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Prof. Me.

Rogério Alves dos


Santos
Sociólogo, Educador
rogerioufrn@hotmail.com
INCLUSÃO
Eu sou diferente Quero me sentir valorizado
Não sou como você Não me exclua
Tenho limitações Não me trate com piedade
Que você não pode ver Me estenda a mão
Mas isso não me define E me aceite de verdade
Não sou apenas minha deficiência Eu posso contribuir
Tenho sonhos e desejos Posso fazer a diferença
Como qualquer outra pessoa Só preciso de oportunidades
Eu quero estudar E de sua compreensão
Quero trabalhar Por isso peço
Quero amar e ser amado Que abra seu coração
De mostrar minha paixão E me dê a chance. Reza Herlambang
Falar de inclusão é trazer para debate a necessidade de
materializar em condições objetivas o compromisso de
proporcionar o acesso de qualidade ao saber educativo escolar,
a interação e condições satisfatórias de desenvolvimento para
todos os alunos.

Rogério A. dos Santos


ACOLHER, EDUCAR E
EMANCIPAR: EQUIDADE PARA
A INCLUSÃO
 A deficiência não deve ser interpretada como sentença de vida incapacitada e
improdutiva;
 É preciso acolher e educar considerando as limitações e especificidades na
mesma proporção das potencialidades e capacidades;
 A inclusão social da pessoa com deficiência demanda inserção, emancipação e
protagonismo.
 É necessário promover uma Universalização Não Excludente e uma
individualização inclusiva.
CIDADANIA
DIREITOS
RESPEITO
HUMANOS

Como assegurar a
Participação social e
protagonismo?

Prof. Rogério A. dos Santos


Como promover a inclusão
social da pessoa com
deficiência?
Prof. Rogério A. dos Santos
CIDADANIA
Thomas Humphrey Marshall

ELEMENTOS DE NATUREZA NORMATIVA


DIREITOS CIVIS: as liberdades individuais, a propriedade privada, a
igualdade perante a lei.

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DIREITOS POLÍTICOS: a Participação política.
DIREITOS SOCIAIS: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção maternidade e à infância, a
assistência social.
CIDADANIA
Thomas Humphrey Marshall

“A cidadania é um status concedido àqueles que são membros


integrais de uma comunidade”
(MARSHALL, 2002, p. 24)

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Nossa análise da Cidadania em âmbito brasileiro tem seu foco na
promulgação da Constituição Federal de 1988, apelidada de
Constituição cidadã.
Marco na consolidação dos direitos humanos.

Assegurou os direitos sociais, os direitos políticos, e os direitos civis”.


Atitudes sociais relativas a deficiência
PERÍODO CARACTERÍSTICAS
HISTÓRICO

Idade Antiga Abandono social explícito; extermínio

Idade Média Concepções paradoxais (dubiedade caridade x castigo); início do atendimento meramente
caritativo (assistencialismo); prática da segregação em instituições

Idade Moderna Início do interesse científico pela temática da deficiência; preponderância da área médica;
início do atendimento educacional; persistência da segregação em instituições

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Início das críticas aos modelos segregados de atendimento; reconhecimento dos direitos
Idade Contemporânea sociais básicos das pessoas com necessidades especiais; filosofia da integração; paradigma da
inclusão; reconhecimento da diversidade e da heterogeneidade

(MAGALHÂES, 2002)
Marcos históricos e normativos da
Inserção da pessoa com deficiência em
ambientes escolares

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1984)

• ART. 1º - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e


direitos.
• ART. 26º -Toda pessoa tem direito a educação.

DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS


(DECLARAÇÃO DE JOMTIEN)
• Elaborada em 1990 a partir da Conferência Mundial de Educação para
Todos realizada na Tailândia.

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• Ratifica a Educação como um direito de toda pessoa.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA (1994)


• Resultado da “Conferência Mundial de Necessidades Educativas Especiais:
Acesso e Qualidade”, realizada na Espanha.
• Identifica a Educação Especial como uma modalidade escolar.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA (1988)

ART. 208, INCISO III – Deve ser garantido “atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino”.

LEI Nº 7.853/1989
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA, Lei 8.069/90


Parágrafo Único – Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de
[...] deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, religião e
local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem (incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)

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ART. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, assegurando-lhes:
ART. 54, INCISO III – Reforça o Art. 208, Inciso III da Constituição.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL (1994)

• Orienta o processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso às


classes comuns do ensino regular.

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LEI Nº 9.394/96)

• Confere ênfase ao caráter não substitutivo da educação Especial em relação


ao ensino da escola regular.
• A Educação Especial tem caráter complementar e suplementar.

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DECRETO Nº 3.298/1999 – Regulamenta a Lei nº 7.853/89

• Define a Educação Especial como uma modalidade de ensino, enfatizando


a atuação complementar da Educação Especial ao ensino regular.
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução
CNE/CEB nº 2/2001
• ART 2º - Os sistemas de ensino devem matricular todos os estudantes, cabendo às escolas
organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais
especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade.
• Atendimento educacional especializado complementar e suplementar à escolarização.
• Admite a possibilidade de substituir o ensino regular.

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – PNE, Lei nº 10.172/2001

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• Necessidade de construir uma escola que garanta o atendimento a diversidade.

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA (2008)
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA (2008)

Lei nº 11.133, de 14 de julho de 2005.

• Art. 1º - É instituído o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, que será
celebrado no dia 21 de setembro..

Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).

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Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2015)
Modalidade transversal

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Complementar e/ou suplementar
PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
ALUNOS COM
ALUNOS COM ALUNOS ALTAS
DEFICIÊNCIA COM TGD HABILIDADES/
SUPERDOTAÇÃO

DEFICIÊNCIA AUTISMO
AUDITIVA/SURDEZ
SINDROMES DO
DEFICIÊNCIA
ESPECTRO
INTELECTUAL

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AUTISTA

DEFICIÊNCIA
FÍSICA PSICOSE INFANTIL

DEFICIÊNCIA Os transtornos funcionais específicos: dislexia, disortografia, disgrafia,


VISUAL discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre outros, não são
considerados deficiência.
Como promover a inclusão social da
pessoa com deficiência?

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TEMPO DE REPENSAR A ESCOLA EM CENÁRIOS DE
INCLUSÃO
 “Toda a escola precisa ser repensada: sua estrutura, gestão, seu funcionamento,
currículo, a aula [...]” (CASTRO, 2001, p, 37).
 Construir espaços de escuta, novos olhares e percepções.
 Exercitar a sensibilidade.
 Respeito pelas diferenças de toda a ordem entre os alunos.
 Gestão democrática.

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 Levar em consideração no planejamento escolar que o grau de cultura adquirido pelo
indivíduo também decorre do lugar social ocupado por sua família.
 Múltiplas variáveis do fracasso escolar: condições cognitivas e afetivas do aluno;
atuação docente; recursos e métodos utilizados; contexto socioeconômico do aluno
 Trabalhar com a diversidade de elementos que a realidade produz em cada indivíduo.
Quem é o professor na perspectiva da educação
inclusiva?
Produz materiais didáticos diversificados
Reestrutura continuamente sua metodologia ensino e de aprendizagem;
Reconhece as limitações do aluno, assim como suas potencialidades;

Abertura e capacitação para lidar com o novo público;

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“O professor na perspectiva de uma educação inclusiva,
não é aquele que “diversifica” para alguns, mas aquele
que prepara suas atividades diversas para seus
estudantes ao trabalhar um mesmo conteúdo curricular”
(SOUZA, CUNHA, MAGALHÃES, 2013, p. 89)
Desenvolve propostas curriculares e práticas pedagógicas mais democráticas e
inclusivas que se traduzam em meios para proporcionar o desenvolvimento de todos
os sujeitos.

Cria de condições para que as potencialidades de todos os estudantes sejam


estimuladas e exploradas, identificando as suas habilidades e dificuldades, de modo
que se promova recursos e práticas pedagógicas, que contemplem todos os
estudantes.

Necessidade do desmonte da lógica homogeneizante, dos conteúdos estanques e das

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metodologias rígidas, para que se possa construir um currículo e práticas pedagógicas
flexíveis.

Não existe respostas prontas, não há fórmulas mágicas previamente concebidas,


muito menos adaptações milagrosas, teremos que inovar e ousar.
MUDANÇA ATITUDINAL
Reflexão sobre a prática docente;
Difusão de relações/interações sociais mistas no espaço escolar;
Combate às atitudes preconceituosas e discriminatórias;
Proporcionar condições de socialização e aprendizagens significativas;

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Questionar os estereótipos da deficiência (Magalhães, 2002)
Proporcionar condições favoráveis para que todos, idependentemente de
suas condições físicas, intelectuias, sociais, econômicas, emocionais,
linguisticas ou outras, possam desenvolver suas potencialidades.
 Distanciamento das práticas inclusivas em relação as
proposições presentes nos dispositivos legais que
dão suporte à abordagem da inclusão;

 Barreiras arquitetônicas;

 Barreiras atitudinais;

 Confrontar práticas discriminatórias;

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 Superação da lógica da exclusão;

 Práticas pedagógicas engessadas;

 Currículo pouco aberto a flexibilização;

 Naturalização do fracasso escolar.


A escola inclusiva não irá acabar de
forma milagrosa com tais conflitos,
mas lidar com eles de forma a
construir, possibilitar a construção
de consensos e garantir às pessoas
com deficiência espaço e experiências
que considerem suas “metamorfoses”

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e sua autoconstrução como pessoas
dignas.
MAGALHÃES (2002, p.2)
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Sociólogo, Educador
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. MEC – SEESP, 2001.

BRASIL. Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, 2015.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm.

______. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Senado Federal, Brasília, DF, 05 out. 1988.
Disponível em: <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2014.

______. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação. Brasília, DF, 07 jan.2008. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2014.
CARVALHO, Rosita Elder. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 7. ed. ortorg. Porto Alegre: Mediação, 2010.

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Tradução de Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. 4. ed. reimpr. Rio de
Janeiro: LTC, 2012.

MAGALHÃES, Rita de Cássia Barbosa Paiva. Educação especial: escolarização política e formação docente. Brasília: Liber, 2011.
MARQUEZAN, Reinoldo. O deficiente no discurso da legislação. Campinas, SP: Papirus, 2009. (Série Educação Especial).

MARSHALL, T. H. Citizenship and Social Class. In: MARSHALL, T. H. e BOTTOMORE, Tom. Citizenship and Social Class. Chicago: Pluto Classic (reimpr.),
1996, p. 3-51.

SANTOS, Rogério Alves dos. A vos dos estudantes com deficiência intelectual: rebatimentos dos tempos de escola na construção identitária . Dissertação
(Mestrado em Educação) – UFRN, Natal, 2017.
Prof. Rogério A. dos Santos

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