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A)
Furo na camisinha
Depois de três anos, casal quer receber indenização.
Está nas mãos do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, decidir se o tribunal deve
julgar um furo na camisinha que gerou um filho não planejado. O litígio contrapõe um casal à
Johnson & Johnson, que se nega a pagar indenização. O incidente deu ao casal uma criança, que
hoje tem entre sete e oito anos.
O fato se deu em 1998. Prevenido, o marido teria guardado a camisinha. Quando o preservativo
usado completou três anos, o casal tirou-o da gaveta e resolveu procurar a Justiça. O marido alegou
que sua mulher sofria de problemas de saúde e, por isso, não poderia engravidar.
O juiz da 6ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG) deu razão ao casal. Condenou a Johnson & Johnson a
pagar 100 salários mínimos de indenização e pensão mensal para a família desde a data do "evento
danoso" até a criança completar 21 anos.
No Tribunal de Justiça mineiro, o casal não só perdeu o direito à indenização como também teve de
ouvir críticas de um dos juízes. “Eu fico profundamente consternado em deparar com uma ação em
que um casal, ou mais precisamente, um pai e uma mãe, que se move para obter indenização
porque seu filho foi concebido. No meu ponto de vista ético e moral, o que arrebentou aí não foi só
uma camisinha, mas a dignidade moral de um ser humano. Mas isso é apenas um desabafo que
faço porque a lei permite que esse tipo de ação seja proposta e nós somos obrigados a acatar a
vontade de lei.”
O TJ mineiro entendeu que a fabricante não precisa indenizar o casal porque os contraceptivos,
sabidamente, não têm eficácia garantia. De nada adiantou a ira do juiz de Minas. Persistente, o
casal levou sua história de família ao Superior Tribunal de Justiça, que negou o recurso, dizendo
que não lhe cabe reexaminar provas.
O casal insistiu, pedindo para que a ação fosse ao Supremo. O STJ barrou, dizendo que a matéria
não era constitucional. A dupla não se convenceu e entrou com agravo regimental no Supremo
pedindo para que se recurso parado no STJ possa subir até a corte constitucional.
O caso está nas mãos do ministro Marco Aurélio. O ministro agora decidirá se acolhe o pedido para
que o recurso seja examinado, se nega ou se submete o caso à Turma. À primeira vista, a matéria
não tem nenhuma discussão constitucional. Mas, mesmo que o ministro rejeite o agravo, o casal
ainda pode recorrer à Turma. A batalha da camisinha na Justiça, portanto, ainda terá outros novos
capítulos.
São raros os acidentes aéreos com participação de terceiros. O caso do Vôo 1907 da Gol é
uma destas exceções. A situação cria uma outra raridade, quando se passa a discutir de quem
é a responsabilidade pela indenização dos danos provocados pelo acidente.
Especialistas ouvidos pela Consultor Jurídico entendem que, se comprovada a culpa dos
pilotos do avião Legacy na tragédia, eles poderão ter de pagar as indenizações decorrentes
da tragédia. Além de indenizar diretamente os familiares das 154 vítimas do acidente, eles
poderão ter de pagar as indenizações devidas pela Gol bem como os gastos da União com as
operações de busca do avião e de resgate dos corpos na selva amazônico.
Ainda segundo Alonso, os familiares das vítimas podem cobrar da companhia aérea pensão
equivalente a dois terços do salário da vítima até que ela completasse 65 anos.
Para o especialista, contudo, se ficar comprovada a culpa dos pilotos do avião Legacy na
queda do Boeing, a Gol poderá mover ação de regresso para cobrar dos responsáveis pelo
avião os valores que gastar com as indenizações.
No caso da Gol, as indenizações estão cobertas por seguro que a companhia contrata com a
Sul América Seguros, desde sua criação em 2001. Apólices desta natureza cobrem as
indenizações às famílias ds vítimas bem como os prejuízos com a perda da aeronave.
Os próprios familiares também poderão entrar com pedido de indenização contra os pilotos.
O valor dessa indenização será estabelecido de acordo com a gravidade dos fatos que forem
comprovados, na opinião de Alonso. “Nesse caso é melhor tentar um acordo com as
seguradoras internacionais responsáveis pelo Legacy do que entrar com uma ação judicial
nos Estados Unidos,” diz.
Alonso também recomenda cautela às famílias antes de fechar acordos com as seguradoras
ou com as partes envolvidas no acidente. Normalmente a companhia aérea ao pagar a sua
indenização exige que o indenizado dê quitação plena de suas pretensões. Desta forma, a
família abre mão de outras indenizações.
Direito do consumidor
Para o professor a opção correta seria entrar com uma ação contra a Gol, já que não cabe aos
familiares dos passageiros discutir a responsabilidade pelo acidente. “A culpa pelo acidente
não interessa ao consumidor. Mesmo que haja a culpa de terceiros, isso não exclui a
responsabilidade do transportador,” diz.
Histórico
O Boeing 737/800 da Gol, que fazia o vôo 1907, de Manaus ao Rio de Janeiro com escala
em Brasília, no dia 29 de setembro, caiu depois de bater no jato executivo Legacy, da
empresa americana de táxi-aéreo ExcelAire que voava de São José dos Campos (SP) para os
Estados Unidos com escala em Manaus.
As 154 pessoas — 148 passageiros e seis tripulantes — que estavam no Boeing morreram.
Os 7 passageiros do Legacy sobreviveram sem ferimentos. Depois do choque em pleno ar, o
avião fez um pouso de emergência na pista da base aérea de Cachimbo, na divisa dos
estados do Pará e Mato Grosso. O avião executivo era conduzido pelos piloto Joseph Lepore
e pelo co-piloto Jan Paul Paladino, ambos americanos. Levava a bordo dois funcionários da
ExcelAire, que havia acabado de adquirir o avião em São José dos Campos, dois
funcionários da Embraer e um repórter do New York Times.
Os pilotos do jato estão proibidos de sair do país desde segunda-feira (2/10) quando seus
passaportes foram apreendidos pela Polícia Federal. A PF também abriu inquérito para
investigar as responsabilidades no acidente.
Segundo a marca, outra parte das unidades fabricadas em 2012 e todos os veículos
feitos a partir de 2013 estão isentos do problema. Também não há qualquer
envolvimento de quaisquer modelos equipados com motores a gasolina ou
bicombustível (chamados pela marca de TotalFlex). Segundo o comunicado,
"todos estão de acordo com os níveis da legislação de emissões."
Ainda que evite usar o termo "recall", a marca confirma que haverá uma solução
para as unidades da picape afetadas. O reparo ainda levará alguns meses para ser
aplicado porque "o software se encontra em desenvolvimento pela matriz da
empresa na Alemanha para aplicação nos países afetados", informa.
FONTE: UOL.
D)
Condenada a pagar R$ 1 milhão por danos morais difusos, a empresa alegou, no recurso ao
STJ, que os fatos não configuraram publicidade ilícita, nem justificam a indenização. Segundo
ela, houve confusão por parte das revistas especializadas quanto aos itens de série do i30.
De acordo com o Ministério Público, uma das matérias publicadas em uma revista automotiva
afirmava que o i30 versão básica viria equipado com diversos air bags, freios ABS, CD/MP3,
além de comandos de som no volante, sensor de estacionamento e ar-condicionado.
Questionada, a revista declarou que os dados foram fornecidos única e exclusivamente pela
Hyundai. Nem todos esses itens, segundo o processo, estavam presentes na versão básica.
Para o ministro Villas Bôas Cueva, relator do recurso, é impossível negar o intuito de
ludibriar o consumidor no comportamento adotado pela montadora meses antes do
lançamento do carro, ao "inundar" a imprensa especializada com informações falsas, "de
modo a criar no imaginário popular a falsa impressão de que seria infinitamente superior aos
veículos de mesma categoria oferecidos por suas concorrentes".
Ele lembrou que o sistema de tutela da publicidade trazido pelo Código de Defesa do
Consumidor está orientado por uma série de princípios que se propõem a limitar o uso das
técnicas publicitárias, com o objetivo de evitar "a exposição do público consumidor a eventos
potencialmente lesivos aos direitos tutelados pelo referido diploma legal".
Villas Bôas Cueva rejeitou a tese da Hyundai de que teria havido confusão por parte dos
jornalistas que escreveram sobre o i30. Ele observou que, tanto em primeira quanto em
segunda instâncias, ficou reconhecido que a empresa veiculou anúncios publicitários
reiterando as informações, "fato que joga pá de cal na tentativa de convencer esta Corte
Superior que tudo não passou de equívoco cometido pelos jornalistas".
Sobre os danos morais difusos, o ministro explicou que eles foram arbitrados após minuciosa
análise das provas do processo, e foi justamente a gravidade dos fatos que levou as instâncias
ordinárias a reconhecerem a necessidade da indenização. A revisão dessa conclusão pelo STJ
é inviável devido à Súmula 7, ressaltou Villas Bôas Cueva.
E)
CEF TERÁ QUE INDENIZAR PELO VALOR SENTIMENTAL DE JOIAS
ROUBADAS DO COFRE
Dano moral não decorre da natureza do bem ou interesse lesado, mas do efeito da lesão sobre
a vítima. Com essa consideração, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
rejeitou pedido da Caixa Econômica Federal (CEF) para reverter condenação por danos
morais, determinada em favor de vítima de roubo de joias guardadas em seu cofre.
A questão teve início quando uma advogada ajuizou ação contra a CEF, pedindo indenização
por danos materiais e morais sofridos em decorrência da perda de joias que empenhara em
garantia de contrato de mútuo em dinheiro.
Em primeira instância, o pedido foi julgado parcialmente procedente, tendo o juiz condenado
a CEF ao pagamento de valor a ser apurado em liquidação por arbitramento pela perda
material das joias, acrescida de 50% pelo dano moral sofrido, em vista do valor sentimental
que os bens representavam para sua proprietária.
“São inegáveis, pois, os reflexos negativos acarretados à esfera psíquica da autora, abalada
pela perda de joias da família, cujo valor sentimental que a elas atribui facilmente se
apreende, por ser o que de ordinário ocorre, ensejando a reparação da parte de quem lhe
causou aludidos danos”, assinalou o magistrado.
A CEF apelou, afirmando que o roubo de joias guardadas em cofre de segurança fornecido
pela instituição bancária deveria gerar apenas, para o fornecedor, a responsabilidade pelo
dano inerente à finalidade do próprio serviço.
Ainda segundo a CEF, não poderia ser aplicada ao caso a Súmula 43 do STJ, quanto à
correção monetária, pois esta só incide sobre dívidas preexistentes, o que não seria o caso dos
autos, em que a atualização deveria ter como termo inicial a data da fixação da indenização
por dano moral.
A Quarta Turma deu parcial provimento ao recurso da CEF, reconhecendo que o termo inicial
dos juros de mora é a data da citação, e o da correção monetária é a data do arbitramento da
indenização por dano moral (Súmula 362 do STJ).
Mas manteve a sentença quanto à indenização devida por danos morais. Para o ministro Luis
Felipe Salomão, relator do caso, não há equiparação possível entre o dano patrimonial, que a
CEF alega ter ocorrido única e exclusivamente, e o dano moral, que a instituição financeira
diz ter sido suprido mediante o mero ressarcimento do valor pecuniário das joias empenhadas.
“A caracterização do dano moral não decorre da natureza do direito, bem ou interesse lesado,
mas do efeito da lesão, do caráter da sua repercussão sobre a vítima, de modo que o roubo ou
furto de joias de família dos cofres de instituição financeira repercutem sobre a autora, não
pelo seu valor patrimonial, mas pelo seu intrínseco valor sentimental”, acentuou o ministro.
“O dano moral tem sua origem na repercussão da perda das joias de família e não no valor
patrimonial destas, de modo que, como proficientemente decidido nas instâncias ordinárias, é
devida a indenização a esse título”, acrescentou.
F)
Criança que teve o dedo amputado por poltrona quebrada
será indenizada pelo Cinemark
A rede de cinemas Cinemark foi condenada a indenizar uma criança que teve o dedo
amputado por poltrona quebrada em R$ 45 mil. A decisão é da 3ª câmara Cível do TJ/RN.
Consta nos autos que ao sentar-se em uma das poltronas da sala de cinema, devido à má
conservação, a cadeira cedeu em um dos lados, rompendo-se um dos seus pontos de
firmamento, o que gerou a perda de parte do dedo médio da mão direita da criança, à época
com sete anos de idade.
A parte autora, representada por seu pai, afirma que o empreendimento se mostrou
indiferente, pois sequer teria prestado os cuidados imediatos.
A autora alega que o empreendimento possui faturamento anual superior a R$ 240 milhões,
de modo que a indenização de R$ 7 mil é irrisória e não causa desestímulo algum à
empresa.
(Veja o acórdão)
FONTE: MIGALHAS
G)
Turma reconhece dano existencial em
jornada excessiva de instalador de linhas
telefônicas
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho proveu recurso de um instalador de linhas
telefônicas e condenou a Serviços de Rede S.A – Serede e a Oi S.A ao pagamento de
indenização de R$ 5 mil. A decisão considerou que sua jornada de 14 horas diárias, com 30
minutos de intervalo e finais de semana alternados, configura dano existencial, que consiste em
lesão ao tempo razoável e proporcional assegurado ao trabalhador para que possa se dedicar às
atividades sociais inerentes a todos.
Como instalador de linhas telefônicas na Serede, prestadora de serviços para a Oi no Vale do
Itajaí (SC), o trabalhador disse que sua jornada se iniciava às 7h30 e ia até 21h, de segunda a
sexta-feira, com folgas em fins de semana alternados e em regime de plantão, das 22h às 5h de
domingo para segunda-feira. Segundo ele, quando houve a troca de empresas de prestação de
serviços para a Oi, com a demissão de dois mil trabalhadores em SC, a Serede assumiu o
contrato sem estrutura e mão-de-obra suficiente, levando os empregados ao estresse físico e
emocional.
A Serede, em sua defesa, alegou que o instalador realiza serviço externo, não sujeito a controle
de jornada, e que era dele o ônus de provar este trabalho extraordinário.
O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) verificou nas fichas financeiras anexadas
pela empresa pagamentos de horas extras e trabalho em plantão, comprovando o controle de
jornada. O preposto confirmou que o controle era feito por ordem de serviço, onde o instalador
registrava horário do início e fim das atividades, gravado no sistema. Uma testemunha, com
jornada idêntica, também ratificou esse procedimento. Assim, deferiu as horas extras, mas não a
indenização, entendendo que a jornada excessiva não é conduta ilícita a justificar o dever de
reparação.
Dano existencial
Segundo o relator do recurso do trabalhador ao TST, ministro Maurício Godinho Delgado, a
gestão empregatícia que submete o indivíduo a reiterada jornada extenuante, muito acima dos
limites legais, com frequente supressão do repouso semanal, agride alguns princípios
constitucionais e “a própria noção estruturante de Estado Democrático de Direito”, por afastar o
tempo destinado à vida particular. A situação, a seu ver, caracteriza o dano existencial,
possibilitando a indenização prevista no artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, e 186
do Código Civil.
FONTE – TST
H)