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Inclusão

Reflexão sobre as diferenças


Todos são capazes de aprender?
“Aprender é guardar, conservar em nós sem
violentar. É desdizer o próprio discurso, mesmo o dito
científico, acabado de construir para partir, de novo,
numa espiral interminável que nos conduz a outras
buscas, aquisições e descobertas. Aprender é o
resultado da atividade e da experiência que fica de
conhecer e meta-conhecer, comunicar que se
transforma em aprender, meta-aprender, partilhar, em
linguagem, emoção, cultura”.

(Tavares, 1998)
Se o ALUNO não aprende como EU ensino…

Será que EU (professor) sou capaz de ensinar como


ELE aprende?
MOMENTOS HISTÓRICOS

Exclusão – anterior ao Século XX;

Segregação – década de 1950;

Integração – década de 1970 / 1980

Inclusão – década de 1990


1990 1994 Decreto
1948 3.956
Promulga a
Constituição Convenção
1999
Federal da
Estatuto da
Guatemala
Criança e do 2001
Adolescente

Declaração
Universal dos 1990 Convenção 2001
Direitos 1988
da
Humanos Conferência Guatemala
Mundial sobre Resolução no. 2
Educação para Declaração Diretrizes da
Todos - de Educação
Salamanca Especial na
Jomtien
Educação
Básica
FUNDAMENTOS LEGAIS
Decreto Criação da SRM
Legislativo Redimensiona o
2006
186 2008 Atendimento 2009
Ratifica a Educacional
Convenção Especializado

Resolução no. 4
Política Nacional Diretrizes
de Educação Operacionais
Convenção Especial na para o
sobre os perspectiva da Atendimento
direitos das Educação Educacional
pessoas com Inclusiva Especializado na
2008
deficiência 2008 Educação Básica

FUNDAMENTOS LEGAIS
O número de pessoas com deficiência no Brasil é pouco
conhecido. Segundo dados preliminares do censo 2010,
mais de 45 milhões de brasileiros têm alguma
deficiência sensorial, motora ou intelectual – quase um
quarto da população do país.
Aspectos que
• Perfil cognitivo
influenciam a • Desenvolvimento da linguagem
aprendizagem • Características pessoais
• Relação com a cultura
de alunos com • Situação de aprendizagem
deficiência
• Dificuldades psicomotoras;
• Comprometimentos nos
mecanismos de aprendizagem:
atenção, memoria, transferência,
metacognição.;
Aspectos que • Dificuldade de integralizar
dificultam a conhecimentos novos;
• Problemas afetivos emocionais;
aprendizagem • Baixa estimulação;
de alunos com • Dificuldades de operar no nível
das representações;
deficiência • Falta de apoios adequados as
necessidades especificas, como
recursos adaptados;
• Falta de apoio complementar à
escolarização: AEE
Critérios iniciais para a aprendizagem das pessoas com
deficiência no nível funcional

• Considerar a importância da deficiência


• Identificar as necessidades especificas do aluno
• Identificar os potenciais
DEFICIÊNCIA VISUAL

Baixa visão: Apresenta acuidade visual (aquilo que se enxerga a


determinada distância) inferior a 30% no melhor olho, ou seja,
corresponde à acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no olho de menor
visão e com a melhor correção óptica.

A cegueira caracteriza-se com a falta total da visão necessitando de


recursos adaptados específicos, além do Sistema Braille (sistema de
escrita por pontos em relevo) para a leitura e a escrita.

São deficiências que requerem a utilização de estratégias e de


recursos específicos, de acessibilidades adequados a cada
necessidade.
DEFICIÊNCIA VISUAL

Pedagogicamente, entretanto, delimita-se como cego aquele que,


mesmo possuindo baixa visão necessita de instrução em Braille ou
por softwares de leitura de textos;
Como possuidor de baixa visão aquele que lê tipos impressos
ampliados ou com o auxílio de potentes recursos ópticos.

CIF - Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e


Saúde.
DEFICIÊNCIA FÍSICA / PARALISIA CEREBRAL - PC

Diz respeito à alteração total ou parcial de um ou mais segmentos


do corpo, acarretando comprometimento da física (BRASIL, 2004).

Afetam a pessoa em termos de mobilidade, de coordenação motora


geral ou da fala, como decorrência de lesões neurológicas,
neuromusculares e ortopédicas, ou, ainda, de mal formações
congênitas ou adquiridas.

Devido a diversidade de caracterizações as pessoas com esta


deficiência podem necessitar de recursos de mobilidade, adequação
postural e comunicação alternativa.

A PC caracteriza-se por limitações motoras e de comunicação


(linguagem).
DEFICIÊNCIA AUDITIVA / SURDEZ

Considera-se atualmente que a deficiência auditiva é a perda parcial


da audição em um dos canais auditivos ou nos dois.

A surdez é considerada com a perda total da audição em ambos


ouvidos.

De acordo com o Decreto 5.626, de 5 de dezembro de 2005, as


pessoas com surdez têm direito a uma educação que garanta a sua
formação, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua
Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, constituam
línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma
simultânea no ambiente escolar, colaborando para o
desenvolvimento de todo o processo educativo.

Necessidades especificas: ambientes bilíngues, uso de imagens,


comunicação (Libras), Sala de recursos/AEE em três momentos
didáticos: de Libras, em libras, em Língua Portuguesa.
Deficiência Intelectual

Caracteriza-se por um funcionamento intelectual geral significativo


abaixo da média, com limitações associadas a duas ou mais áreas da
conduta adaptativa ou da capacidade da pessoa em responder
adequadamente às demandas da sociedade, nos seguintes aspectos:
comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, autonomia,
desempenho escolar satisfatório, saúde, segurança, lazer e trabalho.

Demonstra lentidão no desenvolvimento do raciocínio, na memória


de curto prazo, na atenção e em organizar estratégias adequadas
para resolver situações problema.

Prática pedagógica: Investimento na cognição, funções mentais,


mecanismos de aprendizagem.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes


síndromes marcadas por perturbações do desenvolvimento
neurológico com três características fundamentais, que podem
manifestar-se em conjunto ou isoladamente.

São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da


linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos,
dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e
repetitivo.
Tipos
De acordo com o quadro clinico, o TEA pode ser classificado em:

1) Autismo clássico – o grau de comprometimento pode variar de


muito. De maneira geral, os autistas são voltados para si mesmos,
não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o
ambiente; conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta
de comunicação.
Embora possam entender enunciados simples, têm dificuldade de
compreensão e apreendem apenas o sentido literal das palavras.
Não compreendem metáforas nem o duplo sentido. Nas formas
mais graves, demonstram ausência completa de qualquer contato
interpessoal. São crianças isoladas, que não aprendem a falar, não
olham para as outras pessoas nos olhos, não retribuem sorrisos,
repetem movimentos estereotipados, sem muito significado ou
ficam girando ao redor de si mesmas.
2) Autismo de alto desempenho (Síndrome de Asperger)
Apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa
medida bem reduzida. São verbais e inteligentes. Tão inteligentes
que chegam a ser confundidos com gênios, porque são imbatíveis
nas áreas do conhecimento em que se especializam. Quanto menor
a dificuldade de interação social, mais eles conseguem levar vida
próxima à normal.

3 ) Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação


(DGD-SOE) – são considerados dentro do espectro do autismo
(dificuldade de comunicação e de interação social), mas os sintomas
não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias
específicas do transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais
difícil.

Fonte: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/tea-transtorno-do-espectro-autista-ii /
ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO

Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos


seguintes aspectos isolados ou combinados:

- Capacidade intelectual geral;

- Aptidão acadêmica específica;

- Pensamento criativo ou produtivo;

- Capacidade de liderança;

- Talento especial para artes;

- Capacidade psicomotora.
TDAH

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é


um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na
infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua
vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit
de Atenção).

Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes


encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5%
das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi
pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha
o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam
mais brandos.
TIPOS DE TDAH

DESATENTO

IMPULSIVO/HIPERATIVO

COMBINADO
SINTOMAS DE DESATENÇÃO

Deixar de prestar atenção aos detalhes ou cometer erros por


descuido em atividades escolares, de trabalho ou durante outras
atividades;
Ter dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades
lúdicas;
Não escutar quando lhe dirigem a palavra;
Não seguir instruções e não terminar deveres de casa, tarefas
domésticas ou tarefas no local de trabalho;
Ter dificuldade em organizar tarefas e atividades;
Evitar, não gostar, ou relutar em se envolver em tarefas que exijam
esforço mental prolongado;
Perder objetos necessários às tarefas ou atividades;
Ser facilmente distraído por estímulos externos;
Ser esquecido em relação às atividades cotidianas.
SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE

Remexer ou batucar mãos e pés ou se contorcer na cadeira;


Levantar da cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se
espera que permaneça sentado;
Correr ou subir nas coisas, em situações onde isso é inapropriado;
Ser incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer
calmamente;
Não conseguir, ou ficar desconfortável, em ficar parado por muito
tempo, em restaurantes, reuniões, etc;
Falar demais e ter dificuldade de esperar a sua vez;
Não conseguir aguardar a vez de falar, respondendo uma pergunta
antes que seja terminada ou completando a frase dos outros;
Interrompe ou se intromete em conversas e atividades, tentar
assumir o controle do que os outros estão fazendo ou usar as coisas
dos outros sem pedir.
— “Para uma seleção justa, todos farão o
mesmo teste: por favor, subam naquela
árvore.”

http://www.rodrigoghedin.com.br/blog/helio-schwartsman-o-vestibular-e-as-cotas
É IMPORTANTE OBSERVAR

Se o aluno faz uso de algum medicamento


Quem ensina as atividades escolares em
casa?
Se realiza acompanhamento com outros
profissionais?
Comportamento familiar (aceitação e
consciência)
Escola (segue algum método específico?
Comportamento da criança (em sala e em
casa nas atividades)
É IMPORTANTE OBSERVAR

Resistência na realização das atividades em


casa?
Realiza algum tratamento fora da escola
(psicólogo, fonoaudiólogo,
psicopedagogo, esportes, música, etc)?
Exames realizados (trazer para escola ou
consultório)
Necessita de algum encaminhamento?
Atividades complementares para casa?
Material diferenciado?
PLANEJAMENTO DAS ESTRATÉGIAS

- Que seja algo de utilidade diária que a criança precise aprender


- Que corresponda as etapas evolutivas imediatas ou próximas, não
as que deverá adquirir mais tarde, dentro de um ano ou vários
meses
- Que as condutas prévias na qual se apoia o novo aprendizado já
tenham sido adquiridas pela criança
SUPERARANDO AS DIFICULDADES
Ensinar o aluno a fazer de apontamentos, elaborar sínteses e esquemas e
registro de palavras-chave.

Pedir ao aluno que repita as instruções dadas pelo professor, antes de iniciar
a tarefa.

Pedir ao aluno para sublinhar informações importante e os conceitos a


serem aprendidos.

Intensificar a prática (exercícios práticos) e fazer revisões dos conteúdos de


diversas formas.

Pedir ao aluno para registrar por escrito todos os trabalhos solicitados, de


preferência numa agenda ou num bloco de notas específico e comum a
todas as disciplinas.

Recorrer a listas de verificação.

Permitir o uso de ferramentas de apoio, tais como tabelas e quadros de


multiplicar, dispositivos de verificação da ortografia, glossários temáticos,
dicionários, sínteses gramaticais, entre outros.
A pintora Tarsila do Amaral expressa o mundo do trabalho: um grande
número de rostos colocados lado a lado, todos sérios; nenhum sorriso,
pois a preocupação não deixa lugar para a alegria. São pessoas que nos
olham fixamente como a nos lembrar que é duro o trabalho nas fábricas,
presentes na obra sob a forma de um prédio austero e chaminés
cinzentas. A obra é um raro exemplo da etnia brasileira. Por isso foi
escolhida para representar os museus frente ao diálogo intercultural, do
pluralismo de ideias, do desenvolvimento humano e do respeito à
diversidade.

O quadro Operários foi pintado em um momento em que Tarsila esteve


ligada politicamente ao comunismo. No início dos anos 30 Tarsila esteve
na União Soviética e participou de reuniões do Partido Comunista
Brasileiro. Nesta época, a política e a temática do trabalho fizeram-se
presentes em duas de suas obras: Operários e Segunda Classe (1933).

Fonte: http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-
amaral.html
• http://www.abcdislexia.com.br/perguntas-frequentes.htm

• http://www.appdae.net/index.html

• http://www.plenamente.com.br/index.php
Mais importante do que
diferenciar teoricamente
a terminologia
dificuldade ou distúrbio
de aprendizagem e seus
significados é investigar
as causas e redefinir o
papel do educador.
Vanessa Costa
Consultor Pedagógico

vanessacosta@aridesa.com.br
(85) 99928-0384
www.portalsas.com.br

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