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EDUCAÇÃO ESPECIAL

TEMAS PARA CONCURSO DE DOCENTES


EDUCAÇÃO BÁSICA

ANA CLAUDIA MATTOS


Política Nacional para Educação
Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva
“A diferença, a deficiência, o desvio, não suportados no
convívio social, determinam a criação desses espaços
diferenciados que, por sua vez, são estigmatizados
pela própria sociedade que os cria” (Goffman, 1988).

Reflexo da:
- visão social estereotipada em relação à deficiência.
-julgamento qualitativo negativo e desqualificante da
pessoa com deficiência.
- premissas preconceituosas e estigmatizantes.
História da Educação Especial
no Brasil:

Diferentes paradigmas educacionais:


- paradigma médico- assistencialista

- paradigma de serviços

- paradigma de suportes
• Paradigma de Suporte - (a partir da década de 80)-
conceito de inclusão.

- garantir o acesso imediato, irrestrito e contínuo dos


alunos com necessidades especiais a todos os espaços
comuns da escola regular.

- oferta de uma rede de suporte e apoio para auxiliar o


processo de inclusão social e educacional de todos os
alunos.
Distinção Integração e Inclusão
A condição de inclusão se refere a escola
A condição de integração era de
se modificar para atender a qualquer
adaptar a pessoa com deficiência
aluno, ricos e pobres, brancos e
ao sistema escolar existente.
negros, meninos e meninas,
“eficientes” e “deficientes” para que
O aluno com deficiência precisava estes possam estudar juntos.
mostrar que estava preparado para
frequentar a Classe Comum.
A busca se dá pela qualidade da
Educação. Esta escola fica conhecida
A integração do aluno era de como Escola para Todos, ou
responsabilidade da Educação Inclusiva.
Especial.
A Educação Especial atravessa todos os
A Educação Especial se configurava níveis. Ela é responsável pelo AEE. Não é
em um sistema paralelo ao Ensino substitutiva ao Ensino Regular.
Regular
Cenário Educacional – Principais Marcos Legais

Decreto 6.571 Resolução no. 4


Decreto
2006 Legislativo 186 2008
Dispõe sobre o 2009 Diretrizes
Operacionais para
Atendimento
Ratifica a Educacional o Atendimento
Convenção Especializado Educacional
Especializado na
Educação Básica

2007 FoPEI FoPEI 2008 FoPEI

CoNEB CONAE

Política Nacional de
Educação Especial
Convenção na perspectiva da Decreto 2009
sobre os direitos Educação Inclusiva Executivo 6.949
das pessoas com Ratifica a
deficiência 200 Conveção
2008 8
Desloca a ideia da limitação presente na
pessoa para a sua interação com o ambiente,
definindo em seu artigo 1º que:

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

São aquelas que têm impedimentos


de natureza física, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade com as demais
pessoas. (ONU, 2006)
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e a Educação – Artigo 24
Estabelece que os Estados Parte devem assegurar um sistema de
educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a
meta de inclusão plena, adotando medidas para garantir que:

As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema


educacional geral sob alegação de deficiência;

as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino


fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência;

As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino


fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de
condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem.
Perspectivas Educacionais dos Marcos Legais

 Objetivam eliminar a necessidade de escolha e gerar


e/ou aumentar a cooperação entre o ensino comum e o
especializado.

 Não significam o fim da educação especial enquanto


modalidade de ensino nem enquanto campo de
conhecimento.

 Fomentam que a educação especial se organize em


termos do atendimento educacional especializado, e que
esse funcione como um instrumento de apoio e/ou
complementação para construção de autonomia.
Lei nº 9.394/1996, de 20/12/96.
"Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional.

TÍTULO III
DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será


efetivado mediante a garantia de:
Inciso III - atendimento educacional especializado gratuito aos
educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
“paradigma educacional fundamentado
na concepção de direitos humanos, que
conjuga igualdade e diferença como
valores indissociáveis, e que avança em
relação a idéia de equidade formal ao
contextualizar as circunstancias
históricas da produção da exclusão
dentro e fora da escola.” (BRASIL, 2008)
OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Assegurar a inclusão escolar de alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação orientando os sistemas
de ensino para garantir:
 Acesso com participação e aprendizagem no ensino
comum;
 Oferta do atendimento educacional
especializado;
 Continuidade dos estudos e acesso aos níveis mais
elevados de ensino;
Participação da Família e Comunidade;
Promoção da Acessibilidade Universal:
urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e
equipamentos, nos transportes, na
comunicação e informação;
Articulação intersetorial na implementação
das políticas públicas.
Diferencia-se das atividades desenvolvidas na
sala de aula comum, não sendo substitutivo
à escolarização,
mas complementar ou
suplementar.
Assim, esse atendimento deve estar
articulado com as atividades desenvolvidas
no ensino comum, exigindo a reorganização
dos sistemas
QUESTÕES DE CONCURSO:

01.A Educação Especial, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (Lei no 9.394/1996):

(A) É determinada como ensino obrigatório a toda pessoa com deficiência dos
4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, dever do Estado e obrigação de
acompanhamento médico realizado pela família.
(B) Estabelece a garantia de acesso e benefícios igualitários a todos alunos
com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento, matriculados nas
redes públicas e privadas do ensino de responsabilidade municipal.
(C) É definida como modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(D) Organiza seu ensino em classes do ensino regular e supletivo, escolas de
atendimento especializados por deficiência, após avaliação médica e testes
psicológicos de inteligência emocional.
(E) Assegura a todos alunos portadores de necessidades especiais
acompanhamento médico e/ou psicológico em Unidade Básica de Saúde mais
próxima da escola em que o aluno estiver matriculado.
02. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas, tendo em vista o
que os sistemas de ensino deverão assegurar aos educandos com necessidades
especiais.
( ) Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos
para atender às suas necessidades.
( ) Terminalidade específica para todos aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental e médio, em virtude de suas
deficiências, e suplementação para concluir em menor tempo o programa escolar para
os superdotados.
( ) Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para
a integração desses educandos nas classes comuns.
( ) Não haverá a possibilidade da educação especial para o trabalho, visando a
sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os
que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma
habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora.
( ) Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

A sequência está correta em:

A) V, F, F, F, V. B) F, V, F, V, F. C) V, V, F, F, V. D) V, F, V, V, F.
03.Leia o trecho a seguir com abordagem das Diretrizes Nacionais para
Educação Especial na Educação Básica (2001): “A educação profissional é um
direito do aluno com necessidades educacionais especiais e visa sua
integração produtiva e cidadã na vida em sociedade. Deve efetivar‐se nos
cursos oferecidos pelas redes regulares de ensino públicas ou pela rede
regular de ensino privada, por meio de adequações e apoios em relação aos
programas de educação profissional e preparação para o trabalho, de forma
que seja viabilizado o acesso das pessoas com necessidades educacionais
especiais aos cursos de nível básico, técnico e tecnológico, bem como a
transição para o mercado de trabalho.” Essas adequações e apoios, que
representam a colaboração da educação especial para uma educação
profissional inclusiva, efetivam‐se por meio de
A) flexibilizações e adaptações dos recursos instrucionais: material
pedagógico, equipamento, currículo e outros.
B) mão de obra qualificada, porém não abstendo das responsabilidades do
sujeito com deficiência participar ativamente da observância às regras.
C) não se eliminar barreiras, todavia, ensinando‐se ao aluno com
necessidades educacionais especiais a ter autonomia no processo de
profissionalização.
D) preparação e capacitação de professores para realizar acompanhamento de
alunos com necessidades educacionais especiais no mercado de
trabalho em contraturno.
04. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/1996,
entende‐se por educação especial a modalidade de educação escolar
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos
portadores de necessidades especiais. Assinale a alternativa que NÃO
contempla essa modalidade.

A) A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem


início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
B) Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação
especial.
C) O atendimento educacional especializado só pode ser ofertado em
escolas especializadas, sendo assim, as escolas comuns deverão se
organizar para direcionar os alunos com necessidades especiais para
essas escolas.
D) O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns do ensino regular.
05.As Diretrizes para o Atendimento Educacional Especializado
na Educação Básica, modalidade Educação Especial, descritos
no Artigo 10 da Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009,
preveem ações para a organização da oferta do AEE. Assinale o
item que NÃO se constitui em uma dessas ações.
A) Matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da
própria escola ou de outra escola.
B) Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário,
materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibi‐
lidade e equipamentos específicos.
C) Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais
específicas dos alunos, definição dos recursos necessários e
das atividades a serem desenvolvidas.
D) Ausência de matrícula de alunos com deficiência em escolas
comuns, uma vez que esses alunos são atendidos
exclusivamente por instituições especializadas como APAEs
etc.
06.A educação especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades
de ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional. Para
tanto, considera‐se público‐alvo do AEE, de acordo com as Diretrizes
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação
Básica, modalidade educação especial: I. Alunos com deficiência: aqueles
que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou
sensorial.
II. Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que
apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor,
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias
motoras. Incluem‐se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome
de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses)
e transtornos invasivos sem outra especificação. III. Alunos com altas
habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e
grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou
combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.
IV. Alunos em situações de vulnerabilidade social: com ausência da família na
construção da identidade e formação desse sujeito. Além disso, esses alunos
apresentam déficit de atenção e necessidades básicas de higiene.
Está INCORRETA apenas a afirmativa
A) I. B) II. C) III. D) IV.
07.Sobre as atitudes que devem caracterizar a educação
inclusiva, marque V para as verdadeiras e F para as falsas.

( ) Atender aos estudantes com necessidades educacionais


especiais de forma humanizada, propiciar o acesso e
permanência desse aluno na escola comum.
( ) Proporcionar aos professores da classe comum capacitação
para o atendimento especializado.
( ) Ignorar as necessidades específicas do aluno.
( ) Extinguir o atendimento educacional especializado para
promover a igualdade com os demais alunos.
( ) Levar o professor a estabelecer aulas criativas que
estimulem o raciocínio e a participação de todos.

A sequência está correta em:

A) V, V, V, F, V. B) V, V, F, V, V. C) F, V, V, F, V. D) V, V, F, F, V.
GABARITO

1.C
2.C
3.A
4.C
5.C
6.D
7.D
Marcos Político-legais
Política Nacional da Educação
Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva MEC/2008
Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência/ONU –
Ratificada pelo Decreto Nº
6.949/2009
Decreto Nº 7.611/2011 – Dispõe
sobre o Atendimento Educacional
Especializado
Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional
Especializado na Educação Básica –
Modalidade Educação Especial
Resolução – Nº 4 CNE/CEB 2009 Capa da publicação, de 2010, dos Marcos Político-Legais
da Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Foto da capa com bonecos com forma humana
de mãos dadas.
 Na década de 50 do século passado, o princípio da normalização orientou
o atendimento educacional ofertado aos estudantes com necessidades
especiais. No que se refere a esse assunto, assinale a opção correta.

a. Adotando-se o princípio da normalização, considera-se a deficiência


uma característica da diversidade social e humana.
b O princípio da normalização trata exclusivamente da intervenção médica.
c. Estudantes com superdotação/altas habilidades, não sendo
considerados alunos com deficiência, não fazem jus ao atendimento
educacional especializado (AEE).
d. O princípio da normalização corresponde ao princípio da inclusão, sendo
a diferença entre ambos apenas terminológica.
e. Sob o enfoque da normalização, a educação especial deveria criar às
pessoas com deficiência condições semelhantes, tanto quanto possível, às
condições da sociedade consideradas normais.
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a um dos
objetivos do atendimento educacional especializado.
A)Assegurar condições para a continuidade de estudos
nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino.
B)Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e
pedagógicos que eliminem as barreiras no processo
de ensino e aprendizagem.
C)Prover condições de acesso, participação e
aprendizagem no ensino regular e garantir serviços
de apoio especializados de acordo com as
necessidades individuais dos estudantes.
D).Garantir a universalidade e a padronização das
ações da educação especial no ensino regular, de
forma a proporcionar acesso do educando para
tempo indeterminado, a fim de que ele adquira mais
conhecimento.
Dessa forma, a inclusão educacional
entendida como um processo social
amplo é continuamente (re)significada,
no que diz respeito ao desenvolvimento
organizacional e pedagógico do sistema
de ensino objetivado em seu cotidiano,
nas novas formas de efetivação e defesa
dos direitos humanos e nas relações
que são estabelecidas entre os
indivíduos.
1.Na educação especial, vários agentes estão envolvidos, isto é,
escola, família e sociedade. Em relação à escola, analise as
afirmativas.
I. Deve facilitar a circulação dos materiais além do ambiente escolar,
partilhando suprimentos e suplementos de materiais e recursos na
comunidade, da comunidade e para a comunidade.
II. Incentivar e contemplar ações dos professores na criação,
adaptação, utilização e disseminação de materiais e recursos que, além
de favorecer o desenvolvimento dos alunos com deficiência, beneficiam
as aprendizagens de todos os alunos.
III. Compreender a proposta pedagógica como base norteadora das
prioridades quanto à disposição, elaboração, seleção e utilização dos
materiais, no contexto do ensino e da aprendizagem dos alunos.
IV. Abster‐se da responsabilidade de ensinar de forma a contemplar as
particularidades de cada aluno é dever exclusivo da família.

Está(ão) INCORRETA(S) apenas a(s) afirmativa(s):

A) I. .B) IV. C) II e III. D) III e IV


2.A formação de professores exige reflexões sobre a ação
pedagógica que apresenta, muitas vezes, um conflito entre o
ideal e o real. Para entender como é a formação do professor e a
sua prática, é preciso repensar as ações pedagógicas e buscar
novas estratégias. Assinale a alternativa INCORRETA frente às
afirmativas que contextualizam a prática pedagógica docente.

A) A ação pedagógica muitas vezes fica limitada quando há uma lacuna


entre o programa e quem o executa.
B).Não há necessidade de reavaliar a prática pedagógica docente,
uma vez que o professor é detentor de todo conhecimento.
C) Em tempos de inclusão em que vê‐se a dificuldade do professor em
articular novas ações no cotidiano, entende‐se que algo está em
descompasso.
D) Numa ponta, especialistas de um saber pedagógico são
responsáveis pelas propostas educacionais. Na outra ponta, os
professores como executores dessas propostas. Nesse sentido,
solicita‐se a participação do professor como produtor de saberes e
disseminador dessa aprendizagem em sala de aula.
GABARITO

1. B
2. B
O PAPEL DA ESCOLA
NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

 A escola das diferenças não é aquela que


insiste em buscar receitas para que os alunos
alcancem os mesmos resultados;
 A escola das diferenças é aquela oferece o
melhor do ensino e pressupõe que a
capacidade de aprender é ponto de partida,
mas o que cada um aprende, como aprende,
o que deseja aprender é de cada um.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
• Vygotsky defendia a idéia de que as
pessoas com deficiência fossem
incluídas desde cedo na escola
regular e de que deveriam ser
educadas para se tornarem
trabalhadores socialmente
valorizados.
(Veer e Valsiner, 1991)
PÚBLICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

• A Educação Especial se destina a alunos com


deficiência física, deficiência intelectual, alunos com
surdez, cegueira, baixa visão, surdocegueira,
transtorno global do desenvolvimento (Autismo, Rett,
Asperger, TID, TDI) e altas habilidades/superdotação.
SALAS DE RECURSOS

GENERALISTA DEFICIÊNCIA FÍSICA,


INTELECTUAL, MÚLTIPLA
E TRANSTORNO GLOBAL
SALA DE DO DESENVOLVIMENTO
RECURSOS
DEFICIÊNCIA AUDITIVA

ESPECÍFICA

DEFICIÊNCIA VISUAL

ALTAS HABILIDADES
REFLEXÃO
A construção de uma ESCOLA INCLUSIVA
implica em transformações no contexto
educacional:

Transformações de ideias;
 Transformações de atitudes;
 Transformações da prática das relações sociais,
tanto no âmbito político e administrativo, como no
projeto político-pedagógico da escola.
Estágios de
desenvolvimento
Cognitivo e
Psicossexual na
infância
O QUE SIGNIFICA COGNIÇÃO
Cognição é a capacidade de todo indivíduo de
processar informações que se originam de diferentes
fontes para transformá-las em conhecimento. Elas
podem vir da percepção dos estímulos do ambiente,
da experiência e de nossas características pessoais,
como crenças e valores.
De forma geral, o termo “cognição” se refere ao que
está relacionado ao conhecimento, ou seja, ao
acúmulo de informações adquiridas por meio da
aprendizagem e da experiência.
Para entendermos como o processamento das
informações influencia o nosso comportamento e
como adquirimos conhecimento.
Esse processo é estudado por diferentes campos científicos,
como a neurociência, a psicologia e a antropologia.
A psicologia, em especial, deu grandes contribuições

Foi Jean Piaget quem trouxe grandes avanços para as


pesquisas sobre o desenvolvimento cognitivo e aprendizagem
na década de 1950, que vamos detalhar mais adiante.

Já a neurociência e os avanços nos exames de imagem


contribuíram para entender o funcionamento do sistema
nervoso durante o processo de aquisição de conhecimento,
além de entender como os processos mentais influenciam
comportamentos e emoções.
OS PROCESSOS COGNITIVOS
Os processos cognitivos são os recursos que todo
indivíduo tem para adquirir, processar e transformar
informações, que também vão ajudar na tomada de
decisões.
Eles podem se manifestar de forma orgânica ou
artificial, consciente ou inconsciente, mas sempre de
maneira rápida e integrada.
Os processos cognitivos básicos são:
 Percepção
 Atenção
 Memória
 Pensamento
 Linguagem
 Aprendizagem
PERCEPÇÃO

A percepção se refere à capacidade de adquirir novas


informações por meio dos estímulos captados pelos sentidos.
Aqui estamos falando dos 5 sentidos (visão, audição, paladar,
olfato e tato) e também da propriocepção e da interocepção.
A propriocepção é o sentido que nos ajuda na orientação
espacial, enquanto a interocepção é o sentido que nos dá
consciência sobre o nosso corpo, nos alertando quando estamos
com fome ou sede.
ATENÇÃO
A atenção é fundamental no processamento de um estímulo
ou atividade que se converterá em conhecimento.
Ela é indispensável para a regulação dos demais processos
cognitivos, da percepção à aprendizagem, e, consequentemente,
para o desenvolvimento cognitivo.
01. Com relação à teoria psicanalítica, a respeito dos estágios psicossexuais do desenvolvimento
da personalidade, Freud estava convencido de que os distúrbios neuróticos manifestos pelos seus
pacientes tinham origem em experiências da infância. Por conseguinte, ele veio a ser um dos
primeiros teóricos a atribuir um papel importante ao desenvolvimento da criança. Freud acreditava
que o padrão de personalidade do adulto era estabelecido no começo da vida, estando quase
completamente formado por volta dos cinco anos. Na teoria psicanalítica do desenvolvimento, a
criança passa por uma série de estágios psicossexuais. No decorrer desses estágios, as crianças
são consideradas auto eróticas, isto é, elas obtêm prazer erótico ou sensual ao estimular as zonas
erógenas do corpo ou ao serem estimuladas pelos pais ou por outras pessoas que costumam
cuidar delas normalmente. Cada estágio de desenvolvimento tende a estar localizado numa zona
erógena específica. Referente a esses estágios, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
A. O estágio oral vai do nascimento ao primeiro ano de vida, durante essa fase, a estimulação da
boca, como sugar, morder e engolir, é a fonte primária de satisfação erótica.
B. No estágio anal, a gratificação vai da boca para o ânus, e as crianças derivam prazer da zona
anal. Durante esse estágio, que coincide com o período de treinamento da higiene pessoal, as
crianças podem expelir ou reter fezes, em ambos os casos desafiando os pais.
C. Durante o estágio fálico, que ocorre por volta dos três anos de idade, a satisfação erótica se
transfere para a região genital. Há muita manipulação e exibição dos órgãos genitais, bem como
fantasias sexuais. Freud citou nesse estágio o desenvolvimento do complexo de Édipo.
D. As crianças superam o complexo de Édipo identificando-se com o genitor do sexo oposto e
substituindo o anseio sexual com relação ao genitor do mesmo sexo pela afeição. Contudo, as
atitudes com relação ao sexo oposto no decorrer desse período persistem e influenciam as
relações adultas com membros do sexo oposto. Um dos resultados da identificação com o genitor
do mesmo sexo é o desenvolvimento do superego.
02.A teoria do desenvolvimento psicossexual foi proposta pelo famoso psicanalista Sigmund Freud e
descreveu como a personalidade era desenvolvida ao longo da infância. Freud acreditava que a
personalidade era desenvolvida através de uma série de estágios de infância em que as energias da
busca do prazer do ID tornam-se focadas em determinadas áreas erógenas. Esta energia psicossexual,
ou libido , foi descrita como a força motriz por trás do comportamento. Referente às fases do

desenvolvimento psicossexual para Freud, é CORRETO afirmar que:


A. Durante a fase fálica, o foco principal da libido é sobre os órgãos genitais. Nessa idade, as crianças
também começam a descobrir as diferenças entre machos e fêmeas. Freud também acreditava que os
meninos começam a ver seus pais como rivais pelo afeto da mãe. O complexo de Édipo descreve esses
sentimentos de querer possuir a mãe e o desejo de substituir o pai. No entanto, a criança também teme
ser punida pelo pai por estes sentimentos, um medo que Freud denominou de angústia de castração.
B. Durante a fase fálica, os interesses da libido são suprimidos. O desenvolvimento do ego e superego
contribuem para este período de calma. O estágio começa na época em que as crianças entram na
escola e tornam-se mais preocupadas com as relações entre colegas, hobbies e outros interesses. O
período fálico é um tempo de exploração em que a energia sexual ainda está presente, mas é
direcionada para outras áreas, como atividades intelectuais e interações sociais. Esta etapa é importante
para o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação e autoconfiança.
C. Durante a fase final de desenvolvimento psicossexual, que é a fase de latência o indivíduo desenvolve
um forte interesse sexual no sexo oposto. Esta fase começa durante a puberdade, mas passa por todo o
resto da vida de uma pessoa. Em fases anteriores, o foco foi exclusivamente nas necessidades
individuais, porém o interesse pelo bem-estar dos outros cresce durante esta fase. Se as outras etapas
foram concluídas com êxito, o indivíduo deve agora ser bem equilibrado, tenro e carinhoso. O objetivo
desta etapa é estabelecer um equilíbrio entre as diversas áreas da vida.
D. Durante a fase oral, Freud acreditava que o foco principal da libido estava no controle da bexiga e
evacuações. O grande conflito nesta fase é o treinamento do toalete, a criança tem de aprender a
controlar suas necessidades corporais. Desenvolver esse controle leva a um sentimento de realização e
independência.
03.Considerando a teoria do desenvolvimento psicossexual, assinale a
alternativa correta.
a) Refere-se a um processo de mudanças quantitativas na organização
na vida intelectual do sujeito. Tal processo de mudanças é regido pelo
binômio “estímulo-resposta”.
b) Refere-se ao estudo e à compreensão dos processos de ampliação
do ego e do superego e, principalmente, à evolução da libido. Tal
compreensão é dividida, por Piaget, em fases que são: sensório-motor;
pré-operatório; operatório-concreto e operatório-formal.
c) Propõe uma visão do processo de mudanças emocionais que ocorre
ao longo da vida infantil, ou seja, uma compreensão das relações
subjetivas que a criança estabelece com o mundo e com o “outro”.
d) É uma teoria desenvolvida por Freud que se refere a uma
compreensão inatista (que não depende da experiência) do
desenvolvimento emocional, pois considera o desenvolvimento do
aparelho mental a partir das pulsões e do Id.
e) Considera, fundamentalmente, as regiões somáticas oral, anal e
genital, como fontes de desprazer.
04.Segundo a proposta de Piaget para o desenvolvimento
cognitivo, ao final do período sensório-motor, as crianças:
•A) já possuem habilidade de realizar processos de seriação,
pois já estão bem estabelecidos os recursos cognitivos de
conservação e reversibilidade.
•B) já conseguem colocar-se na posição de outra pessoa,
pois o nível de abstração, apesar de não estar ainda bem
estabelecido, está em fase avançada de aquisição.
•C) possuem a reversibilidade intelectual consolidada, mas a
conservação intelectual ainda não.
•D) tendem a expressar, paulatinamente, aspectos da
organização cognitiva do período seguinte, o período
operatório formal.
•E.) já possuem certa capacidade simbólica. Tal fato é
expresso pelo início da aquisição da linguagem.
05.Encontramos em Freud uma teoria do desenvolvimento
psicossexual. Esta teoria prevê cinco estágios do
desenvolvimento. Sobre a fase fálica, é correto afirmar que:
Alternativas
A
A. neste estágio a principal fonte de gratificação do sujeito está
relacionada à alimentação e à nutrição.
B. neste estágio ocorre a descoberta da diferença entre os
gêneros, e desta descoberta eclode o desenvolvimento dos
complexos de Édipo e Electra.
C. neste estágio a principal fonte de gratificação do sujeito está
relacionada ao controle consciente dos seus esfíncteres.
D. este estágio inicia-se com o advento da puberdade e culmina
com o desenvolvimento da sexualidade adulta.
E. para Freud não existe algo como uma fase fálica, este é um
conceito de psicanalistas posteriores que desenvolveram e
ampliaram sua teoria.
06.A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson, psicanalista, propõe oito
estágios durante o ciclo vital. Cada um deles envolve uma “crise” na personalidade, que
surge de acordo com a maturação do indivíduo e deve ser satisfatoriamente resolvida
para um desenvolvimento saudável do EGO.
Segundo esta teoria, na adolescência,

A. A produtividade e a autoestima encontram-se como elementos principais da crise.


B. O esforço do adolescente para compreender sua identidade é parte de um
processo saudável e vital, fundamentado nas realizações dos estágios anteriores, e
estabelece as bases para enfrentar as crises da vida adulta.
C. A possibilidade de envolver-se de forma profunda com outras pessoas é um dos
principais focos da crise de identidade.
D. Não ocorrerá atualizações de períodos anteriores, pois, uma vez superados os
conflitos da infância, esses não têm mais papel de importância na vida do sujeito.
E. A identidade pode se desenvolver de duas formas: 1) pelo processo de
diferenciação e de integração; 2) pelo processo de substituição.
GABARITO

1.B
2.A
3.C
4.E
5.B
6.B
Diferentemente de seu precursor Freud, os estágios do desenvolvimento
estudados por Erik Erikson vão para além da puberdade. Sua teoria do
desenvolvimento engloba todo o ciclo vital desde a primeira infância até a
velhice e senescência. Sobre a caracterização de seus estágios é incorreto
afirmar:
A. O primeiro estágio, “Confiança Básica versus Desconfiança Básica” coincide com o
desenvolvimento oral em Freud, no qual a boca é a zona mais sensível do corpo.
.B. “Indústria versus Inferioridade”, é o quarto estágio proposto por Erikson. Equivale ao
período de latência em Freud. A principal tarefa deste período é desenvolver o senso de
identidade, no entanto, esta fase coincide com a puberdade e a adolescência.
C. No sétimo estágio, “Geratividade versus estagnação”, Geratividade não é somente o
gerar filhos, mas também envolve o fato de criar e orientar as gerações seguintes,
desenvolvendo assim a virtude do cuidado.
D. No sexto estágio “Identidade versus autoabsorção ou isolamento”, o adulto procura
intimidade, que é o transcender a exclusividade das dependências anteriores e
estabelecer uma reciprocidade por meio de relacionamentos sexuais, amizades e todas
as associações profundas, consequentemente desenvolve a virtude do amor se tiver
com sua crise de identidade resolvida.
E. “Autonomia versus Vergonha e Dúvida”, é o segundo estágio do desenvolvimento
humano. A autonomia permite o domínio sobre si mesmo e sobre seus impulsos.
Coincidindo com o estágio anal em Freud. Ao permitir que a criança funcione com
alguma autonomia, sem superprotegê-la, ela adquire autoconfiança e sente que
consegue controlar a si mesma e ao mundo ao seu redor. Porém, se a criança é punida
por ser autônoma ou é excessivamente controlada, sente-se irada e envergonhada.
No que diz respeito ao desenvolvimento psicossocial, a teoria de Erick Erikson
(1902-1994) compreende o desenvolvimento da personalidade como produto
de nossas interações sociais. Em seus estudos, também identificou uma
sucessão de estágios no decorrer do desenvolvimento, caracterizados pelo
fato de:

A. Voltarem uma atenção mais premente ao desenvolvimento da criança,


principalmente na segunda infância, e estudarem as relações com a
aprendizagem no universo juvenil.
B. Situarem especificamente a passagem da adolescência à fase adulta e
cuidarem de aspectos relativos à vida afetiva na dimensão do eu mais
profundo.
C. Compararem as diversas fases do desenvolvimento humano, do nascimento
à vida adulta, e pesquisarem as conquistas e declínios observáveis na
motricidade e na cognição.
D. Focalizarem o desenvolvimento da adolescência e o início das atividades
afetivo-sexuais, em um momento em que o sujeito sai da fase de latência e
ingressa em uma fase genital de desenvolvimento.
.E. Abrangerem todo o período de vida e envolverem uma questão ou crise que
precisa ser resolvida, como uma bifurcação em uma estrada, cuja resolução
influencia o desenvolvimento.
Jean Piaget, afirma que o saber experimentar será
desenvolvido pelos alunos, mas exige deles o
pensamento formal que é necessário para antecipar
hipoteticamente resultados, próprios do plano mental.
De acordo com o pensamento de Jeam Piaget, o
desenvolvimento formal ocorre:

A) aproximadamente de 0 a 2 anos de idade

B) aproximadamente de 2 a 6 anos de idade

C) aproximadamente de 6 a 11 anos de idade

.D) aproximadamente de 11 a 12 anos de idade


De acordo com as fases de desenvolvimento infantil de Piaget, no
estágio de desenvolvimento infantil de operações concretas, as
crianças ficam menos egocêntricas, dominam uma linguagem
mais elaborada, passam a apreciar mais a amizade, sendo
capazes de se colocarem no lugar de outro aluno.
Têm uma lógica interna que os auxilia a solucionarem problemas
concretos. Portanto, nos momentos livres e de recreação na
escola, nesse estágio de desenvolvimento, as crianças se
interessam mais por:

A) quebra-cabeças

B) desenhar e colorir

.C) jogos competitivos

D) brincadeiras simbólicas
MUITO OBRIGADA !

Ana Claudia Mattos


ana.chmattos@gmail.com

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