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A Transição do Feudalismo para Capitalismo; A Formação das Monarquias Nacionais; O Expansionismo
Marítimo-Comercial Europeu: Navegações portuguesas; Navegações espanholas; Efeitos da expansão
europeia ................................................................................................................................................................... 1
A América Pré-Colombiana: O homem americano; As civilizações: Astecas, Maias e Incas ................................ 6
O Renascimento Cultural: Características da cultura renascentista; O renascimento e o humanismo na Itália .... 9
A Reforma e a Contrarreforma: Reforma na Alemanha ........................................................................................ 11
A contrarreforma. O Iluminismo: Fisiocracia e liberalismo; Despotismo esclarecido............................................ 12
A Revolução Industrial: Etapas da revolução; Efeitos de revolução ..................................................................... 14
Independência dos Estados Unidos: Pressão inglesa; A Independência ............................................................. 15
A Revolução Francesa: Sociedade, Economia e Política. A Era Napoleônica: Expansionismo napoleônico;
Congresso de Viena .............................................................................................................................................. 16
Independência da América Latina: A crise do sistema colonial; Lutas pela Independência na América ............. 18
Imperialismo: A colonização e partilha da África e Ásia ........................................................................................ 19
Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa ....................................................................................................... 20
A Crise de 1929 ..................................................................................................................................................... 24
O Nazi-Fascismo e a Segunda Guerra Mundial .................................................................................................... 25
A Guerra Fria ......................................................................................................................................................... 29
O Período colonial ................................................................................................................................................. 31
Apogeu e crise do sistema colonial: A corte portuguesa no Brasil e a Independência ........................................ 37
Organização do Império Brasileiro: Primeiro Reinado .......................................................................................... 38
Período de Regência (1831-1840) ........................................................................................................................ 39
O Segundo Reinado (1840-1889) ......................................................................................................................... 40
O advento e a consolidação da República Oligárquica: Propaganda republicana. A consolidação do regime ... 41
A Revolução de 1930 e a Era Vargas ................................................................................................................... 42
A República Liberal Populista (1946-1964) ........................................................................................................... 47
A estrutura política e os movimentos sociais no período militar ........................................................................... 52
A abertura política e a redemocratização do Brasil ............................................................................................... 54
Globalização e as políticas neoliberais ................................................................................................................. 56
Questões ............................................................................................................................................................... 59

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A Transição do Feudalismo para Capitalismo; A Formação das Monarquias
Nacionais; O Expansionismo Marítimo-Comercial Europeu: Navegações
portuguesas; Navegações espanholas; Efeitos da expansão europeia

A expansão Ultramarina Europeia dos séculos XV e XVI. História geral:

A Idade Moderna é a divisão convencionada pelos historiadores para caracterizarmos a sociedade


europeia entre os séculos XIV e XVIII. Este período caracteriza-se por transformações muito profundas
na sociedade, economia e cultura. A Idade Moderna pode ser também chamada de Antigo Regime.
Compreende o período de formação das monarquias nacionais, a expansão marítima, a colonização da
América, e também do Renascimento Cultural e da Reforma Religiosa.
Um dos momentos mais importantes para o desenvolvimento da História ocidental e um dos maiores
momentos de ampliação do capitalismo comercial foi o período denominado como o das “Grandes
navegações” que se inicia com as navegações portuguesas em busca de novas rotas para a compra de
especiarias, pois os antigos trajetos não eram mais viáveis.

Antecedentes europeus

No século XIV ocorre a transição entre o período denominado Idade Média para a Idade Moderna,
quando floresce o capitalismo e o Estado Absolutista. Na Idade Média o sistema político era a
monarquia descentralizada, ou seja, o rei não possuía poderes plenos, pois eles estavam distribuídos
entre a nobreza feudal. O monarca só mandava de fato em seu próprio feudo enquanto os outros
senhores feudais possuíam autonomia administrativa. E nos aspectos econômicos a Idade Média se
caracteriza por uma estrutura econômica agrária, sem comércio (praticamente estática
comercialmente), e de subsistência.
Após as guerras entre católicos e islâmicos no século XII, as chamadas cruzadas, ocorreu a
reabertura comercial do Mar Mediterrâneo, que durante os séculos da Idade Média em termos
comerciais estava tecnicamente estático. As cruzadas tinham antes de tudo objetivos religiosos, porém
sua maior consequência foi o “Renascimento comercial e Urbano”. Foram pioneiras as cidades italianas
de Gênova e Veneza (naquela época eram cidades independentes e não havia ainda o Estado Nacional
italiano que só surgiria no século XIX) que passaram a monopolizar a navegação no Mediterrâneo,
impondo barreiras militares e aduaneiras às embarcações de outras localidades. Entre o século XII e
XIV surge e se fortalece a classe social que será o elemento social catalisador da formação do Estado
Nacional Moderno e das Grandes Navegações: A Burguesia.

O mediterrâneo e sua importância


O mar mediterrâneo É o maior mar interior continental do mundo. Compreendido entre a Europa
meridional (sul), a Ásia ocidental (oriente médio) e a África setentrional (Norte) com aproximadamente
2,5 milhões de km². Era a plataforma de navegação dos romanos que o chamavam de “mare nostrun”,
pois os limites interiores do império eram seus litorais. Na idade média os europeus viveram entre os
séculos IX e XII o feudalismo, que se caracteriza principalmente por ser uma estrutura econômico-
social totalmente agrária, de subsistência, com ausência quase total de comércio e baseada em
relações medievais de vassalagem, em que um guerreiro que possuía maior nobreza e poder, ao
comandar a conquista de um território em uma campanha militar, reconhecia seus nobres subordinados
com a concessão de feudos (territórios – grandes faixas de terra), para que fossem então seus
senhores. O mar neste período era dominado pelos árabes islâmicos no norte da África, que enquanto a
Europa padecia de uma estrutura monárquica descentralizada em que o rei só tinha soberania de fato
sobre seu próprio feudo, e o comércio era raro e atividade custosa, pois a cada feudo que se
atravessava, havia muitos impostos a serem pagos tanto para entrar e sair como para usar suas
estradas e pontes. Isso somado a uma variedade de moedas que também variavam de feudo a feudo,
assim como as leis também variavam. Isso tudo tornava a atividade comercial bastante difícil.
O mar permite o contato entre regiões e povos muito diferentes. Com as cruzadas Gênova e Veneza,
enriqueceram muito e se impuseram economicamente e militarmente no Mar mediterrâneo e passaram
a dominá-lo. O mar passa a movimentar um intenso comercio marítimo, pois unia a Europa ocidental às
regiões do oriente médio, onde iam buscar especiarias.

Especiarias: produtos como cravo, canela, pimenta, noz moscada, seda, perfumes, incensos e
marfim. Eram muito valiosas na Europa e eram compradas a preço baixo nas “Índias Orientais” que
tinham como porta de entrada a cidade de Constantinopla, hoje chamada Istambul. Iam até a China
através da “rota da seda”.

O mar mediterrâneo passa a ser a partir das cruzadas um grande eixo comercial em que a
navegação e o comércio eram cada vez mais importantes. E a burguesia ia ficando mais rica e influente.

A Revolução de Avis e a formação do Estado Nacional Moderno.

Portugal e Espanha são chamados países Ibéricos por estarem localizados na península Ibérica.
Entre o século XII e XIV Portugal se formou como um reino cristão que lutou pela expulsão dos
“mouros” (árabes e berberes islâmicos que habitavam a península ibérica e hoje o norte da áfrica.) da
península (Episódio conhecido como Guerra de Reconquista). Ao norte havia os reinos cristão de Leão,
Castela, Navarra e Aragão, enquanto ao sul, na maior parte da península estavam os mouros. Nesse
contexto o nobre francês Henrique de Borgonha recebeu por seu destaque na luta pela expulsão dos
islâmicos o condado portucalense. Seu filho, Afonso Henriques, libertou-se politicamente do reino de
Leão e proclamou-se rei de Portugal em 1139. A independência do novo reino foi formalmente
reconhecida pelo rei de leão de Castela em 1143. A Guerra de Reconquista influenciou toda a
organização do Estado português. A constante mobilização para a guerra reforçou o poder do rei como
chefe militar, facilitando a centralização política. A luta contra os mouros continuou até 1249, quando se
deu a conquista final do território atual de Portugal e a expulsão dos árabes. Para os lusitanos havia
encerrado a Guerra de Reconquista.
Portugal produzia vinhos e azeites e era entreposto comercial marítimo importante. As
embarcações ancoravam onde hoje é a cidade do porto para se abastecerem e ali já era praticado um
importante comércio em razão disso.
Portugal sofre os efeitos da peste negra (1347 – séc. XIV). Ocorreu uma enorme perda populacional
(em toda a Europa a peste chegou a matar quase um terço da população) que tornou a mão de obra
escassa e, portanto mais cara gerando conflitos entre os camponeses e os senhores. Nesse momento
inicia-se uma crise sucessória ao trono português que dará fim a dinastia de Borgonha que estava no
poder desde D. Afonso Henriques. A crise sucessória no trono: Em meio a esse clima de tensão
social o ultimo rei da dinastia de Borgonha Morreu: D. Fernando I e para piorar as coisas, não deixou
herdeiros masculinos. A filha do rei morto, Dona Cristina era casada com o rei de Castela que se
apresentou como pretendente do trono português. A alta nobreza de Portugal apoiou as pretensões do
rei castelhano, mas a alta burguesia de Lisboa e do Porto foram contra, o que acabou por dividir
Portugal.
Sob a liderança de Álvaro Pais, a burguesia comercial-marítima tomou a iniciativa de aliar-se a D.
João, mestre de Avis, irmão bastardo de Fernando I, o rei morto. Depois de sublevar Lisboa, Álvaro
Pais apelou com êxito para o povo. Graças ao apoio popular a alta burguesia venceu os castelhanos na

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batalha de Aljubarrota (1385) pondo fim a ameaça estrangeira, representada pelo risco de anexação à
Espanha. Vitorioso contra os inimigos externos e internos, D. João, mestre de Avis, com o apoio da alta
burguesia, assumiu o trono como o titulo de D. João I (1385-1433), fundando a Dinastia de Avis (1385-
1580). Esse acontecimento, conhecido como Revolução de Avis é considerado pelos historiadores
portugueses o início da Era Moderna em Portugal. É considerado o primeiro Estado Nacional moderno
do mundo. Também pode ser chamado de Estado Absolutista.
Nesta associação da burguesia e nobreza colocando D. João mestre de Avis como soberano, o
Estado passa a ser parceiro dos burgueses organizando a legislação e os impostos de forma a
estimular o comércio. Estabelece impostos, leis e moedas nacionais (válidos em todo o território do país
e não mais nos feudos somente), enquanto se beneficia dos altos impostos que passa a receber e se
tornam a principal fonte de receita do reino. Desse encontro entre o Estado e a economia, nos quadros
de uma sociedade aristocrática foi ganhando forma a política econômica mercantilista. O mercantilismo
consistiu no controle da economia pelo rei, ou mais exatamente na intervenção do estado na
economia.

Mercantilismo: Pratica econômica dos Estados Nacionais que pode ser sintetizada em cinco
características:
1- Metalismo: A riqueza das Nações seria determinada pela quantidade de metais preciosos
acumulados.
2- Balança comercial favorável: Exportar mais que importar (superávit), para favorecer a entrada de
metais preciosos com as vendas impedir sua saída importando produtos.
3- Protecionismo: cobrança de altas taxas alfandegárias de produtos de outros países para
estimular a produção no seu. Taxas altas para manufaturados e baixas para matérias primas, de forma
a estimular a manufatura para ser exportada em seu pais.
4- Incentivo à manufatura: estimulo a produção de determinados produtos e concessão de
monopólio ao fabricante, impedindo a concorrência.
5- Sistema Colonial: A Busca por possuir colônias para que pudessem ser exploradas. Eram
importantes fontes das matérias primas e mercado consumidor para as manufaturas da metrópole. As
colônias deveriam realizar comércio exclusivamente com a metrópole.

As Grandes Navegações

Portugal foi pioneiro na expansão marítima pelo oceano atlântico. Este período é muito importante,
pois além de significar um momento de ampliação e fortalecimento do capitalismo europeu, marca a
mudança o eixo econômico do mar mediterrâneo para o atlântico. As grandes navegações foram
impulsionadas pelo interesse dos reis e da burguesia (que contavam com o apoio da Igreja Católica), a
escassez de metais preciosos e a necessidade de buscar novas rotas para as “índias”, pois o mar
mediterrâneo estava monopolizado pelas cidades italianas e por terra os perigos eram muitos. O
comércio atlântico fortaleceu-se mais ainda a partir de 1453, quando a cidade de Constantinopla foi
tomada militarmente pelos Turcos Otomanos e inviabilizaram o comércio de especiarias na região para
os europeus.

O pioneirismo português

Nau de Pedro Alvarez Cabral

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São razões do pioneirismo português

1- Centralização política (Portugal é o primeiro Estado nacional absolutista, também chamado Estado
Moderno).
2- Paz interna (Estabilidade político-social enquanto a Espanha ainda estava em sua guerra de
reconquista, e outros reinos europeus estavam em guerra).
3- Posição geográfica favorável.
4- Existências de uma burguesia ambiciosa e com capacidade de investimento
5- Experiência comercial.
6- Interesse e incentivo comercial do Estado português (que inclusive criou escolas de navegação).
7- Novas invenções tecnológicas (Bússola, pólvora, astrolábio, quadrante, cartografia etc.).
De todos os elementos que tornaram Portugal pioneiro se destacam o Estado absolutista e a paz
interna, estas características exclusivas do reino lusitano.
Trinta anos após a Revolução de Avis tiveram início as navegações portuguesas. Em 1415 Portugal
conquistou a cidade de Ceuta, localizada no norte da África, no Marrocos, que era um importante
centro comercial árabe. Entre 1415 e 1488 Foi explorado o litoral atlântico onde hoje está o território
litorâneo entre o Marrocos e a África do sul. A esta faixa denomina-se Périplo africano. É bom lembrar
que avançar alguns quilômetros no oceano é tarefa complicada que exige domínio das correntes
marítimas e o mapeamento da trajetória. Tarefas lentas e custosas. Em 1488 Bartolomeu Dias
conquistou o extremo sul do continente africano e dobrou o que era chamado de “cabo das tormentas”,
devido ao mar agitado, encontro dos oceanos Atlântico e Pacífico. Depois disso foi rebatizado de cabo
da boa esperança. Em 1498 Vasco da Gama conquista a cidade de Calicute, na Índia. Com a
descoberta do caminho para a Índia, Portugal passou a dominar o comércio de especiarias, e com sua
rede de Feitorias, dominou o comércio do ouro por cem anos (1450 a 1550) e já era um grande
traficante de escravos quando Pedro Álvares de Cabral chegou ao Brasil, em 1500.

As navegações espanholas

A Espanha começou sua navegação após o fim de sua Guerra de Reconquista e a conquista da paz
e o desenvolvimento do seu Estado Absolutista (O ano é 1492. No mesmo ano que acaba a
reconquista, Colombo chega à América). Seu primeiro Grande navegador foi Cristovão Colombo que
em busca de novas rotas tentou a circunavegação (dar a volta na terra de navio). Lembre-se que o
mediterrâneo era monopolizado pelos italianos, o caminho por terra e por Istambul inviáveis devido aos
riscos e o atlântico agora era português. A audaciosa viagem de Colombo através do atlântico tinha por
objetivo atingir a China. Quando foi constatado que as terras atingidas por Colombo pertenciam a um
continente até então desconhecido, foram consideradas um obstáculo. O “Novo mundo – a América-, no

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início, não despertou o interesse da Coroa espanhola. O mesmo ocorreu com o Brasil depois que aqui
chegou à esquadra de Pedro Álvares Cabral. Com a Espanha entrando em cena, colocou-se o
problema das fronteiras luso-espanholas no ultramar, que só foi solucionada com o Tratado de
Tordesilhas.
Observação: A primeira viagem de circunavegação completa foi realizada pelo espanhol Fernão de
Magalhães em 1519.

A Bula Intercoetera e o Tratado de Tordesilhas

A disputa comercial e territorial entre Portugal e Espanha fez com que o arbítrio internacional fosse
necessário. Em 1493, mediado pelo Papa, foi proposta a Bula intercoetera que determinava que os
limites a 100 léguas das ilhas de Cabo Verde (pequeno arquipélago africano próximo à Europa) à Oeste
seriam espanhóis e à leste, seriam portugueses. Portugal negou. Depois em 1494, logo após a viagem
de Colombo e antes da chegada dos portugueses ao Brasil foi assinado o Tratado de Tordesilhas,
tomando por base o meridiano que passava a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, ficou
estabelecido que os domínios espanhóis eram aqueles situados a Oeste e os portugueses os situados à
leste. Porém, à medida que outros países entraram na corrida pelas possessões ultramarinas, esse
acordo passou a ser questionado, principalmente pelo rei da França, que indagava “onde estava o
testamento de Adão, dizendo que o mundo era de Portugal e Espanha”. Nos anos seguintes território
Brasileiro passou a ser alvo de invasões estrangeiras francesas, inglesas e no século XVII dos
holandeses.

A Igreja e a Expansão Marítima

Desde o século XV a Igreja vinha sofrendo várias criticas e no século XVI passou por um momento
de enfraquecimento na Europa em razão da Reforma Religiosa iniciada por Martinho Lutero. Para evitar
que o protestantismo se espalhasse para o Novo Mundo (as novas terras descobertas, as Américas) a
Igreja apoiou ativamente a expansão Ibérica e se associou ao Estado português e espanhol através do
regime de padroado.
O Padroado era a associação entre o Estado (no nosso caso o português) e a Igreja Católica. O
Estado colaboraria para a expansão territorial do catolicismo e a Igreja apoiava a expansão tanto
através de justificativas e na colaboração na educação e aculturação dos habitantes do Novo Mundo. A
educação proporcionada pela Igreja era dada pela Ordem religiosa dos padres jesuítas que construíam
as “Missões Jesuíticas”, cuja função era transmitir a fé católica aos indígenas e ensiná-los agricultura de
subsistência. Há de se destacar que os indígenas não foram oficialmente escravizados por Portugal e
muito disso se deve a oposição da Igreja e a atuação dos jesuítas que tentavam impedir que os
indígenas se tornassem cativos.

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Oscar Pereira da Silva: Desembarque de Pedro Alvarez Cabral em Porto Seguro. Obra
atualmente exposta no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro.

A América Pré-Colombiana: O homem americano; As


civilizações: Astecas, Maias e Incas.

Perceba que no século XVI estão ocorrendo coisas muito importantes ao mesmo tempo:
Consolidação do absolutismo (monarquias nacionais). Reforma Religiosa, Contra Reforma,
Renascimento Cultural e Colonização da América.
Os Pioneiros nas Grandes Navegações foram Portugal e Espanha. A chegada dos Espanhóis na
América ocorreu no mesmo ano do início de suas navegações: 1492. Os Portugueses chegaram ao
Brasil em 1500 e a colonização começou em 1530, com a implantação da lavoura de Cana de Açúcar.
Os portugueses e espanhóis se depararam com um território fantástico aos olhos europeus, e que era
habitado. A população nativa que habitava o território Espanhol era bastante diferente da encontrada
pelos portugueses no litoral atlântico.
O Homem Americano: Os portugueses encontraram durante o início da colonização indígenas
organizados em sociedades tribais, cujo líder é o cacique e o líder religioso – curandeiro- é o pajé. O
grupo mais importante era o Tupi. s tribos tupis. Suas principais características eram:
 Pequenas populações organizadas em tribos
 Propriedade coletiva
 Caçadores e coletores
 Algumas tribos dominavam uma agricultura bastante rudimentar. Deles herdamos as coivaras,
queimadas para abrir espaço nas matas e a cultura da mandioca.
 Possuíam religiões animistas: cultuavam a natureza e acreditavam que seus elementos são
dotados de vida.

Muitas tribos praticavam um ritual que chocou muito os europeus: A antropofagia, ou seja, o
canibalismo. Esta prática era acompanhada de um longo ritual que poderia durar meses, e acreditavam

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que ao ingerir a carne do inimigo iriam adquirir suas habilidades. Os europeus possuíam uma visão de
superioridade sobre as tribos nativas, que eram considerados por eles selvagens que deveriam ser
cristianizados. A esta visão de superioridade chamamos euro centrismo, a visão que o europeu era o
centro do mundo.

Os povos pré-colombianos: Os Maias e Astecas Incas. Os Espanhóis depararam-se com grupos


indígenas que possuíam sociedades bastante organizadas e que formavam impérios, com expansão e
conquista militar sobre outros povos locais, com grandes cidades que eram de uma arquitetura
impressionante, e possuíam grandes pirâmides e sistemas de dutos e barragens e saneamento básico.
Possuíam cálculos matemáticos avançados, calendários e escrita própria (com exceção dos Incas). Os
Maias e Astecas localizavam-se entre o México e América Central. Os Incas formaram um Império na
América do Sul, ao longo da Cordilheira dos Andes. Essas três civilizações são chamadas de povos
pré-colombianos (antes de Cristóvão Colombo). Apesar das particularidades de cada uma delas,
podemos estabelecer como características comuns:
 Sociedades Teocráticas (O imperador é considerado Deus)
 Todas as terras e propriedades são do Estado
 Sociedades agrícolas (praticavam agricultura avançada)
 Construção de grandes obras hidráulicas como canais, dutos e barragens.
 Calculo matemáticos avançados que possibilitaram o desenvolvimento da astronomia e
calendários
 Uma arquitetura desenvolvida, com a construção de grandes pirâmides.

Maias, Astecas e Incas.

Construções complexas como pirâmides na cidade deTeotihuacan, atual cidade do México

Apresentavam também alto grau de organização urbana. Contavam com saneamento básico, coisa
que não havia ainda na Europa do século XVI.

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Os Maias e astecas possuíam escrita. As três civilizações tinham como principal modelo
arquitetônico as pirâmides. Calculo arquitetura, astronomia, calendário, escrita, metalurgia e um
artesanato que denuncia uma arte original e cheia de detalhes

Pictografia asteca: uma espécie de escrita hieroglífica, ou seja, cada desenho possui um significado.

Cidade de Machu Pichu no Perú. Os Incas construíram um grande império na cordilheira dos Andes

Dos três povos, somente os Incas não tinham alfabeto, mas realizou façanhas no calculo,
desenvolvendo inclusive aparelhos de contagem, os quipús, e construíram a fabulosa cidade de pedra
no altiplano andino, Machu Pichu.

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O Renascimento Cultural: Características da cultura
renascentista; O renascimento e o humanismo na Itália

A partir do século XIV, com o desenvolvimento comercial pelo qual a Europa passava promoveu um
grande florescimento artístico. A Itália foi à região pioneira no inicio do renascimento urbano-comercial,
era a sede da Igreja Católica e formavam-se pequenas monarquias nacionais. Um período de
desenvolvimento nas artes plásticas que passava a representar o Homem sob o olhar de uma nova
cultura. O termo renascimento vem dos homens da Época. Acreditavam ser a vanguarda da
humanidade que teria chegado ao seu auge, rompendo com o pensamento e a cultura que predominava
durante a Idade Média, que passou a ser chamada de “Idade das trevas”. Neste momento os
pensadores da época entraram em contato com os escritos filosóficos dos gregos, donde vem um
profundo sentimento de valorização do homem e natureza. As artes floresceram principalmente em
cidades como Florença, Gênova e Veneza. O alto clero católico e a rica burguesia comercial que havia
se formado contratavam artistas de renome para pintar seus retratos e decorar seus palácios e templos.
Eram os chamados mecenas, os financiadores de obras de arte. O Renascimento floresceu na Itália e
teve lá seus principais representantes. A principal razão era prosperidade econômica.

Características do Renascimento:

 Antropocentrismo. “O Homem é a medida de todas as coisas”. Passa a ser visto como o centro
do universo e é assim representado na arte.
 Hedonismo. A valorização de prazeres carnais e mundanos, contrapondo-se a noção medieval
de sofrimento e resignação.
 Uma valorização e um retorno à cultura clássica (Greco-Romana). Os temas mais freqüentes na
obras eram gregos e romanos, de quem inspiraram-se para ver o mundo de forma antropocêntrica.
 Naturalismo. Valorização da Natureza. Os renascentistas valorizavam a observação da natureza
e a experiência.
Entre os principais artistas plásticos do Renascimento podemos citar:

Michelangelo
Sua obra mais importante a pintura do teto da Capela Cistina, no Vaticano. Veja o destaque dado ao
homem quando pinta a sua criação e os detalhes realistas de sua escultura representando a figura
bíblica “Davi”.

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Leonardo da Vinci

É considerado o gênio mais completo e que encarnava os ideais do Renascimento. Além de artista
plástico foi um grande inventor.

Nesta obra intitulada “A Escola de Atenas” podemos perceber a forte influência da cultura clássica
(grega e romana).

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E na literatura:

 Miguel de Cervantes: “Dom Quixote de La Mancha”


 Luis de Camões: “Os Lusiadas”
 Bocaccio: “Decamerão”
 Dante Alighieri: “A Divina Comédia”
O Renascimento cultural na literatura é mais conhecido como humanismo. Passam a valorizar a
razão, o homem e a fazer severas críticas à sociedade e à religião.

A Reforma e a Contrarreforma: Reforma na Alemanha

Durante todo o período medieval, por volta de 1000 anos, a instituição mais poderosa que existia era
a Igreja Católica. Ela influenciava diretamente a vida cotidiana das pessoas e as instituições políticas e
governos. Seu poder era inquestionável até que no século XVI sofre a maior ruptura no seu interior.
Esta ruptura é conhecida como a “Reforma Religiosa”, iniciada por Martinho Lutero na Alemanha. Lutero
após uma intensa vida dedicada à teologia, passou a pregar contra algumas práticas da Igreja Católica
da época. Criticava firmemente a venda de indulgências (venda do perdão dos pecados ou imagens
sacras) e a corrupção moral do clero, que se envolvia em muitos escândalos. Após um período de
estudos na Itália, em 1517 Lutero retorna a sua cidade, Wittenberg na Alemanha, onde na catedral, em
forma de protesto prega placas com as “95 teses contra a venda de indulgências”. A Igreja reagiu
contra e convocou a Dieta, ou Concordata de Worns, um grande evento da Igreja em que Lutero foi
convocado a negar suas ideias. Reafirmou seus pensamentos com convicção, e a partir daí foi
excomungado da Igreja e considerado um Herege. A propósito, todos os seguidores dele passaram as
ser considerados hereges, e, portanto perseguidos.

Hereges eram aqueles que de alguma forma questionavam os dogmas da Igreja Católica. Eram
violentamente perseguidos pela inquisição e podiam ser mortos na fogueira

A Reforma Luterana

As principais mudanças foram:


1- A salvação só ocorre pela fé (portanto não adiantariam as indulgências).
2- Eliminação do celibato (Os lideres religiosos poderiam então se casar).
3- Eliminação dos sacramentos, com exceção do batismo e casamento. (obs: o batismo passou a
ser em adultos).
4- A tradução da Bíblia para o Alemão.
Entre as razões que possibilitaram a ampla divulgação da nova doutrina cristã foi a invenção da
imprensa, por J. Gutemberg.

A Contra Reforma Católica (Concílio de Trento)

Chamamos de Contra Reforma as reações da Igreja à Reforma protestante de Martinho Lutero.


Foram abolidas algumas práticas, como a das indulgências, reafirmados os dogmas como o dos
sacramentos, e criados formas de combater o protestantismo, visto pela Igreja como Heresia. O tribunal
da Santa Inquisição, que existia desde a Idade Média, mas estava inoperante, foi reativado. Perseguia,
julgava e punia os crimes de Heresia. Foram criados os seminários para dar formação teológica e moral
ao clero, e foi criada a Cia. De Jesus (mais conhecidos como Jesuítas), que tinha a missão de expandir

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a fé católica nas novas terras descobertas (O continente americano fora descoberto a pouco tempo e a
Igreja garantiu a expansão de seus domínios religiosos se associando aos Estados (monarquias)
Nacionais na colonização da América. O protestantismo foi proibido nas colônias espanholas e
portuguesas.
Sintetizando:
 Reafirmação dos dogmas e sacramentos católicos
 Abolição das indulgências
 Criação dos seminários
 Reativação da Inquisição
 Criação da Cia de Jesus
 Criação do INDEX (lista de livros proibidos. Entre eles alguns filósofos gregos e a bíblia de
Martinho Lutero em Alemão.

A Reforma foi bastante conflituosa e entre os séculos XVI e XVIII ocorreram violentas Guerra
Religiosas, com massacres de ambos os lados. A primeira grande revolta luterana foi a Revolta dos
camponeses anabatistas. Seguiam radicalmente os preceitos luteranos, sobretudo a livre leitura e
interpretação da Bíblia, mas eram também contra o absolutismo e a exploração feudal ainda
existente para os camponeses daquela época. Foi radicalmente sufocada. A Reforma religiosa
ultrapassou as fronteiras da Alemanha e teve depois importantes teólogos como o suíço Ítalo Calvino,
que pregava a predestinação e a salvação pelo trabalho e chegou também na Inglaterra em que o rei
Henrique VIII liderou a reforma na Inglaterra e implantou o Anglicanismo.

A contrarreforma. O Iluminismo: Fisiocracia e


liberalismo; Despotismo esclarecido

O Iluminismo é o movimento intelectual que surgiu no século XVIII. Promoveu profundas mudanças
na filosofia, ciência e economia. O termo iluminismo vem de luz, que para eles significava razão. A
razão e o conhecimento transformariam a humanidade ao romper com as “trevas da ignorância” da
Idade Média. Os iluministas queriam romper com o “Antigo Regime”(idade moderna). O Antigo Regime
caracterizava-se:
Na política: Monarquias absolutistas
Na economia: O mercantilismo (capitalismo comercial)
Na sociedade: Uma divisão social rígida, sem mobilidade e com privilégios para o clero e a nobreza
(não pagavam impostos e ocupavam cargos públicos por direito)

As principais características do Iluminismo

 Antiabsolutistas (contrários ao absolutismo monárquico)


 Anticlericalistas (contrários ao clero das grandes religiões)
 Racionalistas (pregam a razão como a luz da humanidade)
 Empiristas (procuravam observar o funcionamento da natureza e realizar experiências. É o
pensamento na raiz do desenvolvimento da ciência)
 Deistas (acreditavam que deus era o “relojoeiro do universo”, que o criou com leis rígidas de
funcionamento)
O enciclopedismo. Os iluministas queriam reunir em textos, todo o conhecimento racional produzido
pela humanidade. Assim surgiram as enciclopédias, a partir do trabalho de dois pensadores: Diderot e
D’alambert.

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Os pensadores iluministas pregavam a República para substituir a monarquia, a divisão dos poderes
em executivo, legislativo e judiciário. Do pensamento iluminista vieram os princípios da Igualdade,
Liberdade e Fraternidade, que nortearam a Revolução Francesa. O pensamento iluminista promoveu
profundas transformações no mundo. As Revoluções Burguesas basearam-se nos princípios
iluministas. A Revolução Inglesa, Independência dos EUA, Revolução Francesa e a Independência
dos países da América Espanhola foram diretamente influenciadas pelo iluminismo. No Brasil as
revoltas anticoloniais da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, também eram iluministas.

Os principais filósofos:

 John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do
tempo através do empirismo; Defendia o direito à rebelião dos povos oprimidos. Seu pensamento
influenciou a Revolução Inglesa e a Independência dos EUA
 Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a
intolerância religiosa.
 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que
garanta igualdade para todos. Sua principal obra é o “Contrato social”.
 Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e
Judiciário em sua obra “O Espírito das Leis”. Para ele o poder concentrado na mão do rei leva a tirania,
então o Estado deveria dividi-lo em poder executivo (executa as leis, o governo), legislativo (cria as leis,
o congresso) e judiciário (que julga e fiscaliza os poderes)

Pensadores economistas

Os pensadores econômicos do iluminismo eram contrários à intervenção do Estado na economia


típica do mercantilismo. São os Fisiocratas e os Liberais.
A Fisiocracia. Seu principal pensador foi François de Quesnay Eram contra a intervenção do
Estado e contra a acumulação de metais preciosos e regulamentações do mercantilismo. Para eles
terra era a fonte de toda a riqueza, por isso sua importância fundamental. Deveria haver um imposto
único pago pelos proprietários da terra livrando de tributos o restante da sociedade.
O liberalismo econômico. Formulado por Adam Smith e defendia o “laissez faire laissez passer”
(deixa fazer... deixa passar...), os princípios o liberalismo, ou seja, a intervenção mínima do Estado na
economia. Defendia a livre concorrência e o livre mercado.
O despotismo esclarecido. Muitos governos absolutistas preocupados com o teor revolucionário
das ideias iluministas, passaram a fazer concessões políticas e aplicar alguns princípios iluministas.
Estes monarcas que realizaram concessões ao iluminismo são os “Despotas esclarecidos”. Os mais
importantes foram:
 Catarina II da Rússia: A imperatriz limitou a interferência da igreja concedendo liberdade
religiosa, construiu escolas e modernizou a administração
 José II, da Áustria: Aboliu a tortura e a servidão, passou a cobrar impostos do clero e da
nobreza, fundou escolas, construiu hospitais, reformou a legislação e permitiu todas as crenças
religiosas.
 Frederico II da Prússia: Aboliu as torturas, fundou escolas, reformulou o sistema penal passou
a aceitar todas as crenças religiosas.
 Marquês de Pombal – Era primeiro ministro português. Expulsou os Jesuitas do Brasil
realizando profundas reformas, como a liberação das manufaturas na colônia.
Realizaram reformas que não punham em risco o absolutismo. Podemos compreender o
despotismo esclarecido pela frase “ vão se os anéis e ficam os dedos”. Realizar concessões para evitar
revoluções.

13
A Revolução Industrial: Etapas da revolução;
Efeitos de revolução.

Revolução industrial foi o desenvolvimento da indústria. Uma profunda transformação em que o


modo de produção sai da manufatura para a maquino fatura. Teve inicio na Inglaterra no século XVIII
e espalhou-se pela Europa na França e Bélgica, os países pioneiros. Entre os fatores que explicam a
ocorrência na Inglaterra podemos citar:
 Possuía importantes fontes recursos naturais, no caso Carvão e Ferro.
 Grandes capitais acumulados pela burguesia inglesa
 Abundancia de mão de obra barata
 Uma monarquia constitucional, baseada nos princípios racionais do Iluminismo e do liberalismo
econômico.

A Inglaterra possuía um grande mercado consumidor, pois muitos países eram dependentes de seus
produtos. As primeiras máquinas eram ligadas à indústria têxtil e mais tarde à produção de ferro e aço.
Entre as primeiras máquinas podemos citar a descaroçadeira de algodão, o tear mecânico e a primeira
máquina a vapor, movimentada a carvão. A principal invenção da I Revolução foi a locomotiva a
vapor.

As consequências: A revolução industrial trouxe profundas mudanças como:


 Aumento da velocidade de produção
 Diminuição do preço dos produtos (e consequente expansão do consumo)
 Super exploração dos trabalhadores das fábricas, que eram submetidos às jornadas exaustivas
de trabalho, baixos salários e condições insalubres (que prejudicam a saúde).
 Uma grande concorrência entre os países que se industrializavam que passaram a disputar
ferozmente a conquista de novos mercados consumidores.
 Urbanização

As fases da revolução industrial: O processo de modernização iniciado no século XVIII foi continuo
e o progresso industrial e desenvolvimento tecnológico estão ainda hoje em curso e são cada vez mais
rápidos. Nas últimas décadas, após a II Guerra Mundial, o desenvolvimento foi tão rápido que nos
últimos 50 anos os avanços tecnológicos foram maiores que nos últimos 500 anos. Para
compreendermos este processo de modernização dividimos a Revolução Industrial em 3 etapas.
Primeira, segunda e terceira Revolução Industrial.

I Rev. Industrial II Rev. Industrial III Ver. Industrial


época Séc. XVIII Séc. XIX Séc. XX
(pós II Guerra)
locais Ingl, Fr, Belg. EUA,Alem,Japão EUA e Japão
energia carvão Petróleo e eletricidade Energias limpas e
alternativas
Matéria prima ferro Aço, plástico e borracha Fibra de carbono e ótica
tecnologias locomotiva Automóvel, telefone, Informática e
fotografia, lâmpada telecomunicações

14
Independência dos Estados Unidos: Pressão
inglesa; A Independência.

A colonização dos EUA ocorreu no século XVII e era uma colônia de povoamento. Os primeiros
colonos fugiam das perseguições religiosas que sofriam na Inglaterra e fundaram colônias puritanas
(protestantes ingleses). Os laços coloniais não eram tão rígidos e os colonos gosavam de certa
liberdade com relação à metrópole, principalmente a liberdade de produzir suas próprias manufaturas.
Eram as treze colônias. As colônias do norte eram tipicamente de povoamento, predominava a mão de
obra livre e as manufaturas. As colônias do sul eram próximas do modelo de exploração e se baseavam
na agricultura do plantation (monoculturas para exportação realizada em grandes latifúndios) e na
escravidão africana.

A Guerra dos Sete dias (1756-63). Uma guerra travada entre a Inglaterra e a França (que
colonizara a região de Quebec, litoral atlântico do Canadá) pelos territórios hoje canadenses. A França
foi derrotada e perdeu seus territórios na América. A França apoiará a independência dos EUA como
forma de se opor à Inglaterra.

Aumento da opressão Inglesa: A metrópole aumenta taxas e impostos: A Inglaterra venceu a


guerra dos 7 anos, mas teve gastos enormes, e resolveu transferir os custos da guerra para sua colônia
aumentando os impostos. Os colonos não aceitaram o aumento da pressão da Inglaterra. Entre as
novas medidas da Inglaterra estavam:
 Lei do açúcar (somente poderiam consumir o açúcar fornecido pela metrópole. Seriam proibidos
de comprar açúcar do caribe, melhor e mais barato
 Lei do Selo (foram proibidas as manufaturas e somente poderiam ser consumidos produtos com
o selo rela inglês
 As Leis intoleráveis (um pacote de medidas aumentavam impostos, taxas e reduziam a
autonomia da colônia)

Os colonos revoltaram-se contra as medidas da metrópole. Passaram a atacar carregamentos de


navios ingleses nos portos. Foram convocadas dois grandes congressos: O primeiro e o segundo
congresso da Filadélfia. No primeiro somente queriam a abolição das medidas restritivas da metrópole e
o retorno da situação anterior, mas diante da recusa inglesa de aceitar as exigências dos colonos, o
segundo congresso decidiu pela independência e a Inglaterra declarou guerra. Thomas Jefferson
redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. A Guerra se estendeu por sete
anos e em 1.777 foi redigida a primeira constituição dos EUA. Esta constituição, assim como todo o
processo de independência, foi profundamente influenciada pelas ideias iluministas. Foi proclamada a
república presidencialista, adotada uma constituição democrática, regime federalista (autonomia jurídica
dos estados do país), garantia da propriedade privada e várias garantias individuais. Apesar de todos
estes avanços a escravidão foi mantida. O primeiro presidente dos EUA foi George Washington.

15
A Revolução Francesa: Sociedade, Economia e Política. A Era Napoleônica:
Expansionismo napoleônico; Congresso de Viena

Antecedentes: A sociedade francesa do Antigo Regime era dividida em três ordens ou estados: 1°
estado era o clero católico, 2° estado era a nobreza e o 3° eram os plebeus. O primeiro e segundo
estado possuía privilégios como a isenção total de impostos e o direito de ocupar altos cargos públicos.
O terceiro estado, os plebeus não possuíam privilégios e eram explorados com altos impostos. Preste
atenção. O terceiro estado não era homogêneo e em seu interior existiam profundas diferenças. Tanto
os ricos burgueses como os camponeses miseráveis era plebeus. Plebeu não é sinônimo de pobre, e
sim não nobres. O pensamento iluminista era muito forte na França e o país passava por uma crise
econômica muito grande. Alguns fatores agravaram a crise como o apoio militar dado à
independência dos EUA (a França não tinha recursos, mas apoiou assim mesmo) e baixa produção
agrícola por um longo período (devido à problemas climáticos). Ao mesmo tempo em que a população
crescia a produção de alimentos baixava. Como o país estava em crise, atingiu o volume de riquezas
que a nobreza arrecadava. Para manter o luxo da nobreza parasitária (em nada contribuíam
materialmente com a sociedade) o rei mandou aumentar impostos.

Em razão da crise foi convocada uma assembleia pelo rei que se chamava “Assembleia dos estados
Gerais”. Esta reunião não era convocada a mais de 140 anos, e após a assembleia, cada estado da
sociedade tinha direito a 1 voto. Essa configuração prejudicava os plebeus, pois nobreza e clero sempre
votavam juntos. A reunião foi muito agitada e o terceiro estado se manifestava exigindo na assembleia
um voto por pessoa (o que beneficiaria os plebeus por serem maioria). O Rei Luiz XVI tentou dissolver a
assembleia, quando os plebeus liderados pela burguesia, estabeleceram que os estados gerais seriam
transformados em assembleia nacional constituinte. Queriam dar uma constituição à França,
baseada nos princípios do iluminismo. Enquanto isso o rei foge e busca apoio com outros reis
absolutistas para tentar barrar a revolta. Os plebeus para se defenderem de um ataque do exercito real
armaram-se saqueando armas e munições que eram guardados na Bastilha. Era o símbolo da
opressão do absolutismo. A tomada da Bastilha é o marco do início Revolução Francesa.

Jacobinos e Girondinos. Os jacobinos era os camponeses. Eram também chamados de s’ans culots
(sem culotes – roupas caras da época) e eram mais radicais exigindo mudanças profundas. Os
girondinos eram os representantes da rica burguesia. Eram mais moderados.

Assembleia Nacional (1789-1792): É a primeira fase da Revolução. Eram eleitos Deputados para a
assembleia (participação civil). Este período é caracterizado pelo rompimento jurídico com o Antigo
Regime. Foram abolidos os privilégios feudais (igualdade jurídica) e é escrito o principal documento
deste inicio da Revolução: A declaração dos direitos do Homem e do cidadão. É estabelecida a
igualdade jurídica, surge o conceito de cidadania (todo cidadão tem direitos e deveres políticos com a
sociedade e o sufrágio-voto- universal. Os bens da Igreja fora confiscados e usados como lastro de uma
nova moeda para tentar controlar a inflação e a crise econômica. Aboliram a escravidão nas colônias
(medida que depois foi revogada)

A convenção nacional (1792-175). Este período é marcado pela fase popular e radicalização
jacobina. O plano inicial era a França se tornar uma monarquia constitucional, mas com a tentativa do
rei de buscar apoio externo, junto de outros países absolutistas, foi capturado e condenado como traidor
do povo francês. O rei Luís XVI e sua família foram decapitados em 1793. Neste momento ocorre uma
radicalização sanguinolenta liderada por Robespierre, Danton e Marat. A guilhotina entra em ação.
Foram executadas em torno de 50 mil pessoas neste período, que ficou conhecido como o “período do

16
terror”. A onda de execuções sai do controle e Robespierre sobre um golpe dos girondinos (burguesia)
e é executado. Inicia a fase da contra revolução, ou seja, a burguesia tenta barrar e controlar o
processo revolucionário.

O Diretório (1795-99)

É um período de predomínio girondino. A burguesia afasta os radicais jacobinos do poder na França.


Afasta os sans’culots instaurando o voto censitário (só vota quem possui riquezas). É um período em
que a burguesia assume o poder, mas o governo passa por um momento de grandes disputas de poder
e várias tentativas de golpe. Esta disputa pelo poder e a forte instabilidade política abrem espaço para
um golpe que leva ao poder o general Napoleão Bonaparte.

A Era Napoleônica

Enquanto a França passava internamente pela revolução, os países absolutistas tentavam invadi-la
para tentar impedir a derrubada do absolutismo. Os países vizinhos estavam com medo que a
revolução se espalhasse. O exercito Frances enfrentou ataques da Espanha, Prússia e Áustria e
Rússia. Comandado por Napoleão venceram todas as batalhas. A fama de Bonaparte correu a Europa
e um grupo girondino armou o golpe para levá-lo ao poder que ficou conhecido como o golpe do “18 de
brumário”. É instalada uma ditadura e no governo de Napoleão ocorre a consolidação do Estado
Burguês. Foram tomadas medidas como a instituição do ensino publico, criado o banco da França e
uma nova moeda, o Franco (que foi usado até 1991 quando a França aderiu ao Euro) e a principal lei, o
Código civil napoleônico – Assegura as conquistas burguesas, como a igualdade do individuo
perante a Lei e o direito de propriedade. Napoleão tem uma ascensão política meteórica. É eleito
cônsul máximo da republica, concentrando cada vez mais poder em sua mão até que em 1804 até que
toma uma atitude surpreendente. Se coroa Imperador da França (ele não é coroado, coroa a si mesmo).
Suas campanhas militares conquistaram todos os países da Europa, que salvo Inglaterra, Bélgica e
Portugal, ficaram sob o domínio Francês. Napoleão varreu o antigo regime no velho mundo. Bonaparte
estimula o desenvolvimento da indústria francesa. Obriga todos os países conquistados a comprar seus
produtos. Isso vai causar conflitos com a maior potência industrial da época: a Inglaterra.
O Bloqueio Continental: Era uma estratégia de sufocar a economia o maior inimigo econômico e
militar Francês, a Inglaterra. Todos os países europeus deveriam comprar somente produtos industriais
franceses, deixando de lado a Inglaterra. Quem desobedecesse ao bloqueio seriam invadidos pelos
exércitos de Napoleão, que até então não haviam perdido uma só batalha. É nesse contexto que ocorre
a transferência da corte portuguesa para o Brasil.
A decadência de Napoleão. A Rússia fura o bloqueio. A demanda por produtos é tão grande que a
França não consegue abastecer o mercado Russo, que rompe o bloqueio continental e Napoleão
invade seu território. Napoleão invade o território da Rússia no rigoroso inverno que chega a 20°
negativos. Foi derrotado na Batalha de Waterloo. A Derrota marca o início da decadência de Napoleão
que perderá a coroa e será exilado na Ilha de Elba, um domínio francês no mar mediterrâneo. Após
tentativas frustradas de retornar ao poder, chega ao fim a “Era napoleônica”. Alterou profundamente o
mapa europeu e derrubou as monarquias absolutas, consolidando os ideais burgueses do iluminismo.

O congresso de Viena

Após a queda de Napoleão, o continente europeu estava profundamente alterado. Ocorrerá uma
tentativa de restabelecimento das antigas fronteiras e o retorno das famílias reais que foram
derrubadas. Apesar das restaurações monárquicas, voltaram não mais como monarquias absolutistas,
mas sim monarquias constitucionais. O congresso de Viena se baseou principalmente em dois
princípios:
 Principio da Legitimidade: as famílias reais que retornariam ao poder seriam as mesmas que
foram destituídas.
 Principio do Equilíbrio: retornariam as fronteiras nacionais anteriores às conquistas de
Napoleão.

A Santa Aliança: É primeiro organismo supranacional (com a participação de vários países). Era
uma Aliança militar dos países monarquistas para combater possíveis revoluções liberais (iluministas
como a francesa) e impedir tentativas de Independência das colônias no continente americano.

17
Independência da América Latina: A crise do sistema
colonial; Lutas pela Independência na América

Denominamos América Latina os países colonizados principalmente por Portuga e Espanha.


Corresponde aos países entre o México e a Argentina. É uma área bastante grande. Foram colônias de
exploração e eram rigidamente exploradas pelas suas metrópoles. A América espanhola possuía
importantes colônias fornecedoras de metais preciosos e produtos primários. Com a eclosão da
Independência dos EUA e da Revolução Francesa, a elite colonial da América espanhola, muito
influenciadas pelas ideias iluministas, passaram a desejar a independência. Durante as Guerras
Napoleônicas a Espanha foi invadida e a elite colonial crioula viu neste contexto a oportunidade de
romper com o antigo sistema colonial.

Quem eram os Crioullos? A elite colonial. Brancos, ricos proprietários , nascidos na colônia. Eram
impedidos de ocupar cargos políticos. Eram descendentes dos Chapetones: Brancos, ricos
proprietários, nascidos na Espanha, e possuíam o monopólio dos cargos públicos.

O processo de Independência da América espanhola foi liderado pelos criollos e teve uma profunda
participação popular nas batalhas travadas contra os exércitos espanhóis. Ex- escravos e nativos
participaram ativamente. Após a independência proclamaram repúblicas e aboliram a escravidão.
Lembra-se da Santa Aliança criada no congresso de Viena? Este exército lutou para tentar impedir as
independências. A Inglaterra é favorável à independência das colônias (países independentes
significam conquista novos mercados para os produtos industriais ingleses)
Entre os principais lideres da independência das colônias espanholas podemos citar:
Simon Bolívar: Venezuelano considerado herói libertador dos países andinos (Venezuela, Colombia,
equador, Peru e Bolívia)
San Martin: Líder da independência da Argentina e Chile
O primeiro país a ficar independente foi o Haiti, que passou por uma revolução de Escravos em
1791. As outras independências ocorreram ao longo da primeira metade do século XIX

Comparação entre os processos de independência

América Espanhola Brasil


Influência do Iluminismo -
Republicas Monarquia
Participação popular Elitista (sem participação popular)
Abolição da escravidão Manutenção da escravidão
Guerra Pacífico
Fracionamento territorial Manutenção da unidade territorial

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Imperialismo: A colonização e partilha da África e Ásia

A Revolução Industrial que teve início na Inglaterra no século XVIII espalhou-se rapidamente pela
Europa e no século XIX ocorreu a todo vapor nos EUA e Japão. O grande aumento da produtividade
diminuiu os preços das mercadorias e estimulou a grande competitividade entre as grandes empresas e
entre os países. O grande aumento na produção demandava um aumento dos mercados
consumidores e novas fontes de matéria prima. A solução foi a conquista e colonização do interior
do continente africano e da Ásia. A este novo ciclo de colonização que ocorre no século XIX é o período
que chamamos de neocolonialismo ou imperialismo afro-asiático, quando as potências pioneiras
europeias Inglaterra, França e Bélgica dão inicio à penetração econômica capitalista de a partilha entre
eles da África e Ásia.
No século XIX desenvolveu-se o capitalismo industrial monopolista, em que foram formados
grandes conglomerados capitalistas. Grandes empresas foram formadas e tornaram-se tão
poderosas que uma empresa ou pequeno grupo delas dominavam o mercado. São os chamados
Trustes e Cartéis.
A conquista da África e Ásia foi ao mesmo tempo um processo econômico e militar. Os exércitos das
potências imperiais europeias invadiam os territórios submetendo os povos através de armas e acordos,
assim impondo seu domínio. Os territórios eram partilhados entre os impérios europeus.
Justificativas da colonização: Os europeus possuíam uma visão profundamente eurocêntrica e
racista. Havia uma teoria vigente na época chamada “Darwinismo Social”, que tentava dar uma
justificativa racial à colonização. Através desta teoria haveria povos civilizados e mais desenvolvidos
tecnologicamente devido sua superioridade, e todos os outros povos do mundo, asiáticos, africanos e
os indígenas americanos eram inferiores. Daí surge uma corrente de pensamento que justificava a
colonização como uma “missão civilizadora”, em que os europeus deveriam levar a civilização e a
religião para estes povos. Vários conflitos ocorreram. A submissão destes povos foi muitos violenta e
guerra contra a dominação estrangeira europeia ocorreram principalmente na Ásia como a Guerra do
Ópio (1840-1842) e dos Boxers (1899-1900) na China, e a Guerra dos Cipaios (1857-1859) na Índia.
O continente africano teve quase todo o seu território ocupado pelos ingleses, franceses e belgas até
1870. Neste contexto surgem dois novos países na Europa. Os países que tiveram suas unificações
(formações nacionais) tardias: A Itália e a Alemanha. Ambos já surgiram como países industrializados,
principalmente a Alemanha. Passaram a exigir territórios coloniais na África e forçaram a realização e
um acordo de partilha do continente chamado de “Conferência de Berlim”, que estabeleceu as fronteiras
de cada potência no continente e garantindo alguns territórios para os alemães e franceses. A partilha
do continente foi feita através de fronteiras artificiais, que não respeitaram as fronteiras tribais
tradicionais, unindo no mesmo território tribos inimigas e separando tribos aliadas. A disputa por
colônias se tornou tão intensa que jogou os países europeus numa tremenda rivalidade que
desencadeou na I Guerra Mundial.

19
Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa

A Primeira Guerra Mundial.

A Primeira Guerra Mundial ocorreu entre 1914 a 1918. O principal palco da guerra foi o continente
europeu, em que estavam localizados naquela época as maiores potências coloniais e industriais como
a Inglaterra, França, Alemanha e Itália. A Guerra foi mundial por isso: Envolveu direta ou indiretamente
as metrópoles europeias e seu mundo colonial. A colônia estava em guerra junto da metrópole, assim, a
guerra seria mundial.
Na segunda metade do século XIX as potências europeias estavam em pleno processo de
industrialização e para isso eram necessárias fontes de matérias primas e mercados consumidores,
então havia uma disputa por regiões coloniais espalhadas entre o continente africano e asiático. França,
Inglaterra e Bélgica foram os pioneiros na colonização destas regiões do globo.

O Rompimento do Equilíbrio Geopolítico Europeu

A Itália e Alemanha são chamadas potências tardias. São países que foram formados como Estados
Nacionais em 1871, já como potências industriais. Necessitavam de áreas coloniais para fornecer
matérias primas e mercado consumidor, mas como o continente africano já estava quase todo dividido
entre as potencias pioneiras (Inglaterra, França e Bélgica), a disputa imperialista dos países europeus
em busca de colônias ficou acirrada. O principal motivo que levou os países à guerra foram às disputas
imperialistas. O processo de formação da Alemanha em Estado Nacional é conhecido como
“unificação alemã”. Durante o processo de unificação, que levou décadas, ocorreram várias guerras,
entre elas um conflito entre a Prússia (território que liderou o processo de unificação dos territórios
germânicos) e França: A Guerra Franco Prussiana. Este conflito foi vencido pela Prússia que anexou
um território Francês, muito rico em carvão e ferro chamado Alsácia Lorena. A França nunca aceitou a
derrota e isso desenvolveu um forte nacionalismo francês e também um forte sentimento anti-
germânico. Como a Alemanha já surgiu como grande potência industrial, e já em 1890 já havia
ultrapassado a produção inglesa de aço, a Inglaterra também, devido à concorrência, desenvolveu um
sentimento anti-alemão.
Outro foco de conflito europeu era a região dos “Bálcãs”: uma região peninsular e montanhosa,
disputada pelos impérios da região. Disputavam ativamente a região dos Bálcãs alguns impérios que
não existem mais, pois desapareceram ao fim da guerra: O Império Turco-Otomano, Império Austro-
Húngaro e Império Russo. As rivalidades entre os impérios pela região balcânica era tão intensa que
podemos dizer que lá era um verdadeiro barril de pólvora pronto para explodir. Só faltava uma faísca,
falaremos dela mais adiante.

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O mapa mostra os dois principais focos de conflito. O circulo laranja o foco na Europa ocidental e o
circulo preto a região dos Balcãs.

No início do século XX os nacionalismos estavam exaltados em toda a Europa e todas as potências


tinham pretensões expansionistas. Os países faziam forte propaganda nacionalista contra seus
concorrentes. Havia o pensamento nacionalista conhecido como “Pan Germanismo” (a pretensão de
unir todos os povos germânicos sob o comando da Alemanha), o “Pan eslavismo” (a pretensão de unir
todos os povos germânicos sob o comando da “mãe” Rússia) e as pretensões expansionistas servias
para formar a “Grande Sérvia”. Além disso, os nacionalismos também estavam exaltados na
Inglaterra, França e Alemanha.
As causas do conflito estão, portanto, principalmente ligadas ao Imperialismo e ao nacionalismo.

Principais causas do conflito:

 Imperialismo (disputas territoriais no continente europeu, África e Ásia).


 Rompimento do equilíbrio europeu (o surgimento da Itália e Alemanha – vão disputar colônias na
África e mercados consumidores).
 Nacionalismos exaltados (Pan Germanismo, Pan eslavismo, caso Sérvio, Inglaterra, França,
Itália e Alemanha).
 Rivalidade Franco-Germânica (entre França e Alemanha – principalmente devido à região da
Alsácia-Lorena).
 Rivalidade Anglo-Germânica (entre Inglaterra e Alemanha – devido à concorrência industrial).

As rivalidades entre os países e a crescente tensão entre eles, fez com que surgissem alianças
militares, já que a Europa estava diante de um conflito iminente (que pode ocorrer à qualquer momento)

Alianças Militares

Lutaram na guerra a Tríplice Aliança X Tríplice Entente.

Tríplice Entente. Tríplice Aliança


Inglaterra Alemanha
França Império Austro-Húngaro
Império Russo (sai em 1917) Império Turco-Otomano
EUA (entra em 1917) Itália (muda de lado durante o conflito)

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O Início do Conflito

O estopim da guerra foi o assassinato do príncipe herdeiro do Império Austro-Hungaro (IAH),


Francisco Ferdinando. Nas disputas territoriais nos Bálcãs os interesses entre o IAH e a Sérvia, se
chocaram. Os dois impérios pretendiam anexar o território da “Bosnia-herzegovina”, e os austríacos
fizeram isso primeiro, contrariando as pretensões expansionistas da Sérvia. O Império Austro-Hungaro
era uma monarquia dupla (um rei austríaco e outro húngaro). O príncipe austríaco foi fazer uma visita
diplomática à capital da Bósnia, a cidade de Sarajevo, para propor uma monarquia tríplice (um rei
austríaco, um húngaro outro bosníaco.). Um grupo terrorista, ultranacionalista Sérvio chamado “mão
negra” cometeu o atentado que deu inicio à guerra: O assassinado de Francisco Ferdinando. O IAH
declara guerra à sérvia e a política de alianças é acionada

O conflito

No inicio da guerra todos acreditavam que o conflito seria breve. Se arrastou por mais de quatro
anos. Podemos dividir basicamente o conflito em basicamente 3 etapas:

1- Guerra de Posição. Movimentação das tropas no início do conflito. Entre agosto e novembro de
1914.

2- Guerra de trincheiras: novembro de 1914 a março de 1918

3- 1917. Entrada dos EUA e Saída da Rússia. O Império Russo sai da Guerra, pois eclode em 1917
a Revolução Russa, que implanta o socialismo no país. Assinaram o “Tratado de Brest-Litovisk” para
sair do conflito. Em troca do armistício (cessar fogo) cederam territórios no leste europeu. Ao sair do
conflito não ocorreu o desequilíbrio de forças na guerra, pois a Rússia estava em uma forte crise interna
e seu exercito despreparado e mal armado, mas com a entrada dos EUA o jogo virou totalmente, pois
entrou na guerra um pais que não havia sofrido com batalhas em seu território e estavam fortemente
armados. Os EUA venderam armas, alimentos e produtos industriais para os dois lados da guerra.

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Optou pela Entente que havia comprado muito mais. A participação dos EUA foram determinantes para
o fim da I Guerra.

Epidemia de gripe espanhola: Durante o conflito ocorreu uma grande epidemia que se espalhou
pelo mundo e matou milhões de pessoas. Foi a maior mortalidade provocada por uma epidemia no
século XX

Ao fim da Guerra a aliança militar vitoriosa foi a tríplice Entente (Inglaterra, França, EUA e Itália –
trocou de lado). Impuseram pesadas punições militares à Alemanha através do “Tratado de
Versalhes”, que considerava a Alemanha a única culpada da Guerra. O Tratado previa:
 Desmilitarização da Alemanha.
 Perda de territórios na África.
 Devolução da Alsácia-Lorena para a França.
 Pesadas indenizações aos vencedores.

Os EUA eram governados pelo presidente Woodron Wilson, que propôs uma série de ações para
minimizar os rancores gerados pela Guerra, estabilizar o continente europeu e manter a paz mundial.
Foi lançado um documento conhecido como “Os 14 pontos de Wilson” para a paz. Entre as propostas
estava a criação da “liga das nações”, um organismo internacional cujo objetivo era evitar outra
Guerra. Sabemos que esta organização não teve sucesso, pois 20 anos depois eclodiria a II Guerra
Mundial, cujas causas estão ligadas ao revanchismo alemão provocado pela derrota na I Guerra e
pela humilhação imposta pelo Tratado de Versalhes.

Entre as consequências da I Guerra podemos citar:

 Os 14 pontos de Wilson: A liga das nações.


 Fim da “Era dos Impérios”: Fracionamento das potências e surgimento de novos países (países
tampão).
 Alguns dos países dos Balcãs são ainda hoje áreas de conflitos (Ex-Iugoslávia).
 As regiões do ITO foram divididas entre Inglaterra e França e foi fracionado em vários países.
 Ocorreu um grande desenvolvimento tecnológico (avião, submarino, metralhadora, blindados,
penicilina).
 O tratado de Versalhes causou grande indignação, crise e revanchismo na Alemanha (República
de Weimar).
 O Tratado está ligado à ascensão do Nazi-Fascimo e a eclosão da II Guerra.

A Revolução Russa

Antecedentes: A Rússia até 1917, ano da revolução socialista, era um grande império secular. Seu
poder militar já estava bastante desgastado e passava por várias dificuldades econômicas internas. A
população vivia em péssimas condições e o governo era tirânico com o povo russo. A economia era
basicamente agrária e as poucas indústrias existentes eram estrangeiras, sobretudo francesas. Mesmo
não estando em boas condições militares e econômicas o ultimo Czar (imperador) Russo Alexandre II
participou ativamente de guerras que desencadearam a revolução bolchevique (socialista). Em 1905 A
Rússia entrou em guerra contra o Japão, pois disputavam o território chinês da Manchúria, muito rico
em carvão e ferro. A Guerra Russo-Japonesa foi vencida pelo Japão. Durante o conflito a Rússia
sofria grandes perdas e a população estava indignada contra a guerra e tentou se manifestar. Milhares
de pessoas fizeram uma manifestação pacífica, ao canto do hino Deus salve o Czar, pedindo a saída da
Rússia do conflito. O imperador reagiu violentamente mandando fuzilar os manifestantes. Este episódio
ficou conhecido como “domingo sangrento”. A violência do Czar fez aumentar as manifestações e
ocorreram várias revoltas, com a dos marinheiros do Encouraçado Potenkin. Este momento foi
chamado pelos revolucionários da época como Ensaio Geral da revolução. Alexandre II anunciou
reformas que transformariam o Império Russo, de uma monarquia absolutista em uma constitucional.
Seria feita uma constituição e a montagem de um parlamento (poder legislativo, que faz as leis).
Neste contexto foi fundado o Partido Social Democrata Russo que possuía duas vertentes: Os
bolchevique e os mencheviques.

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 Bolcheviques (russos vermelhos): Eram radicais, queriam a derrubada da monarquia e a
implantação do socialismo. Eram principalmente proletariados (operários), camponeses e as camadas
miseráveis urbanas.
 Menchevique (russos brancos): Eram moderados, queriam um governo constitucional. Era o
grupo da burguesia urbana e industrial russa.

O Império passava por grandes problemas econômicos, sociais e políticos internamente, mesmo
assim participava das alianças militares europeias, e quando eclodiu a I Guerra Mundial em 1914
participou do conflito (junto da França e Inglaterra na tríplice entente). A guerra acelerou o processo
revolucionário russo.
A população russa vivendo sob condições miseráveis, escândalos políticos na família real, enormes
gastos militares e perdas humanas levaram a população a um profundo clima de revolta. Os
revolucionários desde o ensaio geral organizaram os chamados soviets (conselhos de trabalhadores,
camponeses e soldados), que organizados, conduziram o país à revolução que ocorreu em duas fases
distintas:
Revolução Menchevique (revolução de fevereiro no calendário russo. Março no calendário
ocidental). Derrubou do poder o Czar Nicolau II e instalou um governo provisório republicano de modelo
liberal (como na França). Mas apesar dos apelos da população permaneceu na I Guerra. Tentaram
sufocar as revoltas populares. Insatisfeitos com o rumo da revolução, os bolcheviques lideradas por
Lenin lançaram as Teses de Abril, cujos lemas eram: “todo o poder aos soviets” e “ pão, paz e terra”.
Era o pedido pela saída da Rússia da guerra, reforma agrária e solução dos problemas sociais.
Revolução Bolchevique (Revolução de outubro. Novembro no calendário ocidental). Derrubou o
governo provisório e impôs a implantação do socialismo.
Várias reformas passam a ser implementadas, como a abolição da polícia e a criação de uma milícia
popular, e o inicio da reforma agrária e planificação da economia. Foi assinado o Tratado de Brest
litovisk (1918) que tirava a Rússia da guerra em troca de territórios no leste europeu. Nesta faze da
Revolução Russa ocorreu à invasão das potências capitalistas para tentar impedir a revolução.
Também ocorreu uma guerra civil (entre a população). Foram vencidos pelo exército vermelho liderado
por Trotsky. A Rússia se pacifica em 1922, quando oficialmente é criada a URSS (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas).
O primeiro grande governante soviético foi Lênin, o líder da Revolução. Como a guerra civil tinha
destruído as estruturas produtivas ele criou um plano econômico conhecido como NEP (nova política
econômica), sintetizada na frase “vamos dar um passo atrás, para dar dois à frente”. Foram liberados
provisoriamente a pequena propriedade e o pequeno comércio como as feiras. Permitiu pequenas
reformas capitalistas, para estruturar a produção. Em 1924 Lênin morre e ocorreu uma disputa pela
sucessão entre os dois principais lideres revolucionários: Trotsky e Stalin, que possuíam profundas
diferenças. Trotsky era um grande intelectual marxista, que acreditava na revolução permanente, ou
seja, a revolução deveria ser exportada e deveriam apoiar todos os países que passassem por ela.
Stalin era defensor do socialismo em um só país. Stalin vence a disputa e assume o poder da URSS
e governou até 1953. Sob seu governo a União Soviética torna-se uma ditadura totalitária, que
perseguiu violentamente seus opositores, inclusive Trotsky, que foi obrigado a exilar-se e foi morto por
um agente soviético a mando de Stalin.

A Crise de 1929

Logo após o fim da I Guerra Mundial ocorrerá a maior crise econômica da História do capitalismo
contemporâneo. A crise tem seu inicio nos EUA com a quebra da bolsa de valores de NY. Podemos

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sintetizar as razões da crise principalmente em dois elementos: Foi uma crise de superprodução
gerada pelo liberalismo econômico. Durante a primeira guerra o palco das batalhas foi o continente
europeu. Impossibilitados de produzir passaram a importar todo o tipo de produtos dos EUA, que era
uma potencia e desenvolvimento. Os norte americanos forneceram produtos industriais, agrícolas e
armas. Ao final do conflito já eram a maior potência econômica mundial. A enorme produção e
exportação criaram um grande clima de euforia econômica e uma sensação de prosperidade eterna. Ai
que surge o modelo da sociedade de consumo e o “american way of life” (o jeito americano de se
viver). Os países do continente europeu passaram por um lento processo de recuperação, mas com a
reorganização de suas estruturas produtivas passaram a importar menos. Mas o liberalismo econômico
que prega a livre (e feroz) concorrência e a não intervenção do Estado na economia, não permitiu que
fosse possível identificar a superprodução industrial e agrícola pela qual os EUA passavam. Com a
diminuição do consumo (em relação à quantidade produzida) e a queda dos preços a concorrência
entre as empresas era cada vez mais estimulada. Já no início da década de 20 a economia dava
indícios que não ia bem, com a demissão de muitos trabalhadores de empresas que quebravam com
seus produtos encalhados. Muitos operários eram estrangeiros e lideres de sindicatos. Ocorreu uma
forte onda de xenofobia. A culpa da crise que se formava foi colocada nos maus hábitos da população,
que os conservadores acusavam de beber demais e trabalhar de menos. Foi criada a Lei Seca. A
superprodução continua até que 24 de outubro de 1929, a chamada quinta feira negra, ocorreu à
quebra da bolsa de valores de NY. Foi uma onda de falências. Várias empresas e bancos quebraram
e milhões de trabalhadores desempregados. A economia praticamente parou. O desemprego nos EUA
chegou a 40% e a inflação era calculada diariamente. A crise espalhou-se pelo mundo inteiro
provocando um grande impacto na Europa. O país europeu mais atingido foi à Alemanha, que já
passava por dificuldades profundas desde o fim da primeira guerra e o tratado de Versalhes. O
desemprego alemão chegou a 70% e a inflação chegou a níveis a incríveis. Esta profunda crise na
Alemanha associada ao sentimento nacionalista e o revanchismo por ter perdido a guerra, criou o
ambiente favorável a proliferação das ideias do nazismo.
A Resolução da Crise veio em 1933 com a vitória eleitoral de Franklin Delano Roosvelt e seu plano
de intervenção estatal que ficou conhecido como New Deal: Um plano de controle da economia pelo
governo, abandonando o liberalismo econômico e adotando as medidas conhecidas como
Keynesianismo (intervenção estatal para alcançar o bem estar social). Previa um grande programa de
obras públicas e empréstimos para pequenos proprietários rurais.

O Nazi-Fascismo e a Segunda Guerra Mundial

O Nazi-Fascismo

O Nazi-Fascimo é um fenômeno político surgido na Itália (fascismo) e na Alemanha (nazismo), e que


se espalhou para outros países como Portugal e Espanha. São na essência o mesmo fenômeno. A
característica fundamental do Nazismo que o difere do Fascismo é o Arianismo, ou seja, o culto à
superioridade racial dos povos de origem ariana/germânicos. No mais as características são as
mesmas, como podemos observar abaixo:

 Anti-Liberalismo (uma descrença sobre a capacidade do pensamento liberal de resolver os


problemas pelos quais a Itália e Alemanha passavam. Liberalismo na política seria o Democracia e na
economia o Liberalismo econômico, que era contra a intervenção do Estado na economia).
 Anti-Comunismo.
Nacionalismo (exaltados).

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 Xenofobia (aversão à estrangeiros).
 Anti-semitismo (racismo contra povos de origem semita: Judeus e árabes).
 Ditadura totalitária (totalmente contrários à democracia pregavam um governo fortemente
centralizado).
 Culto à personalidade do líder (louvor à imagem de Mussolini na Itália, e de Hitler na
Alemanha. Eram tidos como lideres infalíveis).
 Militarismo (havia um culto à guerra e pretensões de expansão territorial).
 Corporativismo (uma filosofia de controle das massas trabalhadoras. A ideia de que a
sociedade era como um corpo e o líder era a cabeça que ditaria as regras que seriam seguidas por
todos, que teriam um papel no grande corpo social do país. Greves eram proibidas e os sindicatos eram
controlados pelo Estado).

Totalitarismo
Uma ditadura em que o Estado controla todas as esferas da sociedade e suprime a
individualidade ( a censura e a repressão são muito fortes, a educação passa a ser usada como
meio de manipulação e há intensa propaganda do regime e das realizações do líder).

Há o totalitarismo de: Direita: Itália e Alemanha, e também o de Esquerda: URSS (stalinismo).

O Fascismo Italiano

O fascismo italiano teve inicio no começo da década de 20, resultado da insatisfação com os
resultados da Primeira Guerra. Culpavam a democracia e o liberalismo e eram profundamente anti-
comunistas. Vestiam-se de preto, daí o nome como foram conhecidos, “camisas negras de Milão”.
Formavam grupos paramilitares, os Squadres, ou “Fascio de combatimiento” que combatiam as
greves e os comunistas. Em 1922 estava marcada uma grande greve geral em Roma, liderada pelos
comunistas. Os fascistas impediram violentamente esta greve e realizaram uma grande passeata, a
“Marcha sobre Roma”. Após a marcha e a grande popularidade alcançada pelos fascistas. O
Imperador italiano indicou Mussolini para Primeiro Ministro. Mussolini foi responsável por uma grande
manobra diplomática com a Igreja Católica. Através do Tratado de Latrão foi criado o Estado do
Vaticano, e conquista o apoio e reconhecimento do Estado Italiano pela Igreja (reconhecimento que não
havia ocorrido desde a unificação Italiana em 1870)

O Nazismo Alemão

O Nazismo era a sigla em alemão para “partido nacional socialista dos trabalhadores alemães”. Foi
fundado em 1920. Em 1923 tentam um golpe de Estado que ficou conhecido como Putch de Munique.
O golpe foi frustrado e os nazistas foram presos. Na cadeia Hitler escreve seu livro com os princípios
fundamentais do nazismo o “Main Kampf” (minha luta). Após serem anistiados (anistia = perdão de

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crime político) começaram um intenso trabalho de divulgação de suas ideias, recebendo o apoio de
grandes industriais e banqueiros alemães. Após a vitória parlamentar do partido nazista, Hitler é
nomeado chanceler (primeiro ministro) da Alemanha. Ai tem início à implantação da ditadura totalitária
nazista. O parlamento é incendiado (é a culpa é colocada nos comunistas), as greves e os partidos
comunistas foram proibidos, e teve inicio a perseguição realizada aos Judeus. Adolf Hitler desobedece
ao tratado de Versalhes e inicia a remilitarização do país. A partir daí prega a necessidade do “espaço
vital” alemão e a conquista de territórios ocupados pela população Germânica. Dá inicio à recuperação
econômica europeia com base num programa baseado na militarização do país e criação de empregos
(principalmente na indústria militar).

A expansão nazista

Os nazistas deram inicio em 1936 uma expansão militar com a participação em conflitos, à invasão e
anexação de territórios. Hitler leva a Europa à guerra (desta vez sim, a culpa é da Alemanha). O inicio
da expansão militar ocorre com a participação alemã na “Guerra Civil Espanhola”, em 1936, depois
em 1938 anexam a Áustria, e em 1938/39 invadem e anexam os Sudetos da Tchecoslováquia
(região montanhosa a sudoeste do país).

A Guerra civil espanhola e a Blitzkrieg: Para muitos historiadores a Guerra Civil Espanhola foi um
laboratório para os alemães testarem sua nova tática de guerra, a Blitzkrieg (Guerra relâmpago). Era
um ataque surpresa e simultâneo entre a aviação (Luftwafe), divisão de tanques blindados (divisão
Panzer) e a infantaria de soldados.
Para tentar barrar a expansão nazista foi realizado em setembro de 1938 a “Conferência de
Munique”. Nesta conferência Hitler havia combinado que anexando à Tchecoslováquia, parariam com
a expansão territorial. Mas estava de olho no porto polonês de Dantzig, que era alemão e ao final da I
Guerra ficou com a Polônia. Hitler não tinha a intenção de cumprir suas promessas na conferencia de
Munique. Em agosto de 1939 assinou com a URSS (governada por Josef Stálin) o “Pacto Germâno-
soviético, também chamado de “Pacto de Aço”. Um acordo de não agressão entre os dois países,
que dividiriam entre si o território polonês. Após a invasão alemã à Polônia, a Inglaterra e a França
declararam guerra à Alemanha.

Por que a ação dos Ingleses e franceses demorou tanto? A Inglaterra e a França são
democracias liberais e anticomunistas. A Alemanha também era ferozmente anticomunista. Como a
expansão nazista ocorria em direção à URSS, os ingleses e franceses imaginaram que Hitler invadiria a
Rússia. Desta forma a Alemanha nazista e a Rússia comunista se autodestruiriam. Todos foram
surpreendidos pelo pacto de não agressão (Pacto de Aço). Já era tarde a única alternativa foi declarar
guerra à Alemanha. Tem início a II Guerra Mundial.

A segunda Guerra Mundial

A II Guerra Mundial foi o evento mais sangrento da humanidade. Foram em torno de 40 milhões de
mortos. Foram formadas duas alianças militares: Os Aliados: Inglaterra, França, URSS e EUA e os
Países do Eixo: Alemanha, Itália e Japão.

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ALIADOS EIXO
Inglaterra Alemanha
França Itália
URSS Japão
EUA

Os primeiros avanços militares foram vencidos pela Alemanha, que com sua nova tática militar, a
BLITSKRIEG, conquistaram vários territórios. A França foi invadida pelo norte e sua capital Paris foi
tomada. A resistência francesa organizou-se ao sul do país, sob a liderança do general Charles de
Gaulle. Foram realizados também vários ataques aéreos à Londres, que foi totalmente bombardeada
pela Luftwafe (aviação alemã). Foram contidos pela força aérea inglesa (RAF). A Alemanha esteve à
frente do conflito até a realização da operação Barbarossa. Pretendiam invadir a Rússia, mas daí,
enfrentariam uma guerra em duas frente de batalha: Uma frente ocidental contra a Inglaterra e França,
outra oriental contra a URSS. A Rússia foi invadida e os alemães derrotados na batalha de
Stalingrado. A partir daí teve inicio a decadência nazista. Os aliados tramaram uma tomada drástica
dos territórios conquistados pelos alemães. A vitória dos aliados é marcada pelo dia D, o desembarque
dos aliados nas praias da Normandia (norte da França) expulsando os nazistas. Esta operação foi
liderada pelos EUA.

O holocausto Judeu

A política anti-semita de Hitler produziu o maior genocídio de todos os tempos. Para a exterminação
dos Judeus foram construídos campos de trabalho forçado em que eram os judeus obrigados a
trabalhar até a exaustão e depois eram exterminados em câmaras de gás. Foram em torno de 6 milhões
de judeus assassinados.

O fim da Guerra e as os ataques à Hiroshima e Nagasaki

A Guerra já havia terminado na Europa, mas o Japão continuava em guerra no Pacífico. Seu
principal inimigo eram os EUA. Os Japoneses sofreram os dois únicos ataques nucleares da História.
Os EUA haviam desenvolvido suas armas nucleares e as usaram pela primeira vez na cidade de
Hiroshima e na sequência na cidade de Nagasaki. Foram milhares de mortos e contaminados pela
radiação das bombas.

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A Guerra Fria

Chamamos Guerra Fria o período que vai após a II Guerra Mundial, de 1945 até 1991, quando
ocorre a decadência e o fracionamento territorial da URSS. Foi um período bastante conflituoso e
ocorreram várias guerras, como a Guerra da Coréia e Guerra do Vietnã, mas chamamos de Guerra
Fria, pois nunca ocorreu um conflito direto entre as duas grandes potencias da época: EUA e URSS.

Características

 Bipolaridade: Havia duas grandes potencias EUA (capitalista) e URSS (socialista), que
disputavam entre si o controle e a influencia pelo mundo.

 Corrida armamentista: Os países potência procuravam se armar para se protegerem de ataques


de países já armados. Quando os EUA criaram a bomba atômica em 1945 deu inicio a uma corrida pela
bomba atômica que gerou uma grande proliferação das armas nucleares
 Corrida aeroespacial: EUA e URSS desenvolveram programas espaciais cujo objetivo era
chegar à lua. Seria uma tarefa muito difícil, então o vencedor mostraria sua superioridade tecnológica.
Em 1959 os EUA chegaram à lua.
 Alianças militares: OTAN x Pacto de Varsóvia: Cada lado criou um bloco militar para combater o
outro. A OTAN (organização do tratado atlântico norte) foi criada para combater os avanços do
socialismo e o pacto de Varsóvia foi criada para combater o capitalismo
 Disputa por áreas de influência: Tanto EUA quanto a URSS tentavam aumentar suas áreas de
influência, normalmente apoiando conflitos na África e Ásia, por exemplo apoiando a independência das
colônias africanas.
 Independência das colônias africanas e asiáticas. Aproveitando-se do contexto de
enfraquecimento das metrópoles após a II Guerra, os países africanos e asiáticos deram inicio aos
processos de independência.

Para muitos historiadores a Guerra Fria começou em 1947, pois foi neste ano que foi lançada a
Doutrina Truman: o conjunto da política externa dos EUA cujo objetivo era combater o avanço do
socialismo. Até mesmo as ditaduras militares na América Latina entre a década de 60 e 80 tiveram
apoio norte americano, pois foram implantadas sob o pretexto de impedir o avanço do comunismo.

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Também é importante lembrarmos o Marcathismo, que era a política dos EUA de combate ao
comunismo internamente, em seu território.

Conflitos internacionais na Guerra Fria

Guerra da Coréia (1950-1953)

Ao final da II Guerra Mundial os japoneses foram derrotados pelas tropas coreanas socialistas que
deram início a uma ocupação militar na península. Os EUA destacara imediatamente suas forças
armadas para ocuparem o sul da península, evitando que forças coreanas socialistas, aliados dos
soviéticos dominassem todo território coreano. E foi em 1945, na Conferência do Cairo, que o destino
do país foi decidido. Foi dividida no paralelo 38°. Norte socialista e Sul Capitalista. Em 1950 a Coréia do
Norte invadiu a Coréia do Sul na tentativa de reunificar o país. Teve início a Guerra que dura até hoje.
O conflito armado durou 3 anos e em 1950 assinaram um armistício (cessar fogo), mas nunca
assinaram um tratado de paz. As fronteiras não foram alteradas. É o primeiro conflito internacional da
Guerra Fria. A Segunda Guerra acabara a somente a 5 anos e as potencias não queriam outro conflito
de grandes proporções, pois o apoio direto poderia descambar noutra guerra maior. A Coréia do norte
contou com o apoio Chinês, que no ano anterior, 1949, tinha ocorrido uma revolução socialista liderada
por Mao Tse Tung.

Guerra do Vietnã (1955-1975)

Foi o principal e mais sangrento conflito na Guerra Fria. O Vietnã está localizado na península da
Indochina. Era uma possessão colonial francesa. Na II Guerra foi invadido pelos japoneses. Os
vietnamitas expulsaram o Japão ao fim da guerra e teve inicio o processo independência (chamado
pelos franceses de descolonização). Ao norte as tropas que expulsaram os franceses eram tropas
lideradas por lideres socialistas. Em 1954 na Convenção de Genebra foi reconhecida a independência
dos países da península da Indochina: Laos, Camboja e Vietnã. O Vietnã foi dividido em Vietnã do
Norte, socialista e Vietnã do Sul, capitalista. Os Estados Unidos foram um dos articuladores da
independência da Indochina e a separação do Vietnã. Deu apoio ao Vietnã do sul para tentar impedir
outra revolução socialista e invadiu o Norte. A Guerra se estendeu por vinte anos. Os EUA
desrespeitaram os direitos humanos com uso de armas químicas. Falharam em seus objetivos. Em
1976 o Vietnã foi unificado como um país socialista.

Fundação do Estado de Israel (1948 dias atuais)

Os judeus desde o ano 50dc até 1947 eram uma nação em diáspora. Sofreram perseguições desde
a Idade Média. No século XIX surgiu na Inglaterra um movimento pela criação de um Estado Nacional
para os Judeus, chamado Sionismo. Durante a II Guerra foram mortos em campos de concentração
nazistas em torno de 6milhões de Judeus. O Holocausto. Este triste episódio do século XX fez com que
surgissem os Direitos Humanos e um contexto internacional favorável à fundação do Estado de
Israel. A Inglaterra tinha a posse do território palestino desde a I Guerra Mundial. Seu mandado sobre o
território encerraria em 1948. A recém fundada ONU (organizações das nações unidas) tinha como
plano dividir o território e criar dois Estados para dois povos. Um Estado Israelense e Um Estado Judeu.
Foi criado o de Israel e até hoje não foi criado o palestino. Isso gera um grande conflito que já
descambou em várias guerras, ocupações militares e hostilidades de ambos os lados. Os primeiros

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palestinos foram expulsos de suas terras que foram ocupadas pelos judeus. Os palestinos ficaram
divididos em dois territórios, um a leste e outra à oeste de Israel. A faixa de Gaza e a Cisjordânia. A
população palestina não aceitou o ocorrido e desde então não reconhecem a existência do Estado de
Israel. Os palestinos se organizaram e receberam apoio de outros países árabes e islâmicos como eles.
Os principais conflitos entre árabes islâmicos e judeus, na Guerra Fria foram:
1948: Guerra de Fundação de Israel
1956: Guerra de Suez
1967: Guerra dos 6 Dias
1973: Guerra de Yon Kippur

A decadência da URSS e o Fim da Guerra Fria

O mundo socialista no fim da década de 70 e início de 80 apresentavam internamente graves


problemas de ordem econômica, social e política. O socialismo soviético tornou-se uma ditadura
totalitária durante a era de Stálin e os sucessores apesar de algumas flexibilizações no regime,
mantinham-no uma ditadura. Em 1985 subiu ao poder o ultimo líder soviético Mickail Gorbachev. A
econômica soviética passava por crises de abastecimento, uma profunda defasagem tecnológica e
problemas produtivos. Gorbachev lançou dois planos com o objetivo de reerguer a URSS:
 A Perestróica (reestruturação econômica). Uma série de medidas que visavam a modernização
da economia soviética, e incluía a abertura para investimentos estrangeiros e privatizações e empresas
pública
 Glasnost (transparência política). Uma diminuição profunda da censura e concessão de
liberdade de expressão e organização política

A URSS não resistiu às reformas. A economia não respondeu as tentativas de recuperação e a


população revoltava-se cada vez mais com as crises de abastecimento. Começaram a surgir sindicatos
como o polonês Solidariedade, por todas as repúblicas soviéticas. O auge das manifestações foi em
11/11/1989 em que a população do lado oriental socialista derrubou o Muro de Berlim (1961-1989). O
Socialismo soviético não resistiu. Em 1991 várias repúblicas soviética tornaram-se independentes
fracionando a ex URSS em 15 países. Foi o fim da Guerra Fria.

O Período colonial

A decisão de povoar o Brasil foi tomada em 1530, pois o rei resolveu mandar uma expedição com
este objetivo. Martim Afonso de Souza, nomeado comandante da expedição, partiu para o Brasil
naquele ano. Percorreu e explorou o litoral, promovendo também incursões de reconhecimento pelo
interior. Aqui permaneceu até 1533. Fundou a primeira cidade (que oficialmente fundada) São Vicente e
montou o primeiro engenho de açúcar do Brasil.

Porque colonizar

A colonização do Brasil ocorreu quase que acidentalmente. Mais precisamente às pressas e sem um
projeto definido de exploração e ocupação. O que estimulou a coroa portuguesa colonizar nosso
território são basicamente dois motivos: 1- O comércio de especiarias com o oriente estava em
decadência (devido ao aumento da concorrência internacional e a diminuição do preço dos produtos
devida maior oferta)e 2- A ameaça estrangeira cada vez maior, o que de fato impeliu Portugal à
colonização. Éramos uma colônia de exploração, ou seja, estávamos sujeitos à uma relação de

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exploração de nossos recursos e dependência legal (uma colônia não possui autonomia. É administrada
pela metrópole) expressos no pacto colonial.

Pacto ou Exclusivo Colonial

Contexto econômico: Mercantilismo: lembre-se das características do mercantilismo que aprendemos


na aula 1: intervenção do Estado na economia, metalismo, busca de superávit (balança comercial
favorável), colonialismo.

Déficit: quando o total de importações supera o total de exportações.

Superávit: quando o total de exportações supera o total de importações.

O açúcar e os holandeses

A opção por cultivar a cana de açúcar ocorreu por várias razões que vamos enumerar:
1- Havia uma alta demanda na Europa pelo açúcar e seus preços eram altos.
2- A cana é um vegetal asiático, da índia, que possui clima quente e úmido. Se adaptou muito bem
ao clima do litoral nordestino (tropical úmido), e ao solo fértil da região (solo de massapé.)

Clima tropical úmido: É o clima da região do litoral nordestino, a zona da mata. É quente e úmido e
sofre influência da umidade oceânica, e no inverno da massa polar atlântica, que provoca chuvas de
inverno.
Solo de Massapê: É o solo encontrado na zona da mata. Solos são rochas desagregadas,
misturada com material orgânico e micro organismos. Ele é o resultado da desagregação de duas
rochas: a gnaisse e o calcário. É um solo profundo e fértil

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3- O financiamento da produção, transporte, refino e distribuição no mercado europeu do açúcar era
realizado por holandeses (A Holanda nesta época era militarmente ocupada pela Espanha, era parte do
império espanhol.)
A opção pela cana de açúcar tinha como objetivo garantir o máximo de lucro para a metrópole, que
quando veio colonizar o Brasil, encontrava-se em crise econômica e tentará transferir os gastos da
colonização pra iniciativa privada através das capitanias hereditárias e dependia do financiamento e
infraestrutura holandesa. Os flamengos (holandeses) ficavam, portanto com as atividades mais
lucrativas que envolviam o comércio internacional do açúcar. A relação com os holandeses era intensa
e pacífica até 1580, quando ocorre a União Ibérica (durante o período da União Ibérica os holandeses
foram proibidos de participar da atividade açucareira no Brasil por serem inimigos da Espanha. Neste
contexto invadiram salvador e depois Pernambuco. A expulsão dos holandeses em 1654 está ligada à
decadência da cana de açúcar). Não há duvidas da importância da atividade açucareira para a Holanda,
mas vale ressaltar que nunca se ocuparam da produção. Nunca foram donos de um só engenho no
Brasil, nem mesmo no período em que invadiram e permaneceram em Recife, atual capital de
Pernambuco. Sempre se comprometeram com o financiamento, frete e comércio, principalmente.
Os engenhos foram instalados destacadamente em Pernambuco, Bahia, pequenas faixas territoriais
maranhenses, no nordeste e São Vicente, litoral de São Paulo. O modelo de produção adotado foi o
Plantation, cujas características são:
1- Monocultura (só se cultivava cana de açúcar)
2- Exportação (o objetivo é atender a demanda do exterior, no caso a metrópole)
3- Latifúndios (grandes extensões de terra)
4- Escravidão (Mão de obra escrava africana)

A escravidão e o comércio atlântico

A escravidão africana foi uma opção dada devido a um mercado extremamente lucrativo que era o
comercio de africanos, pois a demanda de braços era tão grande quanto a demanda por açúcar. Isso
movimentava um mercado (o mercado atlântico de escravos), que era grande como o de açúcar. Por
que não escravizar o índio, se pergunta você, mas deve se lembrar que a Igreja Católica se posicionou
através de Bulas Papais e na expansão e colonização da América, contra a escravidão do gentio (ou
seja, nativo, indígena). E não movimentava um mercado tão lucrativo e estruturado, que era o comércio
de africanos.
Quanto ao negro, a escravidão era denunciada por alguns religiosos, mas como um todo era
tolerada e aceita, e em todo o período colonial e no império brasileiro era o sustentáculo da economia e
elemento fundamental na organização da sociedade, pois todo o trabalho braçal, inclusive o de vestir
seus senhores, era realizado por um cativo. A demanda por braços para o trabalho era muito grande, ao
ponto de Portugal não conseguir atender a demanda. Isso gerou o comércio atlântico que fugia ao
controle de Portugal: O tráfico negreiro. Os africanos escravizados eram transportados nos navios
negreiros, cuja mortalidade era tão alta, que foram apelidados de navios tumbeiros. Eram
descarregados no litoral nos mercados de escravos, onde eram vendidos, e dali seguiam para as
fazendas. Para evitar a comunicação e rebeliões, separavam as famílias e as tribos. Durante todo o
tempo em que ocorreu a escravidão (1530-1888), ocorreu também a resistência africana. Resistiam
através de suicídios, abortos, levante contra seus senhores, fugas e a formação de Quilombos. Durante
as invasões holandesas, durante resistência dos colonos na primeira invasão na Bahia estimulou muito
o surgimento de quilombos.

Os padres Jesuítas

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Os Padres da Cia. De Jesus eram também conhecidos como soldados de batina. O apelido é porque
a ordem jesuítica possuía uma organização e preparo militar, e seu fundador, Inácio de Loyola ter sido
oficial militar. Fundavam no Brasil (e em todo o mundo colonial português) as Missões jesuíticas,
incumbidas de catequizar os nativos e protegê-los nas Missões, ou colégios jesuíticos. Não foram
raras as situações em que expedições de bandeirantismo atacavam as missões querendo escravizar
seus indígenas, que já eram cristianizados e ensinados ao trabalho. As missões jesuíticas ocuparam
além do litoral, o sul do Brasil na fronteira com argentina, e principalmente na região amazônica. As
missões jesuíticas tiveram um importante papel na ocupação do nosso território, muitas vezes servindo
a Portugal como ponto de demarcação de fronteiras. Ao longo do rio Amazonas, foram penetrando no
interior. Essas missões amazônicas treinavam e usavam os indígenas como mão de obra (não
escrava), para coletarem as drogas do sertão. Drogas do sertão eram ervas medicinais, coletadas em
meio à floresta e vendidas para a Europa. Eram valiosas como as especiarias asiáticas.

Administração colonial.

As Capitanias hereditárias foram a primeira forma de divisão administrativa pela qual passou o Brasil.
Portugal tentou transferir os gastos da colonização para a iniciativa privada. Concedia territórios a
serem governados com amplos poderes a quem o recebesse, pois se tornava Capitão Donatário, ou
seja, o Capitão responsável pela Capitania Hereditária. Do litoral até a linha imaginária do tratado de
Tordesilhas, em sentindo latitudinal (horizontal) foram criadas 15 capitanias. Foram entregues a 12
donatários (aparentemente não era um bom negocio: Difícil, Perigoso e com vantagens duvidosas).
Entre os donatários não figurava nenhum nome da alta nobreza ou do grande comércio de Portugal, o
que mostrava que o empreendimento não era economicamente atraente. Somente alguns elementos da
pequena nobreza que haviam enriquecido através de negócios recentes com o oriente. Gente miúda.
Os donatários vinham com dois documentos jurídicos emitidos pelo próprio rei: A carta de doação e
o foral. Nos dois documentos, o rei praticamente abria mão de sua soberania e conferia aos donatários
amplos poderes. E tinha de ser assim, pois os donatários deveriam desenvolver a terra às próprias
custas o regime de capitanias hereditárias transferia para a iniciativa particular a tarefa de povoar e
investir no Brasil. Porém, em razão da dimensão colossal da tarefa e da escassez de recursos, a
maioria falhou. Ainda houve aqueles que preferiram não arriscar sua fortuna, e nem vieram tomar
posse de sua capitania. Em pouco tempo apenas a Capitania de Pernambuco obteve êxito, além do
sucesso temporário de São Vicente. Estava claro que o povoamento e a valorização econômica da
terra por meio da iniciativa particular eram inviáveis. As capitanias fracassaram (mas não foram extintas,
só no século XVIII, pelo Marquês de Pombal, que estudaremos na aula 3). Não só devido ao elevado
investimento necessário, mas também pela distância da metrópole, pela resistência dos indígenas e
pela elevada descentralização.

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Carta de doação: O rei declarava a doação e tudo o que ela implicava, como por exemplo, os
amplos poderes do capitão donatário.
Foral: Era uma espécie de código tributário que estabelecia impostos e deveres como o de conceder
as Sesmarias.
Sesmarias: Grandes propriedades de terra que eram concedidas pelo donatário a quem se
interessasse desde que fosse católico e comprometesse-se a cultivar cana. Podiam ter muitos milhares
de hectares. Essas grandes propriedades doadas do início da colonização até a época da
independência estão na matriz da distribuição da terra que temos hoje no país, calcada ainda no
latifúndio. 1% do número de propriedades rurais ocupam 50% do espaço agrícola.

O Governo Geral

Diante do fracasso das capitanias, em 1548 foi criado o Governo Geral, através de um instrumento
jurídico denominado Regimento de 1548 ou Regimento de Tomé de Souza. A criação do Governo Geral
tinha como objetivo a centralização política e administrativa, mas não aboliu o regime de
capitanias. A sede administrativa do governo geral seria a cidade de Salvador, que se tornou a primeira
capital do Brasil. O governador geral tinha a obrigação de centralizar a administração, estimular o
povoamento, proteger as capitanias contra as adversidades e destacava a luta contra a resistência
tupinambá. Foram criados também, para auxiliar o governo, os cargos de Ouvidor-Mor (justiça),
Provedor-Mor (finanças) e Capitão-Mor (Defesa).
Tomé de Souza (1549-1553). Foi primeiro governador Geral. Com ele vieram todos os funcionários
necessários à administração e também os primeiros jesuítas. Teve início então a obra de
evangelização dos indígenas. É criado o primeiro Bispado do Brasil: o Bispado de Salvador, sob a
responsabilidade do Bispo D. Pero Fernandes Sardinha.
Duarte da Costa (1553-1558). Enfrentou várias crises em seu governo. Teve que enfrentar os
primeiros conflitos entre povoadores e jesuítas em torno da escravidão indígena, além disso, foi durante
seu governo que a França iniciou a tentativa de estabelecer a França Antártica no Rio de Janeiro.
Mem de Sá (1558-1572). Consolidação do governo Geral e expulsão dos Franceses

As Câmaras municipais

As dificuldades de contato entre as diferentes regiões e a capital Salvador, criavam uma situação em
que o localismo político era estimulado. Os poderes e os homens do Estado Português estão sempre
muito longe, então os principais centros de decisão eram de fato as Câmaras Municipais. Elas se
localizavam nas Vilas mais importantes. Os poderes locais eram representados pelos grandes
proprietários, que se autodenominavam “homens bons”.
A administração colonial era bastante complicada, principalmente devido à dificuldade de locomoção
(o litoral brasileiro é planáltico e com vegetação de Mata atlântica), devido à carência de infraestrutura,
então inclusive era difícil fazer cumprir-se o exclusivo colonial. Mais mudanças estariam por vir na
administração colonial. Portugal em 1580 passa por uma crise sucessória em seu trono, e o reino
português é unificado ao reino espanhol. É o período conhecido como União Ibérica, que durou de
1580 até 1640.

Atividades econômicas complementares

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As principais atividades destacadas nos mapas são: 1- O cultivo tradicional da cana de açúcar no
litoral, 2- A pecuária, 3- As Drogas do Sertão. No século XVIII tem início o ciclo da mineração em MG
e MT (estudaremos este tópico em detalhes na aula 3), além da produção de algodão no Maranhão.
Apesar de não estar destacada nestes mapas, havia uma importante produção de tabaco na Bahia, que
era usado como elemento de troca por escravos africanos que eram conseguidos através do escambo.
(Os escravos eram trocados por tabaco e aguardente). Podemos citar as atividades de sertanismo,
também chamadas de Bandeirantismo.

Pecuária: Era a principal atividade complementar da colônia, pois fornecia carne, couro e transporte.
Era realizada mais ao interior do território brasileiro, onde encontrou a vegetação da Caatinga e o
Cerrado. A pecuária desenvolveu-se principalmente nas regiões de cerrado por suas sempre verdes
pastagens naturais. E uma coisa diferenciava fundamentalmente a pecuária das outras atividades: O
uso de mão de obra livre, normalmente indígena. O vaqueiro, como era chamado, recebia sua
remuneração em filhotes das crias.

O bandeirantismo

As bandeiras eram expedições com objetivos comerciais e privados. Não eram as únicas expedições
que ocorriam em nosso território. Haviam as expedições de reconhecimento enviadas pela coroa, que
eram chamadas Entradas. A atividade dos bandeirantes iniciaram em São Vicente. A capitania, nos
primeiros anos de ciclo do açúcar, junto com Pernambuco foram às únicas que tiveram sucesso. No
entanto a atividade açucareira logo entrou em decadência (principalmente devido à distância maior de
Portugal, o que encarecia o frete, além disso, o açúcar pernambucano era de melhor qualidade). Os
paulistas viram-se obrigados a dedicar-se a uma atividade econômica alternativa, que foi o bandeirismo.
Haviam basicamente três tipos de expedições bandeirantes:
Bandeirismo de Contrato: Grupos contratados para capturar escravos fugidos e destruir quilombos.
Bandeirismo de Preação ou apresamento: Expedições cujo objetivo era capturar indígenas e
escravizá-los. (por isso sempre entravam em conflito com os padres jesuítas que os protegiam).
Bandeirismo de Prospecção: Expedições para buscar jazidas ouro, prata ou pedras preciosas.
Foram os paulistas que encontraram o ouro no início do século XVIII, dando inicio ao ciclo da
mineração.
Como a movimentação pelo território era muito difícil devido as florestas e relevo planáltico, os
rios ocupavam uma posição de destaque para viabilizar as expedições. Eram chamadas de Monções,
as expedições bandeirantes feitas por rio.

A idade do ouro no Brasil: A corrida do ouro e o povoamento do sudeste. A sociedade


mineradora

O Ouro foi encontrado no início do século XVIII, por volta de 1700, pelos bandeirantes. Este século é
conhecido como a Idade do Ouro, pois floresceu uma sociedade diferente existente no nordeste até
então e foi a principal atividade econômica praticada no país neste momento. Havia o ouro de aluvião
(encontrado nas beiras de rio) e o ouro de lavras, jazidas profundas que para explorar eram construídas
as minas. Milhares de pessoas migraram para a região que passou por grandes transformações.

Impactos da mineração

 Grande migração para a região que provocou um incrível aumento populacional


 Urbanização da região de Vila Rica (atual Ouro Preto). É o primeiro ciclo de urbanização
espontânea do Brasil
 Mudança do eixo econômico do nordeste para o sudeste
 Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro
 Surgimento de trabalhadores livres a pela primeira vez na colônia

A coroa portuguesa para fiscalizar a mineração e cobrar impostos criou as casas de fundição. O
ouro em pó deveria ser levado para lá e seria derretido e transformado em barras. Os principais
impostos eram:
 Quinto (20%)
 Capitação (17% por escravo)
 Finta (quando a produção caiu deveriam mandar 15 arrobas anuais para Portugal)

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No final do século XVIII o Brasil deixou de mandar os carregamentos de ouro. Portugal decretou a
cobrança forçada, a Derrama.
Durante a mineração a região também viveu o florescimento da arte Barroca e Rococó, cujo principal
nome é Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

A formação o território

A expansão territorial foi motivada por fatores políticos, religiosos e econômicos:


 Políticos. Com a União Ibérica (1580-1640) o tratado de Tordesilhas tornou-se obsoleto, e
colonos brasileiros ultrapassaram a fronteira.
 Religiosos. As Missões Jesuíticas penetraram profundamente no território espanhol na região
sul e no vale do rio Amazonas.
 Econômicos: Pecuária. Era praticada no interior do país
Bandeirantismo. Principais responsáveis pela interiorização do território
Mineração. Povoou o interior.
Depois de muitas disputas territoriais foi assinado em 1750 o Tratado de Madri que estabelece as
fronteiras atuais (com exceção do acre que será incorporado em 1903)

Apogeu e crise do sistema colonial: A corte


portuguesa no Brasil e a Independência

No início do século XIX a Europa passava pelas Guerras Napoleônicas. Ameaçados por Napoleão
Bonaparte a família real portuguesa, pois em prática um antigo projeto de evacuação do território,
transferindo toda à corte para o Brasil. Tem aí o início do nosso processo de independência. Os
portugueses eram dependentes da Inglaterra desde 1703 quando foi assinado o Tratado de Methuen
(panos e vinhos), Napoleão proibiu os portugueses de fazer comércio com os ingleses. Na transferência
da corte foram escoltados pelos britânicos. Ao desembarcarem no Brasil foram assinados dois
importantes tratados comerciais:
 1808: A abertura dos portos às nações amigas: Permitia a realizar comércio com os ingleses.
Na prática punha fim ao pacto colonial
 1810: Tratados de comércio e navegação com as nações amigas. Concedia tarifas
alfandegárias especiais aos ingleses que pagavam 15% de impostos sobre o valor. As outras nações
pagavam até 60%. Ocorreu uma grande enxurrada de produtos ingleses no nosso mercado, o que
atrasou nossa industrialização por quase 100 anos.

O período em que Dom João ficou no Brasil ficou conhecido como Período Joanino. Dom João
realizou importantes mudanças como:
 Criação do Banco do Brasil
 Casa da Moeda
 Criação do Jardim botânico
 Várias obras públicas
 Escolas de estudos médicos e farmacêuticos no RJ e Salvador
 Invasão militar da Guiana Francesa (retaliação à Napoleão) e da província cisplatina (atual
Uruguai)
 1815 elevou o Brasil à categoria de Reino Unido

Em 1820 ocorreu em Portugal a Revolução Liberal do Porto, que restabeleceu a monarquia, no


modelo constitucional, e exigiu o retorno da família real. D. João voltou e deixou aqui seu filho D. Pedro

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I como príncipe regente. A corte portuguesa pretendia recolonizar o Brasil. Exigiu o retorno do príncipe
que se negou a voltar e passou a tomar medidas que irritaram as cortes: Equiparou as forças armadas
do Brasil às de Portugal e estabeleceu que nenhuma ordem portuguesa seria cumprida sem sua
aprovação. Recebeu apoio dos grandes fazendeiros que eram a favor da independência. Dom Pedro
em janeiro declararia que ficaria no Brasil, apesar dos apelos da corte (dia do fico). Em setembro
recebeu uma comunicação para seu retorno imediato, sob o risco de invasão militar. Em 7 de setembro
proclama a Independência do Brasil. Foi um processo pacífico (não houve guerras), elitista
(comandados por D. Pedro e os grandes fazendeiros. Não teve participação popular), ocorreu a
manutenção do nosso território e a escravidão não foi abolida.

Organização do Império Brasileiro: Primeiro Reinado

Com o Brasil independente, vários desafio se colocaram diante de D. Pedro, que foi coroado como
Imperador do Brasil. Seu reinado foi curto, pois durou de 1822 à 1831 quando devido à queda de sua
popularidade foi obrigado a abdicar o trono.
Agora como país independente era necessário escrever uma constituição para o Brasil
independente. Em 1823 foi promulgada (votada) uma constituição que ficou conhecida como
constituição da mandioca, pois previa voto censitário (o eleitor para votar tem que ter determinada
renda anual que era calculada pela quantidade de mandioca plantada, por ser o alimento dos escravos).
Esta constituição possuía a divisão do país em 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário) e limitava
os poderes do imperador. D. Pedro não gostou disso e dissolveu a constituição. Lançou em 1824
uma nova constituição outorgada (imposta) que possuía 4 poderes: executivo, legislativo e judiciário e
um quarto, que era o poder moderador. Este poder era representado pela figura do imperador, que
passava a ter poderes quase absolutos. De acordo com esta constituição ele podia dissolver o
parlamento (câmara dos deputados) quando quisesse e convocaria novas eleições, poderia barrar
qualquer medida que não concordasse. Só havia deputados federais e as províncias não poderiam
eleger representantes locais. Os governadores de província eram indicados pelo imperador e os
senadores tinham cargo vitalício.
Queda da popularidade de D. Pedro e a abdicação. Logo no início do primeiro reinado o imperador
gozava de uma grande popularidade que foi acabando ao poucos. O ato de dissolver a constituição de
1823 gerou muitas revoltas, e no nordeste eclodiu no nordeste uma revolta separatista contra o
autoritarismo de D. Pedro: A confederação do Equador. Foi uma revolta republicana que chegou a se
separar mas foi sufocada. Entre as medidas impopulares podemos citar a Guerra da Cisplatina. D.
João invadiu a cisplatina que tentou a independência durante o governo de D. Pedro. O então
imperador enviou tropas sem ter recursos financeiros. Foi gasta uma enorme soma e morreram
milhares de pessoas. A população era radicalmente contra o conflito. D. João morre na Europa e
ocorrerá uma crise sucessória no trono português. D. Pedro é o herdeiro. Os brasileiros temeram
que assumisse o trono, mas abdica em favor de sua filha, que leva um golpe do irmão do rei. Neste
contexto o imperador envolveu-se mais nas questões políticas portuguesas, que brasileiras. A
popularidade de D. Pedro só caia e os jornais o atacavam profundamente. Foi assassinado Libero
Badaró, o principal jornalista de oposição, e a culpa recaiu sobre o imperador. Para tentar realizar
campanhas e restabelecer certo apoio foi fazer uma visita política em MG, onde foi recebido com frieza.
Ao retornar ao RJ seus correligionários (seguidores) o receberam com uma grande festa. A oposição
começou a protestar e a lançar garrafas contra o desfile. Foi uma grande confusão que ficou conhecida
como noite das garrafadas. Diante da tremenda oposição e impossibilidades de governar, abdicou o
trono em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara, que na época tinha 5 anos de idade. A constituição

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só permitia a coroação na maioridade do herdeiro. Foi então declarada uma regência, governantes que
estariam no poder enquanto o D. Pedro de Alcântara crescia.

Período de Regência (1831-1840)

Foi um período curto, mas de grande importância. O Brasil passou por vários movimentos
separatistas e o nosso território correu risco de fracionamento. Foi nesta época também que surgiram
as assembleias provinciais (câmara dos deputados estaduais).
A primeira regência foi uma regência trina provisória (3 regentes, cada um de uma corrente política
da época. Partido conservador , o liberal exaltado e o moderado) que em pouco tempo foi substituída
por uma regência trina permanente. Os primeiro regentes eram liberais moderados e pretendiam uma
maior autonomia para as províncias. Em 1934 os liberais moderados conseguiram uma grande
conquista: a aprovação de uma lei chamada Ato Adicional à constituição. Este ato previa:
 Criação de uma regência una (que foi ocupada pelo Padre. Antônio Diogo Feijó)
 Maior autonomia para as províncias: Câmaras de deputados estaduais, novo código de
processo civil (descentralizava a justiça) e a Guarda Nacional.

Durante a regência de Feijó eclodiram várias revoltas separatistas, como teve dificuldades de sufocá-
las, então a guarda nacional foi criada como instrumento de defesa dos grandes proprietários rurais
contra as revoltas populares e separatistas. Entre elas podemos citar:
 Cabanagem (PA)1835
 Sabinada (Ba)1837
 Balaiada (Ma) 1838
 Farroupilha (RS) 1837

Foram revoltas separatistas e republicanas. A mais importante delas foi a Farroupilha que durou 10
anos e chegou a proclamar uma república independente. Para os políticos da época a onda de
rebeliões ocorria devido à regência, então seria necessário empossar o príncipe (o que era dificultado
pela sua idade). Feijó e os liberais são perdem o poder que passa a ser executado por um conservador
Araújo Lima.
Os liberais queriam retornar ao poder e pensaram em um golpe, que poderia colaborar com a
estabilização do país: Coroar o príncipe. Passaram a fazer campanhas pela coroação de D. Pedro de
Alcântara (na esperança de que ele montasse um gabinete liberal). Os conservadores não podiam fazer
oposição (como se opor ao rei?) e em 1940, com apenas 15 anos, foi coroado como imperador do Brasil
com o nome D. Pedro II. Por um só dia a maioridade penal diminuiu de 18 para 15 anos. Este foi o
golpe da Maioridade.

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O Segundo Reinado (1840-1889)

Foi o período do governo de D. Pedro II. Está entre os monarcas que ficaram mais tempo no poder.
Foi um período de estabilidade política, crescimento econômico devido ao ciclo do café, de
modernização, com a instalação das primeiras ferrovias, da Guerra do Paraguai, da abolição da
escravidão e da migração europeia para o Brasil.
Aspectos políticos: Logo no início do Segundo Reinado os movimentos separatistas foram
sufocados pelas tropas imperiais. Encerram-se as guerras civis e o país é pacificado. D. Pedro instituiu
o parlamentarismo, mas com ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. Isso porque no
modelo inglês (o primeiro), o rei é uma figura diplomática e simbólica e quem governa é o primeiro
ministro, que é indicado pelo parlamento. Aqui o rei é o 4° poder (o poder moderador) e o primeiro
ministro é indicado por ele. As disputas políticas eram ferozes entre os liberais e os conservadores.
Para amenizar as disputas políticas o imperador instituiu o ministério da conciliação. A cada ano o
ministério era trocado e alternado. Um gabinete era conservador e o outro ano liberal. Foi assim até a
proclamação da república.
Aspectos econômicos: foi um período de grande prosperidade econômica devido ao ciclo do café.
O Brasil foi durante décadas o maior produtor e exportador de café do mundo. O modelo agrícola era o
implantado pelos portugueses e que permanece até os dias de hoje: O plantation (monoculturas de
exportação em latifúndios). O café começou a ser plantado no RJ e espalhou-se pelo estado de SP que
foi seu maior produtor, chegando ao sul de MG. A principal região produtora era o Vale do Paraíba
(entre SP e RJ). Quando foi para o interior no Oeste Paulista foi necessária a instalação de ferrovias,
devido à distancia do litoral, promovendo uma grande modernização no Brasil que até aquela altura
transportava o gado através dos tropeiros. Não havia indústrias no país e tudo o que consumíamos de
origem industrial era da Inglaterra. Desde os tratados de comercio e navegação de 1810 os ingleses
pagavam impostos muito reduzidos, a ponto de nossa arrecadação de impostos não cobrir os gastos do
Estado. Dessa forma o ministro da fazenda criou uma tarifa protecionista que aumentava os impostos
dos ingleses, a Tarifa Alves Branco. Os Ingleses não gostaram e há tempos vinham pressionando o
Brasil a abolir o tráfico de escravos, então fizeram isso a força decretando o Bill Aberdeen. De acordo
com esta medida inglesa eles poderiam abater qualquer navio brasileiro que tivesse carregado de
africanos para serem escravizados. A pressão inglesa fez com que fosse lançada em 1850 a Lei
Eusébio de Queiroz, que proibia o trafico de escravos. Entre as consequências desta lei foi o
aumento do trafico interno (a região nordeste com a economia decadente vendia os escravos para o
sudeste), a imigração europeia (pois com o fim do tráfico, em pouco tempo a escravidão acabaria), e a
lei de terras (toda terra teria que ser comprada à vista em leilão. Uma medida para impedir que
imigrantes tivessem acesso à terra).
A imigração europeia: A Europa no século XIX passava por diversas guerras. A Itália e a
Alemanha, sobretudo, pois estavam vivendo as Guerras de Unificação. Muitos europeus querendo
novas terras para viver. Os principais grupos de imigrantes foram os Alemães, Italianos, suíços e
polonês. As primeiras levas de imigrantes vinham com promessa emprego e pagariam a passagem de
navio e estadia com trabalho. Devido à super exploração alguns países europeus inclusive proibiram a
imigração para o Brasil. A imigração só deu certo quando foi financiada pelo governo e o imigrante
chegava sem dívidas. Assim foi instituído o colonato. Os italianos ficaram principalmente em SP e os
poloneses e alemães no sul do Brasil.

A Guerra do Paraguai. (1865-1869). O Paraguai era um país em franco desenvolvimento econômico


e industrial. Entrou em conflito com os países da Bacia do Prata (Brasil, Argentina e Uruguai). Solano
Lopes, ditador paraguaio queria uma saída para o mar, enquanto D. Pedro II defendia a livre navegação

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no rio da prata. E pretendia seu controle. Brasil e Argentina foram estimulados pela Inglaterra a entrar
em guerra com o vizinho. Foi um dos conflitos mais sangrentos da História. O Paraguai foi destruído e
mais de 70% de sua população masculina foi morta. As dívidas contraídas pelo governo brasileiro foram
enormes. Foi também um grande estímulo ao fim da escravidão, pois muitos negros foram lutar com a
promessa de alforria. Após o conflito o exército torna-se uma instituição forte e com grande participação
na política nacional. Aderiram ao abolicionismo e ao republicanismo.
A abolição da escravidão. O fim da escravidão teve um caráter gradual. Ocorreu a participação dos
escravos com sua resistência ao cativeiro através de fugas, formação de quilombos, abortos, suicídios
e várias revoltas. Surgiu depois da lei Eusébio de Queiroz o movimento abolicionista que fazia forte
militância artística, jurídica e política pelo fim da escravidão. Também devemos lembrar a pressão
inglesa. Várias leis foram decretadas:
 1850: Lei Eusébio de Queiroz (proibição do tráfico)
 1871: Lei do Ventre Livre (estavam livres os recém-nascidos)
 1885: Lei dos Sexagenários (liberdade aos maiores de 60anos)
 1888: Lei Áurea (a abolição definitiva)

Muitos fazendeiros queriam a permanência da escravidão. Estes grandes proprietários deixaram de


apoiar a monarquia. A Igreja católica depois de a prisão de dois importantes bispos, deixaram de apoiar
o rei. O exército desde a guerra do Paraguai aderira ao republicanismo. Desacordos com o Imperador o
fizeram retirar o apoio. Apoiados pelos grandes fazendeiros proclamaram a República em 15 de
novembro de 1889.

O advento e a consolidação da República Oligárquica: Propaganda


republicana. A consolidação do regime

A república foi proclamada pelo exército sem a participação popular. Nossos dois primeiro
presidentes foram militares: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Esta fase é chamada de
República da Espada e teve fortes tendências autoritárias. Logo seriam substituídos pelos grandes
fazendeiros, a partir da presidência do paulista Prudente de Morais. A primeira constituição foi
promulgada em 1891 e tinha como características principais:
 O Brasil é uma república presidencialista
 Separação do Estado e da Igreja (Estado Laico)
 Criação do cartório de registro civil
 Federalismo (autonomia relativa dos estados (ex-províncias)
 O voto era proibido para mulheres, analfabetos, padres, soldados e menores de 21 anos.

A consolidação da república ocorre sob o poder dos grandes proprietários rurais, por isso a república
velha até a revolução de 30 (fim da república do café com leite e o início da Era Vargas) é conhecida
como República Oligárquica (oligos=poucos. Os grandes proprietários rurais). Nesta época é que
ocorre o Coronelismo em que os grandes fazendeiros impunham seu poder através de seus exércitos
particulares de jagunços. O voto era aberto e os eleitores que moravam nas grandes fazendas eram
forçados a votar no candidato do coronel. Isso era chamado voto de cabresto, e a área de influência
do coronel curral eleitoral. As eleições eram manipuladas e notoriamente corruptas e o poder
presidencial era marcado pela alternância política entre MG e SP¸ por isso esse momento também ficou
conhecido como a República do Café (SP) com Leite (MG).

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A Revolução de 1930 e a Era Vargas

O Brasil durante a República Velha nos anos 20 vivia um momento político que denominávamos de
“República Oligárquica”, ou seja, a política era dominada por uma pequena oligarquia de poderosos
latifundiários, que eram chamados de coronéis. Neste período da República Oligárquica, em que
vigorava o coronelismo, os dois estados mais ricos do Brasil eram MG (grande produtor de carne e leite)
e SP (o maior produtor e exportador de café do mundo). Eles revezavam entre si a presidência da
República. Em uma gestão o presidente seria um paulista que indicava um mineiro para a próxima
administração. Este acordo de alternância política no poder presidencial por MG e São Paulo era o
“pacto oligárquico”. Ele sustentava a “República do café com leite”. Nesta época o sistema eleitoral
era extremamente corrupto. Eleições ocorriam normalmente, mas só ganhavam a eleição os mineiros e
paulistas indicados. Como os outros estados aceitavam isso? Pergunta-se você. Em troca de total
liberdade de administrar os estados como bem quisessem, sem ser fiscalizados. O voto era masculino
e aberto, então era muito fácil do coronel forçar os seus empregados da fazenda votarem em seu
candidato. Este voto sob pressão e coação do coronel é o chamado voto de cabresto.

A crise de 1929, o rompimento do “pacto oligárquico” e a Revolução de 30·.

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Em 1929 ocorre a maior crise da história do capitalismo: a quebra da bolsa de valores de NY. A crise
afetou diretamente o Brasil, que era o maior exportador mundial de café, e nossa balança comercial
dependia do produto. O então presidente era o paulista Washington Luiz. Naquele ano ocorreriam
eleições presidenciais, mas preocupado com a crise, com SP e com as exportações de café
Washington Luiz rompe o pacto oligárquico e indica um paulista: Júlio Prestes. Minas Gerais reage
fundando um novo partido. Busca apoio do RS e da Paraíba e lança a Aliança Liberal com a
candidatura do gaúcho Getúlio Vargas para presidente e do Pernambucano João Pessoa para vice. A
campanha e as eleições ocorreram normalmente e a candidatura de Vargas fez muito sucesso, mas
como poderíamos esperar, a eleição corrupta garantiu a vitória de Júlio Prestes. Os estados da Aliança
Liberal não aceitaram o resultado das eleições. A situação política fica tensa, mas a Aliança Liberal
recebe apoio de 10 estados brasileiros. Os exércitos estaduais marcharam até o Rio de Janeiro, capital
do Brasil naquela época, depuseram Washington Luiz e impediram a posse de Júlio Prestes. Getúlio
Vargas foi empossado presidente. A esse episódio em que Vargas chegou ao poder político foi
chamado pelos correligionários (seguidores) de Getúlio de “Revolução de 30”

A Era Vargas

Denominamos de “Era Vargas o período em que Getúlio esteve à frente da presidência do Brasil.
Governou diretamente 15 anos, entre 1930 e 1945. Ficou 5 anos afastado e voltou democraticamente
em 1950 e governou até 1954, quando seu governo tem um desfecho trágico. Suicida-se com um tiro no

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peito. A maior parte do tempo em que Getúlio governou entre 30 e 45, governou autoritariamente (um
período sem constituição e depois como ditador). Foi um de período marcado por avanços sociais
(como as leis trabalhistas), por discursos nacionalistas e avanços na economia através da construção
de industrias estatais (pertencentes ao Estado – pratica de nacionalismo econômico), principalmente no
setor de base (metalurgia e siderurgia). Para facilitar nosso entendimento do período podemos dividir a
“Era Vargas” em períodos: 1-Governo Provisório, 2- Governo Constitucional, 3- A ditadura do “Estado
Novo”, e o 4- Período democrático.

O Governo Provisório

Logo que chegou ao poder Vargas tomou várias medidas para reorganizar o Estado ao seu Modo.
Suas primeira medidas foram:
 Dissolveu a constituição (que estava em vigor desde a proclamação da República)
 Nomeou interventores (governadores) estaduais
 Criou o MEC e o Ministério do trabalho
 Criou a política de Valorização do Café (comprava o café e queimava para evitar a queda
brusca de seu preço)
 Incentivou a policultura

Durante o início de seu governo São Paulo encontrava-se muito insatisfeito com a perda de poder
devido à subida de Vargas. Faziam uma forte propaganda política contra Getúlio chamando-o de
golpista e de ditador. Os paulistas organizaram-se e declararam guerra ao Brasil, numa guerra civil que
teve inicio em 9 de Julho (feriado estadual em SP). Foi chamada pelos paulistas de “Revolução
constitucionalista de 1932”, pois exigiam que fosse promulgada uma nova constituição e que fosse
nomeado um interventor paulista.
Várias manifestações ocorreram em São Paulo com enfrentamentos às tropas do governo. Num
destes confrontos foram assassinados 4 estudantes paulistas, Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo.
Tornaram-se os mártires da “revolução constitucionalista de 32”, o “MMDC”. As campanhas paulistas
contra o governo sempre vinham com esta sigla. O empenho de São Paulo foi grande e contou com
apoio em massa da população, que inclusive fazia campanhas para arrecadar fundos para a sua
revolução, como a campanha “doe ouro por SP”, em que muitas pessoas doavam até mesmo as
alianças. A participação feminina foi marcante e crucial no conflito, pois atuavam em campanhas, como
enfermeiras, produzindo fardas e armas. O movimento foi sufocado pelas tropas federais, mas os
paulistas consideraram-se vitoriosos: foi nomeado um interventor paulista e em 1934 promulgada uma
nova constituição. A Revolução constitucionalista não conseguiu adesão de outros estados. Suas
exigências só diziam respeito aos interesses paulistas.

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O Governo constitucional de Vargas (1934-1945)
A nova constituição trazia algumas novidades importantes tais como:
 Voto secreto
 Voto feminino
 Leis trabalhistas (a CLT é de 1932 e se torna constitucional em 34)
 Liberdade de expressão e partidária

No Governo Constitucional ocorreu uma forte polarização política (quando as posições políticas vão
para os extremos). Reproduzia-se no Brasil a polarização política que ocorria na Europa na década de
30 entre Fascistas (extrema direita) e Comunistas (extrema esquerda). Havia dois partidos principais
que dominavam a cena política: A ANL (aliança nacional libertadora), de orientação socialista, cujo líder
era Luiz Carlos Prestes e a AIB (ação integralista brasileira), de orientação fascista e seu líder era Plínio
Salgado. Os integralistas inspiravam-se muito nos movimentos fascistas europeus. Ritos e símbolos.
Havia os camisas negras de Mussolini e os camisas pardas de Hitler. Tínhamos os “camisas verdes”.
Os integralistas cumprimentavam-se pela expressão tupi guarani “ANAUÊ” (você é meu irmão, e
usavam como símbolo a letra do alfabeto grego Sigma.

A tentativa de golpe da ANL e a propaganda anticomunista

Em 1935 a Aliança Nacional Libertadora tentou dar um golpe de Estado e tomar o poder, mas foram
frustrados. O golpe deveria ter acontecido simultaneamente no RJ e em outras capitais, mas devido à
problemas de comunicação (lembre-se que naquela época tudo era muito mais complicado. Não haviam
celulares e computadores. Telefones eram raros) o golpe foi antecipado no nordeste, foi flagrado pelas

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autoridades e o golpe foi impedido à tempo na capital. Luiz Carlos Prestes e as lideranças da ANL
foram presos. Olga Benário, judia alemã foi entregue grávida à Alemanha Nazista. Este episódio foi
manipulado muito bem por Getúlio Vargas que iniciou uma profunda propaganda anticomunista, e
alertando a população do “risco vermelho” (vermelho era a cor da bandeira comunista) que rondava o
Brasil.

O Plano Cohen e a Ditadura do Estado Novo

Após quase dois anos de intensa propaganda sobre o risco comunista que rondava o Brasil, foi
encontrado no palácio do Catete (antiga sede do governo) um plano que estipulava os passos
necessários para a implantação de um golpe comunista. Era assinado por alguém com o sobrenome
judeu Cohen. Hoje sabemos que este plano era falso, mas foi habilmente usado para manipular a
opinião pública de forma que um golpe comunista parecesse próximo. Getúlio Vargas então instala uma
ditadura, que foi chamada de “Estado Novo”, com o pretexto de salvar o Brasil da “ameaça comunista”

O Estado Novo

É nome que foi dado à ditadura varguista. Teve inicio em 1937 e foi até 1945. Fechou o congresso
nacional, proibiu os partidos políticos e dissolveu a constituição de 34. Ampliou os poderes presidenciais
e criou um aparelho repressivo de Estado. Os meios de comunicação eram manipulados e censurados.
Para tanto criou o DIP (Departamento de imprensa e propaganda), responsável pela censura e pela
propaganda política de Getúlio. A imagem de Vargas era sempre associada à dos trabalhadores,
como o criador dos direitos trabalhistas e “pai dos pobres”. Em 1937 outorgou uma nova constituição
autoritária, que respaldasse legalmente sua ditadura. Esta constituição ficou conhecida como a polaca,
por ser bastante semelhante a constituição da Polônia.
Vargas implantará com tudo seu projeto de “nacionalismo econômico”, ou seja, procurava reduzir
a dependência com relação ao capital estrangeiro e criar empresas estatais (pertencentes ao Estado),
sobretudo no setor de base: siderurgia, metalurgia e energia. Foram criadas:
 Usina de Volta Redonda (RJ) (financiada pelos EUA em troca de apoio na II Guerra)
 CSN (Cia Siderúrgica Nacional) (RJ)
 Usina de Tubarão (Es)
 CVRD
 Petrobrás (criada em 1954 no governo democrático de Vargas)

A participação do Brasil na II Guerra

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Quando eclodiu a Segunda Guerra o conflito ocorreu entre os países do Eixo ( Alemanha, Itália e
Japão) contra os Aliados (Inglaterra, França, URSS e EUA). Os dois lados tentaram ganhar o apoio do
Brasil que lutou junto dos aliados. Politicamente tínhamos mais semelhanças com os países do Eixo
(governos autoritários) que com os Aliados (democracias – e socialismo soviético). Escolhemos o lado
por dois motivos: 1- Os EUA investiram pesado e financiaram a construção da usina de volta redonda.
2- A Alemanha nazista bombardeou navios brasileiros em nossa costa, o que fez com que nossa
população se manifestasse contra o Eixo. Foram enviadas a FEB (força expedicionária brasileira) e a
FAB (força aérea brasileira). Os soldados (que eram chamados pracinhas) lutaram na Itália sob o
comando dos EUA.

Devido à participação no conflito, Getúlio sofreu uma forte oposição interna. Seu opositores
pressionaram o governo e pedia a saída de Vargas, devido a uma contradição: Na política interna
Getúlio mantinha no país uma ditadura, mas na política externa apoia e manda brasileiros para lutar
pela democracia contra o autoritarismo fascista. Esta contradição levou Vargas a abandonar o poder em
1945.

A República Liberal Populista (1946-1964)

Denominamos República Liberal, pois foi um período democrático, entre duas ditaduras: O “Estado
novo de Vargas” que acabou em 1945 e a Ditadura Militar iniciada em 1964. E usamos o termo
populista, pois este foi um traço marcante na política nacional e latino americana.

Populismo: Fenômeno político latino americano, que se manifestou em todas as esferas da


política de um país. Este período é marcado pela atuação de políticos conservadores, mas
extremamente carismáticos, e que usavam os meios de comunicação para manipular as massas
trabalhadoras. Suas personalidades e imagens eram cultuadas e associadas aos pobres e ao
desenvolvimento do país. O caso mais emblemático no Brasil é o do presidente Getúlio Vargas e
sua política “trabalhista”, em que manipulava as massas trabalhadoras urbanas e tinha sua
imagem associada aos trabalhadores como o pai dos pobres em decorrência da criação das leis
trabalhistas (que naquela época só eram válidas somente na cidade). Outros exemplos
importantes na América Latina foram Juan Domingues Perón, na Argentina e Lázaro Cárdenas,
no México. No Brasil podemos citar como ícones desta época, além G.V., Juscelino Kubitschek
que tinha associada à sua imagem o progresso e o desenvolvimento do país (na época da

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implantação das grandes automobilísticas e construção de Brasília), era conhecido como o
presidente Bossa Nova. Ainda podemos citar a excentricidade de Jânio Quadros, que em suas
campanhas presidenciais chegava a vestir chinelo e terno e jogar farinha no cabelo para parecer
caspa, numa tentativa de vincular sua imagem ao pobre.

Instabilidade política e dependência econômica

Havia algumas diferenças quanto ao funcionamento político do país, entre elas: O mandato político
era de 5 anos, não havia segundo turno, analfabetos não votavam, e o presidente e vice presidente
eram escolhidos em votações distintas. Estas características vão explicar em parte muito das crises
políticas enfrentadas nos pais. Tivemos como presidentes eleitos neste período o Gal. Eurico Gaspar
Dutra, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart.
Este momento foi marcado por várias características, entre elas, na política podemos afirmar que foi
um momento de grande instabilidade política. Dizemos que um momento político é instável
politicamente quando as regras do jogo político democrático são burladas, e não ocorre o previsto nas
eleições. Neste breve intervalo de 18 anos tivemos tentativas de golpe sobre GV que cometeu suicídio
em 1954. Ocorreram eleições democráticas que foram vencidas por JK, mas setores opositores
tentaram impedir sua posse (e seu governo sofreu o tempo todo com este tipo de tensão golpista). Para
garantir a posse de JK, que estava sob ameaça o ministro do exercito, marechal Teixeira Lott deu um
“golpe preventivo” para garantir a posse de Juscelino. Jânio Quadros vence as eleições de 59 e
toma posse em 60. Em seis meses renuncia o mandato e é substituído por João Goulart, que foi
surpreendido com um golpe enquanto estava em viagem diplomática: O congresso nacional mudou o
regime político de presidencialista para parlamentarista, para evitar o governo de Goulart, que por fim
sofreu o golpe militar em 1964.
Nestes 18 anos foi um momento de grande abertura econômica ao capital estrangeiro (quando
são retirados impostos e oferecidas vantagem para atrair capital estrangeiro, que em geral, migram das
regiões mais desenvolvidas do globo para as mais subdesenvolvidas em busca de matérias primas,
mercado consumidor, infraestrutura e vantagens fiscais.). A abertura de mercado ocorreu durante o
governo de Dutra e aprofundou-se no período JK.

O Governo Dutra: Desenvolvimento dependente e anticomunismo

Eurico Gaspar Dutra disputou as eleições em 1945 (PTB) com o Brigadeiro Eduardo Gomes (UDN).
Vitorioso Dutra consolidou a aproximação política e econômica com os EUA. Devemos nos lembrar que
era 1946, inicio da Guerra Fria. O Brasil se alinhou aos EUA no combate ao comunismo. O
alinhamento diplomático entre os dois países vinha desde a “Era Vargas” e a política de boa
vizinhança. Dutra proibiu os partidos comunistas (a ANL e o PCB), o direito de greve e cortou
relações diplomáticas e econômicas com a URSS. A aproximação política se mostra mais evidente
com a fundação em 1946 da ESG (Escola Superior de Guerra), instituto da inteligência militar
estratégica, inspirado no “War College” dos EUA. Da ESG surgiram as teorias anticomunistas e a elite
intelectual do exercito que planejaram e aplicaram o golpe militar de 1964.
Ao assumir a presidência teve um importante desafio: a promulgação de uma nova constituição
democrática, que foi aprovada ainda em 1946.

A constituição de 1946
Suas principais características eram:
 Federalista
 democrática
 Liberdade de expressão
 Anticomunista
 Voto secreto e feminino

Aspectos econômicos:

Em sua gestão foi proposto o plano SALTE (saúde, alimentação, transporte e energia) que não foi
bem sucedido. Em parte devido ao esgotamento das divisas, que foram gastas na compra de
maquinário importado e defasado e em bens de consumo não duráveis. Nesta época, em razão da
“abertura de capital” ocorreu uma grande enxurrada de produtos norte americanos, que representou
um grande salto na qualidade de consumo na modernização. Nesta época se popularizaram os

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eletrodomésticos, como batedeiras, liquidificadores, fogão a gás e a geladeira. Em 1950 era
inaugurada a primeira televisão brasileira, a TV tupi.

O Governo democrático de Getúlio Vargas

Getúlio Vargas ao abandonar o palácio do Catete (sede do governo quando a capital era o Rio de
Janeiro) sob forte pressão política em 1945 prometera voltar pelos braços do povo. Disputa a eleição
em 1950 e ganha a eleição democraticamente e ganha de forma arrasadora. Foi levado ao Catete com
a maior votação presidencial da História do Brasil. Seu governo neste momento foi bastante conturbado
e tinha um grande setor de oposição. Entre os grandes opositores de Getúlio tínhamos o jornalista e
radialista carioca Carlos Lacerda, político conservador, contra o nacionalismo econômico de Vargas (ou
seja, a favor de uma grande abertura de capital) e líder da UDN (União Democrática Nacional).

Correntes de pensamento sobre o desenvolvimento nacional

No início da década de 50 tínhamos várias correntes de pensamento político. Foi um período de


grande efervescência política e cultural. Podemos identificar duas principais correntes de pensamento
(que podiam ser compartilhadas por diferentes partidos). Era a que defendia a política econômica
varguista de nacionalismo econômico e estímulo e desenvolvimento das indústrias de base, estatais,
fundadas com capital nacional. Outra corrente era adepta da “abertura de mercado” para o capital
estrangeiro e retirar todas as barreiras comerciais e alfandegárias e oferecer vantagens para que as
grandes corporações multinacionais montassem aqui suas indústrias, para que pudéssemos nos
desenvolver com base no capital e tecnologia estrangeira. Ambas as formas de pensamento possuíam
adeptos e eram calorosamente discutidas. O PTB (partido pelo qual GV se candidatava) era da corrente
nacionalista varguista, bem como os sindicatos que nesta época eram muito fortes e muito atuantes
politicamente em manifestações em prol dos direitos dos trabalhadores. A UDN, partido dos grandes
fazendeiros e de grandes empresários urbanos eram adeptos à abertura de mercado. Assim também se
orientava o PSD, partido fundamentalmente composto pelas elites empresariais urbanas mais
dinâmicas à década de 50, e muito ligadas aos desenvolvimentos pelo capital estrangeiro.

Vargas no Poder

Durante o governo do Gal. Dutra o Brasil se alinhou politicamente e economicamente aos EUA. Foi
um momento de grande entrada de capital estrangeiros, vantagens oferecidas às grandes corporações
e empréstimos tomados pelo Brasil à juros altíssimos. Quando Vargas ganha à eleição os EUA
diminuem sua aproximação e seus investimentos por aqui. Esta diminuição do investimento norte
americanos devia-se à desconfiança que eles tinham de um governo nacionalista. Para que você tenha
ideia haviam prometido 400 milhões de dólares em investimentos no Brasil em 1950. Quando Vargas
ganhou as eleições o investimento foi reduzido a 180 milhões (menos da metade). Em seu retorno
Getúlio Vargas tivera dificuldades para implantar seus projetos nacionalistas, e havia uma corrente
política muito forte que defendia a abertura de capital. Após uma série de campanhas nacionalistas
como “O Petróleo é Nosso” foi criada em 1953 a Petrobrás.

Porque a criação da Petrobrás foi polêmica na época? Lembra-se que acabamos de comentar
que existiam duas correntes de pensamento sobre o desenvolvimento, uma nacionalista e outra como
era chamada, entreguista? Pois bem, Vargas defendia a criação de uma empresa de petróleo
totalmente nacional, com monopólio de pesquisa, extração e refino. O outro grupo defendia que
deveríamos abrir a exploração do petróleo às empresas estrangeiras, que tinha capital e tecnologia para
exploração, para que nos beneficiássemos da exploração do petróleo mesmo sendo subdesenvolvidos.
Quando a Petrobrás é criada totalmente estatal os grupos que defendiam os investimentos estrangeiros
ficaram muito contrariados, assim como os EUA.

As greves operárias começavam a proliferar. O salário mínimo não recebia aumento a anos e havia
de desvalorizado muito. Getúlio havia nomeado como ministro do trabalho João Goulart (o que mais
tarde será presidente e sofrerá o golpe militar de 1964), que para contornar as manifestações
concedera um aumento de 100% no salário mínimo, aumento esse que foi aprovado por Vargas.
Tentaram aprovar no congresso a lei de dos lucros extraordinários, que obrigava as corporações
multinacionais reinvestirem parte do dinheiro lucrado no país.

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A oposição a Getúlio se tornou feroz. Carlos Lacerda atacava insistentemente a política econômica
do governo e à figura de Vargas. O exército se pronunciou através do Manifesto dos Coronéis contra
a política econômica e contra a política social. Criticaram ferozmente o aumento de 100% dado ao
salário mínimo, alegando que faria com que um soldado ganhasse quase como um tenente, e para eles
isso significaria desordem e rompimento de hierarquia. Diziam também que o governo se mostrava
incapaz contra a “desordem” instalada no país devido ao aumento das greves e manifestações.

O atentado na Rua Toneleiros e o desfecho trágico da crise política

O segurança pessoal do presidente Getúlio, Gregório Fortunato, por iniciativa própria resolve
cometer um atentado contra a vida do maior opositor à Vargas. Realiza uma emboscada em que atira
contra Carlos Lacerda, que naquele instante era acompanhado por um oficial. Gregório de Fortunato
erra o tira que pega de raspão em Lacerda. Este episódio repercutiu de forma estrondosa contra
Getúlio.
No dia 24 de agosto Vargas preside uma reunião com representantes de todos os setores políticos
com influencia no poder da época: Os políticos da UDN, o exército e grandes empresários. A reunião
estende-se até a madrugada. Getúlio Vargas recolhe-se a seus aposentos, escreve uma carta de
suicídio e dispara um tiro contra o próprio peito.
O Suicídio de Getúlio repercutiu de forma bombástica na população brasileira. Todos os opositores
de Vargas tiveram que se calar, pois o país passava por um período de comoção devido a morte
daquele que fora cultuado como o “pai dos pobres”. O próprio Carlos Lacerda que tinha sofrido um
atentado recentemente sai do país por uns tempos até a poeira baixar. Muitos historiadores acreditam
que Vargas sofreria um golpe do exército apoiado pela UDN, mas com seu suicídio Getúlio atrasou o
golpe em 10 anos. O golpe militar foi dado em João Goulart em 1964.

Crise na transição política

O Vice-presidente Café Filho assumiu a presidência até o fim do mandato. Mas se afasta por
problemas de saúde e o presidente do congresso Carlos Luz assume o comando do país. Ocorrem
às eleições para presidente em 1955 e elas são vencidas pelo candidato do PSD Juscelino Kubitscheck
com 36% dos votos (lembra-se que não havia segundo turno? Vencia então quem tivesse a maioria
simples dos votos). A UDN não aceitou a vitória eleitoral de JK alegando que ele não possuía 50% dos
votos. Passaram a pregar o impedimento da posse do presidente eleito. Rumores de um golpe
pairavam no ar. Neste contexto o ministro da Guerra, Marechal Teixeira Lott tomou uma atitude para
garantir o cumprimento da constituição e a posse de JK. Deu um “golpe preventivo”. Depôs Carlos
Luz e assumiu o poder para garantir a posse de Juscelino.

O Governo Juscelino Kubitschek

O Governo Juscelino Kubitscheck é caracterizado pelo esforço para a industrialização do país. Era
ligado ao getulismo, porém possuía outra linha de pensamento. O objetivo na época era desenvolver o
Brasil. Industrialização e desenvolvimento eram vistos como sinônimos. Este período foi marcado pelas
teorias que ficaram conhecidas como “nacional desenvolvimentismo”: Para o país desenvolver era
preciso industrializar, então era necessário desenvolver a qualquer custo. O pensamento nacional
desenvolvimentista pregava então que deveríamos abrir os mercados brasileiros e conceder incentivos
às grandes corporações para que pudessem gerar empregos na indústria e pudéssemos usufruir do
desenvolvimento dos países ricos. Consideravam que a industrialização era possível ser conquistada
dentro do subdesenvolvimento.
O presidente Juscelino aplicou um projeto de governo bastante arrojado para a época. Na busca de
industrializar a qualquer custo lançou o “Plano de Metas”, que prometia desenvolver o país “50 anos
em 5”. As cinco principais metas eram: Indústria, Energia, transportes, educação e saúde.
Fundamentalmente realizou uma abertura de capital, retirando barreiras alfandegárias e protecionistas,
e investiu em infraestrutura construindo rodovias que integravam o Brasil e também usinas hidrelétricas.
Importante lembrarmos que quanto maior o desenvolvimento industrial, maior a demanda energética.
A meta síntese do Plano de Metas, e que projetou a imagem de JK foi à construção de Brasília. A
ideia de construção de uma cidade para abrigar o distrito federal e que fosse ao centro de nosso
território (para integrar o país e contra invasões estrangeiras) já era bem antiga, proposta durante o
Império, por José Bonifácio. Jk concretizou um projeto de mais de um século na época.
Entre as razões para a construção de Brasília podemos citar:

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 Centralizar a administração política do país
 Levar o desenvolvimento ao interior
 É estrategicamente mais seguro para o Estado em caso de conflitos internacionais
 Afastar a capital das tensões políticas do RJ, metrópole populosa cuja população era bastante
politizada à época e com frequência ocorriam manifestações.

O projeto urbanístico ficou por conta de Lúcio Costa, que projetou a capital em formato de avião, uma
referencia a imagem de progresso que o governo queria transmitir. Inclusive o grande mote
propagandístico do governo JK era esse: a associação da imagem do governo JK com o
desenvolvimento. Era chamado presidente “Bossa Nova”. Este estilo musical tipicamente brasileiro,
surgido entre os músicos cariocas era um estilo na época novo e arrojado, pois misturava o Samba com
os acordes do Jazz, estilo surgido nos guetos dos EUA. As principais multinacionais que se instalaram
no país foram as indústrias automobilísticas, com destaque para a alemã WolksVagem. O Fusca
virou o carro símbolo do governo e frequentemente o presidente era fotografado em um.
Tentou combater sem sucesso o desequilíbrio no desenvolvimento regional, pois a riqueza já era
concentrada na região sudeste e com a industrialização que se concentrou nesta região, principalmente
em razão da proximidade com o mercado consumidor, o desequilíbrio entre o desenvolvimento entre o
nordeste e o sudeste aumentou. Criou a SUDENE (superintendência para o desenvolvimento do
nordeste), mas não obteve sucesso. Seu governo conseguiu consolidar as principais metas do plano de
metas. O país teve um grande salto na industrialização, foi construída a capital e foi muito competente
em conciliar desenvolvimento econômico com estabilidade e democracia. Numa época de ameaças
golpistas frequentes o governo Juscelino foi estável e democrático. Mas os aspectos econômicos não
foram somente vitórias. As poucas divisas do Brasil foram gastas e contraímos uma enorme dívida
externa.

Rompeu com o FMI e pegou dinheiro a juros mais altos... baita dívida

O Governo Jânio Quadros

Foram eleitos para suceder JK Jânio Quadros para presidente e João Goulart para vice (eram de
partidos opostos). Jânio Quadros entrou para a história política dos pais pela sua habilidade em
marketing pessoal e político e também por ter renunciado em um semestre a presidência. A Carreira
política de Jânio Quadros foi meteórica. Foi vereador, prefeito e governador de São Paulo. Disputou a
presidência da República com a “campanha da vassourinha”. Dizia que iria varrer a corrupção do
Brasil e ia a seus comícios segurando uma vassoura, que era o tema de sua música de campanha.
Tomava sempre o cuidado de usar os cabelos desgrenhados, disfarçando caspa no paletó usando
farinha, e comia sanduíches de pão com mortadela. Ao assumir a presidência tomou várias medidas
moralistas e propagandísticas: proibiu a briga de galo, cassinos e uso de biquíni nas praias. Na política
econômica interna enfrentou uma forte crise econômica, em parte devido ao esgotamento do modelo
desenvolvimentista de JK. A inflação desvalorizou muito o salário dos trabalhadores e as greves se
multiplicaram. As manifestações populares eram cada vez mais frequentes, bem como surgiam vários
movimentos culturais, como o tropicalismo. A crise econômica se agravou, pois tirou o subsídio do
trigo, o que aumentou o preço do produto, consequentemente do pão, e isso gerou mais inflação.
Tentou manter uma política externa independente: manteve o rompimento com o FMI, restabeleceu
relações diplomáticas e econômicas com a URSS e condecorou “Che Guevara”, um dos líderes da
Revolução Cubana, com a “Medalha Cruzeira do Sul”, a maior honraria da república. Jânio era
anticomunista e conservador, mas era uma forma de manter a independência com relação à dominação
e influência dos EUA. Enquanto as agitações populares cresciam e o vice-presidente João Goulart
estava em visita à China (comunista), Jânio Quadros renuncia a presidência da república alegando que
“forças ocultas o impedem de governar”. Será instaurado um quadro de instabilidade política em que
será desencadeado o golpe militar em 1964.

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O Governo João Goulart

A República pode ser presidencialista ou parlamentarista. Numa república presidencialista o


presidente á ao mesmo tempo chefe de governo e chefe de estado. No parlamentarismo o presidente é
chefe de Estado e o chefe de governo é o primeiro ministro, escolhido pelo parlamento. O presidente
no parlamentarismo não governa. Seu poder fica reduzido a funções administrativas e representação
diplomática.

João Goulart assumiu o poder em meio a uma forte instabilidade política. Tinha a fama de
comunista entre a elite conservadora da época, sobretudo para a UDN. O exército e a UDN não queria
que João Goulart assumisse a presidência, pois alegavam que iria instalar o comunismo no país. Para
impedi-lo de governar o congresso nacional, de maioria conservadora mudaram o regime de governo de
presidencialismo para parlamentarismo. Quando Jango volta da China o Brasil é uma república
parlamentar e assume o cargo, porém sem poder para governar.

A estrutura política e os movimentos sociais no


período militar.

Em 1º de abril de 1964 foi dado o golpe militar pelo exército. Contou com apoio de vários setores
sociais como o alto clero da Igreja Católica, ruralistas e grandes empresários urbanos. Devido a este
apoio este período atualmente é chamado de Ditadura Civil-Militar
(ditadura militar com apoio civil). O argumento para o golpe foi afastar o “risco comunista”. Entre
1946 e 1964 o Brasil viveu um período democrático e muito rico culturalmente. Neste momento os
movimentos sociais e estudantis atuaram com bastante intensidade. Havia um movimento que lutava
pela reforma agrária (como o MST) chamado de “ligas camponesas”, a UNE (união nacional de
estudantes), teatros populares e sindicatos de várias categorias de trabalhadores. Muitas manifestações
populares e greves estavam ocorrendo naquele momento, sobretudo no inicio da década de 60. Nas
eleições de 1959 foi eleito para presidente da república Jânio Quadros e como vice João Goulart (eram
de partidos opostos Goulart era PTB, partido de Vargas e Jânio era apoiado pela UDN. Jânio Quadros
após pouco mais de seis meses de mandato renunciou à presidência. O vice João Goulart estava em
visita diplomática à China. O congresso (deputados federais e senadores) brasileiro quis impedir a
posse de João Goulart por considerá-lo esquerdista comunista. Para tanto, enquanto ainda Jango
estava no exterior o regime de governo foi mudado de presidencialismo para parlamentarismo. Quando
Jango retorna toma posse como presidente, mas com poderes limitados.

No presidencialismo o presidente é ao mesmo tempo chefe de governo (quem governa realmente) e


chefe de Estado (representação diplomática)
No parlamentarismo o presidente é chefe de Estado (representação diplomática) e o chefe de
governo é o primeiro ministro (escolhido entre os deputados)

Jango passou seu governo tentando retomar o poder conseguiu um plebiscito para 1963 para a
população optar pelo presidencialismo ou pelo parlamentarismo. O presidencialismo ganhou e Goulart
tenta a reeleição. Realizou alguns comícios em que anunciou as reformas de base: A reforma agrária
(redistribuição das terras improdutivas), tributária (reordenamento dos impostos), política (mudanças na
lei eleitoral). Essas reformas eram consideradas muito esquerdistas e radicais para a época, o que
reforçava a imagem de comunista de Jango. Além disso, como a crise econômica e uma pesada
inflação estava rolando à anos, as greves se espalharam. Espalharam-se manifestações de apoio ao
presidente e de repúdio a ele, como a “marcha por Deus, pela Família e pela Liberdade”.

52
Diante deste contexto de fortes agitações sociais que o exército dá o golpe sob o argumento de
afastar o risco comunista que rondava os pais.
Quando inicia o governo militar realizam uma grande perseguição política aos líderes de esquerda,
que são presos na calada da noite. Os deputados e políticos em geral que tinham mandatos de partidos
de esquerda foram cassados (expulsos). Para tanto foi criado o SNI (serviço nacional de informação).
Era o serviço secreto do Exercito e havia agente em todos os lugares como jornais, sindicatos, escolas
bastava o agente do SNI apontar um suspeito para ele ser preso. Apesar das cassações de mandato o
congresso nacional foi mantido. Os militares passaram a governar através de Atos institucionais.
Mesmo após a constituição de 67, que institucionalizava o regime os militares continuaram governando
através de atos institucionais.

AI- 1: Ampliação dos poderes do presidente, eleição indireta e a cassação de parlamentares de


esquerda. (O início da instalação da Ditadura. Perseguem lideranças de oposição (lideres camponeses,
estudantis, sindicais, partidários e intelectuais) e são cassados mandados políticos e cargos públicos.
AI- 2: Instituiu bipartidarismo. Só podiam existir a ARENA e o MDB. Consolida as eleições indiretas.
Os voto dos congressistas para a presidência era aberto e declarado dito no microfone na assembleia.
Além disso, toda a oposição já teve seus mandatos cassados. Não havia oposição de fato. O congresso
aprovava tudo o que os presidentes militares mandavam.
AI- 3: Estabelecia eleições indiretas para governadores de estado. Votavam os deputados estaduais
por voto aberto e declarado.
AI- 4: convocação urgente da assembleia para a aprovação da constituição de 67
AI- 5: Concede poder excepcional ao presidente que pode cassar mandatos e cargos fechar o
congresso, estabelecer estado de sítio. Eliminou as garantias individuais.

Os presidentes eram escolhidos pelos próprios militares em colégio eleitoral, assim como os
governadores de estado e prefeitos de cidades com mais de 300 mil habitantes. O voto da população
em nível federal limita-se aos deputados e senadores que eram ou da ARENA (partido do sim) ou do
MDB (partido do sim senhor). Não havia oposição real e concreta no congresso. Somente a permitida
pelos militares.

Foram presidentes militares:


Castelo Branco (64-67)
Costa e Silva (67-69)
Garrastazu Médici (69-74)
Ernesto Geisel (74-79)
Figueiredo (79-85)

A ditadura entre 1964 e 1967 durante o governo do Marechal Castelo Brancos foi um período mais
brando dentro do contexto do regime. Os partidos foram extintos (ficou o bipartidarismo) e a censura
ocorria, mas ainda que pequeno, havia um espaço para os trabalhadores e estudantes se manifestares,
sobretudo os artistas. As manifestações proliferaram. Ocorreram grandes greves operárias em
Contagem (MG) e São Paulo. O ultimo ato de Castelo Branco foi a imposição de LSN (lei de segurança
nacional), que estabelecia que certas ações de oposição ao regime seriam consideradas “atentatórias”
à segurança nacional e punidas com rigor. Após enfrentamentos entre os estudantes e militares em que
ocorreram mortes de jovens, contra a repressão ocorreu à passeata dos 100 mil. Em dezembro de
1968, sob o governo do Marechal Costa e Silva foi instituído o AI-5 o mais duro e repressor dos atos
institucionais acabava com as garantias civis (de ser preso após julgamento por exemplo), enrijecia a
censura e a perseguição. Concedia uma autoridade excepcional para o poder executivo. O Presidente
poderia fechar o congresso nacional e cassar mandatos parlamentares, aposentar intelectuais, demitir
juízes, suspender garantias do judiciário e declarar estado de sítio.

Alguns grupos políticos contra a ditadura passaram à atuar na clandestinidade. Alguns deles, devido
ao AI-5 optaram por partir para a revolta armada. Surgiram focos de guerrilha urbana (principalmente
são Paulo) e guerrilha rural (na região do rio Araguaia). A guerrilha nunca representou um grande
problema de verdade, pois eram pequenos e poucos grupos, mas forneceu o argumento que a ditadura
precisava para manter e aumentar a repressão, pois tínhamos inclusive um inimigo interno comunista. O
risco não havia passado (lembra-se que o pretexto do golpe era afastar o risco comunista?).

53
Milagre econômico e repressão

Durante o Governo do General Médici o país viveu a maior onda de repressões e torturas da
ditadura. O AI-5 era aplicado com toda a força e a censura era plena. Ao mesmo tempo o país vivia um
período de propaganda ufanista (nacionalismo de enaltecimento do Brasil) e experimentava um grande
crescimento econômico e urbano em razão do “milagre econômico”. Foram contraídos empréstimos e
concedidos créditos ao consumido, mas ao mesmo temo os salários foram congelados. Esta política
nos primeiros anos de aplicação gerou um enorme consumo e consequentemente gerou empregos
(cada vez menos remunerados). Ao final da década de setenta o pais amargava uma grande inflação,
salários cada vez mais defasados e um aumento da desigualdade social. O período Médici foi o qual
viveu maior propaganda ufanista crescimento econômico conciliada com a maior repressão do período.

A abertura política e a redemocratização do Brasil.

O General Geisel assume em 74. Foi o militar que deu inicio à abertura política, assinalando o fim
da ditadura. O fim do regime foi articulado pelos próprios militares que planejarem uma abertura “lenta,
segura e gradual”. Nas eleições parlamentares de 74 os militares imaginaram que teriam a vitória da
ARENA, mas o MDB teve esmagadora vitória. Em razão deste acontecimento a ditadura lança a lei
falcão e o pacote de abril. A lei falcão acabava com a propaganda eleitoral. Todos os candidatos
apareceriam o mesmo tempo na TV, segurando seu número enquanto uma voz narrava brevemente
seu currículo. Apesar de uma oposição consentida o MDB estava incomodando e o pacote de abril
serviu para garantir supremacia da ARENA. A constituição poderia ser mudada somente por 50%
dos votos (garante a vitória da ARENA). Um terço dos senadores seria “senador biônico”, ou seja,
indicado pela assembleia (sempre senadores da ARENA) e alterou o coeficiente eleitoral de forma que
a região nordeste (que ainda ocorria claramente o voto de “cabresto” e os eleitores votavam em peso na
ARENA) tivesse um maior número de deputados. Geisel pôs fim ao AI-5 em 1978.

54
Em 1979 assumiu a presidência o General Figueiredo, sob uma forte crise econômica resultado da
política econômica do milagre brasileiro. Em 79 foi aprovada a lei da anistia (perdão de crimes
políticos), que de acordo com o governo militar era uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. O que isso
queria dizer? Que todos os crimes cometidos na ditadura seriam perdoados, tanto o “crime” dos
militantes políticos, estudantes, intelectuais e artistas que se encontravam exilados (fora do país por
motivos de perseguição política), e puderam voltar ao Brasil, como os torturadores do regime também
foram.
Em 79 são liberadas para a próxima eleição de 1982 a voto direto aos governadores. Também foi
aprovada a “lei orgânica dos partidos” que punha fim ao bipartidarismo e foram fundados novos 5
partidos:
 PDS (Partido democrático social)
 PMDB (Partido do movimento democrático brasileiro)
 PTB (Partido trabalhista brasileiro)
 PDT (Partido trabalhista brasileiro)
 PT (partido dos trabalhadores)

Observação: A lei eleitoral obrigava a votar somente em candidatos do mesmo partido, de vereador a
governador. A oposição ao regime, na eleição para governador de 1982, obteve vitória esmagadora.
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que
restabelecia as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem inicio o maior

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movimento popular pela redemocratização do país, as Diretas Já que pediam eleições diretas para
presidente no próximo ano. Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições
indiretas e formaram-se chapas para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a
chapa do PMDB em que o presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney. Contudo
Tancredo Neves passou mal na véspera da posse e foi internado com infecção intestinal, não resistiu e
morreu. Assumiria a presidência da República em 1.985 José Sarney.
O Governo de José Sarney foi um momento de enorme crise econômica, com hiperinflação, mas um
dos momentos mais fundamentais que coroaria a redemocratização, pois foi em seu governo que foi
aprovada a nova constituição. Foi reunida em 1987 uma assembleia nacional constituinte
(assembleia reunida para escrever e promulgar uma nova constituição).

A constituição de 1988

A nova constituição foi votada em meio a grandes debates políticos de diferentes visões políticas.
Havia muitos interesses em disputa. O voto secreto e direto para presidente foi restaurado, proibida a
censura, garantida a liberdade de expressão e igualdade de gênero, racismo tornou-se crime e o estado
estabeleceu constitucionalmente garantias sociais de acesso à saúde, educação, moradia e
aposentadoria.
Ao final de 1989 foi realizada a primeira eleição livre desde o golpe de 1964. Foi disputada em dois
turnos. O segundo foi concorrido entre o candidato Fernando Collor de Mello (PRN – partido da
renovação nacional), contra Luís Inácio Lula da Silva. Collor ganhou a eleição, com apoio dos meios de
comunicação e governou até 1992 após ser afastado por um processo de impeachment e ocorreram
grandes manifestações populares, sobretudo estudantis, conhecidas como o “movimento dos caras-
pintadas”.

Globalização e as políticas neoliberais

(Governo Collor; Governo Itamar e a eleição de Fernando Henrique Cardoso; A sociedade brasileira
na atualidade. A globalização. Focos de tensão e conflitos mundiais.).
Após a decadência da URSS em 1991 tem inicio o período que conhecemos como a nova ordem
mundial ou a ordem da Globalização.

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Globalização é o processo em que o espaço mundial adquire unidade através de um crescente fluxo
de mercadorias, capitais e informações, possíveis devidos aos avanços tecnológicos da 3ª Revolução
Industrial (revolução tecno-cientifica: desenvolvimento da informática e das telecomunicações).
Na globalização ocorre à hegemonia do capitalismo financeiro, e os grandes bancos mundiais e as
grandes corporações (multinacionais) são os atores que dominam a cena. Os grandes bancos mundiais
como o FMI (fundo monetário internacional), BIRD (banco internacional de reconstrução e
desenvolvimento) e Banco Mundial orientam suas políticas financeiras através dos princípios do
neoliberalismo, que prega a intervenção mínima do Estado na economia. Há a OMC que é um tribunal
internacional, que só tem poder de recomendação, e também pauta suas decisões com base no
neoliberalismo, condenando práticas protecionistas e outras barreiras ao comércio mundial. As grandes
corporações multinacionais hoje possuem um poder imenso. Movimentam um gigantesco volume de
investimentos por todo o planeta. Na globalização predomina o toyotismo, também chamado de
“acumulação flexível de capital”. No toyotismo a produção é descentralizada, ou seja: Um produto é
desenvolvido pela sede normalmente localizada em um país desenvolvido e a produção ocorre em
várias partes do planeta, onde tiverem melhores vantagens. Por exemplo: Um produto qualquer (um
celular, por exemplo) é desenvolvido na sede da empresa nos EUA, alguns componentes são
produzidos na China e na Índia com matéria prima vinda do Brasil, montado e encaixotado no México
de onde será distribuído. Como as grandes corporações realizam investimentos muito grandes nos
países subdesenvolvidos, estes procuram atrair os investimentos oferecendo vantagens produtivas às
empresas, como: mão de obra barata, matéria prima, mercado consumidor, e infraestrutura (energia,
transportes, portos, barracões). A dependência econômica dos países subdesenvolvidos é tanta que
muitas vezes tornam-se dependentes dos investimentos das multinacionais, que acabam por influenciar
demasiadamente na política destes países, a ponto de podermos considerar que tem ocorrido uma
diminuição do poder dos Estados Nacionais e um aumento da influencia das grandes corporações.

São características gerais da globalização:

 Multipolaridade. (há três polos de poder capitalista no mundo: EUA, Alemanha e Japão).
 Predomínio do capitalismo financeiro.
 Predomínio do Toyotismo.
 Profundos avanços tecnológicos da 3° Revolução Industrial.
 Diminuição do poder dos Estados Nacionais em detrimento às grandes corporações.

Neoliberalismo

O neoliberalismo é um conjunto de práticas econômicas e políticas baseadas em um princípio teórico


que prega a intervenção mínima (ou não intervenção para alguns) do Estado na economia. Os
neoliberais partem do princípio que o Estado não é um bom administrador, portanto não deve possuir
empresas, então para melhorar a eficiência devem privatizá-las (vende-las, tornadas privadas).
Defendem também que o Estado deve reduzir ao máximo seus gastos e retirar barreiras/entraves
econômicos para os investimentos estrangeiros. A aplicação destas políticas levanta muitas polêmicas.
A maior parte dos gastos de um país, normalmente são no setor social (em benefício da população),

57
como gastos com aposentadoria, saúde e educação pública, então ao tentar reduzir os gastos, o Estado
acaba por tomar medidas que prejudicam os trabalhadores mais pobres, como por exemplo, diminuir ou
tentar eliminar os direitos trabalhistas. São contra também qualquer tipo de apoio social do Estado para
a população mais pobre, e defendem sobretudo a retirada de impostos para as grandes empresas.

As políticas neoliberais no Brasil

O primeiro programa de governo nitidamente neoliberal que temos no Brasil foi implantado no
governo de Fernando Collor de Melo. Foi o responsável pela abertura de mercado (retirar impostos e
entraves para o capital estrangeiro) e dar início a uma agenda de privatizações das empresas públicas.
Os investimentos estrangeiros aumentaram muito e ocorreu uma enxurrada de produtos importados no
nosso mercado. Muitas empresas nacionais serão prejudicadas e aumentará o desemprego e
consequentemente a violência, mas a empresa nacional tem que se adaptar agora à concorrência
estrangeira forçando sua modernização e aumentando a competitividade. As políticas neoliberais foram
aprofundadas durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seu governo as
políticas neoliberais foram seguidas. Aumentou a idade para a aposentadoria (diminui os gastos
públicos), criou o banco de horas (os funcionários recebem suas horas extras através de folga. diminui
o custo do trabalho para o empresário), concedias vantagens fiscais (impostos) e de juros às
grandes empresas e instituições financeiras, mas sem dúvida o elemento que mais marcou seu governo
foi à realização das privatizações das empresas estatais (pertencentes ao Estado). Foram privatizadas
as telecomunicações, estradas (instalação de pedágios), ferrovias, bancos estaduais e minérios
(privatização da CVRD – Cia Vale do Rio Doce) e retirou o monopólio da Petrobrás das atividades
ligadas à extração e refino. Vale lembrar que o processo de privatizações gerou bastantes polêmicas e
geram até hoje.
Conflitos atuais. Na atualidade vivemos num mundo cheio de conflitos. Existem conflitos étnicos,
separatistas, guerras civis, fundamentalismo religioso, terrorismo e ainda a proliferação e risco de uso
de armamentos nucleares e armas químicas. Vamos citar os mais importantes deles:

 Conflitos no Oriente Médio:


1- Guerras entre árabes e Israelenses. Este conflito ocorre desde 1848 quando ocorreu a fundação
do Estado de Israel no território palestino e não foi fundado o Estado Palestino. Desde de então já
ocorreram várias guerras entre os israelenses e os palestinos que estão nos territórios da faixa de Gaza
e Cisjordânia.
2- Iraque. É uma região conflituosa desde a década de 80 na primeira Guerra do Golfo. Foi
invadido em 2003 pelos EUA sob o argumento que usavam armas químicas. Elas nunca foram
encontradas. A ONU vetou a invasão e foi desobedecida. Permaneceram em guerra até 2007. Depois
da desocupação militar norte americana, foi aberto espaço para grupos fundamentalistas como é o caso
do ISIS ou Estado Islâmico, que tomaram o poder no norte do Iraque e no sul da Síria. São contra a
cultura ocidental e seus valores e fundaram um Califado Islâmico.
3- Irã. Possui um programa nuclear que eles alegam que possui fins pacíficos, mas o argumento
não é aceito por Israel e EUA, que o pressionam para parar o programa.
 África:
1- Várias guerras civis entre tribos, principalmente por disputas étnicas e religiosas. Algumas delas
chega a matar milhões de pessoas como foi a Guerra Civil do Congo, ou a divisão do país como
ocorreu no Sudão que se dividiu em dois países.

58
Questões

1. No final do Século XIV, o único Estado centralizado e livre de guerras, o que lhe permitiu ser o
pioneiro na expansão ultramarina, era o:

(A) espanhol
(B) inglês
(C) francês
(D) holandês
(E) português

2. O Tratado de Tordesilhas, celebrado em 1494 entre as Coroas de Portugal e Espanha, pretendeu


resolver as disputas por colônias ultramarinas entre esses dois países, estabelecia que:

(A) os espanhóis ficariam com todas as terras descobertas até a data de assinatura do Tratado, e as
terras descobertas depois ficariam com os portugueses.
(B) os domínios espanhóis e portugueses seriam separados por um meridiano estabelecido a 370
léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.
(C) a Igreja Católica, como patrocinadora do Tratado, arrendaria as terras descobertas pelos
portugueses e espanhóis nos quinze anos seguintes.
(D) Portugal e Espanha administrariam juntos as terras descobertas, para fazerem frente à ameaça
colonialista da Inglaterra, da Holanda e da França.
(E) portugueses e espanhóis seriam tolerantes com os costumes e as religiões dos povos que
habitassem as terras descobertas.

3. A propósito da expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI pode-se afirmar que

(A) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da colonização das novas terras.
(B) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos.
(C) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras.
(D) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos.
(E) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no mar Mediterrâneo.

4. No contexto da expansão marítima, que levou os europeus a encontrar a América, Portugal


destacou-se como pioneiro das grandes navegações do século XV. Entre os muitos fatores que
contribuíram para o pioneirismo português, destacam-se:

(A) a associação Estado/Igreja e a centralização do poder.


(B) a política mercantilista e a expulsão dos mouros da península Ibérica.
(C) a centralização administrativa e a posição geográfica.
(D) a ausência de guerras e a ascensão da nobreza fundiária.
(E) a industrialização e a centralização do poder.

5. No início dos tempos modernos, assistimos a uma série de grandes transformações que atuaram
na desestruturação do mundo feudal e também se refletiam na diminuição do poder da Igreja, na
expansão comercial e marítima, no desenvolvimento da burguesia, no Renascimento e na reforma
religiosa. Também está ligada a este período histórico:

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(A) a descentralização política e administrativa do Estado;
(B) a formação das repúblicas federativas;
(C) a ascensão das ditaduras pelas elites militares;
(D) a ascensão das ditaduras lideradas pelas classes trabalhadoras;
(E) a formação das monarquias nacionais absolutistas.

6. A aliança entre Rei e Burguesia no final da Idade Média e início da Idade Moderna não teve como
objetivo:

(A) o fortalecimento da centralização política contra o particularismo feudal vigente até então;
(B) a unificação de moedas, pesos e medidas, a fim de facilitar as transações comerciais;
(C) a definição de fronteiras e, ao mesmo tempo, de mercados internos e externos;
(D) descentralização administrativa do Estado. Consolidação da monarquia descentralizada
(E) a imposição de código único de leis para o país em lugar do direito consuetudinário feudal.

7. Ao final da Idade Média, a necessidade de novas rotas de comércio gerou a expansão mercantil e
marítima desenvolvida pelos países atlânticos. Até então, a principal via comercial europeia era o
Mediterrâneo, cujo monopólio estava concentrado nas mãos dos comerciantes:

(A) venezianos e pisanos


(B) espanhóis e muçulmanos
(C) venezianos e mouros
(D) italianos e árabes
(E) italianos e ibéricos

8. A crise europeia dos séculos XIV e XV constituiu um bloqueio ao desenvolvimento da economia de


mercado. A superação desse processo foi realizada por meio:

(A) da isenção de tributos para as cidades;


(B) do fortalecimento das corporações de ofício;
(C) da Expansão Marítima;
(D) de incentivo à lavoura feudal;
(E) das Cruzadas.

9. A Expansão Marítima e Comercial é produto de um conjunto de fatores que marcam a época de


transição por que passava a Europa. Essa transição caracteriza a passagem de um modo de produção
em crise para outro, isto é:

(A) do escravista para o feudal;


(B) do capitalista para o escravista;
(C) do feudal para o capitalista;
(D) do feudal para o escravista;
(E) do escravista para o capitalista.

10. À época da expansão Marítima e Comercial, a Europa passava por profundas transformações.
Entre elas, podemos destacar, exceto:

(A) o advento das monarquias nacionais;


(B) a desintegração do escravismo;
(C) o processo de formação do capitalismo;
(D) a ascensão da burguesia mercantil;
(E) o Renascimento Comercial.

11. A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI está
ligada:

(A) aos interesses mercantis voltados para as "especiarias" do Oriente, responsáveis inclusive, pela
não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV;

60
(B) à tradição marítima lusitana, direcionada para o "mar Oceano" (Atlântico) em busca de ilhas
fabulosas e grandes tesouros;
(C) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam
poder alcançar o Oriente navegando para o Ocidente;
(D) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram
avançar sempre para o Sul e assim, atingir as Índias;
(E) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral africano, mas
sempre em busca da "passagem" que levaria às Índias.

12. Foi fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima e comercial europeia dos
séculos XV e XVI:

(A) a precoce centralização política, somada à existência de um grupo mercantil interessado na


expansão e à presença de técnicos e sábios, inclusive estrangeiros;
(B) a posição geográfica de Portugal – na entrada do Mediterrâneo, voltado para o Atlântico e
próximo do Norte da África –, sem a qual, todas as demais vantagens seriam nulas;
(C) o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retrógrada da Igreja Católica, que combatia
os avanços científicos e tecnológicos como intervenções pecaminosas nos domínios de Deus;
(D) a descentralização político-administrativa do Estado português, possibilitando a contribuição de
cada setor público e social na organização estratégica da expansão marítima;
(E) o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que fez da Igreja Católica o principal
financiador das conquistas, embora exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz.

13. "Sem dúvida, a atração para o mar foi incentivada pela posição geográfica do país, próximo às
ilhas do Atlântico e à costa da África”. Dada à tecnologia da época, era importante contar com correntes
marítimas favoráveis, e elas começavam exatamente nos portos portugueses. Mas há outros fatores da
história portuguesa tão ou mais importantes. "Assinale a alternativa que apresenta outros fatores da
participação portuguesa na expansão marítima e comercial europeia, além da posição geográfica:”

(A) O apoio da Igreja Católica, desde a aclamação do primeiro rei de Portugal, já visava tanto à
expansão econômica quanto à religiosa, que a expansão marítima iria concretizar.
(B) Para o grupo mercantil, a expansão marítima era comercial e aumentava os negócios, superando
a crise do século. Para o Estado, trazia maiores rendas; para a nobreza, cargos e pensões; para a
Igreja Católica, maior cristianização dos "povos bárbaros".
(C) O pioneirismo português deve-se mais ao atraso dos seus rivais, envolvidos em disputas
dinásticas, do que a fatores próprios do processo histórico, econômico, político e social de Portugal.
(D) Desde o seu início, a expansão marítima, embora contasse com o apoio entusiasmado do grupo
mercantil, recebeu o combate dos proprietários agrícolas, para quem os dispêndios com o comércio
eram perdulários.
(E) Ao liderar a arraia-miúda na Revolução de Avis, a burguesia manteve a independência de
Portugal, centralizou o poder e impôs ao Estado o seu interesse específico na expansão.

14. No início dos tempos modernos, assistimos a uma série de grandes transformações que atuaram
na desestruturação do mundo feudal e também se refletiam na diminuição do poder da Igreja, na
expansão comercial e marítima, no desenvolvimento da burguesia, no Renascimento e na reforma
religiosa. Também está ligada a este período histórico:

(A) a descentralização política e administrativa do Estado;


(B) a formação das repúblicas federativas;
(C) a ascensão das ditaduras pelas elites militares;
(D) a ascensão das ditaduras lideradas pelas classes trabalhadoras;
(E) a formação das monarquias nacionais absolutistas.

15. Ao final da Idade Média, a necessidade de novas rotas de comércio gerou a expansão mercantil
e marítima desenvolvida pelos países atlânticos. Até então, a principal via comercial europeia era o
Mediterrâneo, cujo monopólio estava concentrado nas mãos dos comerciantes:

(A) venezianos e pisanos


(B) espanhóis e muçulmanos

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(C) venezianos e mouros
(D) venezianos e genoveses
(E) italianos e ibéricos

16. A crise europeia dos séculos XIV e XV constituiu um bloqueio ao desenvolvimento da economia
de mercado. A superação desse processo foi realizada por meio:

(A) da isenção de tributos para as cidades;


(B) do fortalecimento das corporações de ofício;
(C) da Expansão Marítima;
(D) de incentivo à lavoura feudal;
(E) das Cruzadas.

17. Quando da chegada do colonizador europeu, as civilizações ameríndias apresentavam as


seguintes características:

I. Na civilização asteca, a escravização dos prisioneiros de guerra era comum.


II. Entre os incas, o trabalho dominante baseava-se na escravidão dos agricultores.
III. Na civilização inca, as atividades mineradoras constituíram a base da economia.
IV. Entre os astecas, a monarquia teocrática e militar predominava na organização política.

Assinale a alternativa correta.

(A) Somente I é verdadeira.


(B) Somente I e II são verdadeiras.
(C) Somente II e III são verdadeiras.
(D) Somente I e IV são verdadeiras.
(E) Somente III e IV são verdadeiras.

18. De acordo com o mapa, os povos que viviam nas regiões identificadas pelas letras "A", "B" e "C",
são, respectivamente,

(A) astecas, incas e maias.


(B) incas, maias e astecas.
(C) astecas, maias e incas.
(D) maias, astecas e incas.
(E) maias, incas e astecas.

19. Observe o mapa

Assinale a alternativa que NÃO se relaciona com as diversas hipóteses de origem do homem
americano.

(A) O mapa justifica a hipótese de o homem americano apresentar características mongoloides ou


pré-mongolóides, povos oriundos da Mongólia e Sibéria que penetraram no continente americano pelo
Estreito de Bering.
(B) Segundo o que demonstra o mapa, o homem chegou à América em migrações esporádicas,
navegando pelo Pacífico, vindo da Ásia, Polinésia e Oceania.
(C) Segundo o mapa, o homem americano é Autóctone, ou seja, surgiu no próprio continente,
embora não exista nenhum fóssil anterior ao 'Homo Sapiens Sapiens'.
(D) Observando o mapa, fica evidente que o Ser Humano não chegou ao continente americano pelo
oceano Atlântico, apesar de esse ser o caminho mais "curto".
(E) No continente sul-americano, o fóssil mais antigo é de uma mulher conhecida por Luzia,
encontrada em 1975 próximo a Lagoa Santa/MG, datada de 11500 anos.

20. Em menos de 200 anos, os astecas construíram um império com quinhentas cidades e 15
milhões de habitantes, dominando uma área que ia do golfo do México até o Pacífico.

O sucesso dessa expansão baseava-se:

62
(A) na liderança colegiada dos sacerdotes e nos rituais antropofágicos.
(B) em uma religião monoteísta e na escravização de povos submetidos.
(C) na presença de governo democrático e na escravização dos camponeses.
(D) na engenhosidade de seus arquitetos e no domínio sobre a filosofia.
(E) na força das armas e no engenhoso sistema de irrigação.

21. As casas se erguiam separadas umas das outras, comunicando-se somente por pequenas
pontes elevadiças e por canoas. O burburinho e o ruído do mercado (...) podia ser ouvido até quase
uma légua de distância. Os artigos consistiam em ouro, prata, joias, plumas, mantas, chocolate, peles
curtidas ou não, sandálias e outras manufaturas de raízes e fibras de juta, grande número de escravos
homens e mulheres, muitos dos quais estavam atados pelo pescoço, com gargalheiras, a longos paus.
Vegetais, frutas, comida preparada, sal, pão, mel e massas doces, feitas de várias maneiras, eram
também lá vendidas. Os mercadores que negociavam em ouro possuíam o metal em grão, tal como
vinha das minas, em tubos transparentes, de forma que ele podia ser calculado, e o ouro valia tantas
mantas, ou tantos xiquipils de cacau, de acordo com o tamanho dos tubos. Toda a praça estava
cercada por piazzas sob as quais grandes quantidades de grãos eram estocadas e onde estavam,
também, as lojas para as diferentes espécies de bens.

Este texto foi escrito pelo cronista espanhol Bernal Diaz Del Castilho em 1519, sobre a cidade asteca
de Tenochtitlán. A partir dele, é correto afirmar que, na época, os astecas:

(A) estavam organizados a partir de uma economia doméstica, coletora e caçadora.


(B) tinham uma economia comercial e de acumulação de metais preciosos (ouro) pelo Estado.
(C) tinham uma economia monetária que estimulava o desenvolvimento urbano e comercial.
(D) estavam organizados em duas classes sociais: os grandes proprietários de terra e os escravos.
(E) desenvolviam trabalhos no campo e nas cidades, associando agricultura, artesanato e comércio.

22. Observe as imagens, que pertencem ao manuscrito de um cronista inca, "Guaman Poma de
Ayala" (1526-1614)

Leia as afirmações seguintes, a respeito dos incas.

I. Praticavam a agricultura da batata.


II. Utilizavam arado de tração animal.
III. Homens e mulheres trabalhavam nas atividades agrícolas.
IV. Tinham calendário agrícola, respeitando épocas de plantar e colher.
V. Tinham uma escrita própria, desenvolvida desde o século XIV.
Estão corretas as afirmações:

(A) I, II e III, apenas.


(B) I, III e IV, apenas.
(C) II, IV e V, apenas.
(D) I, III, IV e V, apenas.
(E) I, II, III, IV e V.

23. "A imprensa torna-se o mecanismo de divulgação das ideias e, por meio da publicação de livros,
constrói um clima de liberdade para o debate”. As publicações envolvem tanto as obras novas como as
antigas e abrem espaço para o aumento das traduções que vão requerer um conhecimento não só do
latim, mas também do grego e do hebraico. As publicações nas línguas locais se ampliam facilitando o
acesso à informação. A ciência se seculariza.
(RODRIGUES, A.E.; FALCON, F. "A formação do mundo moderno". Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.).

Com base no texto, é correto afirmar:

(A) Uma vez registrada e pública, a cultura escrita dominou toda a Europa medieval.
(B) O latim era a linguagem da cultura cristã, o grego da clássica e o hebraico da bíblica.
(C) A imprensa foi fundamental para o domínio cristão empreendido além-mar.
(D) A informação excessiva cindiu a cultura moderna em vários sistemas de pensamento.
(E) A divulgação dos saberes foi incrementada e acelerada mediante a publicação de livros.

63
24. "Que obra de arte é o homem, tão nobre no raciocínio, tão vário na capacidade; em forma e
movimento, tão preciso e admirável; na ação é como um anjo; no entendimento é como um deus; na
beleza do mundo, o exemplo dos animais." (William Shakespeare. "Hamlet").

O surgimento, a partir do século XIV, de uma cultura secular, humanista, antropocêntrica e de


inspiração greco-romana, denominamos de:

(A) Renascimento.
(B) Contra Reforma.
(C) Iluminismo.
(D) Revolução Industrial.
(E) Revolução Gloriosa.

25. Nos séculos XIV e XV, a Itália foi a região mais rica e influente da Europa. Isso ocorreu devido à

(A) iniciativa pioneira na busca do caminho marítimo para as Índias.


(B) centralização precoce do poder monárquico nessa região.
(C) ausência completa de relações feudais em todo o seu território.
(D) neutralidade da península itálica frente à guerra generalizada na Europa.
(E) combinação de desenvolvimento comercial com pujança artística.

26. Sobre o conjunto de ideias que marcou o Renascimento é correto afirmar que:

(A) a Renascença contribuiu para o reforço de valores humanistas em toda a Europa. A valorização
do Homem como "medida para todas as coisas" se tornou uma ideia importante para os pensadores
renascentistas.
(B) as ideias dos pensadores renascentistas tornaram-se populares, influenciando movimentos
revolucionários. Esses ideais seriam retomados no século XIX pelos socialistas.
(C) os pensadores do Renascimento recuperaram ideias da Antiguidade clássica, estando de acordo
com as orientações religiosas da Igreja Romana.
(D) a Igreja Católica, como principal compradora de obras de arte, se tornou uma defensora das
ideias renascentistas.
(E) como movimento intelectual, o Renascimento provocou uma ruptura na Igreja, dividida a partir de
então em Igreja Ortodoxa e Igreja Romana.

27. Nos séculos XV e XVI, surgem novas ideias e visões diferentes do pensamento medieval. Há um
processo contínuo de valorização do estudo da natureza e do homem. A vida cultural se afasta cada
vez mais da Igreja, sofre forte influência dos humanistas e surgem grandes artistas e escritores.

O período correspondente ao texto é:

(A) A Revolução Inglesa


(B) O Socialismo Utópico
(C) O Socialismo Científico
(D) O Liberalismo
(E) O Renascimento

28. Leonardo Bruni foi um importante humanista da cidade de Florença do século XV. No seu túmulo,
na Igreja de Santa Croce, está escrito: "A História está de luto". Duas figuras aladas, copiadas de um
arco-de-triunfo romano, seguram a placa em que foi gravada aquela inscrição. Duas esculturas,
representando águias imperiais, símbolos do antigo Império Romano, sustentam o ataúde de Bruni.
Completa a decoração a representação, num medalhão, da Virgem Maria com a Criança no colo. A
decoração do túmulo de Leonardo Bruni expressa

(A) a mentalidade renascentista da elite italiana, que enaltece os valores clássicos e a religiosidade
cristã.
(B) a valorização das atividades guerreiras pela burguesia italiana, interessada na unificação política
do país.

64
(C) a profunda religiosidade cristã dos italianos no final da Idade Média e a sua preocupação com a
vida extraterrena.
(D) o desprezo dos cidadãos das cidades italianas pelo momento histórico em que viviam,
conscientes da decadência de sua época.
(E) o pacifismo inerente ao período da história italiana caracterizado pelas relações de cooperação
entre as cidades-estados.

29. À EXCEÇÃO DE UMA, as alternativas a seguir apresentam de modo correto características do


Renascimento. Assinale-a.

(A) O retorno aos valores do mundo clássico, na literatura, nas artes, nas ciências e na filosofia.
(B) A valorização da experimentação como um dos caminhos para a investigação dos fenômenos da
natureza.
(C) A possibilidade de uma estreita relação entre os diferentes campos do conhecimento.
(D) O fato de ter ocorrido com exclusividade nas cidades italianas.
(E) O uso da linguagem matemática e da experimentação nos estudos dos fenômenos da natureza.

30. Considerando as relações existentes entre o Humanismo e o Renascimento, pode-se afirmar


CORRETAMENTE que:

(A) o Humanismo constitui um movimento filosófico contrário ao Renascimento


(B) o Humanismo constitui uma visão de mundo que permitiu o resgate à herança greco-romana
(C) o Humanismo e o Renascimento, embora sendo movimentos contemporâneos, eram bem
distintos e não apresentavam semelhanças.
(D) o Humanismo fazia uma severa crítica à herança greco-romana
(E) O Humanismo constituía-se num movimento de exaltação aos valores medievais

31. O Humanismo renascentista que se destacou pelas suas inovações nas expressões artísticas e
literárias representou:
(A) O movimento cultural que valorizou o homem ativo e criativo.
(B) O desenvolvimento técnico voltado para o mecenato na cultura renascentista.
(C) A defesa das virtudes do homem contra os vícios intrínsecos à mulher.
(D) O homem contemplativo, centro do universo, sujeito às leis divinas.
(E) O movimento social com vistas à conquista de direitos.

32. Entre os séculos XIV e XVI, na Europa Ocidental, ocorreu um amplo movimento artístico,
científico e literário, denominado de Renascimento. Os artistas e intelectuais do Renascimento
chamaram os séculos imediatamente anteriores de "Idade Média", concebendo-a como uma IDADE
DAS TREVAS, porque os renascentistas:

(A) desejavam difundir a filosofia escolástica, que até então ficara restrita aos mosteiros e conventos.
(B) rejeitavam o antropocentrismo do homem medieval, que, ao valorizar a razão, desprezava a
revelação de Deus.
(C) tomavam como ideal o homem da Antiguidade Clássica, buscando subsídios nos modelos da
cultura greco-romana.
(D) repudiavam a paixão do homem medieval pela cultura dos povos gregos e romanos, imersos no
paganismo.

33. No século XVI, nas palavras de um estudioso, "reformar a Igreja significava reformar o mundo,
porque a Igreja era o mundo". Tendo em vista essa afirmação, é correto afirmar que:

(A) os principais reformadores, como Lutero, não se envolveram nos desdobramentos políticos e
socioeconômicos de suas doutrinas.
(B) o papado, por estar consciente dos desdobramentos da reforma, recusou-se a iniciá-la, até ser a
isso obrigado por Calvino.
(C) a burguesia, ao contrário da nobreza e dos príncipes, aderiu à reforma, para se apoderar das
riquezas da Igreja.
(D) os cristãos que aderiram à reforma estavam preocupados somente com os benefícios materiais
que dela adviriam.

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(E) o aparecimento dos anabatistas e outros grupos radicais são a prova de que a reforma extrapolou
o campo da religião.

34. O processo de reformas religiosas teve início no século XVI e suas causas podem ser, EXCETO:

(A) A venda de indulgências incentivada pelos protestantes, que aliavam a sua ética religiosa ao
espírito do capitalismo que nascia.
(B) A mudança na visão de mundo como consequência do pensamento renascentista.
(C) A presença de padres mal preparados intelectualmente que provocavam insatisfação nos fiéis.
(D) A insatisfação da burguesia diante da condenação do catolicismo para o lucro e os juros.

35. Em cada letra da página divina [a Bíblia] há tantas verdades sobre as virtudes, tantos tesouros de
sabedoria acumulados, que apenas aquele a quem Deus concedeu o dom do saber [dela] pode usufruir
plenamente. Poderiam estas "pérolas" ser distribuídas aos "porcos" e a palavra a ignorantes incapazes
de recebê-la e, sobretudo, de propagar aquilo que receberam?

(Texto escrito pelo inglês Gautier Map, por volta de 1181.).

Comparando o conteúdo do texto com a história do cristianismo, conclui-se que o autor:

(A) interditava aos pecadores a leitura da Bíblia, reservando-a à interpretação coletiva nos mosteiros
medievais.
(B) considerava aptos para interpretarem individualmente a Bíblia todos os fiéis que participassem do
culto católico.
(C) postulava a exigência de comunicação direta do fiel com Deus, independentemente da leitura dos
textos sagrados.
(D) referia-se a um dogma da Igreja medieval abolido pela reforma católica promovida pelo Concílio
de Trento.
(E) opunha-se a um princípio defendido por heresias medievais e que foi retomado pelas reformas
protestantes.

36. Em relação ao contexto das reformas religiosas do século XVI, é correto afirmar que:

(A) a Reforma Puritana possibilitou à Coroa Portuguesa efetivar seu rompimento definitivo com o
Catolicismo Romano.
(B) a Contra-reforma procurou conciliar a visão religiosa dos seguidores de Lutero com o
pensamento dos seguidores de Calvino.
(C) os Tribunais da Inquisição ficaram responsáveis pela punição dos infiéis e pela censura aos livros
considerados ofensivos à fé católica.
(D) a Contra-reforma opôs-se à Companhia de Jesus e delegou à Igreja Anglicana a tarefa de
combater a expansão protestante na Europa.
(E) a Reforma Protestante fortaleceu a venda de relíquias sagradas e aplicou o dinheiro das
indulgências na edificação de templos católicos.

37. O movimento liderado pelo monge Agostiniano Martinho Lutero, que criticava a prática da
simonia, o uso indevido das rendas da Igreja e o descaso com os deveres espirituais, denominou-se:

(A) Querela das Investiduras.


(B) Reforma.
(C) Contra-Reforma.
(D) Concílio de Trento.
(E) Concílio de Constança.

38. Sobre o movimento denominado Reforma, é correto afirmar:

(A) Lutero denunciou publicamente os abusos da igreja católica, aprofundou suas reflexões sobre o
cristianismo e estabeleceu os princípios de uma religião;
(B) o protestantismo reconhecia e aprovava a hierarquia religiosa e o celibato dos sacerdotes;

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(C) foi radicalmente contrário aos sacramentos do batismo e da eucaristia, dentre outros
sacramentos da Igreja católica;
(D) apresentou uma série de críticas à Igreja católica, mas defendia sua autoridade e seu poder
material;
(E) defendia a prática da simonia.

39. Na Alemanha, no século XVI, o monge agostiniano Martinho Lutero levantou-se contra os abusos
cometidos pelo papado de Roma, desencadeando um movimento que ficou conhecido por Reforma
Protestante.

Sobre esse movimento, é INCORRETO afirmar que:

(A) o movimento da Reforma teve os seus objetivos defendidos, ampliando o poder da burguesia
contra a ideologia senhorial.
(B) as ideias veiculadas na Europa, no contexto do século XVI, significaram uma brecha importante
na estrutura política feudal.
(C) a disseminação dos ideais reformadores no seio da população possibilitou a vitória do
nacionalismo contra o poder do papado.
(D) a revolta dos camponeses contra a cobiça dos grandes senhores feudais pelos bens da Igreja
contou com o apoio de Lutero.

40. A Reforma Protestante, iniciada por Lutero, foi um movimento de mudanças sociais de caráter
fundamentalmente religioso, com importantes desdobramentos políticos e econômicos. No que se refere
aos princípios políticos e religiosos, o luteranismo defendia a:

(A) submissão da Igreja ao Estado e a valorização da fé individual.


(B) implementação de políticas econômicas na Europa e a quebra da autoridade religiosa.
(C) jurisdição real sobre terras da Igreja e a cobrança de impostos sobre esse patrimônio.
(D) extinção das rendas feudais e a oposição às pregações morais do clero.
(E) cessação do poder político-administrativo da Igreja sobre os reinos e o fim da condenação da
usura.

41. Renascimento cultural, Reformas religiosas, Expansão marítima: esses três movimentos
simbolizam um mundo em transformação. Apresentaram características comuns, mas desenvolveram-
se em áreas e com objetivos bastante diferentes. Sobre suas semelhanças e diferenças, podemos
destacar que os três movimentos demonstraram o desejo de:

(A) romper com as temáticas religiosas, tão presentes na Idade Média, mas ocorreram em locais
bastante distintos: o Renascimento ocorreu na Itália, as Reformas deram-se na Alemanha e na Suíça e
a Expansão Marítima partiu da Península Ibérica.
(B) recuperar os valores éticos e estéticos da Antiguidade Clássica, mas buscaram modelos distintos:
o Renascimento retomou padrões da arquitetura greco-romana, as Reformas restauraram o politeísmo
e a Expansão Marítima reconquistou o Mediterrâneo.
(C) ampliar a influência europeia para outras partes do planeta, mas dirigiram seus esforços para
regiões variadas: o Renascimento foi levado às colônias africanas, as Reformas lutaram contra o
islamismo no Oriente Médio e a Expansão Marítima permitiu a conquista da América.
(D) valorizar o humano, mas se preocuparam com aspectos diferentes de suas possibilidades: o
Renascimento voltou-se a uma visão científica do mundo, as Reformas privilegiaram o livre-arbítrio e a
Expansão Marítima rompeu limites da mentalidade medieval.
(E) revitalizar as cidades, mas recorreram a estratégias diferentes: o Renascimento atraiu visitantes
aos museus, as Reformas produziram construções de imponentes catedrais e a Expansão Marítima
trouxe novas mercadorias para o comércio urbano.

42. Como instrumentos da Contra Reforma por parte da Igreja Católica, destacam-se EXCETO:

(A) a prática da simonia, ou seja, a venda de cargos eclesiásticos.


(B) o Index Proibitorium Librorium.
(C) a Companhia de Jesus.
(D) os Tribunais do Santo Ofício.

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(E) o Concílio de Trento.

43. Analise as afirmações abaixo sobre o Iluminismo e assinale a única alternativa INCORRETA:

(A) Muitas das ideias propostas pelos filósofos iluministas são, hoje, elementos essenciais da
identidade da sociedade ocidental.
(B) O pensamento iluminista caracterizou-se pela ênfase conferida à razão, entendida como inerente
à condição humana.
(C) Diversos pensadores iluministas conferiram uma importância central à educação enquanto
instrumento promotor da civilização.
(D) A filosofia iluminista proclamou a liberdade como direito incontestável de todo ser humano.
(E) O Iluminismo constituiu-se importante instrumento político das monarquias absolutas.

44. "[...] Diderot aprendera que não bastava o conhecimento da ciência para mudar o mundo, mas
que era necessário aprofundar o estudo da sociedade e, principalmente, da história. Tinha consciência,
por outro lado, que estava trabalhando para o futuro e que as idéias que lançava acabariam
frutificando."

(FONTANA, J. "Introdução ao estudo da História Geral". Bauru, SP: EDUSC, 2000. p. 331.)

Com base no texto, é correto afirmar:

(A) As contribuições das ciências naturais são suficientes para melhorar o convívio humano e social.
(B) Idéias não passam de projetos que, enquanto não são concretizadas, em nada contribuem para o
progresso humano.
(C) Diderot considerava importante o conhecimento das ciências humanas para o aprimoramento da
sociedade.
(D) Para o autor, os historiadores recorrem ao passado, enquanto os filósofos questionam a própria
existência da sociedade.
(E) A ciência e o progresso material são suficientes para conduzir à felicidade humana.

45. "Artigo 6 - A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer,
pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a mesma para todos, seja
protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igualmente admissíveis a
todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem outras distinções
que as de suas virtudes e de seus talentos".

("Declaração dos direitos do homem e do cidadão", 26 de agosto de 1789.)

O artigo acima estava diretamente relacionado aos ideais

(A) socialistas que fizeram parte da Revolução Mexicana.


(B) capitalistas que fizeram parte da Independência dos EUA.
(C) comunistas que fizeram parte da Revolução Russa.
(D) iluministas que fizeram parte da Revolução Francesa.
(E) anarquistas que fizeram parte da Inconfidência Mineira.

46. Leia este trecho:

"[As] camadas sociais elevadas, que se pretendem úteis às outras, são de fato úteis a si mesmas, à
custa das outras [...] Saiba ele [o jovem Emílio] que o homem é naturalmente bom [...], mas veja ele
como a sociedade deprava e perverte os homens, descubra no preconceito a fonte de todos os vícios
dos homens; seja levado a estimar cada indivíduo, mas despreze a multidão; veja que todos os homens
carregam mais ou menos a mesma máscara, mas saiba também que existem rostos mais belos do que
a máscara que os cobre."

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. "Emílio ou Da educação". São Paulo: Martins Fontes, 1985. p. 311.).
A partir dessa leitura e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar
que o autor:

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(A) compreende que os preconceitos do homem são inatos e responsáveis pelos infortúnios sociais e
pelas máscaras de que este se reveste.
(B) considera a sociedade responsável pela corrupção do homem, pois cria uma ordem em que uns
vivem às custas dos outros e gera vícios.
(C) deseja que seu discípulo seja como os homens do seu tempo e, abraçando as máscaras e os
preconceitos, contribua para a coesão da sociedade.
(D) faz uma defesa do homem e da sociedade do seu tempo, em que, graças à Revolução Francesa,
se promoveu uma igualdade social ímpar.

47. A reflexão sobre os significados da religião e seu papel nas sociedades esteve presente no
Renascimento cultural e em outros movimentos, entre o século XVI e o XIX. Entre eles, podemos
destacar:

(A) as Reformas protestantes, que permitiram a tradução e a leitura direta dos textos sagrados e
reforçaram, dessa maneira, o controle dos religiosos sobre os fiéis.
(B) o Classicismo, que recuperou a tradição politeísta da antiguidade clássica e defendeu a
supremacia dos cultos pagãos sobre o monoteísmo cristão.
(C) as Cruzadas católicas, que contaram com ampla participação popular e nobre, na tentativa de
reconquistar cidades sagradas ocupadas pelos mouros.
(D) a conquista da América por espanhóis, portugueses e ingleses, que se consideravam
missionários da evangelização e difusão de preceitos do catolicismo.
(E) o Iluminismo, que reiterou o caráter racional do homem e refutou a influência religiosa sobre os
Estados nacionais e sobre os indivíduos.

48. Leia a seguir parte da Declaração de Independência americana.


"Nós defendemos estas verdades [...]: que todos os homens nascem iguais; que o Criador os dotou
de certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da felicidade; que, para
garantir esses direitos, os homens instituem em seu meio governo cujo justo poder emana do
consentimento dos governados; que, se um governo, não importa a sua forma, venha a desconhecer
esses fins, o povo tem o direito de modificá-lo ou de aboli-lo e de instituir um novo governo, que será
fundado sobre tais princípios [...]."

Citado em BERSTEIN, Serge. "Histoire". Paris: Hatier, 1990. p. 46.

Avaliando os princípios da Declaração, que se pretendem de valor universal, pode-se concluir que,
no plano das ideias, ela foi especialmente influenciada pela:

(A) definição de pacto ou contrato social proposta por Locke e Rousseau, em nome da qual os
fundadores dos Estados Unidos insistiram no direito à revolução política contra governos despóticos.
(B) doutrina político-religiosa da escolástica, elaborada, em especial, por São Tomás de Aquino.
(C) defesa da 'monarquia esclarecida', desde que essa garantisse a liberdade política e econômica
dos indivíduos.
(D) concepção da não separação dos três poderes desenvolvida por Montesquieu, com o apoio
popular, e aplicada ao conjunto da Federação.
(E) perspectiva da extensão dos direitos de igualdade a todos os homens, independentemente de
cor, religião, renda econômica ou posição política.

49. O Iluminismo contribuiu para uma série de modificações políticas e sociais. Entre elas, destaca-
se:

(A) fim do Despotismo Esclarecido.


(B) fortalecimento do poder papal após o surgimento da Teoria do Direito Divino.
(C) apesar da intensidade das ideias revolucionárias iluministas, a penetração desses ideais não
chegava às colônias americanas.
(D) criou bases ideológicas para a Revolução Francesa e influenciou o desenvolvimento da cultura e
da educação ocorrido na Europa.
(E) mesmo com bases revolucionárias, defendia a servidão.

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50. Adam Smith, teórico do liberalismo econômico, cuja obra, "Riqueza das Nações", constitui o
baluarte, a cartilha do capitalismo liberal, considerava:

(A) a política protecionista e manufatureira como elemento básico para desenvolver a riqueza da
nação.
(B) necessária a abolição das aduanas internas, das regulamentações e das corporações então
existentes nos países.
(C) a propriedade privada como a raiz das infelicidades humanas, daí toda a economia ter de ser
controlada pelo Estado.
(D) a terra como fonte de toda a riqueza, enquanto a indústria e o comércio apenas transformavam
ou faziam circular a riqueza natural.
(E) o trabalho como fonte de toda a riqueza, dizendo que, com a concorrência, a divisão do trabalho
e o livre comércio, a harmonia e a justiça social seriam alcançadas. É o principal teórico do liberalismo
econômico.

51. Igualdade social, liberdade de pensamento, ação e soberania popular são manifestações do
Iluminismo que basicamente se caracterizou como:

(A) Um movimento de retorno aos valores místicos e transcendentes, anteriores ao Renascimento.


(B) Uma substituição da religião, da tradição e da ordem absolutista, pelo pensamento racional em
prol dos liberalismos político e econômico.
(C) Uma utopia social fundada na ideologia cristã, base das correntes humanistas do Ocidente.
(D) Uma reação contrária à sistematização do saber e à soberania popular.
(E) Um movimento artístico com ênfase na expressão livre da vontade criadora dos artistas.

52. Dentre as características do Iluminismo, filosofia que alcançou sua máxima consagração na
França do século XVIII, NÃO está presente :

(A) O combate ao absolutismo real, não necessariamente à monarquia.


(B) A defesa do liberalismo no plano econômico, ou seja, combatia o intervencionismo estatal na
economia.
(C) A defesa da pena de morte como forma de controle da criminalidade.
(D) O ensino de que o homem deve governar-se observando a tradição, a religião e a fé.
(E) A crença num Deus que pode ser alcançado pela razão, numa espécie de religião natural,
dispensando dogmas e sacerdócio: o Deísmo.

53. "As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII.
Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos, muitos tecidos.
Graças às máquinas a vapor, a produção de mercadorias ficou muito maior."

(Schmidt, Mário. "Nova História Crítica". São Paulo: Nova Geração, 2002).

O texto citado refere-se:

(A) à Revolução Francesa


(B) à Revolução Industrial
(C) à Revolução Gloriosa
(D) ao Renascimento
(E) à Revolução Russa

54. "Um fato saliente chamou a atenção de Adam Smith, ao observar o panorama da Inglaterra: o
tremendo aumento da produtividade resultante da divisão minuciosa e da especialização de trabalho.
Numa fábrica de alfinetes, um homem puxa o fio, outro o acerta, um terceiro o corta, um quarto faz-lhe a
ponta, um quinto prepara a extremidade para receber a cabeça, cujo preparo exige duas ou três
operações diferentes: colocá-la é uma ocupação peculiar; prateá-la é outro trabalho. Arrumar os
alfinetes no papel chega a ser uma tarefa especial; vi uma pequena fábrica desse gênero, com apenas
dez empregados, e onde consequentemente alguns executavam duas ou três dessas operações
diferentes. E embora fossem muito pobres, e portanto mal acomodados com a maquinaria necessária,

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podiam fazer entre si 48.000 alfinetes num dia, mas se tivessem trabalhado isolada e
independentemente, certamente cada um não poderia fazer nem vinte, talvez nem um alfinete por dia."

FARIA, Ricardo de Moura et all. "História". Vol. 1. Belo Horizonte: Lê, 1993. [adapt.].

O documento sobre a Revolução Industrial, na Inglaterra,

(A) relaciona a divisão de trabalho com a alta produtividade, situação bem diferente da produção
artesanal característica da Idade Média.
(B) enfatiza o trabalho em série e as condições do trabalhador nas fábricas, reforçando a importância
das leis trabalhistas, no início da Idade Moderna.
(C) demonstra que a produtividade está diretamente relacionada ao número de empregados da
fábrica, ao contrário das Corporações de Ofício, em que a produção artesanal dependia do mestre.
(D) destaca a importância da especialização do trabalho para o aumento da produtividade, situação
semelhante à que ocorria nas Corporações de Ofício, de que participavam aprendizes, oficiais e mestre.
(E) evidencia as ideias fisiocráticas e mercantilistas, ao realçar a divisão do trabalho, características
marcantes da Revolução Comercial.

55. São razões para a ocorrência da Revolução Industrial, que teve como berço a Inglaterra:

(A) forte envolvimento britânico nas guerras continentais em consequência da sua localização.
(B) os "cercamentos" que ampliaram as áreas de cultivo agrícola.
(C) rede fluvial limitada.
(D) riqueza abundante do subsolo, com a presença de ferro, estanho, carvão dentre outros minerais.
(E) alta concentração de camponeses nas áreas rurais.

56. Leia os dois textos seguintes.

"No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido pela referência mutável ao tempo
natural, do levantar ao pôr-do-sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de uma economia ainda
dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem inquietações de
produtividade".

(Jacques Le Goff. "O tempo de trabalho na 'crise' do século XIV".).

"Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o que queriam.
Normalmente os relógios das fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em lugar de
serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados para o engano e a opressão".

(Anônimo. "Capítulos na vida de um menino operário de Dundee", 1887.)

Entre as razões para as diferentes organizações do tempo do trabalho, pode-se citar:

(A) a predominância no campo de uma relação próxima entre empregadores e assalariados, uma vez
que as atividades agrárias eram regidas pelos ritmos da natureza.
(B) o impacto do aparecimento dos relógios mecânicos, que permitiram racionalizar o dia de trabalho,
que passa a ser calculado em horas no campo e na cidade.
(C) as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, que originou uma nova disciplina
e percepção do tempo, regida pela lógica da produtividade.
(D) o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros obtidos a partir da exploração do
trabalhador, e os industriais, que aumentavam as jornadas.
(E) a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos camponeses sobre as terras, e a burguesia,
que defendia o êxodo rural e a industrialização.

57. A Revolução Industrial, iniciada na segunda metade do século XVIII, gerou profundas
transformações, econômicas e sociais.

Entre essas transformações, pode-se apontar:

(A) a retração do mercado consumidor nos países industrializados.

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(B) a superação do conflito capital-trabalho em face dos acordos sindicais.
(C) a dominação de todas as etapas da produção pelo trabalhador.
(D) a proliferação do trabalho doméstico nas áreas mais mecanizadas.
(E) a redução dos preços ampliando o mercado consumidor.

58. As precárias condições de vida operária reveladas por investigações realizadas na década de
1840, na Inglaterra, são resultantes de um processo marcado pelo avanço tecnológico, grandes
transformações nas relações de trabalho e nas formas de produção, conhecido como:

(A) Primeira Revolução Industrial.


(B) Liberalismo Econômico.
(C) Segunda Revolução Industrial.
(D) Revolução Gloriosa.
(E) Terceira Revolução Industrial.

59. Apesar de alguns de seus aspectos fundamentais terem surgido anteriormente, a Revolução
Industrial desenvolve-se, principalmente, no século XIX. Na Inglaterra e também no nordeste dos
Estados Unidos, na futura Alemanha e na França, as atividades econômicas mudam.

Assinale a alternativa que contém o aspecto da atividade econômica da Revolução Industrial ao qual
correspondem as seguintes características: fabricação em série, fabricação a custo menor e fabricação
em grande quantidade.

(A) Desenvolvimento do comércio.


(B) Crescimento da produção manufatureira.
(C) Exploração dos recursos naturais.
(D) Desenvolvimento do transporte.
(E) Importação dos produtos manufaturados das colônias.

60. "São verdades incontestáveis para nós: que todos os homens nascem iguais; que lhes conferiu o
Criador certos direitos inalienáveis, entre os quais o de 'vida, o de liberdade e o de buscar a felicidade'".

(Declaração de Independência, 4 de julho de 1776)

Acerca da Independência das Treze Colônias, é correto afirmar que:

(A) a ruptura com a metrópole foi efetivada pelas classes sociais dominantes coloniais, o que fez com
que as demandas dos mais pobres fossem barradas e que não houvesse solução imediata para a
questão escravista.
(B) comandada pelos setores mais radicais da pequena burguesia, os colonos criaram uma república
federativa, considerando, como pilares fundamentais da nova ordem institucional, as igualdades política
e social.
(C) sua efetivação só foi possível devido à fragilidade econômica e militar da Inglaterra, envolvida
com a Guerra dos Sete Anos com a França, além da aliança militar dos colonos ingleses com a forte
marinha de guerra da Espanha.
(D) o desejo por parte dos colonos de emancipar-se da metrópole Inglaterra nasceu em uma
conjuntura de abertura da política colonial, na qual, a partir de 1770, as Treze Colônias foram
autorizadas a comerciarem com as Antilhas.
(E) o processo de ruptura colonial foi facilitado em decorrência das identidades econômicas e
políticas entre as colônias do norte e as do sul, praticantes de uma economia de mercado, com o uso da
mão-de-obra livre.

61. Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos
da América (EU(A) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em
palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam
como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o
poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados.
Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e
amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França.

72
Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. "Revolução Chinesa". São Paulo: UNESP, 2003
(com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale
a opção correta.

(A) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas
se baseavam em princípios e ideais opostos.
(B) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-
americana no apoio ao absolutismo esclarecido.
(C) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento
dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.
(D) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da
independência norte-americana.
(E) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das
colônias ibéricas situadas na América.

62. Sobre a colonização inglesa nas colônias da América do Norte, é correto afirmar que:

(A) no conjunto das treze colônias, o modelo de colonização baseava-se na produção tropical voltado
para a exportação.
(B) as colônias do norte produziam artigos tropicais, utilizavam a mão-de-obra escrava e, por isso,
são identificadas como colônias de exploração.
(C) as colônias do sul, por apresentarem um clima semelhante ao europeu, produziam gêneros de
subsistência em pequenas propriedades e utilizavam mão-de-obra livre.
(D) as colônias de povoamento foram colonizadas por europeus que fugiam das perseguições
religiosas em busca de uma nova pátria.
(E) tanto as colônias do sul, quanto as do norte, tinham a mesma estrutura econômica, política e
social.

63. As treze colônias assinaladas no mapa travaram uma guerra por sua independência, que foi
deflagrada após certas determinações tomadas pela Inglaterra, dentre as quais pode-se citar

(A) o estabelecimento do monopólio comercial da Inglaterra, que até então permitira o livre comércio.
(B) a implantação de leis que impunham taxas e restrições à comercialização dos produtos coloniais.
(C) a abolição da escravidão nas colônias do norte, a fim de assegurar o aumento do mercado
consumidor.
(D) a proibição de comércio com as colônias inglesas do sul, produtoras de tabaco e algodão.
(E) a extinção da Companhia das Índias Orientais, como forma de combater o contrabando.

64. O que queremos dizer com a Revolução? A guerra? Isso não foi parte da Revolução; foi apenas
um efeito e consequência dela. A Revolução estava nas mentes das pessoas e foi levada a cabo de
1760 a 1775, no curso de quinze anos, antes que uma gota de sangue fosse derramada em Lexington.

(John Adams para Jefferson, 1815.)

O texto:

(A) considera que a Independência dos Estados Unidos se fez sem ideias.
(B) confirma que a guerra entre os Estados Unidos e a Inglaterra foi uma revolução.
(C) sustenta que na Independência dos Estados Unidos não houve ruptura.
(D) defende que a criação dos Estados Unidos foi precedida de uma revolução.
(E) demonstra que os norte-americanos não aceitaram as concessões inglesas.

65. Assim como nos governos absolutos o rei é a lei, nos países livres, a lei deve ser o rei; e não
existirá outro.

Thomas Paine
Considero o povo que constitui a sociedade ou nação como a fonte de toda autoridade (...) sendo
livre para conduzir seus interesses comuns através de quaisquer órgãos que julgue adequados (...).

73
Thomas Jefferson
A Independência das Treze Colônias Inglesas da América significou:

(A) o primeiro grande indicador histórico da ruína do Antigo Regime.


(B) o fim da Era das Revoluções.
(C) a superação do capitalismo monopolista.
(D) a consolidação econômica da política mercantilista.
(E) o desdobramento natural da Doutrina Monroe e do Destino Manifesto.

66. A Independência dos Estados Unidos teve grande repercussão no século XVIII porque

I. pela primeira vez princípios iluministas foram incorporados a uma Constituição contribuindo para
acelerar a derrocada do Antigo Regime.
II. instituiu oficialmente a República Federativa Presidencialista, a divisão em três poderes e a
abolição da escravidão.
III. significou a primeira emancipação de uma colônia no Continente Americano, servindo de modelo
para outras lutas por independência.
IV. disseminou a postura anticolonialista ao se configurar como um movimento pacífico que contou
com o apoio da França e da Espanha.

São corretas SOMENTE

(A) I e II.
(B) I e III.
(C) III e IV.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e IV.

67. A Revolução Francesa representou uma ruptura da ordem política (o Antigo Regim(E) e sua
proposta social desencadeou.

(A) a concentração do poder nas mãos da burguesia, que passou a zelar pelo bem-estar das novas
ordens sociais.
(B) a formação de uma sociedade fundada nas concepções de direitos dos homens, segundo as
quais todos nascem iguais e sem distinção perante a lei.
(C) a formação de uma sociedade igualitária regida pelas comunas, organizadas a partir do campo e
das periferias urbanas.
(D) convulsões sociais, que culminaram com as guerras napoleônicas e com a conquista das
Américas.
(E) o surgimento da soberania popular, com eleição de representantes de todos segmentos sociais.

68. "Artigo 6 - A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer,
pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a mesma para todos, seja
protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igualmente admissíveis a
todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem outras distinções
que as de suas virtudes e de seus talentos".

("Declaração dos direitos do homem e do cidadão", 26 de agosto de 1789.)

O artigo acima estava diretamente relacionado aos ideais

(A) socialistas que fizeram parte da Revolução Mexicana.


(B) capitalistas que fizeram parte da Independência dos EUA.
(C) comunistas que fizeram parte da Revolução Russa.
(D) iluministas que fizeram parte da Revolução Francesa.
(E) anarquistas que fizeram parte da Inconfidência Mineira.

69. A Revolução Francesa de 1789 foi diretamente influenciada pela Independência dos Estados
Unidos da América e pelo Iluminismo no combate ao Antigo Regime e à autoridade do clero e da

74
nobreza na França. Além do mais, a França passava por um período de crise econômica após a
participação francesa na guerra da independência norte-americana e os elevados custos da Corte de
Luís XVI, que tinham deixado às finanças do país em mau estado. Em 1791, os revolucionários
promulgaram uma nova Constituição, a partir dos princípios preconizados por Montesquieu, que
consagrou, como fundamento do novo regime:

(A) a subordinação do Judiciário ao Legislativo.


(B) a divisão do poder em três poderes.
(C) a supremacia do Judiciário sobre os outros poderes.
(D) o estabelecimento da soberania popular.
(E) o fortalecimento da monarquia absolutista.

70. De um modo geral, observa-se como numa sociedade a intervenção dos detentores do poder no
controle do tempo é um elemento essencial (...). Depositário dos acontecimentos, lugar das ocasiões
místicas, o quadro temporal adquire um interesse particular para quem quer que seja, deus, herói ou
chefe, que queira triunfar, reinar, fundar.

JACQUES LE GOFF
Adaptado de "Memória-História". Lisboa: Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 1984.

Diversas experiências políticas contemporâneas alteraram as representações do tempo histórico, na


forma como são mencionadas no texto.
Uma ação política que exemplifica essa intervenção no controle do tempo, e que resultou na
implantação de um novo calendário, ocorreu no contexto da revolução denominada:

(A) Cubana
(B) Francesa
(C) Mexicana
(D) Americana

71. O início da Revolução Francesa tem como marco simbólico:

(A) a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789.


(B) a instalação da Assembleia dos Estados Gerais, em maio de 1789.
(C) a "Noite do Grande Medo"
(D) a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em agosto de 1789.
(E) a execução do rei Luís XVI, em 1793.

72. Após a Revolução de 1789, a França viveu um período de grande instabilidade, marcado pelo
radicalismo e pela constante ameaça externa.

Assinale a alternativa correta em relação a esse período.

(A) Com a queda da Bastilha, símbolo do autoritarismo real, os deputados da Assembleia


Constituinte, aproveitando o momento político, proclamaram a República, pondo um termo final ao
Antigo Regime.
(B) Em meio ao caos provocado pela fuga do Rei e pela derrocada da Monarquia, iniciou-se, em
Paris, a criação de uma sociedade baseada nos ideais socialistas, a Comuna de Paris.
(C) O período conhecido como o Grande Terror foi protagonizado pelo jacobino Robespierre, que
posteriormente foi derrubado por Napoleão, um general que se destacara por sua trajetória vitoriosa.
(D) O golpe de 18 Brumário representou a queda do Diretório, regime que se pretendia representante
dos interesses burgueses, mas que era inepto a governar.
(E) Durante um curto período de tempo, após a queda de Bastilha, a França vivenciou uma
Monarquia Constitucional, mas, na prática, o Rei ainda mantinha a mesma autoridade de antes.

73. No preâmbulo da Constituição francesa de 1791 lê-se:


"Não há mais nobreza, nem distinções hereditárias, nem distinções de Ordens, nem regime feudal...
Não há mais nem venalidade, nem hereditariedade de qualquer ofício público; não há mais para
qualquer porção da Nação, nem para qualquer indivíduo qualquer privilégio nem exceção...”.

75
Do texto depreende-se que, na França do Antigo Regime, as pessoas careciam de:

(A) igualdade jurídica.


(B) direitos de herança.
(C) liberdade de movimento.
(D) privilégios coletivos.
(E) garantias de propriedade.

74. "Os revolucionários, especialmente na França, viram-na como a primeira república do povo,
inspiração de toda a revolta subsequente. Pois esta não era uma época a ser medida pelos critérios
cotidianos. Isto é verdade. Mas para o francês da sólida classe média que estava por trás do Terror, ele
não era nem patológico nem apocalíptico, mas primeiramente e sobretudo o único método efetivo de
preservar seu país."

HOBSBAWM, Eric. "A Era das revoluções". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 86.

Sobre a fase do Terror da Revolução Francesa, é correto afirmar que:

(A) Após assumir o controle político da República Jacobina, Robespierre decretou o fim dos impostos
feudais e o confisco dos bens do clero.
(B) Em 1789, a Assembleia dos Estados Gerais rompeu com o Antigo Regime, decretando
imediatamente a execução do rei Luís XVI.
(C) As principais realizações da República Jacobina foram a Declaração dos Direitos do Homem e a
Abolição dos Privilégios Feudais.
(D) A República Jacobina foi formada por uma aliança entre jacobinos e "sans-culottes", que
aprovaram uma nova Constituição com sufrágio universal e aboliram a escravidão nas colônias
francesas.
(E) A República Jacobina começou com a tomada da Bastilha e terminou com o golpe de estado "18
Brumário" de Napoleão Bonaparte.

75. As mudanças provocadas pela Revolução Francesa (1789-1815), que alteraram a ordem política
na configuração do Estado, foram a:

(A) convocação dos Estados Gerais e a reivindicação por igualdade jurídica.


(B) aprovação de uma constituição e a instauração do regime republicano.
(C) extinção da cobrança de tributos e de privilégios feudais e a criação da Guarda Nacional.
(D) elaboração de leis antigreves e a proibição da associação de trabalhadores pelo Estado burguês.
(E) consolidação da Convenção Nacional e a promoção de acordos para salvar a vida do rei.

76. A "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", de 1789, foi elaborada no contexto do
movimento revolucionário francês. Ela é considerada um documento que estabelece importantes
princípios relativos ao moderno conceito de cidadania.

Acerca dos princípios da Declaração podemos afirmar que:

I) estabeleceu a igualdade de todos os homens perante a lei e o combate às hierarquias e aos


privilégios.
II) garantiu a universalização do acesso à educação, à saúde e à moradia para todos os cidadãos.
III) estabeleceu o voto universal de homens, mulheres e a nobreza.
IV) afirmou o princípio da liberdade como um dos principais direitos do homem.

Assinale:

(A) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas;


(B) Se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas;
(C) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas;
(D) Se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas;
(E) Se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

76
77. Em 1887 o Vietnã passou a ser, oficialmente, uma colônia, situada na Península da Indochina e
era fornecedora de arroz, borracha e madeira para o mercado europeu, nos moldes do modelo
imperialista implantado pelas grandes nações capitalistas. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi
fundada a Liga para a Independência do Vietnã (Vietminh), de orientação socialista e liderada por Ho
Chi Minh. Depoimento do advogado português Jorge Santos, In: RODRIGUES, Urbano Tavares (org.).
"A Guerra do Vietname". Lisboa: Estampa, 1968.

A colonização referida foi efetivada no século XIX, pelo seguinte país:

(A) China.
(B) Japão.
(C) Estados Unidos.
(D) Inglaterra.
(E) França.

78. Um dos fatores decisivos para as rivalidades políticas da segunda metade do século XIX foi:

(A) o apoio da Inglaterra à emancipação política da América Latina.


(B) as disputas entre Estados católicos e Estados protestantes.
(C) as divergências entre capitalistas e socialistas utópicos no que dizia respeito às conduções dos
negócios do Estado.
(D) a disputa colonial e o parcelamento dos continentes.
(E) a luta entre Estados com regime constitucional e os que defendiam o Absolutismo.

79. "Cessara de ser um espaço em branco ou um delicioso mistério - um retalho sobre o qual um
garoto podia sonhar sonhos de glória. Tornara-se um lugar tenebroso."

Joseph Conrad. "O coração das trevas". Porto Alegre: LPM, 1997, p.13.

A observação anterior, feita por um personagem do romance de Conrad, de 1902, refere-se à


colonização da África por países europeus durante o século XIX. Considerando a experiência histórica
dessa colonização, pode-se dizer que as expressões "espaço em branco ou um delicioso mistério" e
"um lugar tenebroso" podem se referir, respectivamente, à:

(A) necessidade de encontrar novas rotas de navegação e à crença de que havia um abismo no mar.
(B) disposição de buscar novas aventuras e às inúmeras doenças, inclusive a AIDS, encontradas na
África.
(C) transformação da África numa zona de influência ocidental e à ausência de recursos minerais no
continente.
(D) vontade de dominar novos territórios e às ações brutais que envolveram as investidas europeias.
(E) perspectiva de ampliar as relações diplomáticas e aos problemas climáticos enfrentados pelos
europeus.

80. "O francês P. Leroy-Beaulieu, professor do

College de France, escreveu em 1891:


“(...) a fundação de colônias é o melhor negócio no qual se possa aplicar os capitais de um velho e
rico país, disse o filósofo inglês John Stuart Mill. (...) A colonização é a força expansiva de um povo, é
seu poder de reprodução, (...) é a submissão do universo ou de uma vasta parte (...) a um povo que
lança os alicerces de sua grandeza no futuro, e de sua supremacia no futuro. (...) Não é natural, nem
justo, que os países civilizados ocidentais se amontoem indefinidamente e se asfixiem nos espaços
restritos que foram suas primeiras moradas, que neles acumulem as maravilhas das ciências, das artes,
da civilização, que eles vejam, por falta de aplicações remuneradas, os ganhos dos capitais em seus
países, e que deixem talvez a metade do mundo a pequenos grupos de ignorantes, impotentes,
verdadeiras crianças débeis, dispersas em superfícies incomensuráveis."

SCHMIDT, Mário Furley. "Nova história crítica". São Paulo: Nova Geração, 1999.
O texto caracteriza a ideologia e a prática do:

77
(A) mercantilismo, durante a expansão marítima na Revolução Comercial.
(B) iluminismo da burguesia financeira, durante a Expansão Marítima.
(C) imperialismo europeu, na Idade Moderna, quando da partilha da América, da África e da Ásia.
(D) capitalismo industrial, originário da Europa, nos séculos XVI e XVII, as quais legitimaram o
escravismo colonial.
(E) etnocentrismo da burguesia industrial na fase do capitalismo imperialista.

81. No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão
científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena.
Referindo-se ao indígena, ele afirmou:

"Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o


altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (...).
Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas
as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e
feliz."
Carl Von Martius. "O estado do direito entre os autóctones do Brasil". Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982.

Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius:

(A) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia
a missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país.
(B) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o
extermínio dos índios.
(C) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e
feliz.
(D) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das
populações originárias da América.
(E) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão
"civilizadora europeia", típica do século XIX.

82. Entre as últimas décadas do século XIX e o início do século XX, as relações mundiais do
capitalismo sofreram uma reorganização, levando as potências europeias a dirigir uma política
sistemática para continentes como Ásia e África. O escritor inglês Rudyard Kipling (1865-1936), nascido
na Índia, abordou em seus livros as diferenças entre a Europa e o mundo oriental. São dele os
seguintes versos, que expressam um sentimento comum aos europeus da época:

Assumi o fardo do homem branco,


Enviai os melhores dos vossos filhos,
Condenai vossos filhos ao exílio,
Para que sejam servidores de seus cativos.

Apud VICENTINO, Cláudio. "História geral". São Paulo: Scipione, 2002. p. 337.

Os versos acima, relacionados à ação dos ingleses no Oriente, traduzem a

(A) crença de que a ação colonizadora no Oriente era prejudicial aos técnicos e missionários
europeus, devido à influência dos fatores climáticos.
(B) convicção numa missão civilizatória dos europeus, que incluía uma ação voltada para modificar
os costumes e as religiões dos povos do Oriente.
(C) confiança na superioridade da cultura oriental, da qual os ingleses poderiam assimilar os
princípios de uma convivência cristã.
(D) aspiração por uma política de miscigenação entre ingleses e orientais, de modo a fortalecer os
interesses ingleses em relação às demais nações europeias.

83. "Em meados da década de 1890, em meio à terceira longa depressão em três décadas
sucessivas, difundiu-se na burguesia uma repulsa pelo mercado não regulamentado, em todos os
grandes setores da economia".

78
O autor (Martin Sklar, 1988) está se referindo à visão dominante entre a burguesia no momento em
que o capitalismo entrava na fase

(A) globalizada.
(B) competitiva.
(C) multinacional.
(D) monopolista.
(E) keynesiana.

84. Assinale a alternativa correta a respeito da expansão imperialista na Ásia e na África, na segunda
metade do século XIX.

(A) Ela derivou da necessidade de substituir os mercados dos novos países americanos, uma vez
que a constituição de Estados nacionais foi acompanhada de políticas protecionistas.
(B) Ela foi motivada pela busca de novas fontes de matérias-primas e de novos mercados
consumidores, fundamentais para a expansão capitalista dos países europeus.
(C) Ela foi consequência direta da formação do Segundo Império alemão e da ampliação de suas
rivalidades em relação ao governo da França.
(D) Ela atendeu, primordialmente, às necessidades da expansão demográfica em diversos países
europeus, decorrente de políticas médicas preventivas e programas de saneamento básico.
(E) Ela viabilizou a integração econômica mundial, favorecendo a circulação de riquezas, tecnologia
e conhecimentos entre povos e regiões envolvidos.

85. A expansão imperialista das potências europeias sobre o continente africano, entre a segunda
metade do século XIX e o início do século XX, alterou as estruturas das várias nações e territórios nos
quais se manifestou. Sobre o imperialismo europeu na África, nesse contexto, é correto afirmar que

(A) justificou sua dominação na ideologia que defendia a ação europeia como uma missão
civilizadora capaz de conduzir os povos do continente a melhores condições de vida sob a tutela
europeia.
(B) buscou a integração econômica das áreas dominadas como produtoras de manufaturados e
exportadoras de capitais excedentes que atendessem às demandas de consumo geradas pela
expansão demográfica europeia.
(C) instituiu a dominação política e territorial sobre as áreas litorâneas e as antigas feitorias coloniais,
tendo em vista o desenvolvimento do rico comércio das rotas marítimas da África oriental.
(D) promoveu os conflitos culturais no continente, ao privilegiar as culturas tradicionais nas funções
administrativas locais em detrimento das etnias europeizadas.
(E) fortaleceu as lideranças tribais e o provincianismo como forma de controle social dos
contingentes demográficos nativos majoritários frente aos europeus.

86. (VUNESP PMSP 2014)

Sobre a Primeira Guerra Mundial, é correto afirmar que:

(A) envolveu interesses isolados da Alemanha com relação ao comércio de armas na África.
(B) o Brasil não teve nenhuma participação, ao contrário do ocorrido na Segunda Grande Guerra.
(C) ficou assim conhecida por ter sido a primeira guerra europeia nos últimos dois séculos.
(D) contou com a participação efetiva dos EUA no seu desfecho já no início dos anos 20.
(E) foi fruto, dentre outros fatores, do revanchismo francês em relação à Alemanha.

87. (VUNESP PMSP 2012)

Podem ser apontados como motivos da Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918:

(A) o nacionalismo europeu e a disputa por territórios entre as potências europeias.


(B) o crescimento industrial alemão e a invasão da Polônia pelos nazifascistas.
(C) o enfraquecimento econômico inglês e a ameaça russa aos interesses franceses.
(D) a resistência europeia ao domínio francês e o progresso tecnológico europeu.
(E) a corrida armamentista europeia e o revanchismo francês contra a Inglaterra.

79
88. (Vunesp) A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) resultou de uma alteração da ordem
institucional vigente em longo período do século XIX. Entre os motivos desta alteração, destacam-se:

(A) a divisão do mundo em dois blocos ideologicamente antagônicos e a constituição de países


industrializados na América.
(B) a desestabilização da sociedade europeia com a emergência do socialismo e a constituição de
governos fascistas nos países europeus.
(C) o domínio econômico dos mercados do continente europeu pela Inglaterra e o cerco da Rússia
pelo capitalismo.
(D) a oposição da França à divisão de seu território após as guerras napoleônicas e a aproximação
entre a Inglaterra e a Alemanha.
(E) a unificação da Alemanha e os conflitos entre as potências suscitados pela anexação de áreas
coloniais na Ásia e na África.

89. (Vunesp) As raízes da 1ª Guerra Mundial encontram-se, em grande parte, na história do século
XIX. Pode-se citar como alguns dos fatores que deram origem ao conflito desencadeado em 1914

(A) a concentração da industrialização na Inglaterra e o escasso crescimento econômico das nações


do continente europeu.
(B) a emergência de ideologias socialistas e revoluções operárias que desajustaram as relações
entre os países capitalistas.
(C) a derrota militar da França pela Prússia, no processo de unificação alemã, e a incorporação da
Alsácia e da Lorena à Alemanha.
(D) o confronto secular entre a França e a Inglaterra e a crise da economia inglesa provocada pelo
bloqueio continental.
(E) a política do “equilíbrio europeu”, praticada pelo Congresso de Viena, e o fortalecimento militar da
Rússia na Península Balcânica.

90. As relações internacionais no entre guerras (1918-1939) foram marcadas por uma tentativa de
criar um órgão internacional que teria como uma de suas funções evitar um novo conflito mundial.

Essa organização ficou conhecida como:

(A) Organização dos Estados Americanos (OE(A).


(B) Sociedade das Nações ou Liga das Nações.
(C) Organização das Nações Unidas (ONU).
(D) Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
(E) Organização Mundial do Comércio (OM(C).

91. Para o historiador Arno J. Mayer, as duas guerras mundiais, a de 1914-1918 e a de 1939-1945,
devem ser vistas como constituindo um único conflito, uma segunda Guerra dos Trinta Anos. Essa
interpretação é possível pelo fato
(A) de as duas guerras mundiais terem envolvido todos os países da Europa, além de suas colônias
de ultramar.
(B) de prevalecer antes da Segunda Guerra Mundial o equilíbrio europeu, tal como ocorrera antes de
ter início à primeira Guerra dos Trinta Anos, em 1618.
(C) de, apesar da paz do período entre guerras, a Segunda Guerra ter sido causada pelos
dispositivos decorrentes da Paz de Versalhes de 1919.
(D) de terem ocorrido, entre as duas guerras mundiais, rebeliões e revoluções como na década de
1640.
(E) de, em ambas as guerras mundiais, o conflito ter sido travado por motivos ideológicos, mais do
que imperialistas.

92. Os Estados Unidos emergiram como grande potência econômica mundial após a Primeira Guerra
Mundial porque:

(A) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra.


(B) liderou a criação da ONU (Organização das Nações Unidas).

80
(C) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e suprimentos à Entente, enquanto as
potências europeias tiveram suas economias arrasadas após o conflito.
(D) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes, para enfraquecer a Alemanha, a grande
potência industrial do início do século.
(E) se manteve afastado do conflito direto com as potências europeias, concentrando seus esforços
no desenvolvimento interno.

93. São rivalidades que antecederam a Primeira Guerra Mundial, EXCETO:

(A) a anglo-alemã pela hegemonia industrial.


(B) a franco-alemã, devido às decisões do Tratado de Frankfurt.
(C) o nacionalismo sérvio contra o domínio austro-húngaro.
(D) a sino-britânica, devido às decisões do Tratado de Nanquim.
(E) a russo-alemã, devido ao projeto de construção da ferrovia Berlim-Bagdá.

94. Não podemos considerar como causa do totalitarismo na Alemanha e na Itália:

(A) a crise econômica gerada com os acordos de paz após a Primeira Guerra Mundial.
(B) o agravamento da crise econômica com a crise mundial de 1929.
(C) a fragilidade dos governos democráticos.
(D) a chegada dos socialistas ao poder, implantando uma ditadura proletária.
(E) o receio da burguesia com o avanço socialista.

95. A Primeira Guerra Mundial marcou a crise da sociedade liberal, construída ao longo do século
XIX, abalando o equilíbrio da ordem política internacional.

Assinale a opção que apresenta corretamente uma consequência desse conflito.

(A) Supremacia político-econômica da Europa.


(B) Surgimento dos regimes nazifascistas.
(C) Declínio econômico dos Estados Unidos e Japão.
(D) Fortalecimento do capitalismo liberal.
(E) Consolidação da monarquia russa.

96. "O êxito da Revolução Russa - (de fevereiro, ou março segundo o calendário ocidental) foi tão
inesperado quanto sua eclosão (...). Nas províncias, o antigo poder governamental desapareceu de uma
vez. Sem esperar por orientação, o povo instalou imediatamente NOVAS AUTORIDADES."

As "NOVAS AUTORIDADES" na Revolução Russa, citadas no texto foram:

(A) a Duma - o parlamento russo.


(B) o sindicato dos operários industriais.
(C) os soviets - conselho de representantes de operários, camponeses e soldados.
(D) os interventores imperiais formados pela aristocracia rural.
(E) os governadores nomeados pelo imperador.

97. O retorno a uma semieconômica de mercado provocou o reaparecimento da moeda e, durante o


ano de 1921, renasceu o mercado propriamente dito. A desnacionalização de empresas começou
respectivamente pelo pequeno e grande comércio, atingindo, mais tarde, a indústria leve. As
cooperativas foram devolvidas aos seus antigos acionistas e, no final do ano, permaneciam nas mãos
do Estado apenas os setores economicamente estratégicos, o crédito e a indústria pesada.

(Martin Malia. Entender a Revolução Russa.)

O trecho apresentado refere-se a um momento da Revolução Russa, no qual:

(A) o Estado soviético implementa a Nova Política Econômica, procurando superar as dificuldades
econômicas e sociais advindas do Comunismo de Guerra.

81
(B) o partido bolchevista promove um processo de abertura política, instaurando um regime político
democrático e pluripartidário.
(C) o governo leninista, enfraquecido pela guerra civil, é obrigado a fazer concessões à tradicional
nobreza czarista.
(D) o Estado soviético aplica uma política de planificação econômica e de coletivização de terras
denominada de Planos Quinquenais.
(E) o conflito entre facções dentro do Estado resulta na oposição do partido bolchevista ao ideário
socialista.

98. Leia o texto a seguir.

Em 1921, o problema nacional central era o da recuperação econômica - o índice de desespero do


país é eloquente: naquele ano, 36 milhões de pessoas não tinham o que comer. Nas novas e ruinosas
condições da paz, o "comunismo de guerra" revelava-se insuficiente: era preciso estimular mais
efetivamente os mecanismos econômicos da sociedade. Assim, ainda em 1921, no X Congresso do
Partido, Lenin propõe um plano econômico de emergência: a Nova Política Econômica.

NETO, J. P. "O que é Stalinismo". São Paulo: Brasiliense, 1981.

Sobre a chamada Nova Política Econômica é correto afirmar que:

(A) ela reintroduziu práticas de exploração econômica anteriores à Revolução Russa de 1917 que se
traduziram num abandono temporário de todas as transformações socialistas já feitas e um retorno ao
capitalismo.
(B) ela consistiu na manutenção de elementos econômicos socialistas, na organização da economia
(como o planejamento) e na permissão para o estabelecimento de elementos capitalistas por meio da
livre iniciativa em certos setores.
(C) ela significou fundamentalmente uma reforma agrária radical que promoveu a coletivização
forçada das propriedades agrárias e a construção de fazendas coletiva, os Kolkhozes.
(D) seu resultado foi catastrófico, mesmo permitindo a volta controlada de relações capitalistas na
economia, já que ela ampliou ainda mais o nível de desemprego e produziu fome em grande escala.
(E) ela significou, com a abertura para o capitalismo, um aumento substancial da produção industrial,
mas, ao mesmo tempo, por ter retirado todos os incentivos anteriormente concedidos à produção
agrícola, foi a razão da ruína do campo.

99. Na Rússia, a Nova Política Econômica (NEP), de 1922,

(A) implantou o "comunismo de guerra" para promover a eliminação dos menchevistas.


(B) restabeleceu o princípio da liberdade de comércio interno para recuperação da economia.
(C) fortaleceu o caráter internacional da Revolução Socialista para coletivizar o capital financeiro.
(D) consolidou o poder do Soviet Supremo sustentado pelo Conselho dos Comissários do Povo.

100. Um dos acontecimentos mais significativos do século XX foi a Revolução Socialista na Rússia,
em 1917, por colocar em xeque a ordem socioeconômica capitalista. Com respeito ao
desencadeamento do processo revolucionário, é CORRETO afirmar que:

(A) a participação da Rússia, na Primeira Guerra Mundial, desencadeou uma série de greves e de
revoltas populares em razão da crise de abastecimento de alimentos, provocando o início do
movimento.
(B) os mencheviques tiveram um papel fundamental no processo revolucionário, por defenderem a
implantação das Teses de Abril que consistiam, dentre outras exigências, na reforma agrária, na
retirada do país da guerra e na entrega do poder aos sovietes.
(C) os bolcheviques representavam a ala mais conservadora dos socialistas, chegando a ocupar o
poder com a Revolução de Fevereiro de 1917, através de Alexander Kerenski.
(D) Stalin, a partir de outubro de 1917, estabeleceu a tese de que era necessária a revolução em um
só país, em oposição a Trotsky, líder do exército vermelho.
(E) o governo revolucionário de Stálin conseguiu superar os conflitos que existiam no seu interior,
quando estabeleceu a Nova Política Econômica que representava os interesses dos setores mais
conservadores.

82
101. Em 1917, o governo czarista russo sofria a oposição de várias forças políticas, especialmente
dos mencheviques e dos bolcheviques. Às dificuldades econômicas e resistências ao absolutismo dos
Romanov somaram-se os efeitos da Primeira Guerra Mundial e as derrotas russas. Em fevereiro de
1917, o czar Nicolau II foi deposto com a revolução liberal liderada por Kerensky. Sobre o desenrolar da
Revolução Russa e surgimento da U.R.S.S. é INCORRETO afirmar que:

(A) o governo de Kerensky, ao manter a Rússia na Primeira Guerra, enfraqueceu-se, favorecendo


seus opositores, liderados por Lênin, que defendia as "teses de abril", sintetizadas no slogan "paz, terra
e pão".
(B) em outubro (novembro no calendário gregoriano) de 1917, teve início a Revolução Socialista,
liderada por Lênin, que fez o Tratado de Brest-Litovsk, que tirou a Rússia da Primeira Guerra.
(C) a resistência nacional e internacional ao governo revolucionário socialista mergulhou a Rússia
numa sangrenta guerra civil, contrapondo os "vermelhos" (revolucionários) contra os "brancos"
(monarquistas, reacionários e imperialistas). Com a vitória dos seguidores de Lênin, o governo socialista
implementou a NEP (Nova Política Econômic(A), ao mesmo tempo que era constituída a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.).
(D) a morte de Lênin, em 1924, abriu a disputa pelo poder soviético entre Stálin, favorável ao
socialismo num só país e Trotsky, favorável à internacionalização da revolução.
(E) Trotsky saiu vitorioso e implantou planos quinquenais de desenvolvimento, nos quais procurou-se
a socialização total da economia, ampla burocratização da administração e a eliminação física dos
opositores ao regime, entre eles, Stálin, assassinado em 1940, no México.

102. A Crise de 1929, com a queda da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão nos EUA,
começaram a ser superadas com a política do NEW DEAL (protecionismo alfandegário, subvenção às
empresas privadas e aumento dos gastos públicos). Essa política representou um marco na passagem
do:

(A) capitalismo clássico, liberal e concorrencial para o capitalismo monopolista e estatal.


(B) capitalismo monopolista e estatal para o capitalismo clássico, liberal e concorrencial.
(C) capitalismo monopolista e estatal para o socialismo cooperativista.
(D) do capitalismo clássico, liberal e concorrencial para o mercantilismo monopolista.
(E) do capitalismo clássico, liberal e concorrencial para o capitalismo humanitário sem intervenção do
Estado na economia.

103. O New Deal, foi o plano de recuperação econômica dos Estados Unidos, adotado pelo
presidente Roosevelt e teve como principais medidas, EXCETO:

(A) a estatização dos bancos, das grandes indústrias e das grandes propriedades rurais.
(B) o tabelamento de preços de produtos industriais e agrícolas.
(C) criação de várias obras públicas para geração de empregos.
(D) elevação de salários, diminuição da jornada de trabalho e fixação de salários mínimos.
(E) concessão de empréstimos a fazendeiros e industriais.

104. O 'crash' da Bolsa de Nova York em 1929 afetou a economia mundial. Os Estados Unidos, sob
o comando do Presidente Franklin Delano Roosevelt, adotaram o 'New Deal', como saída para a crise
que o país atravessava. São características do 'New Deal':

I. a intervenção deliberada do Estado na economia, contrapondo-se à tradição liberal americana.


II. a criação de um amplo plano de obras públicas, como barragens e autoestradas, para gerar novos
empregos.
III. o incentivo ao aumento da produção para alimentar a população desempregada.
IV. a criação de um fundo monetário destinado a financiar os países europeus em crise.
V. a adoção de medidas visando ao equilíbrio entre o custo da produção e o valor final das
mercadorias.

Das alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta apenas as características CORRETAS:

(A) I, II e V.

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(B) I, III e IV.
(C) I, IV e V.
(D) II, III e IV.
(E) II, III e V.

105. A crise de 1929 abalou os Estados Unidos. Em 1933, Franklin Delano Roosevelt foi eleito com o
objetivo de recuperar o país por meio do programa conhecido como New Deal, que propunha:

(A) a defesa do isolacionismo e do planejamento econômico, por meio dos quais os Estados Unidos
abdicavam do engajamento em questões internacionais.
(B) a mudança do centro das decisões econômicas de Nova York, símbolo do poder dos grandes
banqueiros, para Washington, sede do poder federal.
(C) a redução das importações estadunidenses que afetaram os países dependentes de seu
mercado, repatriando capitais norte-americanos.
(D) a intervenção e o planejamento do Estado na economia, em quatro setores: agricultura, trabalho,
segurança social e administração.
(E) o conservadorismo em questões econômicas e na política externa, ampliando a "missão
civilizadora" dos Estados Unidos.

106. Considerando a crise do capitalismo liberal nos EUA, nas décadas de 1920 e 30, é possível
afirmar:

(A) A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, foi o fato gerador da crise de
superprodução da economia norte-americana.
(B) A produção industrial mantida num patamar elevado, sem que houvesse mercado consumidor, foi
o elemento desencadeador da crise.
(C) O crescimento econômico dos anos 20 aparelhou a agricultura e a indústria dos EUA, para
enfrentar as crises decorrentes da retração do mercado.
(D) A Bolsa de Valores de Nova York, ao longo da década de 1920, pautou seus negócios com
objetividade, sem permitir especulações com o valor das ações.
(E) A aspiração por enriquecimento rápido e fácil, comum na sociedade dos EUA, não colaborou
para a quebra da Bolsa de Valores de Nova York.

107. No período chamado de Entre Guerras, um acontecimento norte-americano alcançou


repercussão mundial. Trata-se da Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em outubro de 1929.
Foram causas dessa crise econômica:

(A) intervenção do Estado na economia, contrariando o ideal do liberalismo, profundamente


arraigado na cultura norte-americana.
(B) retomada da produção europeia, aumento do preço do petróleo no mercado internacional e
redução do consumo interno.
(C) explosão do consumo, aumento das taxas de juros e uma sequência de nacionalizações de
empresas estrangeiras.
(D) aumento das exportações e dos preços dos produtos, sem que houvesse um aumento de
produção de matérias-primas.
(E) superprodução agrícola e industrial, diminuição nos níveis de exportação e queda nos preços no
mercado interno.

108. (VUNESP PMSP 2013) O fascismo se afirmou onde estava em curso uma crise econômica
(inflação, desemprego, carestia etc.), ou onde ela não tinha sido completamente superada, assim como
estava em curso uma crise do sistema parlamentar, o que reforçava a ideia de uma falta de alternativas
válidas de governo.

(Renzo De Felice. O fascismo como problema interpretativo, In. A Itália de Mussolini e a origem do
fascismo. São Paulo: Ícone Editora, 1988, p 78-79. Adaptado) Interpretando-se o texto, pode-se afirmar
que os regimes fascistas, característicos de alguns países europeus no período entre as duas guerras
mundiais, foram estabelecidos em um quadro histórico de:

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(A) abolição das economias nacionais devido à fusão de indústrias e de empresas capitalistas em
escala global.
(B) criação de blocos econômicos internacionais com a participação dos países de economia
socialista.
(C) dificuldades econômicas conjugadas com a descrença na capacidade de sua solução pelos
meios democráticos.
(D) independência das colônias africanas devido ao desequilíbrio provocado pelas revoluções
nacionalistas.
(E) enfraquecimento do Estado na maioria das nações devido ao controle da economia pelos
trabalhadores.

109. (VUNESP PMSP 2012)

Leia a notícia.
Um jovem preso por planejar um massacre contra alunos da Universidade de Brasília (Un(B) é
suspeito de atuar como representante de grupos neonazistas no Distrito Federal. A Polícia Federal (PF)
investiga a ligação de Marcelo Valle Silveira Mello, 26 anos, com radicais da Região Sul que pregam o
ódio a negros, homossexuais e judeus.

(http://www.correiobraziliense.com.br.
Acesso em 14.05.2012. Adaptado)

Prática como essa tem como modelo o regime nazista (1933-45), que defendia:

(A) o pluripartidarismo e a expansão militar.


(B) a xenofobia e o internacionalismo.
(C) a democracia e o irracionalismo.
(D) o nacionalismo e a intolerância.
(E) a guerra e a diversidade cultural.

110. (Vunesp-1996) "A ascensão da direita radical após a Primeira Guerra Mundial foi sem dúvida
uma resposta ao perigo, na verdade à realidade, da revolução social e do poder operário em geral, e à
Revolução de Outubro e ao leninismo em particular." (Eric Hobsbawm - ERA DOS
EXTREMOS).Identifique a "direita radical" que ascendia no período entre Guerras, opondo-se à
expansão dos movimentos revolucionários.

(A) Bolchevista.
(B) Liberal.
(C) Menchevista.
(D) Nazi-fascista.
(E) Anarco-sindicalista.

111. Em 1935, a Alemanha havia reiniciado a produção de armamentos e restabelecido o serviço


militar obrigatório, contrariando o Tratado de Versalhes. Em 1938, anexou a Áustria; logo em seguida
incorporou a região dos Sudetos, que abrigava minorias alemãs, na Tchecoslováquia, e assinou um
acordo de não-agressão e neutralidade com a União Soviética. Estava plantada a semente da Segunda
Guerra Mundial, que eclodiu em 1° de setembro de 1939, com o ((A):

(A) participação efetiva de tropas nazistas na Guerra Civil Espanhola, por meio da invasão de Madri.
(B) invasão da Polônia por tropas nazistas e a ação da Inglaterra e da França em socorro dos seus
aliados, declarando guerra ao Terceiro Reich.
(C) rompimento do Pacto Germânico-Soviético com a invasão do território russo por tropas nazistas.
(D) saída dos invasores alemães do território dos Sudetos na Tchecoslováquia para invadir a
Hungria.
(E) tomada do "corredor polonês", que desembocava na cidade livre de Dantzig, pelos aliados
nazistas, principalmente italianos.

112. Edwin Black afirma, em "A IBM e os Judeus" (2001), que "A IBM, quase sozinha, trouxe a
guerra moderna para a era da informação (...) em termos simples, a IBM organizou os organizadores da

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guerra de Hitler". Os cartões perfurados da tecnologia "hollerith", utilizados pela IBM, vasculharam
registros de todos os tipos, organizando estatisticamente todos os dados com o intuito de isolar o
judaísmo na Alemanha e nos territórios ocupados.

Com base nessas informações e em seus conhecimentos sobre a Europa nazista, É CORRETO
afirmar que:

(A) a perseguição nazista voltava-se para a necessidade de excluir os não-arianos da economia


capitalista.
(B) a ideologia que amparava o extermínio estava carregada de misticismo negando os princípios do
cientificismo em alta na época.
(C) a forma de extermínio empreendida pelos nazistas tinha características de uma organização
industrial com análises, metas e produtividade.
(D) a identificação do judeu apoiava-se nos censos, que se baseavam na declaração do próprio
entrevistado sobre sua religião.

113. Eu poderia ter transformado esta sala num campo armado de 'camisas negras', um
acampamento para cadáveres. Eu poderia ter costurado as portas do Parlamento.

(Benito Mussolini, 16/11/1922)

Esse discurso:

(A) instaurou um governo nacional socialista e democrático na Itália, em oposição ao governo


fascista do Rei Vitor Emanuel III.
(B) atacou a inoperância do Parlamento Socialista Italiano, que emperrava as reformas políticas e
sociais propostas pelo Partido Fascista Socialdemocrata italiano.
(C) marcou a despedida do cargo de deputado exercido por Mussolini, que, a partir daquele
momento, começou a lutar na região de Piemonte para derrubar o Rei.
(D) defendeu o fim do governo absolutista do Rei Vitor Emanuel III e a criação de uma Monarquia
Parlamentar nos moldes da República francesa.
(E) instaurou um novo governo, cuja maioria pertencia ao Partido Fascista Italiano, o qual ocasionou
o fim da democracia parlamentar e a formação de uma ditadura fascista.

114. As causas do neonazismo levam ao nascimento do próprio nazismo: a ausência do Estado. A


República de Weimar, nascida no mesmo caldo que fabricou o Tratado de Versalhes, teria de gerar um
monstro. (...)
Fazer da política a expressão da vitória do mais forte é o centro de gravidade do nazismo. De
qualquer tipo de nazismo. O resto é tempero, produção teatral.
Uma sociedade centrada na justiça social jamais será nazista. Não é o caso do Brasil, onde se
discriminam negros, nordestinos, crianças sem casa e torcedores do Botafogo.

(CONY, Carlos Heitor. Proibição inútil. "Folha de S. Paulo", 09/06/1994.)

Conforme mostra Carlos Heitor Cony, já em 1994, o neonazismo deve ser motivo de preocupação
para os governos e as sociedades democráticas em todo mundo. As duas características político-
ideológicas que identificam tanto o nazismo quanto o neonazismo são:

(A) federalismo - arianismo


(B) xenofobismo - militarismo
(C) fascismo - bipartidarismo
(D) pluripartidarismo – corporativismo
(E) democracia - arianismo

115. O fascismo brasileiro, criado em 1932, foi um movimento social de extrema direita. Assinale a
alternativa que indica a denominação que lhe foi dada no Brasil:

(A) Nazismo.
(B) Integralismo.

86
(C) Populismo.
(D) Autoritarismo.
(E) Totalitarismo.

116. São características da ideologia Nazista:

(A) racismo, totalitarismo e marxismo;


(B) racismo, defesa do capitalismo e humanismo;
(C) unipartidarismo; marxismo e totalitarismo;
(D) sociedade militarista; anti-semitismo e racismo;
(E) nacionalismo; bolchevismo e totalitarismo.

117. Durante todo o século XX, o mundo ocidental conviveu com muitas turbulências políticas, que
ameaçaram seus ideais democráticos e a prevalência da justiça social. Entre essas crises políticas, os
sistemas totalitários se destacaram, pois:

(A) destruíram os governos socialistas, criando regimes militaristas que radicalizaram as práticas
capitalistas e colonialistas.
(B) reconstruíram os ideais monárquicos do antigo regime europeu, defendendo a centralização
política e a rigidez da hierarquia social.
(C) foram expressivos politicamente, nas nações onde havia forte tradição democrática e tinham um
passado político nacionalista.
(D) combateram as liberdades democráticas, usando da violência e do corporativismo para silenciar
os adversários.
(E) mostraram a fragilidade da democracia ocidental, praticamente desaparecida da vida política, na
primeira metade do século XX.

118. A máquina de propaganda nazista procurava sensibilizar os diferentes segmentos da sociedade


alemã utilizando os mais diferentes apelos emocionais. Abaixo estão reproduzidos dois slogans
utilizados pelos nazistas.

Para o homem: "Arbeit macht frei" - É o trabalho que te faz livre.


Para a mulher: "Kinder, Küche, Kirche" - Crianças, Cozinha, Igreja.
A análise e integração desses slogans no conjunto ideológico/doutrinário do nazismo permitem
concluir, EXCETO:

(A) A questão do trabalho foi intensamente utilizada, tendo em vista que a população alemã tinha
fresca, em sua memória, a lembrança do desemprego.
(B) A ideologia nazista pregava a igualdade entre os sexos, assegurada por meio do trabalho, fator
de nivelamento de todos os cidadãos.
(C) Os valores tradicionais da família, do trabalho e da religião representavam um apelo muito forte,
pois quem poderia se opor a ideias tão sadias?
(D) O lócus social da mulher era reforçado a partir do enaltecimento das funções tidas como sendo
eminentemente femininas.

119. (BELMONTE, 1943. In: JAGUAR (org.). Caricatura dos tempos. São Paulo: Melhoramentos,
1982.) A caricatura acima refere-se a dois momentos das relações entre a Alemanha e a URSS no entre
guerras.

A alternativa que identifica esses momentos é:

(A) Conferência de Munique - invasão alemã à Polônia


(B) T ratado de Moscou - Política alemã de expansão para o leste
(C) Política de Apaziguamento - Pacto tripartite entre Alemanha, Itália e Japão.
(D) Pacto de não agressão germano-soviético - invasão da URSS pelas tropas alemãs

120. O ataque à base naval de Pearl Harbor tornou-se um dos acontecimentos decisivos para o
desfecho da Segunda Guerra Mundial. Esse ataque

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(A) representou a primeira grande derrota dos aliados, uma vez que os japoneses passaram a utilizar
armas atômicas contra cidades asiáticas, porque estas defendiam os aliados.
(B) criou condições favoráveis para os aliados na luta contra as forças nazifascistas, pois foi um fato
histórico decisivo para a entrada dos Estados Unidos da América na guerra.
(C) contribuiu para o aumento do poderio estratégico e militar dos alemães, haja vista o
aniquilamento quase total das forças americanas e de seus aliados no Leste Europeu.
(D) marcou a derrota final dos países que faziam parte da Tríplice Entente, tornando-se o símbolo da
restauração da democracia e do liberalismo em toda a Europa.
(E) foi importante para o fortalecimento do nazi-fascismo, em razão da vitória esmagadora das forças
alemãs sobre o exército soviético e de outros países do Leste Europeu.

121. Até setembro de 1944, não existiam crianças em Auschwitz: eram todas mortas a gás na
chegada. Depois dessa data, começaram a chegar famílias inteiras de poloneses: todos eles foram
tatuados, inclusive os recém-nascidos.

(Primo Levi, "Os afogados e os sobreviventes".)


O texto refere-se

(A) ao chamado holocausto do povo palestino.


(B) ao chamado holocausto do povo judeu.
(C) à Primeira Guerra Mundial e à política de Anschluss.
(D) à Segunda Guerra Mundial e à política de Anschluss.
(E) ao terror retratado pelo palestino Levi ao ver seu povo sendo dominado pelos ingleses.

122. Na II Guerra Mundial, as bombas atômicas de Hiroshima e Nagazaki foram consideradas crimes
de guerras, porque:

(A) o conflito já tinha terminado em agosto de 1945 e a resistência japonesa era mínima em Pearl
Harbour.
(B) as bombas faziam parte de um esquema de testes militares.
(C) os E.U.A. queriam impor o seu domínio à Alemanha.
(D) os E.U.A. pretendiam deter o avanço dos soviéticos na Ásia.
(E) as bombas tinham um único alvo: os japoneses no Pacífico.

123. "A perestroika é uma necessidade urgente que surgiu da profundidade dos processos de
desenvolvimento em nossa sociedade socialista. Esta encontra-se pronta para ser mudada e há muito
tempo que anseia por mudanças. Qualquer demora para implantar a perestroika poderia levar, num
futuro próximo, a uma situação interna exacerbada que, em termos claros, constituiria um terreno fértil
para uma grave crise social, econômica e política."

GORBATCHEV, Mikhail. "Perestroika: novas ideias para meu país e o mundo". São Paulo: Best Seller, 1987.

"Fala-se, nos folhetins, do desencanto do socialismo, do malogro de uma ideia, até mesmo do atraso
dos intelectuais europeus ocidentais. (...) As perguntas retóricas são sempre respondidas com o mesmo
refrão: utopias e filosofias da história necessariamente acabam subjugando o homem."
HABERMAS, Jürgen. A revolução e a necessidade de revisão na esquerda - O que significa
socialismo hoje? In: BOBBIO, Norberto et al. "Depois da queda: o fracasso do comunismo e o futuro do
socialismo". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
Tomando como referência as citações acima, analise a crise do socialismo real na União Soviética e
o significado das reformas empreendidas por Gorbatchev (Glasnost e Perestroik(A).

Resposta: A crise do socialismo real na União Soviética tem suas origens na formação e
consolidação do stalinismo e nas prioridades militares do Estado Soviético frente às demandas da
Guerra Fria, em detrimento de uma economia voltada para o bem-estar material da população. A
Perestroika e a Glasnost, empreendidas por Gorbatchev tinham por finalidade imediata a modernização
da economia e a redemocratização política na União Soviética. No entanto, acabaram por promover a
inserção da economia soviética à economia de mercado, iniciar um processo de derrocada da
hegemonia soviética no leste europeu e de desagregação da própria União Soviética e inaugurar uma
"Nova Ordem Mundial" ao por fim à Guerra Fria.

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124. (VUNESP PMSP2014)

“[...] o sistema da Guerra Fria é altamente funcional para as superpotências, e é por isso que ele
persiste, apesar da probabilidade de mútua aniquilação [...]”
(Noam Chomsky, “Armas estratégicas, Guerra Fria e Terceiro Mundo”, in E. Thompson,
Exterminismo e Guerra Fri(A).
Tendo por base o texto apresentado, assinale a alternativa correta a respeito da Guerra Fria.

(A) Teve início no nazifascismo durante a Segunda Guerra Mundial, o que explica sua permanência.
(B) Foi usada pelos EUA e pela antiga URSS como meio de valorizar sua superioridade militar em
relação a outros países.
(C) Ficou assim conhecida por envolver interesses exclusivos dos países do hemisfério Norte,
mesmo durante a Globalização.
(D) Colocou em confronto direto a Alemanha e a Inglaterra por um período de mais de 20 anos.
(E) Atingiu o seu momento mais intenso com a extinção da OTAN e o início da Guerra da Coreia.

125. (VUNESP PMSP 2013)

Os dois lados viram-se comprometidos com uma insana corrida armamentista para a mútua
destruição. Os dois também se viram comprometidos com o que o presidente em fim de mandato,
Eisenhower, chamou de “complexo industrial-militar”, ou seja, o crescimento cada vez maior de homens
e recursos que viviam da preparação da guerra. Mais do que nunca, esse era um interesse estabelecido
em tempos de paz estável entre as potências. Como era de se esperar, os dois complexos industrial-
militares eram estimulados por seus governos a usar sua capacidade excedente para atrair e armar
aliados e clientes, e conquistar lucrativos mercados de exportação, enquanto reservavam apenas para
si os armamentos mais atualizados e, claro, suas armas nucleares.

(Eric Hobsbawm. Era dos extremos – O breve século XX – 1914-1991.

São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p. 233. (Adaptado).


O historiador refere-se à situação da política internacional que resultou, em grande medida, da
Segunda Guerra Mundial, e que pode ser definida como a:

(A) democratização do uso de armas nucleares, o que tornou possível o seu emprego por pequenos
grupos de guerrilheiros.
(B) existência de equilíbrio nuclear entre as maiores potências, somada à grande corrida
armamentista.
(C) expansão da ideologia da paz armada, que estimulou as potências a equiparem os países pobres
com armas nucleares.
(D) predominância de uma potência nuclear em escala global, que interfere militarmente nos países
subdesenvolvidos.
(E) formação de uma associação internacional de potências nucleares, que garantiu uma paz
duradoura entre os países.

126. (VUNESP) Nas décadas de 1960 e 1970, a relação dos EUA com a América Latina

(A) caracterizou-se pela ausência de investimentos econômicos significativos, uma vez que a região
oferecia menores oportunidades de lucro do que os chamados tigres asiáticos.
(B) alterou-se quando os norte-americanos condicionaram a ajuda financeira aos relatórios de
organizações internacionais que avaliavam o respeito aos direitos humanos e à democracia.
(C) desenvolveu-se de acordo com o programa do Departamento de Estado Norte-americano,
(D) particularizou-se pela aplicação da "política da boa vizinhança", que objetivava industrializar e
desenvolver o sul do continente, ainda que sob o controle dos norte-americanos.
(E) pautou-se por um clima tenso, sobretudo depois da subida ao poder de Fidel Castro e da crise
dos mísseis na baía dos Porcos.

127. (VUNESP) Líderes europeus e centenas de milhares de pessoas celebraram ontem no leste e
no oeste da Europa a entrada de dez novos membros na União Europeia, levando para 25 o total dos

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membros do bloco e enterrando de vez a divisão [...] surgida no final da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945).
("Folha de S. Paulo", 02.05.2004.)

O texto refere-se à divisão havida na Europa em:

(A) nações industrializadas e países exportadores de produtos primários.


(B) regimes monárquicos e estados centralizadores e autoritários.
(C) países capitalistas e regimes comunistas, sob a liderança da União Soviética.
(D) países possuidores de impérios coloniais e nações desprovidas de mercados externos.
(E) potências nucleares e estados sustentados por exércitos populares.

128. Este é o maior evento da história (do presidente norte-americano H. Truman, ao ser informado
do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshim(A). Era importante que a bomba atômica fosse um
sucesso. Havia-se gastado tanto para construí-la... Todas as pessoas interessadas experimentaram um
alívio enorme quando a bomba foi lançada (do alto oficial cujo nome em código era Manhattan District
Project).

Essas afirmações revelam que o governo norte-americano

(A) desconhecia que a bomba poderia matar milhares de pessoas inocentes.


(B) sabia que sem essa experiência terrível não haveria avanço no campo nuclear.
(C) esperava que a bomba atômica passasse desapercebida da opinião pública.
(D) estava decidido a tudo para eliminar sua inferioridade militar frente à URSS.
(E) ignorava princípios éticos para impor a sua primazia político-militar no mundo.

129. Os quadrinhos ironizam a bipolaridade característica da Guerra Fria, ordem de poder mundial
que marcou a maior parte da segunda metade do século XX.
A crítica central do texto recai sobre a seguinte característica desse contexto geopolítico:

(A) formação de blocos militares, que deu origem à política do "Big Stick”.
(B) corrida armamentista, que gerou a doutrina da "Destruição Mútua Assegurada”.
(C) conflitos bélicos diretos entre EUA e URSS, que estabeleceram o "Equilíbrio do Terror”.
(D) confrontos regionais manipulados pelas superpotências, que resultaram na "Détente”.

130. "Naqueles tempos havia equilíbrio e medo de destruição mútua. Naqueles tempos, uma parte
tinha medo de dar um passo extra sem consultar as outras. Era com certeza uma paz frágil e
assustadora, mas vista de hoje ela nos parece suficientemente confiável. Hoje parece que a paz não é
tão confiável."

A declaração do presidente russo Vladimir Putin, dada em fevereiro de 2007, evoca:

(A) O período anterior à Segunda Guerra Mundial.


(B) A "belle époque", que julgava impossível uma nova guerra geral.
(C) A situação vigente após a Primeira Guerra Mundial.
(D) A era stalinista, auge da URSS como potência.
(E) O mundo bipolarizado da guerra fria.

131. A Queda do Muro de Berlim, em 1989, significou, SIMBOLICAMENTE:

(A) a vitória do comunismo na República Democrática Alemã.


(B) a alteração nas relações político-ideológicas entre Estados Unidos e União Soviética.
(C) o início da globalização econômica, com a criação do Mercado Comum Europeu.
(D) o isolamento da Alemanha oriental no cenário europeu e internacional.
(E) a fuga de mão-de-obra da parte ocidental para a parte oriental da Alemanha.

132. Sobre o período denominado "Guerra Fria", da segunda metade do século XX até a Queda do
Muro de Berlim, em 1989, é correto afirmar que:

90
(A) Destacou-se como período de tensão entre duas potências, os EUA e a China democrática, na
disputa pelo controle da economia mundial.
(B) Desencadeou a descolonização de países na África, Ásia e América, até então domínio dos
impérios europeus.
(C) Caracterizou-se pela bipolaridade nas relações internacionais com a hegemonia de sistemas
antagônicos - o capitalista dos EUA e o comunista da URSS.
(D) Deu-se sob o signo do terrorismo das armas nucleares, monopólio da URSS contra os países do
Leste europeu, com vistas à expansão e conquista da Europa ocidental.
(E) Foi marcado pelo papel da União Europeia em oposição à política externa dos EUA no Oriente
Médio, sob a égide do terrorismo internacional.

133. A Segunda Guerra Mundial teve como consequências:

(A) alteração do poder político mundial e formulação da Doutrina Trumam.


(B) proclamação da República na China e decadência política da "Cortina de Ferro".
(C) intervenção de tropas estrangeiras na Guerra Civil Espanhola e vitória do franquismo.
(D) divulgação das ideias da "Coexistência Pacífica" e propagação do movimento neutralista.

134. O Plano Marshal, elaborado e implantado pelos Estados Unidos depois da Segunda Guerra
Mundial,

(A) visava restringir o avanço político da União Soviética sobre os países do Oriente Médio.
(B) assegurava a livre penetração dos capitais norte-americanos no continente europeu.
(C) determinava, de forma expressa, a luta contra o perigo da implantação do Anarquismo em toda a
Europa.
(D) representava uma retomada da tradicional política da "boa vizinhança" dos EUA em relação à
América Latina.

135. período histórico denominado de Guerra Fria, refere-se

(A) à rivalidade de dois blocos antagônicos liderados pelos EUA e URSS.


(B) às sucessivas guerras pela independência nacional ocorridas na Ásia.
(C) ao conjunto de lutas travadas pelo povo iraquiano contra a dinastia Pahlevi.
(D) às disputas diplomáticas entre árabes e israelenses pela posse da península do Sinai.

136. O "Muro de Berlim" foi construído em 1961 e derrubado em 1989. Sobre ele, é possível dizer
que:

(A) tinha o mesmo objetivo do muro que os Estados Unidos pretendem construir em sua fronteira
com o México: impedir a imigração ilegal de ocidentais, interessados nos benefícios do socialismo.
(B) provocou a divisão da Alemanha em duas partes, com o surgimento, a leste, da Alemanha
Democrática (ou Oriental) e da Alemanha Federativa (ou Ocidental), a oeste.
(C) desempenhava a mesma função do muro que Israel está construindo na Palestina: evitar a
entrada de terroristas em seu território e aumentar a segurança do Estado e da população.
(D) foi destruído pelas tropas soviéticas quando tomaram Berlim ao final da Segunda Guerra
Mundial, derrotando o nazismo e obrigando a Alemanha a se tornar socialista.
(E) simbolizou a divisão do mundo durante a Guerra Fria, separando em dois a cidade de Berlim e
estabelecendo contraste entre o mundo capitalista e o mundo socialista.

137. Sobre a queda do muro de Berlim, no dia 10 de novembro de 1989, é correto afirmar que

(A) o fato acirrou as tensões entre Oriente e Ocidente, manifestas na permanência da divisão da
Alemanha.
(B) resultou de uma longa disputa diplomática, que culminou com a entrada da Alemanha no Pacto
de Varsóvia.
(C) expressou os esforços da ONU que, por meio de acordos bilaterais, colaborou para reunificar a
cidade, dividida pelos aliados.
(D) constituiu-se num dos marcos do final da Guerra Fria, política que dominou as relações
internacionais após a Segunda Guerra Mundial.

91
(E) marcou a vitória dos princípios liberais e democráticos contra o absolutismo prussiano e
conservador.

138. O lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, em 6 de agosto de 1945,


provocou a rendição incondicional do Japão, na Segunda Guerra. Nesse momento, o mundo ocidental
vivia a dualidade ideológica, capitalismo e socialismo. Nesse contexto, o lançamento da bomba está
relacionado com:

(A) o descompasso entre o desenvolvimento da ciência, financiado pelos Estados beligerantes (em
guerra), e os interesses da população civil.
(B) a busca de hegemonia dos Estados Unidos, que demonstraram seu poder bélico para conter, no
futuro, a União Soviética.
(C) a persistência da luta contra o nazi-fascismo, pelos países aliados, objetivando a expansão da
democracia.
(D) a difusão de políticas de cunho racista associadas a pesquisas que comprovassem a
superioridade da civilização europeia.
(E) a convergência de posições entre norte-americanos e soviéticos, escolhendo o Japão como
inimigo a ser derrotado.

139. "A história do Período Joanino no Brasil é inseparável do anedotário que traça o perfil de sua
mais importante personagem feminina: a Princesa Carlota Joaquina de Bourbon e Bragança".

(Fonte: AZEVEDO, Francisca L. Nogueira. "Carlota Joaquina na Corte do Brasil". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2003, p.17).

Sobre a princesa Carlota Joaquina, são feitas as seguintes afirmações:

I. A historiografia tanto brasileira, quanto portuguesa, foi comumente parcial tanto no tocante à vida
pública quanto à vida privada da Princesa.
II. O tratamento dado à figura da Princesa fixou no imaginário social a imagem de uma mulher vulgar,
ambiciosa e transgressora de todas as normas morais e éticas do seu tempo.
III. Enquanto no Brasil a imagem da princesa foi construída de modo negativo, em Portugal sua
memória foi construída de forma apologética e D. Carlota é vista até hoje como heroína.

Assinale o correto.

(A) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.


(B) Apenas as afirmações I e III são falsas.
(C) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
(D) Apenas as afirmações I e II são falsas.

140. Assinale a proposição CORRETA. A transferência da Corte portuguesa para o Brasil teve
consequências no processo de autonomia política brasileira.

(A) Foi possível ao governo metropolitano controlar o processo de independência do Brasil, que
acabou ocorrendo de maneira lenta e gradual, diferentemente das demais colônias do continente sul-
americano.
(B) A presença da monarquia no Brasil aguçou as contradições entre a Colônia e a Metrópole,
levando a uma violenta separação, que se resolveu nos campos de batalha.
(C) Confrontada pela realidade brasileira e pelo alto grau de desenvolvimento político das instituições
coloniais, a Coroa Portuguesa cedeu a independência de forma pacífica e generosa.
(D) Os brasileiros, sentindo mais próximas as amarras metropolitanas, rebelaram-se e conquistaram
a independência no mesmo movimento que varria as colônias ibero-americanas.
(E) A presença da Corte possibilitou um grande desenvolvimento econômico, político e cultural na
Colônia, o que, paradoxalmente, acabou por retardar o surgimento de um sentimento autonomista e
nacionalista entre os brasileiros.

141. Em novembro de 1807, a família real portuguesa deixou Lisboa e, em março de 1808, chegou
ao Rio de Janeiro. O acontecimento pode ser visto como:

92
(A) incapacidade dos Braganças de resistirem à pressão da Espanha para impedir a anexação de
Portugal.
(B) ato desesperado do Príncipe Regente, pressionado pela rainha-mãe, Dona Maria I.
(C) execução de um velho projeto de mudança do centro político do Império português, invocado em
épocas de crise.
(D) culminância de uma discussão popular sobre a neutralidade de Portugal com relação à guerra
anglo-francesa.
(E) exigência diplomática apresentada por Napoleão Bonaparte, então primeiro cônsul da França.

142. A transferência da Corte de D. João VI para a colônia portuguesa teve apoio do governo
britânico, uma vez que:

(A) Portugal negociou o domínio luso na Península Ibérica com a Inglaterra, em troca de proteção
estratégica e bélica na longa viagem marítima ao Brasil.
(B) Em meio à crescente Revolução Industrial, os negociantes ingleses precisavam expandir seus
mercados rumo às Américas, já que o europeu era insuficiente.
(C) O bloqueio continental imposto por Napoleão fechou o comércio inglês com o continente
europeu; a instalação do governo luso no Brasil propiciou a retomada dos negócios luso-anglicanos.
(D) O exército napoleônico invadiu Portugal visando a instituir o regime democrático republicano de
paz e comércio, em franca oposição ao expansionismo da monarquia britânica.
(E) Os ingleses pretendiam consolidar novos mercados na América Portuguesa, tendo em vista
antigas afinidades socioculturais com os ibéricos.

143. A transferência da família real portuguesa para o Brasil em 1808 causou intensa movimentação
no panorama da colônia. Estima-se que mais de 10.000 pessoas aportaram no Rio de Janeiro. Sobre tal
contexto, é CORRETO afirmar:

(A) A ruptura do pacto colonial e o processo de independência são dois acontecimentos


estreitamente relacionados com o estabelecimento da corte portuguesa no Brasil.
(B) D. João VI transferiu-se de Portugal para o Brasil em função do intenso progresso econômico da
colônia, garantido pela exploração aurífera.
(C) A chegada da família real trouxe como resultado uma repressão sistemática ao comércio de
escravos e, ao mesmo tempo, o incentivo à exportação de produtos manufaturados para a Europa.
(D) A reciprocidade de interesses entre a Coroa portuguesa e as elites locais pode ser percebida no
esforço conjunto para escapar da influência econômica inglesa.

144. Entre as ações empreendidas pelo governo joanino durante a permanência da Corte portuguesa
no Rio de Janeiro (1808-1821), NÃO É CORRETO afirmar que houve:

(A) a extinção do monopólio português sobre o comércio com o Brasil.


(B) a concessão de vantagens econômicas aos comerciantes ingleses.
(C) a suspensão do tráfico intercontinental de escravos.
(D) a efetivação de uma política de expansão territorial.
(E) a elevação do Brasil à condição de reino.

145. (...) era o Leonardo Pataca. Chamavam assim a uma rotunda e gordíssima personagem de
cabelos brancos e carão avermelhado, que era o decano da corporação, o mais antigo dos meirinhos(*)
que viviam nesse tempo. (...) Fora Leonardo algibebe(**) em Lisboa, sua pátria; aborreceu-se porém do
negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de
que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos.
( *) meirinho = funcionário da justiça.
(**) algibebe = vendedor de roupas baratas; mascate.
(Manuel Antônio de Almeida. "Memórias de um sargento de milícias. Rio de Janeiro: Livros Técnicos
e Científicos, 1978, p. 6)

Leonardo Pataca é uma personagem que viveu "nos tempos do rei" e obteve emprego por meio da
proteção de alguém, prática que integra a política exercida por D. João VI após 1808. São medidas
tomadas durante a administração joanina:

93
(A) a elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarve e a decretação de Guerra ao Paraguai.
(B) a Abertura dos Portos e o Tratado de Comércio e Navegação com a Inglaterra.
(C) a extinção do tráfico negreiro, imposta pela Inglaterra em 1810, e a criação do Banco do Brasil.
(D) a modernização da capital e o Golpe da Maioridade, que garantiu a sucessão de D. Pedro I ao
trono.
(E) o saneamento dos gastos da Corte e o crescimento das exportações e do setor industrial.

146. Quando o Brasil se tornou uma nação independente, em 1822, há mais de 300 anos, aqui se
cobravam diversos tipos de tributos para a Coroa Portuguesa. Sobre a cobrança de impostos no Brasil
colonial, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:

(A) Quando a Coroa veio para a América, à cobrança de impostos foi intensificada com o intuito de
prover recursos para os gastos militares, para a montagem de um aparelho administrativo-fiscal e para
as necessidades da manutenção da dispendiosa Corte.
(B) A cobrança de impostos no Brasil colocava em cheque, desde o princípio, a fidelidade ao Rei. O
Rei era considerado sempre como tirano e opressor, e as revoltas ocorridas nas Minas Gerais, no
século XVII, reforçavam os movimentos antimonarquistas.
(C) Enquanto na Europa do Antigo Regime defendia-se a ideia de que não era nem justo e nem bom
para a ordem política cobrar impostos dos nobres e do clero, no Brasil-colônia, diante da necessidade
das despesas com a defesa da terra, a classe proprietária deveria pagar impostos.
(D) Cobrar impostos era um assunto delicado na Colônia e em Portugal, por isso recomendava-se
que o imposto arrecadado fosse gasto no objeto causador da cobrança.

147. A organização política do Brasil, depois da separação de Portugal, diferenciava-se da dos


outros países latino-americanos que se haviam tornado independentes no mesmo período. Assinale a
alternativa CORRETA.

(A) Após a Independência, o Brasil adotou a monarquia como regime de governo.


(B) A Independência significou melhoria nas condições de vida da maioria da população.
(C) A partir da Independência, extinguiram-se todas as formas de trabalho escravo.
(D) Com a Independência, é promulgada a Primeira Constituição Brasileira.
(E) Após a Independência, o Brasil passou a sofrer forte influência econômica da Espanha, principal
potência econômica na época.

148. A Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, é um dos fatos históricos mais


importantes de nosso país, pois marca o fim formal do domínio político português e, sobre o desenrolar
desse episódio, podemos afirmar que:

(A) consolidou os ideais da Inconfidência Mineira.


(B) marcou o início da participação popular na política brasileira.
(C) assinalou a predominância dos interesses ingleses, com a imediata libertação dos escravos.
(D) provocou profundas transformações nas estruturas econômicas e sociais do País.
(E) preservou os interesses básicos dos proprietários de terras e de escravos.

149. Foi fator motivador da Confederação do Equador (1824), em Pernambuco:

(A) a dissolução da Assembleia Constituinte de 1823


(B) a criação do Banco do Brasil
(C) os abusos cometidos por D. João VI
(D) a influência das ideias socialistas
(E) a promulgação de uma Constituição com três poderes, dentre eles o Moderador

150. Segundo José Murilo de Carvalho, "a principal característica da independência brasileira foi a
negociação entre a elite nacional, a coroa portuguesa e a Inglaterra."

(CARVALHO, J.M. "Cidadania no Brasil".)

Desta forma, em comparação com os demais países da América Latina, é INCORRETO dizer que:

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(A) no Brasil, o processo de independência foi relativamente pacífico, com conflitos militares isolados,
como no Maranhão e na Bahia.
(B) na América hispânica, houve a formação de grandes exércitos e a ascensão de figuras
emblemáticas de "libertadores" como Simon Bolívar e Sucre.
(C) um ponto comum no processo de independência da América Espanhola e do Brasil envolve a
questão do trabalho, ou seja, em ambos, o processo levou à abolição da escravidão indígena e africana.
(D) enquanto no Brasil foi instituída uma monarquia constitucional e mantida a unidade territorial, na
América Hispânica o movimento de independência, em geral, resultou na criação de diversas
repúblicas.
(E) a Inglaterra, direta ou indiretamente, apoiou o movimento de Independência do Brasil e do
restante da América Latina e também a formação do exército de libertação de Bolívar.

151. "Em janeiro de 1822, D. Pedro I, ao dizer que ficava, definiu seu destino e do país que adotara
como pátria. E foi, nessa fase, O MAIS APAIXONADO DOS BRASILEIROS, O MAIS AGRESSIVO
DOS JACOBINOS, O MAIS FURIOSO ANTILUSITANO"

(Isabel Lustosa. "D. Pedro I". Cia das Letras, 2006.)


Essas características podem ser relacionadas:

(A) à postura liberal dos deputados portugueses das Cortes que fizeram refém a monarquia durante
a Revolução de 1821, ao exigirem o retorno do rei D. João VI e a promulgação de uma nova
constituição.
(B) à ação dos brasileiros, amparados pela negativa de D. Pedro I de retorno a Portugal, de se
oporem à decisão das Cortes portuguesas de reduzir o país às condições anteriores à vinda do Rei D.
João VI.
(C) à insegurança generalizada de D. Pedro I, quanto aos movimentos liberais associados à
Revolução do Porto, em Portugal, e, consequentemente, a uma possível revolução de liderança
burguesa no Brasil.
(D) à condição revolucionária de D. Pedro I, que afrontava a Corte portuguesa ao convocar o exército
nacional e a iniciar uma guerra pela independência em defesa das massas, da nação do povo
brasileiro.

152. A situação econômica e social do Brasil, após o movimento de independência, em 1822, pode
ser descrita da seguinte forma:

(A) O país passou da dependência econômica em relação a Portugal à subordinação em relação aos
EUA e sofreu profundas mudanças na estrutura social.
(B) O país manteve a dependência econômica em relação a Portugal, adquirindo liberdade política e
social.
(C) O país passou da dependência econômica em relação a Portugal à subordinação em relação à
Inglaterra, não alterando sua estrutura social colonial.
(D) O país passou da dependência econômica em relação a Portugal à subordinação em relação à
França, alterando sua estrutura social colonial.
(E) O país manteve a dependência econômica em relação a Portugal e não modificou sua estrutura
social colonial.

153. Comparando-se o processo de independência das colônias da América espanhola com o do


Brasil, no início do século XIX, é correto afirmar que

(A) em ambos, a ideologia predominante foi o liberalismo, que influenciou a organização dos novos
Estados sob governos republicanos com três poderes.
(B) no primeiro, os 'criollos' conduziram a emancipação política, mas no segundo, as camadas
médias conseguiram controlar o aparelho de Estado.
(C) em ambos, o domínio econômico das respectivas metrópoles foi encerrado e desenvolveu-se o
caudilhismo, forma de dominação local das elites de origem nativa.
(D) no primeiro, ocorreu à fragmentação do território em vários países, já o Brasil manteve-se
politicamente unido e governado pelo herdeiro português.
(E) em ambos, o contexto das guerras napoleônicas foi determinante, embora o primeiro tenha sido
singularizado pela transferência da Corte para a América.

95
154. Uma das mais longas guerras da história brasileira aconteceu no sul do Brasil entre 1835 e
1845. Esse conflito ficou conhecido como:

(A) Revolução Farroupilha.


(B) Balaiada.
(C) Guerra do Contestado.
(D) Cabanagem.
(E) Coluna Prestes.

155. Sobre as revoltas do Período Regencial (1831-1840), é correto afirmar que:

(A) indicavam o descontentamento de diferentes setores sociais com as medidas de cunho liberal e
antiescravista dos regentes, expressas no Ato Adicional.
(B) algumas, como a Farroupilha (RS) e a Cabanagem (P(A), foram organizadas pelas elites locais e
não conseguiram mobilizar as camadas mais pobres e os escravos.
(C) provocavam a crise da Guarda Nacional, espécie de milícia que atuou como poder militar da
Independência do país até o início do Segundo Reinado.
(D) a Revolta dos Malês (B(A) e a Balaiada (M(A) foram as únicas que colocaram em risco a ordem
estabelecida, sendo sufocadas pelo Duque de Caxias.
(E) expressavam o grau de instabilidade política que se seguiu à abdicação, o fortalecimento das
tendências federalistas e a mobilização de diferentes setores sociais.

156. Como elemento comum aos vários movimentos insurrecionais que marcaram o período
regencial (1831-1840), destaca-se;

(A) a oposição ao regime monárquico.


(B) a defesa do regime republicano.
(C) o repúdio à escravidão.
(D) o confronto com o poder centralizado.
(E) o boicote ao voto censitário.

157. Documentos inéditos descobertos na Inglaterra relatam que, apenas 13 anos depois de
proclamada a Independência, o governo brasileiro pediu auxílio militar às grandes potências da época -
Inglaterra e França - para reprimir a Cabanagem (...) no Pará.
(...) Em 1835, o regente Diogo Antônio Feijó reuniu-se secretamente com os embaixadores da
França e da Grã-Bretanha.
Durante a reunião, Feijó pediu ajuda militar, de 300 a 400 homens para cada um dos países, no
intuito de ajudar o governo central brasileiro a acabar com a rebelião.

(Luís Indriunas, "Folha de S. Paulo", 13.10.1999)

A partir das informações apresentadas pelos documentos encontrados, é correto afirmar que o
período regencial:

(A) foi marcado pela disputa política entre regressistas e progressistas, que defendiam,
respectivamente, a escravidão e a imediata abolição da escravatura.
(B) pode ser considerado parte de um momento especial de construção do Estado nacional no Brasil,
durante o qual a unidade territorial esteve em perigo.
(C) não apresentou grande preocupação por parte das autoridades regenciais e nem da aristocracia
rural, apesar das inúmeras rebeliões espalhadas pelo país.
(D) teve como característica marcante a ampliação da participação popular por meio do voto
universal e da criação do Conselho de Representantes das Províncias do Império.
(E) teve como momento mais importante a aprovação do Ato Adicional de 1834, que estabeleceu
medidas político-administrativas voltadas para a centralização política.

158. A unidade territorial brasileira foi posta à prova no Período Regencial com revoltas armadas, tais
como:

(A) Balaiada, Revolução Praieira, Revolta da Cisplatina.

96
(B) Guerra dos Farrapos, Balaiada, Sabinada.
(C) Revolução Praieira, Confederação do Equador, Sabinada.
(D) Noite das Garrafadas, Balaiada, Revolta da Armada.
(E) Guerra dos Emboabas, Revolução Praieira, Balaiada.

159. O período Regencial da História do Brasil durou de 1831 a 1840.

Sobre o mesmo, pode-se afirmar corretamente que:

(A) O Governo Regencial não estava previsto no texto da constituição e foi uma improvisação
política, necessária devido à renúncia de D. Pedro I.
(B) Das guerras civis que eclodiram no período, a Cabanagem foi a que mais teve a participação das
elites regionais.
(C) Apresentou grande instabilidade política, nele ocorrendo o perigo de fragmentação territorial,
decorrente das várias guerras civis.
(D) Durante o período foi alterada a constituição, o que permitiu a substituição da forma unitária do
Estado pela forma denominada federação.
(E) A criação da Guarda Nacional para a manutenção da ordem pública foi obra do Regente Uno
Pedro de Araújo Lima.

160. O Ato Adicional de 1834, estabeleceu reformas na Constituição de 1824, entre as quais NÃO
podemos destacar:
(A) a criação da Guarda Nacional;
(B) a substituição da regência trina pela regência una;
(C) a autonomia dada às províncias, com a criação das Assembleias Legislativas;
(D) a criação do município neutro do Rio de Janeiro;
(E) eleições para regente, para um mandato de quatro anos.

161. As revoltas do período regencial de caráter popular, ocorridas respectivamente no Maranhão e


no Pará, foram:

(A) Farrapos e Praieira;


(B) Canudos e Contestado;
(C) Balaiada e Cabanagem;
(D) Sabinada e Alfaiates;
(E) Confederação do Equador e Praieira.

162. No Brasil do século XIX:

I - O café, principal produto de exportação e base da economia nacional, foi também o principal
responsável pela modernização da sociedade brasileira no eixo RJ/SP.
II - Foi na lavoura cafeeira que se introduziu o trabalho livre com a vinda de imigrantes europeus,
acelerando o fim da escravidão no Brasil.
III - A Lei Áurea libertou o negro da escravidão e dos problemas econômicos e sociais, impondo
mecanismos de integração profissional a esses trabalhadores.

As afirmativas corretas são:

(A) somente a I;
(B) somente a III;
(C) I e II;
(D) II e III;
(E) I e III.

163. O Parlamentarismo implantado no Brasil durante o Segundo Reinado, teve como modelo o
parlamentarismo:

(A) dos Estados Unidos;


(B) da França;

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(C) da Espanha ;
(D) da Argentina;
(E) da Inglaterra.

164. A Tarifa Alves Branco, aprovada em 1844, tinha por finalidade:

(A) acabar com o tráfico negreiro para o Brasil;


(B) romper as relações diplomáticas com a Inglaterra;
(C) bloquear o Rio da Prata para o Paraguai;
(D) elevar as tarifas alfandegárias pagas pela Inglaterra, para proteger a economia brasileira;
(E) fortalecer as relações econômicas com os Estados Unidos.

165. O Bill Aberdeen, aprovado na Inglaterra em 1845, estabelecia a prisão de navios negreiros pela
marinha inglesa, sendo os traficantes de escravos julgados pelas leis inglesas.

Em relação ao Brasil, o Bill Aberdeen foi:

(A) uma resposta à criação do parlamentarismo;


(B) a reação inglesa contra a Tarifa Alves Branco;
(C) o rompimento das relações diplomáticas, decretado por Willian Christie;
(D) a abolição da escravidão;
(E) a elevação de tarifas alfandegárias para o café brasileiro.

166. Acabou com o Tráfico Negreiro para o Brasil:

(A) Lei Eusébio de Queiróz;


(B) Bill Aberdeen;
(C) Tarifa Alves Branco;
(D) Lei de Imigração;
(E) Lei Áurea.

167. Os conflitos envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai no século XIX, tinham como
causa principal:

(A) disputas pelo controle da bacia do Rio da Prata;


(B) a disputa pela indústria paraguaia;
(C) as disputas entre liberais e conservadores;
(D) a abolição da escravidão;
(E) estabelecer os limites territoriais, respeitando o Tratado de Madri.

168. Devido ao seu isolamento em relação à influência inglesa, tornou-se uma grande potência
industrial na América Latina, ameaçando os interesses ingleses. Entrou em conflito com o Brasil entre
1864 e 1869, sendo totalmente arrasado.

O texto refere-se:

(A) à Argentina;
(B) ao Paraguai;
(C) ao Uruguai;
(D) ao Chile;
(E) aos Estados Unidos.

169. I - A Lavoura do café no Oeste Paulista, favoreceu a construção de ferrovias;

II - As iniciativas do Barão de Mauá receberam total apoio do Império;


III - Os cafeicultores do Vale do Paraíba, introduziram técnicas modernas e o trabalho assalariado em
suas lavouras;
IV - Os cafeicultores do Oeste Paulista, introduziram a mão-de-obra imigrante em suas lavouras.

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São falsas as afirmativas:

(A) I e IV;
(B) II e III;
(C) I, II e IV;
(D) II, III e IV;
(E) II e IV.

170. A introdução da mão-de-obra imigrante na lavoura cafeeira se deu através do sistema de


parceria que não foi respeitado pelos fazendeiros.

Eram características do sistema de parceria:


(A) trabalho assalariado e divisão dos lucros;
(B) financiamento das despesas de viagem do imigrante pelo fazendeiro e divisão dos lucros
excedentes do café;
(C) a servidão por contrato, com o arrendamento de 50% das terras aos imigrantes e pagamento de
salários;
(D) divisão dos custos e do lucro da lavoura de subsistência;
(E) arrendamento das terras apenas para a lavoura do café, proibindo-se a lavoura de subsistência.

171. A Lei do Sexagenário, foi considerada uma "Gargalhada Nacional" porque:

(A) estabelecia o fim do tráfico negreiro, mas não eliminava o trabalho escravo;
(B) tornava livre apenas os escravos nascidos a partir de sua publicação;
(C) tornava livre os escravos com mais de 65 anos, mas a expectativa de vida entre os escravos era
de 30 anos;
(D) aboliu definitivamente a escravidão mas jamais foi cumprida;
(E) acabava com o tráfico negreiro externo, mas permitia o interno, com o fim da vinda de imigrantes.

172. A Lei Eusébio de Queirós, promulgada em setembro de 1850, durante o Segundo Reinado,
extinguindo o tráfico negreiro, foi resultado:

(A) de pressões do governo britânico, que, após a Revolução Industrial do século XVIII, se
interessava na ampliação dos mercados consumidores para seus produtos manufaturados.
(B) da crescente pressão da opinião pública nacional, contrária à escravidão, que se chocava com os
interesses econômicos internacionais, especialmente os ingleses.
(C) da pressão e do exemplo dos britânicos, que, por motivos religiosos, não aceitavam o trabalho
compulsório, empregando e defendendo o trabalho livre assalariado.
(D) da exigência britânica, que impunha a extinção do tráfico negreiro como cláusula para
reconhecimento da independência brasileira.
(E) da pressão executada pela Inglaterra, por meio da lei Bill Aberdeen, que conferia o direito à
Marinha britânica de confiscar e utilizar a mão-de-obra escrava nas suas colônias antilhanas.

173. Enquanto nos Estados Unidos se promoveu a colonização interna com o "Homested Act",
assegurando a cada família a propriedade de uma área de terra, no Brasil dificultou-se o acesso à terra
com a criação, em 1850:

(A) do Regimento Agrícola.


(B) do Ato Adicional.
(C) da Provisão Agrária.
(D) da Lei de Terras.
(E) da Constituição Rural.

174. (VUNESP PMSP2014)


A Revolução de 1930 promoveu transformações significativas na história do Brasil. Sobre a
Revolução de 1930, pode-se afirmar corretamente que:

(A) resultou de disputas por terras entre camponeses e pecuaristas no nordeste brasileiro.
(B) propiciou o restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos da América.

99
(C) representou os grupos sociais interessados em elaborar uma nova Constituição.
(D) originou o período da história brasileira conhecido como a Era Vargas.
(E) foi financiada com recursos oriundos da economia da cana-de-açúcar.

175. (VUNESP PMSP 2013)

No final de 1951, o presidente Getúlio Vargas enviou ao Congresso Nacional o projeto de criação da
companhia Petróleo Brasileiro S. A. (Petrobras). Em um discurso pronunciado, poucos meses depois,
no estado da Bahia, assim se referiu Getúlio Vargas a Petrobras: A Petrobras será o próprio Governo
agindo no campo da indústria petrolífera, tal como já o faz na indústria do aço, através da Companhia
Siderúrgica Nacional. E isto sem o prejuízo do concurso do capital privado. Mas nem remotamente
existe o perigo de que, através da participação do capital privado, venham a agir os grupos financeiros e
estrangeiros, ou mesmo nacionais. Afastou-se tal perigo, reduzindo o montante de sua participação na
sociedade, ficando a União Federal com nunca menos de 51% do total.

(Getúlio Vargas. O governo trabalhista do Brasil.


Vol. III. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio
Editora, 1969, p. 157. Adaptado)

O discurso apresenta uma característica essencial do governo de Getúlio Vargas, que não se limita à
fase do governo democrático dos anos cinquenta, que foi a:

(A) procura de formação de blocos econômicos regionais, com a finalidade de resistir ao domínio
imperialista.
(B) privatização das empresas estatais, com a venda de ações das grandes indústrias nas bolsas de
investimento.
(C) liberalização econômica, com a abertura dos mercados nacionais aos capitais financeiros.
(D) política de socialização da economia brasileira, com o controle da produção pelos trabalhadores.
(E) presença estatal em setores estratégicos da economia, com a limitação de investimentos
particulares.

176. (VUNESP PMSP 2012)

Observe o cartaz produzido em 1943 pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), no


período do Estado Novo.

(Dipity.com)
A partir dele, pode-se afirmar que o presidente Getúlio Vargas:

(A) era o protetor dos trabalhadores, que foram proibidos de participar de sindicatos.
(B) organizava os trabalhadores em sindicatos, estimulando greves e manifestações.
(C) extinguiu os sindicatos, mas criou leis sociais que amparavam os operários.
(D) retomou as leis trabalhistas que haviam sido extinta durante a República Velha.
(E) apresentava as leis sociais como doação do Estado aos trabalhadores.

177. A Revolução de 1932 pode ser explicada pela:

(A) tentativa de recuperação do poder pela oligarquia paulista.


(B) frustração dos tenentes que foram afastados do poder.
(C) manipulação política das oligarquias nordestinas.
(D) luta exclusiva em torno de uma nova Constituição.
(E) insatisfação contra a ditadura de Getúlio Vargas.

178. Entre as alternativas a seguir apenas uma não se relaciona com a Era Vargas. Assinale-a:

(A) Censura à imprensa e violenta repressão política durante o Estado Novo.


(B) Construção da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda e fundação da Petrobrás.
(C) Centralização de poderes e Revolução Constitucionalista de 1932.
(D) Atendimento aos interesses das elites agrária e industrial e às reivindicações dos trabalhadores,
atenuando o conflito entre o capital e o trabalho.

100
(E) Alinhamento aos EUA/OTAN no contexto da Guerra Fria e abertura às multinacionais.

179. Getúlio Vargas demorou para definir a sua posição em relação à II Guerra Mundial, mas soube
tirar proveito da situação. O seu apoio aos Aliados rendeu ao Brasil:

(A) as honras prestadas à F.E.B. (Força Expedicionária Brasileir(A);


(B) a construção da Petrobrás;
(C) a perseguição dos submarinos alemães que, comprovadamente, afundaram cinco navios
brasileiros;
(D) o financiamento para a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda;
(E) o retorno imediato à democracia.

180. (Jornal do Século, 26/11/2000)

Na década de 30, para combater o governo estabelecido por Getúlio Vargas, os paulistas pegaram
em armas. Os cartazes acima fazem parte da sua propaganda, pedindo a colaboração da população no
esforço de guerra.

A Revolução de 1932 ocorre na seguinte conjuntura política nacional:

(A) aprovação do novo Código Eleitoral sem o voto secreto


(B) perda da hegemonia política pela oligarquia paulista em nível federal
(C) intervenção do poder federal no governo de São Paulo por meio da política dos governadores
(D) aliança entre o Partido Popular Progressista e produtores rurais intermediadas por militares
tenentistas.

181. Em março de 1934, Luís Carlos Prestes fundou uma frente popular, a Aliança Nacional
Libertadora, que objetivava atrair setores democráticos e antifascistas da sociedade para um programa
de reformas políticas e sociais. O governo de Vargas perseguiu Prestes devido à

(A) emergência de regimes autoritários na Europa influenciando a organização partidária no Brasil.


(B) cooptação dos sindicatos pelo Estado, com suas sedes tornando-se locais da propaganda oficial.
(C) proposta política de estabelecer um governo revolucionário no Brasil alinhado com a União
Soviética.
(D) organização da Ação Integralista Brasileira, que defendia um projeto de Estado autoritário para o
país.
(E) rivalidade entre integralistas e aliancistas, os quais mobilizaram o país, ampliando o clima de
confrontos.

182. Sobre o processo de industrialização no Brasil, no século passado, é correto afirmar que

(A) sofreu, na década passada, um salto de qualidade, perdendo seu caráter dependente e
tecnologicamente atrasado.
(B) consolidou-se somente quando o Estado, depois de 1930, tomou a iniciativa de assegurar sua
implementação.
(C) conheceu sua fase de maior crescimento a partir do momento em que o país aderiu à
globalização e ao neoliberalismo.
(D) passou por suas duas maiores fases de estagnação durante as duas guerras mundiais.
(E) vivenciou durante o milagre econômico dos anos 1969-1973 várias greves operárias
generalizadas.

183. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1930 por Getúlio Vargas,

(A) era um órgão que garantia a liberdade artística, jornalística e dos demais meios de comunicação
do Brasil na era Vargas.
(B) promovia manifestações cívicas, nas quais os sindicatos de esquerda tinham um papel
importante de conscientização das massas.
(C) estimulava a produção de filmes nacionais e concursos de música e defendia o direito de os
sindicatos realizarem seus comícios e suas greves.

101
(D) aproveitou-se do programa Hora do Brasil, que, além de transmitir notícias políticas e
informações, servia como porta de entrada para as ideias liberais de Vargas.
(E) era responsável por controlar os meios de comunicação e promover a propaganda do Estado
Novo.

184. O populismo brasileiro surge sob o comando de Vargas e os políticos a ele associados. Desde
1930, pouco a pouco, vai-se estruturando esse novo movimento político. Ao lado das medidas
concretas, desenvolveu-se a ideologia e a linguagem do populismo.

(IANNI, Otávio. In: MOTA, Myriam Becho e BRAICK, Patrícia Ramos. "História: das cavernas ao Terceiro Milênio". São
Paulo: Moderna, 1997.).

Duas ações representativas do populismo varguista estão apontadas em:

(A) implantação de organizações econômicas e redistribuição de terras aos camponeses


(B) estatização das indústrias de bens de capital e limitação dos investimentos estrangeiros
(C) modernização das estruturas econômicas e concessão de direitos aos trabalhadores urbanos
(D) adoção de discurso anti-imperialista e estímulo ao alistamento contra a ingerência norte-
americana.

185. A caricatura é uma representação do contexto de instalação do Estado Novo através do golpe
liderado por Getúlio Vargas, que interrompe o processo de sucessão presidencial para as eleições de
janeiro de 1938. Sobre as características do Estado Novo, é possível fazer as seguintes afirmações:

I. O Estado desempenhou um papel significativo na economia, promovendo a política de substituição


das importações e estabelecendo indústrias de base, como a do aço.
II. Os sindicatos possuíam autonomia em relação ao Estado, surgindo, a partir dessa organização
corporativa, a ideologia trabalhista.
III. A força policial de Vargas empreendeu uma forte repressão aos adversários políticos, com
prisões, torturas e exílio forçado de políticos e intelectuais como Graciliano Ramos, Luis Carlos Prestes
e Olga Benário.
IV. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) era o responsável pela construção da imagem
de Getúlio Vargas como protetor dos trabalhadores, promovendo a propaganda oficial em atos públicos
e em meios de comunicação de massa, como o rádio.

Está(ão) correta(s)

(A) apenas I e II.


(B) apenas III.
(C) apenas II e IV.
(D) apenas I, III e IV.
(E) I, II, III e IV.

186. A política social, implementada durante a Era Vargas (1930-1945), legou-nos o ditado "Getúlio,
pai dos pobres". Assim, é correto afirmar que:

(A) O populismo favorecia a população com bolsas e isenções tarifárias.


(B) O regime autoritário era promovido pelas elites em troca de favores políticos.
(C) A política social favorecia a riqueza dos pais em detrimento das mães de família.
(D) Vários direitos foram garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
(E) O governo proletário enfatizava o patriarcado nas famílias brasileiras.

187. A Ação Integralista Brasileira (AI(B), chefiada por Plínio Salgado, era de caráter:

(A) socialista
(B) anarquista
(C) liberal
(D) democrático

102
(E) fascista

188. Sobre a Era Vargas, é correto afirmar que

(A) o país foi governado de forma descentralizada, respeitando o principio da federação e da


autonomia estadual.
(B) a substituição das importações foi estimulada durante a Segunda Guerra Mundial e o Estado
investiu em siderurgia e energia hidroelétrica.
(C) foram outorgadas duas novas constituições federais, de caráter autoritário e centralizado.
(D) foram destruídas as bases do populismo, responsável pelo fortalecimento da sociedade civil e
pelo enfraquecimento do Estado.

189. Outorga de uma Constituição, organização da leis trabalhistas, participação na Segunda Guerra
Mundial, são alguns fatos que lembram a figura de:

(A) Juscelino Kubitschek.


(B) João Goulart.
(C) Eurico Dutra.
(D) Getúlio Vargas.
(E) Café Filho.

190. "Getúlio Vargas foi o político que por mais tempo conduziu os destinos do Brasil Republicano.
Getúlio é considerado o grande mito político da nossa história recente. Seu suicídio, ocorrido há
cinquenta anos, foi um acontecimento trágico e único na História do Brasil, razão pela qual vem sendo
recordado e reforçado por múltiplos mecanismos da memória."

In:- "Revista Nossa História". Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, v.1,n. 10, ago. 2004.

A política desenvolvida por Getúlio Vargas no Brasil é caracterizada pela (o)

(A) alinhamento político incondicional à Alemanha nazista.


(B) adoção da reforma agrária em todo o território nacional.
(C) extensão dos direitos trabalhistas para os trabalhadores rurais.
(D) presença do Estado como agente do desenvolvimento econômico.

191. Getúlio Vargas marcou a história do Século XX no Brasil, porque

(A) marcou sua trajetória por um estilo antinacionalista, antidemocrático e anti-personalista.


(B) diminuiu drasticamente a influência política dos coronéis, fortalecendo a industrialização da
economia.
(C) manteve-se ao lado dos aliados, combatendo o nazi-fascismo, durante a Segunda Guerra
Mundial.
(D) fez a transição do Brasil rural para o urbano, através de uma política de defesa do Estado na vida
econômica, incorporando as massas urbanas ao processo político.

192. O fim da Segunda Guerra Mundial representou para o Brasil um momento de grande
transformação política, destacando-se a campanha de redemocratização que:

(A) dificultou a implantação da indústria de base.


(B) enfraqueceu a ideologia do trabalhismo no País.
(C) contribuiu para o declínio político do Estado Novo.
(D) obrigou a adoção de uma política externa independente.

193. O período do governo Vargas (1937-1945), chamado Estado Novo, coincidiu com a
radicalização política mundial de conteúdo corporativo. Esse movimento se sustentou na

(A) difusão das ideias corporativas do regime fascista italiano.


(B) intervenção do Estado nos partidos políticos, para derrotar o Plano Cohen.
(C) realização das eleições municipais e estaduais, instituindo o voto universal.

103
(D) eliminação do populismo como princípio de organização dos partidos políticos brasileiros.

194. O período da história brasileira conhecido como "Estado Novo" (1937-1945), pode ser
caracterizado:

(A) por um período de plena democracia no Brasil com base na Constituição de 1937.
(B) por uma ditadura instaurada por Getúlio Vargas.
(C) pelo governo de Juscelino Kubitschek, pautado no slogan "50 anos de realizações em 5 anos de
governo".
(D) pela ditadura militar, justificada por uma intensa disputa pelo poder entre capitalistas e
socialistas.
(E) pelo retorno à democracia após muitos anos de governos militares. Em muitos aspectos, a

195. Era Vargas (1930-1945) implementou mudanças no país em relação à Primeira República
(1889- 1930), pois

(A) promoveu as bases da industrialização, ao empreender uma política econômica intervencionista e


protecionista, além de orientar sua política externa na busca de recursos para implantar empresas
nacionais.
(B) passou a tratar a questão social como "caso de polícia", reprimindo as organizações da classe
operária com o fechamento de jornais, associações e sindicatos, embora permitisse sua representação
no Congresso.
(C) estabeleceu um Estado federativo, conferindo aos estados bastante autonomia ao permitir que
contraíssem empréstimos no exterior e estabelecessem impostos, sem necessidade de consulta ao
governo federal.
(D) desenvolveu uma nova política de valorização do café, por meio da compra e estocagem dos
excedentes pelos governos estaduais e por constantes desvalorizações cambiais para favorecer os
exportadores.
(E) autorizou a pluralidade sindical, porém os sindicatos ficaram atrelados ao Ministério do Trabalho,
graças ao imposto de seus associados, e reuniam patrões e empregados, à semelhança do
corporativismo fascista.

196. Sobre o Populismo presente no Brasil durante o Estado Novo, as alternativas a seguir estão
corretas, EXCETO:

(A) No governo de Getúlio Vargas, ao perceber a força do operariado brasileiro, elaborou-se a


política trabalhista para o país, que pode ser encarada como uma maneira de conquistar a simpatia dos
trabalhadores e, ao mesmo tempo, exercer um domínio sobre eles, controlando os sindicatos.
(B) O populismo é acompanhado de várias medidas de cunho paternalista, em que o líder é visto
como alguém que dá "as coisas" à população mais pobre, sejam coisas concretas ou não. Esse
paternalismo esteve muito presente na política brasileira.
(C) O Ato Institucional era uma medida utilizada pelos governos militares com o objetivo de atender
aos interesses da população trabalhadora e de garantir a luta por seus direitos trabalhistas.
(D) Com relação às leis trabalhistas, implantadas pelo governo getulista, podem-se destacar como
medidas populistas: salário mínimo, férias remuneradas, jornada diária não superior a oito horas,
proteção ao trabalho da mulher, estabilidade no emprego. Essas medidas garantiram a Getúlio Vargas o
título de "pai dos pobres".

197. Com a instituição do Estado Novo em 1937, Getúlio Vargas inaugurou um novo regime político
no Brasil, marcado pelo autoritarismo. Entre as características e mecanismos de controle da ditadura
varguista, pode-se citar.

(A) a mobilização das massas em grande escala através da atuação de um partido único controlado
pelo líder do governo.
(B) a opção pelo modelo de desenvolvimento econômico liberal, com a privatização dos meios de
produção e a abertura do mercado ao capital internacional.
(C) a difusão e veiculação de propagandas e ideais do novo regime através de programas de rádio
como o "Repórter Esso" e a "Hora do Brasil".
(D) o alinhamento contínuo e incondicional da política externa do país às diretrizes norte-americanas.

104
(E) o reforço das unidades federativas, que passaram a dispor de ampla autonomia político-
econômica e administrativa, com vistas a garantir a soberania e a integridade territorial frente a
ameaças imperialistas.

198. Em relação ao Estado Novo de Vargas, é COERENTE afirmar que:

(A) foram criados os Ministérios da Educação e Saúde Pública e do Trabalho, Indústria e Comércio
(B) a política cafeeira foi marcada pela criação do Conselho Nacional do Café (CN(C) em 1931, que
foi substituído, em 1933, pelo Departamento Nacional do Café (DN(C). Este órgão mantinha a Política
de Valorização do Café
(C) a Revolução Constitucionalista durou três meses e foi um fracasso do ponto de vista militar,
porém um sucesso do ponto de vista político. Getúlio nomeou um ministério composto por paulistas e
entregou o Governo de São Paulo aos cafeicultores
(D) caracterizou-se por amplo debate político e ideológico, em que o Partido Comunista e a Aliança
Nacional Libertadora tinham total liberdade de ação
(E) nele ocorreu a dissolução do Congresso Nacional; demissão de governadores estaduais e
extinção das bandeiras, armas, hinos e escudos estaduais; além da proibição das greves.

199. Com a Revolução de 1930, iniciou-se o governo de Getúlio Vargas (1930-1945), era de
consolidação gradual de um Estado forte e modernizador. NÃO constituiu fato marcante desse período
a(o)
(A) colapso do populismo e do nacionalismo como estratégias governamentais na condução do
processo político-econômico.
(B) eclosão do movimento constitucionalista de São Paulo, restabelecendo um novo compromisso
político entre sua elite e o poder central.
(C) adoção de amplas medidas repressivas por parte do governo, justificadas como mecanismo de
proteção contra o comunismo internacional.
(D) emergência de movimentos comunistas com propostas de conteúdo nacionalista e de defesa da
suspensão do pagamento da dívida externa.

200. O lema "50 anos de Progresso em 5 anos de governo", caracterizava-se pelo domínio de nosso
mercado interno por parte das grandes empresas multinacionais que se instalaram no país, sob a
presidência de(o):

(A) Juscelino Kubitscheck.


(B) Getúlio Vergas.
(C) General Eurico Gaspar Dutra.
(D) Jânio Quadros.
(E) General João Figueiredo.

201. Consistiu na política de Juscelino Kubistchek que pretendia desenvolver o Brasil, "50 anos em
5":

(A) Plano SALTE;


(B) Plano de Metas;
(C) Plano Trienal;
(D) Reformas de Base;
(E) Plano Cohen.

202. "Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. O ódio, as infâmias, a
calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada
receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na
História."
O texto acima é um fragmento de um importante documento histórico.

O referido documento é:

(A) a renúncia de Jânio Quadros;.


(B) o "impeachment" de Fernando Collor;

105
(C) a renúncia de D. Pedro I;
(D) o discurso de Ulisses Guimarães, pelas "Diretas-Já";
(E) a carta-testamento de Getúlio Vargas

203. Faziam parte das Reformas de Base de João Goulart, EXCETO:

(A) reforma agrária, com a divisão dos latifúndios improdutivos;


(B) reforma universitária, com a ampliação do número de vagas nas universidades;
(C) reforma eleitoral, com direito de voto aos analfabetos;
(D) reforma político-partidária com a criação de apenas dois partidos, a UDN e o MDB;
(E) controle da remessa de lucros para o exterior.

204. Sua campanha eleitoral teve como símbolo a Vassourinha, para varrer a corrupção. Seu
governo caracterizou-se por medidas excêntricas, como a proibição do biquíni e os "bilhetinhos", para
expedir suas ordens. Aproximou-se dos países comunistas e aos sete meses de governo, renunciou
alegando ser pressionado pelas "Forças Ocultas".

O texto acima, refere-se a:

(A) Jânio Quadros;


(B) Eurico Gaspar Dutra;
(C) Fernando Collor de Mello;
(D) Tancredo Neves
(E) Getúlio Vargas

205. O Plano SALTE, priorizava como metas de governo: saúde, alimentação, transporte e energia.

O Plano corresponde ao governo de:

(A) Jânio Quadros;


(B) Jucelino Kubistcheck;
(C) Eurico Gaspar Dutra;
(D) Getúlio Vargas;
(E) João Goulart.

206. Durante o governo de Getúlio Vargas (1951-1954), a política econômica era marcadamente
nacionalista. A adoção de uma política voltada para os interesses da nação determinou:

(A) o choque com os interesses imperialistas, principalmente o norte-americano, já que os países


capitalistas, durante a Guerra Fria, se agrupavam sob a direção e de acordo com os interesses dos
Estados Unidos.
(B) o estremecimento das relações entre Vargas e os EUA. Mas o presidente norte-americano,
Eisenhower, viu-se impossibilitado de não conceder os empréstimos prometidos, para não perder um
aliado na América.
(C) a falência dos projetos ligados à criação de empresas estatais, que monopolizariam setores
importantes da nossa economia, dada a falta de capital estrangeiro.
(D) o afastamento, do governo, do movimento trabalhista, que criava obstáculos para a implantação
do programa econômico.
(E) a retomada de uma campanha liderada pelo próprio presidente, que denunciava a remessa de
lucros para o exterior por parte das empresas nacionais.

207. Ao pedir que o povo votasse contra __________ no plebiscito de 6 de janeiro de 1963, o
governo de João Goulart pretendia obter maior poder e legitimidade política para promover
__________.

(A) o parlamentarismo as reformas de base


(B) o colégio eleitoral eleições livres e diretas
(C) a lei de segurança nacional a democratização política
(D) o seu impeachmant a abertura da economia ao capital estrangeiro

106
(E) a emenda institucional nŽ 3 sua reeleição

208. A construção de Brasília e a consequente transferência do Distrito Federal do Rio de Janeiro


para o planalto Central corresponderam a uma estratégia de fundo geopolítico que pretendia

(A) dinamizar a economia das regiões litorâneas mais desenvolvidas com uma industrialização com
base nacional.
(B) propiciar a seus moradores amplos espaços públicos de convivência para o exercício da
cidadania política.
(C) difundir um planejamento urbano moderno e democrático, integrando as cidades-satélites ao
plano Piloto.
(D) por meio de seu zoneamento, integrar as áreas residenciais, comerciais e políticas, garantindo
espaços com ausência de segregação.
(E) integrar territorialmente o País com a ocupação dos espaços interiores e ao mesmo tempo isolar
geograficamente o centro de decisão política do País.

209. Leia o trecho abaixo.

"Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo condenaram-me novamente e se


desencadeiam sobre mim. [...] Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios do domínio e
espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.
Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao
Governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos
nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei dos lucros extraordinários foi detida
no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. [...] Se as
aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço
em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco."
DEL PRIORE, Mary. "Documentos de história do Brasil: de Cabral aos anos 90". São Paulo: Scipione, 1997. p. 98-99.

Pode-se afirmar que o trecho acima faz parte da:

(A) proposta de reformas de base do presidente João Goulart, de 1964.


(B) carta de renúncia do presidente Fernando Collor de Mello, de 1992.
(C) carta-testamento do presidente Getúlio Vargas, de 1954.
(D) declaração ao povo brasileiro feita pelo governador Leonel Brizola, de 1962.
(E) carta de abdicação de Dom Pedro I, de 1831.

210. Leia este trecho:

Durante o governo do General Eurico Gaspar Dutra, foi criada, em 1948, "uma Comissão Técnica
Mista com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico brasileiro atrelado aos capitais e
interesses norte-americanos. Essa comissão, chefiada pelo economista brasileiro Otávio Gouveia de
Bulhões e pelo norte-americano John Abbink, produziu em 1949 um documento conhecido como
relatório Abbink. Segundo os princípios do liberalismo, o relatório dizia que o crescimento econômico
nacional deveria se dar pela dinamização da iniciativa privada, pela contenção da especulação
imobiliária nos principais centros urbanos e, sobretudo, pela expansão e modernização dos meios de
transporte e da produção de energia".

BERTOLLI FILHO, Cláudio. "De Getúlio a Juscelino". 1945-1961. São Paulo: Ática, 2000. p. 16.

Algumas propostas apresentadas por essa Comissão Técnica Mista tiveram desdobramentos que se
efetivaram ainda durante o Governo Dutra.
Entre esses desdobramentos, inclui-se a:

(A) expansão da malha rodoviária e a abertura do Brasil a empresas multinacionais norte-americanas


produtoras de automóveis, caminhões e tratores.
(B) nacionalização de todas as companhias estrangeiras de energia elétrica que atuavam no País,
visando a diminuir o custo de operação das empresas nacionais.

107
(C) privatização das empresas estatais, alocadas, a partir de então, nas mãos da iniciativa privada,
com base numa política de subsídios fiscais.
(D) adoção de um plano econômico governamental de investimentos, que priorizava as áreas de
saúde, alimentação, transporte e energia.

211. A renúncia de Jânio Quadros causou transtornos políticos que abalaram o Congresso Nacional.
A solução encontrada, para a posse de João Goulart na presidência, em 1961:

(A) conseguiu harmonizar os interesses e afastar as dificuldades políticas, com Tancredo Neves,
político da UDN, como primeiro-ministro.
(B) não teve a participação de militares; mas, apenas, do partido político mais forte, a UDN, sob a
liderança de Tancredo Neves.
(C) não conseguiu desfazer as tensões políticas por inteiro, sobretudo a insatisfação de grupos da
burguesia e de militares que temiam as propostas defendidas por Jango.
(D) não teve a participação das forças de esquerda, em razão das relações que o novo presidente
tinha com o varguismo.
(E) teve amplo apoio dos militares mais expressivos politicamente e dos partidos políticos de
ideologia liberal, como a UDN e o PSD.

212. (VUNESP PMSP 2014)

“Os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart começaram a ser exumados nesta
quarta-feira, em São Borja, a 594 quilômetros de Porto Alegre (RS). Os exames fazem parte dos
esforços da Comissão Nacional da Verdade (CNV) para determinar se Jango foi ou não assassinado
durante a ditadura militar.”

(Jornal do Brasil, 13 de novembro de 2013)

A respeito da conjuntura política do período histórico citado no texto, é correto afirmar que João
Goulart:

(A) rompeu com a política de Getúlio Vargas angariando apoio de seus adversários.
(B) foi populista e garantiu aproximação com a Esquerda por meio das suas Reformas de Base.
(C) teve seu governo fortalecido pelo regime parlamentarista em vigor naquele período.
(D) representou integralmente os interesses das elites conservadoras.
(E) iniciou as edições dos atos institucionais visando combater o avanço da Esquerda no Brasil.

213. (VUNESP PMSP 2012)

Observe a charge do cartunista Ziraldo.

(mestresdahistoria.blogspot.com)

A charge está relacionada com a medida tomada pelo regime militar, em 1968, contra os movimentos
sociais, promovendo a:

(A) extinção de todos os partidos e o fim das eleições para presidente.


(B) revisão da constituição brasileira e a cassação do presidente.
(C) perseguição a opositores do governo e a cassação de direitos.
(D) prisão de opositores do governo e a troca de militares por civis.
(E) reabertura do Congresso Nacional e a adoção de um só
partido.

214. Os governos militares (1964-1985) adotaram algumas diretrizes políticas e econômicas


responsáveis pela(o):

(A) liberdade sindical e Nacionalismo.


(B) arrocho salarial e subordinação ao capital estrangeiro.

108
(C) não endividamento externo e estatização das empresas.
(D) redistribuição de renda a maior liberdade às pequenas empresas.
(E) não intervencionismo do Estado na economia.

215. Não se considera como causa da crise do Regime Militar:

(A) a vitória do MDB para o Senado em 1974;


(B) a crise mundial do petróleo em 1974, que comprometeu o "Milagre Econômico";
(C) o Plano Cruzado;
(D) as greves operárias no ABC paulista em 1981;
(E) a campanha Diretas Já.
216. Foi então que estreou no teatro Municipal de São Paulo a peça clássica Electra, tendo
comparecido ao local alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça e acusado de
subversão, mas já falecido em 406 a.C.

A minissaia era lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o delegado de Costumes
declarava aos jornais que prenderia o costureiro francês Pierre Cardin, caso aparecesse na capital
mineira (...) Toda essa cocorocada iria influenciar um deputado estadual de lá (...) que fez discurso na
câmara sobre o tema: "Ninguém levantará a saia da mulher mineira".

(HOLLANDA, Heloisa Buarque de & GONÇALVES, Marcos Augusto. Cultura e participação política nos anos 60. São
Paulo: Brasiliense, 1999.)

Os trechos acima, retirados do livro de Stanislaw Ponte Preta, "FEBEAPÁ - Festival de besteira que
assola o país", satirizam uma situação que se tornou comum no Brasil, no pós-1964.

Esta situação está corretamente apontada na aliança entre:

(A) Estado e setores das classes médias, pelo ufanismo patriótico e controle de opinião
(B) intelectuais e consumidores, pela defesa dos valores da pátria e contra a alienação cultural
(C) militantes de esquerda e igreja católica, contra o processo de modernização e a "bolchevização"
do país
(D) classe artística e universidades públicas, pela moralidade e desenvolvimento de atividades
culturais

217. Em 1968, o Brasil foi surpreendido pelas greves operárias de Osasco e Contagem. A esse
respeito é correto afirmar:
(A) Lideradas pelo torneiro-mecânico Luís Inácio da Silva, constituíram a primeira grande
contestação política ao regime militar.
(B) As movimentações operárias provocaram uma flexibilização do regime, que acabaram por
conduzir ao processo de abertura política.
(C) As greves acabaram por provocar a destituição do ministro do Trabalho Jarbas Passarinho e
levaram ao reconhecimento das lideranças sindicais por parte do governo.
(D) As greves provocaram uma reação em cadeia contra o regime militar, que culminou na
organização da greve geral de 1968.
(E) As greves adicionaram um ingrediente a mais nesse ano de grande agitação política, que
culminaria no endurecimento do regime com a implementação do AI-5.

218. O Ato Institucional n° 5, editado em dezembro de 1968, durante o governo de Costa e Silva,
determinava que:

(A) na área econômica, seria seguida, em linhas gerais, a orientação do governo de João Goulart,
principalmente no setor agrícola.
(B) o Congresso Nacional seria colocado em recesso, eliminando, dessa forma, um dos poderes do
Estado, o Poder Executivo.
(C) seria alterada a estrutura do Poder Judiciário e retirada do Supremo Tribunal a capacidade de
arbitrar o conflito entre as leis.
(D) seriam restringidas às liberdades constitucionais dos cidadãos, mas permaneceria, contudo, o
direito de habeas-corpus.

109
(E) seriam concedidos, ao Executivo, amplos poderes, inclusive o de poder legislar durante o recesso
parlamentar.

219. O golpe militar em 1964 foi acompanhado por alterações na organização política do Brasil,
como a cassação de direitos políticos, o fechamento de partidos e a censura. A partir de 1969, iniciou-
se um período conhecido como "milagre" econômico brasileiro, em que predominaram os investimentos
em bens de consumo duráveis, a exportação de manufaturados e a abertura do mercado ao capital
estrangeiro. Foi também característica deste modelo econômico:

(A) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional.


(B) o investimento de capitais nas pequenas indústrias.
(C) a redução dos salários dos trabalhadores menos qualificados.
(D) a extinção do Sistema Financeiro da Habitação.
(E) a criação da SUDENE.

220. "...A UNE reúne futuro e tradição...A UNE é união... A UNE somos nós... A UNE é a nossa voz".

"Hino da UNE", Vinicius de Moraes e Carlos Lira.

A participação do movimento estudantil na cena política brasileira foi marcante na luta contra o nazi-
facismo, na campanha pelo petróleo e, mais recentemente, na campanha pelo impeachment de
Fernando Collor de Mello. A respeito da história da UNE, a principal entidade estudantil brasileira, é
correto afirmar que:

(A) A UNE foi fundada em 1937 por estudantes contrários ao Estado Novo, atuando na
clandestinidade até 1945, quando passou a ser reconhecida oficialmente.
(B) Apesar do golpe de 1964, a UNE foi poupada da repressão, que só se voltou contra a entidade
após o AI-5 de dezembro de 1968.
(C) A partir de 1964, a UNE passou a ser controlada por grupos paramilitares e seus congressos
eram realizados em áreas militares, como o quartel de Ibiúna, em 1968.
(D) Apesar de ter sido declarada ilegal durante a ditadura, a UNE não teve nenhum de seus líderes
presos pelo regime militar, que procurava manter o apoio das classes médias.
(E) Após mais de dez anos de desarticulação e clandestinidade, a UNE foi restabelecida em 1979 e
tornou-se um dos instrumentos de oposição ao regime militar.

221. As eleições representaram uma importante mudança nos rumos da política brasileira porque:

(A) A derrota do partido da situação na Câmara dos Deputados demonstrava o processo de desgaste
do regime militar junto ao eleitorado brasileiro.
(B) Marcaram o início do bipartidarismo no Brasil e a vitória da oposição nas eleições para o Senado
Federal.
(C) Apesar da adoção da Lei Falcão, que impedia os candidatos de discursar e expor suas ideias no
rádio e na televisão, a oposição saiu-se amplamente vitoriosa.
(D) A campanha pelo voto nulo, levada à frente pela oposição, mobilizou milhões de brasileiros que
demonstraram seu descontentamento com a ditadura.
(E) Pela primeira vez desde a introdução do bipartidarismo, a oposição conseguiu uma votação maior
que o partido do governo nas eleições para o Senado.

222. Ao chegar à Oban, fui conduzido à sala de interrogatórios. A equipe do capitão Maurício passou
a acarear-me com duas pessoas. O assunto era o congresso da UNE em Ibiúna, em outubro de 1968.
Queriam que eu esclarecesse fatos ocorridos naquela época. Apesar de declarar nada saber, insistiam
para que eu "confessasse". Pouco depois levaram-me para o pau-de-arara. Dependurado, nu, com
mãos e pés amarrados, recebi choques elétricos, de pilha seca, nos tendões dos pés e na cabeça.
Eram seis os torturadores, comandados pelo capitão Maurício. Davam-se "telefones" (tapas nos
ouvidos) e berravam impropérios. Isso durou cerca de uma hora.

Frei Betto. "Batismo de sangue: os dominicanos e a morte de Carlos Marighella". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1983.

110
O texto acima discorre sobre os procedimentos dos militares e demais grupos responsáveis pela
repressão contra aqueles que lutavam contra a ditadura instaurada no Brasil em 1964. Sobre a ação do
regime ditatorial, podemos afirmar que:

(A) a suspensão dos direitos e garantias individuais serviu ao propósito de debelar a oposição com
violência.
(B) a tolerância política dos generais-presidentes conteve os excessos dos simpatizantes da
ditadura.
(C) a sociedade brasileira estava indiferente às questões da democracia e da justiça social.
(D) os tenentes foram os responsáveis pelo questionamento da ordem e exigiram medidas
modernizadoras.
(E) o estabelecimento do Estado Novo garantiu a entrada do país na etapa da redemocratização
política.
223. Tendo como estopim a recusa do Congresso Nacional, na sessão de 12 de dezembro de 1968,
em conceder licença para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado por ofender os
militares num discurso na Câmara, no qual os responsabilizou pela violência contra os estudantes, o
governo editou o mais repressor de todos os Atos Institucionais: o AI-5.

(Marcos Napolitano, "O regime militar brasileiro: 1964-1985")

Entre outras medidas, o AI-5 permitia ao presidente da República


(A) legislar por meio de medidas provisórias e indicar senadores e deputados federais.
(B) intervir em Estados e municípios, cassar mandatos e suspender direitos políticos.
(C) cassar mandatos políticos apenas com a permissão da Câmara dos Deputados.
(D) decretar a pena de morte para quem atentasse contra a segurança nacional.
(E) criar uma nova moeda, censurar a imprensa escrita e torturar presos políticos.

224. O período de transição da ditadura militar para a chamada redemocratização no Brasil, em


meados da década de 1980, caracterizou-se por disputas políticas que giravam em torno da
possibilidade de ruptura ou continuidade do modelo que havia vigorado até então. Acerca da década de
1980 no Brasil, pode-se afirmar que foi um período de:

(A) grande expansão social e econômica, embora fortemente perturbado pelas incertezas quanto à
consolidação do modelo democrático.
(B) forte desenvolvimento da indústria de base e de transformação, ainda que não tenha sido
acompanhado por outros setores da economia.
(C) recomposição da mão-de-obra, como resultado do declínio das migrações internas,
especialmente as do Nordeste para o Sudeste.
(D) recessão das atividades econômicas e de crises sucessivas marcadas por uma inflação
ascendente, tanto que muitos a consideram uma década perdida.
(E) ampla abertura ao capital internacional, propiciando por essa via o aumento do produto interno
bruto (PIB) e o desenvolvimento do Brasil.

225. Assumindo o governo após o período repressivo do general Emílio Garrastazu Médici, o general
Ernesto Geisel iniciou o processo de liberalização lenta e gradual do regime autoritário. Seu governo,
entretanto, foi marcado por alternâncias de medidas tênues de abertura e outras de natureza
discricionária. Em 1977, impôs um conjunto de medidas conhecidas como "pacote de abril", cuja
característica central foi:

(A) Implementar um projeto de abertura política democrática com eleições diretas para os governos
dos estados, municípios e das câmaras legislativas.
(B) Estabelecer medidas que reforçassem o Ato Institucional nŽ 5 (AI-5), ampliando as possibilidades
quanto à participação popular nas eleições presidenciais.
(C) Apresentar um conjunto de propostas que visavam flexibilizar a legislação trabalhista, conferindo
maior autonomia aos sindicatos e ao movimento dos trabalhadores.
(D) Ampliar os poderes das forças de repressão através da decretação do estado de sítio,
objetivando com isso a extinção das ações revolucionárias, como, por exemplo, as da guerrilha do
Araguaia.

111
(E) Impedir através de alterações das regras eleitorais uma possível vitória das oposições nas
eleições do ano seguinte.

226. No dia 13 de dezembro de 1968, o governo brasileiro baixou o Ato Institucional nŽ 5 (AI - 5). Em
fevereiro de 1969, surgiu o decreto-lei nŽ 477.

O governo, com estas duas medidas jurídicas, pretendia:

(A) anistiar os envolvidos com a guerrilha do Araguaia e iniciar um período de distensão política.
(B) consolidar as reformas iniciadas pelo vice-presidente Pedro Aleixo, permitindo, respectivamente,
o funcionamento dos partidos políticos e das entidades estudantis.
(C) institucionalizar a repressão, suspendendo as garantias constitucionais e individuais, e afastar
das universidades brasileiras os elementos considerados subversivos.
(D) isolar os generais que defendiam um endurecimento do regime militar e preparar o país para a
"abertura política" realizada pelo presidente Emílio Garrastazu Médici.
(E) acabar com a guerrilha do Bico do Papagaio (AI - 5) e impedir a votação da Lei de Anistia
proposta pela Arena em agosto de 1968.

227. A presença dos militares na vida política brasileira pode ser vista em duas dimensões: na
primeira, esses atores políticos assumem o papel arbitral-tutelar na condução das questões de Estado
e, na segunda, assumem o papel de dirigentes hegemônicos da coisa pública.

A dimensão arbitral-tutelar NÃO está presente:

(A) no Movimento de 1930, que, sob o comando de Vargas, derruba do poder a oligarquia cafeeira.
(B) no Golpe civil-militar, que depôs o Governo Constitucional do Presidente João Goulart.
(C) na queda do estadonovismo, abrindo o País para o processo de redemocratização.
(D) na garantia de posse de Juscelino Kubitschek sob ameaça de um golpe de Estado.

228. "BRASIL, AME-O OU DEIXE-O."

Esse slogan, amplamente divulgado e propagado no auge do período da ditadura militar, criava um
clima de ufanismo para:

(A) anunciar à população brasileira o firme propósito do governo de promover a distensão política,
assim que todos os comunistas deixassem o País.
(B) justificar a nova postura dos militares para atrair o apoio da opinião pública contrária ao regime
autoritário, abrindo caminho para o processo de abertura política.
(C) abrandar os rigores do autoritarismo, permitindo que todos os insatisfeitos com o regime militar
abandonassem espontaneamente o País.
(D) demonstrar a profunda intolerância do governo com os setores do movimento de oposição, que
optaram pela luta armada contra o regime.

229. A Copa do Mundo de Futebol, para o Brasil, tem significados que transcendem o aspecto
esportivo, uma vez que é um dos principais símbolos da identidade nacional. Por isso, a apropriação
política deste evento pelos sucessivos governos é bastante frequente. Em relação à conquista do
tricampeonato mundial de futebol em 1970, é CORRETO afirmar:

(A) Foi utilizada como propaganda ideológica pelo regime militar, reforçada com slogans ufanistas,
tais como "Ninguém segura este país" e "Brasil, ame-o ou deixe-o".
(B) Transformou a mentalidade brasileira em relação aos problemas raciais, pois mostrou o valor dos
atletas negros, estimulando políticas públicas de inclusão social.
(C) Foi utilizada pelo regime militar como um meio de desviar as atenções para a forte estagnação
econômica ocorrida no Brasil nesse período.
(D) Estimulou os movimentos populares a contestarem o regime militar, através das constantes
declarações dos jogadores da Seleção à imprensa internacional, denunciando as arbitrariedades do
regime.

112
230. (VUNESP PMSP 2013)

O processo de redemocratização do Brasil avançou em 1979, com a extinção do Ato Institucional


número 5 (AI-5) e a anistia política. Ele foi, de certa forma, consolidado, em 1982, com:

(A) a adoção de medidas econômicas liberais.


(B) a criação da Lei de Segurança Nacional.
(C) as eleições diretas para os governos estaduais.
(D) a extensão do direito de voto aos analfabetos.
(E) a vitória da oposição no Colégio Eleitoral.

231. No final da década de 70 houve, na sociedade brasileira, mobilizações pela anistia ampla, geral
e irrestrita. Acerca desses acontecimentos estão corretas as afirmativas, à EXCEÇÃO de:

(A) Entre as mudanças que contemplaram reivindicações populares, destacou-se a concessão de


anistia a presos e exilados políticos.
(B) A resposta do governo do General Geisel às mobilizações políticas e sociais correspondeu à
promoção de uma abertura lenta, gradual e segura.
(C) Entre as mudanças políticas destacaram-se: a revogação do Ato Institucional nŽ 5 e o
restabelecimento do direito de "habeas corpus".
(D) O processo de anistia foi seletivo, não contemplando os militantes de esquerda contrários ao
golpe de 1964.
(E) A abertura política caracterizou-se, entre outros aspectos, pelo fim do bipartidarismo e pelo
retorno do pluripartidarismo.

232. O movimento pelas "Diretas Já" (1984), que levou milhões de brasileiros às ruas, reivindicava:

(A) a realização das primeiras eleições municipais e estaduais desde o golpe de 64.
(B) o pluripartidarismo, uma vez que até aquele momento as eleições eram disputadas entre dois
partidos - ARENA e MDB.
(C) o direito do voto feminino e do voto do analfabeto, proibido pelos militares depois de 64.
(D) o fim dos senadores biônicos, que eram indicados pelos generais para ocupar lugar de destaque
no Senado.
(E) o fim da ditadura militar, por meio de eleições para a Presidência da República, ainda naquele
ano.

233. O atual presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, esteve a frente de um importante
movimento no final dos anos 70: as greves do ABC. Sobre esse movimento, é correto afirmar que:

(A) era de crítica à política econômica do governo Figueiredo, eram ilegais e contribuíram para a
reorganização do sindicalismo no Brasil.
(B) a intensa repressão policial deu um fim rápido ao movimento.
(C) a Igreja, aliada do governo, nunca prestou ajuda aos grevistas.
(D) representaram o único foco de resistência trabalhista, tendo em vista que outras categorias,
temendo a repressão do governo, não participavam de greves.
(E) as greves do ABC tinham fundo apenas ideológico, pois o "milagre brasileiro" vivia o seu apogeu.

234. O fim do período militar no Brasil, na década de 80, associa-se à

(A) aprovação da emenda sobre as eleições diretas para o próximo mandato.


(B) denúncia da prática de violência por órgãos do Estado.
(C) vitória da Aliança Democrática no colégio eleitoral.
(D) renúncia do presidente em exercício.
235. A vitória de Tancredo Neves nas eleições presidenciais indiretas em 1985 foi favorecida pelo
movimento "Diretas Já".

Sobre esse fato, é INCORRETO afirmar que:

(A) a oposição recebeu o apoio da dissidência do partido do Governo.

113
(B) a oposição teve o apoio de setores expressivos das Forças Armadas.
(C) os dois partidos do período militar, a ARENA e o MDB, foram extintos.
(D) os movimentos populares de sindicatos e de estudantes apoiaram os candidatos da oposição.

236. Os acontecimentos marcantes do governo do general Figueiredo (1979-1985) foram:

(A) Pacote de Abril, implantação de nova moeda, Lei do Abate.


(B) Ato Institucional n¡. 5, fechamento do Congresso, Lei Falcão.
(C) Plano Cruzado, instalação do parlamentarismo, bipartidarismo.
(D) Lei da anistia, atentado Rio Centro, campanha pelas "Diretas Já".

237. Observe a figura a seguir:

Com base na figura e nos conhecimentos sobre o Brasil Contemporâneo, a manifestação visava a
reivindicar:

(A) Eleições diretas de modo a instituir o regime parlamentarista.


(B) Derrubada do poder então vigente conforme exigência dos operários.
(C) O impeachment do presidente da república, denunciado por corrupção.
(D) A convocação de eleições diretas, após vinte anos de regime ditatorial.
(E) A participação dos estudantes no governo, na forma de democracia direta.

238. O processo de redemocratização brasileiro, no final da década de 70, combinou pressões da


sociedade civil e a estratégia de distensão/abertura do próprio regime militar. Assinale o processo social
que caracteriza objetivamente esse momento.

(A) Revogação dos atos institucionais, por iniciativa do governo, após negociação com a sociedade
civil organizada.
(B) Aumento da guerrilha urbana por parte de facções como colina, MR8, Var-Palmares, ação
popular e outros.
(C) Avanço do movimento sindical com a eliminação dos direitos básicos do trabalhador brasileiro.
(D) Vitória do movimento popular das "Diretas Já" que, com sua aprovação, permitiu eleições gerais
em 1982.

239. "O general Ernesto Geisel, candidato da Arena, venceu facilmente o representante da oposição
em janeiro de 1974. (...) o novo presidente iniciou o processo de flexibilização do regime através da sua
política de distensão, que previa uma série de alterações parciais (abrandamento da censura e de
medidas repressivas, e negociações com setores oposicionistas). Seu objetivo era atenuar as tensões
decorrentes do exercício do poder sob regras tão autoritárias e alargar a base de sustentação do
governo através da cooperação de setores da oposição.

(Flavio de Campos, "Oficina de História - História do Brasil").

Apesar do anúncio de distensão política, durante esse governo ocorreram retrocessos nesse
processo, representados:

(A) pela imposição do AI-5 e pela organização da OBAN.


(B) pela criação da Escola Superior de Guerra e pela proibição da Frente Ampla.
(C) pelo decreto da Lei de Segurança Nacional e pela outorga da ARENA e do MDB.
(D) pelo adiamento das eleições de 1978 e pela criação do SNI.
(E) pela imposição do Pacote de Abril e pela Lei Falcão.

240. O movimento denominado "Diretas já!", que começou reunindo poucos milhares de pessoas nas
principais cidades brasileiras, acabou ganhando a simpatia da maior parte da população do país e
tomou proporções gigantescas.

Esse movimento exigia:

(A) eleições diretas depois da renúncia de Jânio Quadros.

114
(B) o fim do AI-5, a volta dos direitos políticos e o retorno das eleições pelo voto universal.
(C) o fim das torturas e a aprovação da lei de anistia política.
(D) a anistia política e o retorno dos exilados políticos para o Brasil.
(E) o fim da ditadura militar e eleições diretas para presidente.

241. Ao assumir a presidência da República, estabeleceu um plano econômico com a finalidade de


acabar com a inflação, confiscando as cadernetas de poupança, as aplicações financeiras e as contas
correntes, gerando uma grave crise na indústria, desemprego e a falência de várias empresas.

O texto acima, refere-se a:

(A) José Sarney e o Plano Cruzado;


(B) Itamar Franco e o Plano Real;
(C) Garrastazu Médici e o I Plano Nacional de Desenvolvimento;
(D) Fernando Henrique Cardoso e o Plano Real;
(E) Fernando Collor de Melo e o Plano Collor.

242. Os fatos abaixo apresentam fases do processo de transição ao regime democrático no Brasil
contemporâneo. Assinale a sequência cronológica correta.

(A) Anistia - Diretas já - Nova República - Constituição de 1988 - Plano Cruzado


(B) Diretas já - Anistia - Eleição do presidente Sarney - Plano Cruzado - Constituição de 1988
(C) Anistia - Plano Cruzado - Constituição de 1988 - Diretas já - Eleição de Collor
(D) Diretas já - Nova República - Plano Cruzado -Constituição de 1988 - Eleição de Collor
(E) Anistia - Plano Cruzado - Eleição de Tancredo Neves - Constituição de 1988 - Diretas já

243. Sobre a eleição de Tancredo Neves, em 1985, é correto afirmar:

(A) foi eleito pela Aliança Democrática, de forma direta, tendo como opositor Paulo Maluf.
(B) foi eleito pela Aliança Democrática, de forma indireta pelo Colégio Eleitoral, tendo como opositor
José Sarney.
(C) foi eleito somente pelo PMDB, de forma direta, tendo como opositor Paulo Maluf.
(D) foi eleito somente pelo PMDB, de forma indireta pelo Colégio Eleitoral, tendo como opositor Paulo
Maluf.
(E) foi eleito pela Aliança Democrática, de forma indireta pelo Colégio Eleitoral, tendo como opositor
Paulo Maluf.

244. O retorno do Brasil ao regime democrático na década de 80 teve como um de seus marcos
significativos a (o)

(A) promulgação da nova Constituição Republicana em 1988.


(B) eleição de Tancredo Neves, no colégio eleitoral, para presidir o Brasil.
(C) vitória do movimento pela eleição direta para Presidente da República.
(D) movimento dos "caras pintadas" a favor do "impeachment" de Fernando Collor.

245. O modelo econômico que passou a ser implementado no Brasil, a partir da década de 1990, é
marcado pela(o):

(A) uso de mecanismos inflacionários para assegurar o financiamento do Estado.


(B) política centrada na adoção de baixas taxas de juros para financiar a dívida pública brasileira.
(C) projeto de recuperação econômica para fortalecer o crescimento da agricultura familiar.
(D) privatização de empresas estatais, justificada pela necessidade de superação do déficit fiscal.

246. A partir de 1989, a América Latina incorpora o neoliberalismo. Este modelo, contestado por
diferentes grupos e movimentos sociais, caracterizou-se, neste continente, por:

(A) atenuar as diferenças sociais e a dependência em relação ao capital internacional, ofertando o


pleno emprego.

115
(B) estimular o desenvolvimento do campo social e político e implementar uma sociedade mais justa
e igualitária.
(C) diminuir o poder da iniciativa privada transnacional, mediante a intervenção do Estado a favor da
burguesia nacional.
(D) ter uma base econômica formada por empresas públicas que regularam a oferta e a demanda,
assim como o mercado de trabalho.
(E) instaurar um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defendeu a diminuição da
ingerência do Estado na economia.

247. No final do século passado, a falência do socialismo real na Europa, o fim da Guerra Fria e a
emergência dos blocos econômicos internacionais (NAFTA, UE etc.) principiaram uma nova ordem
mundial que ficou conhecida como globalização. Sobre esta nova ordem mundial, é correto afirmar que:

(A) foi bloqueada pelo imperialismo associado ao capital financeiro.


(B) esgotou-se na revolução comercial mercantilista durante o Antigo Regime.
(C) trouxe uma nova dinâmica para a economia, tornando mais fluida a circulação do capital
financeiro.
(D) acabou com as fronteiras nacionais, dando total liberdade de locomoção às pessoas e
mercadorias.
(E) tornou-se inevitável em decorrência do avanço de novas tecnologias de armazenamento e
veiculação da informação.

248. A queda do Muro de Berlim provocou não só o fim da Guerra Fria, mas também a instauração
de um novo mundo baseado em novas relações econômicas e geopolíticas dominadas pelo capitalismo.

A Nova Ordem Internacional, ou Globalização que se instaurou, conforme a afirmação acima, tem
como características fundamentais:

(A) o fortalecimento do "Estado de bem-estar", o desenvolvimento de políticas públicas e a


eliminação de barreiras protecionistas.
(B) o fechamento das fronteiras nacionais ao capital especulativo, o investimento maciço na
agricultura e a geração do emprego.
(C) a ampliação do papel do Estado protecionista, a criação de uma moeda-padrão internacional e o
fortalecimento das culturas nacionais.
(D) a busca do "Estado mínimo", a formação de blocos econômicos supranacionais e a eliminação
das barreiras protecionistas.
(E) a formação de blocos com propósitos belicistas, a intensificação da produção industrial e uma
forte barreira ao capital especulativo.

249. O mundo globalizado organiza o Estado-Nação sem as antigas delimitações fronteiriças e


independente das diferenciações étnicas, diferentemente do que acontecia no século XIX e na maior
parte do século XX. Sobre essa nova realidade, é correto afirmar, EXCETO:

(A) A ascensão da hegemonia norte-americana no mundo impõe uma lógica de integração baseada
na perspectiva do mercado capitalista.
(B) O surgimento das teses neoliberais sugere a integração dos mercados como meio e fim da
integração cultural.
(C) Devido à crise do Estado do Bem Estar Social, há uma diminuição do papel do Estado nas
economias capitalistas.
(D) O fortalecimento das economias socialistas propõe a defesa de um Estado forte a partir de seu
grupo étnico dominante.
(E) A globalização é caracterizada pelo toyotismo e pelo neoliberalismo

250. Ao surgir nos Estados Unidos, no começo da década de 1980, o termo "globalização"
significava uma liberalização planetária das trocas comerciais. Na década de 1990, além do campo
econômico, a concepção estendeu-se à intensa e inédita circulação mundial da cultura e da informação,
dotada de uma certa homogeneização.

Em relação ao fenômeno descrito no texto apresentado, considere as seguintes afirmações.

116
I - A derrocada do consumismo no leste europeu e a intensificação da abertura da economia pela
China contribuíram para uma maior unificação dos mercados mundiais.
II - A revolução das comunicações, especialmente com a Internet, acentuou a dimensão cultural da
globalização.
III - Um dos sustentáculos da globalização são as empresas transnacionais.

Quais estão corretas?

(A) Apenas II.


(B) Apenas I e II.
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.

251. A propósito do fenômeno da globalização, é correto afirmar que ele:

(A) propiciou a recuperação da economia dos Estados Unidos, que logrou uma balança comercial
favorável desde então.
(B) permitiu um acelerado avanço econômico por parte de alguns países em desenvolvimento.
(C) logrou criar postos de trabalho nos setores dinâmicos, os quais absorveram amplamente os
desempregados dos setores tradicionais.
(D) promoveu a abertura do comércio de produtos agrícolas, com o fim dos subsídios nos países
desenvolvidos.
(E) eliminou os entraves à transferência de tecnologias avançadas, hoje repassadas aos países em
desenvolvimento.

252. O controle dos votos nas eleições pelos coronéis na República das Oligarquias, era chamado
de:

(A) Eleições do Cacete;


(B) Curral eleitoral;
(C) voto de cabresto;
(D) voto censitário;
(E) voto distrital.

253. A região do vale amazônico conheceu um período de grande desenvolvimento entre o final do
século XIX e o início do século XX, em decorrência de uma importante atividade econômica.

Esse período é conhecido como:

(A) Ciclo do cacau;


(B) Ciclo do garimpo;
(C) Projeto Carajás;
(D) Ciclo da Borracha;
(E) Zona Franca.

254. A crise de 1929, que teve início nos Estado Unidos, afetou o Brasil econômica e politicamente,
provocando sobretudo:

(A) a crise nas exportações industriais, prejudicando a burguesia;


(B) a redução dos investimentos estrangeiros na extração do látex;
(C) o aumento do desemprego nas atividades comerciais e as greves operárias;
(D) um salto nas exportações devido ao desabastecimento norte-americano;
(E) a crise na lavoura cafeeira, comprometendo a "República das Oligarquias".

117
255. Exigia-se para a cidadania política uma qualidade que só o direito social da educação poderia
fornecer e, simultaneamente, desconhecia-se esse direito. Era uma ordem liberal, mas profundamente
antidemocrática e resistente aos esforços de democratização.

José Murilo de Carvalho


A República Velha (1894-1930), em relação à participação política dos cidadãos, determinou:

(A) a escolha de um modelo republicano pautado nos moldes norteamericanos, que garantiam a
defesa da liberdade individual, expressa no voto censitário.
(B) o projeto de uma república liberal dos cafeicultores, que, para se efetivar, necessitou do apoio
das demais classes sociais. O voto era extensivo a todo o povo brasileiro.
(C) a formulação de uma república que garantisse os direitos individuais de todos os seus cidadãos,
sem distinções, evidenciada na eliminação do voto censitário.
(D) a perpetuação da injustiça social e dos privilégios de setores oligárquicos. O voto popular era
manipulado pelos grupos dominantes.
(E) a eliminação do voto censitário e a adoção do voto universal, que ampliaram, de forma
significativa, a porcentagem de eleitores nesse período.

256. Concebendo a "cultura" no sentido de Gilberto Freyre - como expressão global da vida política e
do espírito, social e individual, vital e humana, pode-se dizer que José Lins do Rego é a expressão
literária da cultura da sua terra; é mais da terra que dos livros. É a consciência literária da casa-grande
e da senzala, dos senhores de engenho e dos pretos, dos bacharéis e dos moleques, de todo um
mundo agonizante. Foi ontem, isso? Ou é ainda hoje assim, ou vive apenas na sua memória
incomparável?

(Otto Maria Carpeaux. O brasileiríssimo José Lins do Rego. Prefácio a "Fogo morto")

O mandonismo local esteve presente na sociedade brasileira desde o período colonial e adquiriu a
forma de "coronelismo" após a proclamação da República e vinculou-se à existência

(A) da produção cafeeira, da expansão urbana e da política do café-com-leite.


(B) do poder oligárquico, do positivismo e da militarização do governo.
(C) da produção de cana-de-açúcar, do voto censitário e do regime parlamentar.
(D) do voto de analfabetos, da maçonaria e da política dos governadores.
(E) do latifúndio, da troca de favores e do voto de cabresto.

257. Assim, enquanto Prestes aderia ao comunismo - mostrando, ao mesmo tempo, que a vitória de
Getúlio Vargas significaria a mera substituição de uns grupos oligárquicos por outros no poder, (...) os
"tenentes se deixavam envolver pela campanha da Aliança Liberal...”.

(Prestes, Anita Leocádia. "Uma epopéia brasileira - a Coluna Prestes", Editora Moderna, 1995, pág. 103)

Interpretando o texto e com ajuda de seus conhecimentos históricos, assinale a única alternativa
correta:

(A) Luiz Carlos Prestes, principal líder da "Coluna Prestes", pretendia derrubar o governo opressivo
de Epitácio Pessoa.
(B) a Aliança Liberal defendia a candidatura de Júlio Prestes, que governava São Paulo.
(C) os Tenentes, expressão do movimento político do "Tenentismo", representavam a ideologia
socialista e revolucionária.
(D) os grupos oligárquicos substituídos representavam principalmente a cafeicultura.
(E) A "Coluna Prestes" nunca foi completamente derrotada pelos legalistas, porque fazia a "guerra de
posições", enquanto aqueles faziam a "guerra de movimento".

118
258. "A associação dá ao operariado coesão e meios de pedir, e de exigir... pois a associação
solidariza os operários da mesma indústria. Assim, nós, patrões, perdemos as vantagens de tratar 'só
com os nossos operários', isolados e fracos e vamos ser obrigados a tratar com a associação, pelo
menos tão forte como nós.
Assim, o contrato individual... tem de ser substituído pelo contrato coletivo com essas associações. É
desagradável, concordo, mas é inevitável e, afinal, é justo".

(Jorge Street, "O País", 12.06.1919.)

Essa observação pode ser considerada

(A) representativa do empresariado da época, consciente da fraqueza dos trabalhadores.


(B) socializante, por se tratar de um empresário que defende os interesses operários.
(C) demagógica, por estimular os trabalhadores a se organizarem em sindicatos.
(D) avançada, dado que, na época, os empresários em geral e o Estado eram insensíveis à questão
social.
(E) populista, uma vez que visava cooptar o movimento operário para a luta em prol da
industrialização.

259. Octávio Paz, escritor mexicano, assim se referiu à participação de índios e mestiços no
movimento de Independência do México:

"A guerra se iniciou realmente como um protesto contra os abusos da metrópole e da alta burocracia
espanhola, mas também, e sobretudo, contra os grandes latifundiários nativos. Não foi a rebelião da
aristocracia contra a metrópole, mas sim a do povo contra a primeira. Daí que os revolucionários
tenham concedido maior importância a determinadas reformas sociais que à independência
propriamente dita: Hidalgo decreta a abolição da escravatura; Morelos a divisão dos latifúndios. A
guerra de Independência foi uma guerra de classes e não se compreenderá bem o seu caráter se
ignorarmos que, diferente do que ocorreu na América do Sul, foi uma revolução agrária em gestação."

("O labirinto da solidão", 1976.)

Segundo o autor, a luta pela Independência do México

(A) contou com o apoio dos proprietários rurais, embora eles considerassem desnecessária a
questão da ruptura com a Espanha.
(B) opôs-se aos ideais políticos do Iluminismo europeu, dividindo o país em regiões politicamente
independentes.
(C) recebeu a solidariedade de movimentos revolucionários europeus, dado o seu caráter de guerra
popular.
(D) enfraqueceu o Estado Nacional, favorecendo a anexação de territórios mexicanos pelos Estados
Unidos da América.
(E) apresentou um caráter popular, manifestando questões sociais de longa duração na história do
país.

260. Sobre os movimentos de independência ocorridos na América Hispânica nas primeiras décadas
do século XIX, estão corretas as afirmações a seguir, À EXCEÇÃO DE:

(A) A invasão napoleônica da Espanha em 1808 e a deposição do rei Fernando VII resultaram no
estabelecimento de Juntas de Governo locais, tanto na Espanha como na América.
(B) A liderança destes movimentos esteve nas mãos da elite crioula que, descontente com a política
colonial adotada pelos Bourbons desde o final do século XIX, aliou-se aos chapetones nesta luta. Ao
final a escravidão não foi abolida.
(C) O ano de 1810 pode ser considerado o ano do início da explosão revolucionária no continente
americano, quando os primeiros movimentos de independência manifestaram- se com impressionante
rapidez e sincronia.
(D) A volta de Fernando VII ao trono da Espanha, em 1814, mudou drasticamente a situação, uma
vez que as autoridades régias na América, livres de quaisquer restrições constitucionais, perseguiram e
sufocaram a maioria dos movimentos autonomistas.

119
(E) Concretizando o ímpeto revolucionário iniciado em 1810, toda a América Hispânica tornou-se
independente até o final da década de 1830, com a exceção de Cuba, Filipinas e Porto Rico.

261. Segundo José Murilo de Carvalho, "a principal característica da independência brasileira foi a
negociação entre a elite nacional, a coroa portuguesa e a Inglaterra."

(CARVALHO, J.M. "Cidadania no Brasil".)

Desta forma, em comparação com os demais países da América Latina, é INCORRETO dizer que:

(A) no Brasil, o processo de independência foi relativamente pacífico, com conflitos militares isolados,
como no Maranhão e na Bahia.
(B) na América hispânica, houve a formação de grandes exércitos e a ascensão de figuras
emblemáticas de "libertadores" como Simon Bolívar e Sucre.
(C) um ponto comum no processo de independência da América Espanhola e do Brasil envolve a
questão do trabalho, ou seja, em ambos, o processo levou à abolição da escravidão indígena e africana.
(D) enquanto no Brasil foi instituída uma monarquia constitucional e mantida a unidade territorial, na
América Hispânica o movimento de independência, em geral, resultou na criação de diversas
repúblicas.
(E) a Inglaterra, direta ou indiretamente, apoiou o movimento de Independência do Brasil e do
restante da América Latina e também a formação do exército de libertação de Bolívar.

262. As independências políticas na maior parte da América Hispânica e no Brasil aconteceram nas
três primeiras décadas do século XIX. Sobre elas, pode-se afirmar que:

(A) as independências na América Hispânica foram bastante influenciadas pela Revolução do Haiti,
daí o caráter popular e anti-escravista que assumiram, enquanto a do Brasil não provocou qualquer
mudança social.
(B) a independência do Brasil envolveu disputas políticas e combates militares de caráter localista, o
chamado caudilhismo, à semelhança do que aconteceu na América Hispânica.
(C) as independências na América Hispânica, à semelhança do que aconteceu no Brasil, contaram
com apoio militar e financeiro dos Estados Unidos, interessados em ampliar o mercado para seus
produtos industriais.
(D) a independência do Brasil manteve a unidade política oriunda do período da colonização, daí o
temor que provocou nos vizinhos hispano-americanos, receosos de que o Império brasileiro tivesse
intenções expansionistas.
(E) as independências na América Hispânica mantiveram no poder a elite criola, composta por
descendentes de brancos nascidos na América, enquanto a do Brasil acarretou o banimento dos
portugueses.

263. Comparando-se o processo de independência das colônias da América espanhola com o do


Brasil, no início do século XIX, é correto afirmar que

(A) em ambos, a ideologia predominante foi o liberalismo, que influenciou a organização dos novos
Estados sob governos republicanos com três poderes.
(B) no primeiro, os 'criollos' conduziram a emancipação política, mas no segundo, as camadas
médias conseguiram controlar o aparelho de Estado.
(C) em ambos, o domínio econômico das respectivas metrópoles foi encerrado e desenvolveu-se o
caudilhismo, forma de dominação local das elites de origem nativa.
(D) no primeiro, ocorreu a fragmentação do território em vários países, já o Brasil manteve-se
politicamente unido e governado pelo herdeiro português.
(E) em ambos, o contexto das guerras napoleônicas foi determinante, embora o primeiro tenha sido
singularizado pela transferência da Corte para a América.

264. Com relação aos movimentos de emancipação política da América Espanhola a partir do século
XIX, é CORRETO afirmar que:

(A) a aristocracia colonial espanhola, pelo seu poder econômico e cultural, pretendia manter o pacto
colonial, considerando as vantagens competitivas que o mercado naquele momento espelhava.

120
(B) a classe social dos "criollos" dominava e controlava toda a economia colonial, como a
propriedade das terras, o comércio e a organização da cultura religiosa da época.
(C) a Revolução Francesa, com seu ideário de liberdade e igualdade, potencializou a perspectiva e a
ação política da classe "criolla", estimulando inclusive a criação de um Estado Nacional Republicano na
América Espanhola.
(D) a classe dos "criollos" era maioria na América Espanhola em relação à dos indígenas, mestiços e
negros.

265. Nas reivindicações dos movimentos políticos que levaram à independência dos países da
América Espanhola, encontram-se alguns traços comuns. Entre eles, a

(A) proposta de igualdade social e étnica.


(B) proposição de aliança com a França revolucionária.
(C) defesa da liberdade de comércio e da republica.
(D) adoção do voto universal masculino.
(E) decisão de separar o Estado da Igreja.

GABARITO

1- C
2 B
3- C
4- C
5- E
6- A
7- E
8- C
9- C
10- A
11- E
12- A
13- E
14- E
15- E
16- C
17- D
18- C
19- C
20- E
21- E
22- B
23- E
24- A
25- E
26- A
27- E
28- A
29- D
30- B
31- A
32- C
33- E
34- A
35- E
36- C
37- B
38- A

121
39- D
40- A
41- D
42- B
43- E
44- C
45- D
46- B
47- E
48- A
49- D
50- E
51- B
52- D
53- B

54- A
55- D
56- C
57- E
58- A
59- B
60- A
61- C
62- D
63- B
64- D
65- A
66- B
67- B
68- D
69- B
70- B
71- A
72- D
73- A
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81- E
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86- E
87- A
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91- C
92- C
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96- C
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116- D
117- D
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119- D
120- B
121- B
122- B
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127- C
128- E
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130- E
131- B
132- C
133- A
134- B
135- A
136- E
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139- C
140- A
141- C
142- B
143- A
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146- B
147- A
148- E
149- A

123
150- C
151- B
152- C
153- D
154- A
155- E
156- D
157- B
158- B
159- C
160- A
161- C
162- C
163- E
164- D
165- B
166- A
167- A
168- B
169- B
170- B
171- C
172- A
173- D
174- D
175- E
176- C
177- A
178- E
179- D
180- B
181- C
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184- C
185- D
186- D
187- E
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189- D
190- D
191- D
192- C
193- A
194- B
195- A
196- C
197- C
198- E
199- A
200- A
201- B
202- E
203- D
204- A
205- C

124
206- A
207- A
208- E
209- C
210- D
211- C
212- B
213- C

214- B
215- C
216- A
217- E
218- E
219- C
220- E
221- A
222- A
223- B
224- D
225- E
226- C
227- B
228- D
229- A
230- C
231- D
232- E
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234- C
235- C
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237- D
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239- E
240- E
241- E
242- D
243- E
244- B
245- D
246- E
274- C
248- D
249- E
250- E
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252- A
253- B
254- E
255- D
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260- D

125
261- B
262- B
263- A
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265- A

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