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Estudo
das Deficiências
2
1. OBJETIVOS
• Identificar os principais tipos de deficiência e compre-
ender as características relacionadas à condição de cada
uma delas.
• Reconhecer as possibilidades e o potencial de pessoas
com deficiências no âmbito da Educação Física.
• Identificar as necessidades educacionais especiais de pes-
soas com deficiências nas aulas de Educação Física.
2. CONTEÚDOS
• Deficiência visual: conceito; classificação e avaliação; as-
pectos funcionais do órgão da visão; principais etiologias;
características da pessoa com deficiência visual; cuidados
especiais e implicações pedagógicas; noções de orienta-
ção e mobilidade.
46 © Educação Física Especial e Adaptada
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Quantas são as pessoas com deficiências no Brasil? Qual a
forma mais adequada para se referir a essas pessoas? Quais são
as implicações de uma determinada deficiência para o indivíduo
que a possui? Como identificar os diferentes tipos de deficiência?
Quais as principais características apresentadas por cada deficiên-
cia? Essas são algumas das questões que tentaremos elucidar no
decorrer do estudo desta unidade.
Observe a Figura 1 a seguir, que mostra o símbolo da defici-
ência.
Incidência
Com relaçãoCurso: Licenciatura
à incidência emdeficiências,
das Educação Físicavocê tem ideia da
Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara
porcentagemDisciplina:
da população brasileira
Educação que apresenta
Física Especial e Adaptadaalgum tipo de
deficiência? Acompanhe, então,
Autora: Profa. Dra. Meyasdeinformações arroladas nas pró-
Abreu Van Munster
ximas páginas. Editoração: Simone Rodrigues De Oliveira
Formatação: Dandara Louise Vieira Matavelli
Os resultados do Censo 2000
Preparação: Paulomostram que, aproximadamen-
Sposati Ortiz
te, 24,6 milhões de pessoas,
Revisão: Talitaou 14,5%
Cristina da população total, apre-
Bartolomeu
UNIDADE 2 ou deficiência. São pessoas
sentaram algum tipo de incapacidade
enxergar, ouvir, alguma
com, ao menos, locomover-se ou alguma
dificuldade deficiência
de enxergar, motora ou
ouvir, locomover-
intelectual (IBGE,
-se ou alguma 2000). motora ou intelectual (IBGE, 2000).
deficiência
O gráfico apresentado na Figura 2 demonstra os tipos de
O gráfico apresentado na Figura 2 demonstra os tipos de
deficiências apresentadas pela população brasileira em
deficiências apresentadas pela população brasileira em porcenta-
porcentagem.
gem.
Tipos de deficiências
8% Deficiência Visual
23% 48% Deficiência Auditiva
Deficiência Física
17%
Deficiência Motora
4%
Deficiência Intelectual
Terminologia
Na literatura da área, você encontrará diferentes formas
de se referir às pessoas que apresentam deficiências: “deficien-
te”, “portador de deficiência”, “pessoa portadora de deficiência”,
“pessoa com diferentes e peculiares condições”, “pessoa com ne-
cessidade especial”, “pessoa com deficiência”, entre outros. Esses
termos se modificam constantemente, de acordo com a mentali-
dade da época; mas, afinal, qual será a forma de tratamento mais
adequada para se referir a essas pessoas?
As pessoas que não possuem familiaridade com a deficiên-
cia empregam esses termos, que são inadequados. Na maioria das
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Implicações da deficiência
Será que a deficiência afeta todos os indivíduos da mesma
forma? Em outras palavras: será que duas pessoas com um mesmo
tipo de deficiênciaCurso:
sofremLicenciatura
as mesmasem Educação Física
implicações ou consequên-
Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara
cias?
Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada
A resposta é não.
Autora: Uma
Profa. Dra.mesma
Mey demudança
Abreu Vanestrutural
Munster ou ana-
Editoração: Simone Rodrigues De Oliveira
tômica, de mesma origem/causa comum (etiologia), localização e
extensão, podeFormatação:
ocasionar Dandara Louise funcionais
modificações Vieira Matavelli
diferenciadas.
Preparação: Paulo Sposati Ortiz
Por sua vez, essas alterações funcionais afetam o desempenho do
Revisão: Talita Cristina Bartolomeu
indivíduo de formas distintas,UNIDADE
gerando2incapacidades diferencia-
das e, consequentemente,
diversas. desencadeando
A Figura 3 poderá lo aconsequências
ajudá-lo sociaisessa
visualizar melhor
e econômicas
situação. também diversas. A Figura 3 poderá ajudá-lo a visu-
alizar melhor essa situação.
Diagnóstico
Às vezes, cria-se uma aura em torno da questão da defici-
ência que ofusca a visão da pessoa que está por detrás dela, di-
ficultando a percepção de seus reais interesses e necessidades.
Num primeiro contato, é importante conversar com o indivíduo
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5. DEFICIÊNCIA VISUAL
Conceito
A deficiência visual é caracterizada pela perda parcial ou
total da capacidade visual, em ambos os olhos, avaliada após a
melhor correção ótica ou cirúrgica, levando o indivíduo a uma limi-
tação em seu desempenho habitual (MUNSTER; ALMEIDA, 2008).
A simples utilização de óculos ou lentes de contato não é su-
ficiente para caracterizar a deficiência visual, pois a prescrição de
correção ótica adequada pode conferir ao indivíduo uma condição
visual ideal ou muito próxima da normalidade. Todavia, mesmo
utilizando recursos óticos especiais e passando por intervenção
cirúrgica, alguns indivíduos continuam com a capacidade visual se-
veramente comprometida, sendo consideradas pessoas com defi-
ciência visual.
Em determinadas situações, mesmo com perda total da ca-
pacidade visual em um dos olhos, ou ainda que seja recomendada
a evisceração, ou remoção cirúrgica, do órgão visual comprometi-
do, a pessoa pode apresentar boa porcentagem de visão no órgão
visual remanescente, de forma a compensar tal perda e apresen-
tar a visão dentro dos limites de normalidade. Nesse caso, o indiví-
duo não é considerado portador de deficiência, pois, para tanto, é
necessário que a perda visual comprometa ambos os olhos.
Em outras palavras, para que uma pessoa seja considerada
com deficiência visual, é necessário que a perda visual comprome-
ta os dois olhos e que, mesmo após passar por correção ótica ou
cirúrgica, o melhor olho tenha menos de 30 % da visão.
Ficou claro quando uma pessoa possui ou não uma deficiên-
cia visual?
© U2 - Estudo das Deficiências 57
Classificação e avaliação
A avaliação da deficiência visual é realizada pelo médico
oftalmologista, com base em algumas funções visuais, dentre as
quais podem ser destacadas: acuidade visual, campo visual, bino-
cularidade, sensibilidade à luz e ao contraste e visão para cores.
Algumas das funções visuais aqui descritas são utilizadas, também,
como referência para os diferentes tipos de classificação da defici-
ência visual, como a acuidade visual e o campo visual, por serem
medidas quantitativas e padronizadas.
Os vários tipos de classificação da deficiência visual são ba-
seados em parâmetros:
1) legais: para efeito de elegibilidade em programas de as-
sistência e obtenção de recursos da previdência social;
2) clínicos: para diagnóstico, tratamento e acompanha-
mento médico especializado;
3) educacionais: baseada nos recursos necessários ao pro-
cesso de ensino-aprendizagem;
4) esportivos: como critério de divisão em diferentes cate-
gorias para competições e eventos desportivos.
A seguir, apresentaremos os parâmetros educacionais e es-
portivos empregados para a classificação da pessoa com deficiên-
cia visual, por serem considerados mais próximos do contexto do
professor de Educação Física.
Classificação educacional
A classificação baseada em parâmetros educacionais permi-
te fornecer indicações a respeito da eficiência visual do indivíduo,
baseando-se em suas necessidades educativas especiais:
• Pessoa com baixa visão:
[...] é aquela que possui dificuldade em desempenhar tarefas visu-
ais, mesmo com prescrição de lentes corretivas, mas que pode apri-
morar sua capacidade de realizar tais tarefas com a utilização de
estratégias visuais compensatórias, baixa visão e outros recursos, e
modificações ambientais (CORN; KOENIG, 1996, p. 4).
• Pessoa cega:
[...] é aquela cuja percepção de luz, embora possa auxiliá-la em
seus movimentos e orientação, é insuficiente para aquisição de co-
nhecimento por meios visuais, necessitando utilizar o sistema Brail-
le em seu processo ensino-aprendizagem (BARRAGA, 1985, p. 18).
Principais etiologias
Segundo Van Munster e Almeida (2008), as diferentes causas
de deficiência visual podem ser congênitas ou adquiridas, confor-
mento realizado pelo professor por meio do toque. Se, ainda as-
sim, o exercício não for compreendido, torna-se necessário recor-
rer à percepção cinestésica, conduzindo o aluno pelo movimento
desejado.
A troca de informações entre os próprios alunos acerca da
atividade a ser desenvolvida pode ser uma alternativa interessan-
te, pois, muitas vezes, eles são capazes de explicar o exercício com
mais simplicidade e clareza do que o professor.
Outro aspecto a ser considerado é a importância de não des-
cartar a realização do movimento concomitantemente à sua expli-
cação. Embora a demonstração do exercício pareça não ter efeito
a um grupo de pessoas que não dispõe da integridade no senti-
do visual, a informação verbal durante a realização do exercício
por parte do professor permite que o aluno com deficiência visual
perceba o deslocamento da voz do professor (fonte sonora) pelo
espaço físico.
6. DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Conceito
A deficiência auditiva caracteriza-se pela perda parcial ou
total da capacidade de transmitir ou perceber sinais sonoros (AL-
MEIDA, 2008).
Classificação e avaliação
Sempre houve a preocupação de se avaliar quantitativa e
qualitativamente a audição, e, em meados do século 20, com o
avanço da eletroacústica e da eletrônica, foi possível a medida
mais precisa da capacidade auditiva por meio de um aparelho de-
nominado audiômetro, o qual permite medir a capacidade audi-
tiva em diferentes frequências (medida em hertz – Hz) e intensi-
dades (medida em decibéis – dB) de sons. Por meio da percepção
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• ouvido externo;
• ouvido médio;
• ouvido interno.
Procure identificar cada uma das estruturas destacadas em
negrito na Figura 6, que representa o aparelho auditivo.
Principais etiologias
Nem sempre é possível a identificação precisa da origem da
perda auditiva. As causas mais conhecidas da deficiência auditiva
podem ser subdivididas quanto à sua origem e agrupadas em:
1) Genéticas: as várias causas envolvendo procedência
genética compreendem aplasias, diversas síndromes
e anormalidades cromossômicas. A otosclerose, por
exemplo, é um distúrbio hereditário que envolve o cres-
cimento de um tecido esponjoso no ouvido médio. Esse
crescimento impede a vibração do estribo em reposta às
ondas sonoras, causando perda auditiva progressiva do
tipo condutiva.
2) Congênitas: dentre as causas dessa origem, destacam-
-se:
a) Síndrome da Rubéola Congênita: desencadeada
por um vírus e transmitida da mãe para o feto, acar-
retando uma série de malformações neste.
b) Atresia Congênita do Canal Auditivo Externo: de-
feito congênito caracterizado pela ausência da
abertura ou canal que interliga o pavilhão auditivo
com o ouvido médio.
c) Eritroblastose fetal: causada pela incompatibilida-
de de fator RH entre mãe e feto.
d) Citomegalovirose: o citomegalovírus congênito é
transmitido da mãe para o feto via transplacentária.
Embora possa ser assintomático para a mãe, o bebê
pode apresentar, além da perda auditiva, erupções
na pele (petéquias), dilatação do baço e fígado, icte-
rícia, alterações na retina e microcefalia.
e) Efeitos fetais por contaminação de mercúrio.
f) Efeitos fatais por deficiência de iodo.
3) Infecciosas: doenças como meningite, caxumba, saram-
po ou inflamações como a otite média, de origem viral
ou bacteriana, podem levar a perdas auditivas significa-
tivas.
4) Ocupacionais: as atividades com exposição crônica, di-
ária e contínua a ruídos altos (poluição sonora) podem
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Libras
A língua oficial utilizada pela comunidade de surdos do Brasil
é a Libras, prevista na Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002.
A Libras contém todos os elementos existentes nas outras
línguas, possibilitando sua identificação como língua propriamen-
te dita. Segundo estudos linguísticos realizados, a língua de sinais
pode ser comparada às demais línguas orais, tendo como peculia-
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7. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Conceito
O termo “deficiência intelectual” refere-se à mesma popu-
lação de indivíduos que anteriormente recebiam o diagnóstico de
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Classificação e avaliação
Anteriormente, os procedimentos empregados para avalia-
ção e classificação da pessoa com deficiência intelectual basea-
vam-se, exclusivamente, nos testes de quociente de inteligência
(QI). A utilização desses testes de forma isolada tem sido muito
criticada por avaliar apenas uma amostra do comportamento, que
pode não representar o efetivo nível do indivíduo que é submeti-
do a ele. Além de não contemplar variáveis do envolvimento, os
testes de QI não fornecem indicações sobre o tipo de intervenção
adequada e frequentemente apresentam dependência cultural.
Devido a esses e outros inconvenientes, o grau de inteligên-
cia é um indicativo importante, porém, não deve ser o único a re-
presentar o desempenho do funcionamento intelectual.
A avaliação da inteligência deve considerar, também, a de-
finição de comportamento adaptativo, que está funcionalmente
relacionado à inteligência, pois o potencial intelectual é mediado
pela capacidade de adaptação geral do indivíduo às demandas do
ambiente.
“Comportamento adaptativo” pode ser definido como a
reunião das habilidades conceituais, sociais e práticas aprendidas
pelo indivíduo e aplicadas, funcionalmente, ao seu cotidiano. A
avaliação do comportamento adaptativo é considerada em quatro
dimensões:
1) habilidades intelectuais;
2) participação, interações e papéis sociais;
3) saúde;
4) contexto.
O sistema de classificação recomendado pela AAIDD (2012)
baseia-se na intensidade dos apoios necessários para cada indiví-
duo, conforme a etiologia, os níveis de desempenho intelectual e
as áreas do comportamento adaptativo em defasagem.
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Principais etiologias
As causas da deficiência intelectual são inúmeras e comple-
xas, envolvendo fatores de risco pré-natais, perinatais e pós-natais,
conforme descritos a seguir.
1) Fatores de risco e causas pré-natais: são aqueles que
incidem desde a concepção até o início do trabalho de
parto, tais como:
a) Desnutrição materna.
b) Má assistência à gestante.
c) Doenças infecciosas (sífilis, rubéola, toxoplasmose).
d) Tóxicos: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos co-
laterais de medicamentos (medicamentos teratogê-
nicos), poluição ambiental etc.
e) Genéticos: alterações cromossômicas (numéricas
ou estruturais) – Síndrome de Down, Síndrome de
Martin-Bell, erros inatos do metabolismo (fenilce-
tonúria), esclerose tuberosa etc.
2) Fatores de risco e causas perinatais: são aqueles que
incidem do início do trabalho de parto até o 30º dia de
vida do bebê, tais como:
a) Má assistência ao parto e traumas de parto.
Características de aprendizagem
O comportamento cognitivo é a área na qual as pessoas com
deficiência intelectual mais se diferenciam em relação às demais.
Na concepção de Piaget (1990), o desenvolvimento infantil
distingue-se em três estágios:
• período sensório-motor;
• período da inteligência representativa (subdividido em
período pré-operatório e operatório-concreto);
• período das operações formais.
O indivíduo com deficiência intelectual pode permanecer
maior ou menor período de tempo em cada uma dessas fases,
considerando-se a faixa etária, o contexto socioeconômico e, so-
bretudo, a qualidade dos estímulos recebidos. Todavia, indepen-
dentemente da existência ou não de alguma necessidade especial,
a ordem de sucessão desses estágios não se altera.
Características socioafetivas
As pessoas com deficiência intelectual estão sujeitas às mes-
mas variações de comportamento social e emocional demonstra-
dos por qualquer outro indivíduo. Todavia, por não compreende-
rem totalmente o que se espera delas em determinadas situações,
algumas reações podem ser consideradas inadequadas ou inapro-
priadas.
As pessoas com deficiência intelectual necessitam de mais
oportunidades para a generalização da aprendizagem, devido à
dificuldade que apresentam em aprender com as situações pas-
sadas.
Podem surgir manifestações isoladas de agressividade, exa-
cerbação da afetividade, dificuldade de compreensão de limites,
entre outros aspectos, com os quais o professor de Educação Física
terá de aprender a lidar. É fundamental que a escola ofereça um
serviço de apoio psicopedagógico ao qual esse profissional possa
recorrer.
Síndrome de Down
Conforme apresentado no Tópico Principais etimologias, são
muitas as causas que podem levar à deficiência intelectual. Uma
delas, no entanto, merece atenção especial, por ser a anomalia ge-
nética mais frequente em todas as nacionalidades, raças e classes
sociais.
As características dessa síndrome foram descritas pela pri-
meira vez, em 1866, pelo cientista John Langdon Down. Devido al-
gumas semelhanças com os habitantes da Mongólia, inicialmente,
esses indivíduos foram chamados de mongoloides. Atualmente,
não se usa mais esse termo para se referir às pessoas com Síndro-
me de Down (SD), devido aos estigmas que ele acarreta.
8. DEFICIÊNCIA MOTORA
Conceito
A deficiência motora consiste em toda e qualquer alteração
no corpo humano resultante de problema ortopédico, neurológico
Figura 15 Mielomeningocele.
Figura 16 Hidrocefalia.
Figura 16 Hidrocefalia.
Quandoconstatada
Quando constatada a hidrocefalia,
a hidrocefalia, recorre
recorre-se
recorre-se a um
a um procedi-
procedimento
mento denominadodenominado
derivação derivação ventricular,
ventricular, que na
que consiste consiste na
instala-
instalação
ção de um
de um tubo finotubo finona
(válvula) (válvula)
cavidadenacerebral
cavidade
quecerebral que
redireciona
oredireciona o liquor
quorou
liquor ao coração aoàcoração
cavidadeouabdominal.
à cavidade abdominal.
Oscuidados
Os cuidados relacionados
relacionados às pessoas
às pessoas que apresentam
que apresentam mielo-
mielomeningocele são, basicamente, os mesmos
meningocele são, basicamente, os mesmos apresentados no Tópi-apresentados
noLesão
co Tópico Lesão medular
medular (página 83).
(página 83).
Acidentevascular
Acidente vascularencefálico
encefálico
Popularmenteconhecido
Popularmente conhecido
comocomo derrame
derrame,
derrame, o acidente
o acidente vascu-
vascular
lar encefálico
ncefálico
encefálico (AVE) designa
(AVE) designa um danoum dano causado
causado ao tecidoao teci
tecido
cerebral
cerebral por transtornos circulatórios. O AVE é causado por uma
interrupção do fluxo sanguíneo na estrutura cerebral, por
obstrução ou rompimento de vasos, levando à degeneração do
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Classificação Topográfica
1) Monoplegia: comprometimento de um único segmento
corporal.
2) Paraplegia: comprometimento dos membros inferiores.
3) Diplegia: os quatro segmentos corporais são afetados,
enquanto os membros inferiores ficam mais comprome-
tidos que os superiores.
4) Hemiplegia: envolvimento completo de um dos lados do
corpo (membros superior e inferior).
5) Triplegia: acometimento de três membros quaisquer.
6) Quadriplegia: comprometimento total, envolvendo pa-
ralisia da face, tronco e os quatro membros.
Classificação Neuroanatômica
1) Piramidal: lesão das fibras eferentes que vão do córtex
aos membros, resultando em paralisia espástica.
2) Extrapiramidal: lesão de outra área que não a das fibras
eferentes, afetando, geralmente, os gânglios da base.
Resulta em movimentos discinéticos.
3) Cerebelar: lesão no cerebelo, cuja função é a coorde-
nação de movimentos, percepção do corpo no espaço e
manutenção do equilíbrio.
Classificação Neuromotora
1) Espasticidade: caracterizada pelo aumento do tônus
muscular (hipertonicidade) resultante de lesões no
córtex ou nas vias daí provenientes. Musculatura em
constante estado de tensão, levando a contraturas e de-
formidades durante o período de desenvolvimento do
Distrofia muscular
As miopatias designam estados patológicos que atuam, pri-
mariamente, na musculatura estriada, resultando em déficit mo-
tor, hipotonia e alteração dos reflexos.
A distrofia muscular engloba um grupo de doenças heredi-
tárias que se caracterizam por uma fraqueza progressiva e difusa
de vários grupos musculares; as células do ventre dos músculos
se degeneram e são substituídas por tecido adiposo e conjuntivo
(pseudo-hipertrofia).
Os sintomas da doença podem surgir a qualquer momento;
entretanto, a maioria dos casos de distrofia muscular ocorre em
crianças e jovens.
Segundo a Associação Brasileira de Distrofia Muscular
(2012), existem mais de trinta formas diferentes de distrofias mus-
culares já identificadas, com diferentes níveis de complexidade e
envolvendo grupos musculares distintos. A seguir, falaremos sobre
seus principais tipos.
2
É importante ressaltar que, em dos casos, a mutação é ad-
3
quirida da mãe e, em 1 , ocorre um erro genético, uma muta-
3
ção nova quando a criança foi gerada.
Os sintomas da DMD podem ser observados entre 3 e 5 anos
de idade: quedas frequentes, dificuldade para subir escadas, cor-
rer, levantar-se do chão etc. De acordo com esses sintomas, pode
ser que o indivíduo tenha uma pseudo-hipertrofia na região da
panturrilha. A fraqueza muscular na região do tronco é responsá-
vel por escoliose progressiva de gravidade variável.
Os membros superiores são atingidos com a progressão da
doença; na adolescência, por exemplo, a fraqueza muscular pro-
gressiva pode impedir a criança de andar, e o comprometimento
do músculo cardíaco e da musculatura ventilatória já se manifes-
tam.
9. TEXTO COMPLEMENTAR
Para complementar o conteúdo desta unidade, recomenda-
mos a leitura do artigo de Cidade e Freitas (2002), intitulado Edu-
cação Física e inclusão: considerações para a prática pedagógica
na escola. Para sua comodidade, foram extraídos alguns trechos
dele. Se possível, faça a leitura do artigo na íntegra, disponível no
site indicado nas E-Referências.
11. CONSIDERAÇÕES
Antes de planejar as práticas pedagógicas de Educação Física
envolvendo as pessoas com deficiências, é importante conhecer
as características e as necessidades especiais de cada população.
Por tudo o que foi descrito até o momento, fica evidente que
a condição de deficiência varia muito de um indivíduo para o outro,
o que torna o desafio de garantir a participação dessas pessoas nas
aulas de Educação Física Escolar uma grande responsabilidade. É
importantíssimo que o professor de Educação Física preserve o di-
12. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
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Acesso em: 4 jan. 2012.
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Figura 7 Alfabeto – Libras. Disponível em: <http://jardineirosdegente.blogspot.
com/2010/11/alfabeto-libras.html>. Acesso em: 4 jan. 2012.
Figura 9 Exame de cariótipo indicando Trissomia do 21. Disponível em: <http://www.
presenteparahomem.com.br/doencas-geneticas-por-alteracao-nos-cromossomos-a-
sindrome-de-down/>. Acesso em: 4 jan. 2012.
Figura 10 Linha simiesca. Disponível em: <http://loyolauniversity.adam.com/graphics/
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Figura 11 Prótese esportiva. Disponível em: <http://redepsicologia.com/perturbacao-
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com/2010/06/lesao-medular.html >. Acesso em: 4 jan. 2012.
Figura 13 Níveis de lesão medular. Disponível em: <http://serlesado.com.
br/?m=201010&paged=4>. Acesso em: 10 out. 2011.
Figura 14 Localização do poliovírus. Disponível em: <http://togyn.br.tripod.com/
poliomielite.gif>. Acesso em: 4 jan. 2012.
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vascular-cerebral/>. Acesso em: 4 jan. 2012.
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