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Direitos do Passageiro Aéreo: 4 situações indevidas

mais comuns

Os casos mais comuns das chamadas práticas abusivas por parte das
companhias aéreas são:

Cancelamento de voo

O cancelamento de voo pode ocorrer por diversos motivos e na grande


maioria dos casos há prejuízos e transtornos ao passageiro. Situações
assim são passíveis ação com pedido de indenização de danos morais e
materiais.

Atraso de voo e perda de conexão

Um atraso de voo, sobretudo seguido de perda de conexão, pode trazer


transtornos ao passageiro. A companhia deve fornecer assistência
material de acordo com o tempo de espera no aeroporto. Mesmo assim, se
passar das 8 horas de espera, o passageiro pode buscar a Justiça para
entrar com ação e pedido de indenização.

Isso vale para voos de ida e volta.

Extravio de bagagem

Chegar ao destino e não encontrar as malas na esteira é, sem dúvidas,


uma situação bastante constrangedora. Nesses casos, a companhia tem
o dever de procurar as bagagens perdidas.

De acordo com o tempo de busca e devolução, figura-se extravio de bagagem


temporário ou perda definitiva e ambos os casos são passíveis de ação na
Justiça pela defesa dos direitos do consumidor.
Overbooking ou preterição de embarque

Mesmo com os bilhetes aéreos em mãos, há casos em que o passageiro


é impedido de entrar na aeronave. Este é o chamado overbooking, em
que a companhia vende mais passagens do que o número de assentos no
avião, uma prática abusiva, que viola os direitos do consumidor, sendo
passível de ação na Justiça.

Direitos do Consumidor em voos e aeroportos:


perguntas frequentes

Para uma boa relação de consumo, ambas as partes devem cumprir direitos
e deveres. Mas, nem sempre é assim, e esta página irá mostrar uma lista com
as principais dúvidas sobre os seus Direitos de Passageiro Aéreo, como
exigir a defesa dos mesmos e como procurar a Justiça em caso de transtornos.

Como assegurar os Direitos do Passageiro Aéreo?

Os Direitos do Passageiro Aéreo envolvem uma série de normas e leis que


visam amenizar ou resolver os transtornos trazidos na relação de consumo
com as companhias aéreas.
A partir do momento em que uma companhia presta o papel de fornecedora de
um serviço, o não cumprimento do mesmo traz impasses ao consumidor,
que tem os seus direitos violados.

Onde os Direitos do Passageiro Aéreo estão previstos?

– Convenções de Varsóvia e Montreal: incorporadas à legislação brasileira,


estabelecem regras, em caráter internacional, quanto aos conflitos de relação
de consumo em transporte de passageiros. Basicamente, trazem parâmetros
para a fixação de indenização nestes casos e esclarecendo e limitando a
responsabilidade das companhias aéreas nos casos de conflito.
– Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC): prevê normas que protegem
os direitos dos passageiros aéreos e regulam as atividades das companhias
aéreas.
– Código de Defesa do Consumidor (CDC): prevê aos passageiros aéreos,
considerados consumidores de serviços, uma proteção especial em caso de
violação dos seus direitos.
– Jurisprudência: serve como parâmetro para responsabilizar a companhia
aérea perante os direitos do consumidor. Também contribui para a valoração
de indenizações para danos materiais e morais.

O que eu posso exigir da companhia aérea?

Em cumprimento aos Direitos do Passageiro Aéreo, diante de cancelamento


de voo, atraso de voo, overbooking e extravio de bagagem, a companhia deve
fornecer assistência material, dispondo informação e comunicação,
alimentação, hospedagem e transporte ao cliente, de acordo com as horas de
espera do mesmo no aeroporto.

Qual o prazo para entrar com um processo contra a companhia


aérea?

Para voos internacionais, o prazo (chamado “prescrição”) é de 2 anos contados


da data do voo; já para voos nacionais, o prazo é de 5 anos.

Quanto tempo dura um processo contra a companhia aérea?

Os processos contra companhias aéreas demoram de 6 a 12 meses para a


obtenção de indenização.

Quando cabe uma ação de indenização por danos morais?

Danos morais podem ser recebidos pelos passageiros que tenham sofrido
cancelamento de voo, atraso de voo e overbooking causados pela companhia
aérea (por motivo de manutenção não programada da aeronave, mudanças na
malha aérea, troca de tripulação, entre outros), em que:
– não houve aviso prévio com 72h de antecedência,
– chegada ao destino final com mais de 8 horas de atraso.

Qual o valor das indenizações recebidas por passageiros


aéreos?

Para danos materiais, o entendimento dos Tribunais já se firmou no


sentido de indenizar os passageiros prejudicados que não receberam
assistência material (acomodação, traslado, refeições, etc).
Segundo critérios das Convenções de Varsóvia/Montreal, para voos
internacionais de regresso ao Brasil, o cálculo é feito em DES (Direitos
Especiais de Saque), em que cada DES tem valor variável e equivale a
pouco mais de R$ 5, aproximadamente.
Para voos nacionais, não há limitação no valor das indenizações, pois se aplica
o Código de Defesa do Consumidor.
Os danos morais, por sua vez, são subjetivos e variam a cada caso, nao
havendo valor fixo. O valor é arbitrado pelo juiz. Entretanto, há uma média
baseada nas decisões dos Tribunais de Justiça, que varia de R$ 3 mil a R$ 12
mil, a depender da situação.

Mesmo recebendo a assistência material, tenho direito à


indenização?

Sim. O passageiro que recebeu alimentação, traslado e hospedagem pela


companhia durante o tempo em que ficou no aeroporto, pode, igualmente,
ajuizar ação com pedido de danos morais.
A regra vale para situações em que o cancelamento, atraso de voo ou
overbooking ocorrerem por motivo operacional que acarretou em um atraso na
chegada ao destino superior a oito horas.
Quais os documentos necessários para entrar com uma ação
judicial contra companhia aérea?

Para ajuizar uma ação, o passageiro deve enviar ao advogado, juntamente


com breve resumo do ocorrido, os seguintes documentos (se tiver):
– documentos pessoais: RG, CPF e comprovante de residência no Brasil;
– comprovante de compra da passagem, que conste o nome do passageiro,
itinerário contratado e o valor pago;
– bilhetes dos voos realizados;
– recibos ou notas de despesas pagas: gastos com refeições, transporte, etc;
– trocas de e-mails e mensagens com a companhia aérea.

É necessário entregar os documentos pessoalmente ao


advogado?

Não. Hoje os processos judiciais são eletrônicos e todos os documentos


podem ser enviados de forma digital, por foto de celular, por exemplo.

É necessário o comparecimento do passageiro ao Fórum?

Não. Em geral, as ações com pedido de indenização contra companhias


aéreas são comprovadas por provas documentais, não havendo
necessidade do depoimento pessoal das partes.

Como é feito o pagamento da indenização?

A indenização é paga pela companhia aérea por depósito judicial. O advogado


do passageiro deve pedir autorização ao juiz para fazer o levantamento do
referido depósito, por meio de alvará judicial.

Qual é o valor dos honorários advocatícios? Como é pago?


Os honorários são cobrados pelo sucesso da ação. Em caso de ganho,
paga-se, em geral, 30% do valor conquistado na ação.
O pagamento é efetuado no momento do levantamento do alvará judicial, com
a devida prestação de contas.

Qual é a legislação aplicada em casos de alteração de voo?

O Código de Defesa do Consumidor é a principal legislação, sendo também


aplicado o Código Civil, a Resolução nº 400/2016 da Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC) e a legislação aeronáutica.

O que é a Resolução 400/2016 da Anac?

A resolução nº 400/2016 dispõe sobre as condições gerais do transporte aéreo,


contendo os deveres e direitos dos passageiros e das companhias aéreas,
sobretudo em casos de atraso, cancelamento ou remarcação de voo, tanto de
voos nacionais como internacionais.

Com a pandemia, a legislação foi alterada?

Sim. A pandemia de covid-19 afetou gravemente o setor de aviação civil


brasileiro e, por isso, o governo efetuou alterações importantes na
legislação, por meio da Medida Provisória nº 1021/2020, Lei nº
14.034/2020 e Lei nº 14.174/2021, a fim de amparar as transportadoras e
manter o funcionamento regular do transporte aéreo.
No entanto, desde o dia 1º de janeiro de 2022, as regras emergenciais não
valem mais para os voos domésticos. Já no caso dos voos internacionais,
a flexibilização das normas para o setor de aviação civil deve durar até o dia 31
de março do mesmo ano.

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