A Azimute Segura moveu ação de regresso contra Alfredo Lopes para o ressarcimento do valor pago em indenização ao segurado Caio Maciel após um acidente de trânsito envolvendo os veículos de ambos. Alfredo alega não ter culpa e que dirigia o veículo a serviço da empresa Belas Fotografias Ltda. A testemunha da Azimute afirmou ter visto Alfredo dirigindo de modo imprudente antes da colisão.
Descrição original:
Técnica de Sentença - Cpii c - Dia 18.04.2018 - Sessão v (1)
Título original
Técnica de Sentença - Cpii c - Dia 18.04.2018 - Sessão v (1)
A Azimute Segura moveu ação de regresso contra Alfredo Lopes para o ressarcimento do valor pago em indenização ao segurado Caio Maciel após um acidente de trânsito envolvendo os veículos de ambos. Alfredo alega não ter culpa e que dirigia o veículo a serviço da empresa Belas Fotografias Ltda. A testemunha da Azimute afirmou ter visto Alfredo dirigindo de modo imprudente antes da colisão.
A Azimute Segura moveu ação de regresso contra Alfredo Lopes para o ressarcimento do valor pago em indenização ao segurado Caio Maciel após um acidente de trânsito envolvendo os veículos de ambos. Alfredo alega não ter culpa e que dirigia o veículo a serviço da empresa Belas Fotografias Ltda. A testemunha da Azimute afirmou ter visto Alfredo dirigindo de modo imprudente antes da colisão.
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
-EMERJ-
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
PROGRAMA DO CURSO
CPII C 1 2018 – TÉCNICA DE SENTENÇA
As aulas do módulo serão ministradas nas seguintes datas: 21/2, 23/3 e
18/4.
SESSÃO V: Dia 18/4/2018 - 18h às 19h 50min
Prof. Dr. Ricardo Alberto Pereira
TEMA: Civil. Ação regressiva. Seguro de veículo. Ressarcimento de valor
pago.
CASO CONCRETO:
Azimute Segura Companhia de Seguros ajuizou ação de regresso em
face de Alfredo Lopes, alegando que mantinha com Caio Maciel, por meio de contrato de seguro, cobertura securitária por eventual dano que viesse a acontecer com o veículo VW Golf, placa ABC 6789. Aconteceu que no dia 17/6/2016, na BR 101, km 319, em São Gonçalo, o veículo segurado, quando teve de diminuir a velocidade e parar por causa de um engarrafamento, sofreu uma colisão por um veículo de transporte de passageiros, conduzido pelo réu, que vinha logo atrás, conforme aviso de sinistro nº 531.172944.2016.0. Dessa forma, a autora iniciou a regulação do sinistro, efetuando o pagamento de indenização no valor de R$ 20.341,00, conforme demonstra, a fls. 20-27, com cópia da apólice, da transferência bancária e do comprovante de indenização e quitação assinada pelo segurado. Assim, o veículo foi objeto de indenização integral, ou seja, a autora efetuou a venda do salvado na ordem de R$ 9.400,00, restando ao réu o pagamento de R$ 10.941,00, conforme revelam, a fls. 28-31, notas fiscais e termo de quitação em anexo. Afirma a autora que o réu deveria ter atenção nas condições de tráfego, uma vez que as leis de trânsito estabelecem nitidamente que os motoristas devem dirigir com atenção e manter uma distância segura em relação aos demais. Levando em consideração que o local apresenta retenções diárias no horário do acidente e que a atenção deveria ser redobrada, já que o caso diz respeito a transporte de pessoas, de forma indubitável decorre a culpa do réu. O acidente poderia ser evitado, caso o réu houvesse respeitado uma distância segura em relação ao carro da frente. Por esses motivos, invocando por derradeiro o argumento de que o caso comporta verdadeira sub-rogação nos direitos do segurado, a autora pede que o réu seja condenado ao pagamento de R$ 10.941,00, devidamente atualizados monetariamente e com juros desde a data do desembolso, ou seja, 16/7/2016, além de condenação nas custas processuais e honorários advocatícios. Alfredo Lopes, em contestação, preliminarmente, invoca a ilegitimidade passiva, haja vista que, conforme comprova com os documentos em anexo, no momento em que se envolveu no acidente, estava a serviço da empresa Belas Fotografias Ltda. O veículo usado era objeto de trabalho cedido pelo empregador, quem deve ser o verdadeiro responsável, por determinar as tarefas e as rotas a serem observadas. No mérito, o réu alega que não teve culpa no acidente, já que não conseguiu parar a tempo por causa de um problema mecânico. Além disso, o policial que registrou o boletim de ocorrência não acatou nenhuma informação fornecida, isto é, não fez constar o nome da pessoa jurídica verdadeiranente responsável, o que obviamente não poderia ocorrer. Portanto, se a culpa e o dolo não ficaram comprovados, não poderia haver o dever de reparar os danos, já que qualquer responsabilização deve acontecer na modalidade subjetiva. Consequentemente, a improcedência dos pedidos é medida justa. Em audiência, a testemunha da parte autora, em depoimento a fls 45- 46, afirmou que Alfredo Lopes dirigia de modo imprudente antes de acontecer a batida, porque viu que o réu fez ultrapassagens arriscadas, e que não saberia informar se houve algum problema mecânico nem se o réu conseguiriafrear em tempo de evitar a batida, caso o sistema de freio estivesse a funcionar perfeitamente. Elabore a sentença. Não há necessidade de relatório.