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A Invenção do Cotidiano - Certeau

Publicado em 1990 → capítulo "Introdução Geral".

Tema do texto: operações do usuários → praticas e maneiras de fazer desses


usuários/consumidores → não são passivos ou dóceis.

A produção dos consumidores:


O que o consumidor "fabrica"?
A "fabricação" que se quer detectar é uma produção → o consumidor não
só recebe, mas também produz.
Não há um lugar em que os consumidores possam expor o que fazem
com os produtos → invisível → difícil de estudar.
Exemplo: televisão → o telespectador recebe as imagens e produz a sua
interpretação daquilo.
Certeau quer estudar as maneiras de empregar os produtos:
A presença e a circulação de uma representação não indicam o que ela é
para seus usuários → os usuários atribuem novos significados e novas
atribuições ao produtos.
"As maneiras de fazer constituem as mil práticas pelas quais usuários se
reapropriam do espaço organizado pelas técnica de produção
sociocultural".
Táticas de consumo: engenhosidades do fraco (aquele que tem menos poder
dentro dessa conjuntura de consumo) para tirar partido do forte → exemplo:
administração da escolha de produtos em um supermercado;
Estratégias (de venda, comunicacionais, publicitárias) e táticas (fraco tirando
vantagem do forte → como o consumidor interage com as mensagens
estratégicas, realizando suas próprias escolhas a partir disso) → o usuário não
é passivo ou integrante de uma massa amorfa, então mesmo que as
estratégias influenciem nas suas escolhas, cada indivíduo vai responder de do
seu modo.

Leitura
Aparentemente marcada pela passividade;
Produção silenciosa:
Texto habitável, à maneira de um apartamento alugado → o apartamento
alugado não é nosso, mas pode ser o nosso lar → não fui eu que escolhi o
tamanho dos cômodos e etc., mas quando vou viver lá levo as minhas coisas →
o livro não foi escrito por nós, mas nós iremos "habitar" esse texto, com as
nossas experiências e interpretações;
A leitura introduz uma arte que não é passividade;
A arte de conversar também não é passiva → construção de um tecido oral
coletivo.

* Em suma: o espaço de recepção também é um espaço de produção.

* Humberto Eco: conceito de leitor imaginado = "leitor perfeito" = o que lê e


imagina exatamente o que o escritor pensou ao escrever a obra → quase inexistente,
somos leitores empíricos (marcados pelas suas experiências).

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