ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE LAJEADO

COMISSÃO DE SINDICÂNCIA

RELATÓRIO DA COMISSÃO

SINDICÂNCIA INVESTIGATÓRIA Nº 27.740/2017

Senhor Prefeito:
A comissão sindicante designada pela Portaria nº 29.143, publicada no Diário
Eletrônico Oficial (DOE) em 07 de janeiro de 2022, para apurar os fatos apontados naquele instrumento,
vem apresentar o relatório conclusivo nos termos a seguir expostos.
I. HISTÓRICO
A presente sindicância foi aberta com a finalidade de “apurar responsabilidades
nos acidentes: do veículo Caminhão GM/Chevrolet D60, placa IHS1614 da Secretaria Municipal de Obras e
Serviços Públicos, em 11/09/2017; do veículo Spin LTZ, placa IWW5183, da Secretaria de Saúde, em
05/12/2017; do veículo Caminhão M. Benz Sprinter, placa IXA9462, da Secretaria Municipal de Saúde em
14/07/2018 e do veículo Caminhão VW 24.250, placa IVI2950, da Secretaria Municipal de Obras e Serviços
Públicos, em 08/02/2018.”
O prazo fixado nos termos do art. 218 da Lei Complementar nº 001/2016 foi
extrapolado tendo em vista a complexidade da análise dos fatos uma vez que a mesma sindicância engloba
quatro supostos acidentes de veículos em períodos diversos, o fato de não ser possível a dedicação
exclusiva e ao grande número de processos em andamento a cargo desta Comissão. Contudo é pacífico o
entendimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul no sentido de que o excesso de prazo
não gera nulidade do processo administrativo, desde que não acarrete prejuízos à defesa, conforme segue:
APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO. DIRETOR DE ESCOLA. SINDICÂNCIA
ADMINISTRATIVA. NULIDADE NA INSTAURAÇÃO NÃO VERIFICADA. EXCESSO
DE PRAZO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. 1. A questão em julgamento relaciona-se
com o exercício do poder disciplinar, ou seja, a competência administrativa para
apurar infrações disciplinares e aplicar as penalidades previstas em lei, abarcando
todas as pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 2. Hodiernamente,
especialmente com a instauração da legitimação democrática das administrações
públicas, sindicância não é mais sinônimo de inquisitoriedade, mas de procedimento
sumário. Obviamente, ainda permanece a modalidade de sindicância preparatória,
mas apenas para fins investigatórios. Possibilidade da utilização de sindicância para
a aplicação de sanções disciplinares qualificadas juridicamente como leves. O que
não se admite é a aplicação de qualquer espécie de sanção disciplinar sem a
garantia do contraditório e da ampla defesa. 3. Embora não conste da portaria de
instauração da sindicância os fatos que estão sendo investigados e nem a
capitulação legal da conduta, a sindicada tive plena ciência da acusação e das
infrações de deveres funcionais que lhes são atribuídas, a teor do relatório da
comissão de sindicância, do qual foi cientificada. Igualmente a servidora tomou
ciência das acusações quando da citação do Processo Administrativo Disciplinar,
declarando o recebimento de cópia do mandado de citação, da portaria e da
acusação. 4. O art. 13, §1º, da Lei nº 10.576/96 não determina que a instauração da
sindicância deva se dar por decisão fundamentada conjunta do Secretário de Estado
da Educação e do Conselho Escolar; mas atribui a ambas as autoridades,
independentemente, a competência para propor ou determinar a instauração de
sindicância para o fim de destituição do Diretor de Escola. 5. No que tange à
alegação de excesso de prazo, que teria superado em muito os 30 dias
previstos no art. 13, §2º, da Lei nº 10.576/95, eventual nulidade somente se
deflagraria na hipótese de comprovação, por parte do recorrente, de que o
prolongamento no transcurso da sindicância lhe tivesse causado prejuízos, o
que não é o caso dos autos, tratando-se de mera irregularidade formal. 6. O
exercício do poder disciplinar pela Administração Pública, com a aplicação de sanção
disciplinar, produz efeitos sobre a esfera subjetiva do servidor, mas em hipótese
alguma tal circunstância autoriza a configuração de alguma espécie de dever de
indenizar quando presente o legítimo poder disciplinar. 7. Caso concreto em que a
parte autora chegou a ser destituída da função com fundamento no art. 13, incisos I e
II, da Lei nº 10.576/96, mas por meio da decisão judicial de antecipação de tutela
proferida nestes autos, foi determinada a reintegração da Autora ao cargo de Diretora
da Escola Estadual Técnica Agrícola de Guaporé, até o final de seu mandato. Desta
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sorte, sob qualquer ângulo que se examine a questão, não há demonstração do

prejuízo extrapatrimonial alegado. APELO DESPROVIDO.(Apelação Cível, Nº
70076546993, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Leonel
Pires Ohlweiler, Julgado em: 30-08-2018)(nosso grifo).

Inicialmente a Comissão Processante fez uma análise detida do processo para determinar
as pessoas a serem ouvidas. Assim, foram chamados os motoristas dos veículos em questão bem como
outros servidores que poderiam esclarecer os fatos. Também foi realizada diligência junto ao setor de
Patrimônio com o intuito de verificar se o seguro dos veículos em questão chegou a ser acionado ou não.
Dessa maneira, em um primeiro momento, foram chamados o servidor Cassiano Alberto
Jung, denunciante dos acidentes, e o servidor Gabriel Scheuer de Carvalho, pessoa responsável pelos
veículos da SEOSP. Após foram ouvidos os motoristas Adroaldo Pereira dos Santos e Valdecir Pallaoro.
Finalizando foram ouvidos os motoristas Wilmar Antônio da Silva e Alexandre Luis Lehnen.
II. DAS PROVAS
Pela autoridade instauradora foram juntados alguns documentos referente a suposta apólice
de seguro dos veículos em questão, também, no caso do veículo GM/Chevrolet D60, placas IHS1614 foram
juntados e-mails trocados pelas SEOSP e pala Seguradora. No caso dos veículos placas IHS1614, IVI2950,
IWW5183 e IXA8462 foram juntados BO e registro da Ocorrência pela PRF. Também foram juntados notas
de empenho do conserto dos veículos
Referente ao caminhão VW placas IVI2950, foram juntados cópia da CNH do motorista e do
CRLV do veículo envolvido no acidente. Referente a ambulância placas IXA8462 foram juntados cópias da
CNH do motorista e do CRLV do veículo envolvido no acidente.
Pela Comissão foi juntado ao processo o documento as fls. 42 com resposta à consulta feita
ao setor de Patrimônio sobre utilização do seguro dos veículos.
Encerrada a instrução, os autos foram remetidos para relatório final da Comissão.
III. DA ANÁLISE
Inicialmente a Comissão Processante fez uma análise detida dos documentos acostados ao
processo pela autoridade instauradora bem como dos depoimentos colhidos. O qual passamos a detalhar
conforme cada veículo envolvido.
– CAMINHÃO GM/CHEVROLET D60 – PLACAS IHS1614
Segundo informado pelo servidor Cassiano, que na época dos fatos era o Secretário de
Obras, o acidente com este veículo aconteceu no pátio da SEOSP e envolveu o caminhão e um veículo da
SESA que estava estacionado no pátio.
Informou que é prática de anos que os veículos da SESA fiquem estacionados no pátio da
SEOSP e o caminhão D60 precisou fazer uma manobra dentro do pátio e este possui um guincho para içar
cargas. No momento do ocorrido quem conduzia o veículo era o servidor Adroaldo Pereira dos Santos,
como substituto, pois quem conduz este veículo é o servidor Sérgio Ritter, mas confirmou que Adroaldo está
habituado a conduzir este caminhão.
Após foi ouvido o servidor Gabriel, responsável pelo encaminhamento dos sinistros da
SEOSP. Afirmou que este caminhão é muito antigo e que deveria ser desativado pois não apresenta
segurança. O acidente ocorreu possivelmente na entrada onde ficam estacionados os veículos da SESA
entre os materiais da SEOSP como tijolos, pedras gres, postes, etc. Qualquer veículo da secretaria que
necessite movimentar é “atrapalhado” pelos veículos da outra secretaria.
Não soube precisar se o acidente aconteceu no momento da estabilização das sapatas.
Afirmou que o motorista Adroaldo é muito competente e experiente.
Finalizando foi ouvido o servidor Adroaldo, motorista do caminhão no momento do sinistro.
Este afirmou que trabalha no SEOSP a 37 anos. Já dirigiu o D60 e atualmente dirige o caminhão da Agiluz.
Informou que no dia do sinistro já estava de saída com o caminhão da Agiluz quando o então secretário,
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Cassiano, lhe chamou de volta pedindo que manobrasse o D60 para carregar 2 palets de pedras. Relatou
que haviam os carros da SESA perto das pedras e não havia espaço para colocar o caminhão e carregar as
pedras. Assim a solução foi colocar duas pedras de areia nas sapatas do caminhão para poder içar as
pedras do local aonde estavam. Ocorre que uma das pedras de areia quebrou o que desequilibrou o D60,
provocando o balanço do guincho e a batida lateral no veículo da SESA estacionado no local.
O servidor afirmou que sempre que o motorista do caminhão D60 não está é ele quem
manobra e que fez cursos para manobrar esse tipo de caminhão e inclusive tem CNH. Queixou-se que
quando começou a dirigir o caminhão D60, conhecido por Munk, fez curso de dois dias em Caxias do Sul e
que hoje em dia não é feito mais nenhum curso preparatório para os motoristas.
– CAMINHÃO VW 24.250 – PLACAS IVI2950
Segundo informado pelo servidor Cassiano, o caminhão VW foi buscar um material,
vagamente lembra que se tratava de asfalto, e acabou se envolvendo nesse acidente. O motorista do
caminhão era Valdecir Carlos Palaoro e não recorda se ele já havia se envolvido em outros acidentes.
Também afirmou que todos os caminhões da SEOSP tem seguro contra terceiros porém não soube
informar se este foi acionado. Imagina que talvez “não tenha valido a pena ter acionado”. Gabriel era o
responsável por esta parte na época do fato.
O servidor Gabriel não recordou sobre o acidente envolvendo o caminhão VW. Afirmou que
este caminhão quem normalmente dirige é o servidor Leonir. Não soube informar se Valdecir já havia se
envolvido em outros acidentes. Também não soube informar se o seguro foi acionado, mesmo afirmando
que é o responsável por fazer isso. Ainda colocou a questão de que o seguro somente é acionado quando é
contra terceiros e por culpa “nossa” pois, segundo o depoente, “tem a questão da franquia e a perda do
bônus”
Finalizando foi ouvido o servidor Valdecir, motorista do caminhão no dia do fato. Afirmou
que é motorista a 35/36 anos e que não é o motorista deste caminhão porém, no dia do fato, 08/02/2018,
teve que pegá-lo para ir a Triunfo, pois somente este caminhão estava cadastrado lá.
Informou que estava vindo de Triunfo, sentido Capital-Interior e na altura do trevo de
Paverama o veículo Gol atravessou as duas pistas, no sentido Taquari-Paverama. Afirmou que estava
dirigindo a 50/60 km/h com uma carga de 22.000 kg de asfalto e cuidando o caminhão que estava na sua
frente. Na batida o veículo Gol rodou atingindo a lateral do caminhão VW o que causou danos neste. O
veículo Gol ficou muito danificado.
Não soube informar se o seguro foi acionado pois quem cuidava disso era o Gabriel.
Afirmou que no dia do acidente a PRF não compareceu então o registro foi feito no dia seguinte, online e foi
tentado entrar em contato com o condutor do veículo Gol mas este não respondeu. No dia do acidente
compareceu somente a BM e o motorista não se manifestou sobre as despesas com o caminhão. Afirmou
que fez registro na Polícia Civil porém não foi chamado até o momento e que no dia do fato foi feito um
documento que ele e o outro condutor assinaram porém não recebeu cópia deste. Afirma que foi até Estrela
e ligou para a Brigada de Paverama mas o documento “não foi localizado”.
– GM Spin LTZ – PLACAS IWW5183
O servidor Wilmar Antônio da Silva afirmou que era o motorista do veículo GM Spin, placas
IWW5183 que se envolveu em um acidente de trânsito no dia 05/12/2017. Informou que no dia em questão
estava voltando de Conventos e em frente à Movesco, no sentido bairro-centro, havia uma fila de veículos
no recuo esperando para ingressar no bairro Olarias. Uma camionete L200 parou no acostamento do asfalto
e fez a conversão à esquerda direto, sem observar os veículos, e bateu em toda a lateral da Spin e ainda
jogou-a para cima de um caminhão, que por sorte conseguiu desviar evitando a colisão.
O condutor da L200 fugiu do local porém como o veículo Spin ainda estava rodando foi até o
posto da PRF e lá os policiais lhe informaram os dados dela inclusive com o endereço e nome do condutor.
Passou estas informações para seu superior da época (Gustavo ou Fabiano). Não soube informar se o
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seguro foi acionado na época mas afirma que passou as informações para o superior.
Não soube informar se o seguro foi acionado ou se o valor do conserto foi cobrado do
condutor da L200 somente afirmou que passou as informações ao seu superior.
– AMBULÂNCIA SPRINTER – PLACAS IXA9462
O servidor Alexandre, motorista da ambulância, placas IXA9462, afirmou que o dia do
acidente era um sábado, 14/07/2018, ele dirigia na Rua Pedro Theobaldo Breitenbach, na direção
Conventos-Forquetinha, e havia outro veículo na pista a sua frente. Afirma que por causa da posição solar
não dava para ver o carro que, na altura da Rua José Frantz, parou sobre a pista de rolamento.
Para evitar uma colisão na traseira do veículo informou que “desviou para o lado esquerdo”
e nesse momento a motorista finalizou a conversão à esquerda que resultou em uma batida na lateral
esquerda do veículo e na lateral direita da ambulância ambos na parte da frente. Informou que solicitou
atendimento da PRE, pois na época a via estava sob jurisdição do Estado, porém estes não atenderam pois
não havia vítimas. Ainda, afirma que os “azuizinhos” também não atenderam pois não era de sua
competência.
Ressalta que quando chamou a PRE questionou sobre o posicionamento do veículo na pista
e segundo o que lhe foi informado por eles quando há acostamento na via, os veículos devem utilizar este
para manobras de conversão e não podem parar sobre a pista.
Não soube informar se o seguro foi acionado mas sabe que tanto a ambulância quanto o
outro veículo tinham seguro total. Afirmou que pegou os documentos do veículo envolvido, um VW Fox, e
que a condutora era uma mulher mas não recorda o nome dela.
– DO SEGURO
A Comissão tentou conseguir informações quanto ao acionamento do seguro nestes
acidentes porém não obtivemos muitas informações.
Sobre o caminhão VW 24.280, placas IVI2950, segundo informação repassada pelo setor de
patrimônio o mesmo possuía seguro contra terceiros, contratado com a seguradora Porto Seguro Cia de
Seguros Gerais. O setor de patrimônio não soube informar se este seguro foi acionado mas informou que se
o seguro tivesse sido acionado contra terceiros não haveria franquia.
Sobre os veículos GM Spin, placas IWW5183, e ambulância Sprinter, placas IXA9462 foi
informado pelo setor de patrimônio que os mesmos possuíam contrato com a seguradora Brasil Veículos
Companhia de Seguros e não foi possível apurar se os seguros foram acionados pois a empresa encontra-
se com o CNPJ baixado na RFB. Esta seguradora não possuía corretora no Município para prestar alguma
informação.
Segundo informação que consta no expediente nº 28.711/2017, apenso, que trata do
acidente envolvendo o veículo GM Spin LTZ, placas IWW5183, há um bilhete onde consta um número de
sinistro (00522017222452S00) e menciona valor de franquia de R$ 3.500,00 o que leva a Comissão a crer
que este seguro foi acionado. O que corrobora esse entendimento é que no mesmo expediente constam
notas fiscais do concerto que somam um valor de R$ 3.548,00.
IV. CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÃO
A presente sindicância tratava de apurar responsabilidades em acidentes que envolveram
veículos do Município ocasionando danos. Passamos a apresentar as considerações e conclusão de cada
veículo em separado.
– CAMINHÃO GM/CHEVROLET D60 – PLACAS IHS1614
Conforme apurado na instrução esse incidente ocorreu no pátio da SEOSP e acabou por
envolver dois veículos do Município. Conforme os depoimentos prestados há uma prática de longa data
onde os carros da Secretaria da Saúde ficam estacionados no pátio da SEOSP, nos espaços vagos entre os
materiais que lá estão dispostos. Assim, quando há necessidade de movimentação desses materiais os
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veículos da SEOSP são “atrapalhados” pelos veículos da SESA.

Também pode-se apurar que o caminhão GM D60, denominado de Munk, trata-se de um
veículo bem antigo e que, segundo informações prestadas pelo servidor Gabriel, deveria ser desativado pois
não apresenta segurança. Por outro lado o servidor Adroaldo, que estava operando o veículo no momento
do fato, já trabalha a 37 anos no Município, sendo que em muitos desses anos era o motorista deste
caminhão e agora é responsável por dirigir o caminhão da Agiluz. Informou que fez cursos em Caxias do Sul
para poder dirigir.
– CAMINHÃO VW 24.250 – PLACAS IVI2950
Quanto ao caminhão VW 24.250, placas IVI2950, a Comissão pôde apurar que o acidente
ocorreu na BR 386 no dia 08/02/2018 e, segundo a Declaração de Acidente de Trânsito, Ocorrência
20180214144810710, o veículo Gol tentou cruzar a rodovia no sentido transversal na cidade de Paverama e
colidiu na lateral do caminhão. A mesma situação também está informada no BO 1582/2018.
Conforme já mencionado não pôde-se apurar se o seguro foi acionado, e nenhuma das
testemunhas ou o motorista também soube informar. De concreto temos notas de empenho que estão
dentro do expediente nº 5488/2018 que tratam de manutenção e substituição de componentes do
caminhão danificados no acidente.
Ainda, de acordo com o relatado pelo servidor Valdecir Carlos Pallaoro, o veículo Gol,
conduzido pelo Sr. José Carias dos Reis, cruzou sobre a BR 386, ou seja, fez uma manobra errada
que resultou no acidente. Tal relato é corroborado pela Declaração de Acidente de Trânsito,
Ocorrência nº 20180215095711090.
No expediente constam cópia do CRLV do veículo que está no nome de Nilda da Silva Reis
e a CNH do condutor do veículo Sr. José Carias dos Reis.
– GM Spin LTZ – PLACAS IWW5183
Quanto ao acidente envolvendo o veículo GM Spin LTZ, placas IWW5183, conforme pôde-
se apurar o mesmo ocorreu na BR 386, em frente à Movesco, quando um outro veículo, uma camionete
L200, parou no acostamento do asfalto e fez a conversão à esquerda direto, sem observar os veículos, e
bateu em toda a lateral da Spin e ainda jogou-a para cima de um caminhão.
Segundo os relatos do servidor Wilmar Antônio da Silva, o motorista fugiu do local do
acidente sem prestar nenhum socorro. Como ainda estava rodando o servidor se deslocou até o posto da
PRF e lá conseguiu os dados do veículo. O veículo envolvido no acidente trata-se de uma caminhonete
MMC/L 200 4x4 GLS, cor verde, placas IJI9195 de propriedade de Valdecir Brassiani Luccas conforme
consta no BO nº 10675/2017.
Segundo pôde-se apurar o seguro foi acionado para o conserto do veículo do Município. O
acidente ocorreu em 05/12/2017.
Cabe salientar que segundo informação prestada pelo servidor Wilmar, este repassou para
seu superior na época as informações quanto ao condutor do veículo e que este residia em Fontoura Xavier.
– AMBULÂNCIA SPRINTER – PLACAS IXA8462
Quanto ao acidente envolvendo a ambulância Sprinter, placas IXA8462 a Comissão pôde
apurar que o referido acidente aconteceu na Rua Pedro Theobaldo Breitenbach, na altura do cruzamento
com a Rua José Franz, na época em que esta ainda estava sob o domínio de PRE. Segundo relatos do
servidor Alexandre, motorista da ambulância, ele trasitava no sentido Conventos-Forquetinha quando um
veículo, que estava na sua frente, parou sobre a pista de rolamento. Alegou que naquela hora, pela posição
solar não tinha a visibilidade do veículo da frente.
Segundo relatos do motorista, para evitar uma colisão na traseira do veículo, desviou para o
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lado esquerdo, ou seja, invadiu a pista do fluxo no sentido contrário, Forquetinha-Conventos. Quando fez
esta manobra a motorista do veículo finalizou a conversão à esquerda o que resultou na colisão da
ambulância com o veículo VW Fox ocasionando danos na lateral esquerda do veículo Fox e na lateral direta
da ambulância na parte da frente dos veículos.
No momento do acidente afirma que tentou acionar a PRE porém esta não se deslocou ao
local pois não houve vítimas. Os fiscais de trânsito do Município também não atenderam o ocorrido pois a
via não estava sob sua jurisdição. Assim, foi feito o BO nº 1326/2018, acostado no expediente 16683/2018,
apenso ao processo.
Não soube informar sobre o seguro ser acionado, apenas sabia que tanto a ambulância
quanto o outro veículo tinham seguro total. Informou que no dia do acidente os envolvidos pegaram os
documentos um do outro.
Da análise do que determina a Lei nº 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro temos
que:
[…]
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos,
bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições
do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;
[...]
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a
sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a
ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
[...]
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito da pista e executar
sua manobra no menor espaço possível;
II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da linha divisória
da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo
esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.

Assim, temos que, de acordo com o depoimento do condutor da ambulância, este não
observou as regras contidas no CTB. Não manteve uma distância segura do veículo da frente uma vez que
teve que desviar abruptamente para evitar a colisão na traseira e, quando executou o desvio, o fez pela
esquerda, na via de sentido contrário, colocando em perigo a si próprio e a de possível condutor que
estivesse trafegando nesse sentido. Em se tratando de desviar do condutor da frente o motorista da
ambulância, servidor Alexandre, deveria ter feito a manobra de desvio pelo lado direito, como determina o
CTB. (Arcelino aqui se tiver mais alguma coisa e argumento que precisa ser colocado por favor
acrescente...coloque em outra cor para depois eu arrumar. Verifica também a questão da base legal do
CTB)
Dos documentos constantes no expediente nº 16683/2018 pode-se deduzir que o seguro foi
acionado restando ainda a ser pago pelo Município a franquia que custou na época, conforme pedido de
compra nº 5701/2018 o montante de R$ 6.201,17.
Assim, diante das constatações e das provas coletadas nas oitivas das testemunhas
durante a sindicância investigatória, a Comissão SUGERE:
a) O arquivamento da Sindicância Investigatória quanto ao acidente envolvendo o
caminhão GM/Chevrolet D60, placas IHS1614 haja vista se tratar de um incidente ocorrido no pátio
da SEOSP. Os veículos da SESA ficam estacionados no pátio e acabam por “atrapalhar” a movimentação
das cargas para os caminhões da SEOSP. No fato em questão, o caminhão D60 não conseguiu se
posicionar de maneira adequada próximo à carga o que acabou por ocasionar o incidente.
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b) O arquivamento da Sindicância Investigatória quanto ao acidente envolvendo o

caminhão VW 24.280, placa IVI2950, no que diz respeito ao servidor Valdecir Carlos Pallaoro,
condutor do referido caminhão. Conforme pôde-se apurar o acidente foi causado pelo condutor José
Carias dos Reis, dirigindo o veículo Gol/G4 de placa ISX3767, que cruzou a BR 386 no momento do
acidente. Assim, sugere-se que seja encaminhado à Procuradoria para ingresso com ação judicial
contra este cidadão. O acidente ocorreu em 08/02/2018.

c) O arquivamento da Sindicância Investigatória quanto ao acidente envolvendo o

veículo Spin LTZ, placa IWW5183, no que diz respeito ao servidor Wilmar Antônio da Silva, condutor
do veículo Spin. Conforme pôde-se apurar o acidente foi causado pelo veículo Mitsubishi L200, placa
IJI9195, de propriedade de Valdecir Brassiani Luccas, e o condutor fugiu do local sem prestar socorro.
Assim, sugere-se que seja encaminhado à Procuradoria para ingresso com ação judicial contra este
cidadão. O acidente ocorreu em 05/12/2017.

d) Abertura de Processo Administrativo Disciplinar em desfavor do servidor Alexandre Luis

Lehnen pela responsabilidade pelos danos causados no acidente com a ambulância Sprinter, placa
IXA8462. Conforme pôde-se apurar houve falhas na condução do veículo que resultaram no acidente.

A Comissão sugere, ainda, que nos casos envolvendo acidentes dos carros do Município,
quando o valor do conserto seja superior a franquia, o seguro dos carros seja sempre acionado,
independente da questão envolvendo a perda de pontos para a renovação do mesmo.

Sugerimos também que as sindicâncias sobre acidentes sejam encaminhadas o mais rápido
possível, para se evitar que os fatos caiam em esquecimento com o passar do tempo.

À autoridade instauradora para apreciação.

Lajeado, 08 de agosto de 2022.

Alice Cristina Schnack Rejane Dorst Arcelino Carlos Madke

Presidente Membro Membro