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Mas você já parou para pensar que essa notícia, cuja comunicação pode ser
rotineira para nós, profissionais de saúde, talvez fique marcada em nossos
pacientes e familiares pelo resto de suas vidas? E que o modo como nós a
comunicamos pode dificultar ou facilitar a reestruturação da vida dessas pessoas a
uma nova realidade? Sendo assim, como podemos fazer isso com frequência porém
sem entrar em Burnout ou fadiga de compaixão?
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Unidade 3
Vemos que a comunicação de más notícias afetam tanto o paciente e seus familiares quanto
os próprios profissionais de saúde. Daí que é importante e útil aprender as técnicas corretas.
Assim, não precisamos ”aprender por cabeçada”. Nem precisamos entrar em Burnout (pro-
cesso de esgotamento físico e emocional relacionado à atuação profissional) e/ou em fadiga
por compaixão (condição em que criamos um escudo de defesa para não nos envolver com
a dor e o sofrimento alheios em momentos difíceis). Precisamos, sim, saber o que estamos
fazendo – não somente em relação à doença, mas também em relação ao sofrimento que a
comunicação pode gerar ou curar.
Um dos conhecimentos que transforma o modo como nos comunicamos é o de que o que
define uma má notícia não é o conteúdo; uma má notícia é:
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Unidade 3
Com isso claro, vem uma grande consequência: o nosso foco muda. O infográfico abaixo ilus-
tra essa mudança:
Má notícia
4
Unidade 3
Na imagem esquemática a seguir, você confere a síntese das necessidades para que haja
essa mudança de foco:
Quando o foco é
o conteúdo da
mensagem
Emissor Receptor
(profissional) Informação
(paciente/familiar)
Quando o foco é
o impacto da
mensagem
Considerando tal mudança de foco nesse tipo de comunicação, analise com atenção o quadro
a seguir:
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Unidade 3
Exemplos reais
A partir dos exemplos citados acima, notamos que a habilidade mais importante
a ser desenvolvida na comunicação de má notícia não é falar, mas sim escutar e
reagir de forma adequada às emoções expressadas por quem recebe a notícia. O
foco da comunicação é o outro.
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Unidade 3
Existem estudos que mostram que o tempo pelo qual o médico fala é inversamente propor-
cional à satisfação e ao entendimento do familiar do paciente. Dito de outra forma: em regra,
médicos que ocupam quase 90% do tempo do diálogo com suas falas detalhadas deixam
familiares de pacientes insatisfeitos e confusos, e esse efeito não é diferente quando quem
fala é outro membro da equipe de cuidados do paciente. Lembre-se de que, também em co-
municação, menos é mais: fale menos e escute mais.
Existem estudos que mostram que o tempo pelo qual o médico fala é inversamente propor-
cional à satisfação e ao entendimento do familiar do paciente. Dito de outra forma: em regra,
médicos que ocupam quase 90% do tempo do diálogo com suas falas detalhadas deixam
familiares de pacientes insatisfeitos e confusos, e esse efeito não é diferente quando quem
fala é outro membro da equipe de cuidados do paciente. Lembre-se de que, também em co-
municação, menos é mais: fale menos e escute mais.
7
Unidade 3
Médicos
ocupam quase
com suas falas detalhadas Importante
90% do tempo
do diálogo
Na comunicação,
menos é mais
Inclusive, uma das formas clássicas de se fazer ironia é dizer uma coisa com as palavras e
outra com o corpo ou com o tom. Lembre-se e tenha consciência de que o seu corpo também
fala.
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Unidade 3
Às vezes, o diálogo é como uma dança a dois: é preciso parar e retomar o compasso.
4. Nosso objetivo
Nosso objetivo é a comunicação efetiva e compassiva, entendida a partir dos três pilares que
apresentamos abaixo:
Às vezes, nós falamos, porém a pessoa à nossa frente está tão perplexa
que não ouve, o que configura uma comunicação sem efetividade. É
preciso que a informação técnica correta seja recebida pelo receptor.
Efetividade
Assim como a informação biográfica adequada precisa chegar ao nosso
conhecimento. É a diferença entre informação efetiva (monólogo) e
comunicação efetiva (diálogo).
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Unidade 3
Conheceremos agora uma estratégia que nos auxilia a comunicar uma má notícia de maneira
efetiva e compassiva. O protocolo SPIKES nos ajudará a organizar o raciocínio e os compor-
tamentos. SPIKES é um acrônimo em inglês em que cada letra representa um passo do pro-
cesso de comunicação, conforme podemos observar na Tabela abaixo.
Setting up Preparação
Perception Percepção
Invitation Convite
Emotions Emoções
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Unidade 3
Setting up – Preparação
É a preparação do profissional e do ambiente para a comunicação. Para isso:
• Procure um lugar reservado, de preferência onde todos fiquem sentados, pois o paciente
e/ou familiares podem se sentir ainda mais vulneráveis se estiverem expostos demais.
• Decida com paciente e familiares quem deve estar presente no momento da conversa. Às
vezes, o paciente prefere ter algum familiar presente, outras vezes, não. Pergunte qual é
a situação mais adequada para eles.
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Unidade 3
Perception – Percepção
Trata-se do diálogo em que o médico faz ao paciente/familiar algumas perguntas, inicialmen-
te abertas, para entender o que ele sabe sobre a própria situação e para entender melhor as
expectativas dele. Confira algumas estratégias a seguir:
• Comece explicando o motivo de você querer fazer essas perguntas. Isso dá contexto à
pergunta que você fará e evita aquela sensação constrangedora por parte do paciente/
familiar em que ele pensa: “Ué, você que é o profissional, não era você quem tinha que
me falar?”.
Por exemplo, você pode dizer: “Para eu conseguir explicar mais satisfatoriamente a
sua situação, gostaria de entender melhor o que já foi conversado com você”.
Se por acaso a pessoa responder “Eu sei de tudo”, seja curioso e respeitoso e
pergunte: “Mas o que você quer dizer com tudo?”. E, em vez de ir logo corrigindo
as respostas, pergunte e tente entender como o paciente/familiar chegou àquele
entendimento.
• Utilize perguntas abertas. Mas, afinal, qual é a diferença entre pergunta aberta e fecha-
da? Confira a resposta na imagem esquemática a seguir:
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Unidade 3
• Seja curioso e respeitoso com a perspectiva que seu paciente/familiar possui. Caso o pa-
ciente/familiar responda, por exemplo, “Eu sei de tudo, doutor”, ou, ainda “Sei que hoje
em dia câncer de pâncreas metastático é uma doença tranquila que quase sempre tem
cura”, contenha a urgência de começar um monólogo e pergunte demonstrando curiosi-
dade e respeito: “Como assim?” ou “Queria entender melhor o seu ponto de vista. Onde
você viu isso?”.
• Lembre-se de que nosso corpo também fala. Tenha consciência da sua comunicação não
verbal e igualmente atente aos sinais não verbais do paciente durante as respostas, sen-
do empático às emoções expressadas por ele (veja mais sobre isso no item Emoções do
protocolo SPYKES).
• Dê ao paciente/familiar o tempo que ele precisa para pensar e falar. Aprenda a tolerar
silêncios.
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Unidade 3
• Ainda, a percepção permite que você compreenda o modo como aquela pessoa lida com
a doença. Algumas pessoas têm um enfrentamento mais realista e pragmático, enquanto
outras têm um enfrentamento mais evitativo. Ao escutar antes o paciente/familiar, po-
demos ajustar o modo como vamos falar para gerarmos maior sintonia e sincronia. Por
exemplo, podemos ser mais diretos com uma pessoa que apresenta um enfrentamento
realista e pragmático, e mais cuidadosos com a informação com uma pessoa com enfren-
tamento evitativo.
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Unidade 3
Invitation – Convite
Depois de entender melhor o outro, o profissional pode lhe pedir permissão para expor a pró-
pria percepção sobre a situação do paciente. Por exemplo, você poderia perguntar: “Posso
falar como eu vejo esta situação?”.
Este passo promove impactos positivos. Além de ser uma atitude educada numa forma de
relacionamento, dá ao paciente/familiar o controle do fluxo de informações. Algumas pes-
soas não querem receber mais informações, assim como outras precisam de um tempo – às
vezes, poucos segundos, às vezes, mais – para se preparar emocionalmente para a notícia
que se seguirá.
Uma pergunta desse tipo também capta a atenção do paciente/familiar. Muitas vezes, ao fa-
lar sobre a própria percepção de uma situação dolorosa, o paciente/familiar se desconecta
do momento presente ao divagar sobre o passado ou futuro.
Pacientes que não querem conversar sobre o diagnóstico talvez respondam: “Não
quero responder sobre isso. O senhor poderia conversar com o meu filho?”.
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Unidade 3
16
Unidade 3
Na prática!
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Unidade 3
Emotions – Emoções
O importante aqui é permitir ao paciente/familiar a expressão de suas emoções. Faça isso
de forma acolhedora, mostrando que você se importa com ele e que está comprometido em
fazer o melhor.
Se o paciente chorar, seja compassivo. Fique em silêncio, junto com ele. Respeite a dor e
aguarde. Eventualmente, ofereça um lenço de papel.
Lembre-se! Não é culpa sua. E você pode ajudar as pessoas nesse momento. Não
crie a expectativa ilusória de que será fácil para nenhum dos dois, paciente e familiar.
Crie a expectativa factível de que o paciente não passará por esse caminho sozinho e
que tem agora e terá no futuro alguém que o conhece e se importa com ele.
Lembre-se ainda de que o choro expressa uma dor legítima. Aguarde.
Normalmente, depois que a crise de choro passa, o paciente mesmo dá sinais de
que a conversa pode ser continuada. E aí, voltamos para o passo “Convite” do
protocolo.
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Unidade 3
Na prática!
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Unidade 3
Strategy – Estratégia
Summary – Síntese
Depois que as informações importantes foram trocadas, é o momento para você resumir a
conversa e reforçar quais serão os próximos passos. Esta é a hora de perguntar se ficaram
dúvidas e de reforçar o não abandono e o nosso compromisso em fazer o melhor pelo pa-
ciente. Não se esqueça de:
• Resumir o que foi conversado. Se você ficou com dúvidas se o paciente/familiar entendeu,
peça-lhe que fale o que compreendeu da conversa.
• Deixe claro como e onde o paciente/familiar pode encontrar você ou alguém da equipe,
caso seja necessário.
• Experimente praticar todos os passos da estratégia SPIKES e observe como ela influencia
a sua forma de se comunicar.
Alguns profissionais têm crenças relacionadas ao paciente que recebe uma má notícia do
tipo:
No entanto, as evidências são bastante consistentes de que pacientes que sabem sobre sua
doença têm maior adesão, menor ansiedade e menor depressão. Em geral, nós percebemos
quando estamos doentes – afinal, nós sentimos quando estamos doentes.
20
Unidade 3
Não falar só faz com que o paciente se sinta mais sozinho, mesmo que esteja cercado de
pessoas. Ele pode perceber que os outros estão escondendo a verdade e acabar se sentindo
sozinho em sua dor. Com frequência, pacientes sentem diversos tipos de medo relacionados
à doença, aos tratamentos ou aos sofrimentos que poderão enfrentar. Muitos desses medos,
se não são compartilhados, se amplificam e geram uma sensação de terror e pânico. Não
conversar não ajuda. E conversar, embora não seja fácil, ajuda.
A regra é: “não chore mais que o paciente”; todavia, um profissional que se emociona é em
geral percebido por pacientes e familiares como alguém que se importa com eles.
Emocionar-se diante do paciente não é demonstração de fraqueza, mas de uma força que
aprofunda o vínculo em situações muito difíceis de lidar.
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Unidade 3
Sempre comece esse alinhamento com os profissionais. É comum que várias equipes estejam
envolvidas no cuidado.
Uma vez que o prognóstico é importante para os pacientes, para suas famílias e para os pro-
fissionais de saúde na preparação para o futuro e na determinação da elegibilidade para os
recursos de saúde, é fundamental definir o objetivo de cuidado e alinhá-lo com toda a equipe
de saúde.
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Unidade 3
Quanto mais cedo for definido o objetivo de cuidado que o paciente deseja, de acordo com seu
prognóstico, melhor será o alinhamento entre as equipes e, consequentemente, melhor será
o cuidado a ser prestado a esse paciente.
O objetivo é que os valores dos pacientes sejam respeitados e que não haja tratamentos
inapropriados para o momento que ele está vivendo, os quais são caracterizados como obs-
tinação terapêutica.
Uma vez que as equipes estejam alinhadas, vamos então conversar com os familiares:
• Avise que você está preocupado com o que está vendo e que entende que todos
precisam conversar para garantir o melhor cuidado do paciente. Peça permissão
para conversar sobre isso.
• Pergunte como a pessoa está enxergando a situação. Faça perguntas de forma
respeitosa e curiosa para entender como a outra pessoa está vendo a situação e
o que a está preocupando.
• Sabendo que o objetivo está alinhado, oriente sobre os cuidados de fim de vida,
levando em consideração as necessidades do paciente e sua família no momento.
• Valide emoções, sempre.
• Reforce o não abandono e abra sempre espaço para dúvidas – ao longo da
conversa e ao final também.
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Unidade 3
Para concluir
Lembre-se de que o verbo “cuidar” tem a mesma raiz etimológica de “[se] importar”. Para
dar uma notícia de maneira honesta e empática, precisamos nos importar verdadeiramente
com o nosso paciente e com o nosso compromisso em falar a verdade e em fazer o melhor
por ele. E ter ciência de que comunicação é mais do que uma capacidade inata humana; é
também uma competência que pode ser treinada e aprimorada, inclusive no contexto da co-
municação com pacientes que enfrentam situações adversas de saúde.
24
Unidade 3
Planejamento de cuidados
Introdução
Falar com acurácia que uma pessoa está morrendo tem se tornado mais complexo nas úl-
timas décadas. Novos tratamentos surgem e desafiam o que antes fora considerado uma
situação sem possibilidade de tratamento. No entanto, apesar das significativas evoluções da
medicina, seres humanos continuam mortais. E algumas situações clínicas, permanecem até
hoje, feliz ou infelizmente, situações nas quais a doença apresenta-se numa fase irreversível
e terminal.
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Unidade 3
As principais escalas
• o Palliative Performance Scale (PPS);
de funcionalidade são:
• a escala de Katz para as Atividades de Vida Diária
(ABVD);
O KPS é uma escala que varia entre 100 (nenhuma limitação funcional) a 0 (óbito), enquanto
o ECOG varia entre 0 (nenhuma limitação) a 4 (completamente dependente). Ambas são vá-
lidas como preditores de sobrevida e de resposta à quimioterapia em pacientes com câncer
conforme você pode observar na tabela e figura a seguir:
26
Unidade 3
90% Mínimo sinais e sintomas, capaz de realizar suas atividades com esforço.
27
Unidade 3
Completamente
inativo
Fonte: Adaptado de Excerpted from Oken, MM, et al. Am J Clin Oncol. Robert Comis
M.D., Group Chair. 1982; 5:649.
• capacidade de deambular;
• estágio da doença;
• ingesta oral;
• capacidade de autocuidado e
• nível de consciência.
Nesta escala o paciente pontua pelo pior critério conforme você pode observar na tabela a
seguir:
28
Unidade 3
Atividade normal
100% Completa e trabalho, sem Completo Normal Completa
evidência de doença
Atividade normal
90% Completa e trabalho, sem Completo Normal Completa
evidência de doença
Atividade normal
Normal ou
80% Completa e trabalho, sem Completo Completa
reduzida
evidência de doença
Incapacidade para
Normal ou
70% Completa o trabalho. Doença Completo Completa
reduzida
significativa
Incapaz para os
Completa ou
hobbies/trabalho Assistência Normal ou
60% Completa períodos de
doméstico. Doença ocasional reduzida
confusão
significativa
Incapaz para
Maior parte Assistência Completa ou
a maioria das Normal ou
40% do tempo quase sonolência +/-
atividades. Doença reduzida
acamado completa confusão
extensa
0% Morte – – – –
As escalas de Karnofsky, ECOG e PPS são mais estudadas e validadas nas populações de
pacientes com câncer. Para as demais doenças, outras escalas têm mais embasamento em
evidência. Para insuficiências orgânicas em geral, podemos usar a Escala de Katz para Ativi-
dades de Vida Diária (ABVD), conforme mostrado abaixo:
29
Unidade 3
Atividade normal
100% Completa e trabalho, sem Completo Normal Completa
evidência de doença
Atividade normal
90% Completa e trabalho, sem Completo Normal Completa
evidência de doença
Atividade normal
Normal ou
80% Completa e trabalho, sem Completo Completa
reduzida
evidência de doença
Incapacidade para
Normal ou
70% Completa o trabalho. Doença Completo Completa
reduzida
significativa
Incapaz para os
Completa ou
hobbies/trabalho Assistência Normal ou
60% Completa períodos de
doméstico. Doença ocasional reduzida
confusão
significativa
Incapaz para
Maior parte Assistência Completa ou
a maioria das Normal ou
40% do tempo quase sonolência +/-
atividades. Doença reduzida
acamado completa confusão
extensa
0% Morte – – – –
E já para os pacientes que apresentam algum grau de demência, em especial aqueles adul-
tos/idosos com quadro de Alzheimer, podemos utilizar a escala de FAST conforme você pode
observar na tabela a seguir:
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Unidade 3
Recebe assistência para lavar somente uma parte do corpo, tal como as
A
costas ou uma perna.
Recebe assistência para lavar mais de uma parte do corpo, ou não toma
D
banho sozinho.
Transferência
Continência
Alimentação
Então, quais são os critérios para classificar uma doença crônica em fase avançada
de evolução?
Dependendo da doença, algumas características são marcantes desta fase, associada com
alta chance de morte no próximo ano.
Quadro 4. Exemplos de características marcantes de uma doença crônica em fase avançada de evolução
Câncer:
• declínio funcional;
• hospitalizações recorrentes.
• hospitalização recorrentes;
• hipotensão;
• piora renal;
Situações Gerais:
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Unidade 3
Figura 2. Esquema sobre outro fator de risco associado a alta probabilidade de óbito.
A Doença avançada
+
B Baixa funcionalidade
+
C Anorexia OU múltiplas internações OU comorbidade
=
Fase final de evolução com alta probabilidade de óbito
nos próximos meses
Fonte: Adaptada de Salpeter, J Pall Med, 2012; Martin L. et al., J Clin Oncol,
2015, 33:90-99. Braun LT, Circulation, 2016; Murray S, BMJ, 2017.
Infelizmente, a maior parte dos pacientes com doenças crônicas que encontram-se nessas
fases avançadas ou finais de evolução da doença (doença avançada em progressão, com
funcionalidade comprometida e outros fatores de risco – anorexia-caquexia grau IV, múl-
tiplas internações nos últimos meses, múltiplas comorbidades ou fragilidade) falecerá nos
meses seguintes, independente dos tratamentos a que sejam submetidos. Além disso, é pre-
ciso saber que infelizmente nessas situações podemos eventualmente até prolongar a vida
por algum tempo, mas é uma exceção (se é que é possível) recuperar funcionalidade. Enxer-
gar esse cenário de risco e fazer um planejamento em conjunto com o paciente para o mais
provável, enquanto podemos torcer e eventualmente tentar o improvável, é fazer um bom
Planejamento Antecipado de Cuidado (PAC).
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Unidade 3
Mas acima de tudo, podemos e devemos estar preparados para o mais provável: que em
algum momento nos próximos meses esse paciente entrará no processo de morte iminente.
Reconhecer todo esse cenário e estar preparado para ele permite que, quando esse momen-
to chegar, o paciente passe pela fase de morte iminente de forma serena e digna possível e
assim, com uma boa predição, podemos fazer um bom planejamento.
34
Unidade 3
A PAC é mais ampla. Além dos cuidados e tratamentos que o paciente queira ou não receber
no momento em que estiver incapacitado, ela precisa incluir outros elementos essenciais
conforme você pode conferir no quadro abaixo:
Estes valores podem por exemplo, incluir o que o paciente entende por dignidade,
quais são suas maiores preocupações ou seus objetivos de vida.
Diferentes pacientes podem ter diferentes entendimentos sobre o que consideram
necessário para ter uma vida digna:
Para alguns, ter plena autonomia para participar de decisões sobre sua própria
Valores do vida; para outros, seria suficiente a possibilidade de conviver com sua família,
paciente sobre mesmo com limitações cognitivas, porém com alguma consciência; para outros
vida e sobre ainda, a simples possibilidade de viver, mesmo que sem consciência, poderia ser
sofrimento entendido como suficiente para ter dignidade.
O entendimento sobre o que é sofrimento também pode variar muito de uma pessoa
para outra: como cada pessoa vê o papel do hospital, das terapias de sustentação
artificial de vida, da dor, das questões familiares, culturais, religiosas e espirituais.
A descrição destes valores sobre a vida e o sofrimento é uma parte importante da
PAC e pode ajudar a decisões nos cenários não previstos, que são muito frequentes.
Quem o paciente aponta como responsável por participar das decisões de sua
Representante
saúde em conversas com médicos caso encontre-se incapacitado de participar de
de saúde
decisões.
Por fim, idealmente, uma PAC deve incluir não só quais são os cuidados e
Objetivo do tratamentos, mas também qual o objetivo do cuidado considerando a doença, os
cuidado tratamentos disponíveis e os valores de vida do paciente. Veremos mais detalhes
sobre objetivo de cuidado logo adiante.
Isso é especialmente relevante durante os cuidados que envolvem fases avançadas ou finais
de doenças potencialmente fatais. O PAC e o DAV permitem que não só os melhores trata-
mentos do ponto de vista técnico-científico sejam utilizados, mas, principalmente que sejam
escolhidos aqueles que respeitam os valores de vida e preferências do paciente.
35
Unidade 3
Desenvolver um PAC é uma forma técnica e prática de realizar uma decisão compartilhada
e permite que os pacientes possam falar sobre suas preferências e participar das decisões.
36
Unidade 3
Esperança Expectativa
Uma pessoa pode ter a esperança de ficar curada e se preparar para a sua morte. Isso é uma
forma adaptativa e saudável de lidar com as próprias dores dentro do modelo de luto dual.
Como nós profissionais podemos lidar com isso e ajudar pacientes nessa
situação?
É possível utilizar algumas estratégias para auxiliar os pacientes. A primeira é: torcer pelo
melhor e estar preparado para o pior.
A incerteza faz parte. Mais ainda, ela mostra que todos somos humanos, e isto pode nos
conectar se aprendermos a validar as emoções que decorrem dela. E, por fim, na incerteza
mora a esperança.
37
Unidade 3
Em qualquer situação, é
importante o profissional ter
consciência de que um de
seus papéis mais
importantes nessas
conversas consiste em
escutar com atenção, validar
as emoções fortes que
aparecerem, e demonstrar
que quer fazer um plano
para lidar da melhor maneira
possível com as
preocupações do paciente.
Exemplos de perguntas:
• Queria entender melhor o que te preocupa. Assim podemos montar um plano B e estarmos preparados
para tudo. Enquanto isto, podemos continuar buscando o plano A.
• Muitos pacientes me dizem que ficam preocupados com o que poderia acontecer caso o tratamento não
funcione. Isto é uma preocupação bem comum na verdade preocupa a você também? Quer conversar
sobre isto?
• Alguns pacientes me falam que o que lhe preocupa não é tanto o medo de morrer, mas muito o medo de
sofrer. Sei que não é uma conversa fácil, mas vejo que quando conversamos sobre isto e, principalmente,
quando fazemos juntos um bom plano para o pior cenário, isto acalma pacientes e nos faz ter mais paz
para vivermos melhor o dia de hoje. O quê você acha disto tudo?
• Como profissional da saúde, é importante entender quais seriam suas escolhas no melhor cenário, mas
também seria importante eu conhecer o que é importante para você caso sua doença não evolua da
forma como todos nós gostaríamos. Podemos conversar sobre isto?
38
Unidade 3
Para Concluir
Nesta seção vimos uma introdução sobre o Planejamento Antecipado de Cuidados (PAC) e
as Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV). Como profissionais da equipe de cuidados, é im-
portante conhecermos estas ferramentas para estimularmos a comunicação com o doente
e seus familiares, proporcionando um cuidado tecnicamente adequado alinhado aos desejos
e valores do paciente. Muitas vezes, participamos destas conversas em atendimentos com-
partilhados. Além disso, durante o atendimento de todos nós profissionais, a depender do
vínculo que criamos com o paciente, informações preciosas surgem durante as intervenções.
É importante compreendermos a comunicação dessas informações, seja nos momentos for-
mais para discussão de equipe ou na busca ativa do médico que está planejando o cuidado,
isto permitirá que o PAC e a DAV sejam construídos a partir de uma compreensão de história
de vida e sentido mais amplo, contemplando facetas multidimensionais que por vezes vão se
revelando paulatinamente para os diferentes profissionais.
39
Unidade 3
O luto promove uma vivência emocional intensa. É uma experiência dolorida, natural e espe-
rada diante do rompimento de um vínculo, carregada de possibilidades de transformação e
de construção de significado para o enlutado. Essa experiência é singular, universal, multi-
determinada e está intimamente ligada à cultura na qual o enlutado se insere.72 Cada um de
nós descobre e aprende a lidar com situações de perdas significativas de um jeito. A partir
das primeiras experiências de perda (morte de um animal de estimação, mudança de cidade,
perda de um familiar), vamos construindo significados para essas perdas e maneiras de nos
adaptar à realidade após elas.
40
Unidade 3
Ante a instauração de uma doença que ameaça a vida, inicia-se um processo de luto ante-
cipatório, pela quebra de expectativa, pelo anúncio do rompimento de vínculos, de padrões
estabelecidos, e pelas sucessivas perdas que se desdobram a partir dessa constatação. Esse
luto antecipatório pode ocorrer por um longo tempo, tanto para os pacientes – nos casos em
que mantêm a consciência de seu processo de adoecimento e finitude – quanto para familia-
res e equipe.
Franco et al. (2020) observam que o enfrentamento do luto pode ser compreendido através
do processo dual do luto, que requer um movimento entre adaptação e construção de signifi-
cado a partir da oscilação entre o enfrentamento orientado para a perda e o enfrentamento
orientado para a restauração.
41
Unidade 3
Abaixo a representação deste processo tal como descrito por Schut e Stroebe (1999,2001):
Enfrentamento
Oscilação
Fonte: Adaptada de Schut e Stroebe (1999,2001).
42
Unidade 3
O processo de luto antecipatório também poderá ser observado nos familiares como res-
posta às perdas relacionadas ao adoecimento do ente querido, e é preconizado o suporte em
todos os momentos do processo, com o intuito de prevenção, e, quando identificado risco de
luto complicado, há a possibilidade de intervenção.
43
Unidade 3
44
Unidade 3
Por fim, consideramos que é uma tarefa de todos nós, profissionais, auxiliar os enlutados
para falar abertamente sobre a perda, o impacto e as reações emocionais, favorecer a com-
preensão/acolhimento da percepção ou reação do outro, diminuir a reatividade e promover
empatia. Tenha em mente que se você compreende o modo do outro, por mais que não lhe
faça sentido, a empatia é facilitada.
45
Unidade 3
Sofrimento espiritual
46
Unidade 3
47
Unidade 3
Alguns elementos são considerados como fatores protetores contra a impotência e o desam-
paro no processo de adaptação e enfrentamento ao adoecimento. Veja na figura abaixo quais
são esses aspectos:
Família
Paciente Conhecimento Família e
Compartilhar vivência de “melhor amigos
Condição estável
Lidando bem cuidado possível” Suporte
Relação de confiança Atividades de distração prático e
com paciente Aceitação, sentido, esperança emocional
Sentimento de segurança
Fonte: Adaptada de Milberg; Strang. Palliative and Supportive Care (2011), 9, 251–262.
48
Unidade 3
No quadro a seguir, estão disponíveis alguns itens que auxiliarão na identificação da dinâmica
da família. Leia-o com atenção.
Conhecendo a família
• Como eles se comunicam? As notícias novas são compartilhadas? Eles fazem visitas juntos ou
separadamente? Eles procuram ou evitam conversar com a equipe?
• Qual é o papel que o paciente ocupa nessa família (cuidados, por exemplo)? Quem ocupará essa
função no momento, e o que esse vazio (ausência deste papel) causa?
• Há alguma preocupação urgente no momento, como ajuda de custo com transporte ou cuidados
com alguém em casa?
• paciente jovem/criança;
49
Unidade 3
• enfrentamento evitativo;
• Famílias precisam de certo controle sobre a situação. Uma aproximação ao entendimento de cada
um dos membros, suas formas de expressar o sofrimento em relação à situação, poderá nos dar
pistas de como cuidar da família e de seus diferentes componentes.
• Reconheça a efetividade de um trabalho de curta duração para resolver algum problema – uma
reunião pode ser o suficiente.
• Disponibilize suporte no processo de luto antecipatório ou encaminhe para a terapia de luto após o
óbito os casos que assim demandarem.
• Após o óbito, mantenha aberto o canal de comunicação se a família tiver necessidade. Além disso,
se possível, elabore uma estratégia de monitoramento para entendimento se o processo de luto
ocorrer de modo saudável ou se o enlutado precisar de apoio especializado.
50
Unidade 3
51
Unidade 3
O desgaste emocional a que essas pessoas são submetidas nas relações com o trabalho é
fator significativo na determinação de transtornos relacionados ao estresse e à depressão;
e indivíduos que estão expostos constantemente a altos níveis de estresse ficam vulneráveis
ao surgimento da Síndrome de Burnout.
Síndrome
de Burnout
“Burnout” é um termo da língua
inglesa cujo sentido literal é “destruído
completamente pelo fogo, queimado
até o fim, de tal forma a permanecer
apenas uma carcaça externa”.
52
Unidade 3
Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto,
excessivo e estressante de trabalho com pessoas, e acompanhada de sintomas físicos e psí-
quicos que denotam um estado particular de “exaustão”, essa doença faz com que o pro-
fissional perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que
suas atividades deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.
Além disso, como vivenciam a compaixão associada ao distanciamento emocional, evitando
o envolvimento com a enfermidade ou patologia que o paciente apresenta, os profissionais
da saúde utilizam a “desumanização em defesa própria”. Ou seja, para protegerem-se das
situações estressoras, eles tendem a responder aos pacientes de forma despersonalizada.
53
Unidade 3
1. Desgaste emocional
2. Despersonalização
54
Unidade 3
Outra reação que pode acometer o profissional de saúde é a fadiga por compaixão. O termo
foi usado pela primeira vez em um trabalho sobre Burnout, mas, ao longo dos estudos, nota-
ram-se algumas diferenças entre os dois quadros.
A imagem a seguir faz uma comparação entre a fadiga e a satisfação por compaixão. Anali-
se-a com atenção.
55
Unidade 3
No quadro a seguir, você confere algumas estratégias de cuidado para prevenção da fadiga
por compaixão, analise-o com atenção:
56
Unidade 3
Considerações finais
Como pudemos observar, o Cuidado Paliativo demanda ampla formação e uma contínua bus-
ca pelo desenvolvimento de competências que nos permitem compreender e estar próximos
de pacientes, familiares e nossos colegas de equipe no cotidiano de adaptação tal como se
exige quando se lida com processos de doenças que trazem consigo a ameaça à vida. Atuando
como equipe multiprofissional, poderemos contribuir ativamente na prevenção do sofrimen-
to e no favorecimento da qualidade de vida, por meio da disponibilidade e da oferta de estra-
tégias de cuidado que minimizem o sofrimento de todos os envolvidos.
57
Unidade 3
Exercícios de Fixação
Você finalizou o conteúdo multimídia. Que tal testar o seu conhecimento sobre
os assuntos discutidos nesta unidade?
D. Antes de expor a sua percepção sobre a situação, você deve questionar ao paciente
quais informações ele já sabe sobre o próprio estado clínico atual.
58
Unidade 3
3. Para que podem ser utilizados o Planejamento Antecipado de Cuidados (PAC) e as Dire-
tivas Antecipadas de Vontade (DAVs)?
59
Unidade 3
Gabarito
Questão 1:
Alternativa Correta: D
Comentário:
A comunicação de má noticia envolve uma informação que mudará de maneira negativa a
expectativa de futuro do paciente e de seus familiares. Ao falar, por exemplo, sobre a piora
clínica de um paciente, o profissional de saúde deve compreender previamente quais são
as expectativas do receptor da informação para que assim possa encontrar ferramentas
adequadas para comunicar de maneira efetiva e compassiva e acolher o sofrimento advindo
da informação dada.
Questão 2:
Alternativa Correta: B
Comentário:
O protocolo SPIKES é uma estratégia que auxilia a comunicação de uma má notícia e organiza
o raciocínio e os comportamentos que fazem parte da comunicação. Seu passo a passo
inclui:
S – Setting up (preparação)
P – Perception (percepção)
I – Invitation (convite)
K – Knowledge transfer (transferência de conhecimento)
E – Emotions (emoções)
S – Strategy and summary (estratégia e síntese)
A permissão da expressão e o acolhimento das emoções são orientações realizadas no
passo Emoções. Validar o que é expresso e sentido pelo paciente ou familiares aproxima-os
da equipe de saúde e aumenta seu senso de segurança.
60
Unidade 3
Questão 3:
Alternativa Correta: D
Comentário:
O PAC e as DAVs são ferramentas utilizadas para registro das vontades e desejos do paciente
a respeito do seu adoecimento e tratamento médico. Auxiliam significativamente na tomada
de decisões compartilhadas.
A literatura evidencia que o PAC e as DAVs interferem positivamente na qualidade da
assitencia, além de diminuir a obstinação terapêutica, reduzindo assim os custos
assistenciais.
Questão 4:
Alternativa Correta: D
Comentário:
O luto é uma experiência emocional intensa, esperada quando há o rompimento de um
vínculo significativo. É universal, subjetiva, vivida distintamente por cada indivíduo, e tem
grande potencial de transformação.
Durante todo o processo de adoecimento, pacientes e familiares vivenciam diversas perdas
(de autonomia, papeis sociais, rotina, convívio), e o luto antecipatório auxilia-os a lidarem
com a quebra das expectativas e com a experiência maior de perda que é a morte.
61
Unidade 3
Questão 5:
Alternativa Correta: A
Comentário:
O sofrimento espiritual diz respeito a angústias que podemos ter em relação a nossa religião
(como não conseguir rezar), aos elementos que consideramos sagrados em nossa vida
(como a necessidade de perdoar e de pedir perdão) e às preocupações sobre a forma como
nos enxergamos no mundo, que trazem questões do tipo: “O que será de mim daqui para
frente?”.
Assim, estar atento ao sofrimento espiritual do paciente e de seus familiares torna-se uma
importante tarefa para a promoção de um cuidado completo.
62
Unidade 3
Anexo 1:
Instrumentos na literatura que podem ser utilizados como
norteadores na abordagem da espiritualidade em Cuidados
Paliativos
FICA – Puchalski
Importance
A fé é importante em sua vida? Quanto?
(importância)
Community
Você participa de alguma igreja ou comunidade espiritual?
(comunidade)
SPIRIT – Maugans
63
Unidade 3
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