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DIREITO DO CONSUMIDOR

AVALIAÇÃO FORMAL – PESO 6,0

Uma ótima avaliação!

Questão 1 – Peso: 1.0

Fonte:
https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/consumidora-que-perdeu-o-cabelo-apos-usar-creme-de-alisamento-sera-indenizada/

Consumidora que perdeu o cabelo após usar creme de


alisamento será indenizada

Por unanimidade, os Desembargadores da 6ª Câmara Cível do TJ condenaram a empresa


IMC Comercial e Industrial Ltda, fabricante do produto Alisa e Tinge, a pagar indenização
por danos morais no valor de R$ 10 mil. O caso aconteceu na Comarca de Bagé.
Caso
A autora da ação afirmou que utilizou um creme de alisamento e tingimento que resultou
na queda de todo seu cabelo. Segundo ela, realizou o teste de mecha e não apresentou
reação alérgica. Porém, após o uso do produto em todo o cabelo, ocorreu o incidente.
No Juízo do 1º Grau o pedido foi considerado improcedente, pois a autora não teria seguido
de forma correta as orientações do produto. Ela recorreu da sentença afirmando que fez o
teste de mecha no cabelo e que não teve reação alérgica, motivo pelo qual aplicou o produto
em todo o cabelo, passadas 24h do teste. Também destacou a inexistência de informações
claras no produto, sua nocividade e a ausência de registro na ANVISA.
Recurso
Relator do processo no TJ, o Desembargador Niwton Carpes da Silva afirmou que o creme
de alisamento, embora passível de causar reações alérgicas e efeitos colaterais, não trouxe
as informações necessárias ao consumidor nesse sentido. A única menção acerca do
potencial ofensivo do produto encontra-se no verso da embalagem, referindo, apenas, que
o produto deve ser usado para o fim a que se destina, sendo perigoso para qualquer outro
uso.
"As fotografias juntadas com a inicial falam por si, demonstrando que a autora perdeu
praticamente todo o seu cabelo após o uso do produto de alisamento fabricado pela
demandada", destacou o Desembargador.
Conforme a decisão, no guia de aplicação do produto não existe qualquer alerta acerca
dos riscos a que o consumidor estaria exposto ao utilizar o creme.
(...)
Assim, foi determinada a quantia de R$10 mil pelos danos morais sofridos.

Considerando a situação fática exposta na notícia, avalie as afirmações


abaixo à luz da Lei nº 8.078/90.

I. O caso demonstra a responsabilidade civil pelo fato do produto, impondo ao


fabricante o dever de indenizar em razão de que colocou no mercado produto
com alto potencial lesivo aos consumidores, sem a observância do dever de
informação que lhe compete.
II. A adquirente do produto para alisamento do cabelo não deve ser indenizada
porque possui alergia ao referido produto, exonerando, assim, a
responsabilidade do fabricante.
III. A situação caracteriza a responsabilidade civil tanto do fabricante do produto
para alisamento do cabelo quanto do comerciante que realizou a venda para a
Autora da ação.
É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

Questão 2 - Peso: 1.0

Fonte:
https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/consumidora-desatenta-nao-sera-indenizada-por-compra-pela-internet/

O Caso
A autoria da ação alegou ter adquirido um armário de roupas composto por três módulos,
no valor promocional de R$3 23,99. A compra foi realizada através do site eletrônico
americanas.com. Ao receber o produto em sua residência, afirmou que foi entregue
apenas uma parte do móvel. Na Justiça, ingressou com pedido de indenização por danos
morais.
No Juizado Especial de Esteio a ação foi considerada improcedente e a autora recorreu.
Decisão
O Juiz Cleber Augusto Tonial, relator do recurso, afirmou que conforme as imagens da
oferta juntada aos autos pela parte autora não se pode concluir ser o móvel composto por
três módulos.
"As características do produto podem ser facilmente visualizadas no site da ré em
'informações do produto', que descreve com clareza se tratar de módulo único", afirmou o
magistrado.
Ainda, conforme o Juiz, não se verifica danos morais no caso concreto, o que exigiria abalo
a direitos de personalidade, como à vida, ao nome e à honra.
"Em verdade, não há o ato ilícito praticado pela recorrida, elemento que compõe a
responsabilidade civil, necessário que era para a análise de eventuais consequências
danosas. E meros transtornos envolvendo a aquisição dos móveis não ultrapassam a esfera
do mero dissabor cotidiano, pois incapazes de atingir atributos da personalidade""
destacou o magistrado.
Considerando a notícia exposta acima, avalie as afirmações a seguir com
base no Código de Defesa do Consumidor.

I. Pode ser afirmado que a decisão referida na notícia está baseada na ausência
de infringência aos princípios que norteiam a oferta e a publicidade, destacando
que o site atendeu também ao direito básico à informação, previsto no art. 6º,
inciso III do CDC.
II. A caracterização da responsabilidade civil pelo Código de Defesa do
Consumidor prescinde a demonstração do dano sofrido pela vítima/consumidor.
III. A situação caracteriza um contrato de compra e venda, estando caracterizada
a figura da consumidora (autora da ação) e do fornecedor (Americanas.com).

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

Questão 3 - Peso: 1.0

3.No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, em relação ao


princípio da boa-fé objetiva, é correto afirmar que:

A) Sua aplicação se restringe aos contratos em que figurem uma


pessoa jurídica como fornecedora e uma pessoa física como
consumidora.

B) Para a caracterização de sua violação imprescindível se faz a


análise do caráter volitivo das partes.

C) Não se aplica à fase pré-contratual.

D) Importa em reconhecimento de um dever a ser observado pelas


partes contratantes.
Questão 4 - Peso: 3.0

Leia a notícia abaixo e responda o questionamento.

DECISÃO

22/03/2018 06:57

Prescrição em acidente que vitimou usuária do


transporte público (...)
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou recurso de uma
seguradora que buscava a declaração de prescrição de ação indenizatória movida por
uma doméstica que sofreu acidente no transporte público em 2002, mas ajuizou o
pedido somente em 2006, depois de perícia médica confirmar as sequelas
permanentes que a incapacitaram parcialmente para o trabalho.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ao analisar a alegação de prescrição,


entendeu que o prazo prescricional aplicado deveria ser o do Código Civil (três anos),
contado a partir da ciência inequívoca acerca da invalidez, o que aconteceu somente
em 2005, após a constatação médica das sequelas. Assim, não reconheceu a
prescrição.

Ao mesmo tempo, o TJMG admitiu no acórdão a aplicação de outro prazo


prescricional. Ao refutar o argumento de que a vítima teria ciência da invalidez desde
a data do acidente, o tribunal afirmou que, ainda que o termo inicial fosse aquele, a
prescrição não teria se consumado, visto que a existência de relação de consumo no
caso impõe a incidência do prazo de cinco anos previsto no artigo 27 do Código de
Defesa do Consumidor (CDC).

No julgamento do recurso, a relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, registrou que


a decisão do TJMG incorreu em inadequação técnica de julgamento, na medida em
que trouxe argumento inconciliável com a razão de decidir anteriormente invocada.

(...)

Prosseguindo no julgamento, a ministra ressaltou que a relação jurídica estabelecida


entre as partes se caracteriza como de consumo (...).

Fonte:
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunicação/noticias/Notícias/Prescr
ição-em-acidente-que-vitimou-usuária-do-transporte-público-é-regulada-pelo-CDC
1.1) A partir da notícia acima, justifique se a situação fática exposta aborda uma
relação de jurídica de consumo (Peso: 1,0). 1.2) E também aponte qual o prazo para o
ajuizamento da respectiva ação indenizatória? (Peso: 1,0)

Relação da vítima com a empresa de transporte público configura-se como


relação jurídica de consumo (art. 2º e 3º do CDC) por prestação de serviços,
podendo a empresa de transporte público ser responsabilizada, conforme art 14 do
CDC.

Caracterizando-se a relação jurídica de consumo o prazo prescricional a ser


obedecido deve ser o de 5 anos a contar do prazo a partir do conhecimento do
dano e de sua autoria, conforme art. 27, CDC.

Luiza Londero - M7

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