

Aluno(a): Julia Grillo Botafogo Cód. Matrícula: RM: 1139014


Ano/Semestre: 2/2018 Local do estágio: Petrópolis/RJ
Etapa: 1 Observação da Prática Docente Ensino Fundamental 80hs
Turmas Acompanhadas: Agrupadas III a IV
Professor supervisor na escola: Tatiane Cordeiro de Lima Domingos

DATA HORA INICIO HORA TERM. HORA RESUMO DE ATIVIVIDADES PROF.


22/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
22/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
24/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
24/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
26/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
26/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
30/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
30/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
01/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
01/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
06/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
06/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
08/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
08/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
12/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
12/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
14/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
14/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
21/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
21/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
23/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
23/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
27/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada III e IV
27/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
29/11/18 13:00:00 15:00:00 2 Observação Agrupada III e IV
29/11/18 18:00:00 22:00:00 4 Relatório
TOTAL OBS 90

Petropolis, 21 de dezembro de 2018

________________________________
Mariaurea Branco Albuquerque
Diretora
UNIDADE Céu Azul Montessori - Centro Educacional Ivana de Carvalho

Carimbo e Ass.

Page 1
ETAPA 2 Obs Infantil

TERMO DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO CURRICULAR:

Aluno(a): Julia Grillo Botafogo Cód. Matrícula: RM: 1139014


Ano/Semestre: 2/2018 Local do estágio: Petrópolis/RJ
Etapa: 2 Observação da Prática Docente – Educação Infantil 80hs
Turmas Acompanhadas: Agrupadas I a II
Professor supervisor na escola: Tatiane Cordeiro de Lima Domingos

DATA HORA INICIO HORA TERM. HORA RESUMO DE ATIVIVIDADES PROF.


23/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
23/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
25/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada I
25/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
29/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
29/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
31/10/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
31/10/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
05/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
05/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
07/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
07/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
09/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
09/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
13/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
13/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
22/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
22/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
26/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
26/11/18 18:00:00 21:00:00 3 Relatório
28/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
28/11/18 18:00:00 22:00:00 4 Relatório
29/11/18 15:00:00 17:00:00 2 Observação Agrupada I
30/11/18 13:00:00 17:00:00 4 Observação Agrupada II
30/11/18 18:00:00 00:00:00 6 Relatório
TOTAL 90

Petropolis, 21 de dezembro de 2018

________________________________
Mariaurea Branco Albuquerque
Diretora
UNIDADE Céu Azul Montessori - Centro Educacional Ivana de Carvalho

Carimbo e Ass.

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ETAPA 3 Análise PPP

TERMO DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO CURRICULAR:

Aluno(a): Julia Grillo Botafogo Cód. Matrícula: RM: 1139014


Ano/Semestre: 2/2018 Local do estágio: Petrópolis/RJ
Etapa: 3 Análise das características do PPP 40h

Professor supervisor na escola: Tatiane Cordeiro de Lima Domingos

DATA HORA INICIO HORA TERM. HORA RESUMO DE ATIVIVIDADES PROF.


07/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP
07/12/18 14:00:00 22:00:00 8 Análise PPP
11/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP
12/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP
13/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP
14/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP
17/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP
18/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP
19/12/18 08:00:00 12:00:00 4 Análise PPP

TOTAL 40

Petropolis, 21 de dezembro de 2018

________________________________
Mariaurea Branco Albuquerque
Diretora
UNIDADE Céu Azul Montessori - Centro Educacional Ivana de Carvalho

Carimbo e Ass.

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ETAPA 4 Obs Gestão

TERMO DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO CURRICULAR:

Aluno(a): Julia Grillo Botafogo Cód. Matrícula: RM: 1139014


Ano/Semestre: 2/2018 Local do estágio: Petrópolis/RJ
Etapa: 4 Gestão – Coordenação - Direção e Vice Gestão – 60hs

Professor supervisor na escola: Tatiane Cordeiro de Lima Domingos

DATA HORA INICIO HORA TERM. HORA RESUMO DE ATIVIVIDADES PROF.


10/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
11/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
12/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
13/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
14/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
17/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
18/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
19/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
20/12/18 10:00:00 12:00:00 2 Relatório
20/12/18 13:00:00 18:00:00 5 Observação Gestão
21/12/18 08:00:00 13:00:00 5 Relatório
21/12/18 14:00:00 22:00:00 8 Relatório

TOTAL 60

Petropolis, 21 de dezembro de 2018

________________________________
Mariaurea Branco Albuquerque
Diretora
UNIDADE Céu Azul Montessori - Centro Educacional Ivana de Carvalho

Carimbo e Ass.

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ETAPA 5 Regência Infantil

TERMO DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO CURRICULAR:

Aluno(a): Julia Grillo Botafogo Cód. Matrícula: RM: 1139014


Ano/Semestre: 2/2018 Local do estágio: Petrópolis/RJ
Etapa: 5 Regência – Educação Infantil 20hs
Turmas Acompanhadas: Agrupadas I a II
Professor supervisor na escola: Tatiane Cordeiro de Lima Domingos

DATA HORA INICIO HORA TERM. HORA RESUMO DE ATIVIVIDADES PROF.


03/12/18 07:00:00 12:00:00 5 Planejamento e conversa c professora
03/12/18 12:30:00 17:30:00 5 Regência 1
03/12/18 17:30:00 18:30:00 1 Avaliação
04/12/18 12:30:00 17:30:00 5 Regência 2
04/12/18 17:30:00 18:30:00 1 Avaliação
04/12/18 19:00:00 22:00:00 3 Relatório

TOTAL 20

Petropolis, 21 de dezembro de 2018

________________________________
Mariaurea Branco Albuquerque
Diretora
UNIDADE Céu Azul Montessori - Centro Educacional Ivana de Carvalho

Carimbo e Ass.

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ETAPA 6 Regencia Fundamental

TERMO DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO CURRICULAR:

Aluno(a): Julia Grillo Botafogo Cód. Matrícula: RM: 1139014


Ano/Semestre: 2/2018 Local do estágio: Petrópolis/RJ
Etapa: 6 Regência Ensino Fundamental 20h
Turmas Acompanhadas: Agrupadas III a IV
Professor supervisor na escola: Tatiane Cordeiro de Lima Domingos

DATA HORA INICIO HORA TERM. HORA RESUMO DE ATIVIVIDADES PROF.


05/12/18 07:00:00 12:00:00 5 Planejamento e conversa c professora
05/12/18 12:30:00 17:30:00 5 Regência 1
05/12/18 17:30:00 18:30:00 1 Avaliação
06/12/18 12:30:00 17:30:00 5 Regência 2
06/12/18 17:30:00 18:30:00 1 Avaliação
06/12/18 19:00:00 22:00:00 3 Relatório

TOTAL 20

Petropolis, 21 de dezembro de 2018

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Mariaurea Branco Albuquerque
Diretora
UNIDADE Céu Azul Montessori - Centro Educacional Ivana de Carvalho

Carimbo e Ass.

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