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ATIVIDADE PRÁTICA 5: EFEITOS DO SO2 SOBRE FICOBIONTE LIQUÊNICO

1. Fundamentação teórica

Os liquens são formados pela associação de alga com fungo (Figura 1). Nessa associação,
num tipo de relação recentemente desvendada, a alga fornece alimento orgânico para o fungo que,
por sua vez, fornece umidade e proteção contra os UV à alga. Em certos ecossistemas, como os
de Tundra, os liquens são responsáveis pela maior parte da produção primária, alimentado animais
de grande porte, como renas e calibus.
Os liquens vivem em ambientes onde nem fungos nem algas se desenvolveriam
isoladamente. Porém unidos, toleram condições climáticas extremas, como temperaturas entre
60ºC e -196ºC e, apesar de suportarem os rigores ambientais descritos, são muito sensíveis aos
agentes poluentes da atmosfera.
Os talos dos liquens podem ser classificados como foliáceos, arbustivos e crostosos. São
organismos importantes na degradação de rochas através da eliminação de certos ácidos
orgânicos, que reagindo com minerais, levam a uma degradação superficial, acumulando solo. São
considerados pioneiros, pois iniciam a colonização dos substratos rochosos.
Os liquens de cores avermelhados, alaranjados e brancos indicam índices praticamente
nulos de poluição, enquanto os esverdeados e acinzentados indicam maior concentração de
poluição atmosférica.
Liquens e biomonitoramento
Atualmente, os liquens são utilizados para monitoramento da poluição ambiental em
algumas cidades brasileiras, dentre elas Campinas, São Paulo. O biomonitoramento é um método
com custos reduzidos, alta eficiência para o monitoramento de áreas amplas e por longos períodos
de tempo e, também, para a avaliação de elementos químicos em baixas concentrações
ambientais.
As medidas e registros efetuados por redes convencionais de monitoramento da qualidade
do ar permitem verificar se normas e limites estabelecidos ou recomendados pela legislação,
agencias ambientais ou órgãos de promoção da saúde humana estão sendo respeitados.
Entretanto, tais medições não permitem conclusões imediatas sobre as consequências de
poluentes nos seres vivos. Assim, o biomonitoramento deve ser considerado como um método
complementar para a análise de poluentes, podendo constituir-se em um terceiro sistema de
informações, além dos inventários de emissões e de concentrações ambientais.
A acelerada urbanização, com o conseqüente aumento do tráfego e, a expansão das
atividades industriais, contribuem de forma acentuada para a poluição do ar. Estudos recentes
revelam que os liquens são muito sensíveis as concentrações de CO2, SO2 e SO3.

Figura 1: Diferentes tipos de liquens (imagens disponíveis sem sites da internet)


2. Objetivo
 Verificar os efeitos de diferentes concentrações de SO2 sobre ficobionte liquênico.

3. Material e Métodos

a) Materiais utilizados

 Líquen foliáceo da família Parmeliacea

 Soluções: Metabissulfito de Sódio (Na2S2O5) nas seguintes proporções:


 1:500 0,2 gramas de Na2S2O5 / 100 ml de água destilada
 1:1.000 0,1 gramas de Na2S2O5 / 100 ml de água destilada
 1:10.000 0,01 gramas de Na2S2O5 / 100 ml de água destilada
 1:50.000 0,002 gramas de Na2S2O5 / 100 ml de água destilada
 1:100.000 0,001 gramas de Na2S2O5 / 100 ml de água destilada

 Outros
 Pipeta de 10 ml
 Peras
 Tubos de ensaio
 Suporte para tubos
 Etiquetas
 Canetas vidrográficas
 Fios de nylon (fino)
 Lâminas de vidro
 Lamínulas
 Béquer
 Conta gotas
 Microscópios
 Filme PVC
 Agulhas de Aço
 Tesouras
c) Procedimento

Parte A
 Em cada tubo de ensaio, adicione 10 ml de cada solução de metabissulfito de sódio, visto
que são cinco soluções, utilizam-se cinco tubos de ensaio, respectivamente. No sexto tubo
adicione 10ml de água destilada para ter o tubo de controle;
 Identifique os tubos de 1 a 6 com etiquetas;
 Preparo das amostras de líquen:
 Recorte 0,25 cm2 de papel milimetrado e use-o como molde para cortar 6
porções de líquen;
 Pegue cada pedaço de líquen com 0,25 cm2 e fure-o com uma agulha, em um
dos cantos;
 Pegue um fio de nylon e dobre em forma de Z;
 Pendure as amostras de liquens em uma das dobras do Z e pendure-as nas
bordas do tubo de ensaio;
 Feche os tubos com PVC.

Parte B
O experimento deve ser deixado em local iluminado à temperatura ambiente por uma
semana. Após este prazo, será gerado um relatório. Para cada tubo:
 Retirar cada uma das amostras de 0,25 cm2 e examine com atenção. Anote
qualquer alteração de coloração da amostra;
 Com uma lâmina de aço, faça cortes bem finos e observe ao microscópio (use
lâmina, água e lamínula). Observe o ficobionte em um campo óptico utilizando
objetiva de 40X e anote qualquer alteração no quadro abaixo:

Tipo Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5 Tubo 6

Algas com cloroplastos íntegros


(vivas)

Algas com cloroplastos deformados


(vivas)

Algas com cloroplastos descorados


(mortas)

Cor aparente das amostras


Parte C
 Observação de talos liquênicos macro e microscopicamente.
 Observações macroscópicas:
 Esquematize as amostras de liquens crostosos, foliáceos e ramificados.
 Observações microscópicas:
 Coloque uma pequena porção do líquen sobre lâmina de vidro;
 Pulverize a amostra utilizando lâmina de aço e acrescente gota de água e outra
de azul de algodão;
 Cubra com lamínula e observe ao MOC (4X, 10X, e 40X);
 Esquematize os componentes utilizando 40X.

Referências

BRAGA, B. et.al., Introdução a engenharia ambiental. São Paulo: Prentice-Hall, 2002.

PIQUÉ, M.P.R.: PALHARES, J.B.; BENEVENTI, M.A.B.; SILVA, L.F.M.; FEITOSA, H.C.A.; e
MACHADO, T.N.; Metodologia experimental para avaliar os efeitos de gases poluentes sobre
ficobionte liquênico. XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE,
Curitiba – Paraná. (anais eletrônicos) 2007.

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