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Talvez você não tenha depressão ou crises fortes de ansiedade, mas se o seu modo de funcionar diante da vida

ou se o seu jeito de ser e de se posicionar diante do mundo e das pessoas lhe incomoda é porque talvez tenha o que
chamamos de TRANSTORNO DE PERSONALIDADE.

Conforme a maternagem que recebeu de sua mãe, ou cuidadora que fazia esse papel, você ficou preso (a) a uma
fase da infância que chamamos de processo primário que é uma fase onde a criança funciona a partir do princípio do
prazer que a mãe produz ao satisfazer as suas necessidades básicas.

Nessa fase a criança é regulada apenas pelo prazer. Se não sente prazer, essa falta gera uma tensão no aparelho
psíquico delas, que por sua vez gera um mal-estar que é descarregado no corpo; mal-estar esse que se cronificará se a
criança não for tirada dessa fase primitiva e levada para a fase seguinte que é o processo secundário. Nesta nova fase a
criança passa a ser emocionalmente equilibrada pela necessidade ao invés do prazer. Todavia, se não houver a troca de
processo, o mal-estar se cronificará até a vida adulta, sendo mais tarde, erroneamente, chamado pela psiquiatria de
ansiedade, hiperatividade, depressão ou bipolaridade.

Mas o que esta fase da primeira infância tem a ver com transtorno de personalidade? É simples. É porque o
transtorno de personalidade na vida adulta está ligado à forma que a criança fase usa nessa primeira para manter o
controle do fluxo de prazer de modo contínuo, manipulando a mãe para dar a ela constantemente experiencias de prazer.
E essa manipulação se dá por meio da criança gerar um estilo de comportamento que se ajuste ao perfil de personalidade
materna.

Por exemplo, se sua mãe for super-protetora, a criança vai adotar um comportamento dependente, se mostrando
sempre vulnerável e incapaz como método de obter o prazer. Se for narcisista indulgente que sempre encontra uma
justificativa para os excessos da criança, projetando o seu Eu-ideal no filho, a criança adota o estilo tirânico e onipotente,
abusivo raivoso e sempre perseguido quando lida com situações de conflito e assim por diante.

E isso acontece porque um dos principais mecanismos de defesa da criança que está envolvido nesse processo
é o da projeção identificativa, através do qual a criança se projeta na mãe como sendo um espelho de si mesmo, tipo
"assim como a minha mãe me vê eu me vejo". Desta forma, a criança vai sempre reproduzir em seu comportamento a
imagem que a mãe constrói dela a fim de manipular a mãe e manter o controle do fluxo de prazer de modo contínuo –
tipo: “Se ela é assim, eu vou ser assim, porque assim, ela vai continuar me dando o prazer que eu desejo”.

Portanto, se a imagem que a sua mãe, ou seus pais construíram sobre você é de uma criança vulnerável, frágil,
incapaz de lidar com a realidade sozinha, é essa imagem que você passa a ter de você, e é assim que funcionará diante
das pessoas. Se a imagem que sua mãe ou seus pais construíram de você é de uma criança onipotente, sem controle,
explosiva, para conseguir o que quer, é assim que você funciona como adulto.

Em outras palavras, adultos que na sua infância, tiveram pais que, não lhe ajudaram a deixar o processo
primário para entrar no processo secundário, onde o a criança deixa de ser regulado pelo prazer para ser regulado pela
necessidade, esses adultos passam a ter graves problemas de personalidade

Por conta do estilo de vida que adotaram na primeira infância como método de manutenção do prazer que
recebiam da mãe, esse estilo de vida vai se tornar um perfil de personalidade que determinará o modo como a pessoa
funcionará pelo resto de sua vida.
Concluindo, não importa que a psiquiatria diga que você nasceu assim, que isso é um problema de um distúrbio
químico no cérebro, isto não é uma verdade científica. Se você é uma pessoa que sofre com a sua maneira de ser que lhe
prejudica, queremos convidá-lo a se conhecer e conhecer os processos que foram determinantes para o seu modo
desadaptado de funcionar no mundo e a começar a mudar a sua história.

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