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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

“ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) REFERENTE A


CONSTRUÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO PRIVADO
NO MUNICÍPIO DE SANTA RITA - PB”

ATERRO SANITÁRIO LARA (ASL)

JOÃO PESSOA - PARAÍBA


JULHO DE 2019
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
(EIA)

VOLUME I

Capítulo 1 e 2

Caracterização do Empreendimento - Legislação


Pertinente
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA ESCOLHIDA PARA IMPLANTAÇÃO DO ASL. ....... 6
FIGURA 1.2. TOPOGRAFIA E USO DO SOLO DA ÁREA ESCOLHIDA PARA IMPLANTAÇÃO DO ASL. . 8
FIGURA 1.3. LAYOUT DO ASL. ................................................................................................... 9
FIGURA 1.4. DEFINIÇÃO DAS 03 (TRÊS) ÁREAS PRÉ-SELECIONADAS. ........................................ 21
FIGURA 1.5. ÁREA 01 PROPOSTA COMO ALTERNATIVA LOCACIONAL. ...................................... 22
FIGURA 1.6. ÁREA 02 ANALISADA. ........................................................................................... 24
FIGURA 1.7. ÁREA 03 ANALISADA. ........................................................................................... 25
FIGURA 1.8. CRITÉRIOS PARA CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS AVALIADAS. ............................... 30
FIGURA 1.9. VALORAÇÃO DOS CRITÉRIOS E DO TIPO DE ATENDIMENTO. ................................... 30
FIGURA 1.10. SISTEMA DE PONTUAÇÃO. ................................................................................... 31
FIGURA 1.11. QUADRO DE PONTUAÇÃO DAS ÁREAS. ................................................................ 32
FIGURA 1.12. ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) DO PROJETO, EM AMARELO. ................... 37
FIGURA 1.13. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AI) DO PROJETO. ................................................ 38
FIGURA 1.14. PRIMEIRA MODALIDADE DE ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) DO PROJETO,
REFERENTE A POSSIBLIDADE DE EXTENSÃO DOS IMPACTOS ADVERSOS RELEVANTES AO
LONGO DO TEMPO DE VIDA ÚTIL DO PROJETO, NO CASO DE SUA EXECUÇÃO SEM O EFICIENTE
MONITORAMENTO AMBIENTAL. .......................................................................................... 39

FIGURA 1.15. SEGUNDA MODALIDADE DE ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) DO PROJETO,


CORRESPONDENDO AOS IMPACTOS BENÉFICOS INCIDENTES NA ÁREA DO MUNICÍPIO DE
SANTA RITA/PB. ................................................................................................................ 40
FIGURA 2.1. PARECER TÉCNICO DA INFRAERO SOBRE A ASA REFERENTE AO ASL - PÁGINA 1.45
FIGURA 2.2. PARECER TÉCNICO DA INFRAERO SOBRE A ASA REFERENTE AO ASL – PÁGINA 2.
........................................................................................................................................... 46
LISTA DE TABELAS

TABELA 1.1. COORDENADAS DOS VÉRTICES DA ÁREA DO PROJETO. .......................................... 10


TABELA 1.2. RESUMO DAS CARACTERISTICAS DAS ÁREAS ANALISADAS, DESTACANDO A ÁREA 2
ESCOLHIDA. ........................................................................................................................ 27

TABELA 1.3. CARACTERIZAÇÃO DAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS SEGUNDO CRITÉRIOS DO


IBAM. ............................................................................................................................... 33
TABELA 1.4. PONTUAÇÃO DAS ALTERNATIVAS SEGUNDO PORCENTAGEM DE ATENDIMENTO E
PONTUAÇÃO POR PRIORIDADE. ........................................................................................... 34

TABELA 2.1. RESOLUÇÕES CONAMA PARA REGULAMENTAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS. .. 48


SUMÁRIO

CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................................. 2


1. DESCRIÇÃO DO PROJETO .......................................................................................... 3
1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR............................................................... 3
1.2. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA ................................................. 3
1.3. EQUIPE TÉCNICA ..................................................................................................... 4
1.4. DADOS DO EMPREENDIMENTO ........................................................................... 5
1.4.1. Nome do empreendimento .................................................................................... 5
1.4.2. Histórico do empreendimento .............................................................................. 5
1.4.3. Localização e Acesso ........................................................................................... 6
1.4.4. Características da Área do Aterro Sanitário ....................................................... 7
1.4.5. Tipo e Porte da Atividade................................................................................... 10
1.5. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS........................................................................... 11
1.5.1. Objetivos............................................................................................................. 11
1.5.2. Justificativas ....................................................................................................... 12
1.6. EMPREENDIMENTOS RELACIONADOS ............................................................ 13
1.7. PREVISÃO DE POSSIBILIDADES DE AMPLIAÇÃO E DE EXPANSÃO........... 14
1.8. INTERESSE SOCIAL ............................................................................................... 15
1.9. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLOGICAS ...................................... 16
1.9.1. Considerações Gerais ........................................................................................ 16
1.9.2. Critérios Adotados para a Seleção Inicial de Áreas .......................................... 17
1.9.3. Parâmetros Condicionantes ............................................................................... 18
1.9.3.1. Parâmetros e Restrições Contidas na Legislação Pertinente .......................... 18
1.9.3.2. Condicionantes Ambientais Aferidos ............................................................. 18
1.10. ÁREAS PESQUISADAS .......................................................................................... 19
1.10.1. Considerações Gerais ........................................................................................ 19
1.10.2. Análise da Alternativa Locacional da Área 01 .................................................. 22
1.10.3. Análise da Alternativa Locacional da Área 02 .................................................. 23
1.10.4. Análise da Alternativa Locacional da Área 03 .................................................. 25
1.11. RESUMO COM AS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DAS ÁREAS
ANÁLISADAS ..................................................................................................................... 27
1.12. VALORAÇÃO DOS PARÂMETROS...................................................................... 29
1.12.1. Critérios e Pontuação ........................................................................................ 29
1.12.2. Análise Estatística dos Dados Obtidos .............................................................. 32
1.13. ÁREAS DE INFLUÊNCIA ....................................................................................... 35
1.13.1. Área Diretamente Afetada (ADA) ...................................................................... 35
1.13.2. Área de Influência Direta (AID) ........................................................................ 37
1.13.3. Área de Influência Indireta (AII) ....................................................................... 38
LEGISLAÇÃO PERTINENTE .............................................................................................. 41
2. LEGISLAÇÃO PERTINENTE ..................................................................................... 42
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................................... 42
2.2. LEGISLAÇÃO PERTINENTE ................................................................................. 44
Capítulo 1

CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

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1. DESCRIÇÃO DO PROJETO

1.1.IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

RAZÃO SOCIAL: LARA CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS LTDA


CNPJ/MF Nº 57.543.001/0001-08
SEDE: Avenida Guaraciaba Nº 430 Bairro Sertãozinho Mauá/SP
REPRESENTANTE: LEON DAMO CPF Nº 380.111.328-06

1.2. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA

RAZÃO SOCIAL: REAL CONSULTORIA E SOLUÇÕES LTDA


CNPJ Nº 11.953.985/0001-96.
SEDE: R. Tel. Armando Pessoa 203 B. Treze de Maio João Pessoa/PB
CONTATO: realconsultoria@realcsolucoes.com.br
REPRESENTANTE: RODRIGO NOGUEIRA CAVALCANTE
TELEFONE: 83 3045-8485 / 30238383

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1.3. EQUIPE TÉCNICA

REGISTRO
ATUAÇÃO NO
RESPONSÁVEIS FORMAÇÃO PROFISSIONAL
PROJETO
CADASTRO IBAMA
Coordenação Geral do Serviço
Engenheiro Ambiental CREA-PB 161.513.158-2
Pedro Henrique dos Santos Silva
Eng. de Segurança do Trabalho CTF IBAMA: 6532686
Caracterização do Empreendimento
CREA-PB 161.865.847-6
Análise Locacional Lucas Rafael Ramos Machado Engenheiro Ambiental
CTF IBAMA: 7419843
Valoração dos
Parâmetros
CREA-PB 161.862.375-3
Parâmetros de Vida útil Fernanda Marques Freitas Engenheira Sanitarista
do ASL
Projeto Executivo CTF IBAMA: 7418377
Diagnóstico Ambiental
Luís Gonzaga Noronha CREA-PB 260.404.082-4
Meio Físico Engenheiro Geólogo
Cominato CTF IBAMA: 466525
Paulo Rafael e Silva CREA-PB 161.259.608-8
Meio Físico Geógrafo
Vasconcelos CTF IBAMA: 6189765
CRBio 875673/05-D
Meio Biótico Karlla Morganna da Costa Rêgo Bióloga
CTF IBAMA: 5490977
CRBio 99772/05-D
Meio Biótico Renato Magnum Tavares Costa Biólogo - Msc em Botânica
CTF IBAMA: 5329551
CRBio 57296/18
Meio Biótico Janaína Silva de Oliveira Bióloga
CTF IBAMA:
Roberta Maria de Albuquerque CREA-PB 160.688.714-9
Meio Biótico Engenheira Florestal
Lacerda CTF IBAMA: 5725368
Engenheiro Ambiental CREA-PB 161.513.158-2
Meio Antrópico Pedro Henrique dos Santos Silva
Eng. de Segurança do Trabalho CTF IBAMA: 6532686
Meio Antrópico Ana Dindara Rocha Novaes Arqueóloga CTF IBAMA: 7438946
Elaboração de mapas
Desenhos Técnicos Tecnólogo em CREA-PB 160.911.475-2
Documentação Alexandre Ferreira da Silva Geoprocessamento - Msc em
CTF IBAMA: 6320394
Cartográfica Eng. Civil e Ambiental
Imagens Aéreas Paulo Alberto de Almeida CREA-PB 161.458.895-3
Engenheiro Ambiental
Fotogrametria Gomes CTF IBAMA: 6189695
Desenhos Técnicos do CAU 231779-6
Erika Ellen Bezerra Figueiredo Arquiteta e Urbanista
Projeto Executivo CTF IBAMA: 7434367
Desenhos Técnicos do CREA-PB 160.131.575-9
Gustavo dos Guimarães Lima Engenheiro Civil
Projeto Executivo CTF IBAMA: 7447536
Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais
Engenheiro Ambiental CREA-PB 161.513.158-2
Pedro Henrique dos Santos Silva
Eng. de Segurança do Trabalho CTF IBAMA: 6532686
Proposição de Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
CREA-PB 161.865.847-6
Lucas Rafael Ramos Machado Engenheiro Ambiental
CTF IBAMA: 7419843
Colaboração
Estagiária Elda Karoline Videres Ferraz
Estagiário Mathews Alexander Costa Alves de Souza
Estagiária Natália Cândido da Silva
Eng. Florestal Everton Monteiro da Costa
Engenheiro de Pesca Ernani Aleixo Arrais Filho CREA-PE 180.066.381-1

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1.4.DADOS DO EMPREENDIMENTO

1.4.1. Nome do empreendimento

“ATERRO SANITÁRIO LARA”


(ASL)

1.4.2. Histórico do empreendimento

O Grupo Lara (“Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda”), fundado


em 1966, constitui empresa brasileira prestadora de serviços de limpeza pública e de
destinação final de resíduos sólidos, atuando na região da Grande São Paulo, Baixada Santista
e o Sul Mineiro.
Como forma de buscar novos empreendimentos, o Grupo Lara expandiu seu
ramo de negócios para a região Nordeste, mediante a viabilização do ASL, correspondendo a
um aterro sanitário privado, que objetiva proporcionar uma opção de destinação final dos
resíduos da triagem dos resíduos sólidos urbanos (RSU) do Município de Santa Rita/PB.
Considerando-se que o “Aterro Sanitário Metropolitano de João Pessoa”
(ASMJP) se encontra em sua fase final de vida útil, o ASL torna-se viável e oportuno,
oferecendo ao Município de Santa Rita/PB, e possivelmente outros municípios, uma
oportunidade de disposição final dos resíduos da triagem do RSU, já que a área objeto da
instalação e funcionamento deste projeto apresenta diversos fatores favoráveis, tais como:
 Redução significativa na “Distância Média de Transporte” (DMT) da fonte geradora
de resíduos (Município de Santa Rita/PB) até a área do ASL, plotada na Fazenda Vida Nova,
na zona rural de Santa Rita/PB;
 Pela economia de recursos financeiros destinados pela Prefeitura Municipal de Santa
Rita/PB, na destinação dos resíduos da triagem dos RSU no ASL;
 Inexistência de restrição legal à implantação do empreendimento na área da Fazenda
Vida Nova, o que possibilita uso do local para projeto em foco;
 Aumento da vida útil do Aterro Metropolitano de João Pessoa, em decorrência da não
destinação dos RSU de Santa Rita/PB.

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1.4.3. Localização e Acesso

A área a ser implantado o ASL, proposta neste estudo, encontra-se


plotada no interior da Fazenda Nova Vida, localizada na zona rural do Município de
Santa Rita/PB, apresentando em seu ponto central as coordenadas UTM 9227645.54 m
S e 272312.05 m E. Como ilustrado na Figura 01 mostrada a seguir (Vide também
Anexo I - Prancha 1/31 – Planta de Situação), o acesso se dá no km 59 da BR-101, no
sentido de João Pessoa a Natal, desviando-se aí da rodovia federal para a rodovia
estadual terraplenada PB-027.

Figura 1.1. Mapa de Localização da área escolhida para implantação do ASL.


Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Desta bifurcação, seguindo-se pela PB-027, percorre-se 560m (quinhentos e


sessenta metros) no rumo sudeste, desviando-se neste ponto por via terraplenada vicinal no
rumo nordeste, onde percorre-se mais um trecho de 2,3 Km (dois quilômetros e trezentos
metros) até a entrada da Fazenda Nova Vida, o que totaliza um trecho atualmente terraplenado

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de 2,86 Km (dois quilômetros e oitocentos e sessenta metros), como pode ser observado no
Anexo I - Prancha 2/31 – Localização da Área.

1.4.4. Características da Área do Aterro Sanitário

Como pode ser observado no Anexo I - Prancha 3/31 – Mapa de Uso e


Ocupação do Solo - AID, na área da Fazenda Nova Vida e entorno num raio de 500 m
(quinhentos metros) está circunscrita ao cultivo canavieiro. No interior da área do projeto
(Vide o Anexo I - Prancha 4/31 – Mapa de Uso e Ocupação do Solo – ADA), ocorre um
fragmento de mata em estágio inicial e médio de sucessão, correspondente a “Reserva Legal”
da propriedade. Os principais fatores que motivaram o Grupo Lara na escolha da área para
instalação do ASL, foram os abaixo listados:
 A logística favorável, em termos de acesso rodoviário;
 Por se tratar de uma área já antropizada e livre de ocupação;
 Apresenta topografia em declive suave, como mostrado na Figura 2;
 Possui possibilidade de expansão;
 Na área já existem elementos construtivas que compõem um aterro.
Dessa forma, foi retratado na Figura 02 o contexto do atual uso e ocupação
do solo da Fazenda Nova Vida e adjacências, incluindo-se as curvas de nível e vias de acesso.

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Figura 1.2. Topografia e uso do solo da área escolhida para implantação do ASL.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Neste aspecto morfológico, foi elaborada a planialtimetria da área,


possibilitando-se sua caraterização como divisor de águas das Bacias Hidrográficas do
Paraíba (ao sul) e do Miriri (ao norte). Aferiu-se que na maior parte da propriedade rural, a
água pluvial incidente converge para o sul-sudeste, num relevo local que apresenta suave
caimento para o rumo sul-sudeste, como mostrado no Anexo I - Prancha 5/31 –
Planialtimetria.
Ilustra-se na Figura 03 o layout do ASL (Vide também o Anexo I - Prancha
6/31 – Layout das Células no ASL), indicando-se na área a projeção das células para
destinação final dos resíduos da triagem dos RSU do Município de Santa Rita/PB, além da
estação de tratamento do chorume. Pode-se observar também, a área correspondente a
“Reserva Legal” da Fazenda Nova Vida.

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Figura 1.3. Layout do ASL.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Estudos de projeção das células foram realizados, com o objetivo de


dimensionar o projeto do ASL, visando-se o cálculo da vida útil do aterro. A partir desta
avaliação, estimou-se que a atual área projetada do ASL, terá capacidade de receber os
resíduos da triagem de Santa Rita/PB por um período de 37 (trinta e sete) anos e 07 (sete)
meses.
O ASL contará com as seguintes estruturas:
 Guarita de entrada, para identificação e controle do acesso de veículos e pessoas;
 Balança rodoviária, para o controle da quantidade de resíduos que ingressam no aterro
sanitário;
 Administração, para as atividades relativas ao gerenciamento das atividades do aterro;
 Cerca ao longo do perímetro do terreno, para impedir o acesso de animais e pessoas
não autorizadas à área do aterro;
 Cinturão verde, para melhorar o aspecto estético e evitar que pessoas que transitem
pela circunvizinhança do aterro tenham visão da sua área interna;
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 Sistema de drenagem de águas pluviais;
 Sistema de captação, transporte e tratamento de lixiviado;
 Sistema de captação, transporte e queima de biogás;
 Sistema viário, para a circulação no interior do aterro.

Os vértices da área do ASL apresentam as coordenadas geodésicas


(DATUM SIRGAS 2000), mostradas na Tabela 1 a seguir:

Tabela 1.1. Coordenadas dos vértices da área do projeto.


COORDENADAS LATITUDE LONGITUDE
VÉRTICE SUL OESTE

1 06º 58’ 45,020” 35º 03’ 37,815”

2 06º 59’ 10,075” 35º 03’ 25,830”

3 06º 59’ 20,605” 35º 03’ 42,660”

4 06º 59’ 05,830” 35º 03’ 59,005”

5 06º 58’ 54,130” 35º 03’ 49,445”


Fonte: Real Consultoria e Soluções.

1.4.5. Tipo e Porte da Atividade

A tipologia se refere a “aterro sanitário privado para destinação final de


resíduos não perigosos”, destinado exclusivamente para a disposição final em células, dos
resíduos da triagem dos resíduos sólidos urbanos (RSU) do Município de Santa Rita/PB.

O ASL adotará o sistema de tratamento de efluentes líquidos e gasosos,


sendo que associado a isso, ocorrerá uma operação compatível com os critérios de segurança
sanitária e ambiental, para que dessa forma se atenda a legislação vigente, dispondo da
tecnologia disponível mais adequada para sua operação. No seu desenvolvimento tecnológico,
foi escolhida uma área com localização adequada ambientalmente, sendo que sob as células
será instalada uma camada de bentonita, sobre a qual será acomadada a manta de
impermeabilização (geomembrana), assim como de sistema de captação e tratamento do
chorume, além do sistema de captação e queima do biogás.
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Assim, considerou-se a expectativa da população do Município de Santa
Rita/PB segundo dados do IBGE projetados para o ano de 2019, que totaliza 137.880 (cento e
trinta e sete mil e oitocentos e oitenta) habitantes, com índice da taxa de geração individual
em torno de 1,6 (um vírgula seis) KgLIXO/habitante.dia, baseado na pespectiva adotada pelo
governo do Estado da Paraíba. No estudo realizado, utilizando-se dos dados diretos e indiretos
disponíveis para Santa Rita/PB, infere-se a geração de uma quantidade diária de RSU, no ano
de 2019, na ordem de 220,6 t/DIA (duzentos e vinte toneladas e seiscentos quilogramas por
dia). O projeto do ASL ora apresentado, foi concebido exclusivamente para a atividade de
destinação final dos resíduos da triagem do RSU do Município de Santa Rita/PB. A triagem
dos RSU será realizada em etapa prévia, seja por empresa terceirizada que implantará a
infraestrutura da “Estação de Transbordo e Triagem”, ou seja por iniciativa da Prefeitura
Municipal de Santa Rita/PB. Tal opção ainda está por ser definida.

Considera-se que a triagem dos RSU reduzirá para aproximadamente 66,4%


(sessenta e seis vírgula quatro por cento) da sua quantidade total, pela separação dos resíduos
recicláveis (papel / papelão / plásticos / PP / PE / sucata ferrosa / alumínio / borracha /
resíduos de feiras / resíduos de poda). Dessa forma, a quantidade diária de resíduos da
triagem, a ser transportada ao ASL, considerando-se o ano de 2019, será na ordem de 146,48
t/DIA (cento e quarenta e seis toneladas e quatrocentos e oitenta quilogramas por dia).

Daí se deduz daí que as atividades operacionais do ASL serão de médio


porte.

1.5. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

1.5.1. Objetivos

Os principais objetivos a serem atendidos pelo Grupo LARA, na implantação


e funcionamento do ASL, são:
 Apresentar os resultados e sínteses obtidas nos estudos de campo, na forma do Projeto
Executivo e dos demais itens integrantes deste EIA/RIMA, no procedimento de licenciamento
ambiental do empreendimento privado;
 Dar continuidade correta à disposição dos resíduos gerados pelo Município de Santa
Rita/PB, através de um projeto privado de disposição final dos resíduos da triagem do RSU;
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 Diminuir os custos nos procedimentos de transporte até o ASL, com a redução pela
metade da atual “Distância Média de Transporte” (DMT) até o “Aterro Sanitário
Metropolitano de João Pessoa” (ASMJP);
 Diminuir os custos nos procedimentos de transporte até o ASL, pela redução da
quantidade diária de RSU através da triagem, de forma a se transportar para o ASL o
percentual de resíduos da triagem na ordem de 66,4% (setenta e cinco por cento) da
quantidade total diária gerada, considerando-se que atualmente é transportado 100% (cem por
cento) do RSU gerado no Município de Santa Rita/PB, destinado ao ASMJP;
 Atender os parâmetros estabelecidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) e demais referências pertinentes, nos procedimentos metodológicos dos estudos de
campo, de elaboração dos projetos e planos, de implantação e de funcionamento do ASL;
 Proporcionar melhorias na qualidade ambiental do Município de Santa Rita/PB, aliado
à economicidade a ser proporcionada pelo funcionamento do ASL, em relação ao contexto
atual de disposição no ASMJP.

1.5.2. Justificativas

A instalação do ASL deve-se principalmente à necessidade de uma eficiente


e correta disposição dos resíduos sólidos urbanos gerados no Município de Santa Rita/PB,
aliado a uma considerável diminuição de custos para sua efetiva disposição final.
O projeto foi concebido com uma técnica eficaz e ambientalmente correta,
para a disposição final dos resíduos da triagem do RSU, conforme preconiza a NBR
8419/1992.
Atualmente o Município de Santa Rita/PB integra o Consórcio
Metropolitano (CONDIAM) composto também pelos Municípios de João Pessoa, Bayeux,
Cabedelo, Lucena, Conde e Pitimbu, que destina seus resíduos para o ASMJP.
Com esta iniciativa privada, oferta-se ao Município de Santa Rita/PB a
opção de destinar os resíduos da triagem do RSU para o aterro a ser implementado da
Fazenda Vida Nova, atendendo dessa maneira, de forma otimizada financeiramente, as
demandas do Município, com uma expectativa de vida útil em torno de 37 (trinta e sete) anos
e 07 (sete) meses. Além disso, irá proporcionar a oportunidade de incremento de postos de
trabalho a serem ofertados, devido a demanda de funcionamento no próprio ASL.

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Com a iniciativa de se implantar o ASL em Santa Rita/PB, o aterro sanitário
que atende atualmente a “Região Metropolitana de João Pessoa/PB”, em decorrência, terá um
aumento na sua vida útil, já que Santa Rita/PB passará a contar com um aterro privado para
destinação final dos resíduos da triagem do RSU no próprio Município.
Considerando que o ASL não fará a triagem do RSU, esta importante
atividade será realizada previamente, seja pela própria Prefeitura Municipal (que implantará a
estrutura necessária à atuação da Associação Municipal de Recicladores), ou seja por empresa
terceirizada (atividade executada por empresa privada).
Assim, justifica-se que a implantação da “Estação de Transbordo e
Triagem” dos RSU no próprio Município, proporcionará a geração local de emprego, renda,
impostos e tributos.
A situação ideal é a implantação da estrutura de triagem do RSU nos limites
da zona urbana, reduzindo custos com a “coleta - transporte” até a triagem, aliado a
facilitação de deslocamentos dos recicladores residentes em Santa Rita/PB até a unidade de
triagem.

1.6. EMPREENDIMENTOS RELACIONADOS

Destaca-se o atual funcionamento do ASMJP, localizado na zona rural do


Município de João Pessoa/PB, com capacidade de receber, aproximadamente, 31 mil
toneladas mensais por um período de 20 anos (EMLUR, 2008).
O projeto do ASMJP foi desenvolvido e elaborado segundo os esforços da
Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB, através da ATEPE (Associação Tecnológica do
Estado de Pernambuco) e GRS (Grupo de Resíduos Sólidos de Pernambuco), com apoio do
Governo Federal através do Ministério do Meio Ambiente.
A concepção da instalação do ASMJP, no ano de 2002, objetivou reverter o
quadro alarmante dos 06 (seis) lixões na área de influência funcional do projeto, localizados
nas cidades de João Pessoa/PB, Cabedelo/PB, Bayeux/PB, Conde/PB, Santa Rita/PB e Cruz
do Espírito Santo/PB, denominados, respectivamente, de Lixão do Róger, Lixão de
Camboinha, Lixão do Ubim, Lixão do Conde, Aterro Controlado de Santa Rita e Lixão da
Esperança.
Assim, o ASMJP visou a implantação do sistema integrado de destinação
final para os municípios componentes da “Região Metropolitana de João Pessoa/PB”, que
13
fazem parte do Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal da Área Metropolitana de João
Pessoa (CONDIAM), observando-se critérios técnicos e a legislação vigente.
Dessa forma, o ASL se insere no contexto local (Município de Santa
Rita/PB), objetivando apresentar uma solução na destinação final dos resíduos da triagem do
RSU de Santa Rita/PB, proporcionando inclusive, em decorrência, uma elevação da vida útil
do ASMJP, pela não disposição do RSU gerado neste Município.

1.7. PREVISÃO DE POSSIBILIDADES DE AMPLIAÇÃO E DE EXPANSÃO

Considerando-se o layout planejado do ASL, com área útil de 40 ha (quarenta


hectares) destinada a células para disposição final dos resíduos, estima-se que este aterro terá
capacidade de receber os resíduos de triagem do RSU gerado em Santa Rita/PB por um
período de 37 (trinta e sete) anos e 07 (sete) meses.
Destaca-se a possibilidade de se ampliar a infraestrutura do ASL, em termos de
se implantar a triagem dos resíduos recebidos, assim como do transbordo dos resíduos
recicláveis e da preparação dos resíduos orgânicos de origem vegetal para a compostagem.
Além da ampliação em termos de edificações, comentadas no parágrafo
anterior, pode-se vir a dimensionar células para disposição final de Resíduos Industriais (RI) e
células para disposição dos resíduos da incineração de resíduos de saúde (RS).
No planejamento do ASL, destaca-se ainda a possibilidade de expansão da área
da Fazenda Nova Vida, passando-se dos atuais 60 ha (sessenta hectares) para 100 ha (cem
hectares). Desses 60 ha, tem-se 40 ha de área útil, acrescido de mais 40 ha da área vizinha que
poderá vir a compor o ASL.
Ainda por serem iniciados tais estudos, visa-se a expansão superficial do setor
destinado a células de disposição final dos RSU, o que poderá atender inclusive a demanda de
destinação final, mediante o recebimento dos “resíduos da triagem” dos municípios vizinhos a
Santa Rita, abaixo listados, para destinação final direta no ASL.
 João Pessoa - Cabedelo / PB;
 Conde - Alhandra / PB;
 Bayeux.

14
1.8. INTERESSE SOCIAL

O projeto do ASL, por se constituir um empreendimento privado, será


implementado paralelamente ao sistema público de coleta seletiva, contribuindo com as
estratégias e ações otimizadoras dos custos financeiros gerais relacionados a “coleta do RSU,
triagem e destinação final dos resíduos da triagem”.
No presente caso, o projeto do ASL ora contemplado está relacionado ao
recebimento e destinação final dos resíduos da triagem do RSU do Município de Santa
Rita/PB.
Cumprindo-se as etapas legais necessárias ao funcionamento do ASL, a
empresa requerente adquiriu a propriedade rural denominada Fazenda Nova Vida, após os
estudos conclusivos de alternativa locacional, possibilitando a realização dos demais estudos
de campo, objetivando-se a elaboração do “Projeto Executivo” e do presente EIA/RIMA.
Com seu funcionamento, o empreendimento irá favorecer a elevação da vida
útil do Aterro Sanitário Metropolitano de João Pessoa/PB (ASMJP), denotando assim o
relevante enfoque social decorrente, ao nível da região metropolitana de João Pessoa/PB.
Indiretamente relacionada com o ASL, na implantação da estação de
transbordo, triagem, reciclagem e compostagem, deverá optar-se por terreno localizado nos
limites da zona urbana (às margens da BR-101, otimizando transporte das cargas e facilitando
o acesso dos recicladores à unidade de triagem). Esta unidade receberá a totalidade do RSU
do Município (resíduos da coleta urbana / resíduos orgânicos de feiras / resíduos de podas /
resíduos da construção civil), onde promoverá as atividades operacionais de reciclagem e de
compostagem. Por fim, a unidade de triagem promoverá a comercialização dos resíduos
reciclados e dos compostos orgânicos produzidos, gerando-se renda, empregos diretos e
indiretos, além de impostos e tributos.
Em decorrência, a Prefeitura Municipal ainda economizará vultosos recursos
financeiros com a redução da quantidade diária de resíduos a serem transportados para o ASL
(pela triagem, com redução para 66,4% da quantidade atualmente transportada) e com a
redução pela metade da DMT.
A integração das ações e procedimentos acima comentados possibilitará a
melhoria na eficiência da limpeza urbana, decorrendo daí o forte interesse social.

15
1.9. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLOGICAS

1.9.1. Considerações Gerais

O Grupo Lara é uma empresa de grande porte, cujo objetivo é a implantação


de um projeto privado do tipo “Aterro Sanitário” numa localização estratégica para dar
suporte ao Município de Santa Rita/PB, ofertando tal opção para destinação final dos resíduos
da triagem do RSU aí produzido. Esta é uma demanda com grande impacto benéfico na saúde
pública e que auxilia indiretamente com o controle de zoonoses, além da melhoria na
qualidade de vida da população. A implantação deste empreendimento também significa
incremento na economia do Município, mediante a considerável redução da distância da fonte
geradora à destinação final (DMT), como também no sentido de se induzir a geração de
emprego e renda, além do desenvolvimento na área de prestação de serviços.
Para tanto, o presente estudo vem demonstrar os aspectos da “análise
locacional”, determinando-se a área escolhida, assim como a sua definição em termos de
“áreas de influência”, através de uma análise de dados técnicos do meio ambiente.
À parte dos impactos adversos certamente manifestáveis, o ASL induzirá
elevada magnitude de impactos benéficos para o Município de Santa Rita/PB, de forma que
na sistematização dos procedimentos gerais, iniciou-se pela definição, em base cartográfica,
da “Área de Segurança Aeroportuária” (ASA-SBJP – Vide Figura 01 e Figura 02),
possibilitando a busca por áreas-alvos em posição externa ao citado raio.
Assim, após a avaliação de todos os parâmetros designados pela legislação
pertinente nos 03 (três) alvos eleitos, dentre a alternativas locacionais avaliadas, a que
apresentou mais compatibilidade com o projeto do ASL, foi a área rural de Santa Rita/PB
compreendida pela “Fazenda Nova Vida”, considerando-se as questões técnicas apontadas.
Nesse contexto,, a referida propriedade foi adquirida pelo “Grupo Lara”, sendo
aí planejados e executados os estudos de detalhamento para o panejamento do ASL,
objetivando-se receber os resíduos da triagem dos RSU produzidos diariamente pela
população do Município de Santa Rita/PB.

16
1.9.2. Critérios Adotados para a Seleção Inicial de Áreas

Naturalmente os sistemas ambientais estão em condições de estabilidade, mas a


intervenção humana provoca o desequilíbrio, causando alterações na entrada de matéria e
energia, resultando em um processo anormal no sistema, ou seja, o impacto ambiental.
Diante dessa complexidade de processos, faz-se necessário desenvolver um
conhecimento sobre os elementos impactantes, traduzindo-se e inferindo-se a atuação sobre os
componentes impactados, como premissa para o estabelecimento das medidas de atenuação
dos impactos adversos relevantes.
Tais estudos consistem no processo de predizer e avaliar os impactos de uma
atividade humana sobre condições naturais e delinear os procedimentos a serem utilizados
preventivamente para mitigar ou evitar tais efeitos.
A implantação de aterro sanitário requer o estudo das variáveis tecnológicas,
ambientais e socioeconômicas, no intuito de evitar ou minimizar os impactos negativos que
possam vir a comprometer o empreendimento ou causar danos ao meio ambiente.
Neste sentido, o primeiro passo do presente EIA foi a avaliação prévia de áreas,
que compreende a pesquisa de alternativas locacionais para a implantação do
empreendimento, e posterior hierarquização e escolha da área mais indicada.
Esta metodologia visa descartar áreas inadequadas e sugerir locais de menor
impacto possível, não apenas do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de vista
técnico, econômico, operacional e social.
A avaliação de alternativas para seleção de áreas envolveu o levantamento de
várias condicionantes naturais e antrópicas, em conjunto com as questões relacionadas à
viabilidade econômica e da própria concepção do aterro sanitário.
Os principais aspectos considerados foram:
 As restrições legais;
 Os condicionantes ambientais;
 Os condicionantes tecnológicos.

17
1.9.3. Parâmetros Condicionantes

1.9.3.1.Parâmetros e Restrições Contidas na Legislação Pertinente

Como descrito no Capítulo 2 deste EIA, no cumprimento de todas as etapas


do projeto do ASL (análise locacional – planejamento – estudos – relatórios – projetos),
partiu-se dos parâmetros e restrições contidas na legislação pertinente.
A observância e a aplicação da legislação restritiva no planejamento do ASL
teve-se como ponto de partida a análise locacional ora descrita, de forma que o resultado foi a
obtenção da área escolhida, que posteriormente foi comprada pela empresa empreendedora.

1.9.3.2.Condicionantes Ambientais Aferidos

Para a implantação de um aterro sanitário, é imprescindível o conhecimento


dos elementos ambientais que estão vinculados à área do empreendimento.
Os principais condicionantes ambientais envolvem aspectos relacionados com
os meios abiótico e biótico, nos seguintes compartimentos:
 Geológico-geotécnico;
 Geomorfológico;
 Hidrológico-hidrogeológico;
 Dinâmica e fragilidade de ecossistemas;
 Condições meteorológicas;
 Uso e ocupação do solo.
Assim, são consideradas nos estudos o “regime de precipitação, direção
predominante e velocidade dos ventos, umidade relativa do ar, tipo de cobertura vegetal,
condições geotécnicas dos terrenos da fundação e dos materiais de empréstimo, profundidade
do lençol freático, proximidade de corpos d'água superficiais, características altimétricas,
geológicas e geomorfológicas, além da proximidade com aglomerados humanos”.
Quanto às condições fisiográficas consideradas ideais, no sentido de redução
de riscos de contaminação ao meio ambiente e consequente danos à qualidade de vida da
população, as principais recomendações aplicadas à área escolhida são:
 Declividade superior a 1% e inferior a 30%. A morfologia local do terreno deverá
favorecer a coleta de líquidos percolados, para o tratamento antes do descarte destes efluentes
em cursos d'água. O terreno do ASL é plano, com leve caimento no rumo SE, aflorando
18
sedimentos areno-argilosos inconsolidados, que capeiam os argilitos arenosos consolidados da
Formação Barreiras, predominantes na área estudada;
 Lençol freático com distância mínima de 3,0 metros da superfície inferior do aterro,
sendo que a espessura mínima do solo não saturado deverá ser de 1,5 metros. Deve-se atentar
para que não haja locais de interceptação do nível freático com a topografia. Na área do
projeto, o lençol freático é mais profundo que o nível de 10 m (dez metros), em relação à
superfície topográfica local, não havendo quaisquer afloramentos do lençol d'água
subterrâneo;
 A permeabilidade do material sobre o qual será implantado o aterro deverá possibilitar
a proteção do aquífero. No ASL, na área destinada a células para disposição final dos resíduos
da triagem do RSU de Santa Rita/PB, determinou-se o uso de argila de baixa permeabilidade,
que seja inferior a 5x10-4 cm/s (por exemplo a “bentonita”), como camada de base a ser
formada antes da aplicação da geomembrana;
 Distância mínima do aterro a qualquer tipo de curso d'água ou coleção hídrica deverá
ser de 200 m (duzentos metros). O posicionamento do aterro deverá ser próximo ou em
divisores d'água, em locais distantes de nascentes ou cursos d'água. O ASL atende a tais
requisitos;
 Deve-se observar a direção predominante dos ventos, em conjunto com a localização
de aglomerados humanos no sentido de evitar que, em caso de emissão de odores, a população
não seja atingida. O ASL atende a este requisito.

1.10. ÁREAS PESQUISADAS

1.10.1. Considerações Gerais

Para a escolha das áreas estudadas para a instalação do ASL, foram adotados
critérios baseados no Sistemas de Informações Geográficas - SIG, as quais permitiram
analisar, inicialmente, a escolha das áreas, assegurando as distâncias mínimas definidas pela
legislação pertinente.
Nas áreas pesquisadas, no presente estudo de alternativa locacional, partiu-
se da premissa que o projeto do ASL possuirá uma série de unidades operacionais, abaixo
listadas:
a) Células de lixo domiciliar;
19
b) Impermeabilização de fundo e superior;
c) Sistema de coleta e tratamento de chorume;
d) Sistema de coleta e queima de biogás;
e) Sistema de drenagem e afastamento de águas pluviais;
f) Sistemas de monitoramento ambiental, topográfico e geotécnico;

Também, o ASL contará com unidades de apoio estrutural e ambiental, das


quais se distinguem a seguir:
a) Cerca e barreira vegetal;
b) Estradas pavimentadas de acesso e de serviço;
c) Balança rodoviária e sistema de controle de resíduos;
d) Guarita de entrada e prédio administrativo;
Assim, partindo do conhecimento técnico necessário para a operação de um
aterro sanitário, torna-se indispensável o estudo das alternativas locacionais, de modo que
haja o enquadramento técnico dos aspectos envolvidos na sua implementação, no processo de
seleção de áreas para implantação.
Um dos principais fatores limitantes para a identificação de áreas adequadas
para a implantação de aterros sanitários é o alto grau de urbanização das cidades, associado ao
uso e ocupação do solo de forma intensiva. Assim, a disponibilidade de áreas próximas aos
locais de geração de resíduos e com dimensões adequadas para abarcar o montante de
resíduos demanda um complexo estudo das características geográficas, sociais e econômicas
da região em foco.
Seguindo os critérios envolvidos na seleção de áreas aptas para a
implantação do aterro sanitário, deve-se ater às normas e parâmetros legais com o objetivo de
minimizar possíveis riscos e transtornos provenientes da instalação e operação do
empreendimento em questão.
Desta forma, foi observada a legislação através da Lei Federal nº
12.305/2010 e o respectivo Decreto Nº 7.404/2010, que estabelece a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, como também a metodologia desenvolvida pelo IBAM (Instituto Brasileiro
de Administração Municipal), além das normas da ABNT pertinentes ao desenvolvimento do
empreendimento, associado ainda à legislação estadual e municipal.
Assim, foram cumpridas as seguintes etapas:

20
a) Seleção preliminar das áreas disponíveis no Município;
b) Estabelecimento de critérios técnicos baseados na ABNT e na legislação federal,
estadual e municipal para a seleção das áreas;
c) Aplicação da metodologia proposta pelo IBAM para caracterização e valoração das
áreas em estudo;
d) Análise das áreas levantadas tendo como critério de escolha a viabilidade técnica,
ambiental, social e econômica.
Para a escolha primária das áreas, foram adotados critérios baseados no
Sistema de Informações Geográficas (SIG), onde criou uma base georeferenciada para
plotagem dos resultados dos trabalhos iniciais de campo, a qual permitiu analisar e aferir as
distâncias mínimas em observância ao raio da AS-SBJP.
Como mostrado na Figura 04 (Vide também no Anexo I - Prancha 7/31 –
Alternativas Locacionais), dos trabalhos iniciais de campo, resultaram a identificação de 03
(três) áreas-alvos, em que foram realizadas visitas técnicas e levantamentos de campo com
medições, visando-se avaliar a viabilidade de cada área, identificando seus aspectos positivos
e negativos para a instalação do empreendimento.

Figura 1.4. Definição das 03 (três) áreas pré-selecionadas.


Fonte: Real Consultoria e Soluções.
21
Após a definição das áreas disponíveis para a instalação do Aterro Sanitário,
foram a analisadas as características individuais, seguindo metodologia proposta pelo IBAM,
que apresenta a metodologia para qualificar áreas destinadas à implantação de aterro sanitário,
baseado na quantificação de características técnicas e legais.

1.10.2. Análise da Alternativa Locacional da Área 01

Como mostrado na Figura 05, a Área 01 fica localizada a 20 km (vinte


quilômetros) do centro administrativo do Município de Santa Rita/PB, na localidade de
“Sucupira Torta”, acessada pela rodovia federal BR-101, seguindo-se no sentido de
Mamanguape/PB, cujo ponto central se localiza nas seguintes coordenadas métricas (UTM)
9.226.802,91 m S e 270.265,97 m E.

Figura 1.5. Área 01 proposta como alternativa locacional.


Fonte: Real Consultoria e Soluções.

22
A área 01 apresenta os seguintes aspectos técnicos:
a) Positivos:
 Área suficiente para implementação do empreendimento;
 Fora da área de cone de aviação;
 Área sem cobertura vegetal nativa e próxima da BR – 101.

b) Negativos:
 Formato irregular dificultando o aproveitamento efetivo do terreno;
 Proximidade de fontes hídricas distando menos de 200 metros;
 Recortada pela tubulação do gasoduto PBGÁS;
 Necessidade de implementação de acesso rodoviário;
 Restrição documental/escriturária;
 Relevo irregular demandando grande movimentação de terras.

1.10.3. Análise da Alternativa Locacional da Área 02

Conforme ilustrado na Figura 06, a Área 02 fica localizada a 20 km (vinte


quilômetros) do centro administrativo de Santa Rita-PB, na “Fazenda Nova Vida”, também
acessada pela BR-101 seguindo-se no sentido ao Município de Mamanguape-PB, estando
localizada nas coordenadas métricas (UTM) 9227364.08 m S e 272130.30 m E.

23
Figura 1.6. Área 02 analisada.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Da área 02 denotam-se os seguintes aspectos técnicos:


a) Positivos:
 Terreno com área regular suficiente para implementação do empreendimento;
 Apresenta uma topografia e declividade suave e favorável a atividade;
 Fora da área de cone de aviação e com acesso pela PB-027;
 A área possui uma logística favorável em relação ao acesso viário;
 Área própria sem cobertura vegetal nativa e com documentação regularizada;
 Parte da área já se encontra antropizada;
 Possui uma área próxima na qual possibilita uma possível expansão do ASL
 Disponibilidade de rede elétrica para atender demandas do empreendimento.

b) Negativo:
 Posição de divisor de águas das Bacias Hidrográficas do Paraíba e do Miriri.

24
1.10.4. Análise da Alternativa Locacional da Área 03

Conforme ilustrado na Figura 07, a Área 03 fica localizada a 20 km (vinte


quilômetros) do centro do Município de Santa Rita-PB, na “Fazenda Capitão”, sendo
acessada através da BR-101 seguindo-se no sentido ao Município de Mamanguape-PB,
localizada nas coordenadas, 9228376.57 m S e 273516.85 m E.

Figura 1.7. Área 03 analisada.


Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Da área 03 denotam-se os seguintes aspectos técnicos:


a) Positivos:
 Área suficiente para implementação do empreendimento;
 Fora da área de cone de aviação;
 Área própria sem cobertura vegetal nativa.

b) Negativos:
25
 Longa distância de acesso a partir da BR – 101;
 Proximidade de corpos hídricos;
 Necessidade de implementação de acesso rodoviário a partir da PB – 027;
 Restrição documental/escrituraria;
 Relevo irregular demandando grande movimentação de terras;
 Não dispõe de rede elétrica para atender as demandas do empreendimento.

26
1.11. RESUMO COM AS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DAS ÁREAS ANÁLISADAS

Tabela 1.2. Resumo das caracteristicas das áreas analisadas, destacando a Área 2 escolhida.

ASPECTOS ANALISADOS ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3

Localização Zona Rural Zona Rural Zona Rural

9226802.91 m S 9227364.08 m S 9228376.57 m S


Coordenadas UTM
270265.97 m E 272130.30 m E 273516.85 m E

BR – 101 /PB-027/ESTRADA
Principais Acessos BR – 101 BR – 101 /PB-027
CARROÇAVEL

Segurança
AERODROMO DISTANCIA DE AERODROMO DISTANCIA DE AERODROMO DISTANCIA DE
Aeroportuária (ASA)

Área de Gerenciamento de Risco


15,5 KM 20,9 KM 17,63 KM
Aviário (AGRA)

Distância ao Centro de Massa 20,88km 19,81km 19,79km

27
Necessária implantação de rede
Distribuição de
Distribuição de elétrica para distribuição de
Energia;
Infraestrutura Energia; energia;
Precisa de requalificação da via de
Acesso em boas condições Construção de vias de acesso a
acesso, BR - 101
partir da BR - 101

Distância a núcleos populacionais +/- 20KM +/- 20KM +/- 20KM

Horizonte arenoargiloso
Horizonte arenoargiloso superficial Horizonte arenoargiloso
Geologia superficial
(aflorante) superficial (aflorante)
(aflorante)

Altitude 117 m 118m 115m

Antropizada com predominância de


Antropizada com
cana de açúcar; Antropizada com predominância
Vegetação predominância de cana de
Proximidade de área com cobertura de cana de açúcar
açúcar
vegetal

Recursos Hídricos mais próximos Riacho Sucupira Torta Riacho Pau Brasil Riacho Japungu

Fonte: Real Consultoria e Soluções.

28
1.12. VALORAÇÃO DOS PARÂMETROS

1.12.1. Critérios e Pontuação

Os principais critérios analisados, do ponto de vista da


operacionalização e viabilidade do empreendimento, são:
 Distâncias aos centros geradores de massa, existência e condições das vias de
acesso, que influenciará nos custos de implantação e de operação do aterro;
 Disponibilidade de infraestrutura;
 Facilidade de descarte de efluentes líquidos;
 Titularidade e preço da terra.
A avaliação das três alternativas locacionais levantadas foi baseada
em um sistema de pontuação, utilizado pelo IBAM, formado por um conjunto de
critérios visando à hierarquização das áreas, objetivando atestar sua viabilidade quanto
aos aspectos considerados na análise, conforme mostrado na Figura 07.
O local selecionado para se implantar um aterro sanitário deve ser
aquele que atenda ao maior número de critérios, dando-se ênfase aos critérios de maior
prioridade.
A seleção da melhor área para implantação do aterro sanitário deve ser
precedida de uma análise individual de cada área selecionada, com relação a cada um
dos diversos critérios apresentados, fornecendo-se a justificativa que permita considerar
o critério "totalmente atendido", o "atendido parcialmente através de obras" ou o "não
atendido".
Com o intuito de efetuar a escolha da melhor área, foram estabelecidas
prioridades e fixados pesos para cada área analisada, quanto ao atendimento dos
critérios utilizados, conforme parâmetros mostrados na Figura 08.

29
Figura 1.8. Critérios para caracterização das áreas avaliadas.
Fonte: IBAM, 2017.

Para que se possa efetuar a escolha da melhor área, é necessário que se


fixem pesos, tanto para as prioridades, quanto para o atendimento aos critérios
selecionados, como se mostra na Figura 09.

Figura 1.9. Valoração dos critérios e do tipo de atendimento.


Fonte: IBAM, 2017.

30
Será considerada a melhor área, aquela que obtiver o maior número de
pontos, após a aplicação dos pesos às prioridades e ao atendimento dos critérios.
A Figura 10 apresenta a pontuação de cada área hipotética para
demonstração do método, definindo a hierarquia existente entre elas no que toca ao
atendimento dos critérios.

Figura 1.10. Sistema de pontuação.


Fonte: IBAM, 2017.

Aplicando-se os pesos definidos na Figura 09, as áreas selecionadas


chegarão à pontuação calculada na Figura 11 a seguir.

31
Figura 1.11. Quadro de Pontuação das áreas.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Com base nos dados demonstrados no método do IBAM para análise


de áreas, a Área 2 apresenta as maiores vantagens no conjunto geral dos dados
levantados no presente estudo de análise locacional.
Esta metodologia adota critérios técnicos, legais, ambientais e
socioeconômicos, atribuindo valores e pesos para esses aspectos com a finalidade de
identificar qual área apresentar a melhor relação entre os fatores avaliados.
No próximo tópico aborda-se as 03 (três) áreas avaliadas para a
implementação do ASL, reunindo as características técnicas pertinentes a cada uma
delas para aplicar a metodologia proposta pelo IBAM

1.12.2. Análise Estatística dos Dados Obtidos

A partir da aplicação do método apresentado nas Figuras 08, 09, 10 E


11, foi adotada a hierarquia de critérios, seguindo da atribuição de pesos e dos tipos
atendimentos chegando a Tabela 03 que apresenta as características das avaliadas.

32
Tabela 1.3. Caracterização das alternativas locacionais segundo critérios do IBAM.
Fonte: IBAM. Legenda: T - atende integralmente; P - Atende parcialmente; N- Não atende

PRIORIDADE ATENDIMENTO
CRITÉRIOS
ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3
Proximidade a cursos
1 N P T
d'água
Proximidade a núcleos
1 T T P
residências
Proximidade a aeroportos 1 T T T
Distância do lençol
1 T T T
freático
Distância de núcleos de
2 T T P
baixa renda
Vias de acesso com baixa
2 N T N
ocupação
Problemas com a
2 T T T
comunidade local
Aquisição do terreno 3 P T N
Investimento em infra-
3 N T N
estrutura
Vida útil mínima 4 P T P
Uso do solo 4 P T P
Permeabilidade do solo
4 N T T
natural
Extensão da bacia de
4 N T P
drenagem
Acesso a veículos pesados 4 N T N
Material de cobertura 4 T T P
Manutenção do sistema de
5 N T P
drenagem
Distância ao centro de
6 T T T
coleta

Observa-se que é apesentada uma qualificação das informações


pertinentes a cada área baseado nos pesos e criterios estabelecidos, seguindo a descrição
de T - atende integralmente; P - Atende parcialmente; N- Não atende.

33
Na Tabela 04 a seguir é apresentada a quantificação numérica da
metodologia adotada aplicada as áreas avaliadas.

Tabela 1.4. Pontuação das alternativas segundo porcentagem de atendimento e pontuação por prioridade.
Fonte: IBAM 2010.

PONTOS DA PONTOS DO PONTUAÇÃO


CRITÉRIOS
PRIORIDADE ATENDIMENTO DAS ÁREAS

ÁREA
ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA ÁREA ÁREA
3
1 2 3
% % %
Proximidade a cursos d'água 10 0 100 50 0 10 5
Proximidade a núcleos residências 10 100 100 50 10 10 5
Proximidade a aeroportos 10 100 100 100 10 10 10
Distância do lençol freático 10 100 100 100 10 10 10
Distância de núcleos de baixa renda 6 100 100 50 6 10 3
Vias de acesso com baixa ocupação 6 0 100 0 0 10 0
Problemas com a comunidade local 3 100 100 100 10 10 3
Aquisição do terreno 3 50 100 0 1,5 10 0
Investimento em infraestrutura 3 0 100 0 0 10 0
Vida útil mínima 3 100 100 100 3 10 3
Uso do solo 3 100 100 100 3 10 3
Permeabilidade do solo natural 3 0 100 100 0 10 3
Extensão da bacia de drenagem 3 0 100 0 0 10 0
Acesso a veículos pesados 3 0 100 0 0 10 0
Material de cobertura 3 100 100 50 3 10 1,5
Manutenção do sistema de drenagem 2 0 100 50 0 10 1
Distância ao centro de coleta 1 100 100 100 1 10 1
PONTUAÇÃO FINAL - - - - 57,5 170 48,5

Comparando-se os resultados obtidos, a Área 02 (Fazenda Nova


Vida), apresenta o melhor resultado para a implantação do empreendimento tendo em
vista ser uma área bem articulada que atende aos requisitos apresentados. O acesso
rodoviário através da BR - 101, o baixo custo da área e o local isento de habitações
humanas, complementam as variáveis já referidas, não havendo proximidade com
populações, restringindo assim a entrada de catadores, devido à dificuldade de acesso

34
por pedestres. A área em foco encontra-se em avançado estágio de degradação, devido a
plantação de cana de açúcar nos últimos 20 anos, além disso a distância média de
transporte é menor que 20 km (vinte quilômetros) para Município de Santa Rita/PB.
Suas variáveis físico-ambientais não indicam fragilidade no ecossistema,
comprometimento do lençol freático, ou inadequada condição geotécnica do terreno,
não obstante a necessidade de recuperação ambiental em trechos áreas de preservação
permanentes degradadas.

1.13. ÁREAS DE INFLUÊNCIA

Em função do contexto descrito anteriormente, as áreas de influência


do empreendimento (Área 2 da “Justificativa Locacional”), são as listadas e comentadas
a seguir:

1.13.1. Área Diretamente Afetada (ADA)

A ADA corresponde ao terreno sujeito aos efeitos imediatos de


impactos benéficos e adversos diretos, já a partir da ocupação para a implantação da
infraestrutura da estação de transbordo, no interior da Fazenda Nova Vida. Em
decorrência da implantação e operação do empreendimento, corresponde a área do
projeto, que totaliza 60 ha (sessenta hectares) e às vias de acesso terraplenadas vicinais,
a serem utilizadas como rota principal e rota alternativa.
Os impactos benéficos incidentes na ADA, no indicador “meio
antrópico” dizem respeito à agregação de valor venal da propriedade, que receberá a
infraestrutura necessária ao funcionamento da estação de transbordo. Já no meio biótico,
a criação da reserva legal com o plantio de espécies nativas da mata atlântica
(preferencialmente frutíferas), na forma de um cinturão arbóreo no entorno da área do
empreendimento, agregando valor paisagístico e estético, além de simultaneamente
proporcionar atrativos para a convergência da avifauna. Os impactos adversos
relevantes incidentes na ADA estão relacionados com os incidentes no meio físico no
solo (exposição a adensamento, erosão e assoreamento, além de riscos de poluição por
efluentes líquidos do horizonte pedológico aflorante do neossolo quartzênico), nas
formas de poluição do ar (poeiras, ruídos e gases da combustão de óleo diesel pelos
motores a combustão) e da água (riscos de poluição da água superficial e subterrânea

35
por efluentes líquidos). No meio biótico, influências negativas relacionadas a
afugentação da fauna devido a ruídos. No meio antrópico, pela possibilidade de
sobrecarga do sistema viário terraplenado vicinal, no entorno do empreendimento e
entre este e a BR-101, além de interferências negativas na área do posto de
abastecimento.
Para identificação da ADA, mostrada na Figura 12 a seguir foram
avaliadas, as seguintes características locais:
 Uso e ocupação do solo, que na área observa-se a predominância de atividades
agrícolas (canavial), existindo às margens da rodovia BR-101 (km 59) o Posto Jacaraú
destinado a abastecimento de combustíveis e prestação de serviços, numa distância de
2,86 Km (dois quilômetros e oitocentos e sessenta metros) até a área do projeto;
 Vegetação natural existente fragmento de mata pioneira (capoeira), em local
com histórico de cultivo da cana;
 Tipo de relevo, predominando a posição de topo da Superfície dos Tabuleiros;
 Tipo de solo, tendo sido detectados o compartimento aflorante de neossolos
quartzênicos, que capeam os argilitos arenosos da Formação Barreiras;
 Tipo litológico, correspondendo aos argilitos arenosos da Formação Barreiras,
de idade plio-pleistocência, sobrepostos por depósitos arenosos que correspondem a
produtos diastróficos de idade holocênica a recente.

36
Figura 1.12. Área diretamente afetada (ADA) do projeto, em amarelo.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

1.13.2. Área de Influência Direta (AID)

A AID corresponde ao terreno sujeito aos efeitos continuados de


impactos benéficos e adversos diretos, desde o início da ocupação do projeto e durante
todo o tempo de vida útil do empreendimento. Delimita o terreno no entorno da ADA
em que, especialmente no caso da manifestação dos impactos adversos relevantes já
descritos no subitem anterior, sem a necessária execução do monitoramento ambiental
na efetiva aplicação dos procedimentos de controle ambiental, estes impactos poderão
ser sentidos e detectados ao longo do tempo.
Dessa forma, pelas peculiaridades locais, abrange efetivamente uma
área no entrono da ADA, com raio definido em 500 m (quinhentos metros), no interior
da qual os efeitos adversos poderão ser detectados de forma mais proeminente, no caso
de não execução, ou de execução ineficiente, das medidas de controle ambiental. Assim,
a AID encontra-se representada na Figura 13 a seguir (Vide também no Anexo I -
Prancha 8/31 – Área de Influência Direta).

37
Figura 1.13. Área de influência direta (AID) do projeto.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Vale salientar que, mesmo aumentando esse raio de 500 m para 1 km,
a AII não abrangeria nenhuma comunidade, visto a grande distância destas em relação
ao local do empreendimento.

1.13.3. Área de Influência Indireta (AII)

A AII apresenta-se contextualizada em 02 (duas) modalidades


distintas, em que na primeira modalidade simula-se a continuidade da manifestação
descontrolada dos impactos adversos relevantes, cujos impactos negativos podem
atingir as desembocaduras do Rio Miriri e do Rio Paraíba, além da área a montante do
empreendimento (ao longo da BR-101 e das estradas terraplenadas. Já a segunda
modalidade, se refere ao efetivo impacto benéfico incidente em todo Município de
Santa Rita/PB, devido a fomento da atividade de reciclagem de resíduos, contribuindo
para a geração de empregos diretos e indiretos, além do incremento de rendas e tributos,
aliado a melhoria da qualidade do meio ambiente na área assim considerada.

38
Assim, na primeira modalidade comentada, a AII encontra-se
representada na Figura 14 a seguir (Vide também no Anexo I - Prancha 9/31 – Área de
Influência Indireta - I), que engloba a área correspondente às desembocaduras do Rio
Miriri e do Rio Paraíba, além da área a montante do empreendimento, ao longo do
sistema viário (rodovia federal e estradas terraplenadas).

Figura 1.14. Primeira modalidade de área de influência indireta (AII) do projeto, referente a possiblidade
de extensão dos impactos adversos relevantes ao longo do tempo de vida útil do projeto, no caso de sua
execução sem o eficiente monitoramento ambiental.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

Na segunda modalidade de AII, mostrada na Figura 15 a seguir (Vide


também o Anexo I – Prancha 10/31 – Área de Influência Indireta - II), destaca-se a área
sujeita ao efetivo impacto benéfico incidente em todo Município de Santa Rita/PB, onde
será manifestado um incremento na qualidade ambiental.

39
Figura 1.15. Segunda Modalidade de Área De Influência Indireta (AII) Do Projeto, Correspondendo Aos
Impactos Benéficos Incidentes na Área do Município de Santa Rita/PB.
Fonte: Real Consultoria e Soluções.

40
Capítulo 2

LEGISLAÇÃO PERTINENTE
2. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

2.1.CONTEXTUALIZAÇÃO

A eficiente gestão do sistema de saneamento, quando à limpeza


urbana nos municípios, deverá pressupor o envolvimento da população, dos
funcionários envolvidos e trabalhadores associados, juntamente com o exercício político
sistemático focado no desenvolvimento social e na qualidade ambiental.
Cabe ao gestor municipal o encaminhamento dos procedimentos de
solução ambiental, diretamente ou de forma terceirizada, junto aos órgãos envolvidos,
visando otimizar o cumprimento dos procedimentos específicos e a celeridade na
obtenção das licenças ambientais necessárias, possibilitando o início das intervenções.
A solução desta importante questão, que é a saúde pública, está focada
na eficiência da coleta pública do resíduo sólido urbano (RSU) e ao seu correto manejo
e encaminhamento para as operações de “triagem-reciclagem-compostagem”, assim
como para a correta destinação final dos resíduos da triagem em aterro sanitário.
No que tange ao caso em foco, o “projeto sanitário – limpeza urbana”
destinado à solução de tal problema no Município de Santa Rita/PB, deverá visar a
obtenção da qualidade ambiental aliado a eficiência técnica e à economicidade,
considerando-se que atualmente o RSU gerado em Santa Rita/PB segue bruto (sem a
triagem) para o “Aterro Sanitário Metropolitano de João Pessoa” (ASMJP).
Na interface entre as partes envolvidas, para a correta solução do
problema, deverá estar ressaltado o caráter social relevantemente benéfico, tanto
relacionado à saúde pública da população servida, como também à geração de renda
local nas operações de “triagem-reciclagem-compostagem” mediante o incentivo ao
envolvimento e atuação dos recicladores do Município de Santa Rita/PB.
Enquadrando-se o presente contexto, existem basicamente 03 (três)
ações estruturantes básicas, para a instrumentalização eficiente do sistema de limpeza
urbana de Santa Rita/PB, na busca da qualidade ambiental desejada, aliada à
economicidade do projeto sanitário:
 A primeira, de ordem política e econômica, equacionando-se as formas legais na
solução da “limpeza urbana – transbordo/triagem – destinação final dos resíduos da

42
triagem”, de forma a se optar por soluções que enfoquem a “limpeza urbana - geração
de renda”, priorizando-se o cumprimento da legislação pertinente, aliado à busca e
opção pelas alternativas mais eficientes socialmente, como o incentivo aos recicladores
do Município.
 A segunda, mediante a iniciativa do Gestor Municipal na implantação
(diretamente ou de forma terceirizada) de um “Galpão de Transbordo e Triagem dos
Resíduos Sólidos Urbanos”, preferencialmente nas proximidades da zona urbana de
Santa Rita/PB. Sugere-se a localização desta unidade de transbordo, triagem, reciclagem
e compostagem, nas proximidades da zona urbana de Santa Rita/PB, às margens da BR-
101 no sentido para Natal/RN, pelos seguintes motivos de logística:
- Visando-se facilitar/reduzir o deslocamento dos recicladores até a
unidade;
- Otimizar o deslocamento dos caminhões coletores, que com carga
completa seguirão para a unidade localizada nos limites da zona urbana, descarregarão
na área de transbordo, retornando em seguida para a continuidade dos serviços de
coleta, como forma de reduzir a DMT percorrida atualmente e, consequentemente,
induzir a grande redução de despesas relacionadas a combustível, manutenção e pessoal;
- Após as atividades de reciclagem do RSU na unidade, os resíduos da
triagem serão condicionados em grandes cargas, nos caminhões do tipo “bitrem”, a
serem destinados ao ASL, otimizando os custos transporte da unidade até o ASL.
 A terceira vertente, a da correta disposição final dos resíduos da triagem em um
aterro sanitário que contemple todos os critérios definidos na NBR 8419/1992 (Versão
Corrigida em 1996) e na NBR 13896/1997, avaliando-se e optando-se pela melhor
alternativa quanto ao aspecto ambiental e econômico. Neste panorama, a empresa
requerente vem propor a implantação de um aterro sanitário privado, denominado
“Aterro Sanitário Lara” (ASL), que busca oferecer ao Município de Santa Rita/PB uma
alternativa de disposição final dos resíduos da triagem do RSU aí gerado.
Dessa forma, o presente EIA enfoca esta terceira vertente, que é o
dimensionamento dos elementos do aterro sanitário para disposição final dos resíduos
da triagem do RSU de Santa Rita/PB, como abordagem exclusiva e única.
Em observância às citadas normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), elaborou-se o projeto do ASL, que oferta a disposição final
dos resíduos da triagem dos RSU gerados no Município de Santa Rita/PB, num
43
panorama a proporcionar a economia de recursos financeiros, em relação à atual
“Distância Média de Transporte” (DMT) até o ASMJP, praticamente reduzindo-a pela
metade.

2.2. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

Existe, no Brasil, uma variedade de leis, decretos, resoluções e normas


que evidenciam a necessária atenção com o meio ambiente e, especificamente na
questão da limpeza urbana e saneamento, existem ainda normativas do legislativo
estadual e municipal.
No âmbito federal, a Constituição dispõe:
"A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco da
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário a ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação".
"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para a presente e a futura geração".

É competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios:
 Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer forma;
 Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico;
 Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a
integração social dos setores desfavorecidos.
Abordando os requisitos legais, inicialmente foi realizada consulta
junto a “Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária” (INFRAERO), sobre a
viabilidade do empreendimento. O assunto em foco foi reportado no Oficio Nº
219/SBJP (JPSO) / 2018 acompanhado do Parecer Técnico Nº 054 / 2018, atestando a
viabilidade da instalação do empreendimento, por este se encontrar fora dos limites da

44
“Área de Segurança Aeroportuária” (ASA), como mostrado na Figura 01 e na Figura
02.

Figura 2.1. Parecer Técnico da Infraero sobre a ASA referente ao ASL - Página 1.

45
Figura 2.2. Parecer Técnico da Infraero sobre a ASA referente ao ASL – Página 2.

46
Nos aspectos da destinação final dos resíduos sólidos urbanos, todo
projeto de aterro sanitário deve ser elaborado segundo as normas preconizadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
No caso dos aterros sanitários “Classe II”, as Normas a serem
seguidas são a NBR 8.419 e NBR 13.896, que descrevem as diretrizes técnicas dos
elementos essenciais aos projetos de aterros, tais como impermeabilização da base
De acordo com a Norma NBR 8419, o projeto de um aterro sanitário
deve ser obrigatoriamente constituído das seguintes partes: “memorial descritivo,
memorial técnico, apresentação da estimativa de custos e do cronograma, plantas e
desenhos técnicos”.
Segundo a NBR 10004/04, os resíduos da Classe II são os “Não
Perigosos”, subdivididos em IIA-“Não Inertes” e IIB- “Inertes”, se enquadrando no
presente contexto, de resíduos sólidos urbanos.
Para estes torna-se necessária a impermeabilização inferior e superior,
como também o monitoramento ambiental e geotécnico, sistema de drenagem de
lixiviados e de gases, exigência de células especiais para resíduos de serviços de saúde,
apresentação do manual de operação do aterro e definição de qual será o uso futuro da
área do aterro após o encerramento das atividades.
Assim como os aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos têm
Normas específicas (ABNT), outros tipos de aterros, como os de resíduos perigosos,
também devem ser elaborados seguindo os princípios técnicos estabelecidos pelas
respectivas Normas, abaixo listadas:
 NBR 8418: Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos
– Procedimentos;
 NBR 10.157: Apresentação de projetos de aterros de resíduos perigosos -
Critérios para Projeto, Construção e Operação;
 NBR 12807: Resíduos de Serviços de Saúde: Conceito;
 BR 12808:2016: Resíduos de serviços de saúde — Classificação.
Destaca-se ainda, na Tabela 01 a seguir, as Resoluções CONAMA
relacionadas a regulamentação de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos.

47
Tabela 2.1. Resoluções CONAMA para Regulamentação de Aterros Sanitários.

Resoluções CONAMA
Ementa: Veda a entrada no Brasil de materiais residuais destinados à
008/91
disposição final e incineração.
Ementa: Desobriga a incineração ou qualquer outro tratamento de
queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde,
006/91
portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos
internacionais.
Ementa: Altera o art. 2º da Resolução CONAMA nº 001 de 23 de janeiro de
1986, que estabelece definições, responsabilidades, critérios básicos e
011/86 diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto
Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional de Meio
Ambiente.
Ementa: Dispõe sobre o sistema de licenciamento ambiental, a
regulamentação de seus aspectos na forma do estabelecido na Política
237/97 Nacional de Meio Ambiente, estabelece critério para o exercício da
competência para o licenciamento a que se refere o art. 10 da Lei nº 6.938/81
e dá outras providências.
Ementa: Cria áreas de segurança aeroportuárias – ASA – para aeródromos,
004/95 proibindo a implantação, nestas áreas, de atividades de natureza perigosa que
sirvam como foco de atração de aves.
Ementa: Define responsabilidades e critérios para avaliação de impacto
001/86 ambiental e define atividades que necessitam de Estudo de Impacto Ambiental
– EIA – e Relatório de Impacto Ambiental – RIMA.
Ementa: Estabelece critérios para exigências de licenciamento para obras de
005/88
saneamento.
Ementa: Determina procedimentos para manuseio de cargas deterioradas,
contaminadas, fora de especificação ou abandonadas que serão tratadas como
002/91
fontes potenciais de risco ao meio ambiente, até manifestação do órgão do
meio ambiente competente.
Ementa: Disciplina o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de
257/99 pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem,
tratamento ou disposição final.
Ementa: Dispõe sobre o processo de Licenciamento Ambiental de Atividades
006/88 Industriais, sobre os resíduos gerados e/ou existentes que deverão ser objeto
de controle específico.
258/99 Ementa: Trata da destinação final de pneumáticos inservíveis.
Ementa: Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o
005/93 gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.
Ementa: Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a
275/01 ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas
campanhas informativas para a coleta seletiva.
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final de resíduos de serviços de
283/01
saúde.
1004/04 Dispõe da classificação dos resíduos sólidos.

48
O Sistema de Licenciamento Ambiental está previsto na Lei Federal
nº 6.938, de 31/8/1981, sendo regulamentado pelo Decreto Federal nº 99.274, de
06/6/1990.
Por outro lado, a Resolução CONAMA nº 01/86 define
responsabilidades e critérios para avaliação de impacto ambiental e define as atividades
que necessitam de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental
(EIA/ RIMA), entre as quais se inclui a implantação de aterros sanitários.
Existem outras resoluções CONAMA e normas (ABNT) que tratam
de resíduos sólidos, comentados a seguir.
O art. 9º, inciso IV, da Lei nº 6.938/81, estabelece como um dos
instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente o licenciamento e a revisão de
atividades "efetiva" ou "potencialmente poluidoras".
O art. 10° prevê que a construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais
considerados "efetivo" e "potencialmente poluidores", bem como os capazes, sob
qualquer forma, de causar "degradação ambiental", eles dependerão de prévio
licenciamento do órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional de Meio
Ambiente – SISNAMA.
O Decreto nº 99.274/90, a partir do art. 17°, detalha o processo de
licenciamento, determinando que as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e
aquelas capazes de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento do
órgão estadual competente integrante do SISNAMA, sem prejuízo de outras licenças
cabíveis, repetindo o texto da Lei Política Nacional de Meio Ambiente.
Já o art. 19° (Decreto nº 99.274/90) dispõe que o poder público, no
exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças: prévia, de
instalação e de operação.
A Constituição Federal de 1988 elevou o Município à categoria de
ente político como se depreende dos arts. 1º e 18º, que preveem que a Federação
Brasileira é constituída da União, estados e municípios.
Os municípios já podem legislar prestar serviços e instituir e cobrar os
próprios tributos, além de eleger prefeito e vereadores. Além disso, os municípios têm a
competência comum – do art. 23°, incisos VI e VII – de proteger o meio ambiente,
combater a poluição e preservar as florestas, a fauna e a flora.
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O art. 30°, inciso I, lhes permite legislar sobre interesse local, logo
elaborar leis de política municipal de meio ambiente, o inciso II, suplementa a
legislação federal e estadual, no que couber, além, inciso VIII, que confere competência
exclusiva para legislar sobre ordenamento territorial, mediante planejamento e uso do
solo.
O art. 225° da Constituição Federal ajuda a esclarecer que o
Município tem o dever de proteger o meio ambiente, uma vez que impõe ao poder
público (União, Estado e Município) e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
Logo, o Município pode legislar sobre proteção ambiental e exercer o
poder de polícia administrativa.
Portanto, as prefeituras deverão se respaldar em suas leis orgânicas a
fim de decidir, em função de sua escala urbana (determinada pelo tamanho de sua
população), sua situação socioeconômica e cultural, alternativas possíveis para
institucionalização do sistema de limpeza urbana, formas de gestão, cobranças de taxas
e tarifas, independentemente de sua natureza institucional no país.
Especificamente, o regulamento de limpeza urbana deve ser a espinha
dorsal do sistema de limpeza urbana da cidade, expressando todos os princípios
fundamentais que devem orientar o comportamento do poder municipal e de sua
população.
Observou-se com especial destaque o que trata o Decreto Nº
7.404/2010, que regulamentando a “Política Nacional de Resíduos Sólidos” (PNRS),
explicita uma série de ações no manejo dos resíduos sólidos.
Em consideração às ações recomendáveis e pertinentes ao presente
caso, destaca-se que o ASL apenas receberá os resíduos da triagem, em grandes cargas
(bitrens) provenientes da unidade de triagem a ser implantada nos limites da zona
urbana de Santa Rita/PB.
Sendo a unidade de triagem uma atividade integrante da solução
ambiental na problemática da limpeza urbana, juntamente com a coleta, não será
responsabilidade do ASL a execução de tais procedimentos, mas sim da Prefeitura
Municipal.
Esta poderá terceirizar (empresa parceira) a implantação e
funcionamento da estação de transbordo, triagem, reciclagem e compostagem, ou
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executar diretamente as obras de infraestrutura e destinar a gestão operacional para a
“Associação Municipal de Recicladores”.
Assim, destaca-se as seguintes ações aplicáveis ao presente projeto de
aterro sanitário, pertinentes à PNRS:
 Planejamento dos elementos envolvidos na disposição final dos resíduos da
triagem em célula, devidamente implantada com todos os elementos previstos
(formação de camada impermeável com bentonita na base / implantação da
geomembrana /drenagem de percolados / drenagem e queima de gases / drenagem
superficial / recobrimento diário / recobrimento final);
 Fornecimento de sugestões técnicas objetivando a sustentabilidade financeira
dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos (sugestões pertinentes aos
procedimentos de coleta e triagem, onde os caminhões coletores carregados seguirão
somente até os limites da zona urbana de Santa Rita/PB, na unidade de triagem, onde
despejarão a carga e retornarão aos locais de coleta / aos procedimentos de transbordo
do RSU na unidade de triagem, onde serão separados pela tipologia e destinados aos
respectivos processamentos e reciclagens / condicionamento de cargas de resíduos da
triagem em bitrens, que seguirão em direção ao ASL para a disposição final em célula);
 Fornecimento de sugestões visando-se a integração e incentivo aos recicladores,
proporcionando-se as condições adequadas de trabalho, seja nos procedimentos de
reciclagem dos diferentes componentes comercializáveis; seja nos procedimentos de
trituração dos resíduos orgânicos de origem vegetal para produção de composto
orgânico; seja ainda na britagem de resíduos da construção para reaproveitamento da
metralha como material de aterro e como agregado;
 Promover o funcionamento do aterro privado, mediante os procedimentos de
recebimento de cargas de resíduos da triagem no ASL, destinando-as diretamente à
destinação final no aterramento em célula devidamente implantada e operada;
 Comprometimento da empresa proprietária do empreendimento ora descrito, na
busca da eficiência técnica, ambiental e financeira, no que tange à condução operacional
do ASL, notadamente no enfoque de monitoramento permanente para a redução de
riscos de manifestações de impactos adversos relevantes, oriundos da operação do aterro
sanitário (riscos de acidentes de trabalho / riscos de dispersão de resíduos sólidos no

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interior e no entorno do aterro sanitário / riscos de dispersão de percolados e redução da
qualidade da água superficial e subterrânea).

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