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René Descartes (1596-1650)

(Prof.Léo/Filosofia/IFF Macaé)

1 – Curiosidades
É considerado o “pai” da filosofia moderna. Escreveu suas obras na língua francesa,
numa época em que os escritos científicos e filosóficos eram escritos em latim (tida como a
“língua culta” do período). Ou seja, Descartes já buscava popularizar suas ideias.

2 – Racionalismo
Admirador de Platão, Descartes é, assim como o filósofo grego, um racionalista. Isso
quer dizer que, para ele, o ser humano adquire conhecimento primordialmente pela razão,
pelo intelecto. Nesse caso, os cinco sentidos básicos não são confiáveis, pois nos enganam a
todo o momento. Pode-se notar que o racionalismo de Descartes entrava em conflito com o
empirismo, para quem o conhecimento era fruto das experiências práticas, a partir dos cinco
sentidos humanos. John Locke e David Hume foram os mais famosos empiristas.

3 – O método
Na busca pelo conhecimento das coisas, Descartes busca estabelecer um método
seguro, que evite falhas e possíveis erros. Assim, ele cria o próprio método, que consiste
basicamente de quatro regras:
1ª: pesquisar aquilo que se apresenta à mente de maneira clara e distinta;
2ª: dividir o objeto (ou tema da pesquisa) em tantas partes quantas forem possíveis. Isto
também é conhecido como “análise”;
3ª: na análise, começar pelas partes mais simples e, daí, para as mais complexas. Depois,
reagrupá-las. Esta parte recebe o nome de “síntese”;
4ª: por fim, realizar anotações, fazer enumerações e revisões gerais.

4 – “Penso, logo existo”


Para Descartes, o ponto de partida na busca pelo conhecimento deve ser a dúvida.
Segundo o pensador, é preciso duvidar, questionar, perguntar – e não aceitar as coisas sem
exercer uma crítica firme e criteriosa. Nesse contexto, Descartes disse que duvidaria de tudo:
primeiro, dos sentidos humanos (que falham constantemente). Depois, se ele estaria acordado
ou sonhando! Até cogitou a existência de um gênio do mal, sempre pronto a enganá-lo.
No entanto, em certo ponto, ele diz que há algo do qual não tem a mínima dúvida: é
que ele é um ser que PENSA! Ele é uma substância pensante. Ele pensa, mesmo quando
pensa errado. Até ao duvidar, ele pensa na dúvida. Essa é uma certeza inabalável. Portanto, a
capacidade de pensar é o fundamento mais sólido da natureza humana. Se eu penso, é porque
eu existo, disse o brilhante francês.

5 – Deus
A capacidade de pensar levou Descartes a realizar alguns questionamentos. O
pensamento é de natureza imaterial. Porém, o ser humano é feito de matéria. Como pode essa
substância pensante “habitar” num corpo material? E mais: o ser humano tem uma clara ideia
de perfeição (ele pensa numa casa perfeita, numa escola perfeita, pais perfeitos, emprego
perfeito, etc.). Mas, como isso é possível, se o ser humano é imperfeito? De onde veio isso?
Descartes se recusa a aceitar o “nada” ou o “acaso” como origem da substância
pensante e da ideia de perfeição, que carregamos conosco. Para ele, só alguém acima dos
seres humanos, alguém imaterial e perfeito, pode ser o autor de tal obra: Deus. De acordo com
o filósofo, é Deus o responsável por nosso ser e pela consequente capacidade que temos de
pensar.

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