Este documento discute a transição para a democracia na América Latina no final do século XX, analisando conceitos como liberalização e democratização. Apesar de padrões gerais, cada país teve experiências distintas, como o Chile que manteve a constituição de Pinochet e o Brasil que criou uma nova.
Este documento discute a transição para a democracia na América Latina no final do século XX, analisando conceitos como liberalização e democratização. Apesar de padrões gerais, cada país teve experiências distintas, como o Chile que manteve a constituição de Pinochet e o Brasil que criou uma nova.
Este documento discute a transição para a democracia na América Latina no final do século XX, analisando conceitos como liberalização e democratização. Apesar de padrões gerais, cada país teve experiências distintas, como o Chile que manteve a constituição de Pinochet e o Brasil que criou uma nova.
Alunos: Bryan Willians Faria Teles e Gabrielle Reginatto do Carmo Ano: 2021 Síntese da unidade IV
O que conhecemos como a América Latina do século XX é formada por turbulentos
eventos de implementação de regimes autoritários e, ao mesmo tempo, de muita resistência e luta para que um regime democrático seja respeitado. Os momentos de turbulência vividos pelo Cone Sul, por mais que tenham suas particularidades processuais, podem ser analisados a partir de uma perspectiva comparada. É interessante olharmos o momento de mudança para a via democrática vivido pela América Latina no final do século XX a partir do método comparativo, que, por sua vez, nos possibilita enxergar tanto as particularidades de cada país, quanto a conjuntura geral do continente. É certo que o momento anteriormente vivido foi de restrição aos direitos democráticos, censura e tortura, algo que deixou marcas nesse processo de abertura política. A ideia de transição entra para a compreensão desses sistemas que se estabelecem a partir da década de 1980. A historiografia nos mostra que houve a continuação de certos elementos autoritários característicos das Ditaduras Militares, algo que já coloca em xeque o conceito. Por exemplo, no Chile ainda há, no século XX, a mesma constituição promulgada por Pinochet, como um verdadeiro legado desse período. Dentro desse debate anteriormente mencionado sobre mudanças e abertura política, é importante nos atentarmos a um projeto democrático para a América Latina. Dentro desse conceito, compreende-se uma discussão teórica muito intensa, ainda mais pelo fato de que as experiências aqui em questão terem sido muito distintas (MARQUES, 2010). Então, para Teresa Marques (2010), definir e separar os conceitos e liberalização e democracia são passos fundamentais para compreender o período de transição. Até mesmo falar sobre transição causa certa abertura para diversas interpretações. Neste trabalho, entendemos transição a partir do que Helena Marques (2010, p. 62) conclui: “Portanto, transições políticas correspondem a um período de troca de regimes políticos. Como no caso da América Latina, com o fim das ditaduras militares – marcadas pelo desrespeito a inúmeras garantias e direitos individuais –, foi dado início a uma busca pela democracia.” (MARQUES, 2010, p. 62). A Democracia apresenta-se, então, como a finalidade da transição. Ela geraria um processo de extensão dos direitos civis, juntamente a abertura política. Conceitos como cidadania, liberdade e igualdade aparecem como princípios fundamentais, e, a partir disso, consequências mais ligadas a vida prática, como eleições diretas, surgem como identidade de um regime democrático. Por outro lado, Marques (2010) trata também do conceito de liberalização. Adotando a postura de que esse conceito faz referência a uma abertura a grupos que antes eram subjulgados, criminalizados ou ilegais, dando-os o direito tanto de existir quanto de ser a oposição, a autora comenta que “Percebe-se que a liberação e a democratização estão muito interligadas, contudo, é importante destacar que a liberalização pode existir sem a democratização. Ela pode possibilitar o início da transição política, mas ela não é a democratização em si.” (MARQUES, 2010, p. 63). Dessa forma, o processo de transição da América Latina foi dado pela instauração de um processo de Democratização aliado ao de Liberalização. Contudo, cada país que passou por esse processo, o fez de forma distinta. A análise num esquema macro que identifica conceitos e padrões deve ser intercalada com uma análise micro, reduzindo a escala para dar voz as particularidades das regiões. A título de exemplo, observamos o Chile e o Brasil. Enquanto no primeiro a transição democrática não contou com uma nova constituição, continuando com a de Pinochet até o século XXI, o segundo procurou formar uma nova constituição que por sua vez, tornou-se símbolo dessa nova era democrática. Então, apesar dos dois países supracitados terem passado por transformações classificadas dentro de conceitos tidos como generalizantes, eles têm suas especificidades. Dentro dessas discussões, vemos também um projeto de neoliberalização da América Latina.