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All content following this page was uploaded by Fernando Lang da Silveira on 09 May 2018.
1 - Introdução
Professor Lang
Leio atentamente as postagens do CREF e lhe agradeço por repartir conosco seus
conhecimentos. Depois de sua postagem sobre os freios da motocicleta -Frenagem de
motocicletas: somente o freio traseiro? - fui pesquisar sobre a razão para os freios di-
anteiros serem mais eficientes do que os traseiros. Encontrei um material –
https://coisasdeengenheiro.wordpress.com/category/dinamica-da-frenagem/ – expli-
cando que “Em todos os veículos, a transferência de peso (weight transfer) refere-se a
redistribuição do peso suportado por cada pneu durante a aceleração longitudinal e la-
teral do veículo, bem como a sua desaceleração quando de uma frenagem.” Depois com-
plementa “A transferência de peso ocorre quando o centro de gravidade do veículo (CG)
se altera durante as manobras do veículo.”
Figura 1 – Dimensões relevantes e forças exercidas sobre um automóvel durante uma frenagem.
2
Figura 2 – No sistema de referência não-inercial do automóvel uma força inercial (Fi) é exercida no cen-
tro de massa.
Fi . h + P . d2 − N1 . d = 0 , (1)
d2 h
N1 = P . + Fi . d . (2)
d
d1 h
N2 = P . − Fi . d . (3)
d
Se o automóvel não estiver acelerado em relação à pista, a força inercial é nula (Fi
= 0) e as forças normais resultam respectivamente em
d2
N1∗ = P . e (4)
d
d1
N2∗ = P . . (5)
d
h
N1 = N1∗ + Fi . d . (6)
3
Substituindo-se (5) em (3) obtém-se
h
N2 = N2∗ − Fi . . (7)
d
Das equações (6) e (7) conclui-se que se o automóvel está acelerado a intensidade
da força normal nas rodas dianteiras sofre um acréscimo e nas rodas traseiras um de-
créscimo por uma quantidade cujo valor é
h
∆N = Fi . . (8)
d
h
∆N = M. a . d . (9)
Desta forma fica evidente que em veículos automotores, mesmo não ocorrendo
nenhuma mudança no centro de massa ou centro de gravidade durante o processo de
aceleração, as cargas (forças normais à pista) nas rodas dianteiras e traseiras se alte-
ram de maneira importante.
Automóveis com motores na parte frontal, dado que seus centros de massa estão
mais próximos do eixo dianteiro do que do eixo traseiro, mesmo quando não se encon-
tram acelerados, apresentam forças normais mais intensas nas rodas dianteiras do que
nas rodas traseiras.
Na equação 2, como o valor da força inercial deve ser igual ao valor máximo da
força de atrito e este por sua vez é o produto das intensidades das forças normais pelo
coeficiente de atrito (µ), segue que
d2 h
N1 = P . + μ. (N1 + N2 ) . . (10)
d d
Como a soma das intensidades das forças normais tem o mesmo valor do peso,
encontra-se
d2 h
N1 = P . + μ . P. , (11)
d d
4
d2 h
N1 = P . ( + μ . d) . (12)
d
d2 h
μ. N1 = μ. P . ( + μ. ). (13)
d d
d2 h
A1 = μ . P . ( + μ . d) . (13)
d
d1 h
A2 = μ . P . ( − μ. ). (14)
d d
A1 d2 + μ .h
= . (15)
A2 d1 − μ .h
5
Figura 3 – Identificação do centro de massa do sistema constituído pela motocicleta juntamente com o
piloto.
Figura 4 – Peso da motocicleta e forças normais à superfície de apoio quando a motocicleta não está ace-
lerada.
0,65
∆N = 320. 8,82 . 1,50 = 1223 N . (16)
Figura 5 – Forças normais, peso e forças de atrito durante a frenagem de emergência conseguida em uma
pista de rolamento (coeficiente de atrito estático igual a 0,90).
6 - Conclusão
É fácil estender as análises desse artigo para situações de veículos acelerados, se-
ja quando ganham velocidade, seja quando façam curvas (acelerações perpendiculares
à velocidade do veículo).