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RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA

NOVEMBRO-DEZEMBRO/2017

CONSTRUÇÃO CIVIL

DO IT YOURSELF – A CULTURA DO FAÇA VOCÊ MESMO


No setor de construção civil
A expressão em inglês do it yourself, conhecida também como “D.I.Y.”, pode ser traduzida como “faça você
mesmo”, uma tendência comportamental que ganhou adeptos mundialmente e em diversos setores, como o
de construção civil. O D.I.Y. teve seu início com a Segunda Guerra Mundial, quando os governos incentivavam
a população a construir e reformar seus próprios objetos. E agora, no século XXI, a instabilidade econômica, a
internet e a sustentabilidade são fatores que impulsionam novamente a cultura do “faça você mesmo”.

Instabilidade econômica

Quando a sociedade passa por dificuldades econômicas, alguns movimentos servem de auxílio
para a recuperação, como é o caso do D.I.Y. Muitas famílias reduzem orçamentos e optam por
realizar serviços e fabricar seus próprios utensílios, que antes eram fornecidos por empresas.

Internet

A internet popularizou o “faça você mesmo”, ao apresentar diversos tutoriais que possibilitam
ao consumidor comprar ou reutilizar materiais e seguir o passo a passo indicado para obter o
resultado desejado.

Sustentabilidade

Ao reaproveitar materiais para criar um novo objeto, o consumidor auxilia na redução de des-
perdícios de materiais no meio ambiente e atua de forma sustentável na sociedade. Esse movi-
mento encoraja os consumidores para que acreditem no poder da transformação social, como
quando optam por construírem suas próprias coisas.

O “faça você mesmo” é a prática de construir, recuperar e reparar objetos por conta própria, sem a necessidade de pagar um terceiro para
realizar o serviço ou comprar algo pronto no mercado.

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Atrativos do “faça você mesmo”

Diversos motivos atraem os consumidores do movimento “faça você mesmo”, por exemplo:

Exclusividade

Redução de custos

Sustentabilidade

Alternativa de consumo

Terapia ocupacional

Compartilhamento de conhecimento

“Faça você mesmo” na construção civil

As empresas que atuam em toda a cadeia do setor de construção civil podem se beneficiar desse movi-
mento ao oferecer diversos serviços, como:

fornecer treinamentos online ou presenciais para consumidores;

disponibilizar tutoriais para construção ou reparo de produtos;

promover o aluguel de ferramentas, equipamentos e máquinas;

vender materiais ou ferramentas que auxiliam na construção ou execução de serviços;

fabricar casas com impressão 3-D;

participar de espaços compartilhados para realizar reparos ou promover capacitações;

investir em influenciadores digitais que praticam o D.I.Y. voltado para o setor de construção civil;

permitir a customização de peças pelo cliente no ponto de venda ou online no site da empresa.

Fontes: WGSNS: os blogs de “faça você mesmo” estão virando negócio, Fashion Forward (2012); ALVES, T. P. L., Novos paradigmas de consumo e comunicação: o DIY e o poder ao
consumidor, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (2013); MENDES, L., Faça você mesmo – Entenda essa tendência mundial no Brasil, Arte da Marcenaria Moderna (2017);
A volta da cultura do faça você mesmo, Grupo Mais Expressão (2017); DIY: a origem cultural do “faça você mesmo”, Fashionlearn (2017).

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PÚBLICO-ALVO DA
cultura “faça você mesmo”

O público-alvo da cultura “faça você mesmo” possui diver­


sas motivações. São diferentes tipos de pessoas, varian-
do entre artistas, artesãos, cientistas amadores, tecnó-
logos, marceneiros, roboticis­tas, entre outros. Porém
existem dois perfis dominantes nesses grupos:
• geração Y (nascidos entre 1980 e 2000): utilizam tec-
nologia e ciência para criar objetos inovadores; e
• baby boomers (nascidos entre 1946 e 1965): com a
intenção de aprender um novo hobby, se visualizam
como inventores ou experimentalistas.

Os praticantes da cultura “faça você mesmo” são, em geral,


criativos e solucionadores de problemas.

Encontro entre as gerações

O Do it yourself possibilitou que a geração Y e os baby boomers encontrassem características em comum, como
o hábito ou a vontade de “pôr a mão na massa”, construir e realizar pequenos consertos.

Tipos de consumidores

Além das gerações, outras características impactam no perfil do consumidor “faça você mesmo”, dividido em
três tipos:

Iniciante: possui ambição Pragmático: busca


de explorar novos projetos resultados com o mínimo
e construir objetos mais de tempo e custo.
complexos.

Perfeccionista: encara o D.I.Y. como uma profissão.

Fontes: MENDES, L., Faça você mesmo – Entenda essa tendência mundial no Brasil, Arte da Marcenaria Moderna
(2017); A volta da cultura do faça você mesmo, Grupo Mais Expressão (2017).

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COMO AS EMPRESAS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL
estão aproveitando essa oportunidade

Algumas empresas que atuam no setor de construção civil estão aproveitando a cultura do “faça você mesmo”
e investindo em iniciativas que atraiam esse consumidor.

Votorantim Cimentos

A Votorantim Cimentos estabeleceu uma parceria com a youtuber e influenciadora digital Paloma Cipria-
no, que produz tutoriais no formato de vídeos e ensina a aplicar piso sobre piso, colocar pastilhas de
vidro, cortar piso, entre outras atividades.

Além da parceria, a empresa disponibiliza no seu portal um espaço com passo a passo, no qual segue o
conceito “faça você mesmo”, voltado para o consumidor.

Leroy Merlin

A Leroy Merlin criou uma área em seu site para que o cliente aprenda a construir por meio de vídeos
produzidos pela empresa. O termo utilizado para esta iniciativa é “bricolagem”, que representa a venda
de materiais em menores quantidades e com manual de instruções para os consumidores.

Casa do Construtor

A Casa do Construtor foi a primeira franquia brasileira especializada no aluguel de equipamentos, ferra-
mentas e máquinas de pequeno porte para a construção civil. Dentre as possibilidades de locação, estão:
betoneira, andaime, vibrador para concreto, cortadora de piso, martelo demolidor, compactador de solo,
guincho de coluna, placa vibratória, entre outros.

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ESPAÇOS COMPARTILHADOS
como impulsionadores de negócios

No mercado, existem diversos locais compartilhados que


impulsionam negócios, conhecidos como coworkings. Se-
guindo a linha do “faça você mesmo”, surgiram os fab labs e
makerspaces, que possuem equipamentos, máquinas e espa-
ços compartilhados para criar design, prototipação e constru-
ção de produtos.

Capacitação

Os espaços também atuam como área de capacitação e compartilhamento


de conhecimento. É possível reservar os locais para fornecer ou participar de
treinamentos, cursos e workshops.

Custo reduzido

Com o compartilhamento de materiais e espaço, o custo fica reduzido quando comparado a comprar ferra-
mentas ou a reservar um local privado, além disso, possibilita que empreendedores fomentem suas ideias.

Aluguel

Esses espaços geralmente cobram aluguéis que variam conforme a necessidade do usuário, com valores men-
sais, semanais ou diários, além da escolha de uma mesa fixa ou rotativa.

Ferramentas

Diversas ferramentas podem ser oferecidas, variando conforme o objetivo do espaço ou a necessidade dos
clientes. É possível ter acesso a impressoras 3-D, corte a laser, máquinas Comando Numérico Computadoriza-
do (CNC), tornos, ferramentas para carpintaria e trabalho com metal.

Parcerias e patrocínios

As empresas que atuam na cadeia de construção civil podem se beneficiar desses espaços, a fim de participar,
alugar, estabelecer parcerias e patrocinar.

Espaços no Estado do Rio de Janeiro

Confira alguns espaços existentes no Estado do Rio de Janeiro:


• Semente;
• Botafogo – Espaço de estudos;
• Nuvem criativa.

Fontes: PORTO, L., Você está preparado para a nova onda de produção e inovação?, O futuro das coisas (2017);
Oportunidades de negócios do movimento maker, Papo de Negócio (2017).

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CASO DE SUCESSO NO RIO DE JANEIRO
Cammada

O empresário do setor de construção civil pode sempre se inspirar em negócios inovadores. Um exemplo
é a Cammada, que atua como um marketplace online (espaço virtual de comércio eletrônico) de impressão
3-D sob demanda. Os sócios possuem formações que se complementam para administrar a empresa, como
engenharia de produção, design, produção fabril, programação, gestão financeira e especialização em im-
pressão 3-D.

Como funciona

A plataforma criada pela empresa permi-


te que qualquer pessoa com um projeto
3-D encontre um fornecedor e receba a
impressão em casa.

O cliente encontra na plataforma também o suporte


da empresa, que fornece explicação sobre impres-
são 3-D e responde às dúvidas específicas do serviço.

Uso de espaço compartilhado

Apesar de o negócio ser digital, os sócios utilizam um espaço de coworking para se reunir semanalmente.

Mercado

A plataforma já registra mais de 500 usuários, dos quais 150 são fornecedores de serviço de impressão
3-D.

Fonte: MIGUERES, L., A Cammada dá acesso a impressão 3D com uma plataforma sob demanda, Projeto Draft (2017).

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RECOMENDADAS

Confira os principais influenciadores digitais que ensinam a prática do “faça você mesmo” ao consumidor
do setor de construção civil:
• Casa de verdade • Macetes da construção
• Paloma Cipriano • Truque de mestre
• O pulo do gato na construção

Participe de eventos da área para conhecer tendências e informações de mercado, além de ficar sabendo
de outras metodologias e ferramentas que podem ser aplicadas para melhorar a gestão do seu negócio.
A participação em eventos possibilita o networking com possíveis parceiros, fornecedores, concorrentes e
especialistas da área. Para tanto, confira a agenda de eventos, programe-se e participe.

O Sebrae/RJ disponibiliza treinamentos, consultorias, palestras, oficinas e soluções de inovação e tecnolo-


gia que atendem às necessidades específicas das empresas do setor, com os temas:
• gestão da empresa;
• qualidade; • sustentabilidade;
• inovação; • acesso a mercado.

Confira os benefícios e diferenciais do Programa Construção Civil:


• participação em projetos subsidiados; • participação em feiras e eventos;
• soluções customizadas para os setores; • acesso a novos mercados;
• consultorias individuais; • equipe técnica com vasta experiência
• especialização em soluções para micro de atuação no setor;
e pequenas empresas; • comércio.

Para mais informações, ligue para 0800 570 0800 e agende atendimento na unidade mais próxima.

A cadeia produtiva do setor da construção no Brasil é composta de importantes elos: o da construção (edi-
ficações, obras e construções pesadas e complexas), o dos fornecedores de matérias-primas e equipamen-
tos (indústria de materiais) e o de setores de serviços e distribuição ligados à construção. Mais informações
pelo e-mail: construcaocivil@rj.sebrae.com.br

Gerência de Conhecimento e Competitividade


Gerente: Cezar Kirszenblatt
CONSTRUÇÃO CIVIL Gestor do Programa Sebrae Inteligência Setorial: Marcelo Aguiar
Analista de Inteligência Setorial e Temática: Mara Godoy

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
Articulação e Disseminação Empresarial: Poliana Valente
Conteudista: Camila Meneghetti
NOVEMBRO-DEZEMBRO/2017 Especialista: Danilo Cascaldi Garcia
Entre em contato com o Sebrae: 0800 570 0800

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