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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - CCHLA


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA II

Prof° Francisco de Assis Vale.


Layza Maria Melo Dos Santos - 20210073948.

Segunda Avaliação.
(Fédon 95a - 99e)

No decorrer dos passos 95 a à 99 e do diálogo platônico Fédon, Sócrates dirige uma crítica aos
filósofos pré-socráticos em duas instâncias. A primeira oposição - a qual iremos por mais atenção -
refere-se à questão metodológica, ou melhor, à questão não-metodológica das proposições pré-
socráticas; A segunda, ao mal uso do termo causa por parte desses filósofos.
Todos os filósofos chamados pré-socráticos ocuparam-se do exame da natureza. Questionando-se
sobre a origem de todas as coisas, trataram individualmente de diferentes aporias que surgiram ao
longo do período. Entretanto, cada um deles ocupou-se de uma resposta singular para o problema da
origem do cosmos sem se preocupar em como seriam compreendidos; isto é, em como aqueles que
teriam contato com suas hipóteses poderiam se apropriar desse conhecimento e sobretudo
demonstrá-las.
Essa despreocupação já havia sido anteriormente exposta no diálogo O Sofista, em que o
Estrangeiro de Eleata - exercendo o papel de Sócrates - profere:
Estrangeiro: Mas, sem incorrer em censura, podemos declarar que...
Teeteto: O quê?
Estrangeiro: Que pouco se interessaram e pouca consideração tiveram para conosco, o
vulgo; pois todos eles prosseguem em suas teses até ao fim, sem se importarem em saber se
nós os estamos acompanhando ou se, já muito antes os perdemos.
E aqui, no diálogo Fédon, novamente essa crítica se torna evidente. O argumento utilizado por
Sócrates é de que apesar de terem elaborado descrições acerca da gênese de todas as coisas, os
pensadores pré-socráticos não às explicaram suficientemente bem, não as tornaram cognoscíveis e é
justamente pela falta de “um caminho para a verdade” que ele vai abandonar o exame da natureza.
A segunda crítica feita por Sócrates aos pré-socráticos refere-se ao mau uso do termo causa que
segundo ele se dá por que esses pensadores elegeram como primárias as causas secundárias. Ao
inverter essa ordem, tornaram-se cegos e propuseram diferentes origens para o mesmo objeto, como
é o caso do 2.
Por fim, como contraposição às hipóteses pré-socráticas, Sócrates propõe um outro método: A
Segunda Navegação, na qual consiste ter assegurado a verdade do argumento pela desconfiança
para com os objetos sensíveis. Desse passo em diante, retorna a discussão acerca da alma,
encerrando assim a crítica aos filósofos pré-socráticos.

Referências:
PLATÃO. Fédon. 1° edição.São Paulo: Editora Globo S. A. Novembro de 1972.
1° crítica: A falta de metodologia no exame da natureza.
Como exposto na apresentação passada:
● Todos os filósofos chamados pré-socráticos ocuparam-se do exame da natureza;
Questionando-se sobre a origem de todas as coisas trataram individualmente de diferentes
aporias colocadas ao longo do período.
● Todavia, cada um deles ocupou-se de uma resposta singular sem se preocupar em como
seriam compreendidos, isto é, em como aqueles que teriam contato com suas hipóteses
poderiam se apropriar desse conhecimento e demonstrá-lo.
- Essa despreocupação já havia sido anteriormente exposta no diálogo O Sofista, em
que o Estrangeiro de Eleata - exercendo o papel de Sócrates - profere:
Estrangeiro: Mas, sem incorrer em censura, podemos declarar que...
Teeteto: O quê?
Estrangeiro: Que pouco se interessaram e pouca consideração tiveram para conosco, o
vulgo; pois todos eles prosseguem em suas teses até ao fim, sem se importarem em
saber se nós os estamos acompanhando ou se, já muito antes os perdemos.
● E aqui, no diálogo Fédon, mais uma vez torna-se evidente essa crítica, dado que em diversos
diálogos platônicos é posta a questão metodológica: “como saber?”.
- A exemplo o diálogo A República: Apesar da obra ser norteada pela pergunta “o que
é a justiça?”, ao longo do diálogo Sócrates questiona-se também “como conhecer a
justiça” e a partir disso, demonstra a verdade ou falsidade dos argumentos dos outros
personagens.
● E é justamente pela falta de “um caminho para a verdade” que Platão vai descredibilizar o
exame dos pré-socráticos.
- Se não se sabe como Tales chegou a resposta que tudo é água, como então será
possível demonstrar que há verdade nessa afirmação?
- Citação 1 e 2.

2° crítica: Mal uso do termo causa.


● O segundo argumento utilizado por Sócrates nessa passagem do Fédon refere-se ao mau uso
do termo causa pelos filósofos pré-socráticos.
● Como duas causas opostas podem gerar o mesmo resultado? (a causa da formação do dois).
- Citação 3, 4, 5 e 6.
● Apesar de terem apresentados as causas da origem do universo, em nada os pré-socráticos
demonstraram suas hipóteses.

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