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Texto de Apoio – Resumo prático do aluno

Introdução a Física

Introdução a Mecânica

Conteúdos do 1° Bimestre do 1° Ano do Ensino Médio

Prof. Flávio Benevenuto da Silva Junior

São Paulo – 2020


Introdução a Física
Método cientifico e grandezas físicas:
A palavra física deriva originalmente da palavra grega physiki ou physis que significa natureza, ou seja, “a
física é a ciência que estuda e análise os fenômenos da natureza”.
Os primeiros estudos sobre a natureza ocorreram em meados de 384 a.C através de Aristóteles, onde o mesmo
realizava análises puramente através da observação. Em suas análises ele constatou que tudo que existia na
natureza e em nosso mundo era composto por quatro elementos fundamentais, sendo eles: terra, água, fogo e ar.
Desses quatro elementos, Aristóteles os subdividiu em dois grupos, sendo o primeiro grupo para os elementos
leves (fogo e ar) e o segundo grupo para os elementos pesados (terra e água). A partir destes grupos, Aristóteles
deduzia que todos os objetos compostos e/ou formados por elementos leves tendiam a subir, e todos os objetos
compostos e/ou formados por elementos pesados tendiam a descer. Com essa ideia era possível explicar porque
a chuva cai, ou porque a chama de uma fogueira sobe e etc. Além disso, Aristóteles também acreditava que os
outros astros (planetas, estrelas, Sol, Lua e etc) não eram formados pelos quatro elementos conhecidos, mais
sim por um quinto elemento inacessível a humanidade, chamado “éter”. O éter era visto como um elemento
perfeito, por isso, como a maioria dos filósofos possuíam grande fascínio pela geometria, eles acreditavam que
todos os astros (menos a Terra) eram perfeitamente esféricos, pois na geometria a esfera e vista como uma
figura perfeita. Acreditava-se também que a Terra (nosso planeta) era o centro de tudo, e todos os astros a
orbitavam (giravam em torno dele). Esta visão de mundo ficou conhecida como geocentrismo e perdurou por
cerca de 1200 anos ou mais, sendo vista como a teoria mais aceita e que mais perdurou em toda a história da
humanidade.

Ao se passar 1200, já em meados da metade do século XIII, as pessoas começaram a questionar o


geocentrismo, pois verificou-se que a orbita de alguns planetas (corpos errantes) não era perfeitamente circular
como se previa. Ainda sim ouve um padre chamado Ptolomeu que conseguiu encontrar argumentos para provar
que o modelo geocêntrico era verdadeiro, o que levou o geocentrismo a perdurar por mais 250 anos até a
chegada de Galileu Galilei. Galileu introduziu o conceito de método cientifico que se baseava na
experimentação (realização de experimentos) para se provar alguma teoria, o que fez a filosofia natural criada
por Aristóteles se transformar na ciência que conhecemos hoje como física. Após Galileu, outro matemático
conhecido como Rene Descartes introduziu o conceito de “Racionalismo Cientifico”, que nada mais do que a
criação de um roteiro único de padronização para que o método cientifico possa ser usado para qualquer
experimento de qualquer ciência (por exemplo química, biologia, astronomia, geologia e etc).

Após a introdução do método cientifico, houve a necessidade de se padronizar as chamadas grandezas físicas,
pois para realização de experimentos é necessário a utilização de materiais que precisaram ser medidos.
Portanto grandezas físicas, são propriedades que podemos medir, como por exemplo o tempo, a distância entre
dois postes, o comprimento de uma corda e etc. Sentimentos como o amor, tristeza e felicidade não são
considerados grandezas físicas, pois não podemos medi-los fisicamente através de balanças, dinamômetros e
termômetros pois estes equipamentos não são capazes de medir os nossos sentimentos.

As grandezas físicas podem ser divididas em quatro grupos que podem se correlacionar, sendo os primeiros
dois grupos os das grandezas fundamentais (que são definidas por si só) e os das grandezas derivadas (que são
definidas em função das grandezas fundamentais). E os outros dois grupos são os das grandezas escalares (que
possuem apenas módulo e/ou magnitude) e os das grandezas vetoriais (que possuem módulo, direção e sentido).

Sistema internacional de unidades:


Devido a ocorrência de comercio entre diferentes povos e nações, ouve a necessidade de se padronizar as
unidades de medida. Por exemplo: Imagine que você viaje até a Inglaterra e encontre um tecido muito bonito e
queira compra-lo, aí você se dirige a uma vendedora e pede a ela três metros de tecido, e a vendedora lhe
responde que na Inglaterra o tecido não é vendido em metros, apenas em polegadas. Mas você precisa de três
metros de tecido para fazer um vestido, como você irá saber quantas polegadas tem em três metros?
Complicado né? Então, para se evitar situações como essa, ouve a criação de um sistema internacional de
unidades que segue basicamente os padrões da tabela abaixo.
Tabela 1: Unidades fundamentais (extraído de Dal Moro et al. 2015).

Notação Cientifica:
Em física, muitas vezes analisamos valores muito pequenos como 0,00000000000002335, ou muito grandes
como a velocidade da luz no vácuo igual á 299 792 458 m/s. Para facilitar o cálculo com estes valores, nós
utilizamos a notação cientifica que nada mais é do que representar a quantidade de casa decimais de um numero
através do expoente em uma potencia de dez. Vamos ver alguns exemplos:
Considere o número --> 0,0000009
Agora conte o número de zeros após a virgula incluindo a casa do 9 (seis zeros após a vírgula mais a casa do 9,
teremos 7 casas).
Isso dará → 9,0 . (observe, o expoente “-7” corresponde aos números de casa que a virgula andou).
Para números menores que zero o expoente sempre será negativo, por exemplo:
0,0000009 = 9,0 .
Para números maiores que zero o expoente sempre será positivo, por exemplo:
9000000 = 9,0 .

Para somar números de mesmo expoente em notação cientifica apenas some os números:

Para subtrais números de mesmo expoente em notação cientifica apenas subtraia os números:

Para somar números em notação cientifica iguale os expoentes e some os números:

Para subtrair números em notação cientifica iguale os expoentes e subtraia os números:

Para multiplicar números em notação cientifica, multiplique os números e some os expoentes:

Para dividir números em notação cientifica, divida os números e subtraia os expoentes:

Introdução a vetores:
Como já citado anteriormente, grandezas vetoriais são grandezas que possuem módulo, direção e sentido,
portanto são grandezas que além de possuírem um valor numérico, possuem também uma orientação.
Para a maioria dos objetos que se locomovem é possível se verificar facilmente a direção e o sentido do
movimento (por exemplo um carro se move na direção horizontal com sentido para frente ou para trás, e um
foguete se movo na direção vertical com sentido para cima). Entretanto alguns veículos podem não possuir um
único sentido de movimento, por exemplo o avião durante a decolagem:
Neste caso, dizemos que o avião se move obliquamente (inclinado), ou seja, ele se move para cima e para frente
ao mesmo tempo, o que nos leva a considerar que para calcularmos a velocidade resultante do avião, deveremos
calcular a velocidade do avião para cima e para frente. Como método de resolução para este problema, nós
utilizamos o método de decomposição de vetores, seguindo os passos a seguir:
Passo 1

Considere que o vetor (reta vermelha) corresponde a velocidade resultante do avião. Em seguida traçaremos
as linhas que ligam a ponta do vetor até os eixos x e y:

Observe que o vetor (reta vermelha), corresponde a hipotenusa de um triângulo retângulo e as componente
(base do triângulo) e (altura do triângulo) representam os catetos. Assim podemos as componentes pelas
relações trigonométricas (teorema de Pitágoras).
Tente refazer o exercício abaixo, substituindo os valores!

Introdução a Mecânica
Conceitos iniciais:
Todo movimento ou repouso, possui como condição um referencial a ser adotado. E através deste referencial
que poderemos de fato definir as condições do movimento a ser observado.
Exemplo: Para um observado na Terra, a Lua parece estar em movimento e a Terra parece estar em repouso,
entretanto para um observado na Lua, este cenário é oposto!

Velocidade:
Podemos definir velocidade como a rapidez que um móvel se movimenta no espaço, podendo ser positiva ou
negativa (para frente ou para trás), para cima ou para baixa. Isso mostra que a velocidade possui direção e
sentido, o que a classifica como uma grandeza vetorial.
Para calcularmos a velocidade escalar média móvel, devemos dividir a variação espacial (deslocamento do
móvel) pelo intervalo de tempo que se iniciou e se finalizou o movimento:

Onde é a velocidade média, é a variação espacial, é o intervalo de tempo. Sendo s o valor final do
espaço percorrido pelo móvel, o valor inicial do espaço percorrido pelo móvel, t o valor final do intervalo de
tempo em que o móvel se movimentou e o intervalo de tempo inicial em que o móvel se movimentou
(geralmente adotado como zero).
A unidade de media padronizada para velocidade no sistema internacional SI é metros por segundo (m/s),
entretanto é muito comum encontrarmos notificações em placas de trânsito em rodovias, as informações do
limite de velocidade adotando como unidade de medida km/h. Por esta razão, se faz necessário sabermos
realizar a conversão devidamente a conversão de unidades (m/s para km/h e vice-versa). De maneira resumida,
podemos realizar essas conversões através da seguinte regra prática:
Exercício de aplicação:

Aceleração:
Podemos definir aceleração como a rapidez com que a velocidade de um móvel de altera, tanto aumentando
(acelerando) como diminuindo (desacelerando). Podemos calcula-la através da divisão da variação da
velocidade de um dado móvel pelo intervalo de tempo que ocorre o movimento, como indica a equação a
seguir:

Onde equivale a aceleração média, a variação da velocidade do móvel e o intervalo de tempo que
ocorre o movimento.
Com isso, podemos concluir que quanto maior forma a velocidade de um móvel, maior será a sua aceleração.
Adota-se como unidade de medida padrão para aceleração (m/ .

Exercício de aplicação:

Força:
Podemos definir como agente físico capaz de modificar o estado de repouso e/ou movimento de um objeto
causando a aceleração do mesmo e vencendo assim sua inércia. É uma grandeza vetorial que resulta da
interação entre dois ou mais corpos, e pode ter como consequência além da aceleração, a deformação (alteração
de estado físico) e o equilíbrio (anulação entre duas ou mais forças). Sua unidade de medida no sistema
internacional SI é o N (newton).

Exercícios de aplicação:

Leis de Newton:
Após a morte de Galileu, Isaac Newton continuou seu legado desenvolvendo os conceitos fundamentais da
dinâmica (ramo da física que estuda e analisa as causas do movimento), e seus estudos estabeleceram a
construção de três leis fundamentais para o desenvolvimento da física.
1ª Lei de Newton
Princípio da Inércia
“Todo corpo (objeto) permanecerá em repouso ou em movimento uniforme em linha reta a menos que tenha
seu estado alterado pela ação de uma força externa”.
Esta lei deduz que todo corpo tende a permanecer em repouso (parado), o que mostra que a inércia é uma
propriedade geral da matéria, e para vencer a inercia, seria necessário a presença de uma força externa de
magnitude igual ou superior a inércia.

2ª Lei de Newton
Princípio fundamental da dinâmica
“A alteração do movimento de um corpo é proporcional à força motora que nele é imprimida”.
Esta lei determina que quando um corpo é submetido a uma força resultante diferente de zero, sua velocidade
sofre variação, ou seja, o corpo adquire aceleração. Esta força resultante é definida pela equação abaixo:

Onde é a força resultante, m é a massa do corpo e é a aceleração adquirida pelo corpo.

Terceira Lei de Newton:


Princípio da ação e reação
“A toda ação haverá uma reação de igual intensidade e em mesma direção, mas que atuara em sentido
oposto”
Esta lei determina que força é resultado da interação entre dois corpos, desta forma, quando dois corpos
interagem, aplicam um sobre o outro uma força de igual intensidade, como resultado da ação que exercem um
sobre o outro.

Exercícios de aplicação:

Referências
Dal Moro, Guilherme Andre. Física: ensino médio / Guilherme Andre Dal Moro, Halina dos Santos França; reformulação
dos originais de Euler de Freitas Silva Júnior; ilustrações Alexandra Mascari Cezar...[ et al. ]. – Curitiba: Positivo, 2015.

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