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DIRETRIZES QUE TORNA

OBRIGATORIEDADE DE
C

CUIDADOR PARA ALUNOS


COM DEFICIÊNCIA

Professor Rodrigo Mota


Confira a íntegra das principais leis sobre a Educação para
crianças com necessidades educacionais educacionais especiais
Constituição de 1988 (consultar o artigo 208)

Lei 7.853, de 1989 – Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social

Declaração Mundial de Educação para Todos, de 1990

Estatuto da Criança e do adolescente, de 1990

Lei nº 10.098/94 – Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências

Íntegra da Declaração de Salamanca, de 1994, sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades
educacionais especiais

Capítulo da LDB sobre a Educação Especial, de 1996

Portaria nº 319/99 – Institui no Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de Educação Especial/SEESP a


Comissão Brasileira do Braille, de caráter permanente

Decreto nº. 3.298, de 1999 – Regulamenta a Lei no 7.853, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência
Portaria nº 554/00 – Aprova o Regulamento Interno da Comissão Brasileira do Braille

Decreto nº 3.691/00 – Regulamenta a Lei nº 8.899/96

Resolução nº 2 – Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica

Lei nº 10.172, de 2001 – Aprova o Plano Nacional de Educação que estabelece vinte e oito objetivos e metas para
a Educação das pessoas com necessidades educacionais especiais

Íntegra do Decreto nº 3.956, de 2001– Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (Convenção da Guatemala)

Resolução do Conselho Nacional de Educação nº1/2002– Define que as universidades devem prever em sua
organização curricular formação dos professores voltada para a atenção à diversidade e que contemple
conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais

Lei nº 10.436/02 – Reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão
Portaria nº 2.678/02 – Aprova diretriz e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino,
compreendendo o projeto da Grafia Braile para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território nacional

Portaria nº 3.284/03 – Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para instruir os processos de autorização e de
reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições

Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, de 2004 – O Ministério Público Federal divulga o
documento com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão

Decreto nº 5.296/04 – Regulamenta as leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas e critérios para a promoção da acessibilidade às
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (implementação do Programa Brasil Acessível)

Decreto nº 5.154, de 2004 – Regulamenta Lei 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional

Decreto nº 5.626/05 – Dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e
tradutor/intérprete de Libras

Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, de 2008 – Lançado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, pelo Ministério da Educação,
pelo Ministério da Justiça e pela UNESCO. Objetiva, dentre as suas ações, fomentar, no currículo da Educação Básica, as temáticas relativas às
pessoas com deficiência e desenvolver ações afirmativas que possibilitem inclusão, acesso e permanência na Educação Superior

Portaria nº 976/06 – Critérios de acessibilidade os eventos do MEC


Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) – Traz como eixos a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a
implantação de salas de recursos multifuncionais e a formação docente para o atendimento educacional especializado

Decreto nº 6.094/07 – Estabelece dentre as diretrizes do Compromisso Todos pela Educação a garantia do acesso e
permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão
educacional nas escolas públicas

Decreto nº 6.094/07 – Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação

Decreto nº 6.214/07 – Regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência

Lei nº 11.788, de 2008 – Sobre a participação de alunos de ensino especial em atividades de estágio

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – Aprovada pela ONU e da qual o Brasil é signatário. (Consultar o
artigo 24)

Decreto nº 6.949 – Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Esse decreto dá ao texto da Convenção caráter de norma
constitucional brasileira
Resolução nº 4 CNE/CEB – Institui diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na
Educação Básica, que deve ser oferecido no turno inverso da escolarização, prioritariamente nas salas de recursos
multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular. (Consultar artigo 5)

Decreto nº 7.612, de 2011 – Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver sem
Limite

Decreto nº 7.611, de 2011 – Dispõe sobre o atendimento educacional especializado

Plano Nacional de Educação (PNE) – (Consultar Meta 4)

Lei nº 12.764 – Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista;
e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990

Resolução nº 05/87 – Altera a redação do Art. 1º da Resolução nº 2/81 sobre prazo máximo estabelecido para
conclusão do curso de graduação

Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva


Escolas poderão ser obrigadas a ter cuidador para deficientes- (em 2010)

A Câmara analisa o Projeto de Lei 8014/10, do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que torna
obrigatória a presença de cuidador em escolas, quando necessário, para acompanhar pessoas com
deficiência. O projeto acrescenta um parágrafo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB - Lei 9.394/96).
De acordo essa lei, o ensino especial para alunos com deficiência deverá ser oferecido preferencialmente
na rede regular de ensino. A LDB prevê que esses alunos só serão atendidos em classes, escolas ou
serviços especializados quando, por causa das condições específicas, não for possível a integração nas
classes de ensino regular.
A LDB já prevê a prestação de serviços de apoio especializado na escola regular quando necessário. "O
intuito é justamente tornar explícita no texto da lei a obrigatoriedade da presença de cuidadores quando
as condições do aluno com deficiência assim o recomendarem", afirma Barbosa.
O cuidador, segundo o projeto, acompanhará o estudante de maneira mais individualizada no ambiente
escolar para facilitar sua mobilidade e auxiliar nas necessidades pessoais e na realização de tarefas.
Retomando a Lei nº 9.394/96
O cuidador escolar tem um papel fundamental no
processo de inclusão do estudante com alguma
deficiência física, intelectual e/ou transtorno
específico, pois o auxilia nas atividades de
alimentação, higiene e locomoção e atua em todas as
atividades escolares nas quais se fizer necessária a sua
presença.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (2008) traz vários documentos da década de
1990, que trouxeram avanços para uma educação inclusiva,
como, a saber: Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA
(1990); Declaração Mundial de Educação para todos (1990);
Declaração de Salamanca (1994); Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (1996). Esses documentos legais e
normativos foram essenciais para a mudança no paradigma
educacional, do ponto de vista inclusivo.
A educação inclusiva, considerada como o contexto da atualidade, começou a
dar grandes saltos no início do século XXI, “na contramão da ideia de uma
escola uniformizadora e homogênea, o paradigma da inclusão, busca criar
uma escola baseada na igualdade de direitos e numa sociedade justa e
inclusiva” (SOUSA, 2020, p. 167). Vale ressaltar que, nesta perspectiva de
educação, busca-se de fato a igualdade de direitos, porém a promoção da
equidade de oportunidades. Dessa maneira, a educação inclusiva é garantida
e efetivada a todos, levando em consideração as particularidades de cada
sujeito. “Caso contrário a igualdade de direitos e a equidade de
oportunidades, tampouco a inclusão que tanto se defende, se efetivarão no
cotidiano social e escolar” (ARAÚJO, 2020, p. 226).
O art. 58 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, passa a
vigorar acrescido do seguinte § 4º :
§ 4º Quando necessário para promover o atendimento
educacional na escola regular, e em função das necessidades
específicas do aluno, será assegurado ao educando com
deficiência a presença de cuidador no estabelecimento de
ensino, para atendimento das suas necessidades pessoais.”
SEGUNDO O AUTOR DA LEI
Trata-se de Projeto de Lei de autoria do nobre Deputado Eduardo
Barbosa, altera o art. 58 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de1996,
que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB,
prevendo que, quando necessário para promover o atendimento
educacional na escola regular, e em função das necessidades específicas
do aluno, será assegurada ao educando portador de necessidades
especiais a presença de cuidador no estabelecimento de ensino, para
atendimento das suas necessidades pessoais.
Na Justificação, o Autor argumenta que, muito embora a lei já disponha sobre a
obrigatoriedade, quando necessário, da oferta de serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial (§ 1º
do art. 58 da LDB), esses serviços especializados têm se concretizado na forma das
chamadas Salas de Recursos nas escolas brasileiras e, mais recentemente, no
chamado atendimento Educacional Especializado – AEE que pode ser oferecido em
Salas de Recursos Multifuncionais ou em outras instituições, como escolas
especiais, no turno inverso ao do ensino regular. Entretanto, segundo ainda o Autor,
conforme se caracteriza a deficiência do aluno, para garantir sua inclusão escolar
muitas vezes se faz necessária a presença de um cuidador, ou seja, de uma pessoa
que o acompanhe de forma mais individualizada no ambiente escolar.
Com a Lei Brasileira de Inclusão à Pessoa com
Deficiência (Lei nº 13.146/2015)
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão à Pessoa com Deficiência (Lei nº
13.146/2015), foi (re)apresentada à comunidade escolar o profissional de apoio
escolar, que atuará nas atividades de alimentação, locomoção e higiene do
estudante com deficiência, além de atuar em outras atividades escolares em que
sua presença seja necessária. De modo que, a inserção desse profissional é de
extrema importância para o aprendente e a equipe escolar, mas também é
necessário entender a sua atuação para além da letra da lei. A origem do cuidador
está associada a crianças com deficiências, afirma Lima (2018), e essa correlação
existe devido a determinações de natureza social, política, institucional,
educacional, legal e histórica
Observada a crescente demanda de crianças com deficiência na
escola, foi percebido que o modelo tradicional, diante dessa
perspectiva, estava defasado, necessitavam de medidas de inclusão
para atender a diversidade dos estudantes, e tais modificações
envolviam mais que a estrutura física, como o perfil da equipe
escolar e a quantidade de profissionais atuantes. De acordo com
Lopes (2018), a função dos profissionais de apoio tem sido tema
polêmico e recente no cenário educacional, ainda pouco discutido
em âmbito acadêmico, embora a contratação desse profissional em
alguns municípios já seja real.
A necessidade de mediar a inclusão está relacionada a
atribuições, tais como: cuidados pessoais, locomoção,
alimentação e higiene; visto que, devido à demanda de sala de
aula, o professor não tem condições de assumir essas
responsabilidades. Diante disso, para a execução dessa
atividade, não é requisitada uma formação acadêmica, apenas a
conclusão do ensino médio, na maioria dos casos, e a
participação na formação continuada durante a sua atuação.
Ao passo que, os municípios que solicitam o serviço do cuidador
escolar não estão comprometidos em ofertar a capacitação
direcionada a essa função laboral e nem assumirem
responsabilidade com a formação desse trabalhador. Nesse
sentido, identificar a função do cuidador é importante, pois sua
atuação garante o direito de crianças com alguma deficiência,
promove a equidade e ajustes necessários para o seu
desenvolvimento. Como afirma Silva (2018, p. 32):
A atuação desse profissional está vinculada a inclusão
educacional das crianças. Seus postos de trabalho se
concretizam nas práticas de uma educação inclusiva.
Por meio das práticas educacionais e sua presença é
enfatizada e indispensável no cenário educacional
brasileiro.
O papel do cuidador se remete ao significado da palavra
cuidar, significa querer o bem, estar com o outro, conhecer a
singularidade do outro e ser o suporte para superação de suas
dificuldades e limitações. O cuidar está relacionado à atitude, o
que torna esse ato ainda mais memorável, segundo Boff (1999).
A sensibilidade do cuidador está para além das atividades
destinadas, aplica-se também no processo de autonomia do
sujeito assistido, na estimulação de sua interação com os demais,
além da construção de uma relação de afeto.
Uma das metas do Plano Nacional de Educação (Lei nº
13.005/2014) é universalizar o atendimento para crianças de 04
a 17 anos que apresentam deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou superdotação, de preferência no ensino
regular. Pois bem, com o aumento do número de alunos com
deficiência matriculados em escolas públicas há a necessidade
de dar suporte a esta demanda e o cuidador escolar figura como
o suporte físico neste contexto.

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