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Legislação e Políticas da Educação Especial e Inclusão

Professora Mestre: Selma Aguiar


E-mail: selma.aguiar@censupeg.com.br
Cronograma das aulas

• 03/08/2023
• 10/08/2023
• 17/08/2023
• 24/08/2023
Ementa

Trata da legislação brasileira e das políticas vigentes as


quais regem a modalidade da Educação Especial em
âmbito nacional, garantindo a inclusão como direito aos
que por ela são atendidos.
CONTEÚDO
 Educação Especial no Brasil: conceito e história.

 Principais documentos internacionais e nacionais relacionados à


Educação Especial e Inclusão.

 Política Nacional e Políticas Públicas para a Educação Especial:


aspectos legais e educacionais.

 Plano Nacional da Educação 2014-2024.

 Integração e inclusão: diferentes conceitos e práticas.

O processo de inclusão da pessoa com deficiência: aspectos


educacionais/pedagógicos e sociais.

 Aspectos curriculares e as propostas pedagógicas voltadas à inclusão.


Avaliação

 Participação efetiva* de no mínimo de 75% dos momentos síncronos definido no


cronograma das aulas da turma.

 Avaliação Individual no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

• A avaliação fica disponível no início da disciplina e o prazo para conclusão é de


até 30 dias (corridos) após a última aula;
• São permitidas até 3 tentativas para finalização dessa avaliação, onde é
considerada a tentativa com a maior quantidade de acertos;
• As questões podem ser respondidas em qualquer tempo, respeitando o prazo
de conclusão mencionado anteriormente;
Você sabe o que são atos normativos?

Como o próprio nome diz, têm carga normativa: estabelecem normas,


regras, padrões ou obrigações.

•Leis: As leis são as normas produzidas pelo Estado. São


emanadas do Poder Legislativo e promulgadas pelo
Presidente da República, para estabelecer normas e regras.
•Decretos: decretos são atos administrativos da competência
dos poderes executivos (presidente, governadores e
prefeitos). Servem para detalhar (regulamentar) uma lei já
existente.
•Portarias: normalmente é um documento de ato
administrativo de qualquer autoridade pública, que contém
instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos,
recomendações de caráter geral, normas de execução de
serviços, nomeações, demissões, punições ou qualquer outra
determinação de sua competência.
•Resoluções Normativas: são atos administrativos
normativos que partem de autoridades superiores, não do
chefe do executivo, através das quais disciplinam matéria de
sua competência específica.
https://energes.com.br. Acesso em 06/0723.
LEIS

 Regras que controlam e modificam


O que é a lei? comportamento;
 Regem a conduta dos indivíduos;
 Um conjunto de regras aplicáveis à
sociedade.

 Para garantir uma sociedade segura


e pacífica na qual os direitos
Porque precisamos das leis? individuais são respeitados;
 Para proporcionar resolver conflitos
pacificamente;
 Para implementar as políticas
sociais;
 Para garantir a equidade.
.
https://g1.globo.com. Acesso em 30/03/2023
Políticas

Para Ball (1994, p.16), as políticas são mediações codificadas de


forma complexa mediante embates, acordos, interpretações e
reinterpretações por parte das autoridades públicas. São
decodificadas também de maneira complexa, pela interpretação dos
atores envolvidos, atribuindo significados em função de suas
histórias, experiências e possibilidades.
NEUROPSICOPEDAGOGIA

Educação Especial Inclusiva

Diálogo
CONCEITOS E DEFINIÇÕES Art. 58. Entende-se por educação especial, para
os efeitos desta Lei, a modalidade de educação
escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos portadores
de necessidades especiais.
Educação Especial
Art. 58. Entende-se por educação especial, para
os efeitos desta Lei, a modalidade de educação
escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com
deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação. (BRASIL,1996)

Para Carvalho (2005, p.30), a educação inclusiva


Educação Inclusiva “trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a
todos – inclusive às pessoas em situação de
deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o
direito de aprender a aprender, aprender a fazer,
aprender a ser e aprender a conviver”.
Conforme aponta Ferreira (2005), a Educação Inclusiva deve ter como
perspectiva uma ação reflexiva que considere as diversidades e
pessoalidades de cada sujeito, visando à aprendizagem (qualitativa e
significativa) e com isso a valorização pessoal e social. A educação
especial se caracteriza por uma perspectiva inclusiva, em que se
consideram as necessidades educacionais específicas da criança.

Sassaki (1997, p. 41) apresenta o conceito de inclusão (1997, p. 41)


refere-se ao “processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir
em seus sistemas sociais gerais pessoas com necessidades especiais e,
simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na
sociedade”.
Educação Especial no Brasil: conceito e história

Segundo MAZZOTTA (1982) o atendimento à pessoa com deficiência durante


longo período foi caracterizado como:

Um consenso social pessimista, fundamentado essencialmente na idéia de que a


condição de ‘incapacitado, ‘deficiente’, ‘inválido’ é uma condição imutável, leva à
completa omissão da sociedade em relação à organização de serviços para
atender às necessidades individuais específicas dessa população. (ibid., p. 3)
https://slideplayer.com.br. Acesso em 04/04/2023.
A História da Educação Especial no Brasil

 Deu início na metade do século XX, uma consolidação da educação


especial no Brasil.

 O primeiro passo é habitualmente indicado pela a fundação das primeiras


instituições dirigidas às pessoas com deficiência auditiva e deficiência
visual, no século XIX (BUENO, 1993).

 Entre os anos 1930 e 1950, houve importantes iniciativas de instituições


privado assistenciais que estruturam uma ação na qual a educação passa
a ser evocada como meta, apesar do predomínio de um conjunto de
iniciativas ligadas à assistência e aos cuidados de saúde.

 (BAPTISTA, 2011)
A institucionalização da educação especial que ocorre no país a
partir da década de 1950 consolida não só o distanciamento do
Estado no que se refere à educação das pessoas consideradas
com deficiência, mas também a privatização do ensino, da
assistência social e da saúde dessa população, à medida que
agrega à sua especialidade um atendimento global. (MELETTI,
2008, p. 2).

Em 1964, após o golpe militar, houve a revisão das diretrizes da


educação, incluindo a ampliação da obrigatoriedade da escolarização
para oito anos, por meio da Lei Educacional nº 5.692, de 1971,
considerada um marco na expansão dos serviços da educação especial,
porque amplia o espectro de ação dessa área em termos de envolver
não apenas alunos que apresentam deficiência, mas incluir ainda
aqueles com dificuldades de aprendizagem (Kassar, 2011)
Quatro períodos históricos da Educação Especial

Exclusão: Idade Antiga: de


4000 – 3500 a.C. a 476 d.C.

Segregação: Idade Média:


de 476 d.C. a d.C.

Integração: Do século XVI


até meados do século XX.

Inclusão: meados do século


XX até o presente momento.
Visão histórica da Deficiência
https://youtu.be/dGaaVtYeklU
A História da Educação Especial no Brasil

Em meados de 1945 foi criada a Sociedade Pestalozzi do Brasil, já em 1954 foi


fundado a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), ou seja,
nesse período houve a criação de escolas especiais. “A expansão dessas
instituições privadas e filantrópicas desobrigava o poder público do atendimento
educacional a essa parcela da população estudantil” (RODRIGUES; CAPELLINI;
SANTOS, 2017, p. 5).

Em1854: foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, posteriormente


denominado Instituto Benjamin Constant – IBC.

Em 1857: foi fundado o Instituto Nacional dos Surdos-Mudos, que também alterou
o nome para Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
Hospital Juliano Moreira (1874), o qual prestava assistência médica
para pessoas com deficiência intelectual, e também foi fundado no Rio
de Janeiro a Escola México (1887), responsável por atender pessoas
com deficiências físicas e intelectuais (BELTHER, 2017).

Duas vertentes:
Médico-pedagógica: caracterizada pelas instituições nas quais o
atendimento estava mais centralizado na figura na figura do médico,
seja no diagnóstico ou nas práticas escolares das pessoas com
deficiência.
Psicopedagógica: caracterizada pelas instituições que, embora não
dispensem a presença do médico, centra suas atividades em princípios
psicológicos (BELTHER, 2017, p. 10).
1960 foi o período de maior expansão de escolas de ensino especial no
Brasil. Até o início da década de 1970 já havia mais de 800 instituições de
ensino especial para pessoas com deficiência intelectual, além do
aumento expressivo de classes especiais em escolas públicas.

Em 1961: foi publicada a lei nº 4.024, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDBEN) fundamentava o atendimento educacional às pessoas com
deficiência, chamadas no texto de “excepcionais” (atualmente, este termo está
em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas com deficiência).
Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível,
enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade

 (BAPTISTA, 2011)
1970 – Integração oposto da segregação (classe especial), Centro
Nacional de Educação Especial – Cenesp. Trata-se de uma iniciativa, apoiada
por consultores norte-americanos, que inaugurava um espaço institucional para
a educação especial no Ministério da Educação, com o objetivo de “regular,
disseminar, fomentar e acompanhar a Educação Especial no Brasil” (KASSAR,
2011, p. 68).

Após os anos 1980 será uma ampliação progressiva, mas em ritmo moderado,
da garantia de escolarização. É o momento de abertura política, após o longo
período de 21 anos que sucedeu o golpe militar de 1964. Nesse período,
tivemos também o Ano Internacional das Pessoas com Deficiência, organizado
pela ONU em 1981, e um intenso movimento em defesa dos direitos das
pessoas com deficiência (MAIOR, 2018).
Em 1985, ocorreu a transformação do Cenesp em Secretaria de Educação
Especial no Ministério da Educação. Merece ainda destaque a Constituição
Federal 1988, a constituição cidadã, por sua ênfase nos processos
democráticos e pela defesa de ampliação dos direitos sociais.

É importante recordar que se trata de um momento regido pelas diretrizes da


Política Nacional de Educação Especial de 1994, que indica claramente em
suas metas que haverá o “ingresso do aluno portador de deficiências e de
condutas típicas em turmas do ensino regular, sempre que possível”
(BRASIL, 1994, p. 49).

Em 1990, Conferencia Mundial para todos, Jomtien/1990, promover as


transformações nos sistemas de ensino, assegurando o acesso e
permanência de todos na escola.
Igualdade e Diferença
Refletindo
“Temos o direito de sermos
iguais quando a diferença
nos inferioriza; temos o
direito a ser diferentes
quando a igualdade nos
descaracteriza.”

Boaventura de Souza
Santos (2003)

https://www.boitempoeditorial.com.br/autor/boaventura-de-sousa-santos-108. Acesso em 08 de fev. 2022.


Diferenciar para incluir

https://www.facebook.com/NoCaminhoDaEnfermagem/photos/igualdade-equidadetratar-dos-conceitos-de-igualdade-e-
equidade-%C3%A9-na-verdade-disc/1134651296687107. Acesso em 09 de fev. de 2022.
Padrões
Padrões Educacionais
Conceituando algumas terminologias: Inclusão

Incapacidade Aleijado
Invalido
Portador de deficiência
Defeituosos
Pessoas deficientes
Pessoas com necessidades especiais
Pessoas especiais

Portadoras de direitos especiais


Pessoas com deficiência
(SASSAKI, 2000)
ALEIJADO, DEFEITUOSO, INCAPACITADO E INVÁLIDO

 Foram substituídas por pessoa com deficiência.

“ceguinho” ou “surdinho”

Esses termos foram substituídos por cego,


pessoa cega, pessoa com deficiência
visual, deficiente visual ou pessoa com
deficiência auditiva

“mongoloide”, “mongol”, “excepcional”,


“doente mental” e “retardado”

Foram substituídas, respectivamente, por


pessoa com Síndrome de Down, pessoa com
deficiência mental e pessoa com deficiência

(SASSAKI, 2000)
Significados

Inválidos”. O termo significava “indivíduos sem valor”.


Incapazes”, que significava “indivíduos que não são capazes”.
Defeituosos”. O termo significava “indivíduos com deformidade”
(principalmente física).
Deficientes”. Este termo significava “indivíduos com deficiência”
física, intelectual, auditiva, visual ou múltiplas.
Excepcionais”. O termo significava “indivíduos com deficiência
intelectual”.

(SASSAKI, 2000)
Pessoas deficientes”. Pela primeira vez em todo o mundo, o substantivo
“deficientes” (como em “os deficientes”) passou a ser utilizado como adjetivo,
sendo-lhe acrescentado o substantivo “pessoas”.
A partir de 1981, nunca mais se utilizou a palavra “indivíduos” para se referir às
pessoas com deficiência.

(SASSAKI, 2000)
https://diariodainclusaosocial.com. Acesso em 08 de fev. de 2022.
LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Educação Especial

É contemplada desde a década de 1960, mas foi a partir da década de 1990


que ela ganhou corpo acompanhando o movimento internacional em defesa
dos direitos humanos, da educação para todos e da inclusão social.

Da Educação de Excepcionais

Art. 88. A educação de excepcionais deve,


no que for possível, enquadrar-se no
sistema geral da educação, a fim de
integrá-los na comunidade (BRASIL,
1961).
1971 – Lei Nº 5.692 altera a LDB de 1961, responsável por fixar bases e diretrizes
para o ensino do 1ª e 2ª grau. No art. 9ª estabelece o tratamento especial para
alunos que apresentam deficiências físicas ou mentais:

Art. 9º Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se


encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os
superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas
fixadas pelos competentes Conselhos de Educação (BRASIL, 1971).

 1973 - A criação do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) e,


posteriormente, a estruturação da Secretaria de Estado de Educação e do
serviço de Educação de Excepcionais, passa a denominar-se Departamento de
Ensino Especial. Foi criado para promover, exclusivamente na região Norte,
a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais.
1988 – Constituição Federal
O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos
17 anos, afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino”. Nos artigos 205 e 206, afirma-se, respectivamente, “a
Educação como um direito de todos, garantindo o pleno
desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação
para o trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência
na escola”.
1990 – Lei Nº 8.069

Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069


garante, entre outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças
com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao
adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas
públicas de prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa
condição.

1994 – Política Nacional de Educação Especial


Orienta o processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso às
classes comuns do ensino regular àqueles que “(...) possuem condições de
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino
comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais” (p.19).
1996 – Lei Nº 9.394

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em vigor tem um capítulo


específico para a Educação Especial. Nele, afirma-se que “haverá, quando
necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender
às peculiaridades da clientela de Educação Especial”. Também afirma que “o
atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a integração nas classes comuns de ensino
regular”. Além disso, o texto trata da formação dos professores e de
currículos, métodos, técnicas e recursos para atender às necessidades das
crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação.
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência /Decreto nº 3.298/99

Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência;

Define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis


e modalidades de ensino;

Enfatiza a atuação complementar da educação especial ao ensino regular.

2001 – Lei Nº 10.172

O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso,
tinha quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência.
Entre elas, afirmava que a Educação Especial, “como modalidade de Educação
escolar”, deveria ser promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que
“a garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de
deficiência” era uma medida importante.
2001 – Resolução CNE/CEB Nº 2

O texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes


Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais
pontos, afirma que “os sistemas de ensino devem matricular todos os
alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos
educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as
condições necessárias para uma Educação de qualidade para todos”.

Considera ainda que o atendimento escolar dos alunos com deficiência tem
início na Educação Infantil, “assegurando- lhes os serviços de educação
especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a
família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional
especializado”.
2002 – Resolução CNE/CP Nº1/2002
A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores
da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação
plena”. Sobre a Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir
“conhecimentos sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas
as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais”.

2002 – Lei Nº 10.436/02


Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de
Sinais (Libras).

2005 – Decreto Nº 5.626/05


Regulamenta a Lei Nº 10.436, de 2002
2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos

Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça,


Unesco e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a
inclusão de temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das
escolas.

2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)

No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da infraestrutura


das escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da formação
docente e das salas de recursos multifuncionais.

2007 – Decreto Nº 6.094/07

O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos


pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais
especiais dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no
sistema público de ensino.
2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva

Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil


para embasar “políticas públicas promotoras de uma Educação de
qualidade para todos os alunos”.

2008 – Decreto Nº 6.571

Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação


Básica e o define como “o conjunto de atividades, recursos de
acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado
de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no
ensino regular”. O decreto obriga a União a prestar apoio técnico e financeiro
aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da modalidade. Além disso,
reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola.
2009 – Resolução Nº 4 CNE/CEB
O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento educacional
especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no
contraturno e preferencialmente nas chamadas salas de recursos
multifuncionais das escolas regulares. A resolução do CNE serve de orientação
para os sistemas de ensino cumprirem o Decreto Nº 6.571.
2011 – Decreto Nº 7.611

Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever


do Estado com a Educação das pessoas público-alvo da Educação Especial.
Entre elas, determina que sistema educacional seja inclusivo em todos os
níveis, que o aprendizado seja ao longo de toda a vida, e impede a exclusão
do sistema educacional geral sob alegação de deficiência. Também determina
que o Ensino Fundamental seja gratuito e compulsório, asseguradas
adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais, que
sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes
que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta
de inclusão plena, e diz que a oferta de Educação Especial deve se dar
preferencialmente na rede regular de ensino.
2011 – Decreto Nº 7.480

Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na


Secretaria de Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação
(MEC). Hoje, a pasta está vinculada à Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).

2012 – Lei nº 12.764

A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com


Transtorno do Espectro Autista.
2014 – Plano Nacional de Educação (PNE)

A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a


de número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17
anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de
salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços
especializados, públicos ou conveniados”.
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015

Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da


Pessoa com Deficiência)

A Política define o público-alvo da educação especial os alunos com


deficiência, transtorno do espectro autista (TEA) e altas
habilidades/superdotação – e institui o atendimento educacional individualizado
(AEE) como seu principal serviço de apoio.
2019 – Decreto Nº 9.465

Cria a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação,


extinguindo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,
Diversidade e Inclusão (Secadi). A pasta é composta por três frentes:
Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com
Deficiência; Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos; e
Diretoria de Políticas para Modalidades Especializadas de Educação e
Tradições Culturais Brasileiras.
2020 – Decreto N°10.502 – Política Nacional de Educação Especial

Institui a chamada a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa,


Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida. Para organizações da
sociedade civil que trabalham pela inclusão das diversidades, a política
representa um grande risco de retrocesso na inclusão de crianças e jovens
com deficiência, e de que a presente iniciativa venha a substituir a Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (listada nesse material,
no ano de 2008), estimulando a matrícula em escolas especiais, em que os
estudantes com deficiência ficam segregados.

O Decreto nº 10.502 abria margem para exclusão e já havia sido suspenso pelo
Supremo Tribunal Federal em 2020 - (crédito: AFP)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogou um decreto assinado
pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que incentivou, em 2020, a criação
de classes especializadas em escolas regulares e escolas próprias para alunos
com deficiência.
Na prática, o decreto permitia a criação de escolas especiais para estudantes
com alguma deficiência e aulas separadas, sem a convivência com as demais
crianças.
https://cultura.uol.com.br. Acesso em 30/03/2023
o presidente Lula (PT) autorizou a reestruturação do Ministério da Educação
(MEC) com um novo decreto, de nº 11.342. A medida se refere, entre outras
coisas, à recriação da Secretaria de Articulação com Sistemas de Ensino (SASE)
e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
(SECADI), ambas extintas pelo governo Bolsonaro.

f) Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos,


Diversidade e Inclusão:
1. Diretoria de Políticas de Educação do Campo e Educação Escolar Indígena;
2. Diretoria de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos;
3. Diretoria de Políticas de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva;
4. Diretoria de Políticas de Educação Étnico-Racial e Educação Escolar
Quilombola;
5. Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos;
http://www.planalto.gov.br. Acesso em 09 de fev. de 2023.
O Ministério da Educação (MEC) informou no dia 05/01/23, que a Diretoria de
Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dipebs) permanece na estrutura da
pasta, mas passará a funcionar dentro da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi). A Secadi,
que passará a cuidar das demandas educacionais da comunidade surda, havia
sido extinta pelo governo Bolsonaro, mas foi recriada após aprovação do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de reestruturação do MEC. A secretaria
é responsável pelos programas, ações e políticas de educação especial,
educação de jovens e adultos, educação do campo, educação escolar indígena e
quilombola, educação para as relações Étnico-Raciais e em Direitos Humanos.

https://www.libras.com.br. Acesso em 09 de fev. de 2023.


LEITURA

NOTA TÉCNICA Nº 04 / 2014 / MEC / SECADI / DPEE Data: 23 de janeiro de


2014. Orientação quanto a documentos comprobatórios de alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação no Censo Escolar.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15898-nott04-secadi-dpee-


23012014&category_slug=julho-2014-pdf&Itemid=30192
Os marcos da Educação Inclusiva no Brasil
revisando

Imagem retirada do site: https://ead.unifacvest.edu.br/. Acesso em 14 de fev. De 2022.


Principais documentos internacionais
1. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948)

 O primeiro, e talvez o mais importante, acontecimento da história no campo


dos direitos do ser humano foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos
adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 10 de dezembro de
1948 (TONELLO, 2001).

2. Convenção de Direitos da Criança (ONU, 1989)

 O documento apresenta a necessidade de assegurar à criança com deficiência o


acesso à educação e o direito à integração social e ao desenvolvimento
individual;

3. Declaração de Jomtien, na Tailândia (UNESCO, 1990)

 Ideais de educação para todos(as).

4. Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994)


Impulsionada pelos movimentos de inclusão social, elevou a ideia de inclusão para
todos(as) e consignou novas diretrizes aos princípios, às políticas e às práticas na
área da Educação Especial.
5. A CONVENÇÃO DE GUATEMALA (1999)

 A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001,


afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades
fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na
deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos
direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem importante
repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da educação especial,
compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a eliminação das
barreiras que impedem o acesso à escolarização.

 6. Declaração de Madri
 O documento da ênfase na não discriminação e na ação afirmativa como
ações hábeis à efetiva inclusão social (CONGRESSO EUROPEU SOBRE
DEFICIÊNCIA, 2002).
7. 2007, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

 o propósito da Convenção de Nova Iorque vem posto já em seu primeiro


artigo:

Artigo 1
O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o
exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito
pela sua dignidade inerente. Pessoas com deficiência são aquelas que têm
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com
as demais pessoas. (ONU, 2007; BRASIL, 2008a, 2009a)
O marco da Convenção de Nova Iorque é tão relevante para a sociedade
brasileira que, sob suas bases, foi editada a Lei Federal nº 13.146, de 6
de julho de 2015, consubstanciando a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência, cujo artigo
inaugural expressamente consigna o objetivo assecuratório e de
promoção do exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
pela pessoa com deficiência, em igualdade de condições, voltados à
inclusão social e à cidadania.
ALGUNS OBSTACULOS QUE IMPEDE A IMPLANTAÇÃO DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL?

 A FALTA DE UM SISTEMA EDUCACIONAL INCLUSIVO;

 OS EDIFÍCIOS FORAM CONSTRUÍDOS PARA PESSOAS SEM DEFICIÊNCIA

 FORNECIMENTO DE TRANSPORTE ADAPTADO;

 ESCOLA SEM BARREIRAS ARQUITETÔNICAS;

 QUALIFICAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA;

 CAPACITAÇÃO DO CORPO DOCENTE PARA FACILITAR A COMUNICAÇÃO;


O sistema educacional inclusivo só será
efetivo quando as muitas barreiras que
existem sejam eliminadas; notadamente a
barreira atitudinal.
https://diariodainclusaosocial.com. Acesso em 02 de fev. de
2022.
CURIOSIDADE
As pessoas com Altas Habilidades/Superdotação são público alvo da
Educação Especial, conforme o Decreto n.7.611, de 17 de novembro de
2011.
Altas Habilidades/Superdotação são termos sinônimos, isto é, querem
dizer a mesma coisa. É a mesma coisa dizer que uma pessoa tem altas
habilidades ou que é superdotada. Ambas as formas estão corretas. A
separação com uma barra (/) entre os dois termos indica que têm o
mesmo significado. Assim, é correto usar a barra ou também se pode
dizer: altas habilidades ou superdotação. A palavra “ou” também indica
que os dois termos são equivalentes. A legislação brasileira utiliza a
barra ou a palavra “ou” para separar os termos.
Referências

BALL, S. Education reform: a critical and post-structural approach. Buckingham: Open University Press,
1994.
BAPTISTA, Claudio Roberto; JESUS, Denise Meyrelles de. Avanços em políticas de incluso – O contexto
da Educação Especial no Brasil e em outros países. Editora Mediação.
BAPTISTA, Claudio Roberto. Ação pedagógica e educação especial: a sala de recursos como prioridade na
oferta de serviços especializados. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 17, n. esp. p. 59-76,
2011.
https://todospelaeducacao.org.br/noticias/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-educacao-inclusiva/.
Acesso em 23 de jan. de 2022.
https://youtu.be/dGaaVtYeklU. Acesso em 20 de nov. de 2022.

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