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1- FAR da medicalização- 44
Já havia o entendimento de que o vigor físico era essencial para o avanço do capital.
Entretanto, esse chamado investimento deveria ser limitado, pois só era interessante
disciplinar o homem para a sua função na produção e reprodução do capital.
Teórico liberal, Locke reconhecia a igualdade entre homens, fossem pobres ou ricos.
Entretanto, ele entendia que a ordem social já se encontrava estabelecida (ricos e
pobres), e a instrução deveria ser voltada para a manutenção dessa ordem- ricos sendo
governantes e bons administradores e pobres sendo obedientes.
Entretanto, nessa visão de escola para todos, houve a criação de duas escolas- umas
para os pobres e outra para as crianças mais eminentes. A diferença de hábitos faria com
que as crianças ricas tivessem que estudar mais, imaginando que chegariam mais longe
que os outros; as crianças pobres deveriam dedicar parte do seu tempo para os trabalhos
manuais, pois essa era uma atividade própria da classe trabalhadora. Era uma visão
preconceituosa, classista, que não realizava a formação dos cidadãos do mundo em sua
plenitude.
Essa revolução exigiu modificações entre o Estado e a sociedade civil, com ampliação
dos direitos políticos aos não proprietários e o surgimento de uma legislação trabalhista,
além do direito de organização dos trabalhadores em sindicatos. A necessidade de
instrução passou a ter uma importância nunca vista, pois os avanços técnico-científicos
exigiam modificações na formação dos recursos humanos que garantiriam o acúmulo de
capital.
Essa temática da educação gera um conflito, pois a burguesia precisa cuidar para que a
classe trabalhadora tenha um mínimo de instrução para continuar o seu trabalho. Em
contrapartida, essa instrução dever ser dosada para que não desperte um espírito mais
crítico na classe operária, que servia de base para o capital e o acúmulo de riquezas.