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Curso Formação Ledor e Audiodescritor

para Profissionais da Educação

Conhecendo o Atendimento Educacional Especializado,


Políticas de Acessibilidade e o Sistema de Informação e
Comunicação do Estudante com Deficiência Visual

Profa. Dra. Deise Medina


Instituto Federal da Bahia

Módulo I
20h
Créditos

Reitor da Universidade Federal do Maranhão: Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva;

Pró-Reitor de Ensino: Prof. Dr. Romildo Martins Sampaio;

Diretoria de Acessibilidade: Profa. Dra. Maria Nilza Oliveira Quixaba;

Equipe do Curso De Aperfeiçoamento:

Coordenadora do Curso de Aperfeiçoamento: Profa. Dra. Me. Marta Maria Portugal Ribeiro Parada;

Supervisora: Maria José Ordónez;

Formadora: Maria Soraia Nascimento Correa de Faria;

Professora Pesquisadora (formadora): Profa. Dra. Deise Mônica Medina Silveira

Professora Pesquisadora (conteudista): Profa. Me. Patrícia Silva de Jesus


Créditos

Audiodescritores: Sebastião Carnégie Bacelar Nunes de Carvalho e Hilda Diniz Dias;

Intérpretes de Libras: Roselane Laiza Lima Martins e Antônio Marcos Medeiros Dias;

Programador: Leonardo de Castro Mesquita; Apoio Administrativo: Fernanda Souza da Silva;

Tutores: Ana Paula Soeiro Caldas Rocha, Andrea Rejane Melo Brito, Ataniel Campelo Pereira, Erica
Reis Pereira, Kelcia Alexandra Taylor de Carvalho, Lea Cristina Ferreira Santos, Luinaldo da Silva
Soares, Markely de Santana Frazão, Pedro Lima da Silva, Roberto Alves da Silva, Tharcisio José
Garcia Frazão e Waldérick de Oliveira Mendes Alencar.

Palestrantes: Profa. Dra Maria Nilza Oliveira Quixaba, Profa. Me Patrícia Silva de Jesus, Profa. Me
Isabel Pitta Ribeiro Machado e Prof. Me Paulo Augusto Emery Sachse Pellegrini;
Índice
INTRODUÇÃO

Capítulo 1: Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade


• Fases da educação especial no Brasil ............................................................................................................ 3
• Leis e Política de Inclusão ............................................................................................................................... 4

Capítulo 2: Leitores de Tela e a Leitura do Mundo Imagético


• Apresentação dos programas leitores de tela ................................................................................................. 10
• Conceituação de Texto Alternativo .................................................................................................................. 11
• Atividade: Criar uma audiodescrição e coloca-la como Texto Alternativo ........................................................ 11

Capítulo 3: Acessibilidade e Desenho Universal


• Definição e exemplos de acessibilidade ......................................................................................................... 12
• Princípios do Desenho Universal .................................................................................................................... 15

Material de Apoio ............................................................................................................................................... 18

Sobre a Autora ................................................................................................................................................... 19

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................... 20


Introdução

O espaço escolar deve ser, por essência, o espaço da inclusão e da diversidade. Respeitar a
presença do outro, com suas características individuais e coletivas, é o primeiro passo para um
convívio humano em equiparação de oportunidade. No contexto da Educação Inclusiva, é
imprescindível pensar numa comunicação que acolha pessoas com deficiência em suas variadas
manifestações. Neste e-book serão apresentadas duas formas de acessibilidade comunicacional muito
validadas, especialmente por pessoas com deficiência visual: a audiodescrição e o serviço de ledor.

A Audiodescrição é uma tradução visual que verte imagens em palavras e favorece a


participação de estudantes com deficiência visual, pois proporciona o acesso às informações visuais,
inclusive em material didático (mapas, livros, vídeos, apostilas, avaliações etc). Esta tecnologia
assistiva pode ser disponibilizada em várias estruturas: ao vivo, gravadas em áudio, impressas em
Braille.
Introdução

O serviço de ledor é uma providência a ser tomada pela escola para atender a estudantes
com deficiência visual e ainda outros com autismo, deficiência intelectual ou qualquer outro
impedimento que dificulte o acesso pleno à leitura. O ledor não é necessariamente um audiodescritor,
mas necessita ter subsídios fundamentais para traduzir uma imagem quando está lendo um livro, caso
ele não possa contar com o apoio de um audiodescritor e um consultor de audiodescrição, este último,
obrigatoriamente é alguém que tem deficiência visual.

Convidamos você a mergulhar neste universo da leitura de livros e de imagens, na certeza de


que esta experiência pode mudar profundamente sua forma de ver a comunicação, de fato, acessível
e inclusiva.

Forte abraço,
Deise Medina e Patrícia Silva de Jesu
Capítulo 1
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade

FASES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

Segundo Barbosa (2022, p.77), no Brasil, “fase da integração”, se deu na segunda metade do
historicamente, a Educação Especial apresenta século XX, especialmente a partir da década de
fases/momentos distintos para tratamento dado às 1970, quando a pessoa com deficiência começou a
pessoas com deficiência: a primeira, “fase da ter acesso à classe regular, desde que se
exclusão”, ocorreu no período anterior ao século adaptasse e não causasse nenhum transtorno ao
XIX. Nesta fase, a maioria das pessoas com contexto escolar; e a “fase da inclusão”, a partir de
deficiência e outras condições excepcionais era 1990, cujo início foi marcado pelos movimentos de
tida como indigna à educação escolar; a segunda, crítica ao modelo de integração, que reforçavam a
“fase de segregação”, ocorreu entre o final do ideia de educação inclusiva para alunos com
século XVIII e início do século XIX, quando deficiência.
surgiram instituições especializadas no tratamento
para pessoas com deficiências. Acredita-se que a
educação especial surgiu nesse período; a terceira,
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Capítulo 1
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade

LEIS E POLÍTICA DE INCLUSÃO

A promulgação da Constituição de 1988 marca a Artigo 1º


conquista do Estado Democrático de Direito das Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o
pessoas com deficiência, que passaram a ter a pleno exercício dos direitos individuais e sociais das
possibilidade dos seus direitos sociais reconhecidos. pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva
integração social, nos termos desta Lei.
A educação passa a ser assegurada como um
direito universal a todos os cidadãos brasileiros,
Artigo 2º
sem distinção de qualquer espécie em condições de
Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às
igualdade para todos. pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de
seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação,
A Lei nº 7.853/1989, que dispõe sobre o apoio às à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao
pessoas com deficiência, assegurando medidas de amparo à infância e à maternidade, e de outros que,
proteção e promoção dos seus direitos, abriu decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu
caminho para discussões mais amplas sobre a bem-estar pessoal, social e econômico.
inclusão e a acessibilidade, conforme os artigos a
seguir:
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Capítulo 1
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade

LEIS E POLÍTICA DE INCLUSÃO

A Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do A Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da


Adolescente – ECA, que estabelece a criança e o Educação Nacional (LDBEN), dedica um capítulo à
adolescente brasileiros como sujeitos do direito, em Educação Especial como modalidade de ensino.
seu Artigo 53, Inciso I, assegura a todos, dentre Esta Lei conceitua a Educação Especial, em seu
outros, o “direito à igualdade de condições para o Artigo 58, da seguinte forma:
acesso e permanência na escola”. E em seu Artigo
54 estabelece que é dever do Estado assegurar: Entende-se por educação especial, para os efeitos
desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive preferencialmente na rede regular de ensino, para
para os que a ele não tiveram acesso na idade educandos com deficiência, transtornos globais do
própria”; desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
(BRASIL, 1996).
III - atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino [...]

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Capítulo 1
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade

LEIS E POLÍTICA DE INCLUSÃO

E no Artigo 59, ela: Seu objetivo é assegurar a inclusão escolar de


alunos com deficiência, transtornos globais do
Estabelece formas de apoio que os sistemas de ensino desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
deverão assegurar para os educandos com orientando os sistemas de ensino para garantir:
necessidades especiais, por exemplo: currículos, acesso ao ensino regular, com participação,
técnicas, recursos educativos; professores
aprendizagem e continuidade nos níveis mais
especializados ou devidamente capacitados para atuar
com qualquer educando nas classes comuns; educação elevados do ensino; transversalidade da
especial para o trabalho, visando a sua efetiva modalidade de educação especial desde a
integração na vida em sociedade (BRASIL, 1996). educação infantil até a educação superior; oferta do
atendimento educacional especializado; formação
A Política Nacional de Educação Especial na de professores para o atendimento educacional
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) busca especializado e demais profissionais da educação
garantir o acesso, a participação e a aprendizagem para a inclusão; participação da família e da
dos alunos com deficiência, transtornos globais do comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação na transportes, nos mobiliários, nas comunicações e
escola regular. informação; e articulação intersetorial na
implementação das políticas públicas.
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Capítulo 1
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade

LEIS E POLÍTICA DE INCLUSÃO

O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Recursos Multifuncionais (SRM), a promoção de
Deficiência Viver sem Limite (2011), lançado pelo acessibilidade arquitetônica nas escolas, a
governo federal, visa promover a inclusão social e o formação de professores para realização do
exercício pleno da cidadania das pessoas com Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a
deficiência e inclui ações na área da educação para aquisição de ônibus escolares acessíveis.
garantir a acessibilidade.
A Lei 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão da
Segundo seu princípio, o acesso à educação é Pessoa com Deficiência, também conhecida como
direito de todos, sem discriminação, em igualdade Estatuto da Pessoa com Deficiência, abrange uma
de oportunidades. Para torná-lo realidade na vida ampla gama de direitos, incluindo educação. Ela
das pessoas, o Governo Federal, por meio do Plano reforça a necessidade de garantir a inclusão, a
Viver sem Limite, vai investir até 2014 em recursos acessibilidade e o Atendimento Educacional
e serviços de apoio à educação básica. São ações Especializado (AEE).
que contemplam a implantação de Salas de

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Capítulo 1
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade

LEIS E POLÍTICA DE INCLUSÃO

Segundo seu Parágrafo único, do direito à atender às características dos estudantes com
educação: deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo
em condições de igualdade, promovendo a conquista
É dever do Estado, da família, da comunidade e o exercício de sua autonomia;
escolar e da sociedade assegurar educação de
qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a No ano de 2017, o Estado da Bahia publicou um
salvo de toda forma de violência, negligência e documento que constitui um marco orientador com
discriminação. as Diretrizes da Educação Inclusiva. Este
documento tem por objetivo nortear a prática
Em seu Artigo 28, esta Lei incumbe ao poder pedagógica dos professores da rede estadual e
público assegurar, criar, desenvolver, implementar, organizar as estruturas da Secretaria da Educação
incentivar, acompanhar e avaliar: no que tange à inclusão do público-alvo da
Educação Especial.
III - Projeto pedagógico que institucionalize o
atendimento educacional especializado, assim como
os demais serviços e adaptações razoáveis, para

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Capítulo 1
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Política de Inclusão e Acessibilidade

LEIS E POLÍTICA DE INCLUSÃO

Mais recentemente, o governo federal lançou o Este documento define como capacitismo:
Novo Viver sem Limite – Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiência (2023), com o Qualquer diferenciação, exclusão ou restrição
objetivo de promover, por meio da integração e da baseada em deficiência, com o propósito ou o efeito
articulação de políticas, programas e ações, o de impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o
exercício pleno e equitativo dos direitos das desfrute ou o exercício, pelas pessoas com
pessoas com deficiência. deficiência, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, de todos os direitos humanos e
Entre as suas diretrizes estão: liberdades fundamentais nos âmbitos político,
I - o enfrentamento do capacitismo, do preconceito econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro,
e da violência contra pessoas com deficiência; nos termos do Artigo 2 da Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
III - a garantia de acesso das pessoas com promulgada pelo Decreto nº 6.949, de 25 de
deficiência aos produtos, aos serviços e aos agosto de 2009.
equipamentos públicos e privados;

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Capítulo 2
Leitores de Tela e a Leitura do Mundo Imagético

APRESENTAÇÃO DOS PROGRAMAS LEITORES DE TELA


São programas de software projetados para NVDA (NonVisual Desktop Access): NVDA é um
converter informações exibidas em uma tela de leitor de tela de código aberto para Windows. Ele é
computador ou dispositivo móvel em saída de áudio gratuito para uso e é mantido pela comunidade.
ou Braille. NVDA suporta uma ampla gama de aplicativos e
formatos de documentos.
Existem vários leitores de tela disponíveis no
mercado, cada um com suas características e VoiceOver: VoiceOver é o leitor de tela integrado
funcionalidades específicas. Entre os mais nos dispositivos Apple, como iPhones, iPads e
conhecidos temos: Macs. Ele fornece suporte abrangente para a
navegação por gestos e é altamente integrado ao
JAWS (Job Access With Speech): JAWS é um ecossistema da Apple.
leitor de tela popular para usuários de Windows. Ele
oferece suporte a uma variedade de aplicativos e TalkBack: TalkBack é o leitor de tela para
ambientes, incluindo navegadores da web, clientes dispositivos Android. Desenvolvido pelo Google,
de e-mail e aplicativos de produtividade. oferece suporte para navegação por gestos e
interação por voz.
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Capítulo 2
Leitores de Tela e a Leitura do Mundo Imagético

CONCEITUAÇÃO DE TEXTO ALTERNATIVO


ATIVIDADE PROPOSTA

Para que os leitores de tela possam comunicar


informações visuais presentes em imagens, gráficos, Para uma postagem acessível:
ícones e outros elementos visuais é preciso que essas
imagens contenham audiodescrição como Texto Selecionar uma fotografia sua que deseja
Alternativo. postar nas redes sociais, fazer a
audiodescrição e colocá-la como texto
Audiodescrição de Imagens (ALT Text): As imagens alternativo.
em páginas da web e em documentos digitais podem
incluir atributos ALT (texto alternativo), que são
audiodescrições textuais que os leitores de tela leem
em voz alta. Essas audiodescrições são fundamentais
para transmitir o conteúdo visual aos usuários que não
podem ver.

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Capítulo 3
Acessibilidade e Desenho Universal

DEFINIÇÃO E EXEMPLOS DE ACESSIBILIDADE

Pessoas com deficiência frequentemente enfrentam uma série de barreiras, tanto reais quanto virtuais,
que podem dificultar sua participação plena na sociedade.

Entre as barreiras reais temos:


1.Físicas: • Falta de conscientização sobre as necessidades
• Falta de acessibilidade em edifícios públicos, das pessoas com deficiência.
transporte e espaços urbanos.
• Obstáculos arquitetônicos, como escadas sem 4. Educação:
rampas, falta de elevadores, etc. • Falta de recursos e suporte para estudantes com
deficiência.
2.Comunicação: • Infraestrutura inadequada em escolas para
• Falta de intérpretes de linguagem de sinais. acomodar diferentes necessidades.
• Ausência de materiais em formatos acessíveis,
como Braille ou áudio. 5. Emprego:
3.Atitudinais: • Discriminação no local de trabalho.
• Estigmatização e discriminação por parte da • Falta de adaptações para permitir a participação
sociedade. plena no ambiente de trabalho. 12
Capítulo 3
Acessibilidade e Desenho Universal

ENTRE AS BARREIRAS VIRTUAIS TEMOS

1.Acessibilidade na Web: • Barreiras para acessar informações em redes


• Websites e aplicativos que não são compatíveis sociais e plataformas digitais.
com tecnologias assistivas.
• Ausência de audiodescrições de imagens 4.Educação a Distância:
adequadas para leitores de tela. • Falta de adaptações e recursos acessíveis em
plataformas de ensino online.
2.Tecnologia: • Dificuldades para participar de aulas virtuais sem
• Dispositivos e softwares que não são projetados as devidas adaptações.
levando em consideração as necessidades de
acessibilidade. 5. Comunicação Digital:
• Falta de padrões de acessibilidade em produtos • Barreiras em aplicativos de mensagens e redes
eletrônicos. sociais que limitam a participação total.
• Vídeos online sem legendas ou tradução de
3.Informação: linguagem de sinais.
• Conteúdo online não disponível em formatos
acessíveis.
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Capítulo 3
Acessibilidade e Desenho Universal

ACESSIBILIDADE

A acessibilidade e o desenho universal são Alguns exemplos de recursos de acessibilidade são:


conceitos importantes que visam garantir que os
produtos, ambientes, serviços e tecnologias sejam • Rampas para cadeiras de rodas em edifícios.
acessíveis a todas as pessoas, independentemente • Sinais sonoros em semáforos para orientar
de suas habilidades físicas, sensoriais ou pessoas com deficiência visual.
cognitivas. • Fontes de texto ajustáveis e alto contraste em
interfaces digitais para atender a diferentes
A acessibilidade refere-se à prática de garantir que necessidades visuais.
todos os indivíduos, incluindo aqueles com
deficiências, tenham a oportunidade de utilizar,
participar e contribuir plenamente em ambientes,
produtos e serviços.

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Capítulo 3
Acessibilidade e Desenho Universal

DESENHO UNIVERSAL

O desenho universal é uma abordagem de design Flexibilidade no Uso: Oferece uma variedade de
que visa criar produtos, ambientes e serviços que métodos para acomodar as preferências e
sejam acessíveis e utilizáveis por todas as pessoas, habilidades individuais.
independentemente de suas habilidades, idade,
tamanho ou habilidades funcionais. Este conceito Exemplos:
se baseia nos seguintes princípios: Barras de Apoio em Banheiros:
A instalação de barras de apoio em banheiros,
Uso Equitativo: O design é útil e comercializável que são úteis para pessoas idosas, com
para pessoas com diversas habilidades. mobilidade reduzida ou que necessitam de
suporte adicional.
Exemplo: Elevadores e Rampas em
Edifícios: A instalação de elevadores e rampas Espaços de Estacionamento Amplos:
em edifícios para garantir que pessoas com Espaços de estacionamento mais amplos para
mobilidade reduzida possam acessar diferentes acomodar cadeiras de rodas, carrinhos de bebê
andares. e facilitar a entrada e saída de veículos.

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Capítulo 3
Acessibilidade e Desenho Universal

DESENHO UNIVERSAL

Simples e Intuitivo: Fácil de entender,


independentemente da experiência, conhecimento, Exemplo: Interfaces Digitais Acessíveis:
habilidades linguísticas ou concentração do usuário. Desenvolvimento de interfaces digitais com
opções de ajuste de tamanho de fonte, contraste
Exemplo: Controles de Temperatura com ajustável e suporte para leitores de tela.
Marcas Táteis: Marcas táteis em controles de
temperatura para permitir que pessoas com Sinalização com Contraste Elevado: Sinalizações
deficiência visual ajustem as configurações com com cores de alto contraste e fontes legíveis para
facilidade. facilitar a compreensão, beneficiando pessoas com
deficiência visual ou cognitiva.
Informação Perceptível: A informação necessária
para a compreensão do produto está disponível Tolerância ao Erro: Minimiza riscos e
para os usuários em diferentes modalidades consequências adversas de ações acidentais ou
sensoriais. não intencionais.

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Capítulo 3
Acessibilidade e Desenho Universal

DESENHO UNIVERSAL

Esforço Físico Mínimo: O design pode ser


usado eficientemente e confortavelmente, com
um mínimo de fadiga.

Exemplo: Calçadas com Declive Suave:


Calçadas que têm declives suaves para
permitir fácil acesso a cadeiras de rodas,
carrinhos de bebê e pessoas com dificuldades
de locomoção.

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Material de apoio

SUGESTÕES DE LEITURA:

Dissertação Verônica Marques


https://encurtador.com.br/cnrzE

Recursos e técnicas de acessibilidade na comunicação


https://encurtador.com.br/cfKMY

Textos sobre Leitores de Tela e Leitura do mundo imagético; barreiras reais e virtuais; e acessibilidade
e desenho universal
https://encurtador.com.br/ahkoA

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Sobre a Autora

Deise Mônica Medina Silveira

É doutora em Educação pela Universidade Federal da


Bahia, Mestre em Letras e Linguística pela Universidade
Federal da Bahia e Graduada em Letras com Língua
Inglesa pelo Centro Universitário Jorge Amado
(UNIJORGE). É professora de Língua Inglesa do IFBA,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. É
líder do grupo de pesquisa em Estudos Linguísticos,
Tradução e Acessibilidade, LINTRA, do IFBA. Foi vice-lider
do grupo de pesquisa em Tradução, Mídia e
Audiodescrição, TRAMAD, da UFBA. Suas áreas de
interesse são Estudos da Tradução, Semiótica Social e
Multimodalidade, Tradução Audiovisual e Acessibilidade.
Suas pesquisas se concentram nas áreas de
audiodescrição de imagens estáticas e LSE (Legendas
para Surdos e Ensurdecidos). Atua como audiodescritora e
legendista desde 2008.
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Referências Bibliográficas

BARBOSA, Verônica M. da S. Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Rede Municipal de Ensino


de Campina Grande/PB: uma análise a partir da política nacional de educação especial na perspectiva
inclusiva (2008-2018). 2022. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Campina Grande, Campina
Grande, 2022. Disponível em:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?
popup=true&id_trabalho=11504136. Acesso em: 10 nov. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação. PNEE: Política


Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida/Secretaria de
Modalidades Especializadas de Educação – Brasília; MEC. SEMESP. 2020. 124p.

BAHIA. Diretrizes da Educação Inclusiva no Estado da Bahia: pessoas com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. 2017. Disponível em:
http://escolas.educacao.ba.gov.br/educacaoespecial1. Acesso em: 10 nov. 2023.

BRASIL. Lei 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência.
Brasília, DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 10 nov. 2023.
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Referências Bibliográficas
_____. Viver sem Limite: plano nacional dos direitos da pessoa com deficiência. 2011. Disponível em:
https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/turismo-
acessivel/Cartilha_Plano_Viver_sem_Limite.pdf. Acesso em: 10 nov. 2023.

_____. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 2008. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 10 nov. 2023.

_____. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 10 nov. 2023.

_____. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências. 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 10 nov.
2023.

_____. Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência. 1989.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7853.htm. Acesso em: 10 nov. 2023.

_____. Constituição da República Federativa do Brasil, São Paulo: Editora Saraiva 1988. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 10 nov. 2023.
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