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Lei de Hess

Segundo GOMES(2015), A lei de Hess surge na Termoquímica como uma consequência do


princípio da conservação
da energia e do facto de uma função de estado depender apenas dos estados inicial e final e
não do caminho percorrido entre ambos. Refere-se à aditividade de valores de variação de
entalpia padrão de reações químicas ΔrHº que podem ser utilizadas na estimativa da variação
de entalpia de uma reacção difícil (ou mesmo impossível) de medir experimentalmente.

A lei de Hess consiste em calcular as entalpias de reações, que, experimentalmente, seriam


difíceis de determinar, através de outras equações termoquímicas. A lei de Hess criada pelo
químico suíço Germain Henri Hess ajuda-nos a determinar o ΔH de determinadas reações. A
Lei de Hess, explica que a variação da entalpia (ΔH) de uma reação química depende somente
do estado inicial e final, e não de quantas etapas a reação passa. a Lei de Hess permite-nos
determinar o valor de ΔH para reações diretas em que não é possível determinar esse valor
experimentalmente.

Essas reações nem sempre são exequíveis em laboratório e, portanto, não é possível
determinar com exatidão o seu ΔH. Assim, aplicando a Lei de Hess, se tivermos outras
equações nas condições-padrão, que podem ser somadas e dar a reação direta que queremos, e
se para essas equações soubermos os valores de ΔH, eles podem ser somados para resultar no
valor da variação de entalpia da equação que queremos. Para isso, precisamos seguir algumas
regras:

Gomes, José Ferreira. Lei de Hess. Rev. Ciência Elem., V3(01),. São Paulo, 2015

A soma algébrica das reações dadas deve, portanto, resultar na reação de formação do
metano, cujo queremos determinar:

1. Podemos inverter as equações termoquímicas com a finalidade de que as substâncias nos


reagentes e nos produtos sejam as mesmas da equação-problema. Mas quando isso for
realizado, precisamos inverter também o valor do ∆H, ou seja, o número permanecerá o
mesmo, mas os sinais serão trocados (se for positivo, ficará negativo; e vice-versa). Isso deve
ser feito porque se, por exemplo, em determinado sentido a reação liberar calor (∆H
negativo), no sentido oposto, a reação deverá absorver (∆H positivo) a mesma quantidade de
calor que havia liberado; o contrário também é verdadeiro;

2. Para igualar os coeficientes estequiométricos das substâncias iguais que aparecem nos
reagentes e nos produtos, podemos multiplicar ou dividir para chegar ao valor que queremos.
No entanto, lembre-se de que, ao multiplicar ou dividir, temos que fazer isso com todos os
coeficientes da equação e também com o valor de ∆H;

3. Se temos a mesma quantidade de uma mesma substância no reagente de uma das
equações e no produto de outra equação, ou seja, em membros opostos, a soma dessas
substâncias será igual a zero, elas anulam-se;

4. Se uma substância aparece no reagente em uma equação e no produto em outra


equação, mas as suas quantidades são diferentes, temos que diminuir os seus coeficientes
e colocar a substância no membro que tem uma maior quantidade dessa substância;

5. Se temos a mesma substância nos reagentes ou nos produtos de duas ou mais
reações, ou seja, se elas estiverem no mesmo membro, podemos somar seus coeficientes.

Para FELTRE( 2004) Pode se explicar essa lei utilizando um exemplo simples. Para a
reacção de formação do CO2(g) a partir C (grafite) e O2(g) podemos admitir dois caminhos
diferentes, conforme mostra o esquema adiante:

Fig: Exempleficacao da Lei de Hess


Fonte: Feltre, 2004

A essas duas alternativas correspondem os seguintes valores experimentais, para as variações


de Entalpia (supondo pressão e temperatura constantes):

 Directamente (primeiro caminho);


 Ou através reações intermediarias (segundo caminho).

 Fazendo o somatório das reações intermediarias (etapas):

Segundo FELTRE(2004) Para calcular a variacao de entalpia (ΔH), as reacoes intermediarias


devem ser anuladas. Portanto, pela Lei de Hess: ΔH = ΔH1 + ΔH2 + ΔH3 +…
A lei de Hess ser também chamada de lei da soma dos calores de reacao. Para chegar na
equacao da reacção desejada, as equações intermediarias (etapas) podem sofrer tratamentos
matemáticos como multiplicações, divisões, inversões, desde que esses tratamentos sejam
feitos também com os valores de ΔH.

01 - São dadas as equações termoquímicas:

Segundo FELTRE(2004) Calcular o valor do ΔH da reacção é preciso:

1º passo: Assinale quais são as substâncias que aparecem na equação pedida e seus
respectivos coeficientes — neste caso, temos: no 1º membro da
equação, C (grafite) e 2 H2 (g); e, no 2º membro, CH4 (g).

2º passo: Arrume cada equação (etapa) dada (invertendo-a, multiplicando-a ou dividindo-a se


for necessário) de modo a obedecer a ordem (1º ou 2º membro) e os coeficientes da equação
pedida.
 Na equação pedida, a primeira substância é C (grafite); na equação dada I, o C
(grafite) já está no 1º membro e com coeficiente 1, como queremos. Conclusão: a
equação I deve permanecer inalterada.

 Na equação pedida, a segunda substância é 2 H2 (g); na equação dada II, o H2 (g) está
no 1º membro, porém com coeficiente 1.

Conclusão: a equação II deve ser multiplicada por 2.

Na equação pedida, a terceira substância é CH4 (g), que está no 2º membro; na equação dada
III, o CH4 (g) tem coeficiente 1 mas está no 1º membro.

Conclusão: a equação III deve ser invertida.

3º passo: Some as equações assim alteradas, obtendo a equação pedida.

FELTRE;.RICARDO., Química., 6. edICAO. São Paulo : Moderna, 2004.


Estado padrão dos elementos e dos compostos químicos
Grande parte das medições que nos rodeiam, no dia-a-dia, é feita a partir de um referencial
arbitrário, Também na Termoquímica é interessante escolher umnível de referência para os valores da
entalpia e atribuir a ele o valor zero. Isso é feito dizendo-se que:

Um elemento ou composto químico está no estado padrão quando se apresenta em seu estado (físico,
alotrópico ou cristalino) mais comum e estável, a 25 °C e a 1 atm de pressão.
Toda substância simples, no estado padrão, tem entalpia igual a zero.
No “nível zero” as substâncias simples, em sua forma mais comum e estável para o carbono, essa forma é a
grafite; para o oxigênio, a substância O2; e assim por diante. Conseqüentemente, as substâncias compostas
estarão sempre em níveis diferentes de zero, isto é, terão sempre uma entalpia diferente de zero; é a
chamada entalpia padrão de formação das substâncias,

Reações endotérmicas e exotérmicas


Reações químicas e bioquímicas liberam ou absorvem energia do ambiente de alguma forma,
pois a formação e a ruptura das ligações envolvem interação da energia com a matéria. Os
processos que liberam calor são denominados exotérmicos (o prefixo exo significa para fora)
e geram sensação de aquecimento, como ocorre nas combustões ou quando a cal virgem reage
com a água. Já as reações que necessitam de calor para sua ocorrência resultam em produtos
com energia interna maior do que os reagentes, absorvendo calor do meio, caracterizando-se
como reações endotérmicas (o prefixo endo significa para dentro).

Nos processos exotérmicos, o sistema perde calor e o ambiente é aquecido, enquanto nos
processos endotérmicos, o sistema ganha calor e o ambiente resfria-se.

Reações exotérmicas
Nas reações exotérmicas, há um balanço negativo de energia quando se compara a entalpia
total dos reagentes com a dos produtos. Assim, a variação entálpica final é negativa (produtos
menos energéticos do que os reagentes) e indica que houve mais liberação de energia, na
forma de calor, para o meio externo que absorção, igualmente na forma de calor, por isso a
temperatura final dos produtos é maior do que a temperatura inicial dos reagentes.
Nas reações exotérmicas, a variação da entalpia (ΔH), ou seja, a quantidade de calor liberada
é sempre negativa (ΔH < 0). A variação de entalpia é medida pela diferença entre a entalpia
dos produtos e a entalpia dos reagentes:
ΔH = Hprodutos– Hreagentes
Como há liberação de energia, a entalpia dos produtos é menor, o que significa que a variação
da entalpia é negativa, o que é característico das reações e dos fenômenos exotérmicos.
O esquema de uma reação exotérmica pode ser representado da seguinte forma:

Reações endotérmicas
Já numa reação endotérmica, o fornecimento de energia desloca o equilíbrio para a formação
de produtos, pois a reação ao ocorrer absorve (o prefixo endo significa para dentro) calor do
meio. Nas reações endotérmicas o balanço energético é positivo (ΔH > 0) quando é
comparada a energia entálpica dos produtos em relação aos reagentes. Assim, a variação dessa
energia (variação de entalpia) possui sinal positivo (+ΔH) e indica que houve mais absorção
de energia do meio externo que liberação. Ambas em forma de calor. Como consequência, a
temperatura dos produtos finais é menor que a dos reagentes. O esquema de uma reação
exotérmica pode ser representado da seguinte forma:
A eletrólise da água produz os gases oxigênio e hidrogênio, que têm maior energia potencial
que a água. Na produção de ferro a partir da hematita ocorre a absorção de 491,5 kJ e na
decomposição térmica do calcário (CaCO3) para a produção da cal virgem (CaO) há a
absorção de 178 kJ/mol, caracterizando uma reação endotérmica.

ELIAS, Moacir, C; LEONARDO, Nora e tal;. Reações endotérmicas e exotérmicas.


Guarana editora. 2ª Ed. São Paulo. 2010.

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