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Inclusão Escolar

Professor: José Amilton

SEDE REMÍGIO
Interação e intersecção entre os conceitos

INCAPACIDADE
meio físico
DOENÇA (pessoal)

DEFICIÊNCIA DESVANTAGEM
meio interno meio social
(órgão) (sociedade)
Figura Sintetizadora da Inclusão

OPORTUNIDADE

INCLUSÃO
VONTADE CAPACIDADE
A Deficiência e o Amparo Legal
Distinção entre Termos e seus Conceitos

DEFICIÊNCIA

IMPEDIMENTO
DEFICIÊNCIA PERMANENTE
(desvantagem)

INCAPACIDADE

LIMITAÇÕES RESTRIÇÕES

HANDICAP
Distinção semântica entre os conceitos
DEFICIÊNCIA INCAPACIDADE DESVANTAGEM
Da linguagem De falar Na orientação
Da audição (sensorial) De ouvir (de comunicação)
Da visão De ver

Musculoesquelética (física) De andar (de locomoção) Na independência física


De assegurar a subsistência no lar Na mobilidade
(posição do corpo e destreza)

De órgãos (orgânica) De realizar a higiene pessoal Nas atividades da vida diária


De se vestir (cuidado pessoal)
De se alimentar

Intelectual (mental) De aprender Na capacidade ocupacional


Psicológica De perceber (aptidões particulares)
De memorizar Na integração social
De relacionar-se (comportamento)
De ter consciência
Quadro Sintético da Distinção semântica entre
os conceitos

Quadro Sintético da Distinção Semântica dos Conceitos


- Sensorial (da Audição e da Visão) e da Linguagem;
DEFICIÊNCIA - Musculoesquelética (física) e Orgânica (de órgãos);
- Intelectual (mental) e Psicológica.

- de Comunicação (de Falar, de Ouvir e de Ver);


INCAPACIDADE - de Locomoção (de Andar) e Destreza (de Higiene pessoal, se Vestir e
se Alimentar);
- de Aprender, Perceber, Memorizar, ter Consciência e se Relacionar
(comportamento).

- na Orientação;
DESVANTAGEM - na Independência Física, na Mobilidade e nas Atividades Diárias;
- na Capacidade Ocupacional e na Integração Social.
Classificação das Deficiências cf. Limites
Integrativos das Capacidades Funcionais
LIMITES
TIPOS
INTEGRATIVOS

RECEPTIVAS OU Abarca as Deficiências auditiva e visual;


SENSORIAIS
Abrange a Deficiência mental educável, treinável e dependente (agnósia,
INTEGRATIVAS OU afasia, alexia, agrafia, acalculia e apraxia); e, as Dificuldades de aprendizagem
INTELECTUAIS (disfasia, disartria, dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia, dispraxia e
disgnomia);

EXPRESSIVAS, Compreendem a Paralisia cerebral, as Deficiências física/motora e, de


MOTORAS E comunicação;
VERBAIS
Agrupa as deficiências emocionais e multideficiências, caracterizadas por
SÓCIO- reações agressivas indiscriminadas; hiperatividade; dependência; isolamento;
EMOCIONAIS hiperirritabilidade; nível de frustração muito baixo; agitação; condutas
sociopáticas; expressões reativas, neuróticas e psicopáticas; autismo;
fragmentações do Eu; ansiedade; fantasmização exagerada; bloqueio relacional,
objetal e social etc.
Padronização Semântica do Conceito de NEE
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Deficiências (mental, auditiva, visual, física/ motora e
múltipla);
NECESSIDADES Dificuldades
Acentuadas de Condutas Típicas de Síndromes e Quadros
EDUCACIONAIS psicológicos, neurológicos e psiquiátricos (proble-mas
ESPECIAIS Aprendizagem ou
de conduta);
Limitações
Altas habilidades/Superdotação

Uniformização das NEE


NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
(a) não vinculadas a uma causa orgânica específica;
DIFICULDADES ACENTUADAS DE
APRENDIZAGEM OU LIMITAÇÕES (b) relacionadas a condições, disfunções, limitações ou
deficiências (auditiva, visual, física / motora, mental e múltipla)
(Inciso I);

DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO E
SINALIZAÇÃO demandam a utilização de linguagens e códigos aplicáveis
(Inciso II);

ALTAS HABILIDADES/
grande facilidade de aprendizagem e domínio rápido de
SUPERDOTAÇÃO conceitos, procedimentos e atitudes (Inciso III).
Amparo Legal das Pessoas com Deficiência
CONTEXTO MUNDIAL

ANO PRINCIPAIS LEIS / DOCUMENTOS


Séc.XIII De Praerrogativa Regis, de Eduardo II da Inglaterra
1948 Declaração Universal dos Direitos Humanos
1971 Declaração dos Direitos das Pessoas com Retardo Mental
1975 Resolução XXX/3.447 - Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes
Declaração de Cuenca (Equador) - sobre novas tendências na Educação Especial
1980 Declaração de Sunderberg como resultado da Conferência Mundial sobre as Ações e Estratégias para
Educação, Prevenção e Integração dos Impedidos (Torremolinos)
1985 Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes
1990 Declaração Mundial sobre Educação para Todos - Jomtien (Tailândia)
1992 Declaração de Cartagena de Índias (Colômbia) sobre Políticas Integrais para Pessoas com Deficiências
Conferência Hemisférica de pessoas com deficiências – Agenda para o futuro
1993 Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência
Inclusão Plena e Positiva de Pessoas com Deficiência em Todos os Aspectos da Sociedade
1994 Conferência Mundial sobre NEE: Acesso e Qualidade – Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre NEE
1995 Declaração de Princípios sobre a Tolerância
1996 Normas Uniformes sobre a Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Deficiência
1999 Carta para o Terceiro Milênio
Declaração de Pequim sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência no Novo Século
2000 Declaração de Manchester sobre Educação Inclusiva
2001 Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde (CIF)
2002 Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão
2003 Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência
Complexo de Proteção Legal das Pessoas com Deficiência
CONTEXTO BRASILEIRO
DOCUMENTO PRINCIPAIS LEIS / DOCUMENTOS
Emenda Constitucional n.º 01/69 - artigo 175, § 4º - dispõe sobre a educação de excepcionais;
CONSTI- EC n.º 12/78 - artigo único, incisos I a IV - assegura a melhoria da condição social e econômica dos deficientes;
TUIÇÕES Carta Magna de 1988 - estabelece a regra geral relativa ao princípio da igualdade;
n.º 4.024/61 - antiga LDB;
n.º 5.692/71 - da Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus (artigo 9º), estabelece as bases técnico-pedagógico-administrativas para a
educação especial, com visão tecnicista para o trato da deficiência no contexto escolar;
n.º 7.347/85 - defesa dos direitos trans-individuais, interesses ligados às pessoas com deficiência (art. 1º, inc. IV);
n.º 7.853/89 - dos Direitos das Pessoas Deficientes, dispõe sobre o apoio e a integração social, a tutela jurisdicional e a atuação do MP;
n.º 8.028/90 - altera a lei anterior (n.º 7.853/89);
n.º 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente, reitera os direitos educacionais referentes à pessoa com deficiência (art. 54, III);
n.º 8.112/90 - ou Regime Jurídico Único, artigo 5º, § 2º - proteção ao trabalho e direitos sociais (reserva de vagas em concursos
LEIS públicos);
n.º 8.213/91 - art. 93, a reserva de mercado nas empresas privadas;
n.º 8.899/94 - concedeu passe-livre às pessoas com deficiência, comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo
interestadual;
n.º 9.394/96 - atual LDB (Lei Darcy Ribeiro), define as formas de organização da Educação Especial (Cap. V, art. 60);
n.º 10.098/00 - estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade dos deficientes ou de mobilidade reduzida
(eliminação das barreiras arquitetônicas);
n.º 10.172/01 - aprova o Plano Nacional de Educação, enfocando a Educação Especial (item 8 do Cap. III);
n.º 13.005/14 - aprova o Plano Nacional de Educação, enfocando a Educação Especial (artigos);
nº 13.146/15 - institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, (antigo Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Imperial nº 1.428, criou-se o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (Instituto Benjamim Constant) e, em 1.856, o Instituto dos Surdos-
Mudos (Instituto Nacional dos Surdos-Mudos – INES);
n.º 1.044/69 - explicita o direito dos deficientes à educação;
n.º 72.425/73 - cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP;
DECRETOS
n.º 91.872/85 - traça política de ação para aprimorar a educação especial e integração social dos deficientes;
nº 914/93 - institui a política nacional para a integração da pessoa deficiente;
n.º 3.076/99 - cria o CONADE (Conselho Nacional dos Direitos do Deficiente), órgão fiscalizador e propositor do atendimento;
n.º 3.298/99 - detalha as ações e diretrizes, regulamenta a Política Nacional e consolida as normas de proteção alusivas ao deficiente;
n.º 3.956/01 - ratifica a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra os Deficientes;
CONTEXTO BRASILEIRO
DOCUMENTO PRINCIPAIS LEIS / DOCUMENTOS
CFE n.º 252/69 - referenda a educação do deficiente como direito;
PARECERES CFE n.º 848/72 - implementa técnicas e serviços especializados para atender o alunado excepcional;
CNE/CEB n.º 17/01 - recomendações e orientações básicas para a organização do trabalho pedagógico do alunado
com NEE;
MEC/MPAS n.º 186/78 - define e delimita a clientela a ser atendida pela Educação Especial;
MEC n.º 69/86 - expede normas para prestação de apoio técnico e/ou financeiro à Educação Especial nos sistemas
público e privado;
PORTARIAS MEC n.º 1.793/94 - recomenda a inclusão de conteúdos e disciplina de Educação Especial nos cursos de formação
de docentes;
MEC n.º 319/99 - adota a política de diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema
Braile;
MEC n.º 1.679/99 - prescreve os requisitos de acessibilidade para os deficientes (Art. 2º, § único, alíneas a, b, c);
CFE n.º 02/81 - dilata o prazo de conclusão da graduação para os alunos com deficiência;
RESOLUÇÕES CNE/CEB n.º 02/01 - institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica;
Circular MEC/GM n.º 277/96 - fixa estratégias para o acesso das pessoas com NEE nas Instituições de Ensino
AVISOS
Superior (IES);
Campanhas educativas do MEC, sob os auspícios da educação sanitária, nos anos 50;
Plano Nacional de Educação Especial (PLANESP) estabelece diretrizes para esta modalidade educacional (1.979);
Criação do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), órgão deliberativo da
política de promoção e defesa;
OUTROS
Adaptações Curriculares em Ação no âmbito dos PCN - diretriz pedagógica Educação na Diversidade (1.998);
Direito à Educação - Necessidades Educacionais Especiais: Subsídios para Atuação do Ministério Público,
Orientações Gerais e Marcos Legais (2.001);
Programa ‘Toda Criança na Escola’ - preconiza a universalização do atendimento educacional com qualidade,
reforça a importância da inserção de todos, propondo algumas ações que favorecem a inclusão;
Estatuto do Deficiente - condensação e consolidação de inúmeras leis e documentos (2.003).
Dispositivos Protetivos na Constituição de 1988
A PROTEÇÃO AOS DEFICIENTES NA CONSTITUIÇÃO
art. 5º, “caput” - Estabelece a regra geral relativa ao princípio da igualdade;
- A competência comum da União, Estados e Municípios para cuidar da saúde e assistência
art. 23, inciso II pública, da proteção e garantia das pessoas com deficiência;
- A competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para legislar
art. 24, inciso XIV sobre a proteção e integração do deficiente;
- A proteção ao trabalho, integrado nos direitos sociais, proibindo quaisquer formas de
art. 7º, inc. XXXI discriminação no tocante ao salário e critérios de admissão da pessoa com deficiência;
art. 37, inciso VIII - a reserva percentual de vagas para cargos públicos;
art. 129, inciso III - a defesa de interesses ligados às pessoas com deficiência;
art. 203, “caput” - A assistência social aos menos favorecidos;
art. 203, inciso IV - A habilitação e a reabilitação dos deficientes à vida comunitária;
art. 203, inciso V - O benefício previdenciário de um salário mínimo mensal para provimento familiar;

art. 205 - A Educação como direito de todos;


art. 206, inciso I - Iguala as condições para o acesso e permanência na escola;
- A educação como dever do Estado, assegurando-lhes atendimento especializado,
art. 208, inciso III preferencialmente na rede regular de ensino;
- A eliminação das barreiras arquitetônicas, adaptação de logradouros públicos, edifícios,
Artigo 244 veículos e transportes coletivos a fim de lhes garantir o direito constitucional de ir e vir;
- Programas de assistência (prevenção e atendimento especializado), integração social
Artigo 227, inc. II, §§ (treinamento para o trabalho e a convivência), o acesso aos bens e aos serviços além da
1º e 2º eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
A Educação no ECA

A EDUCAÇÃO NO ECA
ARTIGOS TEXTOS
Art. 3º - gozo dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana;
Art. 4º - dever da família e do estado pela educação dos filhos;
Art. 5º - proibição de negligência, discriminação, exploração, violência e
opressão de crianças;
- acesso universal e igualitário com atendimento especializado aos
Art. 11, § 1º
deficientes;
Art. 53, Inciso I - igualdade de condições para acesso e permanência;
- atendimento educacional especializado aos deficientes
Art. 54, Inc. III preferencialmente na rede regular de ensino;
Art. 86 - política de atendimento;
Art. 87, - linhas básicas de ação da política de atendimento e proteção integral.
Incisos I a V
Avanços Sociais e Jurídicos do ECA
AVANÇOS DO ECA
a criança e o adolescente se constituem sujeitos de direitos
MUDANÇA DE exigíveis com base na lei e não meros objetos de
CONTEÚDO: intervenção social e jurídica e pessoas em condição
peculiar de desenvolvimento, detentora de todos os
direitos;
superação da visão assistencialista e paternalista mediante
MUDANÇA DE garantias processuais, ou seja, os direitos são exigíveis
MÉTODO: com base na lei pelo seu não atendimento ou atendimento
irregular;
a política de atendimento dos direitos da criança e do
MUDANÇA DE adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de
GESTÃO: ações governamentais e não governamentais, ou melhor,
dos três níveis de governo (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios) e da sociedade civil organizada
(ECA, art. 86).
A Educação Especial na LDB
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA LDB
ARTIGOS TEXTOS
Artigo 2º - assegura o direito à educação e o dever de educar; reitera o
dever da família e do estado pela educação dos filhos;
Artigo 4º, - garante atendimento educacional especializado e gratuito aos
Inciso III deficientes, preferencialmente, na rede regular de ensino;
Artigo 4º, - afiança os serviços de apoio para atendimento das
Inciso III, § peculiaridades da clientela especial no sistema regular;

- define-a como modalidade de educação escolar, oferecida
Artigo 58 preferencialmente na rede regular de ensino, nos diferentes
níveis, para educandos com necessidades especiais;
Artigo 59, - defende currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e
Inciso I organização específicos para os Sistemas de Ensino;
Artigo 60 - confere apoio técnico e financeiro às instituições privadas que
prestam serviços a esta clientela.
Formas de Atuação do Ministério Público junto
à Pessoa com Deficiência
Atuação do Ministério Público junto à Pessoa com Deficiência
TIPOS PROPOSTAS
Inclusão - garantia do trabalho ao deficiente com habilitação e
Econômica reabilitação;
Inclusão - plena integração na sociedade, inclusive na área da
Social cultura e lazer;
Inclusão - na rede comum de ensino em todos os seus graus
Educacional (escola inclusiva);

Inclusão - queda/eliminação das barreiras arquitetônicas;


Ambiental
Inclusão na - um trabalho de prevenção, reabilitação e acesso de
Saúde atenção a saúde.
• Inclusão
• Integração
• Institucionalização
Paradigmas da Inclusão Escolar
Modelos Teóricos e suas Implicações
MODELOS TEÓRICOS E SUAS IMPLICAÇÕES
PARADIGMAS
DE SERVIÇOS OU DE SUPORTES OU
INSTITUCIONALIZAÇÃO
INTEGRAÇÃO INCLUSÃO
- Modelo protetivo, caritativo e - Modelo médico-clínico da - Modelo social da deficiência;
assistencial da deficiência; deficiência; - Natureza sócio-político-
- Problema teológico e moral; - Desvio biológico; econômica - Construto social;
- Leitura organicista da - Ideologia da Normalização - Transformação sócio-jurídica de
deficiência; - integração; direitos – ético-moral;
- Segregação ou Confinamento - Inserção no convívio social - Movimento de inclusão social
legitimado ao invés de pelo deslocamento do foco, (deficiente-sociedade) baseado no
tratamento, em Instituições da atuação e da intervenção princípio da igualdade, no respeito
(apartheid social); oportunizando a interação em à diversidade (diferenças), na
- Obra Asylums, de Erving Escolas Especiais, Entidades alteridade e na tolerância;
Goffman, revela a inadequação Assistenciais ou Centros de - A noção de inclusão não é
e práticas irrealistas e Reabilitação; incompatível com a de integração,
inconsistentes no contexto - Críticas à integração porque porém institui a inserção de uma
institucional bem como a prevê serviços segregados forma mais radical, completa e
ineficiência de sua proposta. que não ensejam o alcance da sistemática.
normalização, a reabilitação
ou a inclusão total.
Distinção entre Inclusão e Integração
INCLUSÃO INTEGRAÇÃO
- o modelo social da deficiência; - o modelo médico / clínico da deficiência;
- enfoque competencial e autônomo; - enfoque terapêutico e dependente;
- a inserção é total e incondicional (crianças com deficiência não - a inserção é parcial e condicional ou seletivo (crianças "se preparam"
precisam "se preparar" para ir à escola regular); em escolas ou classes especiais para estar em escolas ou classes
regulares);
- exige rupturas nos sistemas; - pede concessões aos sistemas;
- mudanças que beneficiam toda e qualquer pessoa (não se sabe - mudanças visando prioritariamente a pessoas com deficiência (consolida
quem "ganha" mais; TODAS ganham); a ideia de que elas "ganham" mais);

- exige transformações profundas; - contenta-se com transformações superficiais;


- sociedade se adapta para atender às necessidades das pessoas - pessoas com deficiência se adaptam às necessidades dos modelos que
com deficiência e, com isso, se torna mais atenta às necessidades já existem na sociedade, que faz apenas ajustes;
de TODOS;

- defende o direito de TODAS as pessoas, com e sem deficiência; - defende o direito de pessoas com deficiência;

- traz para dentro dos sistemas os grupos de "excluídos" e, - insere nos sistemas os grupos de "excluídos que provarem estar aptos"
paralelamente, transforma esses sistemas para que se tornem de (sob este aspecto, as cotas podem ser questionadas como promotoras da
qualidade para TODOS; inclusão);

- o adjetivo inclusivo é usado quando se busca qualidade para - o adjetivo integrador é usado quando se busca qualidade nas estruturas
TODAS as pessoas com e sem deficiência (escola inclusiva, que atendem apenas as pessoas com deficiência consideradas aptas
trabalho inclusivo, lazer inclusivo etc.); (escola integradora, empresa integradora etc.);

- valoriza a individualidade de pessoas com deficiência (pessoas - como reflexo de um pensamento integrador podemos citar a tendência a
com deficiência podem ou não ser bons funcionários; podem ou tratar pessoas com deficiência como um bloco homogêneo (exemplo:
não ser carinhosos etc.); cegos são excelentes massagistas);

- não quer disfarçar as limitações, porque elas são reais; - tende a disfarçar as limitações para aumentar a possibilidade de
inserção;
- não se caracteriza apenas pela presença de pessoas com e sem - a presença de pessoas com e sem deficiência no mesmo ambiente tende
deficiência em um mesmo ambiente. a ser suficiente para o uso do adjetivo integrador.
Princípios da Política Nacional de Educação Inclusiva

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA


- o direito do aluno a uma educação de qualidade, igualitária e centrada no
respeito à diversidade humana;
- o direito à matrícula em classes ou turmas das unidades escolares, de
qualquer modalidade de ensino;
- a necessidade de se garantir atendimento a diferentes características, ritmos
e estilos de aprendizagem dos alunos [com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação], público-alvo da
Educação Especial;
- a importância de se assegurar aos alunos da Educação Especial, o
Atendimento Pedagógico Especializado (APE) adequado às especificidades,
com condições de acesso e apoio à aprendizagem, bem como à sua
continuidade;
- o atendimento educacional em classes, escolas ou serviços especializados
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível
sua integração nas classes comuns do ensino regular.
Ambientes de AEE às crianças com NEE
Ambientes de Atendimento Educacional às crianças com NEE
MODELOS CONCEITOS
- ambiente educativo onde a criança deficiente assiste à aula trabalhando diretamente com seus
Sala de Aula colegas não deficientes e a um professor itinerante vai à escola para instruí-la em habilidades
Regular ou Comum especiais, o que constitui o ensino inclusivo;

- ambiente dotado de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos, visando ao desenvolvimento


Sala de Recursos de habilidades gerais e/ou específicas, mediante ações de apoio, complementação ou
suplementação pedagógica em que a criança ainda está na sala de aula regular, ficando mais tempo
em outra sala, projetada especificamente para a instrução especial. Normalmente, há várias
crianças que trabalham nesta sala de recursos, em diferentes momentos do dia;

- sala de aula de escola regular preferencialmente nos ensinos infantil e fundamental, sem seriação, em
Sala ou Classe Especial caráter de excepcionalidade, organizada em ambiente próprio e adequada ao processo ensino-aprendizagem
do aluno com NEE, por meio de mecanismos facilitadores, política pedagógica, recursos individualizados e um
professor especialista, com apoio permanente/pervasivo em que a criança estuda a maior parte do dia com
outros deficientes, não necessariamente de um mesmo tipo. Geralmente a criança passa o tempo com
crianças não deficientes no intervalo, no lanche e durante algumas aulas;

- nesse ambiente, a criança frequenta uma classe e escola de deficientes, nem todas com a mesma deficiência.
Escola Especial O professor pode ou não ser especializado, dado que a criança receberá os serviços de um professor itinerante
para deficientes;
- neste caso, a criança fica numa escola especializada para deficientes com a presença de professores e outros
Escola especialistas, podendo viver na escola a semana inteira ou se morar perto, indo e voltando da escola,
Especializada diariamente.

Observação: Saliente-se que a criança pode entrar e sair de quaisquer desses lugares, a qualquer momento específico, dependendo de
suas necessidades educacionais. É importante que sejam dados toda a educação e os serviços especiais de que a criança precisa, e que
os receba no ambiente o mais adequado possível. Por sua vez, o docente ou professor especializado que atuar no Atendimento
Pedagógico Especializado – APE deverá ter formação pertinente na área da NEE, responsabilizando-se pelo atendimento ao aluno da
Educação Especial.
Tipos de Atendimento Educacional Especializado
(AEE)
Tipos de Atendimento Educacional Especializado (AEE)
TIPOS CONCEITOS
- AEE realizado preferencialmente na rede regular de ensino ou,
Apoio extraordinariamente, em outros centros especializados para viabilizar o acesso e
Pedagógico a permanência, com qualidade, dos alunos com NEE na escola. Constitui-se de
Especializado atividades e recursos como: ensino e interpretação de Libras, sistema Braille,
comunicação alternativa, tecnologias assistivas, educação física adaptada,
enriquecimento e aprofundamento curricular, oficinas pedagógicas, entre outros;
Apoio - alternativa de AEE, ministrado a alunos com NEE, temporárias ou permanentes, em
Pedagógico razão de tratamento de saúde, que implique permanência prolongada em domicílio e
Domiciliar impossibilite-os de frequentar a escola;
- alternativa de AEE, ministrado a alunos com NEE, temporárias ou permanentes, em
Classe Hospitalar razão de tratamento de saúde, que implique prolongada internação hospitalar e
impossibilite-os de frequentar a escola;
- AEE a crianças com NEE, do nascimento até os três anos de idade, caracterizado pelo
Estimulação emprego de estratégias de estimulação para os desenvolvimentos físico, sensório-
Precoce perceptivo, motor, sócio-afetivo, cognitivo e da linguagem;
- espaço destinado à realização de apoio pedagógico, conduzido por professor
Sala de Apoio especializado, que suplemente e/ou complemente o AEE realizado em classes comuns da
Pedagógico / rede regular de ensino. Realiza-se em escolas e locais dotados de recursos pedagógicos
Sala de adequados às NEE dos alunos, por meio de atendimento individual em pequenos grupos,
Recursos em horário diferente (oposto) daquele em que se realiza a escolarização.
Possíveis Tipos de Encaminhamentos dos alunos
com deficiência às Escolas

(a) os que são dirigidos unicamente ao ensino especial;


(b) os que implicam uma inserção parcial, ou seja, a integração de
alunos nas salas de aula do ensino regular, quando estão
preparados e aptos para estudar com seus colegas do ensino geral
TIPOS

e sempre com um acompanhamento direto ou indireto do ensino


especial;
(c) os que indicam a inclusão dos alunos com deficiência nas salas
de aula do ensino regular, sem distinções e/ou condições,
transformando as escolas para atender às necessidades de todos.
Pressupostos para o Processo de Inclusão

PRESSUPOSTOS PARA A INCLUSÃO


(a) todos somos diferentes uns dos outros: aspecto central da
diversidade social;
(b) todos são iguais perante a lei: não há diferença que faça de alguém
um cidadão de menor valia;
(c) a pessoa com deficiência é cidadã como qualquer outra
pessoa, com direitos, independentemente do tipo e grau de
comprometimento;
(d) para tal, a sociedade precisa se reajustar de forma a se
tornar acolhedora para todos; e
(e) isso deverá ocorrer em cada comunidade, em todos os
níveis, em todos os ambientes, em todas as instâncias.
Ações que Favorecem a Inclusão

AÇÕES FAVORECEDORAS DA INCLUSÃO


(a) material de orientação;
(b) flexibilização curricular (adaptações curriculares);
AÇÕES

(c) adequação infraestrutural (instalações);


(d) reorientação na formação do professor;
(e) reorientação às escolas especializadas para apoiar os
programas de inclusão.
Aspectos Organizacionais e Qualitativos da
Inclusão

ASPECTOS ORGANIZACIONAIS E
QUALITATIVOS DA INCLUSÃO
(a) grau de comprometimento das crianças a serem inseridas;
(b) idade cronológica das crianças;
OBSERVAR

(c) n.º de crianças por turma;


(d) preparação dos profissionais de ensino;

(e) atendimento multidisciplinar;


(f) disponibilidade de recursos humanos e materiais;
(g) condições físicas, socioeconômicas e culturais da escola;
(h) visão interdisciplinar do currículo.
Fundamentos para uma Educação Inclusiva
FUNDAMENTOS PARA UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
TIPOS CONCEITOS
- a educação de uma criança deve ser focalizada, pensando-se
Autonomia em sua autonomia pessoal na vida adulta (capacidade de resolver
problemas em situações diárias);
- o objetivo básico é prover oportunidades educativas apropriadas para
Aprendizagem
cada criança, respeitando-se seus modos e ritmos de aprendizagem;
Teoria da Ação
- através da comunicação e da capacidade discursiva das pessoas ocorre
Comunicativa -
a emancipação pessoal e social;
Habermas
Neurologia dos - a neurologia compartilha um modelo teórico em relação à
processos lógicos
aprendizagem, ao desenvolvimento e à educação;
de pensamento -
Luria
Zonas de - a área de desenvolvimento potencial de uma criança é definida pela
desenvolvimento diferença entre o nível de tarefas realizadas com a ajuda dos adultos e o
proximal - que podem desenvolver com uma atividade individual, pois aquilo que
uma criança faz com ajuda, teria condição de fazer sozinha;
Vigotski
Andaimes do - o contexto familiar permite a criação de plataformas de entendimento
entendimento - (andaimes) pelas trocas de experiências entre pais e filhos, essencial
Brunner para o desenvolvimento cognitivo da criança.
Requisitos para uma Escola Inclusiva
REQUISITOS PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA
- adaptar recintos da escola bem como técnicas didáticas e atividades de
aprendizagem;
- revisar a política de contratação e treinamento de professores e funcionários;
- adotar esquemas de apoio com professores de educação especial para os
professores do ensino regular e alunos que apresentem NEE, decorrentes ou
não da deficiência;
- capacitar seu quadro de pessoal a respeito de abordagens inclusivas para
REQUISITOS

acomodar a diversidade humana em seus ambientes;


- proporcionar, no espaço e no tempo escolares, um conhecimento para todos,
quaisquer que sejam suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,
linguísticas ou possibilidades relacionais;
- repensar o modo de funcionamento institucional, desenvolvendo uma
pedagogia centrada no aluno, capaz de acomodar e educar com sucesso todos
os alunos, baseado na lógica da inclusão, na reformulação de políticas públicas e
na implementação de projetos educacionais inclusivos;

- oportunizar currículos adaptados às necessidades, interesses e capacidades


dos alunos, acompanhando o progresso de cada um e revendo os
procedimentos de avaliação.
Componentes da Escola Inclusiva
COMPONENTES DA ESCOLA INCLUSIVA
TIPOS CONCEITOS
- Quando os alunos deficientes frequentam classes comuns com colegas não
(a) Classes deficientes da mesma faixa etária estamos assegurando o princípio inclusivo dando-
comuns lhes a oportunidade de aprenderem uns sobre os outros, reduzindo o estigma
experienciado por aqueles que estavam separados anteriormente;
(b) Escola da - Os alunos frequentam uma escola comum na vizinhança ou aquela que a família escolheu
em particular;
vizinhança
- Nas escolas inclusivas, o professor tem a responsabilidade de ensinar a todos os alunos, com
(c) Professor da turma ou sem deficiência, assegurando que o aluno deficiente seja um membro integrante e
toda valorizado da sala de aula;
- Na Educação inclusiva os alunos com deficiência são ensinados no mesmo contexto
(d) Currículo curricular e instrucional que os demais colegas de sala de aula, com materiais curriculares
adequadamente comuns e adaptados, somente até o nível necessário para satisfazer as necessidades de
aprendizagem de qualquer aluno;
adaptado
(e) Métodos - São aplicáveis às classes atuais, marcadas pela diversidade humana, os seguintes métodos:
instrução multinível, a comunicação total, a aprendizagem por cooperação e baseada em
instrucionais
atividades;
diversificados
(f) Colaboração entre - Para uma maior colaboração e apoio mútuo entre professores e a equipe multiprofissional, a
professores e outros tendência é oferecer ajuda na própria sala de aula ao invés de retirar os alunos, beneficiando
profissionais a prática educativa em geral e a educação inclusiva em particular;

- Os relacionamentos e as interações sociais são peças importantes da educação inclusiva.


(g) Inclusão do aluno Assim, os alunos com deficiência também precisam participar da vida social da escola, como
na vida social da os demais alunos ‘normais’, conduzindo, ajudando e trabalhando no gerenciamento de
escola equipes da escola.
Características da Educação Inclusiva
CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
TIPOS CONCEITOS
- Filosofia e visão de que todas as crianças pertencem à escola e à comunidade e de que podem aprender juntos.
(a) Direcionamento para a O processo educativo é entendido como um processo social em que todas as crianças têm o direito à
comunidade ou Senso de escolarização o mais próximo possível daquele que acontece com o chamado aluno normal visando à integração
pertencer da criança na comunidade;
- É uma escola líder em relação às demais, apresentando-se como a vanguarda do processo educacional que envolve
(b) Liderança e Vanguarda ativamente toda a escola no provimento de estratégias e atua através de todos os seus escalões para possibilitar a integração
das crianças à comunidade que dela fazem parte;

(c) Padrão de excelência - Os altos resultados educacionais refletem as necessidades individuais dos alunos;
(d) Infraestrutura de - Gradativamente a escola irá criando uma rede de suporte para superação de suas maiores dificuldades;
serviços
- Há um privilegiamento das relações sociais entre todos os participantes da escola, visando à criação de uma rede de
(e) Colaboração e autoajuda e um envolvimento de alunos em estratégias de apoio mútuo (ensino de iguais, sistema de companheiro,
Cooperação aprendizado cooperativo, ensino em equipe, coensino, equipe de assistência aluno-professor etc.);

- Como todo o pessoal da escola faz parte do processo, a escola muda os papéis tradicionais dos profissionais e da sua equipe
(f) Novos papéis e técnica; os professores tornam-se mais próximos dos alunos, falando menos e assessorando mais, atuando em conjunto com a
responsabilidades equipe multidisciplinar nas salas de aula, na captação das suas dificuldades e, a equipe dá suporte aos professores da classe
comum, essencial para o bom andamento do processo de ensino-aprendizagem;

(g) Parceria com a família - Os pais são parceiros essenciais na educação de seus filhos e no processo de inclusão da criança na escola;
- Todos os ambientes físicos são tornados acessíveis ou facilitados aos indivíduos com deficiência e, quando necessário, é
(h) Acessibilidade oferecida tecnologia assistiva;
- Os ambientes educacionais têm que visar o processo de ensino-aprendizagem do aluno. Espera-se que os alunos se
(i) Ambientes flexíveis de promovam de acordo com o estilo e ritmo individual de aprendizagem e não de uma única maneira para todos. Nesse caso, é a
aprendizagem escola que se adapta ao aluno e não o inverso;

- As modificações na escola deverão ser introduzidas a partir das discussões com a equipe técnica, os alunos, pais e
(j) Estratégias baseadas professores. São elas: adaptação curricular, aprendizado cooperativo, ensino de iguais, instrução direta, ensino recíproco,
em pesquisas treinamento em habilidades sociais, instrução assistida por computador, treinamento em habilidades de estudar etc.;

- Os critérios de avaliação antigos deverão ser mudados para atender às necessidades específicas dos alunos. A escola usa
(k) Novas formas de novas formas para avaliar o progresso de cada aluno rumo aos respectivos objetivos, dependendo cada vez menos de testes
avaliação padronizados;

(l) Desenvolvimento - São oferecidos aos professores cursos de aperfeiçoamento contínuo visando a melhoria de seus conhecimentos e habilidades
profissional continuado para melhor educar seus alunos.
Organograma da Inclusão

INCLUSÃO

ESCOLA ALUNO

FAMÍLIA

Direção Suporte Deficiente


Pais Irmãos

Professores
Modelo de Avaliação para pessoas com NEE:

Nível I Avaliação preliminar: considerar adaptações


Identificação
curriculares e mudanças ambientais

Avaliação compreensiva: determinação


das áreas fortes e fracas da criança:
Nível II
elaboração do Plano de Ensino Avaliação
Individualizado (PEI)

Elaboração do
Programa de
Nível III Intervenção
Individualizado PII, Intervenção
Reavaliação do aluno

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