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Potências Industriais – parte II

CANADÁ

 Um dos mais ricos do mundo em quantidade e variedade de recursos naturais.

 Grande e diversificada produção industrial e exportação em larga escala desses recursos: energéticos
(petróleo, carvão, gás, urânio), minérios (níquel, zinco, prata, ouro, ferro), pescado, madeira, peles etc.

 Importante indústria de aço, mas precisa importar bauxita.

 Sua industrialização iniciou-se antes da I GM, mas ganhou força somente depois da II GM.

 Grande importância de capital estrangeiro (norte-americano): controla grande parte da economia canadense.

 Suas indústrias estão relacionadas ao aproveitamento dos seus recursos naturais: madeireira e papel – o
Canadá é o maior produtor mundial de papel-jornal (exploração da floresta de coníferas), metalúrgica, alimentícia
(grande produção agropecuária e pesqueira), espacial e mecânica.

 Grande potencial hidráulico  geração de hidroeletricidade (a indústria de alumínio é a grande consumidora).

 Embora forte e dinâmica, a economia canadense é altamente dependente dos EUA, de quem recebe grandes
investimentos e para quem se destina a maior parte de suas importações (NAFTA).

ITÁLIA

 Como a Alemanha, só desenvolveu-se industrialmente após sua unificação política em 1870.

 Sua industrialização foi retardada e prejudicada em relação aos outros países europeus em virtude da
pobreza de jazidas de carvão e ferro.

 Antes da II GM a Itália já possuía os setores têxtil e alimentício bastante desenvolvidos, mas suas indústrias
de base (siderúrgica e outras) eram pouco evoluídas.

 Com o término da II GM seu desenvolvimento industrial recebeu grande incremento devido à entrada de
capitais norte-americanos (Plano Marshall) e à ampliação do mercado consumidor.

 A ajuda do capital externo, forte participação do Estado e avanço tecnológico proporcionaram nas últimas
décadas grande modernização e diversificação do seu parque industrial.

 Seu PIB é superior ao da Inglaterra, sendo a quinta potência capitalista mundial.

 Possui grande desigualdade econômica: norte (rico e industrial) x sul (pobre e agrícola).

 No norte, a concentração da indústria destaca-se nas cidade de Turim, Milão, Gênova e Veneza. No centro do
país, setores têxtil, mecânico e químico (Roma e proximidades).

ALEMANHA

 Devido às imensas jazidas de carvão e minério de ferro existentes mp Ruhr e um sistema de transportes fluvial
bem desenvolvido, alguns desses Estados desenvolveram as indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e químicas, além da têxtil.

 Sua indústria ganhou força após sua unificação na década de 1870, sua liderança era da Prússia e lançou-se à
expansão imperialista, gerando confrontos com a França e o Reino Unido, levando a Europa à I GM.
 Apesar de derrotada,
reorganizou seu parque industrial
sobre as mesmas bases, o que levou
a um novo choque de interesses
econômicos nas décadas seguintes,
resultando na II GM, quando foi
novamente derrotada.

 Após a II GM sua
reorganização foi efetuada em novas
bases, graças a uma nova realidade:
 o centro capitalista passou da
Europa aos EUA;
 na fronteira leste da Alemanha
surgiram vários Estados socialistas
liderados pela URSS;
 Alemanha dividida
em duas (RFA, República Federal da Alemanha - capitalista e RDA, República Democrática Alemã -
socialista);
 ajuda dos EUA através do Plano Marshall para evitar o avanço socialista
 Organizações econômicas: CECA (Comunidade Européia do Carvão e do Aço) e CEE (Comunidade
Econômica Européia)

 Alemanha ocidental beneficiou-se porque:


o Ficou com a região da Renânia
(jazidas de carvão e ferro) e
principais instalações econômicas
o Forte financiamento de capitais
estrangeiros
o Proibição de gastos militares
pelos vencedores da II GM

 Na década de 1950: rápido crescimento, o


“milagre econômico”  década de 1990 era a
terceira potencial mundial.

 Em 1990 com a reunificação, iniciou-se a


privatização de empresas  desemprego.

 Seu parque conta com grandes empresas e


aos poucos está se recuperando.

RÚSSIA

 Sua industrialização teve início no século XIX, ainda na época do Império Russo.
 Lei da servidão no campo e exploração de operários nas indústrias dos centros urbanos = extrema pobreza para a
maior parte da população → início século XX: Revolução Russa/ Bolchevique (vitória liderada por Lênin).
 1922: implantação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS Sob o comando de Stálin (1924-1953)
iniciou-se uma completa reestruturação do país e intensificação da industrialização.
 O regime revelou-se, ao longo do tempo, centralizado e autoritário, burocrático e corrupto. A ditadura da
burocracia substituiu a ditadura do proletariado, que não passou de mera intenção.
 Estatização da economia: os meios de produção (fazendas, minas, fábricas etc.) passaram ao controle do Estado.
 Regimento por planos qüinqüenais (metas quantitativas e pouco qualitativas): até 1970 os planejadores soviéticos
priorizaram a indústria de base e de bens de capital para aumentar a autonomia do país e investiram na infra-estrutura do
processo de industrialização.
 Fortalecimento econômico e bélico: na década de 1930, enquanto as potências ocidentais sofriam o impacto da
crise de 1929, o crescimento industrial soviético foi ainda maior.
 De economia periférica, a Rússia passou à segunda economia mundial, superpotência nuclear e aeroespacial,
rivalizando com os EUA na Guerra Fria.
 Enquanto a economia mundial organizou-se nos padrões tecnológicos da II Revolução Industrial (siderurgia,
química, petrolífera, aeronáutica, naval etc.), a economia soviética funcionou bem.
 O quarto plano qüinqüenal (1946-1950) priorizou a recuperação da economia e reconstrução das fábricas e obras
de infra-estrutura destruídas pela II GM. Os planos seguintes continuaram enfatizando o setor industrial de base e bélico
(Guerra Fria e corrida armamentista) = crescimento econômico.
 Década de 1970: defasagem econômica e tecnológica na URSS Sua condição de potência, a essa altura, baseava-
se apenas no seu arsenal nuclear e poder bélico.
 Sem competição, havia pouco dinamismo econômico, o parque industrial estava sucateado, os produtos eram de
baixa qualidade e foram perdendo mercado consumidor, não havia bens de consumo e produção de alimentos suficientes
para sua população → descontentamento.
 Paralelamente: aumentaram movimentos separatistas (principalmente nas repúblicas bálticas) = necessidade de
reformas!
 Década de 1980 → Gorbatchev (cargo de secretário-geral do PCUS) assina acordos de paz com Reagan e busca
recolocar o país no mesmo patamar tecnológico do mundo ocidental, aumentar os níveis de produtividade econômica,
aumentar a oferta e a qualidade dos bens de consumo e de alimentos para a população.
 Sua tática: atrair investimentos estrangeiros, garantindo acesso a novas tecnologias ( joint ventures). Introduzir
entre administradores e trabalhadores conceitos de lucro, produtividade, controle de qualidade etc.
 Reformas: GLASNOST = transparência política e PERESTROIKA = reestruturação da economia.
 Diminuição da
repressão (partido único e
controle por força bruta) →
reivindicação de
autonomias por diversas
forças nacionalistas.
 Gorbatchev queria
implantar gradativamente
maior autonomia às
repúblicas para evitar sua
independência, rumando
para uma confederação,
mas sofre golpe de Estado
por comunistas ortodoxos.
O Golpe fracassou por falta
de apoio popular, divisões
no PCUS e nas forças
armadas e pela resistência
liderada por Boris Yeltsin
(eleito presidente da
Rússia).
 Os países bálticos
aproveitam o momento e tornam-se independentes: Estônia, Letônia e Lituânia. Começa a fragmentação da URSS
Gorbatchev é reconduzido ao poder, mas em dezembro de 1991 a Rússia também proclama sua independência. Chega ao
fim a URSS em 9 de dezembro de 1991.
 21 de dezembro de 1991 → Comunidade dos Estados Independentes (CEI): composta por 12 das 15 repúblicas da
ex-URSS (menos as bálticas).
 Descentralização do poder e democracia. Os movimentos separatistas geram instabilidade na região desde 1990.
 Em 1993 Yeltsin ainda demonstra autoritarismo “bem intencionado”: fecha o parlamento para renová-lo e aprovar
nova constituição para implantar reformas.
 A Rússia ocupou o espaço da URSS no cenário internacional, inclusive no assento como membro permanente do
Conselho de Segurança da ONU e desde 1998 transformou o G-7 em G-8.
 No entanto, o fracasso da perestroika e a má-conduzida transição para a economia de mercado deixaram a
economia russa desde a década de 1990 em profunda recessão e o país vem perdendo status de potência mundial.
 Entre 1990-1999 o PIB russo encolheu em média 6% ao ano; em 1992 chegou a cair 18% → elevação do
desemprego, da pobreza, distribuição de renda e criminalidade. A partir de 1999, crescimento do PIB retoma taxas elevadas
graças à desvalorização da moeda e exportações de petróleo com alto preço.
 É um dos países mais ricos em recursos minerais pela sua extensão territorial e diversidade de geologia. Possui
extensas bacias sedimentares com combustíveis fósseis, e escudos cristalinos ricos em minérios, além de potencial
hidráulico.
 Sua riqueza no subsolo e seu grande mercado consumidor (surgimento de significativa classe média) são fatores
fundamentais para sua recuperação. Entre os maiores recursos estão: gás natural, níquel, platina, petróleo, alumina,
tungstênio, diamante, magnésio, mercúrio, eletricidade, ferro, aço, energia nuclear (urânio), energia hidrelétrica.
 É o país mais industrializado da CEI. A concentração de indústrias pesadas está em torno nos Urais e montanhas
cristalinas (disponibilidade de minério de ferro).
 Produção de carvão nas bacias sedimentares, além de refinarias e petroquímicas próximas aos lençóis petrolíferos,
principalmente na bacia do Volga-Urais (entre Moscou e os Urais).
 Em torno na capital → indústrias de bens de consumo pela mão-de-obra e mercado consumidor.
 Embora haja indústrias na parte
asiática da Rússia, a distância às
principais aglomerações urbano-
industriais (mercado consumidor) na
porção européia limitam as explorações
na Sibéria.
 Com o fim do socialismo, as
privatizações ganharam força, bem
como a máfia russa.
 Mesmo assim, como herança do
período de planificação estatal, são
ainda dominantes no país as grandes
empresas do setor de base (muitas
estatais), como na produção e
distribuição de petróleo, gás natural e
energia elétrica.

CHINA

 Império milenar, no início do século XX Sun Yat-sen lidera movimento nacionalista hostil à dinastia Manchu, contra
a dominação estrangeira, instaurando a república em 1912. O Partido Nacionalista (Kuomintang), liderado por Sun Yat-sen.
No entanto, o poder permanecia fragmentado e o país continuava em caos econômico, político e social, havia regiões sob
comando local dos “senhores da guerra”.
 Nessa época desenvolveu-se uma incipiente industrialização, com a chegada de capitais estrangeiros interessados
em aproveitar a mão-de-obra muito barata e as matérias-primas abundantes. Algumas fábricas foram instaladas em Xangai,
mas no conjunto a China era um país de camponeses dominados por estrangeiros.
 A incipiente industrialização foi interrompida pela invasão do Japão na década de 1930 e pela guerra civil que se
estendeu de 1927 até 1949.
 Surgiu em 1921 o Partido Comunista Chinês, formado por intelectuais desiludidos com a ideologia liberal e
revolucionários influenciados pela Revolução Russa, logo liderado por Mao Tse-tung.
 Com a morte de Sun Yat-sen, Chiang Kai-shek assume o Kuomintang, colocando o PCC na ilegalidade após breve
período de convivência pacífica, iniciando a guerra civil entre nacionalistas e comunistas. Chiang Kai-shek unificou o país e
liderou o Governo Nacional com punho de ferro.
 Após maciço ataque, o Japão chegou a dominar dois terços do território chinês, mas ao seu rendimento (final da II
GM) o conflito interno chinês se agravou, até que os comunistas do Exército de Libertação Popular saíram vitoriosos. Em
outubro de 1949 foi proclamada a República popular da China.
 Sob o comando de Mao, nascia a China Comunista. Os membros do Kuomintang nacionalistas refugiaram-se na
Ilha de Formosa, fundando ali a República da China Nacionalista, também conhecida como Taiwan.
 No início a China seguiu o modelo comunista soviético. A coletivização de terras gerou as comunas populares. O
Estado passou a controlar também todas as fábricas e recursos naturais. A revolução chinesa, diferentemente da russa, foi
essencialmente camponesa, já que apenas 0,6% da população chinesa (3,2 milhões de pessoas) eram operários.
 Somente após essa revolução a China iniciou seu conturbado processo de industrialização, planificando sua
economia.
 O plano “Grande Salto à frente” foi lançado por Mao em 1957 e pretendia pular etapas da consolidação do
socialismo implantando um parque industrial amplo e diversificado. Para isso, passou a priorizar investimentos na indústria
de base, bélica e em obras de infra-estrutura.
 Apesar da numerosa mão-de-obra, o projeto foi um fracasso e desarticulou a economia industrial e agrícola do
país, sofrendo dos mesmos males da indústria soviética: baixa produtividade, produção insuficiente, baixa qualidade,
concentração de capitais no setor armamentista, burocratização etc.
 Os opositores de Mao, liderados por Deng Xiaoping se fortaleceram, então Mao lançou mão da Revolução Cultural
(1966-1976), para tentar enfraquecer os burocratas do PCC e combater o modelo soviético. Foi um período marcado por
violenta perseguição aos supostos contra-revolucionários e isolamento econômico mundial. A Revolução Cultural agravou a
crise econômica do país e o enfrentamento político dentro do partido.
 Além disso, em 1964 a China detonou sua primeira
bomba de hidrogênio, mas a URSS não aceitou perder sua
hegemonia nuclear no bloco socialista e romperam relações
em 1965. a retirada de técnicos soviéticos do país agravou
a crise chinesa, mas abriu caminho para a aproximação dos
EUA.
 Em 1972 o presidente dos EUA, Richard Nixon
visita a China. Nessa época, o país é admitido na ONU em
substituição à Taiwan, tornando-se membro permanente do
Conselho de Segurança da ONU.
 Em 1976, com a morte de Mao Tse-tung, assume o
poder Deng Xiaoping, pondo fim à Revolução Cultural e
iniciando um processo de desmaoização.
 A partir de 1978 iniciou um processo de reforma
econômica co campo e na cidade, paralelamente à abertura
da economia chinesa ao exterior: tentativa de conciliar o
processo de abertura econômica (estímulo à iniciativa
privada, ao capital estrangeiro, à modernização do país)
com a manutenção, no plano político, de uma ditadura de
partido único.
 Nota: dura repressão aos manifestantes da Praça
da Paz Celestial (Tian’anmen), estudantes que pediam a abertura política também, em 1989.
 No final de 1970, o país de quase um bilhão de habitantes tinha 75% de sua população de camponeses. Iniciaram
reformas agrárias, com a extinção das comunas populares:
 a terra continuava pertencendo ao Estado, mas cada família poderia cultivá-la como desejasse. Após entregar
uma parte da sua produção ao Estado, poderia livremente vender o restante;
 Liberação da contratação da mão-de-obra assalariada no campo;
 A agricultura passou a ser subsidiada pelo governo para aumentar a renda dos camponeses e baratear os
preços dos alimentos, aumentando o consumo.
→ Essas mudanças levaram ao aumento da renda dos camponeses e expansão do mercado interno.
 A partir de 1982: início do processo de abertura no setor industrial. As estatais tiveram que se adaptar, melhorando
a qualidade dos produtos, baixando seus preços e ficando atentos à demanda. O governo permitiu o surgimento de
pequenas empresas e joint ventures (empresas mistas) para atrais o capital estrangeiro.
 Zonas Econômicas Especiais (ZEEs): na costa, além de cidades abertas. Enclaves capitalistas na China, para
atrair empresas estrangeiras que trariam, além de capitais, tecnologia e experiência em gestão empresarial, que lhes
faltavam. Para ampliar as exportações, concedeu ao capital estrangeiro ampla liberdade de atuação nas novas regiões
industriais.
 Resultado: a China é desde o início da década de 1980 a economia que mais cresce no mundo (taxa média de
10% ao ano). 2005 = quarto maior PIB do mundo e terceiro maior exportador.
 Nota: Taiwan, Hong Kong e Cingapura tem população predominante de chineses, favorecendo fluxo de capitais,
informações e pessoas. Atualmente a China busca a volta de chineses da diáspora, para agregar conhecimento que tenham
adquirido no exterior.
 Contras: mão-de-obra relativamente qualificada e disciplinada com baixíssimo custo; desigualdades sociais e
regionais aprofundadas, aumentando as migrações internas de camponeses em busca de melhores salários nas ZEE e
cidades especiais, e também a intervenção do Estado para impedi-las.
 Fatores de crescimento: adoção de política de abertura econômica (atração de investimentos produtivos e
instalação de fábricas que produzam para exportação), manutenção da moeda ( yuan) desvalorizada para incentivar
exportações e baixos salários.
 O governo tem procurado aumentar a quantidade de produtos industrializados e também de alto valor agregado
nas exportações, com as zonas de desenvolvimento econômico e tecnológico
 Em 2001 a China entrou na OMC (Organização Mundial do Comércio), o que deve aumentar ainda mais seus
negócios exteriores.

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