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Informar não é comunicar - Dominique

Volton
Livro de 2010

Crítica à ideologia tecnicista da comunicação:


Significa subordinar o processo de comunicação humana e social ao progresso
das tecnologias → faz os dispositivos técnicos o centro de um modelo de
sociedade;
Consiste em atribuir um poder normativo e excessivo às tecnologias;
O processo das tecnologias não basta para criar o processo da comunicação →
a ferramenta não se atribui sentido  → depende do sentido que damos a ela;
Não é porque nos comunicamos mais, devido às facilidades trazidas pelas
tecnologias, que nos comunicamos melhor;
A tecnologia facilita a comunicação humana, mas isso não é suficiente para
garanti-la;
O progresso tecnológico não é sinônimo de progresso da comunicação →
informar não é comunicar.

Servidões voluntárias: grande dependência das tecnologias → multiconexão passa


a ser sinônimo de liberdade = liberdade é estar comunicado → servimos
voluntariamente as tecnologias → paradoxo: batalhamos tanto pelas tecnológicas
como uma forma de liberdade, ma ao mesmo tempo não somos capazes de nos
desconectar delas (dependência)

Internet
Não substitui a necessidade de encontros presenciais → para Volton, amplia
essa necessidade (há debates) → somos seres sociais;
Disse que para trabalhar seriamente é preciso se desligar dessa facilidade
tecnológica → afirmação discutível, depende da área e do contexto →
exemplo: relações de trabalho na pandemia;
Velocidade (principalmente das mudanças) ↔ liberdade (sensação) ↔
interatividade;
Paradoxos:
servidões voluntárias;
revalorização x desvalorização da escrita: estamos nos comunicando por
escritos a todo tempo, contudo realizamos essa atividade de maneira
dispersa e pouco profunda → desvalorização de textos "complexos";
volume de informações acessíveis: temos uma grande quantidade de
informações, muitas superficiais  oque →fazemos com essa multiplicidade
de conteúdos?
A busca dos internautas ainda é por interações com outras pessoas;
Solidões interativas: a internet é um meio de pessoas livres, mas sozinhas →
virtualmente acompanhadas, relacionando-se com outras através dos recursos
tecnológicos;
É fundamental sair da internet para voltar a "realidade real" (termo entre aspas
já que o virtual também se constitui enquanto real) → humana, social e afetiva;
A vida não começa com a internet → ainda há uma parcela significativa da
população que está desconectada (refere-se, principalmente, a aqueles que
estão fora das redes por opção);
Apesar da democratização do saber e da cultura, apesar do conteúdo estar
disponível, isso não significa que ele será usado para esses fins  → ações que
dependem de movimentações humanas.

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