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Eletricidade

1 – Eletrização – carga elétrica


1.1 – Eletrização

Todos os corpos são formados de átomos constituídos de partículas elementares: prótons, neutrons e
elétrons. Os prótons e os neutros localizam-se no núcleo do átomo. Os elétrons movem-se ao redor do núcleo
do átomo. Os prótons e os elétrons possuem uma propriedade física denominada carga elétrica.
Matéria e definida como algo que possui massa e ocupa lugar no espaço. Logo, matéria é alguma coisa
que existe, seja no estado sólido, liquido ou gasoso.
Denominamos molécula a menor partícula da matéria, em qualquer estado ou forma que conserva sua
identidade.
Elemento, são substancias formadas por apenas um único tipo de átomo, na natureza a maioria das
substancias possuem mais de um tipo de átomo e são chamados compostos, isto é, são combinações de dois
ou mais tipos de átomos.

EX: molécula de água – possui um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio.

MOLECULA H2O Núcleo

+ +
+
Átomo de hidrogênio

Átomo de hidrogênio
Elétron
Átomo de oxigênio

1.2 – Átomo – Estrutura atômica

o átomo e a menor partícula possível em que um elemento pode ser dividida, conservando ainda suas
propriedades químicas. É a parte constitutiva básica de toda matéria.
Consiste de um ou mais elétrons orbitando velozmente em torno de um núcleo.
O elétron é a carga elétrica negativa básica. Alguns elétrons são mais fortemente ligados ao núcleo do seu
átomo do que outros e giram em orbitas mais próximas ao núcleo, enquanto outras ocupam camadas mais
distantes e por isso orbitam mais livremente.
Estes últimos são chamados de elétrons livres, porque podem ficar livres com facilidade da atração
positiva do núcleo para formar o fluxo de elétrons.
O próton, possui carga positiva e juntamente com o neutron, que não possui carga, constitui o núcleo do
átomo.
Quando a carga positiva do próton no núcleo se equilibra com a carga negativa dos elétrons, em orbita,
diz-se que o átomo possui carga neutra.
Se o átomo possui escassez de elétrons ele está carregado positivamente, é chamado de ION positivo.
Se possui excesso de elétrons, esta carregado negativamente e é chamado ION negativo.

1.3 – Carga elétrica

Quando um corpo esta eletrizado dizemos também que possui uma carga elétrica, e em situação não
eletrizada, dizemos que está neutro ou descarregado.
Em condições de carga neutra, um átomo tem um elétron para cada próton, existente no núcleo.
Os átomos formam os vários elementos existentes, variando de 1, na casa do hidrogênio até 92 para o
urânio.
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Os elétrons girando em torno do núcleo, são dispostos em camadas, cada camada pode conter um número
máximo de elétrons, se essa quantidade for excedida, os elétrons serão obrigados a ocuparem a camada mais
alta ou externa.

EX: 1º Camada – 2 Elétrons


2º Camada – 8 Elétrons
3º Camada – 18 Elétrons
4º Camada – 32 Elétrons

Convém ressaltar que em alguns átomos mais complexos, os elétrons podem estar dispostos nas camadas
mais externas antes que algumas camadas internas estejam completas.
Podemos então concluir o princípio fundamental da eletrostática chamada atração e repulsão:
“Cargas de mesmo sinal se repelem e de sinais contrários se atraem”
A eletrização, isto é, a transferencia de elétrons de um corpo para outro, pode ser realizada por três
processos diferentes:

A – Eletrização por atrito – consiste na troca de elétrons entre os corpos pelo atrito
B – Eletrização por contato – caracteriza-se quando há apenas o contato entre os corpos, isto é, sem atrito.
Na eletrização por contato, os corpos ficarão com cargas iguais:

EX:

---- +-+ ---- ----


---- --+- ---- ----
---- +-+ ---- ----
--- -+ --- ---
Q- Neutro Contato Q/1 Q/2

C – Eletrização por indução – consiste na troca de elétrons entre os corpos, somente pela aproximação.
Não há contato físico. O induzido eletriza-se com carga de sinal contrário ao indutor. A carga do indutor não
se altera:
EX: Indutor Induzido

+++ +-+
++ --+-
+ + + +
++ -+-
Q+ Neutro

+++ + Aproximação – não há contato


+++ +
+++ +

+++ ----
+++ ----
+++ ----
---

Q+ Q–

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1.4 – Condutores e isolantes

Alguns matérias, tem a propriedade de conservarem as cargas elétricas nas regiões onde elas são
produzidas, são chamadas isolantes ou dieléticas. Há também matérias nos quais as cargas se espalham
imediatamente e são chamados condutores. É o caso dos metais nos condutores metálicos, os elétrons mais
afastados do núcleo, estão fracamente ligados a ele e, quando sujeitos a força, mesmo de pequena intensidade,
abandonam o átomo e movem-se pelos espaços interatômicos. E esses são os elétrons livres, responsáveis pela
condução de eletricidade nos metais.
Os isolantes no apresentam elétrons livres, pois todos os elétrons estão fortemente ligados aos respectivos
núcleos. Na prática, não existem condutores ou isolantes preferidos, e sim, bons condutores como por
exemplo: prata, cobre, alumínio, grafite, e bons isolantes com MICA e EBONITE. O corpo humano e a terra,
também são condutores. Ao se ligar um condutor eletrizado terra ele se descarrega.

1.5 – Porque um corpo eletrizando atrai um corpo neutro para entender porque isto ocorre, analisemos a
experiência mostrada na figura.

//////////////

F2 + F1
-
+
-
+ +
- ++
Um pequeno corpo metálico não eletrizado é suspenso por um fio isolante. Este conjunto é denominado
pêndulo eletrico.

Aproximado-se do corpo, um bastão com carga positiva, esta carga atuará sobre seus eletrons livres,
deslocando-os para o lado do corpo mais próximos do bastão.
Assim sendo, o lado oposto, apresentará carga positiva. Ocorreu então, na esfera, uma separação de
cargas, isto é, o bastão provocou uma indução na esfera metálica descarregada. A força F1, de atração entre as
cargas de sinais contrários, é maior que a força F2, de repulsão entre as cargas de mesmo sinal, porque a carga
negativa (sinal contrário) está mais proxima do bastão.

1.6 – Eletroscópios

Denominados eletroscópio a qualquer dispositivo que nos permita verificar se um corpo está eletrizado.
O pêndulo eletrico é o tipo mais simples de eletroscópio. Ao aproximarmos do pêndulo neutro um corpo
qualquer, se ele for atraido, podemos concluir que o corpo está eletrizado (positivamente ou negativamente).
Outro tipo de eletroscópio muito comum e o eletroscópio de folhas (veja figura).

--- +
- -
- -

+ +
+
+

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Constitui-se de uma haste metálica, tendo em sua extremidade superior uma pequena esfera, também
metálica. Na parte inferior, duas folhas finas metálicas (alumínio), que podem se abrir e fechar livremente.
Este conjunto é encerrado em um invólucro de vidro.
Ao aproximarmos da esfera, um corpo eletrizado positivamente, por exemplo, ele atrairá os elétrons livres
para a esfera. As folhas ficam eletrizadas positivamente e se repelem quando observa-se a separação das
folhas é porque o corpo está eletrizado. Afastando-se o corpo, as folhas tornam-se a se fechar.

1.7 – Medidor de carga eletrica

o valor da carga de um corpo é medido pelo número de elétrons que ele tem em excesso ou em falta. No
SI (sistema internacional), a unidade de carga eletrica é o coubomb “C” em homenagem ao físico francês
Charles Coulomb.
Quando dizemos que um corpo possui uma carga de 1C, isso significa que esse corpo ganhou ou perdeu
6,2 X 1018 elétrons, isto é:
1C = carga equivalente a 6,2 X 1018 elétrons.

1 MC = 0,001C = 10–3 C
1 C = 0,00000 1C = 10–6 C

1.8 – Lei de Coulomb

Charles Coulomb, conseguiu estabelecer experimentalmente uma expressão matemática para calcular o
valor da força entre os corpos eletrizados. O valor dessa força, seja atração ou repulsão é tanto maior quanto
maiores forem os valores das cargas nos corpos e tanto menor quanto maior a distância entre eles.

F Q1 Q2 F F = Ko Q1 Q2
+ + d2
d
Ko – Constante eletrostática no vácuo: 9X109

2 – Campo elétrico

2.1 – Definição

O campo elétrico e o responsável pelos interações elétricas entre duas ou mais cargas, é quem transmite as
forças elétricas de uma carga para outra.
Se considerarmos uma carga Q fixa em uma certa posição e colocarmos uma outra carga q,
sucessivamente em diversos pontos do espaço em torno de Q, observamos que em cada ponta haverá uma
força elétrica atuando em q (exercida por Q).
Toda carga elétrica cria um campo elétrico no espaço em torno dela e esse campo elétrico é responsável
pela força elétrica atuante em qualquer outra carga.
Com essa idéia de campo elétrico, concluímos então que para sabermos se em um certo ponto P do espaço
existe um campo elétrico, devemos colocar em P uma carga q (carga de prova). Se uma força eletrica F atuar
em q, concluímos que existe um campo elétrico em P.

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2.2 – Linhas de força

São linhas traçadas para representar o campo elétrico existente em determinada região. São traçados de tal
modo que indicam a direção e sentido da força elétrica que atua sobre uma carga de prova positiva colocada
em qualquer ponto do campo.
Sendo assim a direção do campo será a mesma da força elétrica. O sentido será de afastamento quando
Q>0 (positivo) e de aproximação quando Q<0 (negativo).

Aproximação Q<0 Afastamento Q>0

2.3 – Distribuição de carga em um corpo condutor

Ao eletrizarmos um material isolante, atritando-o a carga que ele adquire permanece fixa nesta região do
corpo, pois não está livre para se movimentar neste material.
Quando um corpo metálico é eletrizado negativamente, os elétrons em excesso se repelem mutuamente e
se movimentam atingindo uma situação de equilíbrio, distribuindo-se em sua superfície e o mais afastado
possível uns dos outros. A mesma situação será observada se o metal for eletrizado positivamente.
Em ambos os casos, a carga permanece em equilíbrio na superfície, mas não abandona essa superfície
porque o ar que envolve o metal, em condições normais, é isolante.
Se, agora, o corpo condutor eletrizado for oco e introduzirmos em seu interior um outro pequeno corpo
também eletrizado, verificaremos que não haverá nenhuma força eletrica atuando sobre esse corpo, qualquer
que seja a sua posição dentro da cavidade.
Em outras palavras, a carga eletrica se distribui na superfície de um condutor eletrizado, de tal modo que
não existe campo elétrico no interior deste condutor, seja ele maciço ou oco.

+ Corpo eletrizado
+
+
+ +
+

+ +

2.4 – Blindagem eletrostática


+
A blindagem eletrostática é muito utilizada para proteção de aparelhos elétricos e eletrônicos contra
efeitos perturbadores externos. Principalmente nos sistemas de comunicação das aeronaves é imprescindível a
utilização da blindagem devido a carga estática proveniente do atrito com a massa de ar.
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Para conseguir esta blindagem, idealizada por Foraday (gaiola de Foraday), basta envolver a região que
se deseja proteger com uma tela metálica. Foraday comprovou com suas experiências que, o interior de um
corpo metálico condutor fica blindado contra influências elétricas, provenientes de cargas situadas em seu
exterior porque aparecem cargas induzidas em sua superfície que tendem a impedir que um campo elétrico,
criado por cargas externas a ele seja estabelecido em seu interior.

2.5 – Poder das pontas

Consideremos a figura abaixo para entendermos como a carga eletrica se distribui na superfície de um
condutor que possui pontas.
++
++++
++++
+ + +
+ + Corpo condutor
+ +
+ +
++++++

As cargas elétricas tendem a se acumular nas regiões pontiagudas e se apresentam mais espaços nas
regiões mais planas

O ar é normalmente um isolante mas a carga situada na superfície do metal exerce uma força sobre os
elétrons dos átomos do ar que o envolve. Próximo a uma ponta, essa força é tão grande que consegue arrancar
os elétrons de um enorme numero de átomos, transformando-os em elétrons livres. Assim nessa região o ar se
torna condutor e o metal perde, pelas pontas, toda a sua carga (ela escoa para o ar).
A carga eletrica distribuída na superfícies de um metal que apresenta pontas tem a tendência de se
acumular nessas pontas, tornando condutor o ar próximo a eles e impedindo assim que a carga elétrica se
mantenha na superfície do metal. Essa propriedade é denominada poder das pontas.
As diversas peças da aeronave precisam ser unidas eletricamente para prover um caminho de baixa
resistência à passagem da carga. Partes móveis, tais como lemes, Profundores, etc., são ligados a estrutura
principal através de fios e condutores flexíveis.
Quando em vôo a aeronave descarrega-se continuamente através do poder das pontas. Ao aterrizar,
descarrega-se através dos pneus, cuja borracha e impregnada de carvão tornando-o um bom condutor.
Quando se reabastece um avião, o bico da manqueira deve ser ligado ao avião, e este ser ligado à terra o
que possibilita que qualquer carga gerada possa ser desviada para a terra sem o perigo de centelha.

3 – Corrente eletrica

3.1 – Definição

A corrente elétrica e constituída pelo movimento ordenado de cargas elétricas em um condutor produzido
pela ação da força eletrica. Quando não há corrente eletrica no condutor, seus elétrons livres encontram-se em
movimento desordenado, em todas as direções em virtude da agitação térmica.

- +

BATERIA

Movimentos de elétrons
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Observe pela figura, o trajeto dos elétrons. A partir do polo negativo, por exemplo, eles se deslocam ao
longo do condutor, em direção ao polo positivo. Por um processo químico que ocorre no interior da bateria,
esses elétrons são transportados para o polo negativo, continuando em circulação (daí a denominação circuito
elétrico). Portanto, a corrente elétrica não termina em um dos pólos, ou se origina em outro; ela é um
movimento contínuo de cargas, presente em qualquer ponto do circuito, inclusive no interior da bateria.

3.2 - Sentido convencional

Quando os cientista começaram a desenvolver seus primeiros estudos e observações sobre corrente
elétrica, eles supunham que ela era constituída pelo movimento de um fluido elétrico positivo.
Esse fluido sendo positivo, se deslocaria, fora da bateria de seu polo positivo para o negativo, isto é, em
sentido contrário ao do movimento de elétrons.
No século XX, ao ser verificado que nos metais a corrente é formada pelo movimento de elétrons, os
cientistas já estavam habilitados a trabalhar com o sentido da corrente de cargas positivas. Para evitar
transtornos que poderiam vir dessa mudança, convencionou-se continuar o trabalho com uma corrente
imaginária de cargas positivas. Isto foi possível porque verificou-se que as duas correntes são equivalentes.
Uma carga negativa movendo-se em um certo sentido, eqüivale a uma carga positiva, de mesmo valor,
movendo-se em sentido contrário.

- = +

Essa corrente imaginária de cargas positivas é denominado corrente convencional. Na figura mostramos o
sentido convencional comparado com o sentido do movimento de elétrons (dentro e fora da bateria). O
sentido convencional é usado universalmente e também adotaremos em nosso curso.

- +

BATERIA

Sentido da corrente Sentido do movimento de elétrons


Elétrica convencional

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Essa corrente imaginária de cargas positivas é denominado corrente convencional. Na figura mostramos o
sentido convencional comparado com o sentido do movimento de elétrons (dentro e fora da bateria). O
sentido convencional é usado universalmente e também adotaremos em nosso curso.

3.3 - Intensidade da corrente elétrica

Consideremos o fio mostrado na figura abaixo onde foi estabelecida uma corrente eletrica suponha que
durante um intervalo de tempo T= 10s.

Seja possível incolher a quantidade de carga que possa por uma seção qualquer do fio condutor,
encontrando-se q = 30 C. se desejarmos saber a quantidade de carga que passa em 1 segundo, devemos
evidentemente dividir q por T, isto é:

q = 30C =3c/s
T 10S

Esse quociente q/t é denominado intensidade da corrente elétrica, e representado pela letra I.
Temos então para o caso analisado I=3c/s. este valor I, indica que, em cada segundo uma carga igual a
3C, passa pela seção considerada.
A unidade I c/s, para medida de corrente elétrica no SI (sistema internacional) e denominada AMPERE
“A” em homenagem ao cientista André Ampere portanto:

I = q = 30C = 3c/s  I = 3 A
T 10S

3.4 - Medida de intensidade da corrente elétrica

O aparelho que nos permite medir o valor da intensidade da corrente elétrica é o amperímetro.
É ligado ao circuito de maneira tal que a corrente a ser medida passe por ele. Dizemos que é ligado em
série no circuito.

3.5 - Diferencial de potencia

Ao se estabelecer um circuito como o da figura abixo, uma força elétrica é exercida pelos polos A e B da
bateria, fazendo com que as cargas no fio condutor se desloquem de A para B, consequentemente, essa força
elétrica realiza um trabalho sobre as cargas, transferindo a elas uma certa quantidade de energia.

A+ B–

BATERIA

Considere então uma carga q se deslocando de A para B, e seja T o trabalho realizado sobre ela, isto é T
representado a energia transferida para a carga q. uma grandeza muito importante para o estudo dos
fenômenos elétricos, denominados diferença de potência (ou voltagem, ou tensão elétrica) entre A e B
representada pela letra E, e definida da seguinte maneiro:

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E=T E = diferença de potência


q T = trabalho realizado sobre a carga
q = valor da carga

A unidade de medida para tensão elétrica, no SI e jaules / coulomb (J/C) que recebe a denominação volts
(V)
EX: No caso de uma pilha seca comum, verifica-se que se uma carga de 5 coulomb (q=5c) for
transportada de A para B, será realizado um trabalho de 7,5 J. A diferença de potencial será:

E = T = 7,5 = 1,5 J/C = 1,5 Volts (V)


q 5

Para uma melhor compreensão podemos comparar a corrente elétrica ao fluxo de água entre dois tanques
interligados.

A B

O nível de água no tanque A é mais alto que no tanque B. Se a válvula que interliga os tanques for aberta a
água fluirá de A para B, até que os níveis se igualem.
O que causam o fluxo de água foi a diferença de nível entre os tanque, ao ser atingindo o mesmo nível
entre os tanques, ao ser atingido o mesmo nível o fluxo cessa.
Similarmente há um fluxo de elétrons quando há um caminho disponível de um ponto onde há excesso de
elétrons até outro onde há falta de elétrons. A força que provoca esse movimento é chamada pressão elétrica
ou diferença de potência (d. d. p.) ou voltagem ou tensão elétrica.

3.6 - Associação de pilhas ou baterias

Quando há necessidade de uma tensão maior, as pilhas ou baterias deverão ser conectadas em série, isto é,
o terminal positivo de uma bateria é ligado ao terminal negativo de outra.
A tensão ficará então igual a soma das tensões de cada uma das baterias.
Para ligações em paralelo, todos os terminais positivos, deverão estar conectados entre si e todos os
negativos da mesma forma.
Baterias em série proporcional maior voltagem, porém com a mesma capacidade de corrente.
Baterias em paralela fornecem uma corrente, disponível igual a soma das correntes individuais, porém
com a voltagem de uma única célula.

4 - Resistência elétrica
4.1 Definição

Resistência elétrica é a propriedade do material em limitar ou restringir a passagem de elétrons.


Condutor são matérias que oferecem baixa resistência a corrente elétrica, isto é, possuem muitos elétrons
livres. Isolantes são matérias com alta resistência a passagem da corrente elétrica, pois possuem poucos
elétrons livres.
A unidade impregada para medir resistência e o ohm (). Nas formulas matemáticas utiliza-se a letra (R).
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4.2 – Fatores que influem na resistência elétrica

A – Tipo de material – O melhor condutor é o que apresenta maior quantidade de elétrons livres.
Considerando-se a relação custo beneficio, o cobre tem atendido satisfatoriamente. Quanto o fator peso for
relevante o alumínio substitui o cobre com vantagens.
EX: Ouro, prata, cobre, alumínio, tungstênio, ferro, chumbo, mercúrio, niquel-cromo

B – Comprimento – Quanto maior o comprimento de um condutor maior a sua resistência a passagem da


corrente elétrica.

C – seção transversal – Quanto maior a área de sua seção transversal menor será a sua resistência.
A tabela AWG (American Wire Gage) classifica os condutores conforme a sua bitola (#). Quanto maior a
bitola menos espesso é o fio.
EX: # 6 – mais grosso
# 10 – mais fino

A ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas), normalizou que a medida deve ser expressa em
milímetros e representa diretamente a seção do condutor.

D – Temperatura – A maior parte dos matérias usados como condutor tem sua resistência aumentada
com a elevação de temperatura. Porém isto não é uma regra, o carbono diminui sua resistência com a elevação
da temperatura. O coeficiente térmico de resistência precisa ser considerado quando existe apreciável
mudança de temperatura na operação do condutor.

4.3 – Código de cores

O valor resistivo pode ser medido através de um ohmimetro, mas isto não é absolutamente necessário. O
seu valor se não estiver impresso, poderá ser determinado pelo código de cores:

1º Faixa – É a faixa mais próxima da extremidade. Indica o primeiro algarismo do valor da resistência

2º Faixa – Indica o segundo algarismo do valor da resistência

3º Faixa – Indica a quantidade de zeros que devem ser acrescentados aos dois algarismos anteriores

4º Faixa – Indica a tolerância do valor do resistor. A inexistência da Quarta faixa indica uma tolerância de
20%, se ela for prateada 10% e se for dourada 5%.

Cores Preto Marrom Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Violeta Cinza Branco
Algarismo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Exemplos:

12 3 4 1º Faixa – vermelha 12 3 4 1º Faixa - laranja


2º Faixa – vermelha 2º Faixa - marrom
3º Faixa – amarela 3º Faixa - vermelho
4º Faixa – prata 4 Faixa - dourado

Resposta: 220000 +/- 10% Resposta: 3100 +/- 5%


220 K – 10% 3 K 1 – 5%
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4.4 – Lei de ohm ( )

Os condutores que obedecem a esta lei são chamados condutores ôhmicos. As experiências mostraram que
a corrente elétrica em um circuito é diretamente proporcional a voltagem, de modo que a resistência
permanece constante.

+ Formulas I = E R=E E = R.I


R I
R I - Corrente
- I E - Voltagem
R - Resistência

Atenção: macete dado pelo professor, é só tapar o que você deseja determinar

I R

Agora você verá alguns exercícios utilizando as formulas da lei de ohm ( ):

1 – Em um CKT (circuito) com uma resistência de 2,5 ohm () o amperímetro marca 4 A, qual é a
voltagem?

E = I.R E = 2,5.4 E = 10V

2 – No CKT onde a tensão vale 24V e a corrente e 2 A, qual o valor da resistência?

R=E R = 24 R = 12 ohm 
I 2
3 – Qual a corrente que atravessa um CKT quando submetida a uma tensão de 60V sabendo que sua
resistência e 50 ohm ( )?

I=E I = 60 I = 1,2 A
R 50

4.5 - Resistividade de um material

Os fatores que influem na resistência de um material e o comprimento e a área da sua seção transversal.
Associando essas duas relações podemos escrever:

R= L Onde: L = comprimento
A A = área
 = resistividade
R = resistência

O coeficiente  (Rô) denominado resistividade expressa a dependência da resistência com o material. A


resistividade tem um valor diferente para cada material.
Quanto melhor condutor e um material, menor o valor da sua resistividade.

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4.6 – Reostatos e potenciômetros

São resistores variáveis usados para modificar a quantidade de corrente num CKT

A B
E

carga
C

A voltagem aplicada a carga é a voltagem entre os pontos B e C. Quando o braço deslizante e movido para
o ponto A, a totalidade de tensão é aplicada a carga. Quando o braço é movido para o ponto C a voltagem
aplicada a carga e “0” (zero). O potenciômetro torna possível a aplicação de qualquer voltagem entre
“0”(zero) e a voltagem total. A escolha da resistência de um potenciômetro é considerada pela quantidade de
corrente necessária a carga, considerando todos os ajustes possíveis do braço deslizante. A corrente que flui
pelo potenciômetro e dissipada sob a forma de calor, é importante portanto manter essa corrente tão pequena
quanto possível, por isso, a resistência do potenciômetro deverá ser tão grande quanto praticável. Na maioria
dos casos a resistência do potenciômetro é muitas vezes superior a resistência da carga. Conforme a
distribuição da resistência ao longo do potenciômetro, ele pode ser classificado em:

Linear – Proporciona uma resistência distribuída uniformemente em toda a sua extensão. Desta forma
meio curso do braço deslizante corresponde a 50% do valor total da resistência.

Logarítmico - Varia a razão entre o aumento da resistência e o deslocamento do braço deslizante. Meio
curso do braço deslizante corresponde a 10% (ou qualquer fração desejada) da resistência total.

4.7 – Associação de resistores


4.7.1 – Associação em série

Dissemos que em um CKT está em série, quando seus componentes são ligados de modo a serem
percorridos pela mesma corrente, isto é, proporciona um único caminho para a corrente elétrica.

A R1 R2 R3 R4 B A Rt B

I I
E1 E2 E3 E4 Et

A resistência total é igual a soma das resistências associadas.

Rt = R1 + R2 + R3 + R4

A voltagem ou tensão elétrica total é igual a soma das tensões em cada resistor.

Et = E1 + E2 + E3 + E4

As potências dissipadas nos circuitos são diretamente proporcionais as respectivas resistências.

P1 = R1 X I2 Pt = Rt X I2
P2 = R2 X I2 ou
P3 = R3 X I2 Pt = P1 + P2 + P3 + P4
P4 = R4 X I2
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4.7.2 – Associação em paralelo

Um circuito está em paralelo quando seus componentes estão submetidos a mesma tensão ou d.d.p., isto é,
existe mais de um caminho para a corrente. Quanto maior a quantidade de caminhos, menor oposição a
corrente se observará.

R1

A I1 B A Rt B
I2 R2

It
It I3 R3

E E

A intensidade total de corrente é igual a soma das correntes em cada resistor.

It = I1 + I2 + I3 I1 = E I2 = E I3 = E
R1 R2 R3

O inverso da resistência total é igual a soma dos inversos das resistências associadas.

1=1 + 1 + 1
Rt R1 R2 R3

No caso de dois resistores, podemos escrever.

Rt = R1 X R2
R1 + R2

Caso tenhamos n resistores iguais.

Rt = R
n

As potências dissipadas são inversamente proporcionais as resistências

P1 = E2 P2 = E2 P3 = E2
R1 R2 R3

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Alguns exercícios:

1 – Calcule a resistência total no circuito abaixo

A 6 Rt = R1 + R2 + R3
Rt = 6 + 2 + 4
Rt = 12

2 2 A

B 0,3 4 2 12
0,3
B

Rt = R1 X R2 = Rt = 2 X 12 = 24 =1,7
R1 + R2 2 + 12 14

A 1,7  0,3 B
Rt = 1,7 + 0,3 = 2

2 – Dois resistores associados em série um de 10 e outro de 12. A associação esta submetida a uma
tensão de 220 V. calcule a tensão em cada resistor.

Rt = 10 + 12 = 22 I=E I = 220 I= 10 A
R 22

E = I.R E1 = 10 X 10 = 100V
E2 = 12 X 10 = 120V

3 – considere as lâmpadas de resistência R 1= 3 e R2 = 6, associados em paralelo conforme esquema


abaixo

E R1 R2

A – Qual a resistência total?

Rt = 3 X 6 = 18 = 2
3+6 9

B – Se a bateria aplica uma tensão e 9V, calcule a corrente total fornecida ao CKT

I=E I = 9 =4,5 A
R 2

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C – Calcule as correntes I1 e I2 que passam em cada lâmpada

I1 = E = 9 = 3 A
R1 3

I2 = E = 9 = 1,5 A
R2 6

5 - Efeitos da corrente elétrica


5.1 – Efeitos Joule

É o aquecimento de uma resistência causado pela passagem da corrente elétrica. Os elétrons em


movimento estão constantemente colidindo com os átomos da rede cristalina da resistência, essas colisões
fazem aumentar a energia de vibração e consequentemente a temperatura podemos então escrever a expressão
para potência térmica.

P = I.E ou P = R.I2 P = potência


I = corrente
E = tensão
R = resistência

5.2 – Eficiência de um aparelho elétrico

Um motor elétrico, por exemplo, usado para acionar uma bomba de elevação de água, ligado em uma
voltagem de 120 volts é percorrido por uma corrente I = 6 A . Vejamos a sua potência.

P = I.E
P = 6.12  P = 720 Watts (W)

Observe que como estamos usando unidades no S. I., a potência também deve ser expressa neste mesmo
sistema ou seja: Watt (W).
O resultado significa que o motor realiza um trabalho de 720 Joules (J) em cada segundo.
Neste caso entretanto, estamos supondo a resistência elétrica dos fios existentes em seu interior com nula.
Porem em um motor real essa resistência nunca é nula e quando a corrente passa em seu interior, sempre há
uma dissipação devido ao efeito Joule.
É por esse motivo que um motor elétrico em funcionamento sempre se apresenta um pouco aquecido.
Vamos supor agora que a resistência interna desse motor seja R = 2, sendo a sua corrente I = 6 A , a
potência térmica dissipada em sue interior será:

P = R.I2
P = 2.62  P = 72 W

Assim a potência útil do motor (Pu) é aguela que foi realmente usada para mover a bomba d’água.

Pu = 720 – 72 = 648 W

A relação ente potência útil (Pu) e potência total fornecida (P) ao motor é denominada eficiência do
aparelho. Logo para este caso teremos:

e = Pu = 648 = 0,9
P 720

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Eletricidade

A eficiência (e) pode ser também expressa sob a forma de percentual.

e = (0,9.100) % = 90%

Este resultado significa que o motor converte em energia mecânica 90% da energia a ele fornecido. Os
10% restantes, ou 72W dissipam-se sob a forma de calor.

5.3 Algumas aplicações do efeito Joule

É muito grande o numero de dispositivos que funcionam baseados no efeito Joule (J)

A – Dispositivos de aquecimento – consistem essencialmente de uma resistência, que é aquecida ao ser


percorrida por uma corrente elétrica.
EX: ferro de passar, chuveiro

B – Fuzivel ou chave automática – São usados para interromper a corrente elétrica quando esta
ultrapassar um determinado valor. É um filamento metálico que se funde pelo aquecimento da corrente
elétrica ( próprio de cada fusível). Atualmente os fuziveis tem sido substituídos por chaves automáticas sue
funcionamento baseia-se em uma lâmina bimetálica que ao ser aquecida se curva interrompendo o circuito.

C – Lâmpadas de incandescência – Este tipo de lâmpada de filamento foi inventada pelo americano
Thomas Edison. Esses filamentos podem atingir temperaturas em torno de 2500º C ao serem percorridas pela
corrente elétrica. Assim tornam-se incandescentes emitindo luz. São feitos de tungstênio que é um metal com
alto ponto de fusão. Este tipo de lâmpada possui uma eficiência muito baixa, pois uma fração muito pequena
de energia elétrica é convertida em energia luminosa. Grande parte da energia é dissipada em calor que
aquece a lâmpada e o ambiente.
Essas lâmpada vem sendo substituídas pelas lâmpadas fluorescentes que apresentam uma eficiência bem
maior. Seu funcionamento não esta baseado no efeito Joule. A luz é emitida por uma substância fluorescente
que recobre internamente o vidro da lâmpada. Ao ser ligada, a corrente elétrica atravessa um gás existente em
seu interior que emite radiações invisíveis, sem aquecimento (por isso é chamada luz fria). Essas radiações
provocam a fluorescência da substância mencionada, emitindo luz.

5.4 – Curto circuito

Chamamos de curto circuito, quando dois pontos de um circuito são ligados por um fio de resistência nula
ou muito baixa. Sendo a resistência muito baixa, provoca uma corrente muito alta e uma considerável
elevação de temperatura. Isto pode provocar efeitos desastrosos (até mesmo incêndios). Se não houver uma
proteção adequada no circuito (fusível ou chave automática).

5.5 – Energia elétrica medida

Nas residências, há um aparelho, instalado pelas companhias de eletricidade, destinada a medir a quantidade
de energia elétrica usada na residência durante um determinado tempo (normalmente 30 dias).

Potência = Energia ε= P.T


Tempo ε = energia
P = potência
T = tempo
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Eletricidade

Portanto quanto maior a potência de um aparelho elétrico e quanto maior o tempo que ele permanece ligado, o
maior será o consumo de energia utilizada. A unidade adotada pelas companhias de eletricidade é o kwh
(quilowatt-hora).

Exercícios

Em uma residência, um aquecedor cuja potência e 500W permanece ligado durante 4 horas diariamente.
Calcule em kwh a quantidade de energia que esse aquecedor utiliza por dia. Se um kwh custa R$ 0,10, calcule
o custo deste consumo durante 30 dias.

P = 500W = 0,5KW

ε = P.T
ε = 0,5.4
ε = 2 kwh
2.30 = 60 kwh por mês

60.0,10 = R$ 6,00

5.6 – Corrente elétrica nos líquidos

+ - Chave

Bateria

Lâmpada
E1 - + E2
- +

E1, ligado ao polo positivo de bateria e chamado ânodo.


E2, ligado ao terminal negativo da bateria é chamado cátodo.
Fechando-se a chave “C” a lâmpada se acende, indicando que há corrente no circuito. A solução de cloreto
de sódio (NaCl) é um bom condutor.
Quando o cloreto de sódio e dissolvido na água os ions Na+ e Cl- tornam-se praticamente livres no meio
líquido. Dessa forma o ânodo atrai os ions negativos Cl e o cátodo, atrai os ions positivos. Este movimento de
ions para um lado e ions negativos para outro, constitui a corrente elétrica no meio líquido. A solução
condutora é chamada eletrólito. Os ions positivos são denominados cations por que se dirigem ao terminal
negativo ou cátodo.
Os ions negativos são denominados ânios por que se dirigem ao eletrodo positivo ou ânodo.

ATENÇÃO:
Ânodo = Cations
Cátodo = Ânios

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Eletricidade

6 – Baterias
6.1 – Célula primária e secundária

Célula primaria é aquela em que o processo químico não pode ser revertido, isto é, a bateria não poderá
ser recarregada.
A pilha seca, ou comercial utilizam em sua constituição a célula primária. As pilhas desse tipo não podem
fornecer grandes quantidades de eletricidade. Sendo utilizados somente para equipamentos de baixo consumo.
As células secundárias podem ser recarregadas e são capazes de fornecer uma quantidade maior de energia
elétrica em curtos períodos de tempo, por isso requerem maior cuidado e manutenção.

6.2 – Pilha seca


6.2.1 – Constituição da pilha

Camadas de vedação

Eletrólito
Zinco

Haste de carbono

Papelão (Gaxeta)

Eletrodo negativo = Zinco


Eletrodo positivo = Bastão de carbono
Eletrólito = Cloreto de amônio pastoso

6.2.2 – Funcionamento

Com os terminais desligados, os elétrons são empurrados para a placa negativa até a saturação. O eletrólito
se encarrega de retirar da placa positiva essa quantidade de elétrons. Ambas as placas ficaram completamente
carregadas e não teremos mais movimento de elétrons entre elas.
Ao ligarmos um circuito entre seus pólos, os elétrons deixam o terminal negativo e percorrem o condutor.
Sobra então espaço para mais elétrons que serão transportados, novamente pelo eletrólito do terminal positivo
para o negativo.

ATENÇÃO - Estamos nos referindo a um fluxo de elétrons e não a corrente elétrica convencional.
Neste processo a placa negativa vais sendo consumida. Chegará um ponto em que se dissolverá
completamente (ação química) e então a célula estará morta, isto é, incapaz de fornecer carga.

6.3 – Bateria Chumbo-ácido

As células, ou elementos, são capazes de fornecer 2 V e são conectadas em série até atingir o valor da
tensão desejada. As placas positivas são de dioxido de chumbo (Pb O 2) e as placas negativas de chumbo (Pb).
O eletrólito é formado de uma solução de ácido sulfurico (H2 So4), água (H2O).

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Eletricidade

6.3.1 – Constituição

A – Placas – São montadas de forma que a placa positiva fique entre duas negativas. Assim a ultima placa
de cada célula e sempre negativa.

B – Separadores – Colocados entre as placas para evitar o contato sua constituição porosa com frisos
verticais do lado da placa positivo, permite que o eletrólito circule livremente, deixando um caminho para que
os sedimentos se acomodem no fundo.

C – Terminais – Localizados na parte superior onde serão feitas as conexões elétricas.

D – Abertura – Proporciona acesso para teste da densidade da eletrólito e para adição de água quando
necessário. A tampa possui um orifício que permite a exaustão dos gases com vazamento mínimo do eletrólito
independente da posição que a aeronave possa assumir.

E – Caixa – Construída de material resistente mecanicamente e ant-corrosivo. Possui um espaço no fundo


onde são coletados os sedimentos.

F – Orifício de ventilação – Localizados na tampa da caixa, na parte superior. Quando a bateria é instalada
na aeronave, um tubo de ventilação e encaixado em cada niple. Um deles, o de entrada é exposto ao fluxo
aerodinâmico e a outra conectada a um reservatório de drenagem, onde contém uma alta concentração de
bicarbonato de sódio.

6.3.2 – Funcionamento

As placas de chumbo constituem o cátodo ou polo negativo as placas de dioxido de chumbo constituem
ânodo ou polo positivo. Cada célula fornece uma tensão de 2 V. a tensão gerada depende do tipo de eletrólito
e do material com que são feitas as placas. A capacidade da bateria depende da área das placas submetidas ao
eletrólito. Durante a descarga da bateria ocorrem as seguintes reações:
Cátodo: Pbº+SO42  Pu So4+2e
Ânodo: Pb O2+SO24+4H++2e  Pb SO4+2 H2O

Cada átomo de chumbo do cátodo que participa da reação libera dos elétrons que atravessam o circuito
externo a bateria, sendo capturados pelas ânodos tem-se assim a corrente elétrica.

ATENÇÃO - Estamos nos referindo a um fluxo de elétrons e não a corrente elétrica convencional.

Nessas reações o ácido sulfurico vai sendo consumido diminuindo a sua densidade por isso para testar a
bateria usa-se o densímetro.
A densidade ideal da solução dever ser 1,28g/cm3 (leitura no descimento entre 1300 a 1275).
Baterias desse tipo são reversíveis, isto é, podem ser recarregadas. Para isto liga-se em oposição a bateria
um gerador de corrente continua que aplica em seus terminais uma tensão ligeiramente superior. A bateria
passa a funcionar com receptor.
As reações se invertem, na solução aumenta a concentração de ácido sulfurico.
Durante a descarga, energia química e transformada em energia elétrica e na recarga energia elétrica se
transforma em energia química.

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Eletricidade

6.3.3 – Classificação das baterias

A capacidade de uma bateria e medida em ampère-hora. Indica a quantidade de corrente fornecida pela
bateria na unidade de tempo.
EX: Uma bateria de 50 ampère-hora e capaz de fornecer uma corrente de 50 A em uma hora ou 25 A em
duas horas ou ainda 10 A em cinco horas.
Descargas violentas provocam aquecimento e diminuem sua eficiência. A capacidade em ampère-hora de
uma bateria depende da área total de suas placas imersas no eletrólito.
Quando conectamos baterias em paralelo aumentamos sua capacidade de corrente porém com a mesma
tensão. Baterias em série proporcionam maior tensão porém com a mesma capacidade de corrente.
Em aeronaves e usual a ligação de baterias em paralelo.

6.3.4 – Fatores agindo sobre a vida das baterias

A – Sobrecarga – Provoca excesso de sulfatação


B – Carga e descarga muito rápida – Provoca um superaquecimento das placas e desprendimento do
material ativo.
C – Acumulo de material liberado
D- Longa permanência descarregado ou com carga baixa – sulfatação permanente das placas

6.3.5 – Métodos de teste

A situação de carga de uma bateria depende primordialmente das condições das placas. Isto pode ser
verificado através do eletrólito, medindo sua densidade.
O densímetro é um tubo de vidro com um contrapeso na parte inferior que flutua na posição vertical.
Possui uma escala na faixa de 1100 a 1300. Quando em uso uma quantidade de eletrólito e sugada para o
inteiro da seringa após atingir o equilíbrio a leitura e feita diretamente. Leituras entre 1300 a 1275 indica boa
condição, entre 1275 a 1240 indica média condição e entre 1240 a 1100 baixa condição.
Na industria aeronáutica onde a demanda de energia é muito alta, uma bateria com 50% de sua capacidade
e considerada com necessidade imediata de recarga.
É necessário observar a temperatura do eletrólito ao usar o densímetro, pois a temperatura afeta a
densidade entre 21 e 32 graus a variação e desprezível.

6.3.6 – Métodos de carga

A recarga e feito pela aplicação de corrente continua na direção posta da descarga.


A tensão precisa ser superior a da bateria sem carga para vencer a sua resistência interna.
Durante a recarga é produzido hidrogênio e oxigênio, devendo-se evitar chamas, centelhas e pontas de
ignição nas proximidades.

Existem dois métodos de carga:


1º - Corrente constante – neste método exige um tempo maior e necessita acompanhamento para evitar
sobrecarga, principalmente a medida que o método avança para o final, pois a corrente se mantém constante
durante todo o processo.

Fornecimento
de corrente
contínua BAT BAT BAT 20
Eletricidade

2º - Voltagem constante – neste método a corrente inicial e alta, mas diminui gradativamente a
proporção que a carga se completa. Este método requer menos tempo e supervisão, por isso é mais utilizada
na aviação é a corrente fornecida vem do regulador de voltagem do gerador.

Fornecimento
de corrente
contínua BAT BAT BAT

6.4 – Baterias níquel-cádmio

Sem custo inicial comparado com o chumbo-ácido e bastante elevado, porém seu longo tempo de vida e
baixa manutenção fez com que aumenta-se a sua utilização.

6.4.1 – Constituição

A placa positiva e feita de hidróxido de níquel e a placa negativa hidróxido de cádmio. O eletrólito é uma
solução de 30% de hidróxido de potássio e 70% de água.
O nível do eletrólito deve ser mantido ligeiramente acima das placas. Nenhuma mudança considerável
ocorre no eletrólito durante a descarga, por isso não é possível determinar as condições de carga pelo teste de
densidade do eletrólito.

6.4.2 – Funcionamento

Durante a descarga, as placas positivas liberam lentamente o oxigênio que absorvido pelas placas
negativas.
Neste processo uma pequena parte do eletrólito e absorvida pelas placas.
Durante a recarga as placas negativas perdem o oxigênio e formam o cádmio metálico. As placas positivas
se tornam altamente oxidadas o nível do eletrólito aumenta, e ao final do processo estará no seu mais alto
nível, por isso só se deve adicionar água a bateria após totalmente carregada.
As baterias níquel-cádmio e chumbo-ácido podem ser intercambeaveis, porém deve-se observar alguns
cuidados.
A – O compartimento deve ser limpo e livre de qualquer resíduo ácido da bateria antiga.
B – Lavar com solução de amônio ou ácido bórico para neutralizar
C – Após secagem pintar com verniz resistente ao alcolis.

6.4.3 – Manutenção de baterias níquel-cádmio

A – É necessário uma área totalmente separada, pois o seu eletrólito é incompatível com o ácido sulfurico
das baterias chumbo-ácido. Essa preocupação inclui: Equipamentos, ferramentas, local de estoque, etc.
Toda e qualquer possibilidade de contaminação deve ser eliminada.

B – Seu eletrólito e altamente corrosivo. Caso o eletrólito venha atingir roupas ou a pele providenciar
enxágüe imediato com água, ou vinagre, ou solução de ácido bórico.
21
Eletricidade

C – Nunca utilizar escovas de cerdas metálicas nem substâncias químicas com ácidos, solventes ou
soluções químicas diversas na limpeza da bateria.

D – Cada célula da bateria níquel-cádmio fornece uma tensão entre 1,26 a 1,3 V, sendo fornecidas em
duas diferentes capacidades:
34 Ampère-hora e 40 ampère-hora.

E – A voltagem na bateria níquel-cádmio permanece constante durante 90% do ciclo de descarga, portanto
o teste de voltagem também é ineficiente para verificar o seu estado de carga.

F – A verificação ocorre a intervalos regulares com a remoção para uma bancada, onde é examinada. Cada
célula é completamente descarregada e colocada em curto circuito, afim de obter o balanceamento de zero
potencial e após recarregado. Esse processo e chamado de igualização

G – Na recarga pode ser utilizada tanto o método de constante como o de tensão constante, observando-se
os cuidados necessários. Assegurar-se de que a temperatura da célula não ultrapasse 37,7ºC.

7 – Força Eletromotriz

Observe o circuito abaixo:


E

Ao chegar ao polo negativo, a bateria realiza um trabalho transportandoas para o polo positivo, e assim
dando seqüência e fazendo com que a corrente permaneça circulando, por isso as baterias são chamadas de
geradores de força eletromotriz (f.e.m).
A força eletromotriz de uma bateria, usualmente representada pela letra ( ), também denominada
eletromotancia e definida como o trabalho realizado para transportar uma carga de seu polo negativo para o
positivo.

= T  = f.e.m
q T = trabalho realizado
q = carga elétrica

A unidade de f.e.m. no SI é J/C, que já sabemos é volts (V).

7.2 – Força contra-eletromotriz

No circuito anterior quando as cargas elétricas passam pelo motor, elas perdem energia elétrica se
transforma em energia mecânica. Portanto um motor elétrico executa um trabalho contrário ao da bateria,
sendo chamado receptor ou gerador de força contra-eletromotriz (f.c.e.m.). um outro exemplo de receptor e
uma bateria recebendo carga. Neste caso a corrente e forçada a passar na bateria do polo positivo para o
negativo, isto é, em sentido contrário ao que se observa quando a bateria esta gerando corrente.

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Eletricidade

7.3 – Voltagem nos terminais de bateria

Já sabemos que a energia que uma carga recebe ao passar pela bateria e dada por:

T = q.

Q = I.T

Essa energia, entretanto não é totalmente impregada para estabelecer a tensão entre os terminais A e B da
bateria, porque parte dela é dissipada sob a forma de calor. A bateria apresenta uma certa resistência a
passagem da corrente elétrica, denominada resistência interna. Essa energia e dada por:

Q = r.I2.T Q – energia dissipada internamente


r – resistência interna
T – tempo decorrido para a carga passar de um polo a outro

A potência fornecida ao circuito externo e dada por:


P = I.EAB, e a energia transferida ao circuito externo = P.T ou =I.E.T
Pela lei de conservação da energia podemos comparar as expressões.

T = Q+
I.T. =r.I2.T+I.E.T
(I.T).  =r.I(I.T)+(I.T).E
=r.I+E

E =-r.I

Chamamos a atenção para não confundir a voltagem nos pólos da bateria com sua f.e.m. São grandezas
diferentes e seus valores, não necessariamente, devem ser iguais. Em geral EAB <, se tivermos os r = 0
(zero), teremos EAB =. Isto acontece em uma pilha ou bateria nova (pouco usada), onde a resistência interna
tende a 0 (zero).
Pouco uso, a resistência interna aumenta então quando estiver fornecendo corrente E AB <. Quando a
bateria esta recebendo carga, isto é funcionando como receptor (força contra-eletromotriz) a voltagem entre
seus pólos será:
E =+r.I , neste caso então EAB >.

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