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Cokç~o AMOR E PSIÓUE. ..,. Pt11H .'Jl:'!1U!lc,S, U , ,l, ·• on F ; .:in,t ,
o rc n:,fnl oo RefacJon .\monlos • p11,rÇcriu MA.RIE-LOU ISE VON FRANZ ',, ,.
• .AfJOr(Q - pord;, ~Jq.,l(lvd(\4"r), é. P :1tti~ • .Alfl81. fr,11,V,A , C ;it <:{Ct'l\ltO
• Asdc(,JS,(f,; e;, m11,vr~1, J. S. OO!en · êrCS' o ,>Mt<•.s, ,, C3.lc-;r:r.t.!o
• ,A IJ.•mir.i."id;,dc conç;c.'(Jllf-0 - emrév,~riw
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n:ondo lnvltfre.', J, Sinpc, !H;i•'n,'tio, J, A., $Anf0o'CI
• A p:,:m:rw~ $-llf;:.flda, N . O . Cç(bc,tt • O f'foj<1fO t5dc.·~ .. .l bft$C<I t.k> ovr:o n~g.'cc,
• O ·~ o «> (0 ,' /'11',"l,½o, E, N~Jo'rnlM J , HoWs
• Os mi'Jtiir,'os d.l mu~,. ESth,:)f HIVding Somb/e
· V.;t~Çiici., $Obre o (,1m11 fllvJ/'let, J.
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(C6:r1M:i 811n:ilc:!1~ do Llwo, SP, brull)
INTROD UÇÃO À C()LEÇÃO
( F1arol. M.;)•ie-Looi,I> v<1,,. 19 15'·
-----, . AMOR E PSIQ'JE
f'1>!00ta18Qla t Ma r•e·L<ou.v.i-von f'r.:or.:i : l:!"dlly5o C.là-.idl:i úotP,,3 0 11o1n9)
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Ti!vfO O!'{;(i-i.:il: P-SfChCtl1<!rnpY,


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1 P$\OO!Gt$J)itl: t.t~lna 6 16.8914'
Na busca··de s u a· a lr:na e d ó' sentido de s u a v ida, o
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............ , ... ....,.,_ .,................ '""' ·- ' ...... , ......,,,. _. .,.
, home1n descobriu n ovos c.amihho$ qu e o levam para A
sua i,i;teriol·idadt;?: o seu próprio espaço intcr,·io1·.torn Q.·S8
r um Jugar. novo de expedôncia. Os viaj antes destes cami~
nho~ n.os r eve)aro. Q\te somente o a mor é capaz de get1;1r a
alma, mas. t ambém o nmm· p recic;a de a lma. Assim, e m
( Çi;:-$ç;~ AMOR Q P$l0Ve- COOJ~ l'l3d* por JngAr A~ busctH causa,:;, OKp1icações psicopato'lógieas à.,.~
Of. uon 8~11$t1f/Jtt>
Otfl.. MIJtid ElefSp ~cc.:iq(J~c.hft nossas feridaB e aos nossos s ofrhl'len(;os, p,reci$amos, .em.
TJ11.it.o ,c1lg!n;i;I
prin)ciro Jugar, am.a r a nossa uJma. assim co1)10 ola é.
f'!Jyc/•O(h$1'4J)Y
lr.Mf C\l)· Boo,00, TorOllt<>- C31ldi
D este m odo é que poderemos 1·e-conhece.t· que estas feri ~
' "O;iimori Vo tt,.19, Sulç,), 1$)0 das e e.stOs sofl'im.ent.o~ 11a1;cermn de u ma. falta de atuol·.
1$BN 0,067773,{l,794
Por outto lftdO. reve lam .. nos que a alJO.a se orienta para
un1 ceJ1tro pes·s oal e transpessoal, para à nossa unid:ade e
a r ealização· de nossa totalidade. Assin1 a nCrssa p1-6prh-1
lrn:Més!lão t: a-::.,b11mc:rilo
PAl} I.US vid a carrega e1n si u m sent.ido, o d e resto.urâr a uossa
unidade pr.imefra.
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F'fnalme n te, n ão é o espiri tual que aparece p rimei .
ro, rrUt$ o psí~uico, e depois o espidtual. É a J)a rtir do
olhar.do imo 8spit·itual in te rior que a alma t01na seu sen ·
tido, o que significa quê a psicologia pode de novo esten-
3~ edição, 201 1 der a mão p a ra a teologia.
Esta p erspectiv,a psicológica nova é fruto do esforço
O PAULUS - 1m para. libert.ar a alma d a dominação d a psicopatologia, d o
Rui! F1M(:is.co om, ~ . 0 , 11 7°091 s ao P~çlo (~ta $.<I)
Fp ( l l)..;;57.~~87.7 • 1'1U. (11) SOS.7..:1700 espírito analitiço. e _(fo Rsi~ol6gismo, ,pará que, volte a s i
·.VWW,oavl ~t:<:otn .1.>1 • e1;:-:i1ia!Q~ulu:.com..b1
ISA.~ (i)8•S:5<341J, 14$Q•2

1.
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mc-~ma. à sua própriá originalidade. Ela nasceu. de réf1e• ,
xões dnranto a prAHen psicoterápica. e esi.á. começ~indo u . PREFACIO
, ,,
(

i"cnovar o tnodeJo e a fi1u:1Jidade da psicoterapia. É uma


nova visão do homem na sua. êxist.ê.ncia cotidiano, do seu
tempo, ·e don tro de seu contcxt9 CL.lltural, abrjndo dimen-
sões diferentes de· nossa existênd~ para .p odermo.s rcert-
contrar a nossa alma. E Ja podent a1irnentar todos ijque-
les que são sensíveis à necess idade de-insori·r mids a lma
.em todas as ath:'idados hunrnnas. (
A fina lidade da presente coleçúo é precisa.mento r e$-
Utuir a almo ~ sf nlesm<) P., ''ver apai·ecei uma g(rraçáo de (
.
sa.cer-<lotes capaze.s de-e,:itender novamente·a. linguagern Estê livfo foi lançad-0 p.e Ja prill'1ei:ra vez como um.a.
da alm,i", como C. G. Jung o desejava, espCeic de volume c,ontcJmorativo dos sete nta. e cinco a nos
. .., ..... ...........,,._,,. .....,., ... ........... _ ,.,".......... ..... __, , ..... (
da auto,·a. Éssa data foi c..Jeb rada t)O fütt 4 dejanejro de
Léon. Bonauen.ture 1990, na presença.ele tnui t.os ~un·i gós e ex~ah,irtos.
Q _ten~ê..!I~'!Lde tqd.o.$ os _artigQILÔo,.JiV)'Q. !Í. ll ..P,~ico-
ter a e,\!!,_Q.~_y;\),:i.9§,.Ç.11pí tulos.J idam- com importante& as.
1í'êêfoií .<:lo J!,l'.Oce.sso toran~ut.ico..~. rul.l\Jíti~o..-=- por _ex.e m•

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pio, a pr?jeção,. ~ transferêncJa}~.!J._ im ªID.1,tP.s:!!o ativ~ -
bern corno· Com muitos í>adrões essenciai-s para ô treina• (
men to dos terapeu tas e analistas. Todos os,artigos seca.... (,
racterizam pol' utna. proocupaçâo dii-eta com a. pi;átki1
efétivn. CJa.t:ament~ não .se h·ata de uma. teorização a:bs-
tra~•.e sim de artigos concretos ba.sea.dos na l'ic~ experiên- (
cia de dé.c adas de u m trabalho pi·ntico com pacientes e
alµnos en1 treinar:ne-n.to. Mui tos exemp1os extraídos da (
p1·ática terapêutica acom.panham as exposições de Marie - (
Louise von Fr.a11zt t1,ausforn:)and o este liv r o om U.lll reJa ..
to vivo e enriquecedor da obra de u m.a extraordinál'ia ana- \
lista, em quém e n.c ontt~tnos um h u mor afável e calo1·oso
com1>inado ao vigor i n telec-t uaJ. 0$ artigos foram p ubJi .. \,
cadosindependqntomente únsdoa o utros, ao longo.dê um (
periodo d e vinte a.nos. Apar ec.e1\ant or iginalmente em vá-
rias antologias, p u blicações profi$sionaia e periódicos, dos (
quais llluitos e.s tâo atu,ah nen.té·esgotados, .sendo ptatica•
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menrn 'imposl::>ív.e l c ncont.1·6.-los. N~ lis ta d e. fon_t.ei'> de re - F ONTES J) f~ REFERÊNCIA
fe rê ncia q uo se $(?t)'Ue, o leit.or enc.ontt·ará to<.:tã~· as infor-
:mnçõcs disponíveis sobre a p 1Jblic<lção o t'iJ:.'lna l d e cuda
( attigo.
E prec'iso saficn tnr q ué, po r uma questão da poJítica
editoda.J, os ensaios de$.te livro não fo ram orga nizados
c.r onoJogicarncnte, d e aco rdo com a ép<>ca da:su~ pul>lica-
çâo, e s im segunçlo seu contetído ~emá Uco. As r eferências
o, citt\çóés da o bra de C. G·. Jung em to~fos os art.igbS pre-
(
viamente l'evisndos pela autora $â.O comp::· tíveis com as
Collected Worhs o( C. O. Ju.ng publicadas pela Princeton
, Univet.·sity Pres.s. E ssa observação se apiica pm·ticulár• 8:is os titulos origi.n.1i!J (l(>f;-a)·t.it,~s, com a re:for êncitl da \'t:rsào
p lrrt n inglês a part.ir da qu::i I lSê d c·u a proaente tl·a d uçáo brasileira.
---··· _......._ .. .!X!.!l\l.Le,.as
.. ..not.as.. da ..tod ape.
·•
G-ostal'famos de agradc.c.e r especialmento. a 1V1arie • "A ~uto-r.-anliz.a~Ao·nl't ter(lpia indivi4ual de C, G. Jung" ("Solbst-
Louise von fyanz, q ue ajudO\J. os editor~.$ d u ran te todo o vCr-wil'klichung in d el' Efo2elt h<1rapie") f'o i pubHcad<• pela p rimafra
trabalho, ao Sr. !lené Malamud pela sua valiosa aj<tda vc~ é1ll Pr<1;--.:isder· Psyl.:h-0tM:rnpie ( l977) . 'fhldll~i°i(> pa rtt o inglõs: ''SeJf.
Rc...Jiia tion ln t.h c lndivid Ha l Thera'py ot Ç . C. J\u1g>. por Michael H.
em reunir os artigos e por seu mui to estimado ãpoio, bem Kohn '1 1993, Shalnbhhla PubJicatiohs, Inc.
c·o n,o ~ Fu odação de Psfoologia J u nguíana. (Stiftu ng für
,Jungscbe Psycho'Jogie}, cuja subsidio em m uito ajudou a ;'t\ Í\\I\Çáo i1\fetfo)·" foi pubHcado e.io l.trna \·ersão anterior em
l ,edr1res (ln Jting"f; 'lypology (Spl'in_g_ P1lbli<.'ations, No\'8 for<~Ut~, !971),
tornàr popsíveJ esta publiea.çúo em s ua ntuâl foi·ma. A vcr:sil<.>. ptlt<\ o inglês: ''The Jnforior F\uw tion''. foi revista pe-1.'l a utôra.
"A imQgimJ.~:ào a·tka na (l$fo-Ofoghi. d.e C. C . ,Jun~' (''Dil'.I akUve
]?obert Hinsha.,u lmagination in der PsychoJOgi.e C. G. Jungs") foi. pt,1bJic.-1.do em Me-
Daínum V&r/a.g ditation in iteligion und Psycho:heropie.: o·r g . J)Qi WHhe1m BiUe1·
11,insied.cln, Suíça, (SL!,lttgar.-t.: Brni. f<Jctt Vcfdtl:g, 196'!) "Aclive tn1ttgiJ1.u tion in the Pay-
cbology of e~ O. Jung" . 'l'n1dução inglC!aa: j\,ffoh oel H. Kohn .ei 1993 ,
~hambha-la P ublic.ftii(>n$, lne,
"A imaginação a ti vtl' ("Bamerkungen 1.u.r akt.iva-1, I maginatir,n")
tc>i pubHcado e m Z cilschrift fa.7r A nolyll'sche PS./cltologie !) (1~78), Pé>·
161.ss. Tn aduçâo h1{(lesi1: "OnA~tivc ln){lfJim)ti(>n", por Mi-ch~telH. K-01m
C:1993, Sham_bha la PubJico.tiona, hic. (1\-Uduçilo dif'eren(e-foi J)ubli<:ada
orn Me.ihodS; ()/ Tnmbnent ilz, A11<dytical Psycholoíf.Y, o>·g, por Ian F'.
138.ker (F'ellbach: Bon z Ver>l~t{, 1980}.)
' ..A dimons:ão religiosn da análise.'' ("))fo -....::Jig:iõse Dimensioi, d~r
.Aijp.lyse''). foi publlcad~ om Dfe Bchaudlttttt ln der an(l.?~lischert
PSj_·choJogle, org . I>Qt Ursula Eschenbath (Dom: Verla~, l.983). 'l'rad~-
. ) ~ão J,:iglosa: '"f'he R~tigiolp; Oho.t ntõlon of An aJysi"S", J)or- Michaol li.
\- KOhil@ 1993, Shambhala Publicutio·ns, Jnc.
~;~.).·,·
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.. J-\ ~.,i.iludí.! ri;!igíosa ou hhl&-iCf1 llinm.c d o inoons ~~ié,J1tc" {"'Rc 1igiihl(:
i;,,dcr 11111r:.'lscl1c- Einstcllung :n1i'11 Unbowiisstc:n") foi publfrdd.o r:m A A UTO-llEALIZAÇÃO (

P~'J·dwtiw.rnp,;u ü ~·die Pro!>h:m$ (R~1sdwr Vt.1d:'lg, Z\lriq1.1c, J 964J. "!)'ndu•


,_;-;jo fogl.:,~11: ·~rhc: Rcligious or Mogical J\Uítudc ior,.v.-,rd thc Unc:onciot1.:f', NA 'l'ERAPIA INDI\TJDUAL DE: C. G. JUNG
P, '199;,l, l"Or {VJichnc l H . Kohn". Shnmhhalâ PublicRt.iona, lnc.
.. '"Alg1..1ns {t$f)~ctos dn lnrnsforérv.:ia'> .(""Úb(!l" einit;'o Aspc.kt-0 dt!r
:Ubo rtrnf.J\.1 n fl''> fói pub licudo r:m ZcUschrift. /iir Analytis<.:httt: Psy-
d10/og;e ,i ( l.U?3), p p, 155sa. 'l'ntdu ção inglesa: "Sóme Aspectll of' f;hc '·
Transfot{;OCé", por Mjch~cJ H. I<olrn O J 99:J, $1,umbhala Publié<l(fons,
l nc.
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'"A prc,jeç{,u" ("'Übor P.1·oje kt.i.0Õ·;,, foi publicndo e m .Sd th:swlC-
flo/.stefoisch M A rzte lJfrJll, n. tO (1980). 'í'l 'aduçâ& i ngloss: "Pt'(lj<:ction'', (
por Mi.::h~<i-2 H. í{ohn e 1993, Shambhafa Poblicut.io:n s, (nr;.
Aµto-reaHzação· é uma. pã lavni. que está sondo ll-Stl- (
i.Profís$ãC> e vowção" (''Ben1f\u\<l D-crufi.1 nf5") fo i publlCndo f'!m Dlc
da hoje em din ,pQr v~das escola.$ do p$ic.ologi.n. e1n s ua
... Be,~~?.~*.cilt~.tt.·fU~.ç-,: .~r~~(.).·~~~'!,f.!.,fS-~fJ~qlogie.l org. por Ursuln E!ichenbach r
.. 03o'1.1z Vérla.g, h) ,9j, 'll'aêluçso iogJesn: '' ProfC$Sion and Voc~il,foJ'l", por m,a.ior parte de certa 1.n 1;1.neira vagatnentc apoiadas no
MkhacJ A. Kohn O 1903, S'f ,.:ttnbhnla Publi<:a.t.i.ons, Jnc. conceito. juoguianO de individuação, Olhando mais de
perto,· contudo, ~ceb,etJlQS gy~elas ~est-ã.o ~~do -em
"As d rogaa n ~ viMi.o de C. (}. (r~11·1(!' {''Die bl'o-g<:h in der S ieht. C .
o·. ,fong") foi p ubJic(ldo e,n Tnrg der Drogen, otg. í>ór lnngard Buc k
(Siobcnstern V<:rk1g, lfomburgo, 1974). 'lraduçâo inglesa: "O:rugs in
tho View o( C. G. J ung", J)Qr MichaeJ H. KoJm O. 1993, Shtunbhala:
PubHcation.s, lóc.
dõiicollrir "é<irta,....,..,.,.,..,.._,.
·- ·- ·~-'-~·--· identidade ego.
... ··-·-do···· ____ -----
u l)l sentido ~!if~!'('.tlt \'..'10 <te <)gp,g, .9l\ a9ja,, no §~J.!}l<lo ~

sibEil'nQ'S, su.rge ·à me 4ida que o e~º.!Cl!Q!:H.!;J}ll\~~¼{-


nuo e eStáv€!1',"tregoê-ii'tão'pâs$à"a saber mais a r espeito
..
·-· /;:sai>. identidade_. como

"1\ p:iicologfo em gr,uJ>o'' 1''Qo O.roup Psyc))<)IOgy") foj publicado


l;lXO Qcmdrant, H, 13 (inve r.n o de 1973).
ac si mes~ni'o.._Jun.g, ao contrário, quis <li2ér âl$'0 comple..
... "Os ant.ecedeJl((.)iS ,·clig!oso$ d o problema d<> Puer A f! for•,2111;"
tan1ente difeÍ-cmtc, Ô)!.§sia, des~,?ri~~oilscienten~f:rtt~. e
-est..abelecaJ· um relaciQnan1e nto com out.i:,ó conteuao psf-
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("lJher 1·ollgiõsc HhltCrt,"l·ünda d.~$ PlU)r .-Aeternmt·Probleriu1'') fo.i ruml
p,t)cst ra aprcsqntl.ldú no.S egundo C'..OQgresao Intcrn.ucional d.e Psi!Xl- § ~~~9~fiã1.~j~Ç9.l';~j14'Qã1,°U.Jiitn'i~c!Q.§,,j_Ie'Châ.~l~]e
i
loqia /\naJitica e; n Zm·ique; em l9<3.Z, ·t~n<lo si.do p\\blícada Pt>là p·r i· ~in.'llfW.Q,, Nesse caso, també m ..U.!9,~L i.sl.~!l!i.c:L'!..<!.!'!.!1~ e_lfO
m.~kíl ve-z e m l964. 'I\·{tdus;ão inglesà: ''Thc neJíg i-Ous DackgroWJcl of :112ª!,~u;ont(qu~ ~ está~el se ~e$0JtV~Jye, mA~ .s!~ ..~ .t]!..nP-9
the .P:uer Aetcrno.s.P.rob:lem"pQr Michael Ji: Koht1 © 19.93, Shat1) l)ltà la. be1n diferente. E m en_os egoCê.rili-ica e_p_o·s sui rnais bonda-
Publicatfott.S, ·Jnc.
Je"h'U'tiifill·a-:-N;ste-casg~..~flo,-ªniitlzs.te so re~íiar. sjü'-
dã o .S i~~u....~~·~ ~Jl~!:.~.~l~·~ç~ ~l~ção. (
Inicialmente, isso certan.1ente soa u.1n pouco abstra-
to. É por isso que, nas páginas 9~te s~. ~eg:tt~m, ~~n~r-~ i
esclarecer esse proces so a través d,i interpretação d e °"m (
sonho que ilumina os pl'incipais aspectos do nosso tema.
Escolhi um s onho, porque o-sou ho é expressão da nature-
za. in~~~~$Ciente e não 1>1·eéoncel,ida dos seres humanos~
\
10 11 1

'',_
n ssim, n ão se tr.a.ta.d e u.m a teoJ'in ~• .s:im. dé uma r esposta
tta parte da próPría psique à quest{w da.n.uto .r eo) iiaç~O.
Embora -0$· conceitos de. ogo. <I<: Si-mµstno e de in -
consciente seja m conllccidos d e mancit·a têódêA por (Jtta·
' vchun llOH\ cstrulura inted 9J· que Jembta uma e:s,-ulLun:1
abstt·ata mod<.>rna. Acw;la sonho que é 1lar rado, oúfra pe ·
dra cai sobt-9 e le, e .:,ssim uin<1 par~<: r.:ada vez 1rnúor da
estrutura básiéu, que é rett~. de porcas e pa rnfusos- com
ponLos . ~le sold.a, rm;ne~~a a a pm·t.--cci.. D igo no jovc-rn q ue
se todas as pessoas, rnuitns os emprcf:{mn ·s em sn ber o fa:so mostra coJno:<:xpor p s!gnificndo de um s.or)ho - pôn•
que significam sob o aspecto ela expcriênCia prática. E.sse t.Q por ponto. ~i~o. surs~.Jtidfu.~.~-q ut; ~ !!~!.P.,l'ªLºSflo _
t .n mbém m·a o caso d a pessoa que teve.o nossc) $ônho. 'fra .. ~2.~~~hos ~ anc:, d!:..:!,~~~-2-~?.fe!~ª (!, º.}J!;I~. retor,
ta.f;e de um homem de·q ual'enta anos cuJo id ioina triatel·no que tom6-éln é n tnurtmrs como a6 coisas slto na v1 f t.
A-'c?Sfia <l,ÕTOfü\OêiiCtiJi'inüc!ã:-CJjóvêtl·:i""ê õu8St:íüiiOs.aj;:01~a
era o inglês. Ele -a cabara de ser a pr·ovado em seu P,l'hnêi- sentados. de fren te um para o outro, tl·ma~·gEnn de um no
ro exame no lnst.ituto C. G . J u n g em Zuríquê., Tuor·ica · hu-go e marnv:illro:;.a1n (3:Jlte bolo. E Jo a inda e:;.tá mc .con·
nwute, estava bem informado a r espei to dos Conceitos t.aftdo· seus .:,;anhos, mns a escrutura oonstnJídn pelos ao·
aciína menc.ion~dos. Era chegada a hol'a., contud o, de cJe. n hÕ::; ·.l.$SUr"niu u ma form·n difcr ont,~. E làs não fonnarn uma
..,.... fazer, sob ·s uper vi.são, seu prllnciro t ratan1cnto d~ paci(m~ pirârhide composta de po>·cas e patnfui;,os, t! i;ím uma pi..
rãmidê-? constituída.de milh.aré.s d à·pequen os quadrado.s. e
tos . Compreensivel mente, e le nfto se C-Ol)SideraVa à ·al ttn·~ tdãi1gt,dos. É- como um quadrú cubi$t,a do Braque, sendo
da tarefa e ficou assustado. Seü rnaior 1mi clo ·e1·1;1 $er inca- pol'é.m t ?'idixnensional e vivú. As core1? e as nuançns dos
pa.'i de. compreender os sonhos dos seu l,10vos á nalisandos. pequenós qu adra.d os· é triiin1:,'1.J lo., e~tãô consuu1t.eme,.11te
(Como é do.con.heci,mento geral, a análise.junguiana ba .. se m.(ld,i.fkando. Ex))liquei que ó éssencinl .à pessúa man-
::.e-ia -se,.ern gra.n de parte, na h)têt·pretµção do$ sou hos do ter.o ~quil ibrio de t-Odà a composição) semp1·~ o_r)ondo ime-
diatameufo a uma nn 1dnnça d.e cor u.mà modificação cóm·
paCie~nte.) ']\jdo pareda ihcer~ ·p ara. eJe, e cotn'e.çou à pon .. ,>erisatórfo do outra lado. ~SlHl qu estão de oquilibràr as
del'·a1· El r espeito do que ora, afina l de contas, umâ jnt.el'- c::Qi.·e s é in.ci·ivc)ment.o tompl.ex~, potque todo o óbj~t9 é
p retação ."Cor.reta'! ou "incorrcta.11 de um s on ho, ~. _a inda · tridímenSionaJ e está em co>1atante movimento. Olhei e n-
n1ai§ genm:-icnroe.nte.~ n r!?áipeito do que,efe t:ive·m e)tfe.ocor.. tão para, o., a lto çl~ J)il:Umide do. sonho.,.N.â o há nuda lá.
r;e p.a análise. Çerta noite, depois d.o um4 l onga convar$a Esse é, na verdade, o único ponl:O em qué toda a e&trutura
se aglutina, mas nei5se ponto existe. um esp aço vt:t?:.io,Quan·
com un\ atnigô sob1:e css.c assun to, e]e fQi dõl'·m i t e teve o do·oJl\o para ele, começa t1. ·h-ra<lii1r u ma lu; branca.
segninte sm1ho: l)iú â vai. m~ii; ~ cena do sonho mu.~a. A pü·ân.tide perroa•
. nece, mar; a go1·a é foita de materia l fecal solldificado1 O
Estou aentado em uma praç.a retnngulal' o ab orta, Efü\ nmá topo ~inda ir.radia . lle répcmte, compreendo qu e i1 <:ôh\o se
vclJ,a cidade. Um jovéJri, ver;tindo aponll.S c.:{llçfls, sent:a•sé o cume-invisfvel se t-Orna.sse visível at-r·; wés do é-xcn,?Jnento
diante do mim de pcJ·nas cl'uzadas. Seu tl'onco é fo)·te ê . Sólido, o, ihversame1ite. o exc-r·omento ta,mbém se tornas•
d1oio dê vjtalisla(le. O sol b1·Hho. atr~v.(:fa.do seu ca.be-lo lon- ·sé vi.Mve ] através do topa. Examino p rofuodamcnto o
t9, E le conta . .seüs sonhos para mjm•e quer que en O$ in• cx<:rom é"ll.tQ e perce.b o que éSLOU olhando ptlra a m ão dê
terpretfJ para ela. Os sonhr,s aão con10 uma e~pécie de t8-- Deus: Ertl").l.rh niqmêht.o de ifim1in.aç·ão. COmprecndo por
cido que ele (faUmdc dü:mte do min-1, e nquanto oS l)ãrta. que o pico é invisí.vcJ: ~ a face de.Deus.
Ca'dé) véz que i:eJata um sonho, mna pedril cai do céu e· Mais uma yez o sonho J'Ouda. A Dr~. von t•'r anz e e u esta-
acerta o sonho. Isso foz com q·u e o sonho se desJ>edacc. mos ça.1ninhnndo ao l o11go.do rio. E la d iz, r indo: '"TonlJQ
Q.uando apanho osped~çQs cou1 a mõ.o, fica claro q.uo .são sessenta e um anos,. não dezesseis, mas os olsar,W~~.

12
feitos de pão. Qy_~ n4.o os pe ~aços ~o..sopho s~ -s <>lt?ltn, n)-
--
am6os os ní~rm~ror; i,ÕmâniSõt'ê'r:--· ··--·

13

1,
Acordo abrupttuncnt.e, com a sonsapio de que u lguém ba·
tent coni força n~porta. P~rn r'l"l(m m~pantn, o apartamen•
pret.llr'' corretamente.o$ son hos. De uma rna nekn compen-
to est,á complet amente quieto e vuz io. satória, a imagem onír:ica neste·c.aSo indica duramente
que a interpretação correta de um s onho é âquela qu.e
Na. lilig uagem dos povos primitivos, esse é um ''gntl'l· ltcortu o afvo .. F.;.m vez d e set algo i n vet>tndo p.ofi;i peS8otf,
de son ho" ·Ou, na lingu agem d e Jung, um sonhç, ·arque. · tratll·Se de u m evento psiquico fr1,1pessoa l. As pedras caem
típico, que e nce rra um s ig nifica-d(>· h\lmano suprapes- do céu ; devem ser 1neteoiitos . §._<! a i u na coisa vem de
.!:>Oal, un'iversal. Preci$amos agora tentar compr eendê-lo címã, sign ifica, na. lihgua em n'l íti'ca., que .Cr!}:'Jl.9ª-9Sf!'..:
com mi;tis pteci::;ií.o. E le é composto de. qua tro l;C-çóes. A - TO osPfrii~ aêScon e_çL~ ......§.1i1ê'onsé!f~n.t:ss.ru..e..t.iY.a....Aa·
... Joca.lizaç.ão d o ptimeiro .conjunto de eventos ó \ltnn pra ça sõm-;ãêscfc a Anti iruule..JlS.lllitl.!1W'.ÍJ9.§..!!iw 11ig,o_Qbj~\9_s (
r et(lnt;rular.em uma velha cidade, o que e;ugere a tradi ~
çiio e a cultura hulnonas, ao coutrário do rio da )).arte
a tamente
~
yen(#J.f!d9~-,.Lêm_ §i.çl,Q...çv.füijderados como çon-
..·-~ -- ,·.,-- . .
t,cn~!:tltm-~.~WiliQ..fli.Yin.9.,..S~lliHl!!~nsag_eiros dos d e uses.
-s eg,uin.te d o sonho. Isso pres umivelm ente se deve ao fato PÕtoxemplo, a tribo norte...ame-dcanaAi'ika.l"a nos cTfaqiie
de a pessoa que sonhou ter estado se a tor mcm.tando co1n o deus supremo Neaaru enviou a eles u.m meteori to preto
a pe 1·günta : •lo q ue estam.o s· faz~ndo, o que deve1:fo.m.os como.e m issário, o q\tal lhes ~nsinou o ·rit'tJa l do cachimbo
efe.t ivame.n te estar fazendo, na nnálisé?'' A tesposta é sagrado; o cachimbo da paz, A famosa Kaaba , a meta da /
qué·co11ta1:,e interpretar os sorthoa é uma antigu tfadlção per'?grinação a l\-:(~ca, também é uma pedra meteorítica
cultul·al, que originalmente costumava ·a contecer e·m pú - preta. Coi;no·as pedras vêm, do ç_~J.k.l'...<:.m.Q.§.9.!~~..9s s onhos,
blico. O .primofro pacjente que quer ter seus sonh.os in·
terpret~dosjá chego,;, Ele tem, con t u(lo, excelente saú-
PQr um.:!§E~ã-ITifü'w.r.et!!~\i.<> ,g g~uh.o.~. P.!!ê/2. ouii~ .ª
idéja p recisa qae nos ''üce.r ta" -, vê m do inconsciente.
de e ·acentuada vitalidiide. Nãó e$.t á clcientc. Seu cabelo ~os, em.úfITiiiã-ãiw'.iTSe;-~êm dã,_nlé~llãfô'n~~~ (
Jou r·o, ilurninado pelo sol, ta.lvez a:t,é jndiq_ue que é algurn somente .mJ.a.zl®.t.eJ:apeu.Ea..c '11\V!Sal)c!O tràliàl hamJ uii'- (
tipo dt> herói sola r. ~ àli.dru!,,;_,;aucl~ l;:mfA~i~.at1l!.e ~ji~{lllo_~ _Ç,!{J_E~~:!'1.~._:1a~-=-~·ta1l)~.~ - - - ..··--,.......-
os -sonl,os, 111esmo nos pacie n tt:s d2.~J_c.a,J&.n !.~..!ig~n !}_O Os p~daço.s do s onho q1.1e se so)t.am quando as pe•
~vels®õ8v~LM."1W1..@.~ !.1l~~~!{l_mai~..2g!I~ i5.::_o.: d1·as oS acertam vêm a s~r, npós exame ma.is cuidadoso, (
~Q!...~lar...nll. mi,tologj~_~2LlJ!.dor de um.ª _!~va' Iuz, feitos de e_ão, Ol\.~i!,.J!JAA..!l!!.1? J l.\?.~!!L\>S;.!.lUJ.l.é..r, _Ql!,•.llin..
s!_e u 1}J.€L nQ" ª-j'.;,QqQ~i.~ ~ -!.~~.~..~~c10_,~ueJtífl"g tern~~! )'s~9J~gic.2_s~1teE~'· E de fato vêrélâd e~ como (
éhamava do §.j-mesmo, um _a~pecto ainda desconheêRlõ tôçlos pod01nos vi venciar, que uma jnterpretaçiio d e so-
dl"il.~P.l'i',!_P..;;~õa_wã.:iõiJll~.e .~ }!vará.ãe'fã.ã1!t;~ 1, nho bem-sucedida, aquela <jue acerta o.alvo, é ele cerro
·~i'-2~.0· ·- - modo gratif:ícante para a consciência. U m n interpretação (
Os sonhos que esse homem n arra po$.suem uma es- s intétJcei ê coristrut,iva - a queJa que não tenta reduzir o
p~cie .de s uõstância. -Nã o $ãO frívQlos, iricons is tentes1 e conteúdo do son1J9 11.'.'n<ida.a lém.da.~.i.t i~façi\o d e .um de, (
sim a lgo l'eal, un1 peda_ço de matér ia, pot' assim dtzç1·. As sejo" ou a outro "nada além" e que, em ·vez disso, segue Q
pedras caem s obre ele.s vincl,1s do céu. Ni$SO, de a l[plm encade4mento col)atru tivo do sonho, en.riqueceodo seus
<
modo, j az sua interpre tação. A pessoa que s onhou esta:vã temas - (Atua como o "pão da vida". Nn·verdado, no pai; (
mui lo apa·eensiva com r elafáo e se sei-ia capaz de inter.. nosso, não pedimos o "pão de cada dia", segundo a.t,tadu-
. .. (
14
15 (
(
çáo crrnda habitual.. No Lexto g n)gO, encontramos hype• ntjngis6~m:t No Egito, o deus supremo, o·deus univers al
,·ousiori.• '(pão s upersubstancial". Atom , cn, Oi"igin.:ilmc 1uo rep)•eséhta.do comO' urnfl pecl,:lil
O que n ão pode sCr inger·ido, 0\1 diretamente intc,.. cm forma de <:ól'le , <:orno t1 chamada "pedra ben-ben desco·
grado, ó o pano. do s.oo ho que é .deixada à part.c. Isso é nhccjda".3 Esse n ome está rcladonndo com wba.., q ue qtun
fci to~de porcas e p~rafu~os, q ue gradualmente se âcumu • : dizer •1ascender, Ilumi nar". O n1esmo radical é encontra·
l~rn formando uma pirârilidc. 'l'raf.a.se, COlllO di.i. o·relat.o do na paJav'l'$ egípcia bnu>, que qoeJ· dizer "páss~ro, fênix".
do sonho, da cstrututa bá::.icú. do sortho, o que é deixado A fênlx simbolizava Ç> s9J ·irn.sc~nte e ··a re·s sun·eição. O
depois qµe a .ca.r ne, neat.e caso, o pão, foi levada e mbol:a. templo nlais-sagrado dó Heliópoli~ e.1·a ·alternntiv,,mcnte
!\1ais tarde nos é dito que te.m os qu..e- faier a mesma coisa chamiido de Casa da Pedr·tt o u Casa da Fênix. A mesma
9ue p r ed.s m~los/azer nçt vid~1 - rc,;ela.r o es,quclcto. Sig- pedra ben-ben também era considerada a ntontattha pri-
ní(ka que p1·.e c.isan10s penctr11r n.o significado profundo mordial que ~SC(;?tl d.e u da,s águas primordia is no início do
qu~joz a.ttás das ünágéns oníricas. mur1do. Alét.n dísso, a rnesmo f'~níx foi i.df>ntjfic::ada. in4is
As pe-ssoas freqüenteme.n te dizem: "Ontem à noite Úirde na h istól'ia egípcia Com..o .pássaro./Ja,,.E ste .pássaro ....... _
eu tive. uin ~on h.o ridi_cul·amente b9bo e absurdo'', Elas é o gµia imortal da alma de todo ser hun1ano, suo ind i vi-
penn~necem pr esas à supetficie clcJ $Onho, à combinação dualidade, que depois dil mçff.té se torna una com o deus
de image-.ns- absurdas, :,oi:n ser em capazes de pen.etr().r no ,rnJversal, sCin perder a quintawossência d e um ser hu-
.verdadeiro siip"tificaçJo. Jung com freqüên~fa responditt nlano tç.r r e~ó individual
nesses casos: "Não existent sonl1,0J!_bo~~..91~fil)J!~~.s Na opinião de Hohnut;h .:ra.éohsohn, o topo em forma
bobaa que n úQ~...QJll.J),.rC;@ld(:!nJ:'. ,, de pli·ãmide do obelisco também representa n _p edl·a ben-
O objetivo do9 par:afu.$('.JS é mant.er duas coisa&;jun~ ben. ·Ele sé-chnmo benbenet. QuandO o xéi cu.tnprimenta-
tas e. !..l nir duas coisas, por exem plo, n lin ha férrea 3:0 dor- .v~;J·i~ua lr~~~~!~ º -~!us do -sol P;ªª~:.12~~~E~r ~.~·....~~~~s~ d~
wente. A analogia sexual é óbvia. 1 Quando usam os paxa- o,beli.$CO, ·qs pnffiéiros Taíõs dO sol êofo m. s~Ji'i:.~ .<? .P.~'~.4ç@~
fusos, as coisa$ são ligadas. Cada vo,'que ~.i.l \t.ei:p(e\açãó
de un1 so1,1h~ açer.t p o Jtlvq, um pefiaÇ.Q dsd.n&Qill!çjent.e .se .,' ~p;ba,.~JWê?, 11;1.!_~ qtT~~~~.Q~~~f.~.~dôii_i~~o:' .!'Wi.!'.!U~<mt2.
a altA~:~~~-~ d':!.1~.,....er~ Vl~t~· ~!n~~!~<!~,...cg.n_tl14.Q,
fig.a -ª.SQP.Sc.i ~qcip,. ou ~ntão um <:orp.pJ~,eQt-.&.Y!ÔJ1,onu,> foê também s igni(icava o p1Co dá.p .irâmide.......91!.e t;pnbém s~
_.lig•J-"Q~Ã:~.~.\ô ga, j,.arsoxialidad.e;...D~..§.C ÍnO'Cfo, dá-$e um ii!irec1a..11iinw.ii.GJii.i'_obê.([S.ê.õ:•--i::romõmeuto da ressur,
pt•oc~~~.Q..ilil.QQ/1.!.l'.l}Ctj(L(l\lC -~ ~,:~Jl'l~ _ÇOI\ t.W.H'l!llC.t1J:~..E a teíção~ a pessoa .mortâ que havia se tornado o br,,, cont0n.1-
pa-rtir disso, fo rma-se a -e strànha pir?n1ide qu~ é o tema plava .o deus sol a parti,· daq,,ele ponto. Mais tard e , essas
do tes to do sonho. Assin11 precisalUO...'S exa1ni nar mais dA pé<lras também passaram a sal· fo1·necidas às pes/JOas
per tQ o simbolistno da pítán1lde. COmuns co1no parte do equipamento do enterro.
A função mais import 911to atribuída à · pirãmide é -i.,; -Coino Jacobsohn saliénta, a pedra be1t-be1r do Egito
çertc1n0nte a qué lhe foi atribuíd a p e]O$ antigos egípcios ,rjj!r ~senta um paralelo _com a ''pedra filosofal" da alqui-
- a forma par a as tt1mbas dos reis. A p irâmide .era a miá ocidental. -&..P.edrá filosofal também s i mbolizava a
casa dos mortos. A pedra que foch nya à abertura supe-
,r i01· 01·0. cólqca;_dn de modo que os primeiros raios do sol a
:ae
~}fua- !lJi!!JW.01:t.llLi,_u ma'.;,Si)ácl'e .CP.ii'ii)__(!,i).j~.~~!"~-
ão d ' _J>J·t...cts~..,t\pit.tbnid.e do nosso sonho constit ui Uff~
16 17
ín1pJ'essic;,1·w nw paraJeJo corn lsso, já que u pessoa quo Voltemos o.gonl a.o.início da prirnéfra parte do sonho,
-..
'
sonhou visivclmonte nJ;tdo sabii, a respeito das a$soc::iu- à praça ro.t.angu lar na cidade. Como podemos ler n a obra
ções ogipcias Que estivemos des.c revendo aqui. Ainda as- do M ircca Eliade, os~.í!.R1:,J,~.f!..~ !'..l!!,!l•Lcidad9 é siulugJ11.\lo
sim, a pirâmide com r1 qual cl~l sonhou também era de centr2.s!Su:n1J.n d.g, Q I4g;ú: RotJç o c~iJ e.Q.1e1:~:t!,.a eterµida ·
certo'l))Odo divina; seu pico radiante era até a manifesta. de " a tc1nporalidad e se rcúne111. • Essa praça é entiío real·
ção de Deus,. e. crn' sua inútil vestimenta ele matéria, a me nte símbolo do Si •mesmo, mas na função c;Je i.Lm \
m ão de Deus nté podia. .scr vistu.. te.;ncnos m a te·n~o, ou espaço protetor. E o r~pn7, louro que-K (
A propósit-0, talvez valha a pe~,a observar que a·s pi• flarr.a o.s onho é o aspecto do Si-mesn10 que $e esfot·ç.a por
râmides·efetivam el\te exibem estranhas ptoprie<lades fí- 5(¼ toi·na.r êOU~<:iênte, assitn ·c omo todos OS lu:róis m ítioos
sicas que ainda.não foram expHc~dus ..c Experiências com $.ão pq·~·tnd.orcs de uma o.oya.vi~â9 .d.Q.JJ1.~ tü4it · -
01odelos da pirârnide d~ Qué~ps feitas de cartolina.. mos- · Nesse J>Onto, t.orna-sc maii:l fácil compr<;?ender por que
traram qae cadáveres colocado::; no i,n cerior. delas não se Jung s~mpre·exigiu que os analist.as se esfm·çassem ao
gecompunham; gilet.es c~ga s colocadas lá den~ro tecupe- rrui.ximo para continuat a. progredfr na p r ópria indivi-
·t·ora.rn o. fio. Esse fenô me no deve e&t.Ar relacionado com a. duação. Ao fazer isso, levam seus·analisQtldosjunto·corn· ....J
geometria do espnço il'lterior) mas nadâ de preci.$0 se·sabe. e les najornâda, sem tentar i ni1uetlc.iá-lo.s diroUunente (o (
De qualquer modo; não é. e.s seneial para nós neste cóll- qu~ sel'ia ob\lSO d é poder). Elrl Ufl)a antiga carta, tJnng
.~........ tex to, O que nos importa é apenas o ,iignificado psicol6gi • ~~a ~n esmo..a d_j:-~r qy~ º·.têiimfJ.~~~2.ª~yéi;-f~~~~}~J.~~~~r
, ..... tO da p irâ.mide no sonhQ ~ôino u m ·símbolo do Si-.r:ne.smp> q !''lAA!i~e.~u.>Ló.g~cg ,PJ! J?.S.!9.Y.f_\l.u~~~.~~~;.P...110!:.'l.!!cª. o 1
Thlve~ tenha se t01·11ado um tnnto ou qu..a·n to Plals cómj)reensão intelectul,!l é dest1' 1ltiva. Afinal de contas,
cloro, no decu rso da nossá di$cussâo, o que ~T\ing <J\,ler~a cõ.ii1.P.~ .e~i~f~•:.' c~Bll~P.~:~~à.g.rJdg1;~
:,eJ,~).i~úiif.~í.gt~~.ff~â' i?Jl-0-
dizer~~? $i-1:nt.1IDn.04' Não ,é o~~sim t~9l~,2.e.,r ~~~~li- ~.e_:.ar_::!~, ~~!;t~:1~,:i~·,.S9!.~'ºtmQ!.1.4!~1.sI9 a~~..~.1!!~~~~~!:pí.. <
da.de 1nte1·~2,:,~t ~~~~~!.1 ou l'1~t$ }~~rangente que. é sug~nda ÇJ.~ qo p~dflr, (~t.tando o ser e o destino do paciente es.t ão
P.,~r esse $ímboJ.o. J1.1ng taroll.éJ)L9,.95!Íl!>lU .f{!,m q..a .totali- em "l'isco, deve,m os .nos xelaciooar com s eu mistétio único (
<lwJ9l1is~1~te-ii1c9,11~.~i"Ú.t e dt\~!!AQ!!~Enibo)•a esse S i- çom um respeito mudo. Como disse J u ng: "Preci$.l.!!!!.Q.S _
m G:snro j;i esteja presente em tOd.a pes~oa como sua cons- ccimprecn<l~t· o divi l)Ç._qµ..,e. ~xist~u~-m llÓ$, mas não o que
tituição básiea 1 só é realizado na pl·átiCfA :através ,do ~ i$t,e ê1t1 ó'(í! •:a pf.;"f~_a..~~ '.',!.e?_i<la ei,_1 ,q1,1,ij,j_â ).:~ii',ê.a,i.!,la <
entendi mento dos s on hos oü através da imaginação ati- 1r em·frell_~ !3!\il!!m·<l<llJJler..!'QZ!!lJ:iâ''. O hom em que t-0ve
va. 7 ~!t~..!t~L}~lc. '1Qn~~t·na." a si ro,~§1119.,. por as- c:Fsonh.o que ostamo.s an aJisnndó, como ce.r tamen to nos
. sUl:1· Q.iz~~:.dl~Lvida rnp~--~ .L <!?. e./$º· Se eu tivesse um ~om lenJbr ~mos, estava apreens ivo cotn relação ao seu encon.. (
nl.usic'.al como o c:.le Beet hoven, mas nunca ·o de~cobrissé tro coJn os pacientes. d sonho o orienta a voltar n t r aba·
netn ffaess.e uso delç, seria a. mesm~ cois a que não ~x.is- lhar con,sigo mesmo. (
tisso. SotnÕn~ll ego col).~~~--é c~.l?~.!-.4st~l}ili..a.t :ç_o..!l.- J\gófâ íl iltlà{téh1 mttdA. e a cena dn ação s e torna a mru·· (,
teúdos .e síg1.1icos . Até mesmo algo assim gt·~nde, até d ivi • gem de uu, largo tio. Na mitologia~o ..rio..é. gei:al.iuQ/ilc
no, com.o!> Si·111Csmo s.6 podo se.l· J·ea]faa.do pelo ego. Essa "~so.cia\!9 .~ ~.9!:!!'.!l.te d!l.J>empo~a..o.11.uxó. da.cv ida. Assim, <
é a auto-realizaçãq ,a partír da perspectiva junguiãna. por exemplo, para os gregos, o tempo é o deus Ct·ono e (
18 19 (
(
(' .
também, u corh~.n t.e Oce4no que circula a t.erra conío um dll {1$censão aos céus de I\.1aria. Vist~~ -ª..S.R.ec.\:9, ~
mml, ou que- cinge o C'-;}SmO Como t.Ju:\a correnl.e ce1estia1, ·âimbolis.!!'!f>_!lY.ID..é,riç_q, o trés·P. o tri~J)~!~ sâ_? mn:$Culi._
com os a.r\imais, do tQdíaco andando sob.re e la. nos-dinâmicos, -a o P.~~so Q\l C o q uatfo e o quadtado são
O rio també1:n Ç_1..nna imagêro..de,ete:nlàJ'hµdança....I?.r.e.__ firriin~i"no$-~stãli5,:g~, A çol'l)posiç~o dei pirâmide à _púrtir
<.:i$a.moS j;9s. Je1nbr.ot.·.~ .declaração .d e H e r áclito de (I!!:.e ·d e ambos é ind icação de que nela o~ Of>,'OSt~s e.stã<, unidos,
nunca podemos .fcHl!r L.tl\ ,çiJJ.ªs vez.es 1;10..n1esmo rio. O es- o-que, de foto.já f-,?,\,i'ã_:Si~.'?. fn·~Jl)Ü~c~o ~tra~·és da imagem
queJetó p tranlldii.J técnico e abstrato feito d e porcas e d{!ª pOr·c as e par aÍU$oS. ,.Ib-da essa estl·utul'a está e.rn um
paraJus.o s tornou-Se .ugo_ra u nia pirâmide formada por osta:do de m,u dança de cor coJ1st{1t1te e trunsform~cionaJ.
num.eroSOs quadrados e t:l'iângulos coloridos, em mútpa 'J'tata•se dê uma coisa viva çiue ·j,r-ecis~ sar contínua. e
h oririõnia, çujas· nuanças de cor d evem ser êont.fnua e ~ovmbei-,te compreendida por qualquer p~ssoa que a con.·
compensatorhltn.ent.e cquiUbradas. fsso descl'eveo ~specto teinple, .ol;lste caso. Aquelá Que intêrpreta o sonho.
adiantado da análise do sonho. 1-nitia} menWJ ca~la inte1·- Agora a ·pessoa qtie sonho. d escbbte que o p ico, o pon-
pretaçâo de sonho é uma exper)ência_~~ surpr.e sn indivi ... ..........'f..O,,foeal de.,.tocf.a··.O ·est-t•utu1·a~..·está vazio, é un1 e~paço va-
du.aJ. :ti.{as agof·~ tudo entra ~m corltato mais estreitq u n:1 zio. lytais t"drde, vimos o sahe1· que este é' o caso porque.
com~ outro através da connnu,icl.tlde dç1 vjda, o riQ. Não ele 'é a foce deDeus, Como bem Í;o õnbe, nenhum ser hu-
apena$ começamos a compreende)· :individualmente os rú~ü10 pOdc contomp.la.r a face de ·.D.eus,; cón~inuaf' vivo!
.sonhos, como tambéo.:i viven)Qs .cqntinuamontc com eles. ~1,1~.1~JJ).),!ik!.!? rnanda\os - _o\! ~ ~ja1 {r~ ag.ent:1. i.:.e.ligiQ-
Tombém se 1:orn.a claro agota AJ,te a pir~Jnide. nne-s a,r <J,e sãft.S:,!!'CJ..1.lª.r.cs.e ret~ngt_l!~t~~k•.d-0-·S~·l!l.çsmo - , encon tra-
suas f~t·~s :thli ~lctuais, .1:ew:e:SJl~i14:. iuµ.
. todQ,...~.q uiUbradoJ s<, a,figuri:i <l.e C1·isto; do Buda ou e!• ,tl_gum.a quJra divin-
1!·Q...g u ~LtJ:\d~Lestá-coeso ,com ttJQ.o,o..u1ais. As CO.rr:s céJ.?f.~ ~ datlê. Ou ai'ndà um sírnholo como o r ~lâmpago (c!qrJe, em
sentâlri a participação das emof<)es e dos sentimentos. íibetr:mo), -·ou ·um cl'istaJ;..ümª 11ol', uma ,ésfera..dourada
ITTiõSé trafãmél·aiiiéntéii\.àt.s'C:le ·urna q"es\ão de enxex- $té~1'.·Ías, part.ic_ulflrrnfl!\~O en1 (}p9.c as re~eütes, como J .u l'.lg
·g ur .Ri'P§!.d aç~§J ndivi.d ua,i.s, mas ta.m9~U\de n p:3 r el a.cig- saliérifot~· há iun..númcro c44a_Vi,;!z n1~J-0r. cle·cásos. nos
~Í!!:.l!)fe~...S~'!.!,\:;9.éill.$, !\S n,u~n.Ç.!'S,,_\)~- 1~.Pt1me9.to -de ,una quais o centro estã vo~~o . .É .c;çnno, diz cl~ 1.se muitos R~S-
u~~-'}~ltitJ.l1!'.~-i \.P\.OJ·ob~ - sen\)11'8 a,J;~)>\os no estado dê /;Q!'S d,;, h<iJe·em di;, n áo mais fossem capaies,de projetar
equi UQ.r.i-9 Qg i odo m i~t.~ ripso. ? iutagem divina - 1.~omo, 'p or ·e xemplo, (?.m Cristo ou no
Os componente,; básicos são tl'iângu los e quad1·ados, Btlda: to En1 decórréncj'a ç]is~o, co:r rern o ri.scd de {::e 'i~én:.·
----- __ ..,,..,.. _ , J##','• ~ - ' - '• • • • , N,....- .
•• ,.,, .,, -~·· ·•
assim .como o todo é' composto de uma base qitadr.ada,e tificar<>m cori\ ó centro, o que Ievm-í_a à j'.l,i,;soluçí\9 d~ ner··
quatrp t riângulos. A,quele,s <il.!ll.Jla(,4-o.ianúltarJzadós..:orn- sõno.lidade. ·os Iimitos do inandala existem a fim de evi-
~ obra.d e Jung ~a.li~ti,:ú ,l\!.~..-º~'t,j@~..lf?~ d Q.~!:111eS.m tj._,1H'fo tar que,i$so ocõri-=ã'epiirã ¼ :erorçar ãCoiiÇeh ti'~ão- êiu um
qu«J<5'2ll.l})PÍ:i, e~~.1.1J11.ras:_qµJ>te!~U1·r i!)'b;;.rn!lj.$.i;1U:.a.rnente centi-.·õiiitcí:í'i'O ;ô..Sl.mesn)o, que náo está iden.Uficado com
t~iádk~§ -Q~.l!J.9.çlçlq~,çl9~uniyt?rªo~qª- ~ntigf!§ cqsmol~gi..as q~go.~~iª~2!!.i<?..ser)1\!,h.Í'~~ não subs~(tui .ª c;!Íyjo4a-
·; ão q~at.ernátiP'A, assim.como. .o,.sá9...todos os.§im.l;mlQ&J1.a,t).t:. de; em vez·a1sso. el a a simbolfza. Desse modo, .a d iv1,n4ª ..
t âis êÍÕ-ili~irui.. A Igreja c11tólica até expa,ndiu a 'l):indade.
c::i:fst~··n:;;;;ronllahdo•a em... u 1na q uaternidade através
depeÍ·maneêe·-() .JtÍiStéÍ-io qµc
h')bito !\S ptOfUÍldetáS cJa
pslque individual. . - '
20 21

ll
QJ)erig:9 d~ 2<!alql,".! tipo de a ~~/smo é q ',l'é.l!.<;sa:..h.il·. criae nLunl que tornava possive l aceitá..*lil . _g:~~-e_)'~ cap&i t
mano poSSa~~~~m_QJ:ill ..CE'1~!'º1 .!l..ª- QYa.J.id!l..d.e ~z.cr.iss o :Pó~·q u" .não...ésta va yrocurando ..t?ll.!9:.P.!Ull
dÕ_eg'Q.,_So.fr.ru:!9.9. ~~~i~- ~1n~1...J.QfJ~çf(Q. <m.~. g9_ds_l.9.l~
c.1n ul'na c~t.ástr ofe psí.9.uica. O hom em que t~ve nosso·
=
1?2!$~~ ~ fus to n a..pess~al dos s 1l~ t?ltrns ne urot~cos que
ex~'tV{! e.orno 99t~s __ha~iam sé_ongrnadó - e, s im, pelo •
sof)hÕ.íiãõ-corre ·e.asCf)crigo> mas ainda se leva por. de•
o,Wcti'-~9.~ o telos_, .ou .~1~~ficad.9 çlos _{enQ1,~1cnos qu~ estã~
mais a sério no papel de ·ana lista; é por jsso que s urge a
ao ri l_<?a!~~tJ~C::.§}~1hca~a m im o fa~o d ~ eu ter rnSJ1
imi1gem. Qoando ele oJ ha p,a ra.o cu m e, este com eça .a ir-
~O"íwíi~J!..J.ll!ltf.!.Çl~e_egEUosa?~iAtraves d1sso, o topo (
l'a<lior. Isso n.os foi lernbJ:·fg:__a experiênda cj9 nir.u.{lJ!:<i_~ _ da· pid\mido se tot·na visível., ess a pirâmide que os !lnt.i-
·s~tori do Extre m o Oricii'tê. 1'l'at a.::,5_'-L~.Q-~.!!LY.9.~jo_q~g_nã.2_ gos cgípéios situavam de modo a ser tocada todas ns ma-
éov~~-Ji~~iv~~-~~'[!n~~ P-IellO P.9 ?.~~9~Ll~t.m..i;!~.ção. nhãs pe)os p1·it.neii"os raios do sol. No Oriente, particular- f
Na terce ira parte·~fo s onho, U'}.~ª mve!~,ao surpreet~- rn,mte na Pérsia, o orien.s, o n ascer do sol,_ a inda é hojo
denc.e ocoJTe, u rna chamada @111)n.!.~.\!.r:.Qrr>Jª.-" A bela P•· cm .d ia um Sff.nbolo de illuni,nação lfl (stka, o po nt-o no qual
rámid'e é agora com postá d e excxen,ento s olidificado. Isso o iluminado -vê Deus e se torn a um com ele. (
to.r n~ vis ível o ponto. de iluminação no Vfli:io,.e vi_ce-ver- A quarta parte é t.Hllâ descidà' i;ill'relõffió. á'vida"êOU:·..·..-···
sa. Qa.filmiirni~l-a.s 4P., An.tifillidad.e .e.d11.ld.l_de M~ = diana. E u apa reço (eu .era a analista dele) e digo, rindo, ç
case Can"Savam d.!v..:.9.,lleti_l.:.~'t~ li!~re. 0:1~§~(.~l.i!!ffer-có[f que tenho sessenW e um. anos, não dczessei_s, m as que a (
in.µenitur ("é _9-esç21?.~ t!i)}9_!Jl~!!L~º..~..:'<ç~·e~n~ ) e q~ soma inté rna dos .dois n(üneros é set.e. Examinemos i1)i-
as pe$S08$ de-s to mu,nclo.5!.~ClÚ~!11ª-.f1~~~~~~~~1.TI..~~~~ . tüilm..ente ·a situação Collêreta. Eu tiil:ha ~e.ssenta e urn (
r~~ã"fl...klSrãcl.Qfl.i-llis t-as mocler·n os, me~mo hoje etn anos, o ho m em que S0nh9 u, .qua 1·enta, e as m~llhercs q,u)
a·ia>nãq são da opJpião q ue 9s s onh.o·s .são um "refugo", en;un sua.,.,; novas an.aHsaõdas tinham n üüs ou·m enos vin•
fantasias a nais e gen ita is e ·cp(sm,; S(t-me lhantes?. É vex- te·. Assim, o h0tn em estava no tnefo, pre·s tes à entrar ná
dade que o que o iurn.list-a tem que ou vir.. o dia inteiro, ser,~mUa 1rtetad0 da vidit. Até os q ual'enta a nos, ele havia
sentado no consultÓrio, não é pttr·a.tn.ente edifican.t.e. 'I'e1n exercido ouLra profis s,ão, e · agç.tá. co rria o risc.o de, ficar
(
qtle ou".ir n res~to de ~riga~ conjugais, de ~iti_1}1es en - assustado com a nova tarefn, como UJl'l éstud.ante que ostá (
lotJqúecídoi;;, explosões de i·es.sen titn~nc.o teprurudo! fan- pal'a prestar exames. ·A experiênci~ da vida ((ue ele já
tasias.s·eÃ'J.t.3is, necessidades .fi~tfl,ncQira~ e iütermi1rávei~ lu>.via acumulado, o diflcil casamé11to que ele tinha sido (
"então ele disse . .. e a í eu disse .. ," Est-amos todos presos,.
capa>< de.resolve,·, seu$ três filhos já crescidos - tudo (
os pacientes e todos nós. em mn hon·ível excrem.ento. ?i.·Ias jsso ele tinha esq uecido.
qtiando o lh a.mos mais de perto, podemos ver a mão de (
O que 110$ aJuda a cpJi é o s imboüsn10 numérico. O
Deus ne.\e-!
Essa talvez teuhn $ido a m aio•· !J.l'te de Jung, el<õ era n-Oü~ét<> um.t.~~-~ ~~~5.!i':!!l,d ~~<:.,..~ !.~\i~~ie c~sl)).Í$
capaz de ouvir toQ.o esse li..xo e perrnanecer t;!.$tratJha-m.ent.e 9 ~e1s ru,.~~~.!.lJ.AJt.J.~J.~!?~<19! ~-~ x~s.!.2..5!!..~~mé_1llQ. Ao~
dezesseis anos. d <;3fitnfavamet-l te de1xm:i1...o s para t1·ás a to-
impassf\•el, e depois, cont uma palavra ou gest o, apon tar-
taUd11,de i nco1~sdénte da infância e nos voltl!,mos para a
de repente para a rnão de Deus quo se t-01·nava visível sexuâ1id.rtde e para as."dei 1ni l coisas do mundo".~~ ~.
nessC lix9 1 ou seja. para o s ignificado mais p:rofttndo da (
s~nt~ e U1.n , j4..uy2~1~~!.~..!il:ni.~~!11~Qâ9-ª..vclhiQ$:. .no ..
22 (
23
(,
(

q':!,_al J.lO~Ji~(!!n os d o (!lll ito.:c .tu·anç;u rw;; ~m ~ir~ç<}.,o. ~ para.P-,'?.<!!'X .eG~ontrar o :ij,u c a susten ta qu a~do. e),i j ~ !1M
' unid atj~Jnt.erior. Mas a sottHI int.en)~ dos dou; num?ros é ~eeue $,e -soSt!?XLl~- ~Q!!_t.l:!~ ~ ~ ~!!9ª eode !~~
set.e. O sete é o. nú mero d1\ evol ução. do desP-rn :ob:,1!1.!ru)- dar uma ba.s e i ndestnttível". i]r
1&-tt '('m nos·~·pcúla~ qucc'! pcn~t\~ rfos s?~~ d las_da cr!aç~o. - F;5"f;°aâ1,. iLÜdê...nâ~)LC}n nenh u ma reJaçâo CQITI O
No n úmero oito a meta, à totahdadc d1fcrenc1ada, e at.m- narcis ismo o u <.:01h o i ndividualis m o egoístico. Es~es no.d-a
gido.'A ênfa se ~q1:t!.r.r:t.ª1.n.Q.. s~J;,.~.•. !.1P faJ:2v2~"CJ..li~:_~......vid.a é. maiS são do quê uma preõcupi1çâo da parte do ego com "o
d esenvolvitnen.to .. tanto ~a J9yent ude qua.ntó na velluCst, q.ucriÇlo egd', ná<> o Si-me:;,010, q .u.c é, e nfirn, un) mistério
''Tudó <rhãi)$iÇâo", ot1 "Jfabentibu.s symbolttm.fq.dilis esl. jnte·r ior· do ,i odivíçiuo. O rel.~cion.arr,ento e ntr e a pessoa e
tran:s~tus", c9rliQ d i~j'ªJlJ.OS ant igos t1lquim istas. OSi:mc$}1lQ._n ão.9~G'~í§tico, longe dlSSõ~J>eSM soii'illltRã
· ESse gr1;1nde sooho se afasta do medo d o homem que pód~ Ji_ol1~1cnt,e_.§e r~ra·aônaf'.~ê lllil!~e~l·a_aae4:..tfãaã'fo1»
teve o s o nho e responde à pergu n t r.i dele c.on1 toda u ma ns outra~ pes~oas enq'Aat~Jo !"l;ã~ encontra a si mesma, o u
filosofia de vida, t)O c0nt.ro dit qual está çt a u to-rea liu1.. ~ eÜ erQP,1·]2..§!;mesni~. no·tt1'#~ 1UO'fllô-ciõ,.Jülijj â'dllli-
çâo. O todo é r epresen tado,p tl'l~arf\:~:lte 'C~mo:u1na'série·dlli··.., .........t.iü qtie sua posi_çáo c.~ra ~nila.t'ê r a.L. Na vetdad<.~, Q_Cami~
eve.n tos q ~te iluminam ~ ho1ne m . lodavu111sso .não deve l!P~ 1,xtrovc,rti',lo...dl!...~.\!!!fl.l'!.0'2. soo.ia) e ~~i.':l' º lntro •
levar às péssons'a pe'hsar erronearµen te que se,:. um a.n a" 1
v,e1·tido do~ r '#lac.i 9.llil~tlé!.lto com~ -t!l.,esrno Cons!ituen1
ijsfa não r êq\ler timu realiza~~º d a parte c(Q ego, Sab~- ú& i~<fe 9p9~Ç-0~.s,9.n)P.lctmenH!r~..s,ff~~tli,~~~)Usfft i~·~?~
mos a partir da expcriê~cia. qu e o tl'abalho é árd~ô e difí- êJ ~C!, en~?-.n to,. ?~ ~~es~l)Ç tem:po .!11!:,!~\IP.l.~ t~~ft ·Ê!'f.Ç)~!.~~1'.9:S,
ci'l o n~que r m.uit.o conh~ci:tnc.nto. O Sonho> 9u.e r epresent~ N·~~ sob a ru:~.!'!'ª 9...9.!!...~llP.~tl?!1P.~1,¼'fi.io·~.<!!'. 2r.~s.ce!'te ur•
esse t rabalho pu râment0 co1llo a..lgo que m::o ntece por s1 ~~11ii aç§9, ~ .<.'O.uL~ i nfluência d o çomunisrn.o e da 01:ien-
m~:$J"!"""J, in-.:li-c~ urn.a:côti'l\.,ensa~«o. porque o h o rne.m que :t~çãÓ extrovertid~f:d~: ·nul~i;,~Ui' da$ eSCOlas psiéÕlógicas,
aol'lha , en1 suas rum.inações do d ia arit.etior, levou éet, ego., ~rr.en!.9'ª-.9 &,rx:~r!~~.. pr;u·igo de nos concentrarrp.9fj, apenas
o papel do anafisttl, .oxces sivam.e nte a séi:io. o.s pàcient.:s em u n:> dos pólos e, port11nto, de esmagar o indivíduo em
r eais que lhe )wwia.m 's id o designados, duas Jovens, nao ~@íaj-Rlãcfõtj .
ap·a recém no·s .o nho. ~ m vez diss o, o paciente, o "s.ofre-- ~ - TIE!lXQ.r·(te·Jêvã.r isso em consideração poderia. 1)r.ovo-
dor'', é u m a figu,i-a inter:im.· do próprio hometn. O pac,ente ~ r .u ma ~~_tr~·:i:eâ~ãô..lfiCOj:.~c~!L~, iú~ti-~a((ã·pof l.1in,
é: u m a parte do seu S,i-m.e smo. &~.2,?~o !1~04e1:.a~~:º' e, !1º caso ex~r~nio, até mesn\o pela
'l'olvez este sonho d ê utna idéia de por que nós. da e'Fonmii:hdi,éle socia.J. Pox e.s se m otivo, _de acordo com a
escola jungui~na, somos cético$ cmn reh) çã~ à te1~apia etn ·~~f~!va de J gng,;~-.thegad;J, . !l .ho'."°a çie pre$1a1crnais
gtupo. Este sonho mostra que o ·J)rinCi lal roCé~-ªQ.$..4.e - "ª ·~n .ãQ.ao ,Ç.!Jm.w ho 1nt1:.no.r !:lo.1n<111adnQ _e.m.,dii;eção..a o.
~~!!Y.9.~.'!ll»filtiiiitei:!Qr....sêU~ .e~)-~!:e.?~s;o ~ o Si•lllÇ.Stn,Q - ,,1ª1-mesmo,.RQr.Ql.l!l.ªÇLll)._~11t.,:,.a p~~.sQ.a qµe ~sJ" apl/,(eçla _no
ou, usando u rna linguagem ~esusaâa, .n a 1mage1n d e Deus :·Si;f!Jesmo pode verdaâeiramente a{Pr de maneh-a étie-a.
~ üt.ro d e nós,~ outr5:s pe~~~JL~Ua.~iJ!!P~E..~P !,ê,J.l) :Sew::mt~.}~_sa pesf!Õa n·ão segufrá, de forma acríi ~ça, as
o q Üéfazer ali. O processo ch ega inclus:iye. a u1n po)\to~m ·~ o~s das modas, das manias e dos ' ismo~l 1 P.Qlítioos. 1

q\le a té õ;nã'tist.a da pessoa é de1nais. Em última ª?ál ~- . .!J:g e enUíg~ç.QJ!lPJl~.~P.!:~~~a.helamente .o·s.on h o , ta1n-
se. como saliento. Jung, a pessoa tem <1u0 "estar sozinha 6~c~ber a mão de Decrs!Jil ·m \!IO ao'lo_ilo e ·~ iínÜnd(•
2~ ~ - --- ----
25
1'
t
de da vidi~ - somen te, é. claro. con10 o son ho tarnbém o AFO'NÇAO INFERIOR
indicà., se ela olhar mais de perto .

NO'l'AS
<
(

l
I!\''l'RODUÇÃO e
(
0
E!mbora·o·tema ·deste·tt·a·ba:lhrrseja· a função inferior,

,!\ão podemos falar a respeiC,p delii sem discutir todo o ptO· I'
blema ·<las. <1uatro funções e espoÇar, t.~mbém 1 ~ função
supei'lór, ..porq1.1e tudo está intel'ligado. Pressuponho qu<1 (
o"leitor esteja familiarl~a.do com o livro de Jqng sob..-e os (
típ.os psieglógicos,' e tenta1·ei ilustrá-lo através das mi-
,nhas-0xperié11cfos .Prátic~.,.ct. 1

(f'ipos psicoló11,icos é um dos prirlléiros Jivros de Jung. (


~{'.nd.o o escreveu e tet~t~va obt,er inforn1açõe8 sobr-~ os
!!llW/, ele estava, sob várros aspectos, debatendo-se no (
• Csêg..ro; desde .e ntão, fez 1nuita.s descobe1·tn$ que são e n · (
çonitàdaa ~m suas qutras obr.a s, entre ns quais pretendo
~tábe]eoor uma eissociaçáo. Repetidªmente encon.tramos (
l
1

1\&essoa~ que n,~? compr.een~etn como a UP.oJogia se pa_~-e-


~ 1n.a vida pratica. lvfu1tas pessoas que falam o resP<J>to
</.9~tiJ)-Os não consegue,n nem rnesnw descobrir qual o (
j ' se!IJ,l.ipo pessoal, o que geralmente se deve à falta de ex- (
i fflriência prática .. D.esçle que o livro foi escrito, a idéia
'':'.d$il·qúatro funções da consciêncía bem como o.funciona-
~fo da pe,·son alid,a de humana consciente nessa ma-
'Jlí~a Quádrupla demonstratarn ser tremehdam.entc p1·0 - <
l~ u,lfvos, e o problema das quatro fu11çóqs e.v oluiu cada (
(
27
(
,
r ve r. mtti·S no pensamento de Jung e taml.H!n1 apat·ecc n~:; ... cj!_nte e a es.trutm:a da peqsonalídade t,otaJ ex i stern no
(
pens arnentos d e)é., na form a r•eligi9si(do ptoblem·a do Lres t,,mpo antes da persona lidade cQll$Ciento e poderiam ser
e do qu~lt.r o. . · . . observadas comô no diagra n.rni seguinte.
O pr·o blexna do. t.rê.s ú Qo quatro, ~spcc1a1_me.n te 1)a
imã.gcm de Deus , demon s trou s~r de ta l n10<lo mlport an- it--._ Estruturas quádn,pfas 1) 0 campo
da ~onSclêncit.i,
tc Qtie as pessoas tendem .a proJet aJ' o prob1~m a da fun- :0·9 0 com o (,lgo como ce11.tro
~ão .s obre' esse _ptoble~rn. re 1·,gioso. · O mesmo. a contnc,-.
~ . . .. na. --.J· · . . ··._.,-
fnterpretçi:çáo mitológica, poi_s se.mp~·e l~~te as pes~oa.s ei:i- .. ..: . .. ..
, ,-..._
. . . .. ..,,-:-,; .;;::.. _.._- _..,.
-...,:::--
A
A éSltVlvra qua1ernáiia

., , , .
pr6-consclente lotai

. .... -
contt·am símbolo~ quaternár1os - d 1gam0s, na. m1t9logia '
dos índios norle·arnericanos, e m que no;:;-volta!flos pa i;~ .
--.. ... ... .. .. '
., • '",
d:.i. perso nalidade •

05 quiltró pontos cardeais ou en1 que as pintur?s. na arei~


encerram obviarnen~e uma. estrutura q1.~at.ern_ana- ela.s ~ -con~~ I]çi:~ em s i é uh1 camp~ de representações,
diz-em qu~·i aso --significa.o.s.qu~tr.o..Cu.~çqes é ~?CC!l.'POl'D.~Jl porque a,s repres'e nta~ões s6 São consid~radas conscien-
esse conceito na tema tilitológtço. E·, osten1 trQs ~1-ros (í. ~ à m edida que sã o asSociadas.ao compléxO ·do· ego. So
Primeiro, pegar concejt9s jungui:ant>s e prendê-19$ a.o c!.!«o: "Sei qµe jsso é a~shn'1,. s ignifica que isso é c9ns-
m{ltet· ial m itol6gico é u.ma jnici.atjva con1p l.e tan1~nte ~s- e!~nte parn mitn, que 4 Um fato no meu campo de cons..
téril, pois distorce fat,os básicos. Segundo, faz~r ~sso ~•g· ciêrn::i:ª · ~uando as funções $ ~ de$envo1vem no campo da
nifica usat' os conce)tos sem pensar no que reahne~\te s ~g- conSéJ,ê ncra - A, B, C, D no di4gramo. - , el~s vênt de
.nificam e r\O que. se ba~eiani. E, t-el:c~iro, ~e~te C8.$.0 ba~x~. pri)tteivo, vamos dizer, a funçâçi pensnffie1l to,. 'ct1.1e
espe<.;Uico, est~~~ll,QS fundmnt•mta.lme~te errçldos) porque, depois $0 torn,a uma. das pl'.incípa is funções do ego, o qual
se p.e nsa t m.o s J)Ol' \tffi .mon~e1~to, .percehere1no~ _qu~ o qu~ ~E!'! ~?~J?~ln~ente a operç1çâo do pensat nCritõ ' ilâ'õ'rgã:
p.o dcmoS ver no matenàl nutológico é u i:1 1n~-~.<U 1al u~cons- '1!~aç~ó do Séü calnpo de.consciência. L entam.e nt~, Ô~ira
ciente. Q ~ nuvajO:S, f)-Ol' cxc1nplo, l'lf\p ct•1rra~ ~Ol)$Ç.te,t)tC.•0
funçúo .apaxe~ e, pouço a pouco, todas elas -... na J)te.,
lnente seus l)).(lndala~ e ...E?iU.t.Y-! .?.;S_I}~;gt!'.~i~ ;,.912.u,.111 .qu.e fó- ~enç.tl d e · cond1·ç ões favoráveis - su,·,gem no campo da
r ani. r ~xel,9:ç!9_s ª"~l!:!>?.:9.t-!..!1...Q§....ÇJ,!IS~~1ws,. !o.r ~onsegu\nte-,. P')Jlsc~~nci_a. Assirn., obt~mos uma estrutura quádrµP.la.U!1
es~es temas quate1~nál'io1? mitológicos pr~,_rut\Vos,. ou mes--
~ Ri~nç:1·4 -.9.~9.._:refl~te .f)xat~men~ .. ~ (!Stru(µ n 1 4!!4.-
mo e v-Oll.1-fdos, são o.uton1anifestações do_1nco11sc1ente co~ drupJ~ P.~~~~P.~S:~.~~)t~. Tomos utn quaterno de, fu nções na
Jeti\.:o, de modo qt.10 não podemos ident,ifi<:!4: los com tnn consclência porq\Jejá ~:ci.ste uma tendência inatã. de for-
fcnônl.eno consciente, ao passo que as f.tmções são ll\.~dor:l mar ess~ est:r~ttura quá<lrupJa 110 inconsciente: Os pro~
de compodarríento da cons~iêncfo.. Te1nos <tue exammar dutos m1tológicos ~ernhnente refletem a ~strutwiiiir.
mais o assunto. da se_g uinte maneira. . .
A consciência se de$envol~~1·11ne1ra 1nfâtl.C.Ul,
. . ~içaJ ~.. c!~~9I~), -~.~-~ (ri_ª9...reP.1:e~ !=J:~1ú §~ã~lWr{\~~w-:!~ã
~~~~:'.!~~~, P9.f assm\ diz.er. E por faso que, se tentat·n:1os
COI)l.0 $8 sabe, a . e arfi; ÕO ll!COnSC~<!!!_~·-~ !!~!Jnd9..)1"$SO p,render o~ conceitos de pensamento .sentimento ·e as-
ponto de vis.ta, o inconsc!,;~te ! .~1.~~! ~~ J?.!:!~~E .!9 e.9...~º!1-~-
ciê!Ííê.-Seéunaãr,o. -Por cons.e gmnte, a totahda,4,!!. 111cons-
sim por diat_l~,,. ªº*
feu9n~enos mito1Ógioos, .semp;e fra-
- -·---· Cas~~mos; ·:v1.sto . QL.te esta.mos tentando estabelecer- t1ma
·- ----·
, "'
28 29
1
relação d.a munf,:ira errado . .É coroo se.tentássemos iden· Sjgniffca qu~_<;tuando. ·a part.frde:=-sa estrutura básica, uma
tificar o r:eSu1tado com a causa . Se, portanto, temos um ~ r a f1.i.!n;ã_õ·s~· ~Ql'"ilà Çjifi~S§ ~rit~ : O"êfeitõ Q'qüê Ms-
fenô.m eno {luáQrupJo na roitolot,7ia> é mcJho; d h~~r que ~tun!. bâ:~~ç~ ta rr.ab~fl1 nn~da , pQis.nen) ºª p~icologia ncun
repres enta aest.rut.t.tr~ arq ue·típica g':ral d a psi~uc.' a qual, ~~al.q u.e,: out.~o campo .9a ~·éalidad~ja.mai~ ~~,is.(f? um
en t re outras coisas, sempre produziu a tendenc1a d e se curso ãe açao umlatet·af; porque-se o 1nc::õ11Sc1ent0 cons-
d ese1)volver e se transfotmnr nà$ q uatr o funções nn eff- Cr61 um Catnj)Q de consciência, a repeZ:cuSSâo des~--a rn:ue ''
tn1ture. da consciêt)cin. dãn9é._-t,ambém produz uma alteração.na est'J:uturâ i.ncon.s-
Sempre foi levantada a quest(lo d e por que cargas éjcntc, Por conseguinte, nos &o nhos e n o material
(
d'água deve h~ver q\1at.ro fu nções. Por Qlle não três. 'o u mit~Jógico,. notamos que essa estrutura bà.s ica também
Clnco? Isso n ão pode se·r respondido teoric~n1ente; trata.. aparece em Uma forn1a alter ada, 'a partir da qual podemos
se simplesinente de u1na questão d? examinar 05: fa_~.0$ t;! concluir que tuna ,rarte do probfoma.das funções já se to•'·
verificar ae é possfve l encontrar ma1~ o~ m~nos fu nç~~s e 11op conscJente d e m odo que, por causa d a ·ação cont.l'ária,
oucra tipologia que seriam ígualme,~t!.J.u.i:~·!1~~.d-~s: 1..ara_ até mesmo a estrutura básica poS.Slti essa forma modifica..
Jung, foi \1 ma gn:mda descoberta encont:r·ar ã.epo1s. ti: côti> ......... (ra·9ü·~ârtê.rtlda. E ntáQ, novarne.nte. E!'Xistêtnmandali;l$ qlte
firma.ç:ão da sua idéia, mâi$ intuitivamente conceb1d~. no são encon t rados pl"incipalm.cnte nas Civilizações suj)eri'o· 1'
fa(:() de qllê em toda, parte. nos mitos e . no :i mbolisn,o fes, (.:01n? ~s ,i magens dos q uat.ro evangelistas nos· qua1s
relii,'ioso, surge o problema da estrut-µra quadrupla da ox.i$tc_m ·três anima.is e u.m set h ttmano;· E $se tema apa-
psique e que, ao estu.d.ar o cosnportamento d e seu~ Pil· receu p,·ev.iániente na m itologja egipcíã n os q uatro filhos \
ciente$, çle lülvh1 clar amente d<.i:scoberto u1na estrutura
básica dR psique.
Na~uraluie1\te, a estrutura quádrupla da psique, que
de Hórus?·.r etra tndo$ com três animais e uma.cabe.!;3 hu-
mana; . beiil" . tomo nos oukos rirn.ndahtS distor~cidos oos
quais existe cel'tà tensão del)tró da est1-uturà, ge1:almen-
. 1
signíl'Iêã:.liiiiS. do q ue stt~m1c~t~ as tuAções c-ons cien~e~, é tc ent.te .o três e o quatro ein })&l't.icular. · ·
1
~ líriérlfêr"epresentad8:,. 9uan.do. .~pa~·ec~, co1no. ~ma Go$tal'ià de apresentar breve esboço do padrão das
autotiiO.riifeStàtão. pt.i!'-:,~_P)! ~ ~ ·prnp.1t1va_do 1ncon~c~ente, Quatro. funçõ.eS na psicologia junguiann. lajcialn1cnte (
g~fâ1!1le,nte ,q9.~~).o u ~ .CJ~~,ter~~) .~J_c~ife rênci~do. Ex1.Steln Jung distingui_u dois· t ipo.$ comportament,ai~s: ; ·é"ii.'i-ove1;~
ªP:ê!ti!~ --~ ;.q ~~! r~ pi:_~~1~~91LE!.~!!., ou · m çnp.§ do mesn~o . __,_,e. ..,..-
tiao oJ,itrõverH.
., ------- iiô: 'Nó-ei.:trov<i;rücio a
=.::::;s;_.....__._..,,".J...--..·llbiMJLJ.l
,.:' .:.a,:;·,;·'"1-
"4,.\'.M-.X-
tifi2:. 9~.~.t ro ,core.~, Ql.!.!!:~\JºS, o.i,1 diw.ses et c. Qu. ando .m~,s m...~~~~....!l.!:!~. _2~}}~Cie_i~~!Jl~.~ _!)n·_sJ}r~Çáo d9_..Q!)~Q,,.Jn~_s
conectadO"s a consciência, ·m as tendem n sq torna.1 t, és e_x}.~~\~!!l~·!_il, ~~1~ açJ~o .95,?.~~i~)j? que volt!!_ºJll jfJ:re9áo
animais e um $er humano, ou t r ~s deuses bons ~ un1 n 1au, .!.~~q,.-:~~ o.e~t-~1:~1do. o ~nxo 09W tº..llª <lh"C~ (
e depois temos os rna11dalas m ais diferen~iaçl~s, ~ós qt.lais ç~cJg_ SUJJ~).~ ~Jmr~,.J:l~,.2!.l!.@9X..!!1:~~.Ç!5mt,f.. No caSQ
-os quatros ·p6los da.estru tura quatetnána ~ao d1fere nte_s ~,!!?.x_~1·~~9.Q,. ?J<>rrt ~.~J?..~Sto, poi.s e le tem a imp:ressáo
una dos outros. Isso é particularmente assuh quando h- ~~~~1 o~j_e~-~.9.I:.:it~~-~ ~! ~i~~<i~M'ii~i~ª~)Õ~:Õ (
damoa com um material que foi bastante trabalhado C<:>Jl.S· gu~pJ:~~!~ª <Xl11J;) Ouamen.t e 8.E! .11[8.J!!:i\,r .c:l.e11.w,..\!.lliJ\,~.!<:t<.q:Y,e. (
. cicntemente, quando encontramos o prob]en1a clássicó do !~~.o, ~s~~ caJn.d,C? '!9Q!.'.s' .eJp, é_çontinu,a rncn te ªl\!!tªSiW.Q
três e do quatro, a respeito do guol Jung tanto escr ev,eu. !""las tmpre~sões, mas não tem consciência de qúe está (
• - ; - - - : •• • ' ~• .-,--, •-•w'

(
30 31
(
r
1 ,< '
r .;ccretnm cnte e.mprestnndo energia psíq1,,.ü~a- ~.~ ~bjet.o_·... gar. O tecc~·i ~l!i:\~? st;l.a seu cavcilo e todo muncJ.o .rl, .~lj,?!
através da su a exTfóyêr;iACi ii1<.:0nscie 11te. qÍÍõ..é..lU:élhór que.ek-!..fiq ue ~m ·çHS$1 o.o li-).~l<> do fogão, onde
De m aneira s ucfhta: 'Hi$õ répre$et\ta a. diferença. en- é o lug'!!l' .d e1c; _(!\as é geral mente es,s e fill}o g ue consQguc
tro o exfr<>vé rtido e o ioc.rovertjdo e então, se tomannoS;: ~ar,1,.;~ c~~~!1c.o a gr.~nde tarefo.;l~spn quhrtfi 0SUJ:ª -;;-
ª-!:..9~~,!:;?_(unçõe.s do ~en;~ãQ1.J?.~!!.~H111)enJQ.JieQ..\!1.i:tent.ó file ó~ t;erc~Jro h~~~s.~ 9~~l.ft~jJ.t,-'1.11·a na es~rutu~.:?- -. -
e..iut_u!ç!o.,tererr10~ .1t?_':_!P?,.S:_~_pe!.ls,~~?·~~? _e,strove..n~- poss,11, _d e nc_Or(J~çºp1_0.s.Jn1tos,(!1foie,1te;; s:mahd,ndes.JJ\s
do,._<LE~!:lsar~e.!~.!o -~1~_tro"::~,~~·!-~-!~n t1m~ti t~ e x t r over.t.i- ª$.
vê ié~-~ o T~_:iai~ .tqlo ou Q J~l~isjo.vem, v.~~e~ ~..P-'!11~9..
do, .Q..f~é1,t i meritQ il)trº.ve..rJ1ê.f.ot..t?!-~~~tr'Q P9! diante. . ctêsü'JeJtJ.9._0 <tt..à...~·ê·2~~ a,1fl.~l.~,_µ ni co~pe leto idiota.
---F,:Xist.e.m diferentes_yei;~õ~s. m~ª _elç~ J}lpre so el)•
TIPO EXTROVERTIDO TIPO fNTAó VERTIDO caixáem urJH>. dessas categ9i-iás. Em. um belo conto de
~·u$SQ,_~.L~Xe..,~!e!~..~i..E~!1s~~e~:i!_clo .!Jrn éo.n!J?lCto
. . .. . ~ C ~••i••• .u:a: . eg o ~
;
;êliota, 0 os dois filhos mais v13Jhos pa rtet'.n em maràvilhú-
sõS :c;ãvilli~-~d-~_e~tá~.~ lo do .PÓ!., Ó-1l\ãi~ nÕvo· P.~ga um cã.
\ , consciêocla
víilo-ae·pelo desgrenhado e monta a.o contrário - com a
-....
' --. ,
/ '
.... ..
'~ _ ...
__ ,.
/
cãbéça-Võl tad·a para o rabo d o cavalc, - o pa1·te ridic1.iJa-
rTiado ·P.~ tQgg"ã:~)Dle.. ~.;:õ}iVliiõifillte, i~ã. ~ J le~·ói.r u~so,
.1-\.nte:; de irmos para os·exemplos prtiticos, ·gost4 rh1. a (J_',!Ç)é'que·t',!!;19..Y~!" aJ,~:dJt•:.. Ahisc.6.ria do bobo ou idio-
de catoderiza r a função inferior ení $Gu c·o mportmn~l)to -~ vezes$~ p ~s~a f~F.ª dH e!"'itrútu;·ãêfâS~q:tj.at'1:9-ngt:Ll'~S,
gen érico. P odemos dizer q ue todás as fuoç'ões supo-rior es de m(>(]o que e l<t, dcsdo o início, é o her 6 i. Qcon·e e·n t:ão o
cm \t1üa pessoa., sej a . en1 um cas o, a fun~ão pen sa mento tema ,.di_4'J~ij-ª9,~ ~l, com m uita frcqtrên·cii\,do .g()Jdâdo
~, em o,utr~. a funÇão sentim ento. têm a tend.ê ncia de Sê queçg/;l~r!®, ou foi ferido e d.is1i<1ns~dc;,.do é xér~fto, e que
cqmpm·tar de .determinada .tt)aneira, e .a. fy,p,ção i nt~tior E!Sf.á Pê!:~~!d9JH1 O~~·est.~~ o u(lci tem i nício a ..ro:a nJ:te_~yçn-
etn um in<;!i.Y.í duo,.indep.endent.etn~i)se 'êle qu.a.l. ~!a.nçssa t1!f['P,y p ode hav.er .111n ·polfr1> menino, camp.o.u.ês..q~1e,s.~
ier; tmnli[Jl'!. ~p.r es~t~~~ 't~ i,ipo ~ef'àl .d ~ .c~1nporta~nenOO.. torua
.. - r ei e hi;!l:da.
··-··· ., o'~- re i'no.- Em todos esses casos, desde o
ô' êôniPôrtaine1~!?--ª~--~.!.1~~ó ~~I~xio1~. ~z~~ 1n..arauJ!lmi~- i_nfcio da hi.s t6i:if•, s_abemos que estal))OS ili!ando corn· afgo
( J!lente:"esp~lll..~[q.~!Jl.tP.~it~.s n11t~s e, particul-~ rm ,en~~. ~1~1. alén~?~~Q~~tro ft!nçÇ.eB, pOis o bobo é um!!. figura r eligiosa
1nuitos contos de fa.da 1 onde existe u m padrao mui.~ _fil.... ª''i':!et.íp,ca.'. qu.e abl'nça mais <kr que 21:>enas_l\f':!!'i!°í!>..Í!J·
rt;nalaõ- da seg(lint.e •esti1.1tu1i , l.!,n1 rêi tem tr.~$- fillíi>•·· Í;!J2E.•f!iphça tocla un1a parw ~:' r,ei2Hna.1.(?.ade huma-
ElêgostãclõádOiS mais velho§. ·~n 1is_çç,nSjçler~l o mais nq~9 m1,9J.J._lP~.~{ffQO_tb!. .P..i;µP,r ta,..h_trn:ian idad.§, ..!~...i.:.<.mr~ç;cn t aria o
fõiõ oü}çJJot.i,~ O''r<ii ·então cstabe~ece uma tar efa na qu_a l 41'.!!Ji.cou para tráj!I 8, pottantQ, &inda Í?.<>~§_U~li t~tãJidru:fe-1
os filho• .P.i:.ê ci~.i iiíi-e~con trar . a·· á1l:",ãâa_viãií;-õu a niai.s '?~_g !~al dá natureza., d e modo~q ~~.e t12º,f!:~~Uiü_~fiõiífiÇã:.
b-éiã noiva ou expulsai un1 inimigo secreto quo todas~~ clq fu ndrunentalmente 1·eligio.so. ]I-Ias na mito!~, tão Jogo
n01tesí.'õimâ~õs-cava:lo!f'OU a·s m,>çás dotiriid ãs aõ.iifl!f!:!l ? bobo ap_!U(tÇê com,2..9_guarto ·IMró.br.o_Âa..un~'.lÍp!> .de
reãí."d"êraliniritê os __ mais,··vêfnõs'
·~··-···-pa.:.rtem pessoà~, J:;(!!))OS a.!S!llll~~!JP.Or g ~k>.~!1~
..,....:..._.,,----- ..-.
_,..,_....._ dois'filhos
Õ~iaTil;~ lugar t!e.!1J1ym 0~1 ficam pr esos !_ni 3:lgutn l~-
e n··-
. _,.,...,. ão .
comportamentg_
. . . g~n'
~ •.~-- __________
..é 1jco.de uma
...........,_. funçáo in. ferior.
.

32 33

,, 1
. 0 t.ipo e~o!Qgiço oposto d a função con$cieutQ. Um tipo
· pênsam.c.1nto. int rovertido t.qr.; í COt)to função i11forio1; o tipo
'BOotimont-? ·e xtro vertid o, ao passo q-u o um inLuitivo ox-
t[9vcrt.ido terá como fu,wão inferior o t ipo sensação
iótrovcrt.ida,_g assim por 9.!.fil.lt9, - · -
- Podemos .dizer 9}!!.~ fun~ infei:foi:_2erm~re f9.rrn8.. _{!___
p~~.tf! <J;~1.co.n:;.c1fiítg_e,,1!0 caf~ d.C?.. i~!r~v~r!!9f!t .8e-
(Al~~ te._?e d.a ,~~r~YJt~...,<l.e..H.ºl !~fil:ISC!.~5!!.~9-ª~ de uma
Qf.OJOÇ_~~ 1ncq~\f;i~~ç_ntç,JlLle,_apai:e..c.e..na.e>e..tt;Ui,or. Assim,
poderíamos ~1zer qt~e .a Junção ir1Ce:ri9·t está sc.mp.:ce~I: r
~,ncoo$c1çnte e o m.!,!ndo simbólíco, mas que
ela nã~ está v~Jta d a nei:n para o'i nteriot nem pai:"ãO cxte-
no.r; e.s~e::i ü.ltunos varilim de acordo co·m o 1RGh'Rluõ'~·s e
, ã-fmlVão í nforior•-< fêum10lí·ov~fffí(lõ·se ·ruõ\~er para fõi·a
'í.) fiigf)ifi~à que a esfera exterior·li·4 adquirir uma qualidnd~
0 simból~ca. ~at·~ ~.ssa pess_oa, Por ~XêmP..lº.i .9_ti:P..9. P~!lS,n-
men.t.o mtr2xe.i t ~çl9._RÇJ~s~p L~ma fttnção inferior sentimen-
to; de 1110~_0 gu~ o. moyh_neilto s~.rá lHl. dll;eÇilo de objetos (
~.!]E~, Otl.. ~.J,â, pa1·.~ ·outra$ J>êSsoas; .m as essas.pessoas
@!~r.!',),ª t~r ijo u,u sig11!úc;idó, ài~>lh,6lfoo .w1i$, ll. P..essoa,
~!! p~r t_l)ç!Or?s d_Q s ím!,9.l(i& (~q..iQQ\}/}!ãi!i!'!lte. Q.i;igniU,;_
.~ ~Q ~1m~l~~~..~n~ ~ato Jn~n~s.i~~1tç 9P.JH:.tt~49 j~d9
~l'õi;a, CO_l.lló_"..'/.ual1dade. d e. um .Q~JeJii...e.x t9,1io,, ,1;>ri141g
!{!Sta. Níass~um mtr.ovei-cido, com uma maneira habitual
de iJ'ttl·ojet:eyr, d i?.. <ruC: ~Je n áo'"p rodsa telofona·r para a Sra.
Fulana de TàJ, po1·que eh, i j;tpenas ó ,símbolo da a.nima
dele .e, port~nt?, é Simbóli~~ 1 e que~ pe~.Soa exte t·ío1: ~ão
tem 1mpor.ta.nc1a, porque o que aconteceu foi que à. proje-
ção dele snnplesn1ente ..cuiu sobre e!a, então ele j à mnis
chega rá, ao fundo da sua função inferior ou nunca a ~ssi-
\
~nifar á e.o rno um p~oblen~a. l~lllCC...l!.9..f.ato de gu<Wl
oe11t1?1en~te.-11n1.ti1líJ_l'ê!.l"i.!lllli!llt!).lfil.t().~e.i:tido.é.em.ge.r.aJ.. {
trenu! na~11te extr~):'.~rtid_o,_Q..!,Q.l,!l.Jl.~~tm_qµe.,,el.lil. s im- (
~e~~en~~l e!.!.~::'.P-ª.i~'~~? f.\.•!!~áo inferior a~rav~i,,_ç!a.aua
~ª':'..8 }H'"t>l>i.:.~ .m,xá.,li,,.piu-a .dç.11ti:.o. .Ela itttrqjetn no.- \
(
34 35
.L
l (
que també.m é urna a tiíud<~ tipicamente extt·ov(?t·tidt~ - ,
o.rrufoondo assim todo que c.onscguirnrn!. i'vhts oa verda•
~~-~~.~- ~ão ~st.ra~a_m tud? por cau~a da :ãiíla·ci~é,_o·s
extrovect.1dos podent tú1 uma 1ntroversao muito mms tn•
ri'n1Jt ingênua, put'a e t·o,aJment.e · genuína do que os
int.rovertidos. Estes úllimos, pm· sua vez, quando.ac0t'-
dam pítra' sua extroversão i nfe.rios, conset,.111a:m t~spa.lhar
um fu lgor de vida ê tr8.nsfo1·mhr seu ~111hienfc cm urna
festa shnbóJica. corn .mu.lto ma-is perfoiç-ã o do que qual•
quer extrove.r~ido! 0 introvertido cousegue conferir à vido
~:ior umª _profu119idãdé"."de significado simbólico e o-
~ -l!!.~.r~t.o.f!~.,Y!1~:<:o~o s.endó um tipo d.o festa rnógiCn,
~/!~ quéo "xtrovei-tido é incapaz. Se um extrov,o,·tido
.vai a. uma festa> ·acha que todo mundo é mar{}vilhO!:lô e
está·pronto pm·a dizer: "Vamos lá, vamos animar n'lais
est;;f (es;ta!" l\1as é. m.e1·,uneote uma técnica , e .ft fosta nun•
ca alcahça realm~nte uma profunclidade mágica , ou só o
alca:rtça n)uito rai·arrientei ela permanoce. no nível da su ~
perficfaliclàde agradável. Mas· 'luando um introvertido
consegue trazer à tona sua -0.xttoversão da manefr.a co1·-
reta, é capaz de..criar unia atmosfet·a ttQ qual as coisas
externas se t<frn~m s imbólic:;as: beber um copo de vinbo
com um an1igo se'torna algo com.o uma comunhão, .e as-
sim pc.'l'r di~nte. J\jo caso dô inti-overtido o processo está
l_iga.~fo ao,ex~1·jo~·· Já no caso do extrovertid~, o proêésJ;o
e realmente 1nto1·tor, <1uando ele consegue atravessar pnl'O
o outl'o lado.
Em Tipos psi&ol6giço.s, ,Tung fala do empobr ecimento
g.e núdco das atitudes do pensamento extrove1·tido e
introvertido, ..Qllando . .elas..co1neçám
,. .... . .
a ae........
dcsgasta1·
. .. ... .. Di.z
- ele:
.
Enquanto o extt:>V~ttido na ve1·dade neg·a a si rn~sm9, em
.s ua co~J>)ota. dispersão entre os objetos, o introvertido,
ao se hYl·a): de todos os conteúdo~. tem. qu.c se c.o:hténtnr
com sua mera existência. Em ambos os casos o deaenvof-
vimãl'it:o ulterior da. vida é excluído ·do dorrt(nio do pensa4

86 37

1
monto e .;ondu.r,ido à regiiio <lc outnl.s fonçõc.s psíquicas temente jsso que esse profossor expôs cm seu s a r t igo$ -
quú uté aq1.1i C;;!xjst.iAm em um rclat iv9..es.l ãdo de inconsdén- que a idéi~ do .i ncons<:iente era horr[velt que era apenas
<!iâ. O cxt raordi nário êmpobrccim(!J}to.. dQ p0n.samcnt.o um pandP.n'lõnio tcatra 1, ê r::nLâ.o ele salvou.a posiçito cons•
int1·QVeiÚdo com rel~ção aos falúS objetivos encontrQcom:
pc-nsaçPÔcm umâ rlbtmdã nçi~.d c fat-OS inconscientes. Sem..: ciente que <1u ed t\ n1~nt.er. dizcn·d cftl ue o i nconsciente sirn-
.prc- que a consciência, Jigada à funçiH.> do ponstlmcnto, se:. ples~'ICnte n ão existfrt, que era apenas u rn.a invenção d Qs
restringe ao mc.n or e ina i::, vazio cll'culo poi;~íve.1- enibO, psicólogos! Essa foi uma bel~ nust-r ação pa·ác,iç,a do que
l' $ apf;trenl:emc.n tc cont.end9 a pl~tütude da. divind ade-, Jung diz nas. frases que. d tei acima . A lé m. d o que Jung.
a fantasia incOrisciçnte se torna pi.'oporciona)m~nle diz nelas, .se $Xngerarmo.s uma das atitudes consciente$,
enriqu·~cida ... 2 ntío Hpenas ela s e torna pobr e e deixo de ser fért-iL, como
Este é apenas um.e xo mplo d o ertorrne tt4bo.lhp que tnml>éin ll COJll.rafunç.iio inconsci~n\:e (no t.ipo pensumen-
Jung teve paro descrever como o lent~;,.ag'Stl'o ~<J.\\Jl!n~. lO. serio. o sen~1me nto) ê.1·an~gride a fu nç{10 p rihcipal e a
.~~eeriru:..~nduz à.§.llil._4.Q~~raçã~ ne~!§ti.~p.. Ele tam- falsifica. Jsso fica óbvio no art.igo desse professór, que
bém alude a u m fato que desempenha i mport.ante pa pel, mostra que o sct)~hnento estava r ealmente preocupado
...- ................. ÕÜ+·seJa:···q·üeºno casp da P.~SS~a <JU~ -~ t9.! ~~1.~.!~: ad~ a ~m ilu minar a humanidade q uanto ao absi.u·do da..i°déia
funçâ·o ittl'~rior invad~ ~ SU(~~~:!~r~ .fal~ifi,ca . Ã:t por ~xem - dá psicologif1 elo inconsci~nte. ·E le perdeu inteirruuento o \
plo. e la desci·eve ,0 que acontece quando o p ens_~ mento c.st.iJo objetivo~ ao quç1.l estnmos nçost.umadós na discus-
introvertido é sobr ecarregado. í-rouvo uma maravilhosa são ciú·fl(.lfica, e s e s entiu corno um profeta cuja missão
do.r.nonstraçii.o disso há algum tempo, no caso d 0 um pro • era sa lvar a huma nida <.ie de um ve.neno maJigno, de modo
fef.,sor de filosofia que atacou!\ psicologia. do inconsciente q·u e ptldl;)lHO;S ver que toda sua função mornl, ou sen ti ..
exn tunjornal de Zuri{J_ue, o Neue Zürcher Zeii:un.g. 1):ata- m.~n~o, cont~t11hulva seu pens;Jn.lênfo. 'Seu peJ)saroetJ.t.o
se de um discípulo de Heidegger e uma absoluta aemóns ·. ~ tor.09,u s~l>jêtiVo .em vez de obje~i yo,_e estava ·c1aro que
t.raçáo do pêns.a rne nto introvert.ido s obrecãrreg~do. Iss<;> ele.ncn1 m~s mo havia lido a Jitert!.t.u ta sobre a psicologia
tém o e feito de f,.zer 0001 que a pessoa só seja capaz de do 1ncons.c1ente, nem nwsn\o.os princi~ais livros! E stava.
afirmar que a vid,a é um fenônleno ontol6gico da existen- • npent,1s profundamente· preoc\ipado em salva·r a hurnani-
d a! E le-endqucce s ua declara.ç40 con1 alguns outros mag- dade .dessa doutrina ve-n enosa.
níficos adjetivos, m as é. tudo! O pe,nsmue.nto de que "a Outl'a manei,-a pela 9u,;i.l a funç;io in.(e:rio:r freqüen-
existência rea lmente existen ex:pt·essa; par·a ele, um-0. diV}.- !emente .1nvacle á 6uper·J01· é VÍ$ível ·no t ipo sensá~âo
na plenitu~e; ·como também o expressá.v.a para Pãrmêni.. 1ntrovert1da extrenrn,mente matel'ialista e r·c alista. Os
des, e não consegue parar de enfotizar essa existência ao tipos sent;aç:ão: quer introvertidos quer extrovertidos, em (
longo do várias págioos . E depois dia: "MSlill incori.~g~,;>· gera.J 1:1e relacionflm m uito be.m CO)U. o dinheiro e não s~\o
te.seria um misterioso teatro de marionetes e fantasmas'>. e1q:cs~ivnrnentE: e~tt·áva.~nn:t7~,. ~ª~· se u..~~.a <!_e~~~s JJes-
Ãt temosuiilii"llust rãçiiõ a bi olut~i dÕqí,e Jül,gêfiz;-"":2i,_ ~oa.s ~omeça a exagerar co1n a~eJação a iSso, $ \la: intui.ç ão (
fantS§ja inconsciente se torna proporcionahnente mfel·10r passa a estar envolvida. Po1· exeJ;nplo, conheci um
~po sensação quo·se tornO\l terrivehnentc i\varento e.pr8- (.
·~l.!_tj9ttti~d1;tp][!,1t\11f~P-l~ ~ ~W:~â~Cfl, !~~~~ ÍQWlªd;;:
u m verdadeiro t1ca.rhente deixou de poder fazer coisas nft. vida l)orque -
···-- - - -····, pandemônio de fatores
........ _....,.,.,__.......... - . m~gicos". Foi eXia- ·
38 39
(
~ .Ql'~s,.nítq cún$Ogu~m' perisat m,tis·o náo a~ingir~.rn
(
i.4íilô
m novo .niycl. E., portanto, mu ito imp.0 1tunté conhecer o
ti po e r~<:onhéCúx quul a intençi'to do inc.oRSciÕn·
te acso contr·á rio a pessoa .é pega de su l'fWCfifl.
::z,:Na vqrd.od~, o difürenciHÇÜó dos tJpos começa na pri-
meir~ J11fância. Pof exemplo, os.d~a.s a t.it.ude!:i da extró-
versão e â.fl introver.stt,o f) ôd.(:)J'n ser efetivamente obser~
viida.s e rn UJna crian·ça de· um ano óU um iino e meio,
embora talvez nem senipre táo claramente . Jung m.e n-
cionOlt-cé.rta vez uma ct'iat)ça qu.e se recusava a entrar
em utna sala> sem que aqtes l he.ôiss·c s,s~m o nome das
peç.aS de n:1.opiliál'ió no aposento - rilesa, faddra, e as-
sim por diante-, depois do gtJe ela Avanç~w~-em direção... - ......
a·algum objeto da sala. lssC/. é tíe½_o de uma atitude dcfí.
_!!:it.ivan1.~nt&,.int~o.vertida, na qual o Qfaje"to~é ã te~rorizan·te
e prcci.sfi ser 90,ntdo oo pqsto no luga,~· po~· .r~1010 de un!~
phliv1:á:. u.m...ge.s to propí~io_.q~r,iyá$.~o. q ual o objeto se
~..Q.!}J~ç.c.:iJlo ~ não .P-0<1e te~ um n:,.au eomportatilonto,
pol'que uma rrtesã.prec1sa continuar a ser u,na mesa, pal:a
qiíe..,~ pessoa possa caminhax e,m direção a ela .. Nesse.s
pequenos d.e~alhes, se soubenn os c9n.10 Pt.ocutti-los, po-
demo~Q9fe~'Y~1:~.tfil!Q!Ufil!l à i.ütrove~~~-~ ~::C~}.'º~~o
CJ?l. un1,nJa"J..a,l~ bem .peq:u,e nn . ~s 1\,1.,nç.~~s,. nattu·alm~~: ·
te,.!t~.°...';'learecern tão c-e<lo efn toâos os casos. mas quando
a cria&!f~ ..!.sr~: ~1~il]ü".íuêlliJ~.} i:ã~i<ÜiéJ~~-aê··1~_pãí-â~cf.jat·..
ai m•de'.~1:'f!'_n_d'!.J.l"81'~bl.\fü,l. !:,,_ P.llJie.InQJL.QJlsm:Y,'lr.9...dese n·
yõ)v[~!1JQ .4!.~!mªJq1wão.pi:iJ¼ipJ1laJ;uii:é.it.1!.11_p.1:.e.fürô!\·
~..e!!t 9JgµJ)Hl~Cµpa~li,Q, ./m do cQru.po.1:tau1~nto.d11.cri.anca
~~!ação .~ .p1.1;t.l'~\·, pol...<11.J.e,.ç.01110.os adult.o s.,"as cri~nças
tendetn freqüet_!_,~~~!~:..-1,U~~~t.<?~.fill..EL~ê~.~ fª~~r ~em e
a ii:ão fazer o ~qUe não ·sabe111 fazer hem. Provavelmente,
(juaS'etõã'OS.~~Õêês..-~ ~~( J;Têeu -fãzia .coin meus tra-
ball1os escolares: se vocês tinlHtln facilidade par á m ate•
mática, faziam prin1eiro esses devQres o c.Jeix:avam os ·o u-
tros pura o fim C· nunca fat."iam. J)rimei ro as coisas de que

41
40
não gosc.avit~n: po1Jquissimos fo::,.~~1 assi m, porque a ten· os tip·o s disto rci<l~.s posstlen1.:van~~W$.J:!..d~~vantç1..
dência n8.t.ura1 é procrastinar ou·.,.e mpur:ra r p,,ra os Ol.~- (Yl'l•~J0f!.s.v_!l!!t.agCn~ é que desde o início não pod_e m de-
1.ros .as coisus tH,s quais não nos scn~imos ern umo p-0s1- ,!!!!.Wygr.§"1{' d 1s pos1ç~.o prm~~iJ~a-J, a q ual, ,rortanto, p~r·
·çiio de ~upcrioridado. Atrov6s d c?.':;i.se comportnri1en_t.o rnan~ç_y ,um pouco ~ba.txo do hmrtc que t'-!rrn.m alcançado
t'l,at.urali a u nilateralidade inata au n:tentu ca<la \·: ez 1~1ais. cisõa t ivessem de$ehvolvid o da manei t a 1u1.ilaten,l. Por
E a í surge fl- atitude da fmnílí~ de que o menino mte- õUitO I,,do, fo1·mn.forçados a faz1ii-1 ~·n:te~
do _@!ii\j?.ó algo ,.
ligente p reciga. dar contin~idade aos_seus cst~dos> ou d.e que tt.,ri~·i ~___qy!:?· ~f!~c;,_:~-e~~.9_4er mo?o, na .se~~ r
HÜe a criançn que·t em j eit o para co,s~s pr~t1c~~ p1:e~1..,- 1fiêtâde gp:_v~da~..E ~requentemen~~...P~ ~l.~f:!.l,._JliJ....l!!lª ljS@,
sa ser engenheirn1 de tnodo que o ambiente- 11ned 1ato l e- €\Í~~ill~!:1~ R_eSS04~. ft t·~~fD.~~~..o ~Ü.?2 ci1~i.f{Í~~_l.! .e t~}>ª<t
4
~ (
força a$ tendências unilaterais existentes, os.~h àm~dos cnta.o capfütes de caµt~r ben). n1.p1do outr{l função e ati n· (
''don~;"'. 'Ocorre entâo um uument.o do·d~~envolv1n'!ento da.. grr U'!'"-'!:S~.Jl.<10 d,é$eíl v9.}~Clp·,~p0t$.ii i!faJ?.~Si,ª0_9,:fifi!a.j·~
r
0

função s u~erior e um lento retardãmento d~ ou~r~ lado ,TI;fjj'e,%é sent1~9. E~ sãQ. como '!111 pei~'l_(Jue·J>.g9ra.P?·
. __,_,, ........ do. . pers.o nalida.de. 'J'rata-se de om proc~sso H)ev~t,nv~l e defü. võ.[fãFãl.(;?gre::i p ara-,sµ_~ ,!igya.
que tem incJi.tsive grandes vantagens. ~utta.s pess?.as si m - , ~ o sé .s~be· o que determina a disposição básica ori.. (
plesmente se o ncaixan1 ne.sse padra~ e e .poss.~ve) de~ ginal. Jung, em breve descl'ição no final de .Tipos psicoló-
ten:nü\ar o t.ipo d elas de imediato; mas é.Xl~ ~.n~ outr as g_ifóS1 .~J..~rg~~~·J !J-1~~ é provavelmente biológica. Ele sil- ('
bastante d ifíceis de definir, ~ me~.M-Prop~ ~ - liôn ta, por·e xcmplo, as duaitíiiãnêli:as -1>elà.$;quais uma
ºº"s t!ãm dificuldnde_ru.n dcscobr.n:,. d e_.prp.uJ:.9. .º prop}..'.<! esj)écie a nimál se adapta à realidade: ou ropi-oduzindo-
~ Ô\ ju·e 1'1'e.99~.ntem<tl1t8 j3 Ct\J!Sad.Q !)'W (ªto de ~e- sc tremendamente çom um mecan isn10 de defesa muito
'"i•e!ri:'t1~~.~~~)ff}iQJ.$JE2~· Esta não ~ urna oc~>:rê~cta mtuto p~queno, como ~ o c3.so, por exemplo, das.pulgas, dos pio ~ (
freqüente, mas acontece nos casos em que a.lgué.n \ .~.e t~- Jhos. e dos coelhos>01.t ~ntão aumeüt.:ando f,r~mcndamen- <
tia ·tonlndo n.aturallnente 1,1m tipo sentin1ento ou mtu1.. 4, o mecanis mo de dcfCsa, çól.Ilo f§: .~ cas.o do ouriço -cacheiro
tiv.o mas foi fo rçadO·pelo n1~io a desenvolver outra r1:1n- ou dos elefantes, ent.re os quais a reproduçâo é reduzida (
çúo: Suponh~tnos qtie u'!\ ~\el))no nasce~, um ~1po a ·um nívc.J r olativame~lt~e. baixo. J?..es.se modo, Já existe 1n ~
se.nthnen.to, en1 uma fa1níha m:t;.electualmente·amb1.c10~ .na natu_rffza._1~.s ,E~i;1b1h<_!adés·dc lidortnO$êõm ã-r eáTí:-
st\. Todo $cu a1nbie11 te exercerá p1·ess~o. s.obr e e le_~ara ~ t t c i..C/t=) tR.11.AA-ifç]';;.iid<ÍÍ]\oi.i'<lii.1~..mªíitõii'i[o-:ÃÃfãs- (
que se torno um intelectual, e sua poss1b1hdad e origma1 ~a<l~de_.!1.7.~, !lº .mJ!smo..teA,pp ..e ru_qua-_c:ons.t.ruimos nqs~Jl- f
con1 o t,tm tipo sentimento Será frustrada ou despreza.?ª· \:,!_ga e r1g1J 1<J:Q.~,P'tª -~~fe~f.! ~9.!~Jta Jl.., ~~IJJ..~g~_99ra reali:d~·
Geralmente, ne$se caso, é j11.cap·a z de. se tor nar um tipo ~e, ~~~!!~~)~_!.~arno~·.J.>.2!'..~s~f!~~ dizer, nela ê-a sltpci:a. l
$entimento - seria u1n passo ·muito· b"'l.'and e - , ~a$ ele ~!_~ O\! CQ_l].(l\!!1,..1_',!!!,l_(!'?,~,;\~.§.sà. ma Q_Oj)'a =.-:.ci.üe_i:i,ji1iJl~!n (
tnlvez desenvolva a sensação O\l a intui.~ão, ú tna das fun.- Soi:!:\'.~P.Qgge_11i:,..s.i.inwiJ&.os.do$exo.e do.p.oder, A base é um
ções Ouxilia r es, ~e modo~ ~al?tªJ:-!:~l~ti':'a~~t~ .~: 2~~~s âois . Set"ia tim fl.ii1cionri-J:ll'erito l ntroVe.ttido" e -~~..;..: (
· )bor ao ambie!~ ~Ç1'!0 -~.c.~ ~~ e2!_S _::~à_f':'~fáO .J'1.!nC!pal trovertido n a . esfera biblógica. ' · ·--.. •.. · · -
éncontra;- ~_m plesn~~nte_~eslocad~E2_.~"-1.~_e.111 .'!~~ · . Qüá'n~aÕJ"úllg IançÕU:~Eiu"!i"ro sobre os tipos, pouC<\ (
\
-
estâsCndo criàdo.
42
- .
'".'.
cors.a havia sido publicada sobre o comportau,entô dos (

1
1'f1
anirnais, ma:,. se vúçês cst.,udtH'em os livro~ mode rn~s) da sodal d o ex terior, ou shnpl~sm.cntc seguir a disposi-
verão que cntn! r,s ani1tl;)is, e m quase toçlos os pâdtões ~)nata.
d~ comportarncnto, existe l U'f'.I >nixtum compositurn dç fa. Outl·a gr·ande questão C s em-p t e se, quundo um ani..
( tores inte)·nos e oxternos. Ass im, o1f,'1.1ns uspectos do com• n·u1.l que execu.ta o a.to s exu-::,J, lut,a o u se alimenta- está
'
,. portamento unin'lal sC ot-igirium m.ais dô in terior, ou s eja, apenas seguindo ' um i mpu·Jso ou agindo como urna máqu
na, ou se tem. algo como uma r~presen taçâo interna.. Adolf
i•
entram em tição seni qua)squer outros estímulos, ao p8$·
,· soque OLLtroS aspectos dépendem m a is de estímulos. ex · Port.nrn.nn d ~ um exemplo especiaJ. o q~l.u i mo·s tra que,
' embora um animal aja Ü\Sti,ntivamen.te, e)~ pqde tet' l·é -
~ernos. Sabe-se que os chimpanzés são incapazes de exe-
'· cutar o ato sexuaJ se não tivcrf.un antes ohs.e rvado outro· prcsentações internas do que fa'l.. Jdéias e rcPrf!Sentã.ções
rpl,lcaco e aprendido de!3S~l t:n nnciira, ao passo que em ou- são ~a1avras pcriqosas que O:;$; zoólogos tenta.rn êvit:n\ ma,s
tros animais, sen1 j aniais terem visto animais da sua es- adnntem qlté na chamada m ente do animal existem imâ.~
p~cío-se acas a lando, o Ül)pulso ésu.fidente . .t,,ias se osc:him: geos internas .. Fo:tan.1 realizadas experiê1,1das com um
panzé:$ s·ão cdados e1n zoológico. sem jmnals verem u m pássaro ;S.o.l.i.tári.o .,.e.n1 ..u1nq:-.gai0Ja..q ue .n ão .tove nen hu nia
' opor tunidade de pôr em prática seu instint.O natural de
companheiro se acasah,'1.odo; pennaneccm ig norant~~ a
esse tespeir..o, exatamente como o ser ll\Jmano. Por conse- luta. 0 u tro ·pâssaro da n,es1na espécie foi colocado na
guinte, é óbyio que o COlnportame1üo ·de um anin~~l·.em gaiola, e.os dois envolver am ..sc em uma g rande luia. Is;o
p~rte dfi1)cnde de um fator exten~o e em partcé ·c ond1c.10I?-a· é v'itahnente importante ptn·a o rnacbo; poder lutar co.m
do por un1a dlsposiçfto inata. E óbvio ain da que existe outro n1p.clio da i,1esnHl é-<S.pécfe conÚ-ibui p(trà ~eu be1n·
urna interação mútt1 a entre os fatores internos é externos. est~r. En.~tn~ o. inimigo foi t·emovido d4 gaiola, porén\,
'I'a.mbém e~istc, ~:, vezes, tuna. incertE~Zflc no cornpor - muito 1na1s tarde, o pássaro repetiu tocla a l uta éom um
t-amento an\Jnal. Foram realizadas eX])êl'iências i ncuban- pássaro im.aginário em um canto dá gaiola, tendo obvia-
aO-se ovos d e cegonha, não possihilitando aos ovos ·ne- mente uma imngenl do outro pássaro nn sua chamada
ohum contato coin o f,.'l'UPO social. Quando os pássaros mr,nte. Existe· uma ana logia - en1boni a.s palavr as hu,-
que nàsc-e-n1 desses ovos .são libert1:1dos n a éJ)ocn cn1 Que maoas se;jam perigosns , e })ortmann e.s tl·entece ao dar esf.e
devêriam voar· para o norte da África, H<i'ue[es que nas- ~x.~mplo-,-,.,mas podemos certamente dizer qq.e exi$te uma
cem de ovos cujó gn.ipo· voa sobre~ IügosláVíti voam so- ~orm~ prev1t1 do .que chamaríamos de ~una representação
bre aquele pais e .ô$ que nascem d e ovos-de pássa ros -que mte.rJo.r - uma unage1n da memória. E exatamente corno
voani sobre a Espanha voaúl sobre a Espanha. em dire- o,~ §fPr es hu)n_auo,s íãZêiú~àS .Ve~e,S;·i.in,a pess.oa briga com.
ção ~ África - o que pt·ova que confianl tot~1mente na outt'a o.depois, a caminho de ç~sa) repete mentalmente
(li$posiçáo inata que lhes diz como chegar à Africa. Mas tug~ o que a~o.nt~.c eu entro e la e a outJ.·a pessoa.
se uma cegonha geradâ" iio ·grupo da·l ugo,ifá ,;ià "foi· côlo- Outra dificuldade que ,,m contramos ao tentar de fi-
cad.a.junto com os pássaros que voam sobre a Espaolla, o nir o 11oss? tipo ou o de outra pesspa é que, quando a s
pássaro voru•á coro e,les, !':?til -vez de seguir sua disposição pes-soas atmgcm o estado de se sentirem entediadas conl.
inatà. Js~o d enlonstra muito clarnmente..as duas possibi- S!,.la. funç~o pl'incipa.1, elas freqüentemente nos garantem,
üdode9.; ser_influOOêiado.eor f.atorcs <'J<ie°rl\OS, pelã if;flliF.~· com absoluta since?·idade, que .p~r·ç endein ao ·\ipo oposto

. 44 4Õ
do q ue realmente si,o. b exLrovort,ido j ura que é prof'un- desenvolvidos c.m u ma pessoa que set'Ü\ muito di ficH di~ ;
damet-i'te introvertido, e vi<;u-verso. Isso decorre do fato zer quem é .a ,primeir.u. Mas n pessoa do tipo i n tu itivO.
do que·El função inferior subjct~vament.e acha.que ela ij çt pc1tsame nto sofre mal$ ao co·n frontar, os fac.o s da sensa·
vf!rdadeira. EJo. se conside'n'l n atitude máis ·importante .ç ão ou por causa d e problernas de s entimento'? Aqui ,
Ou gónuína, de modó que um tipo P.ensamcnto. por sab~r podernps decidir qua l é a primeit~, sendo a outra uma
·q ue tudo na s ua vida tem importàn.cia .ª parti)· d~ nspec~o segunda função be1n clesen-yolvida.
sentimento, garontc ser vm tipo sen ti 111ent.o. Por con,t; ,~- Pressuponho aqut que o esquem a de Jung dos tipos
guinte, quando tentamos encm,t.t·ai· nosso t.ipo, .n unca ·1 seja conhecido, ho quâJ d1..t-as- funções 1·acionais, pensa-
devemos .pergun tai·: "O que é mais importante para ro~nto é sentimento, são op.osta.s uina à outra, da mesma ('
mim?'', e sim : 1•0· que eu habitualmente mais foço?" U m . maqeil'a: como a i p:tulção e ·a sensação, como é tn.ostrado (:
extrover t ido pode estarconstantement,e se e.xtrovertendoi no diagtoona seiruinte·.
mas garantirá, com todasirtooridade, que é Pl'Qf'unda~~en- (
pensamento
te introverti.do e que sQ ~e preocupa com ~ tnupdo 1nte •
rior. Não se trat~ de u m log'I.·~. t)·as~im que· ele se sente , ,~.... ·····-······· ......,.S
.e_orqlte ~be q ~e e n.W.Ql'@;J>.f>SS..~- ~.!?.r- aI?~t).a~ durante ~ · (
minuto po r di-a. ·n esse-111jnut9 l)O _gu~l se J n t.rove'l'te e~
(
a·e.
~l!.tá .1?..efi:.t.o SIJUeSiTl~;fãfi ele ~}:~l.1_ . . . .
AJé111 d isso, na esfera da fu.t.lÇtto mfenot\ .~ pessoa é (
~Jíª~fJ.!~t!.li:! tef!l s e':' gr(lnde problelna~ p consta~- {
teme,n te marcada pe,las co1sas,e, por conseguinte, dece~ ..
tii'füa üeirã a ixitêôsidade da vida é freqüentemente mu1· sontimento (
tõ- .ó'\Q.foi· t)a esfera ·aa funváo infêl'ior, cspeciah.r1 en te · 1
cjüãnd,i' a ·fün~ão superio1· já está d esg,.~tada, dc_m~qo, (.
que a pessoa, naturalmente, tenqe ·a defímr o próprio tl.P-<? , . Muitas vei~s, ~lguém dh'á iugonuatnentê que é urn (
da tif)-~neh:a err.~~\~. ']?.~ maneira 1J1:ática, quando quere .. tipo :pcn~ame.nt.o é_ (Jue agora d esenvolverá s:u a função
lllQS defini,· O tÍ}lO de afguém,. é n1ais útil p ~t'guntar qual oontimento ~ que. 1h1sáo ! Se você for Y.tll tipo pensamen- i
é o rnaiol" riõOrfêêlffietHo da pessoa, Qnde está seu maior· to, pode·fr primeiro ou pa rà a .:sensação ou para a intui,.
(.
$ofl'ime.n to, on(l8 ela sente que sempre está se depm·a!'2º Ç~Oi e~s~ é sua. e~oolhtt, natural mente iníluenciad8 pela
cÕiiírãõoslóé:ulos e sofr.e ndo terrivelmente. Isso _gerill· d 1sJ)os1çao. Del)<.lts você se desloca para a fu11ç/lo socu11- (
meute- ãponta para a função i11ferlor. Alé1n disso, m':'itas· dáría o_posta e , fihahnente, para a infel'ior, mas você não
T,essoâs- dê$erfVõlVe1l) -íáô' l)em duas funções sup~no,res (
P.?de at:a,ves.~ar ÔÍl'!ê'tam<;llt<>. para a função oposta. A ,·a·
que é 1nuit.O d ifícil dizer se A pessoa éuro tip,o pensamen- zao ámu,to simples: elas so excluem mut.ua!11ente d e um (
to-intuitivo ·ou um intuitivó com um bom pensamento, modo co~tf!leto; são jnconipatíveis. '10.m.émos o exemplo
l)OÍS os dois parecen1 ser quase igt~aJmente a~eq_u.ados. de um-of1c1al do estado-maior que tenha que p lanejar a (
,.\s·vezes 1 asfun:çõ~ssensl;lçãoe sentnnent.o estao tao bem evacuação da população de uma cidadê d a 1nelho1· me- (
46 47 r
e
1
l ncin\ pússível. em det.c.r mhtadas cir~l,lnstânciHS. l~f0li~·,. d(mt:ro de si) cet't<> COHC(:'!ito d e s ul)$Jdóhis, terá entâo a
mente s1,,H.\ mulher e seus filhos est.ao n a rneS.JiHt cld-0(!.e.. necessidade de verificar suas idéias.t:eõricas e intuitivas
S,} e lec ~e ent.rega.r aõs se:lts s.cntim~n tos, n tfo dctsenvolvc-- através de fotos. O c.o rrcní. então çer tl( tên$áo entre sua
~. rá um p-l ano n'a óonai adú<ft1ado. Pred $.;\ s:impleslt'len~e iJ'1tuição e o lado com o qual e le oncat"a os fatos, pm·que os
afastá-los d a men te e .d izer a si cnesmo quú sua funç;:lO dois tampouco podom ovançarj un tos~ mas.ele não estará.
agora é pianejar a cvncuaçâo do. ddâ.de o melhor que PL~· em um inferno total, porqtJe-~ soa tensão se ton,n excessi-
dér e ele encarará :;.eo$ sent'iméntc,s conto m e ro senta- va, ele sempre. pode $e ll(~Wtâr da situaçfio e tmnar a deci•
me~talismo - ou sej a, ele os dep·r cciará a fi)n de se liber· são _p or meio do pensainento; só t.~ m q ue,9esistir no caso
ta.r. Ou então tonia,:á u llHl decisão .dupla, na qual todos d• função opósfo._~ r igem éla_sua .~ntjg'!!_l!titu\!_e do e.go
os outro$ tet'ão que ir cm tuna dire_ção e Sua família em d iarlte da vida é exclu ída.. A,$.$Üll, 1ião podmnos saltar di-
outra. o que não é j u s to; mas é u 111[aJ:9.·_Q9Jl.1?.t.~tado q.y_~, .fifaincn tei mas, se tivermos q ue dar· o salto, é ,;antajoso
eln cert.as situaç.ões na vida, o senHnie·n to e o pensameJ)- '. se t,.íver·tu.0$ dese_n volvido as duas funç.õ es auxiliares~ que
t; são 'fõCõ~ p(lt·Í~q:Ís e sOnt1;mte .u ~~ <l<.>s çlois.. côrlse~c.... H • .............. não,.Jutam..·-ta nt o ·deutto c1e nós, antes de ter n100 q u e sa..
()1)êt~l::-ffi1()ó ~p-óssíve~ ~arm~~ urú sa~t9 .~~r ~tarnénte d~ crjficar a fun.ç{w pfincipnl. É cla ro que a vi-dn hlteira so 4

' uih pa,·Uoõutro~·mãs J)Óde1nos primeiro 111tegr ar o.pen- mos jogados de Ltn1 la do para o outro, mas, embora sej a.-
sâm~rit (i'êOri1 a Sensação, ou ter i?S d ois funciona ndo ~~t~­ rrios la.nçados c1n oulro cam po durante um fun.çiomunento
tIVnlllêiitc juntos com fac:ilidaâe . D epois J)Ode1nóa çort1b1- m~ment&.neo, .não é. esse o s ignific-ado de asSimilor ou
11ar:õs õutt:·os dois com facilidade, de modo q u e no $~1,~o des~nvolvel' outr &função.
d.e""uma füiíçãO ou>.:iliâr pa.1~a a Outra n ão sofreren"los·tan- Quan(l<~ a n a liso \.IUl típo pcn sm-nentv> m.1nca. o em-
i:., •.1~ ...1L9'_Se tiv\~$·s emos (fue $al tar pant a ~nç~o ?posta, Pt~l'O h nediatam ~n·t,e ·na diteÇão·qa !Unção sent.imento;
porCJ~e~ qoando temos que 1ios de~locar d~. int.uJ.Ç~<> pa~~ façc::i com que as outt·a.$ funções sejam assim.iladas p rinrei 4

; a se.n sa2~~a!!~~l~J2odei;nos usar. nos~~ Mtlg~ funç,a_? Pe~~-- ro. É um Grro esquecer o es tági.o inter me diári<>, pol'que
san1entó çomo Jt11z, e qu~!l9'.9.....~J!!J;Y...,!ÇE,~ e a .sens.aç.oo·bt 1.- não dá: Cêl"to. Tornemos, por exem plo. um t ipo pensamer1-
g_a !~).~C?Il)Y.!10.1Í9demos nos.a_1}1!f&.<lesim Juta at.ray:és t.o que se àpruxo:Oa loucamente por uma pessoa totahnen-
do. pe11~l'J.t1~Dto. te i nadequada p or éitusa da sua função inforiot', Séjá Ci·
Tom emos o 0xemplo p l·át.ico de um t.ipo pensamento ver d esenv-olvjdo a sensação, que implica certo senso da
q ue in iciahnentc une o pensainento à intuição. O fil6sQfo realidade e alguma i ntuição - a capacidade do sentir o
Nietzsche é um caso ass im. É ba~tanté diflcil determii1ar chefro de uni canalhu -, .ele não pe rderá co1npletam onte
se tin-h a u m pensamento muito boó.\, ou uma intuiç~o 8. C:\be ça. Ma.s se for um ti po pensan1ento unilateral, e
muito boa; no caso dele, a últi1na t?r a maio1·, rnas os dois apaL~onar-s e pela. pessoa inadcguad.o e ú.lto t iver nenhum.
· E!àtãO muit.o be1tl·conlOio.ados t? sê movem juntos. Kant senso da t:"eal/clad e e nenhuu1a intuiçãO, o.que irá aconte-
tn.m bém esta.ria no lado pensamento-jntuiçâo. Um filóso .. cer est..á mm·avilhosan1ente rétr at~\do no fihne 1?ie Blue
fo assiro se quis esse expandir seu cam po de consciância, A11g7l, no qual o professor se torns1 u,n palh aç~ de citco a
poderia Íns eÍ·ir fatos. Geralmente o filósofo, depois de te r serVJço do wna avent ure ira, pon1u e· não e,.._istiam campos
desenvolvido na j u,~<.mtude (o intt;ovcrtido extrai tudo de intetmediá~·ios nos quais el~ pudess.e se, amparar --

48 49
(

é sitr'lplesme'nte derrubndo pela suo função inferi'Ol\ f\l(a.s trabalho ~e insistir quándo .iá: está de.rrotada desdé O iní- (
se o annlista puder fa2e.r <.:om que seu cli~nte, apesar de cío? Jsso fo t'n'lfl g1·upos·marnvit h9sHment.e vitais que fun•
ainda não tef mulLo se.nt.imento, pelo me.n o$ desenvolva cionam bem e só tõin pr-0bJe m a::;: quando se d <;i$membram. r
certo senso d~t J·oalidn'd e, peu cJiente poder:! superar a Exjste urna teJ1dência m uito forte e-m qual:)e todas as fa:
dlílculdnçlc éom ess-a função intcrn1ediárin. Cre.io que is.s o míli.o.s, bem como em out,t'O$ grupos, de rcsolvel' o p,-obJe..
é algo que QS analistas devem manter cm 1.nent.e, ou .seJ~, ma das funções distríbuindQ-ns e confiando-as no bom
que é j1npos:;ivcl a pessoa snlt::\r p~r3 ~ função 1:nfen?r. ~ funcionamento do óutro. No casam e;nto, como .Jung $a,lien· (
claro que a vida nos obl'iga a fpz,e r 1sso, mas a vida nao se tou, n pessoa tende a se casar com o tjp9 oposto, e ont.ão
importa! tia:; o pr ocesso ttfu11ítico não dove avan~ar ncs~ mais uma vez, ou pelo n: e_nos é assim que a pessoa p<:msa (

sa.dirf!'ção, rt' normn fmente nilô o faz.. q~ando segu imo~ ~s no momento, ela fica ahv,a_d a da.desagradável torefa de
indicações sugeridas nos sonhos. porque vemos q ue a tem~ confronta i· sua função inferio.t·. Essa é uma das. maiores
dêneia do p1·ocesso é que o desenvolvimen!O $e.d& atravc$s bénçãos e uma fontE! d~ feljcidade nos prim~iros ·e stágios (
da: um tn<>vimento serpent.i forme, a n1àn~ira n:ormal )l-ela do casamento, nos quais todo o pe.so dt\ função infcl'ior da
qual o inco11sciente tenta. erguel' a funçáQ i.n.ferior. pessoa desapm·ece;··e la'·pa,SSá n·vjver em·,1ma un·iâO' ado--
rável <ó!.abe-J\ÇO,.da com o outi-Q, e todos os problemas são (
pensamento resol v1dos! E somente se um dos parceiros morre, ou so
ur~ çtéle.s ~.e m a neç:~ss.~dade dê çlesenvolver a função in. (
fcnor, EJtn. vet ·d~ s.m1plesm cn~ deixt)r essas seçõe$ da (
'' vida pflrH o o u tro, quo os probJem·.ns começam. lv1as é 111uito
'
connt m que .no$ pl'imeiros estágios dó casamento essa (
-- -
sensaçâo r - _ .. - - ... - - -' - intuição
~
soluç.áQ ~i mbfótica seja escollüda e as pe$$0as nã~ te11h~1~1 (
consciência.<,lo que estão fazendo. ·
'' O mesmo acontece na e.scOlha, dos anali1.i~\~. Frcqüen . e'
temente as, pessoas escolhem o t1p(\ oposto ~OOlo analii;-
(
senlirnento ta. Por exe1nplo, .º tipO·sentimento nãQ ~onsegue p ens ar
e, pott.onto, admira um·a . pessoa q ue pode, de 1nodo que e
Outra dificnldade que s urge nos estágios iniciais, pi:ocur~ um anal).~t-á com tUllf.l forte funç.âo pensamento.
(
quando a pessba está des;'"nvolvendo a. funç~o pr.incipal, 1\,fas não é r.o co.mE;.)ndáv·el$ porque, s~ es(;amos com um:a
nu\i;. aindá não tocou no proble1na dá funçl\O Jnfenor, con - pesso11 que sabe tudo tão bem, ficm\los desestimulados (
siste na tendência que às famílias têm de. d istribuir as desiati1nos completamente e deixantO.$ oodo. o pcnsa m.en ~
to para ~ outro·. 116$ n?s sentin10$ m,uito felizes porque (
fun ões: um dos membros ,í o introvertid.o \ia f.à1níl_ia, ".utro
9 agor a OXlSt.e alguem cllld nndo <lo pensamento, nrn.s não é
se .tor na o engenhei ro t)rât,ico da fMní ha, um terceiro o (
vidente e pt·ofeta da família, e assim por diante., e os ou: bom. Jung, por exemplo, sempre gostou de j ,mt.ar pes-
tros 8.legremellte desi:Jtem porque, se um dos 1nembr~s e SQ~s ~o.1n os n10smos po:ntos cegos. porque, d isse eJe, se <:.
doi::1 1cltot(ls se sentat·cm Jt.oitos e nenhum tlele~ co11sc-
. ·tá<> melhor naque la área, pol' que a pesso~ se dara ao
. . e
50 õl e
l
guir pensas. fícnrão tão CC>nf~tioS q tw peJo n:en<._>~ 1.,1m d e· de consciõncia da tribo, enqua nto p ~)·tnanecem em uma
les começará n p·ensor! .Não Jn:'port,H se. o prun.cJro a pen • àben~oad~ inconscién(:·i~. •·'
sax é O analista ou o paciente ! O mes1no Sé aplica!~ claro, 'fumbém acontece que as.pessoas cmpUlTah1 a s fun-
às outras funções; a pessoa simphf smcnte s~ se ntâ e. fica, Ções lnfodot'AS J)::H·~ i-ls slo més tica.s. Nos países ·ern que
esp.crandó que o out.í'o. faça o t ri1bülho. Al a lg uma ~01sa é ti.inda existem dolnéstka. is:s o é feito Com a m~ior a legria!
capa½ de acontee;er! $e a pess;oa p.rocu rar o anahst.a do A doméslica é um símbol? adequado para a função infe-
t.~po opo::.to,., ·é preciso que· este .último tenha e~ mente, rior e as pe$soas natu_rahnén te tende m -a contratar a} ~
' por to r a obl"igaçúo de ::t~t· n1ms r~;;;po n~á_vel, qu~ d~ve, guém qü_e poss~Jazel· as coisas que eJas não podem e es·
tomar tu.n cuidado cspe<?1al paro. na.o e., nbir dernais su a tão dispoSta.$ a fa·zc1; 8$ cofaas da~ qi.udS efas querem s,e
função supêriot·. Precisa e:n'tiio, cont.>·tn-i.ando o que real• lívtar} e esco1hérn o en11=?rego t~:ndo iSsô cm mente . Af se-
mente sente, constantemente flngi r qu.e ~:ã o sabe~ .que se: cret.ári.ãs.também ·p odenl ex.crcer a n".lesma. função, e dt~s--
sente inc{lpaz, que n ão tem a menol' 1de1a. ~ ass1~1 po r sa manejt·a podemos arqui var o problema d e.de$euvolve r
diànte. Precisa desistir da sua função $uper:1or~ ..a -hn1M c1:'- ··· as.fuAÇôo.S·..c:et,n1•dadas; nHl~. nesse: caso Le1nos o utros pro
4

não neutralizar, através d a s.1,10 s u pc'!'r ioridad~ •.aspriihet• blema.s , porque a çoiSa .tóda ve•·r'nanece em projeçlío. e o
r8$ tlmidas tentativas que o analisando P.Odea·á fa~P..r n es- eiwiregado $e comporta di11nte do p~ti'f,io como ·a função
$ª· área. O m esrno se ap1ica·ao intuitivo. Este úl timo ge.. í·nfüdor se comporta di°ante dá suJ)e.tjõr; aparqntemente
ralmente te1n tantos problemas con1 reJa.9-fi.o ao$ seus se sub.mete, mas secretamente nos tiran iza! As pessoas
assuntQs finán<:e iros que.- se e ncontrar um parceiro que qu·e não sabem cozinhar e nem me.sino pregat· um botão
assuma isso pan\ ele~ preparando séu otç.amentô e p~·~- sáo tíranfaod.as pela empregada, 4 quO:t, devido ao fato
enche.ndo pa,l'a e le o (or1nulárío 90 itj1.posto <l.$ ·rcndt~·Jª " de saber foze1·lodas essas coísa:;;, toma todas.o~ decisões.
mais sér~ o herói Que dirá: "Náo 1 eu não sei fá:te-r 1s.sÇ>,1 .Não pode ser mandada. e1n.ho.r a .POt'que os patrões fico.-
For rayo~·. i)l'ociso aprendeT, deixe que eu faço!'' ~le d:~ra rfon:1 p.e rdidos se;nn··eia, assin1·eles s ão tão tir'l).bizadoS a
u n1 suspiro de alívio, j~gará tudo e1n cima aa mos.a ~o tipo paJ•tir da e~teriar quatlt.O o seriam a pru·tir da pt·ópria
sensação o se sen.th·á muito feli~t aí então~ .joma~s tet~ funçilô iriferiôt'. lvluitos dos cJ1amados problen1as sociais
qualquer contato com o r~atidade. V~1.n,os ea.s~ tipo d e $ão, na Vérdade, o p ú1blema p1'oj et(!do da função infe -
p~lt;coria.nâo apenas.na tinálise e na vida famihar, cot.no rior, Que froqüertéeinente é 1·e})tesentàdn nm/6onhos sob
to,mbéin na vida tt·ib.t\l prünitiva. na quo.1 o cur1;1nde1ro o d.isfa1·ce de pessoas das camad as inferiores da. P.OJ>U·
gerahnenw éo vidente-introvertido d.o tipo i ntuiti".º• q~,e lação. ou de -0pe-Tário~. O jnconsciente os utiliza c:omo u.1nA
C\lida do rolaciontunento com o fu turo e d ~ ge r nunaç,,a o lj.a sé de COnl})$1"âÇâO, para Jnôstral' quê 8. fun~ão infe-
d!l.s i~léins c _da_s .P?s,sibH/da.d e$. Há então o tipo sensaçao, l'lOl' permahêceu nesse n.ivel_; mas as pessoas nâo <..'Om-
que 6 o ·bonl. e cficieote· caçador ou_sen tmela, e!1quan.to os pl'~endem e.$ $e fato e pl'ojetam, pois Olas s..-0 mesmo ten.1-
che(es, Pertencendo aos tipos sent1mento e ra.c1~na.l, ·man- po des_p·r czam e tern~m os oper ál·k•s. Podc1nos.dizer que
a
têm ordem com a funçá-0 peosan:1ento o.u sent1.mcnto. Af. qualquer possoa que ·não esteja à vontade é não tenha
e1J.tão 1 nio.gu.é m mais predsa desenvo,ver nada;.a~_pe;:_ ~.. um born reJaciona mento com s ua função inferior é s·o -
soas sirnplesme.n te se apóiam nessas funções prulc1pa1S dalmente nH\J..adaptada . Não c()nsegut? -se' dat~b"Elm:coírl°

52 53
(

as pessoas simples e ter á a LendGrleja de t.c:f f prob le m a$ _oal, e se in$istimós em snber o q ue r ca lnHu'lto 0$(.,Ú sen-
com e)as ~>U op rimi-las, porque sccrct.iunent.e· t.crn medo tindo, eJe n·âo sabe, C puxar u coisà,. de derl~r·o dele, púr
delas. Naturalmente, n~s estruturilS soei ai:; ond ~ ex_is- os.s im .dizer~ pode fevar m.e i.tl hora . Ou ent.ão, um t.lpo in-
t..cm minorias raciais , a moiori,o ui,m um;:i. tendônCH1 ~u n- tuitivo JJrecisa de um senrn no pa1·a pr<!enchcr for mu ~ (
O
do. mnioi· de p t·ojetat• a função i nferior. S u rg~ então o belo fádo do impos ~o de r e nda, a.o passo qqe as ,o ut.r a.s pcsspas
fato s imbólico de que a função i nferior perte 11c~. 1;101· .a ~- preci~arn apenas de um di~v Simpl-e,smente n~o eonseg"J.Je
sim dizer·, a ou tt·a raç.n, send o muito cJiferente do 1nd1vi.. fatê•1o, ou en~ão leva: uma eter nidade para fazê -lo cor-
duo· elo. parece estranha e dife·r entç d.aqt.1.ilo que .o indiví- retnmente. Conh eço u ma mulher i ntu i1:ão intr overti•
du/ é, o que torna a pe.s $oa de ouü·a o~·ig!n.) r·~çia l um da - fui com eJa oseo.U1er um;;a b lusa! Nunca rna isJ Etn 1
gancho apropriado para pendurar- n pr oJ~çao1 e ~sso per- leva 1,J,ma etern idade, até que toda a loja fica. enlouqueci... (
turba basta,nte os telaçôes s ocii1i$. Por co nseguinte, de• da! M:as a coi.sa oã.o pode ser -a celerada, e também llã.ó
senvoiver o. função itifeáOr. também é, ~e ce.r ta ·tnane irél;, adianta ·ficar impaciente. É te_tríve.l, · e n.atttrahnente é (
obrigação s ocial. E nquanc.o .a p~ss~n não t iver ~~ito ~.s so e cx-C.rcmam ento desêstím ulnri te con1 rela.fâo a d esenvol • (
aprendido a Iid,~r con1 ~ fun~-á o· inferior, eta ~e.incl~·nat1á·...... ..... ··· vcr-·a função in'fe·1·iõr,·porque a genta não tem t enipo.
para um comportamento unila.teral e não soc1al pq1 C:au- . 1 As ';e~es, .as pe$soas têrn duas fun~ôo$ a ltamen te
sa dessa fol'1JH'J. Ol'iginaf. '1Qn1omos as q uat1·0 castas da dese1wply1das e as outras duas muito pouco de.senvol-
Índia, por exemplo: as pesso.a s.apéllá!$: distribuem certa.$ vidas. Isto o.c or:re· q u·in1do o desenvolvlmen to da funçâQ (
funções e então deixam d.e ter pt.o bJe mas e nu1n.t~-1n sua prJucipaJ e m uma p~ss d11 ·com \ tm .temperamento mllito l
unilateralidade. forte e impulsivo é m.uito ativo. Dirían1os qu.e é a des-
0 fato de que a função inferior é l,'Ol'l!hn<iln Ce 1.e n ta vantagem da efici /lncia . A~pe~$Oas p reguiçosas nu nca têm
em coÍnparação com a funç~o superior também per.ter~ce essas funçõe·s fortemente divfdi<:la s çomo acontece com.
aos_perfia gerais dá função inferior. Ju,~g a chama de~n- as pessoas eficientes, de· modo que ás pregu.içosa_s têm
<
fan.til e t h·ânka. Essa Jentidã~ é na verdade um dos m.a10- os ponto$ delas - para si n1esinas1 Elas rn.tnca exager am (

r es problemas da funç·ã o i nferio1-, oen~o t.m1 d o~ mot.1vos a uuilatoralidade, a eficiê uda da fu nção pl'incipal, de (
pelos quais as pessoas detes(.am começar a trabalhar com modo que as outras funções·nulica estão muito maisabai,
~ela, pois a reação da f\tnção s up~rior é.J;ápida~ bem ,~ ~ap- ~9. Existe t ambém outro pont() que. nunca devenios es- (
tad,i ao passo que muitas pessoas não têm a 1nênor 1dé1a Qttecer: a teoria das fu nções nunca diz na da a r es.reito
(
de 0,;de está realmen te s ua função infodor. Os tipos pen- d.o nível (Jllalítativo. Um t ipo se nsação, por exemplo,
s aJne.n to, por exemplo, náo têm nenhuma idéia se têm pode ·não ser um -engenhe n:Q pa.r ticularnlenCe eficiente ('°
àlgum sentimento ou ,1ue tipo de sei:iti,nei)to é .. Têm que ou prático, enqu anto outra pe.ssoa do mesmo tipo pode
_se i,~>JÇ.!J.I' du1·in1te lll".i~ hor.a ~ ;meditar a Te.spe_1to de ~e ser nltan1ente eficat. O n1vel qualitativo total da perso- ~
tcr algun:i sentimento a r e.s pe1to de al~tma coisa, e, se .naHdade pode sor m uito dl fere n te, e rn1litos tipos p e~i- (
têm, qual é ele. Se porgt.lrtt~mos a um.t.1poJ)enea1nento samento nâ() se tQrnam Einsteins, apesar de pen-
O \
o que e le está sentindo, e le g~r~ lmonCc . r e truca c~m sarnento ser a principal fun,ção deles. Assim, quando
um pensamento o u tem uma raptda rei,çao convencto • dizemos que ~tna pessoa é de taf tipo, estamos nos r e fe - (
64 (
5!)
(
r
r
)·indo ap~nas oo fundonf!mento hnblttu1 l ~ nl10 á ::;uu quu· CARJ\ÇTF.RÍS'l'lCAS GERA.IS DA FUNÇAO !N f·'BHJ
lidadc. .,
'
Ex·i~tem a lgumas qualidades geraj:; quê curacted-
O nivcl de q ualidade pnl'Ccc ser um dom, Nào pode.:
·rnos é$J)<!rú1· que unu)" llprus~mte n'.?"Sultndos acima da sua zom a funç ã<> inJt?dor, -:jú,ia e la qua l for. Um;;. de]as é que
capacidade-, mas, pot· o ut.1'0 lado, é .rn ui to podg-0so Cai.e-r a fu nçáo inferior não c~t.á odapt~1d.:t' à :;oc.lCdade. Um dcs•
' umju!garnen lo pr.útir::o de1;d(;.? o jnfoio, afirmando que a l- ses aspectos, por exempfb, é sua lentidão. É rJl:~ciso m ui-
guém não irá I)lllito longe, rJu nãp consegufrá S<! de$fH1· to tempo para, assimil~r a função in ferior ou dcixm· que
yotvm· m4 ito. A,.s veies. coís.ftS surpreendentes ocorrem. ela se manifeste. Se um t ipo $ê11timcnto q uiser pensar,
É muito difícil julgar d e u ma maneira prática o nfvcil de ficuní $(m ta'.(io duas horas para escre ver d uâ$ páginas -
u1na pessoa, ma$ diria que existe um nfvel que não pode se conseguir escrevei· ta1)to .. Se um t ip9 pe nsari10n to qu i -
ser transcendido e q ue é mais ou menos i noto. 801' compreçnde.r seus sentimentos, tet ã que rneçlitar du-
Â,.s v~zes; através do t1·àtumento a nã lítico, conse~ rante horas pA'l:a sentir o que-está sentindo, po1·que uem
guimos met horar..i.nespQt~adan'len.te.o.ní:ve.t.g.fob.al ....N.o en- mesmó scibe o guer está senti ndo> mas está tendo esp·a.-
tantú, nesses <:asQs, não êono~t,1'1.dh1os. provar ci~ntifica- n has r ea~ões n ervosas simpát.ica.s. .n-~ parte inferior do
ment.e o <1ue fiz.emos. Podc1nos afirnun·, da rnesmil corpo e precisa mefüt.ar u111 longo tem po sobre. elas, at-é
maneira, que o nível estava p r esente e que fora. apenas que se ma.~ifestc m como alg u tri tipo de sentimen to. Se
impedido d~ se manifestar. N ão podemos reso1ver a perg·µ t:ttannos a u m tipo p.ensamento o que ele está_sen·
y_u~:s~ào. Âtr.av.é~. do 1·esu lt11do, pod~rn.os dizer que.a a ná - tjndQ, em gef'ãr'êlêda.i:~ u uu, pOr~ão de rêsp-0stas ê.o nven·
ü.sé é capaz d e de~envolver o nível qua litativo, O\l que Clona-Is, ,nas quando pergu nta.roos a ele Oque rea./.rnimte
oste estava pre$<1nto e o processo apenas.1·e1taoveu o obs- (;?stá sentindo e.le fie~ completamente at:ol·<ló,ttdQ e respon-
táculo. de-que llâO sabe! ·Se o deixarn:)OS meditando sobre D a~-
Fazemos hoje muitos te..c;t.9s de Ql. Diria <lu~ e.x.i!;tf~ i;tmt.o durante bastante te1npo, pouco a ,ponco•perceberá •.
t~\m b~m ul1i ".Q I de sentiro.entó". OS .f.C'it.'n ceseS têm u·ma (>,((Ué está realnt-o·nt!>'s~htil\(\O. Ú m esmo se aplica à $811·
expr e~são Çl~lc se r efere. à intelligeiic.t <lu coeur - a inte- snção, q\.latldo é a função inferior, ·e ó o motivo polo qua l
Hgênci~ do coritçãó, Existem pessoas q ue não con·seguem os intui tivos, qu.Q.ndo começa m a tr~htdhat Cú.J:n a Sen..sa-
pensar, mas que tên1 uma tre1nenda i nteligéndtl do corn- ç-áo inferior, tornan1 -S-e tremendamente rígidos 8, excessi-
ção, s endo, cl<J> mo<:lo geral, co.n sideradas altamente i nte- vmnonte pedantes, tend o que se1· exces.sivmnente pl'eci-
ligentes. !'vias a inte ligência delas ,·esidB 1,0 coração, por sos d e uma rn €U\eira terrivelmente lenta.. Não é possível
as$jm djz.e.t". Ess.e .tipo <~e iu teligênçia é muito comurn ll<lS mel hon!r isso; t1·ota-s" de tun estágio que não pode -s er
mulh~rcs e olas co~1seguern levn.r como qtlerern i un n1at·i· eliminado. Se as pessoµssilnplesmente perde m novam.en-
do muito i n teligen te. O 1rtes1no se ap1ica aos tipos intui- te a paciência e mandam tudo às favas, é porque ficarE!m
ção o $ensação. Anlbos poden, ser a ltamente b>t.Bligen- sentadas o d ia inteiro e esse foi o n :lsultado, aignifictl q u<"
tes, ou bastante bobos! É por i$$O que prefe ri1'li9a nos desistiram e que o caso é sem. e$perança, porqµe simples-
referi; ·à diferencjaçáo das funções, em vez de menéionar m ente eliminar~1~ a qua,.rt.a fu nção e a s1.1bstitufra1n por
o QI da pe$.s oa. a lgum tipQ.d{, t~e.c aiiismo: at'ti(kial - pi>r uma mu1etçt.
56 57
('

Náo ó pt)ssiv.e l ftcelcrar Q proces::;o, ôu, q uando é ~ossi \'e l, mostrou u n! t raba lho·qu~ ela U nh a feito. g (a en\ do tipo
só o 6 até <~êl'to ponto, e nt1t1ca na mesma velocidade d~ sent.imcnto»··~ o trabalho esta:Va muito bem escritó, mas
fun~úo super.iol". Isso tem unia razão mui to boa;. porque. cm uma passagem secundál'h:1 , onde ela mudava de a s-
se pensarmos no pon to críl;i<'.:o da vida o no~ prúblem.as ?º sunto,- tive a irnp.ressão d e que hav.ia um hiato na cone~
envelheci me11to e. du interiorização, essa redução do rit-
mo do processo vital nt.tavés d;;i a.s cenSão da fu nção inf~-
xão do pensamento. Pata um tipo pens3:men.to como cu. '
(
era muito fáciJ pe·r cebet· <1ue a trans'iç{w lógica .e ntre. as
r ior é e~atamente o que é neces sário. Assim, essa lent.1- duas-pass·a gens, em qu~ e Ja rmldttva de t.ent~. éstavo au-
dão nã~ de've se r tratada con1 impaciência nem com· sente., D isse.. Jhe então qu e âchava que o trabal ho e$tava
tentativa de edw::ar "a~maJdi ta função in ferior"; en1 vt:~ excelertte, mas .talvez eJa pudesse faz.er·uma ·t ransição (
.Qisso, devemos rcall'nente a ce.itaJ· o fato de que nes·:a es- mcJhor naquela p·á gina, pois ocordâ um salto ent.r e um
fera unnos q u~ despe.r diça r trc,sso tempo, e que esse e exa.- t.e ma é outro, e se o. pessoa lião fizess.e ·um ef?forço talvez
tairientc o valor dela. pm·que confere ao irtconscicnte a não percebesse de frnedi'alo a lig,Etção existeo.te. E·l a ficou (
oportunidade de se fo.2cr presente. completamen te fora de· si e d isse: ''Ah, ent.áo estil tudo
Outro aspecto··t1p1ê(j··tl1rt<5da:s··as: funções inferiores, perdidoi vou simplesu1ente quei mar meu t.rabal hon~ e o
que também tem rel uç~o com sua inada~t,a,b j~idade e _qu~~ t()t,nOU das m intuis m ãos, di~endo: ' 1Séi q ue esté Uma dro•
lidade primitiva, é sua sensibilidade é t1r3:01~. A ma.1ot'tá ga, vou q4eimá.. Jo!." -Arranquei o trabalho da máo dela e
d ás )1essoas> quando a questão da sua ful\.~ão i nferio: é di~.so: "Pelo amor dç De1,1$, não o queimé!'' "AJ1!~', disse .
1
de algu tn modo abordada, tonuun-se ternvel rnente 1n• ela, ' eu sabia 9ue v?cê ia ach at que estava. l~ma dl,.og~''. e
fanth,3 e melindrosos; não conseguem suport.ar: ~ 1nen~r .ela,ficou repetn1do1sso sem parar. Qi.lando a te·m pestade
crítica e sempre.se-rite.m q tte estão sendo og.r~chda:,, uma amainou, consegui..dizer alg1.1roa coisa: 1•·v ocê nem mes- (
vez que se sentem i nseguras com re.JaÇão a si 1nesmi1.S e , ~l~ p~·ecisa datilogro_~at· o trabatho de novo; s ó p recisa (
com is$O, natur almente tirànizotn todo.a à sua ~o1ta; todo uu~enr uma pequena lraso pa.ra fazot· n_ trttnsiç~o - npe •
muna;lo·p·r ecisa. $8 conc.lu~ir com muita ,cautela . Se _qu~ser- nas uma frase entre o.s dois parágra fos". A te·~ 1p (~Si:f1âe (
tnos fàzer algmn comentário a. 1·espeit,o da funçaQ 11).fe- começou ?e novo) e eu do~isU! Vol t(;)i n vê...·la dias (lepoís, e (
r ior dé outra pessoa, é como se pisássemos em ovos, por- ela me d1sse que, na noite· seguinte ao ocorrido, havia
que as pess.o as náo conseguem s\lpQrtar n~rth~1na crít.ic~ sonhado qu.e sua casa haviq s~-·ineendiado e, tipicame1,- ('
nessa áfea, e t un rite d 'cntrée se faz necassán o, à e$per a te, que. o fo~o h avia começa<lo no telhado. Pensei: ''.Meu (-
do 1nornen t.o adequado ·em u ma atm.osferà tranqüila, e Deus, esses ,tipos sent~mêli.to!'~ Para ola, escreve i· aquele
então, cnutelosa.rn.ente, depois d o un1 longo dí~curso trabalho eXIgrr:a u m esforço enonné, provocafa algLin.,s (
intr odutório, podemos levar a cabo Ulna leve crltlca so- pensam eTÜO$ ..e e.s tívei-a no lirr.rite do que ela conseguia
(
.brea função infe'rior. Mas se fizcrnl~S u1na crítica hnp<:n- fazer; de modo q ue não pôde·supo'.rtar u m. pou quinho -
sa.da, as pessoas ficam totalme11te P~:plexEts o emoc!o- n_em chegou a· ser uma crítica - a ºidéia de <1ne ele podQ-· {
nois, e a situação é an·u in ada. Apt'endt isso pela primeira rta se!' levetnen te n,elhor ado. Esse 6 \ltn c~so exti-emo do
vez há muitos anos, quando a il)dâ estudava, ocasião em que sempr e! acontece · com a função inforior da m.aioria e
que fiquei nhsolut amente estupefat a. Uma colega 1110 das pessoas·. Elas iJ,-anizatn seu an\J,j~nte iu)ediato sen- (,
. .
58 59 (
(
do mel irl<lr.os'{ts , porque toda scusíbiliclfl.dc é u ma foi'rm.1
l
l'eltl o hábito de encol>riressa parto da J)E!rsonaJidade com
(
sc<:l'Ota de Urai1 i~. As pessoas sonsívei $ ?f'iO síntplesm~n- umu psév(]o-re_ação s u bstlt.uta.. D igamos, pot· exernplo, que
tc tirônicai-i - todos as outras pcsso..1.s têm que sc-adap-- um tipo pensam·e nio rü'i:o ~ nsiga normalmente ~xpres·
(' tar a e las, em vez de eh1s t,ent,arem sé adaptar iw~ outros. 8a,r sétlS sentimentos d a m a.ncira apropr'iadA e no mo•
Mas mesmo os indivíduos bem ada.ptadosgeralmcntc tê:1n moric.o adequado. Ele pode até cho,·ar ào ouvir <jl H~- o ma-
ê u ma espéê:ic d e pont,o i nfa11til e s en$íve l sobré o qual não rido de uma amiga falecou,·mos ao encontrar a viúva, ele
r conseg~iimos conversm· raz<>.avohnente com·c)es e te rnos
q ue ser cautelosos, êomo se estivéssemos lid~ndo com ti-
não e~pressa nem Uma p~•,dttvra de p ~sar. .Es:;.a pessoa não
apenas parece :muito fria corno t.-Umbém n ão senté nada!
(

' gres e clefantus . ·• · 'feve todo o sentí1neM.o a,n~es e nã!') consegue cX.terná-Jo
O exemplo r elativo ao trabal ho escrito por 1.un tipo no mo1nent.o adequado. E por isso, por exemplo, que a s
sentúne1Uo iht-Stra O\Jtra co~·aoterística ge ral, a sabei', uma pessoas 'f,reqüentelnente consideram os tipas pensamen-
r treme nda c.arga e.motiva , que geralmente está ligá.da à to i ndi víd uos desp.r ovidos de. sentime ntos, o que .absolu.
r ................ ,......•... ma1.iifoslaçilo.d>1.f1,tJ1Ção infer·ior·. 'l\io logo entr·amos ·n·e s- tamente ri.ão é ver·dade. Não é que não tenham sentimen•
·so esfera, a-~ pessoas faci'lmente se tornam emoclona1s. to·s ; simp1 esmen td rido conse1;ruem oxprcssá· los no
fvlas isso não o.presenta a.penas a, des va.ntage1n ilustrada nlÕmento ~dequado. Têm o sentirn~nto ele algum modo e
pelo ex$mplo acima; exis te também_um ~specto milito em á)g"um Jugar quando agrúga ao sentimento, ni'as 11,;'io
r µo si tivo, ou seja, o foto de que tHl ~$fera da fu1)._çã.o infe- quando eles devem pl'oduzi-lo. E tambemgrandeeno achar
)~ior ~xiste gn:md c .conce11tra9.ã o de vida. Assim~ logo q ue que ôs tip?s sentimento não conSeguom pensai-. Pen.s ~m ..... , ...
a funçl',_~.Sl.,lpé,rior f)e <les~ast,(l - <'..-O'rne:çnnd!::' " ·.d1ocA lhm· muito beúi, e amiúde ~m p'ensamertto bons, profúndos '.;)
ê vazar oleo como um carro velho - , se as pessoas con$e- genuíno~. pensamentos não OOllYencionais, 1ttá8 os p~nsa-
guêrn $e v9it~l· par~ sua f1.Hl.{:áõ inJerior redescobrem u m mentos vêm e vão ao seu bel.. pr·azer. É muito d.ifíCiJ,, por
novo potençiaJ de vida. Tudo ~rn esfera da,funçã-0 infe.rjor exemplo, pata ltlll tipo senthpenro, e~rair o tipo coneto
se tor1H\ .estim\llante, d~amá\Jc,;, réjjl~to dQ possibilida- ae.pens.aroento durante um i~xn.rne: E ai q1.1e ele. deveria
des positivas e negath•as, E-xisto u ma grande mnoç:.ão e é. peoSur, mas o pensamento sllâplesment.é vni em bora! ;l'áo
corno $e o mundo fosse redescoberto a travCs da função logo ole chega à. ca$á, éohsegue-peusar de novo, nias seu
infer idr. Mas a d esvantageAl é que ex:tetn.ail\eute existe pensamento não age de acordo, não ésufi<:-iéntemen·t e afá-
es$J aspetto it1.adaptaclo·. É P.Or isso g lle, nos cont.os de
fü:da que menciQ.nei antes, o bobo, o terceiro filho do t(l"u·
vel paro surgir no momen.to adoquado, o gu~ r~,z com que o
tipo...sentimerrto d ê a imp1·essão d~ se..- completamente idio·
po das quatro pessoas reais, é aquele q_ue consegue i?.l l.- tá. E enca_rado pela. sot:iedade como sendo e<>lo.J)01·que n.ão
contral· a água da vida, ou o grande tesoui-o, porque a consegue pro<luzir -s eu$·perts-amentos à voritade.
função inferior produz: a ?'enov~ção d.a vida, se· perm itfr- Assin1 sendo, é nece$sádo Que haja· ul11.a .adapi:açá·O
mos que eia asc.e uda em s ua pr6pria esfera. ~iuitas pe$- mínima da função in ferior. Eu, por exémplo, sendo v.m
soas désco);rero relativan.,e11te cedo na vida que a esfera t.ipo pensamento,. n.ão poderia $Ílnplesm ente i.t a um fu,.
da -sµa funçlío inferior é o. ponto onde elas sfi,o e1'f\octo': nei-al_assobiando, com a mão no bolso, e d izendo: "Ah,
nais, -sen.sívcls e inadaptadas, e, por cons~gt1i1lte, agqui• náo,m~
..·• imj)Orto,,1u\o·eatou sontit:ldo nada ago1·a? Descul-
60 61
(
(

pe·me, vou tentar tHn ci1~.n d é novo quo.,\do cu t.iver von• Outro probl~ma g<·~r aJ relacionado t.-om a funçã o in- (
tode!'"' J-.)ssa d esculpa não seria ace.ita. A vida não sente ferior é o que P,9det'ía mos cha,m ar de o domínio quf!e a fun-
misericórdia pela inferioridade da fu nçào .inferior, e é pol' (
ção superior c~é.ree sobr·e a inferior. .Q\rnndo alguém \eh-
isso qtto O$ pess<>a$ }))·Mh12.cn1 uma J'lseudo-reoção de dis- ta uav(lr CôJ1hec:imento com s ufi, funçúo inferior, tendo (
farce. Como n ão ê a I'eação natural delas, simplesmente experimentado váriíls ·vczos do1· ou choqu e emociono! ao
peg»m emptesta(la uma f9rlJ)a gei-al do ambfonte cole~i- sedep~1.r ar:orn a$ reações vel'd adeiras , a·ftlnção superio1· (
vo. É por isso que um tipo sentimen.t o, quando press io n.a~ díz d B 1med1a to: "Ah, precisamos Qrgani?.ar iss o agont'>, e (
do pof t-eações de p·e n$ame.n to, a.dora ofe.r ecer rn.uitos co- ~ .e ntão a fun~~áo superior, como u nu-1 águia capturando um
me ntários ou pensamentos corriquó il'os , não ·por e le:$,., 1 rato, tc.n ta doríünn:r a fu nç(\çi inferior o itazê~la para a (
serem s eus verdadeiros pensamentos~ e sim por.que pre~ csfer~· d_a função ."Pri~cjp.aJ. Cot~hcço, por exemplo; um (
cisa pcn$1n rápido e() vorda.dQiro pe.n sament9 oindu não .. e.spec1ah~t.a em cH}nc1as natu rais, um tipo pens a m ento
está 110 níve l e m que poderia ser expresso, E muito Co· ~ introverhdo ext1·emamente be'r n-sucedldo; Ltt .. pelos t in· (
mum .que os tipos senUmento u,$e111 um materia l·que eles qüe.J)ta anos, ficou muito ent.ediado com seu ti·âbalho pl'o- (
apre nderam do cor, J ltii·<}Uê' a lgo:pro:cisa·ser produzido e o fiS$10n~l .~ coineçou a f)rocurat·'qu tt·as possibilidadês . S ua
verdadeiro pensamento 4inda não está presente. O mes~ m.u lhêt· e sua famíJfrt ·p oder~áú\ ter·.dlto.a eJe·rnuitas cof- (
1.n o se opl icn aos tipos pensamento, que adquh-em {j hábi- sa.s sobro a fur~ção sentimento. iil.(e.r ip)· ~lel9, utí't c.amJ>o
to de produzir urna espécie de sentimento.afável e cón- ! (
bem t,a frent9.do nal'ii dele n o qual podetia ter iniciado
vencioual. l\,Xandam flores, <\iio b<:>mbo>\$ de 1>resente ou algu:ma·s e." périõncias! Ele t.ivera ·vâ l'ios $Onh0s decolaciô- (
uaa~ uma exp1·é~são de sentim~nto ext rema1l)ente cor- 11ar flol·.e s belas e rm•as da .montan ha; o r,u·e cla'r·;;f-l\e·11ie
riq11eka. Eu, por.exemplo, elabo1'eí 1101 tipo d<1 çiirta. de. indioil.Vt\aquild a q~Ú) o JnCohsciente est.a;a·agor a :vfaan• (
pêsames Com cei-tas frases que me pa.r'ece m ser, tnuito do. E:Je tinha o ·típico sct1timonto inferior cio fip() pens a- (
delicadas e cotnoventes, e.cada vez que escrevo uma des• mento, ou $eja, ·o s entin\ênt:o raro e m u ito espe-ci.ál - como
sas catta$. faço un\ coq,tetel e-0,n a~ frases. S e eu tentasse Odres nas monta1~h~s, pois as flores J~a lllÔ~ttlhha têm (
expressar meus verdadeiros sentitnentoa, levaria trê~ dias . ~ uma ~01· n;1tuto ~na1s ~ntensa. do que no plarii6éJ 9.u'e.tam-
para escreve1· a c~n:ta! .O m eS!li.O se apJica, tlQ$ intuitivos Pém e típ1c? do sentnnento inferior do tipÕ pen.$arnent.o.
t
com sua funç~o inferiorsensaç'á q 1 poj$ simpl~smcnte t~m
aa 1naneiras técnicas habituais de lidar com às coisas,
Achou. ~ue 1$$0 ~e)·ia .uma boâ idéia par a 1.h n passatempct1 e
de m~do que fe, amnade com Ulil botânico e comeiou a ("
pedindo ajuda oo coletivo. Preç.isamos, portanto, não nos c0Jecio!1ar.flores das montanhas durante Váriôs dio..s e no
deixar enganar por essas pseudo ..reações de ad.a ptaçâo; e deç·urso das auas férias, ê quaisquer tentativas feita.s por· (
ficar sempre a tentos. para ver onde a função inferior sur- o~tra~ pessoas pat1a. dizet a ele que poderio faz~t algq n (
ge à sua própria maneira., e náo nos deixar Uudll' e pe)1- re~pe1tQ <lo ~eu ~e.n~mento.sempre obti nliam ~ respoSto
sfir q ue alguém tetn um pensamento ou sentimento mui-
to bom. Podemos sempre detectar essas reáçóes de
que ele havia des.istido da sua função priucipal e cstetva
agora fazendo alguma coiso. com"se·u outro lado. que esta-
e
disfarce, pois elas são sempre impessoais e banais, e são va esttLdando flores d a lllontanha! besse modo (a) ele r,. (
.sen1pro 111uito coleti vas. CQU preso na interpretaç.ã.o prática,,,, ehi ve:i.. de ítltel'pie- (
62 ((
63
(
[

ta.r slmboÜt·(,lmente o fat.o, e (h ) n ov>t ment,c éle Jez d o fato av.olia:çôe~. em vez de continuar ten rn n tlo pensa r'. [ fnedh-1.·
,,. u ma cspêdé d ê ciênda,. nob estavH preocurH~.d c~ .com_ o uunentc de foge,. e u fttnçfto :,u p~rio r te nto. co.pt..o.ra r n
cOJlhcéi rr,ento d é;s~s ílorc-s. Como pode1nos ver·. a t unçao função jnftJrjo1~ e 01-,~ani~á·Ja de a lg urna mnncira.
pri ncipa l nrn i~ u m a \'C<- Lin h a a prima~in o a inferiores· Com efoito, é a,b$0lutamcn te i,m poss iv~] puxal' para
taya novamente frust.a•ada . cimn ,~ quo.t·t l;). função, n inferior, como uru pescador que
.,Lbmemos u c-rl t..ipo irracional: trat.a-se do intuitivo qtté puxa t.tth peixe com o caniço. 'l bdns essas tentativtv:i, corno,
sSE.: \ ' Ô cul ~u:r'1n situação na quo1 c ló dev~ria u::.ar s ua sen- 1 por cx~mp)o, :1ce le rá-Ja OU·educá•la, pata q ue e ta d1f1,,'C1 se
saçfto in fe rio r,. E lp é atraído pela idéiu de es~ulpir e.m ~e.~ monifestar n o momento corl'eú:>, fracassam eonlpletamen•
drn ou trabolhar com argila, ou a lgo desse tlP,O, o t ipo de te. P odemos tent~l' forçá·-ta a funcion a r êm.u m exame, ou
coi;n que fre·q üenternente. t\juda. D·scnsaç~Q i nfeú?r a se em umh s ituáção ·específica na vida, ·n:ias. isso $Õ ten1 êxito
manif'e s lar em um intuitivo, porq ue- dessa m:a neu-a elt;i 4té .c erto pontci e s dn'ie nte pela i'nse rção ,d e tun materfo.l
pod e eJ1trar e m contato com algt.1111 t ipó de materi.a.1 con• convencional, pedido e mpr~stado. Aí, então. podemos te1·
ereto_, com a tnatér i~. Aí er'it.ão ele t.&l vcz vá modelar ~1 - urna espécie de pseudo -adaptaçãó com as três fu n.~'Ões,...- .......
gum.a. coisa com argih\, d iga~nos a esfátUa d~ apat·ênc~a. mas com a quar ta função não é possível. 'E:)f! i nsiste e m
indefesa e infantil de um .annnal; ou algo as.s nn, quaf'!dO perrnan.ec-e); cmbafxo por·quc e.st,á contami n.aila con, todo
eie' então sente q ue a lg uma cois â está 'rnelhórando.d en • o remanescente elo í.nconscfontc e pe r manece nessa con ..
t ro dele . Imediatamen te, porém, corno tona ágl_lia, a i n· dí.9ão. 'I8ntar puxar pata. cima a função i nferior seria como
tuição s.a lta s obl·o caso $entime nto e dhc (,É isso, é i~so tê1)tar t raze.r pai-&~ima todo o i nconscie~ü.o cole tivo, qLié
.que .(l.e\feria sei· i n t roduzi~o e n1. todas. a$ ~scola8 .. ,'.. E é algo que. s1.mplesmen.te não podernos fázer. o·p~i xe s e·
,l'l.Qvamente e lo se v ê envolvi.do com s q a mttuç.áo, com to· ri~ g rande dem ais par a o caniço e, se o pegarrnos, o que
das as possibWdades de modelagem com a,·gila e ·_de que faremos com ele:? Deix~ren10$ que vá en1bora dc ·novo? Se
modo isso contribui.J·i~ para a educa{:âo da humámdadé e . o fizermos , nó$ regredim c,s ! Se nào Cedenl ws, bem, só
0 q ue isso irii, incluir, pois a p ~trtir daí tetíomos ·ü c:h ~Ye ~·· existe,tma alternativa - o peixe nos puxará pata dentro
pAr a.a experi~ncia da Divindade. P.ocremos ver como o t l'l· · d'água ! Assim, nesse mom ento, sur g e o g tande conflito o
tuitivo sem pre tt·nz para d entro o mundo todo -:- tud o_é tf
q1,1al, pa r~. o po P.en~amento, pore:"emplo, sig njftca o fa-
t razido para d en t ro, m.as a n1oclelagein de ou ti:â figur a nao moso sacrifictttm, uitellectus - na l mgu.agem r eligiosa-
é levada em conta! Isso não! A função principal está nova- QU, nQ ca_so elo tipo $entim ento.• o sacrifi.ciuni do s eu s en-
mehíe em cima. depois desse contato eStirn\ll.an te e viyi .. . timentoi tondo, por assiln dfaer, a h umildad e de d escer
ficante com a ten·a. Lá vai clll, 11ovame)1 te em dire.cão no ar. com as t..rês out1·as f~n~óes nesse nfvel infe.r ior. 1sso pro~
. O ·mesrno oc01·re conto tipo sentimen(:o que, q uan do d uz t.~ntao un1 estágio entre a s duas can1adas , mais ou
ehcurralado po1· urt1a neces sidade absoluta, às veze$ p r o ~ m enos'no~nível r10 qual tudo não é' nã m pen$am e nto -nem
duz alg u1ls pensamen tos. Mas logo escapa rapid a 1nenee ~entim~nto, nem senSi1.çâO nem intuição. Surge algo novo,
desse banho quente e nunca volta a t omá-lo. 1:1,ias tem u ma a titude complotmnente nova e <Ufere nte diante ela
muitas idéia$ d e s~11timerito (!- respeito do·que é O pensá· v 1da, n-a quaJ, ao mesmo t ernpo, não usamos nen h uma
mentõ> do uso ·q ué·ele' te:•m 0:0.Ssiro.
• • • •
por

diante.

F az. várias função e usamos todas elas ao n,esn:i.o tempo.

64 65
(

(
Ent.l'ar r~:,iln1entc em contiH(> com a fuJ1~ào it1ferior- tirdOtercei.ro recuamos em dheç:ão uo u m , do modo que 0 (
é algo corno um colapso int1.,rrno cm u m. po~to...Cruc:a1 da um retorn~ como o q_uttrto. Jung me dis$e certa vez, c.m
(
vlda, mos tem a van Lngl';;'lm de 4uc, dc 1)01s d1sso, ·ulgumas umo conversa parti.c ular, Qt!e náo .e xiste urn <1uarto na
funÇllCS deixam de tiraniz::ii' tJ núcleo do ego, sondo SO · cBmada s u perior, e quc a coisa se pussa cxat.amento como (
mente usadas por eic. Se uma pessoa realmente passou ó rnostrado ,no diag rama seguinte.
por eS$O transformaÇáo, pode então algui~1as ~c~es ~O~ ·
' 2
sar, se essa for a re..ição apropri:;1da, ou ?-etxur.~ m t.u 1çoo Campo da cQnsd ~ncia do ogo
r.,gêf'lua Com três funções. / ____º_!!_
º - ~· / ' [
ou a sensaç{\O cmtrar em ação; rnns náoexJstê mais nen hum
domínio automático d essas funções. O ego pode pegar uma Campo Hltermediâri9:
om q<.J8 o rehtdonarnento
.. . (
fun.çito e baixá .. Ja, con10 se pegasse· um lápis o~ uma bot·· ego•Sl-mes.mo. não. funciona ,2 L,/2;1.mssmo res!ízedo ) ('
racha dú- t1cor do com a situação, rnas o ego vive, por 8$· avtonoâ'la(ne.nte ·
tJ,é a.p0nas in~trvmen(al.
" ç
S!!
.'
,.•
:
•. .

sim dÍzeY, na consciência da sua. própria reaJi~ade fo_l'a
......... ............. -·--···do ..si&te.m ~d"unciona l. Essa libertação coro t.~laçâo a.o .sts~
temá das funções é alcançada at.ravés do Con~~to éOln a
tota!ida<1e pré·cooscremo
oonl as quatro tunçóes
$i~7 ,
(

ê
função infei-ior, àlravés do q ual todn a personahdnde re?e ·
pnfi.forrnada,s. · ' (
be um choque. Podemos, portanto, d 1zer_9ue a (~~,ç~o in-
ferior é realmente a ponte que conduz- a expçu en.<;:1~ de J)odemo$ flusC.rai- o.que se p.assa da soguint.a lnanei- (
todas as .e-a madas mais profundas do inCOllS~iente. !r ~té ra: tç.m os tun rato, 1,1n1 g-~to, tun cachorro e tun leão. P.o- (
ela e permanecer com ela, e não n.pe1~a.s t?D).l:t!' um hgelt'o dom.os fnz?·" com q ue os trê$ ·p dmeiro.~ .©iimui,s·fiquon,
b~lnl10 quente nela e_sair o .m a.is 1·(lp1do P9ss1veJ. mas fi .. nossos a migos i;;.e os tratarn1os bem. Mas o leão se l"ecusa (
ca ndo, no banho t un 1ongo ten:ipo, efotu:i uma ~uda.nça a ser acre.scentitdo·como o quarto edevorn~á os outros de (
radica l em t<,,da a estrutura da perso11ahdadc . .É.por isso r,nodo q.ue, ~o fi.naJ •. só xes.t ará uttt animal. É isso qt:c a
que Jung repetidamente cita um antigo ditado de uma fünç~o 1nf~nor laz: .q uando ascende, lllo. devora o resta1>t.e (
legendária autora 8 alquimista, l\1al'ia P1:óphet.L~sn, CL\]~ da per.s onalida?e, .e é pôr ·isso qt.1.e o quarto se torna o wn,
(
-J) tradução é a seguinte: ,,o um .se tor1U!-Q~~.2!.,S se tcn.: por não ser .mais ~ qu.arto, só resta o \.un - -µm coy>plcto
n.o. três e do terceiro surge o qu axto ~omo o...u ~ _O uni.~ fenômeno vttal ps1qu1co e nãp mais· u ma função! E chuo (
torna <ÍÔia, ou- sej~. pnmeirô a~sirriilan10:rn~9!.~JÚ:.µt: ' que ÍSS? é uma alegoria e Serve apénas de ilustraç§.o.
f
j.lpàl'::fü,if<!i~} pfi-~~i!â ~úxif.íªí::'13"@\'Hfoa _que p~-,~ietro E~st_e outra possibilidi:,de, ou seja, que o ego n:íosofrá
temos uma função e aepo1s duas, e depots d.1sso H!;Stnula- o sactificuun da furtção principal co·mo utn sacrifício o (
mos un1a. terceira, e assi m o do~~ se torna três. ·~·ío.s o sj!11, qu.e caia infantil.mente na fw1.ç:ãO infedor; nes5:e caso~
passo seguinte não consiste.cm apenas ~did~nar out~a· nao... e:,nstê nenhum lllél'i~o em .todo o. processo, ·})Ot(fue (

unidade - continuando a contar tun, d ors, t1·es e depois entao as_ 11~soas de r epente desistem da sua adaptaçáo e (
acresoont.S:ndo outra uuidade, que totalizâria quatro - . se 1den t1ficam com-a parte ínfahtil, não adapMda, .de si
mas ago.rn um p rocesso m.u ito co1nplicado ~~tn !~ício: a mesmas, que é a função inferio1·. Tentam forçar o mnbien te (
saber. "do terceiro surge- o qtu\rto como o um , P.01S n J?ªr.': : !1 aceit,á .. fa,_nl? S i~.so não é sacrificar a função. principal: é V:
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l cxatarne11 tc o oposto, s'ignifica d eixar o leão d evóntr ·OS d éscriçôes do con1 po r ta rne 11to· dos mestres zen budi$hts,
outros três a;nimais1 o que stgn iffoa que nos torn a me>s in- nas qüais é dilo que .a porta da C~)Sâ intcr kH' est:á fecha.-
(
fa.qt.is e~ o o t.âo, teil1os toda a rcs ist.ê·nci~ nq mundo exte .. da, mas o mcs.tre úncont.1..a todo rnundo, todas -a-S s i't ua-
(' tíot. Ou então, n9 caso do cxl.rov(!1_ ·ti<lo. ele desaparece da çõcs e todas fl.$. Coisa s ~ll mancfra habitual. E le dá segui..
vid a e s~ ~otn!I um bobo solitáno. Lembro-me., por exf!rrt~ 01P.:nto ·h v.t da cotid iuna, pa:cc:icipando de ludo d ~ uma
r plo, .do caso do um intuitivo ext rovertido que, depois de ,naneiril norrnal; se a ~ pessoas o procuram par.a apren-
( um n Jp•~ntino ~~ofopso na. mcia .. idade, começou a usar s ua der, úlc a,s. ensiha c-0m so.n títne.tltO; se. urn problema d ifícil
sensa Ção introvertida rntst.ica na pi ntura . .E lo se reth~ou , 1 écoloco9o d iante d ele, e le cons egue pen.sara t·espeito dele;
(
dá vida e produ ziu os tipos-mais irnp-ress1onantes e 1nH se está na hora de Cúme·r, ele come, e Sê está na hora de
fantisde quadros solitários, deSaparece:ndo anonimamen- dormir, ele dorme. Assltn~ usa a fu.rtç·á o scnsaçâ.o da .ma·
te nes:sâ ocupação. Isso não gerou nadn, porque ele ovj. nofra correta, e qlia11do se t rata. de ver eln um lampejo de
( tou o choque dJ1 tn\nsição: e lé sjmplesm.e-n to jogQu fora. i ntuição através da outr,~ pessoa ou da situação, ele .o foz,
Unra parte e s~ atirou sobi:e a outra. Faz umil diferença, de mo.do Qite sua. intuiçflo·.fur:iciona:·Bn.tretmnto;··e l'ená.·o·'é.. ,
ono~me s iffiplesrr'!eJ\te cair- inv~luntarian,ente sobre mi~ interi(n·mente idêntico a nenhuma. des sas situações, não
nhã 1\1oção infet_:ior ou passar pelo processo dê> sofrimên- 1
(
êst.á mai.s ·p rcs9 a nénhunHl delas.e ta..1:n pouco está preso
to·e ·depois saCrificar o aspecto dominante da função su- à situàção Olt mes mo 'à s suas fut)Çóes da ego qu.e enfren-
r
p~riot:· No çaso de um sacrifício, a personalidade:, do ego tam à situação. E lo perdeu certO tipo de ansiedade infan•
permaneçe ilesa - ela s~desliga das funções e, de certa t il de .ei:frent~r as :'~isas. ,.Se ap1~esent-armos ·à.~, B~~soas
o:tt1I1eit·J1,, çn1).S8f.'ll~ us.4 •1.as deppü~ ,:ó iW(fum ;nst ·rumentt, q ue amtl'~ se 1dc1.)bf,cam com seu pensarru~ilto um pro-
e OOfocá.. J~s de lado noVumente. i\<1as se a pessoa se atira blema clé I?ensmlí.ento, elas mergulham n e le, o que é até
à fµn.ção infet·iot, o ego a.n~rior•vai j~nto. Ele se-identJft . . necessái'io, poi·qu.0, se não apl'"eJldetom Q. fazer is.so, .nun ..
ca.corn o lado infantil infcl'ior, co.meça u ser totnltnente ca a})Tende1·ão a pens-m· da :rnaneil'ã adeqí.ú1cla é apropria-
).m1d~pto.do, o depÔi~. natural m~hte, essa pe_s soa 1ió~·tnal· da, .Mas depois, so lhes apresentiunos unt problema de
mente•cria 11lgurn tipo d 1<> compl.exo ele peiseg-uiçáo j)or- pellsam.ento, e-Jfis permanecem internamente l'óra deJq.
q\le todo mundo é extretnarnen te·. hostil com ela. Nunca , Erribora a1~liQuem o p épsame1l.to ao problema, elas con•
compreeud.e por que tudo s(ii errado, e. acha <Jue a culpa seguem parãr deJ)ensal' de tnn minuto a outro, se.m ter
d.eveserdeplguém em algum luga1; - ou d,osjcsuitasou que prosseguir. Qt,lll$e todas aS pess oas, quando têrn mn
dos comuiiista~! É porque ela caj·U &obre a quarta. função problema, não conseguem parar·d e pensal· a n~speito dele,
om vez de passnr pelo p1·ocesso clescYito po.r M:aria o q ue d ernonstra quo estão possuídas 1>ela sua. Unha Qe
......,. Prophe.tjs.sa - o 11m se torna doi~, o dois se torna três e pensamento. Turnos , por exemplo, o professor desligado
do terceiro surg~ o qua1·to como ó u1n. Qtfê at.4 1nósmo n.a hora do almoço fica pensando na sua
Existe um IJ.ovo tipo de persooa lidade que despren- fór-mula matemática; el~· n ão consegue 1)ftra.r, o que de ..
deu sua COJ\SCi~ncia do ego e eyi'tou que ~la se identificas- monstra que o pensâmento o âornina. É diffçi J d.ar eXorn-
se cOm as qµatrofun.ções . O éxêi:nplõ n1a.i.s próxi,.mo possí- p1os, porque existe1n p-oucas pessoas que alcançara1n esse
vel .
..' ) .i,' ..))n~tanté
.., .convincante, .é encontrado, e1n algumas estágio, mas. ex.i stem descrições tnuito boas do desapego
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com re lação às ft.1nçõüs consdentes em certos exemplos que conviduri,a pllnt ir com ele â resta) .q u~ lhe dhdn (Jue. r
zen budistas. ~~.,. ele não deveriu ir à festaf Não vá à fe:$:ta, fique <t)l1 casa!
É Cl(1ro que támbém cxjst-cm d ilbren·ças. N·ã.o temos Que d iver tjdo ve.r· como ~1·0 uma gi"'a.nd c agúo1ti tanto p a d.1 (
· tfma d isciplina monástica, poróm te.m os qu e desqn~olvor o introvert.ido:fr a llf'rta fes ta qua nlo pa.r a o extrovertido /
no:;sa função infetiot nn vido <:otidiana. Ma::, acho quo deixar de tl'1 As vezes, eles t.l'ocavam bilhetes, díz.eudo:
noss a maneira de tentai· a bordal' o prob lema da função "Não é te n j vel? Eu gostada de fr, e t.alvez nlio vtf, e yocê
i nferio•· também impõe certo tipo d e d isci"pJina a todos os não gostaria de·fr, rilO.$ seus s onhos lhe dizem que vá !'' (
indivíduos . o que tem um.a a na Jogi.a na v\<Ja monásticH> Assim, existe-·u m tipo d e disci,pHna, m as eJ.a é in.visfvel e
não a pen a$ nó Oriep,te como ta mbém no Ocidente: por ajus tada ·com muita precisão. Essa é a vanto.gom da nos- (
exemplo, pcrman<,1ce r com uma dificuldade por longó tem· sa, 1m1nefra d e hi;Jar com o problcma,.porci ue obtemos .nos- (
po, desistir de outn1.s ocupaf~cs a fim de ter tcJ11p~ e e ncn·- sa d.ise'iplina m o násUc.a· ou serviç·o mÜita.r a.propríado e
gia sufident.e para esse problema principal, praticar uma privado - invíshiel para o unm.do extet'iOt\ po1·é1J1 muito (
'
espécie de ascetis mo. Mas a vida monástic.~; qu~r l ~Q Orien-
te que-1· no Ocidente, é questáo.. colet iva mente or~anizoda..
' desa!l'radável.
E f'. or· isso que e.xi.sten1 muitas pessoas qlie d~ VQ?f' . í
'I'emos que nos leva.ntm; a certa hora"' ra~er ,cei:to traba.. ein.qua:1do úxperün entam o pro blema·d a fun~ião i-r{fehoi· (
lho, obedece~· a.o abade, e assim por diante. Isso conttas .l tt c()mó o d~ eot.1:ar· em um banhO que-n te e deJ>oia saitm·
com a disciplina que t·ecai $Obre, o indivíduo d en t ro do for8 de·le de novo. Britão; elas máis ou:·meno.s vão om frente (
pl·ocesso da. individuação, que é · imposta pura.1nente a com as <mtras trós funçôes 1 cotístançê:mentc d e t~h1a nlo.- (
partir do interior. Não mOstem reg1·os.ex:tetnas e, por con· nein\ !eveménte desco!1fortávêl, em. vfrhtd~ .d8 !1trnft.fa1
seguinte, 9 desenvolvimento é n1uito mais individµal , S ig·
nifica que, se doixit.rmos que ele aco1.1teça espontatufa1n ün-
função não int~gtada. Quando a situação.flca llll!ifo de- e
sagntdávol1 n1er gulham um po~1co, m as, tão Jom, se sin- (
tEf,.e1n vez de .for ç.,a rmos as peSsoas, o part.it· do exterior, a tiun'í'óelhor, sa.e1n de novo·e , por pi;incíplo, permaneCom
terem uma di.scip.llna orgaoiza.da, ve.r en1os que a d iscipli- em sru mundo trino, ho qual~ quarta fu nção~ o dém.ô'nio (
" ' .
no é êomplet.."lmente diferen te de pessoa pa,1·a pesaoa.
AJH1lisej dur:ant-e algum ~en1po dois a 1nigos; um e-r a
que .p ermanecê em Ull'l canto da '\1 ídt'\ delas. Otã, vimos
e:
qua nto isso tem )'élação a:té. cot.:n a im.airem de Delt$ ser
Qo t ipo pe nsame nto ii_1trovertül_o e o Outro do tipo s.ent i• trina ou q~aternària, porque, na rninlia êxpe1~iê)rcia. 8$, (;
n1e11to extrovertido. A d isciplina do extrovertido e:ra mui· pes.soas que ficmn pl'es.as a esse tipo de {ase f.íão as Que ,,
to intensa, potque, ai:ndn qltê bebesse lllll copo d e vinho,
ou ficas.se meia hora a mais e1n u.ma festa, ele tin ha os
nunca entendem .bem o que Jung q_m:H' dizer com o pro~
blema da quarta função e nunca entendem bem Q que a
'(
sonhos mais tert.Ive is. Às v~z~s, a mbo~ recebiam convi- 1nd~v1d~ação l'e a lmente signi~ca . Elas perm.an.eçein, ffor
tes, e o introvertido diiia que não tiÕ.hn tempo, n1as ime- (
assim d1ze1~ com poucas visitas à o u t.rh terra - no lllür'l·
diatamente sonh~va que tinha q~e ir à festa, a~. passo ·do··an~jfl~r·c~•lYericfoo.~ ·a e se idelltifiCa·r~·êom a pr.ó prü\ G
que seu ~migo, qu.e havia. :recebido o 1nes mo convite. ti- consc1enc1a. Grande nú'1tie.ro do pos.s oas, mesmo as ílVe
nha um sonhO na mesma noite (é claro que ele já hnv.ia (
se submetetâm a uma ç!náhse. junguiana, não vai além
d,icidido como de hábit.o e·. já sabia até, o n.ome <la moça desse tipo de, visita à quarta esfera., s aindo dela de novo e (,
70 (
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ç
(
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depois· falando n re.speit.o CotJ1 t,l') 01.,ttr·o~ - sem tentar -por diante. Asslm, a propaganda utili;;rnva. a~ s w;peilas
a·calmente 1)ermnnccc.r ne la. porqu e é ülgo Lerrivehnenee COmuns que as pessoas g <,H'tllnrnnte t.rnha,m da$ outt·as
diffoH de a lcançar. · por causa dil funfftO inferiõr. Assim , podemo$ 'dlzcr que
~- Enqua11.t-0 reo~mente não AlcnnÇ(ltnO$ esse O$Lá,g io, o 1
;'
por tt"ás d~ cadà i!1dívíduo st qua~·t.fl fu nçã1) não.é id ênt,icu
,.. dernônio no ' . , como c u chamo, cont.inua a cxist.ir, por
. canto tlO principio c0Jct1vo do mal, sendo apenas uma pequena
assim diz.er, e a dificuldade c.lisi;o é que~ fàlan.d ~ pessoal ~ dc-ftcíênc.io:; nv enLunto, o soma de todas elas é r ealme nte·
,. mente, ele é apenas o demônio pessoal, a inféríoddade n.~sponsável por grande qu.anddad(~ de pr.o ble~1as.
pessoa l de um indivíduo, mas el~ é acµ mpanhado tam· Desse:.: modQ, o pi·oces$O ~la indivü.luaç.ã o é um pro-
bém.por todo o dernônio coletivo. Si&mi{foa que a pequena blema ético, e alg ué m sem · nenhuma inoralidad e fiCa e m-
porta abe.rt~ <la fu nção inferior de cada i ndivíduo é que pacado logo·úo início e não chega a lugar algt,m, se iS$O
contribui par'a. a soma do grnnde ma.1 çolet,jvo exi$t.e)'tt..e não puder ser mudado. Mas a palavra petfeirão não é
no mundo. Po(lería.m9!:t> por é;,témplo, observar is~o (aciJ .. aptopdada; é um idoál cristão qu.e não coincide exata-
,• mente no movimento na.z .ista na A1emanha . ' [Qd(> a !ernão mente com a nossa e·x,p eriência~do ,pr"-Ocesso.. da~ind.jvj- ...
<1ue eu conheci naquela época e; que era partid.á:rio do duaç{to. JUllf;_enfátjza q ue o pn)(:csso pare cê não tender
nazismo o era pm· causa da sua · runção inferiot.· O tipo na dheçâo da·perfoiçáo e., sim , dci co mplêtjtude. Q.uer di-
sentimento era apanhado pelos tolos .:1rgumentos da dou.. zer que temós (Juô descei·, (f·.sit;.mifica u1n r ebaixarneQto
trurn do p~rtido. O tipo intuidvo o el'a pela sua depen- relat.ivo do níve.1 da pel'sonalídadê, para que esse nível
dência d.o. dinhefro - ele niio podia d esistir do empt'ogo e mais baixo Pô'ssa núo pernu, necer tão sombrio quanto
náo v ia corno, ppde.i;io, li,d~1· con1 o prob letntl. do dinhefro> anl:os. Se ·e stivermos no meio, \1m dos lados não é tão es-
de 1.nodo''que tinha {}lle ficar, apesar do rato d~ não .conw curo o 9 outi'·ó não é tão claro, e existe m.ais a tend ência
cord;u cotn a doutrfna. E assim por <li.al\te. A funs_:ão inte.- de constit.uir um tipo de completitl.>de q.ue 11/io é n em tão
dor ern, e1n cada esfer a pessoal, a porta na qual porte do lnrninoso 1 _nem. tão so1nbt:io. Í\1aa temos que sacrificar certa
n{aJ coletivo poderio, ac~.nnuJ.ar·"'.se.: Ou poderíamos d.iZ'er quantidade para esforço por 11\cançar a perfeição, a fim
Ql\e cad~·pessoa que nâo trabalhara su}i funçfü;> infel"iOt dé .e,,dtahuti& êl'iü.r uma cont:rap'os iç'âo eJ\ceSsiyamente
contribuiu para esse desastJ"e geral - de um11 forma di- negra.
min,ota -~ ma$ t'l soma de milhões de funções i nfcriol·es Existe entã ó a obrigaçãó sôcial de ~rabalh m·mos nossa
constitui um mal enormet A prop~gaud.f!. contra. os judeus quarta fu I\Çii<>, pol·qué isso Jl0$ tonut uma pessoa menos
era fojta de maneira muito engch11Qsa, spb esse 8$}).ec.to. perigosa, pois é a soma de hidh.1duos pei.·ígosamente di-
Por exeinplq, osjudeus eram ir~sqltados com.o sendo inte- vididos q1.4e dá origem àsgue1-ras e à.s ex1,I0sões sociais. A
lectuaiS destrutivos, o que convencia coxnplet:amente as propaganda sempre tenta despel"tar isso.
·p~ssoas do Üpo sentimento - uma projeção do seu pen - · Alguém que praHque um tijYO b11ixo de propaganda
sa.mento inJe):ior.. Ou eram a.ç.uQ~do$ de serem ganancio- snbe:ri.a que náo é através de palavras razoáveis que a tfn-
sQs e in conse qüe1ite.s , o J}Ue Ç(>l\V<Htda COiupletaaien te o gimos: as 1nassas 01 siin, dosPetta,ndo a e01oçií.o, e a emo-
tipo in.t u ttivo, pois r eprcsen,t .avam ,$\la função sensação ção pode ser desper tada em todo inundo ao inesmo tein-
;inferior e_ag9ra:e}e aaP,i;t onde estava o clemQnio, e n$sim po, se fizemos ascendei: a kmç.ão inferiot·, porque essa é a
72 73
(

(
Illnção emocional. Pot' conseguinte, qua\,do nos d i rlf.>>imos tem m u.it,a:-s polavrrJs pari':I -s entimento que- SáQ confundl- (
a intclectu.a..\S, devemos despertúr sentimentos primiti- dtts com cmo~~âo, enquanto n paJay t·a francesa para scm-
vos! Por exemplo, se fnl~1qno~ com professore~ uni versi• timonto, s<!ntimcnt, não Lt;"rn nenhuma conotação de emo- (
tários, não dúvémos usar lUUtl linguagem dentííica, porque ção, nem urlHl sombra d <?la., po1·quc de modo gera l os (
nesse cam po o mértt.e deles á clora e enxorgn tüo a.t ravés frnncc;;es·, enquanto na,ção, possuem um ~ent..imento mais
de t.odas as-arnladilhas da noss a fula se tentftl'm-Os pas- diferenciado, de·m a nefra que p-ara e les não é a1l\ociooal. (
sar utna. n,entira; mas, se encorparmo::. t>ossa. mont.ira É por isso que os franceses sempre ach;;.io grafa dos sen- (
conl íUultO sen.t imento e emo_çao.- visto que os ptOfe/:iso• timentos alcnules - eles d iz.em: "Oh, os aJcm.ã e$, com
res univ.c rsitàdos gcr.~lrnê hCú têm o seotimt!nto cOJnO: seu sénlhnento p~sàdo ,.._ tomando cerv~ja e cantando '0 (
·runção i nferiol' - . eles cairã,o i medin~m cnw n.a nossa Heimatlahd\ todQ e$se sen:tlmentalismo". Ma8 o francês
conversa. Jiitlei: dominavo a arte de fa-z er isso. Se lern10$ (
tenl sentiment-. lt)ns: coisâ be m tle{i1"1 ida e resoJuta. 'l'emos
O$ ,r egistros dos st~Ús d iscut·sos, véremos q·u e folava de flÍ· u't'l;l exemplo d o t,ipo senti mentQ Clin<lena.ttdo a função (
m anefra mtdto .difer~nte â cada .g rupo q ue se dirigia, e infer ior de urna nação cuja s u perioridade íHiO se encon·
subja m uito beln co.mo de$pertar a função inferior de cada í,
t ra no sent.imento. Os alem ãespensam...muitcnn:eJhor,.n)a$
um. Ulll homem que ~steve preseüte.~111 vários dÚ$S,e s o sen timento deJês õ baat-ar\te .primitivo, calotoso e 1·epleto (
discursos me d isse que H ftler fazia tudo através d,r (ll- da atmosferá da estrebaria, m as lambém c.heio·do explo-
tuição, ou à e com.o sen tia a sHuação. No int'çjo, Hitler às .sivos! Mss e-ste é um casó típico d o sentimcmto i nfer ior. (
vezes :s e :mostrava bnsCante i nstável. E:x.peritnentava te~ · i\travós de uma imensa dedjcação e tÍ-einmnento,
\nas como un, pianistn, mCncionando u.111 pouco d.i sso e podemos cons tru.ir il has nus'quais a ftmção i nferior fun-
daqui lo, ç ficava ·µá lid9 e nervoso, e seu$ hom ens da SS ·.cióne. nú1is ou menos bem. 1-fas, mesmo nesses casos, se
fica vam aIDt$dQs porque o FüJ,.rer não patecia eStar em formos pertu rbados por um complexo incons cie n te, Q de- (
forma , Mas elc-estnva a.penas cxperimeiltando o o.1n,bl<.m· tnônio no!j fará t.er u m ttc,iden_te·de carro: Poj· exemplo, se
Ce, e depois ele ·n otava. que, se trouxesse p. boila tun ton'l.a um intuitivo f9r mltito bóm 1not.ol'i$tl:I, no d ia em que os- (
ç~pecHico, este·dosp<rr·caria ~111oçã9, de 11\odo que tl1ergtt· tivel' d issocia d o e fora de ·si mesmo, sel·á mais pi-Óvável (
l hava comj)letàmente nesse tema' Es~e é <> demagogo! que a lguma coisa aconteça.a ele nessa ái·ea elo quê a uma
Q~ando ~ente o lad9 i nferior, o!e sabe q.ue é ~li.que estão pes.s oa de ouho tjpQ, porque , mosmo nesse caso, con.ti· .(
os complexos e a li que está Oour o, ~ q\!é deve ai:~gt..tmen· n ua a !3~istir aquela pól'ta que não ést,\ bEi1n fochada con•
(
t~1r- d e forma primitiva e emocional, dn tnanefra como ·o tra os outros impulsos do inC,ç>n.Sciehte colettvo. lvfaa, ·na
função i n(el'iot argu.mt'!ntaria. l:fitler não e-l aborou issQ, vida do d ià~a.·dia, podemos fazer c.om que nossa fui\ç-áo !
foi <t fato de elo esta~ pteso na p rópria infer ioridade q ue iJ1fctior f"n.cione bastante ben1 em ce1;tas áteas - atn1.•
lhe co1iforiu e.ss.e ta lc;mto, mas os exemplos não estão to- (
vés de um enorme esforço. Este. é um problema que ó muito
e
dos no ,Pf1S$a,do! Nattu·almente> a: e1ú09ão c:i' se11t ib14jtiW ·- maiõYl'lll.$ sociedades Qivilizad as.. r
ne1n setnpre estão juntos. Está.o conectados no tipo pen .. No caso dâ.S Pessoas q~ua ainda v ivêni cotft._fileta..m eu ..
.sa.mc~to. Temos excelente exemplo n as difereh~as nacio- te na natu reza, co1no os c:;amponeses e os caçad QI'es1 e os (
o~is entre os: franceses e O$ alemães. O idioma alemão bosquímanos sobr<;3 os quais Lau1·ens vat:i der Post,csc1·e-"'
e
74 (

('
(

( veu, pcJ<.temôs di7.<H" q~1e não Sé ri;,i possível sotw(~Vj ver se m DESCRJ(>AO PRi\.'l'JCA DA QUARTA FUNÇP,.O
que todas as fim~õ.~$ fossem rnais ou r\,eaos utilizilda$.
r tJm, camponês, por exemplo, n;;'ío pode jarnais s,;e torrnu- A intut'çã.o inferior do Úpo ,.u:n~a..ç«o extrovertida ·
r t.ão u nilat.c ral. quant,o Hfgu ns habitantes da cjdadc. Não JDstê é o final da rn-inha descrição geral do problema
,, pod~ s~t apenas intuitivo; ele $i mp1e~mentc t<.n n que u 5ar dá função inf'eriot. O pr·ó xilno passo será a present.ar 1.tma
a se:nsação. l\{as não p9de usar ape.cttlli i,sso, porque te m ctlr'tà descrição de com o a f·unção inferior de cada tipo se
que p1anfüa r a lavoura: decid ir quando é predso semear, parece n ·a vida prática. de modô que vocês possam conectá•
('
ql.le tipo de cenour a ou lrigo deve sor <:ult.h•ado e em que Ja a experiência da su{l y ida. Gostaria d e coxneçffr C::Qn~.a
í quantidade, verificar quais são os pre·ços·, caso contrário, intvição·cto tipo scnsaçi',o e.Xlrovertíd.a . Não vou d esCre-
hoje em di.a , ele logo esh~ria anui nado. 'l'mnbém tem que ·y er o t ipo sens.:':lção cxtrovartiçia, m9:s apenas corno a in-
u-sa.rcerta. quantidade de .senUrnento, porque sem ele não tuição inferior fi;1.ncio)~a ne~sú tipo. Vou me concentrar no
podemos Hdar com nossu fmníli,rrou·con, os ~inim~ti"s. Ai11- t.ema de o que a fttnfão inferior fa rá neste easo, e exami-
da t(,'!tn que te1' certo faro pt\ra <;> tempo e o fut.uro .<m1 .uarei.des.$a m.aneir'a ..os. o.ito tip<>.5 possíveis. Mas não pos4

gerfil - para o que poderá ou não acontecer - , caso <.:on- 60 deixai de fõrnêcer primeiro un) bréve ê$que:ma gex.9.1
trá·1·io estará semprê com .problernas. Assim, nas situo- do· tipo o, deJ>ois, lUe voJtAr pánt ·o que a funÇão infer'ior
·çóes. naturais, lilS cojsus ;:ião mais ou sncnos arranj~das de faz nessa estn.Jtura.
modó qu.e a. J!essoa p1·ocise usar> até certo ponto~ as qua• O tip-0 sensa~!ãO e-~trove1"tidu é representado cm a l•
tro funções. E por i $SO qué as pe$SOO.$ qt._~e xi vem sob coa,· guém cqjo don1 e fu nção especializada f~~'.!t.it e serelncio-
diçfü$ 11at1.u·aiey ranune ~1~H- ;:,t;i t.ornã.m ~niJa~~rHís como llar com OS gJ.?j~t9.~.~~-~,rnOS dê~'üifia maneira pt·~tico. G
..~., ~c::asvtõ.a Ja cidades Poden10s ve1· que tanto essas p és- coricref.a. Essas pes'$0<;1S obsol.'vnm tudo, ché.lnu11 tudo e 1
soas quanto osJ:,ovos prímft.i.vos gera,l mento di.sttibuem as ao entrarern umá sala, sabem qµase do imedia.to quontn.s-
funções. Por exeJnplo, méu vizinho,campon,ê.$ i;empre pe)·· poss.oas est~o .p,~·o~cn,t.e§. Podemos sçmpre ·pergüntrfr a
gu:pta ao pescador QU..e vivci:co1n e le ço1no vai estar o tem• elas se a ·Srá:Fü.lana de Tal estava lá e o que ela estava
po. Ele diz- tiue não enten<tE! couLo o pesco.do)· sabe) mas o usàndo. Se fizéssemos e.ss.o pergunta a u,n í n tuit.ivo1 ·eJe
foto é que efo sabe, de modo que não se preocµ pa, porque dirja q,1~ não tem ::1 menor jdéia d e s.e e.la, estava lá e
o 1,qsca<.1or está sempre cei;t-0. Confia na·intt1içáo do ami- mu]to menos âo que ela e$t8\.\ ~ ve.sti.ndô. l~ ir:nf)ressio~
go e não usa a $\.ta ne,ste caso, de modo que mesmo nessa nante a quantidade de-coisas que as pessoas nol'nmhnente
situação ·à~ gessoas tendem a c1npt,tt-rar certo$ fu,nÇó':.'!a não vêen1! O tipo s.el'lSaç.ão é, relaliva1nente, um mestre
para '·outra$ q\w são espcci a1U>ti'\s . ..L\1as não pocle111 ft).zm· em üotat ésstrs coisas. Existe a fomos~ his¼ria d.o pi:o-
isso' de uma. maneira completa, como os especialistas da fessor dejurispxudêncfa. qu.e procurou demonstrar a s.e .us
cidade podem, Se, por..exemplo, você é so lteiro e trabol.ha alunos a falibilidade das tésternt,nhas, Pediu a d uas pes-
corno est~tíst,ico, 1)0.r cont.a própl'io, praiicamente não soas que fossem à sala dcy aula nn universidade, trocas-
precisa dE;! néubum sentimet1to! Isso, natl.lr O:lmente, pos- sen) a lgumas pâl ãvn1.s ·e t'!On1eç.assem a discutil· uma com.
sui conseqüêncfos dcsagradávoi$, ma$, se vo~~ vivesse na noutra. Ele a·s i nterl'ornpeu e depois disse a seus alunos·:
natureza, não poderia fa.2or isso. "Ag0r(l,. senhor-as e senhores, por favor escrevam exa.'ta-
76 77
r
(
mente C! que vocês prcs cnciiLram", Acont.êCê que to~a o renl-idade . .Ele pode até t11rfs tno n ão gost a t' do pensftmen· (
discu::i:sáo í'orü s jmu lada, de mod·o que o professor t.mha to, porque, se for rnuit o unilateral, dirá que isso é c ntr~.1~
u irr rcgistt·o e.xat.o do que hav'ia acontecido, rl0dô$ deixa- na esfera do abstrato-em vez de se ater aos fatos . ·
(
ram csca.par certos pontos. Baseado nesse- incidente si- ·'"i'ive uni professor dd ciências n.àturats q ue era um (
mulado, o professor procurou most.r·a r ao~ seus a lunos tipo a ssim. Nu1H;o conse&.ridamoff fator a ele uma pel:gun -
q ue náo deveriam confiar demai.s em te:ste1:11~m~ns.oct~l~- (
ta te·ó dcil. gél1·é rica., pm·qv.e díúa que com isso eshí.vamos
i:es. Ess a h istória ilu.~<,tJ'n.a tremen~a r~Jat1v1.dáde m<l1v 1- nos tmvolvendo com o Pensamento ftbs t n 1.to e d iria qqe
dual da sensação: a lguns são mais dotados de]a do que preciSávm'n os nos uter aos fntos - oJHar· pora a lagarta,
outros. Diria que o tipo sensi:\çâo ext.rovért.i<.la teria a· vcJ· çomo ela é o d e1,ois desenhá -la , 0 1.1 olhar no m icl'OSCÓ· f
maior no.ta nessa ár ea, perderia ·o menor nún1ero d e pon- pio e descre ver o que e$t.áv1, m0S vendo. foso é ciência (
tos e forileceria relativa.me nte a rneJhor descriçi:\o d a cenn, natural; todo o r êsto é ft~ntasia" teoriá. e .disparri~é. Ele
e11quanÇo o intu itivo introyert.ido pro,~ave tmente apen·as explicava muito bem O iilat'leit'á como as emptesas· fabi-i- (
s e lembraria de al1,,"l1mas frases e de quo viru alguns so- cavam cer.tos p rod utos químicos, e eu aind·a cortheço de
cos, 1na$ não sab(c)riç1 diz·e r q uem tinha come,çado.a dis • ····· co,, ·<>··processo ..Haber -Boach,,porque ·ele o martelou na
cussão ou qualquer out1·a coisa desse t ipo, JtJ.itthtt cabeça, mas n ã-0 to·usct,.1t1iu no$ ensinar m uita coi- (
O tipo sensação extroverti<(a é o melhor ap~rato fo- sá a r efspeito da teOda geJ·aVi:Ia ihtêr·teJação ·<lps clemen·
tográfico, por assim dizer. É capaz de s e r elacionar r ápid a tos, e tlssün por <l irmte . D izia que A.qüiló ainda e$tnva
(
·e obie Uvamente com os fatos extei-nos e~ por isso. que e n- "
incct·to na c iêncütt que era ui"n~ teoria quo111..u~a:vt, {):cada (
coniramos esse tipo e ntre os bons a lpinistas, -engenheiros, ano e (ttJe éstavn em co.n stantc,(fvolução. Dé modo que·
homens de negócios, e assim. por d,iante} pois todos têm i passava por cinta daquele aspecto do trabalho. 'lhdo q ue
(
ampla e pJ·ec.isa con.sciência~da realidade exterior- e m to-
das as s uas diferenciações . Esse tipo ob.servurá a text.u ra
' pode ria ser. um palpite· ou urna adiv.ü lhação, ou qual que,·
coisa intuitiva. teni uma c-0notação .d c$ng'rttdável ))ara o
~
das coisas - $() é de;, sed'I oi, de lã - , pois sentlrá o l.!\'lt <)- tipo no qual a sensação é difore n6 adu. Ou seja, se esse (
ri.nl; desse modo, ,; bom gosto estéticó ~àmbém costuma homem tivesse aJgu:rna .intuição, esta soda de um tipo (
est.ni· pre.se11te. Jung dii que essps pêssoas freqü.elltemente desconfiado ou gJ:otesco. ~o,· exémplo, c1n1 cer ta ocasião,
dão a impressão d e· screin bastante fri8.s. Talveü vocês já sm;preendenteménte, ele se aventorou rta grafologia. Um (
tonham:.encontrado esse tipo de engenheito frio, que nos dia entfü) eu Jevei para eJe u tna carta ·esct ita pela minha
dá a impressão de ser compJetamento dedicado às· máqui- (
mãe,. na quaJ elá declarava .<fue eu não i)od ia t.er i.d o à
nas e aos .óleos, e assim por diante, e v«?i tl.1.do a párt.ir desse aula porque estava gripada. Elo olhou para 41 curie edis• (
ál).gulo. Não produz neni1ul)1 $8lJti 1,1e11to o ttimbéin não .se : "Sua mãe escreveu isto?'' Respondi que sim, e e le CÍis::
pa rece JHmsar mu.ito, e a intu ição est(I completa.ruente 1 (
se: •Pobi·é crfanç-€1!"'' Ele.só conseguiu sentir o aSpecto no·
lúfseittfl, pois esta:, pnra ele , j az·no ·reino da louc.ut"·a e d a gativo! Ele era assim. Tü1ha cri·ses de desconfiança con1
fa.nt.asia. O tipo sensação extrovert.ida chamn tudo que se rela~âo a os seus colegas e a ós seus a lullO,$. Era possível.
aproxima da intui~ão de louc..ra.e fautasia, d e imagina- pei·céber que tinb!l u ma e~péoié .de int uição Sombria de. <
ção totalu1Cnte idiota. a1go que não tem hada a ver ç-0m n algo te.nehroso, vi.sto que sua intuiçã o, s endo infe riol', era (.

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(
''
com9 u n-1 cachorro que farej a. lugo.ré$ como as lnt.os d o 60 transformaya c:.~contava O$ m ojs horrí ve.is o sinis tros
lixo - estavn int.m·essad o IH·l s cois as podn?.s. Esse Lipo da contos d e fantasm!3'S do 1,.ipo que normalm~nte ouvimos.
iiltuiçáo inferiot frcqüe1H~rnente esta va certa, m.xs ~,s êutrc 9s J><t.$tOre;:, e cmnpones es. E:ta m aruvilhoso ver esso
,- ve~es t.9tahnente en.·ada! As vezes, ele s implcsment(! ti- fantasia cst.rariha·c primitiva saindo dela. Nu manhll ,-;e-
nha idéias d o persct,~tis:{w - terríveis Su$pê itHs sem_ne- ~iinl,,d, quando véstia~s Oot~, ela rja E: dizia qµe ~Üdo aquilo·
nhum fundamcnlo.. U m ~i J>ú. que é tão pl'cdso no nível ·e ra bobagem! Isso acontec1n porque d e- mttnha sua fün•
fac.t ua) pode dú r(?r)ent.e ficar deprhnido, tet premonições ção superior vc.,>liava ~ ser do1nina ntee ela ria do qqe havia
desconfiadas, idéias d e ncgràs pos.s·i bilidade,s e não ter 9 dito na noite antct')()l'. O moén10 era verçl!;"lde com r elação
rncnor idéia de. com o ·eS,SâS coisas s urgiram d e 1:cpentc . E ao hom em que menciO'rlCi n n te:riormente, porque ua.s ex·
ossim qué a jntuição inferior se rnmtifes tava no caso dele. élu·sões do colégio ele de repente se tl"an$,Cormava. e c.on ·
Mns como e ic era um tipo sensação extt·ovel'-C.idn> sua.s in- tava éventos fa ntásticos e e x:t.r 4ordin.á rios que apai·ente•
tui!r,'Ões se-situava.m nJais ou men0$ ém um nível introvel'tido, , n'lente vivencitn·a. É sempl'e um tipo ele experiénda pessoal,
O comentádo, "Pobre crianç{l~:.,..f.qiROf..J:H.H~.S.Q ..düjgidu .p.ai:a......... " ·... . um evento pe,s soal~ditjgido i't própria pessoa., q ue mostra
um objeto ~:xterno, ou s~in. e u e a lct.ra da minha mãe, .r nâs a intr~versão d l'l i ntuição;. o· qu(: e9$a pe$soa intti i 1'JeS$a
oormaJmente, no caso d o tipo s ensação extrover tida, a in- t;ituas:â o faz parte d9 .se·u proUlt;in{l. e sitl,u:açáo p~ssoajs.
tltiç,áo infcrío r drcu la ao redor da posição :subjetiva do tipo ·ootro aspecco da int uiç:áo infério.r em um tipo S'et1-
sensação. ' fre.t1ilenterne nt.r1 att·avéS d(~·se~time ntos, palpi- sação extl·overtida é uma tepentin8:.<:1.t.r-e,ç~o pela antropo-
te~ óu premoniçôe$ $'(11)'lb!'fo~ a respeito d e. c;Joen1:aa que elc .solia, teosofi~.'?-.~ .w-~ outro coquet..el âé metafísica orien-
poderá v fr & ro1: ou otitras d csgr aÇas que PQderá? áb1;,1.t.er- ,1 ta!, geh1hi1e'nte d e um Hpo extrema.m eu e.., n;iís,t ico. e.
se sQbre ele. Significa quo o intuição infe,·ior é e rn _g eral m.etalis ico. De r~pen.te, engénheir os reallstas e pessoas
egocêntrica, está. voJt.-t'-da para o slljeito, poré1~1 con1 umo. que você imaginaria q (!e teriam menos proba~ilidade d e
q ualidad e agucêittriÇ4; al<im disso, com freqü&tJci.a , ()os- ingressa.r em um movimento. desse t ipo se })etdem nele
S\Üesse ti'põ de ~t.itude WJgEltiva e deP..rechttiva.. Se a in- coin u ma men te tot:ahnente acrítica. lsso acontece pot·
t uição dessas pesl:ioas vier l,l tonn qlia ndô ola$ eseiv.~ren1 qu·e.: o ftii1ção üifel'ior d elo.s J)Oss1:ti utn C-8-t:útér arcaico.
bêl,adas, muito can~adas ou porque ela s fazem parte dá Encontraren1os em sua s m esas ele' trabalho. para nossa
noss a i nti t1iidade, elas s ão capaze,s de produzir- os contos grande surpresa, obras m isticas, po1'6ni de baixa quali-
de terror 1nais fmpressionantc~. esquis i tos e sinis t:l'OS, dade. Se pe·rguntarmos-a ela:, se leram a.quilo, db:áo q ue
Conheci uma ril.ulh.ê t qu~ i;ra u.ma d as maior,es a lpi- é tudo bobagem, mas Qué as ajuda a jlégar no sono;-- e é
n istas. da SU.í ~ã. E"la era obvitUllente um tipo $4?:nsação q uando·n função pr~ncipal a iiida nega n função inferiOt-!
extrovertida, e pata ela $.Omcnfeos fhtos·ton<:.re(os tinham Se, por exemp lo, pergun tarmos aos antroposofistas de
importâr\cia ·é tudo se devia a ca usas n~tura.is, ·é claro. Dornçich Q\tem forneceu o dinheiro para s uas cons tr1,Jçõe.s1
Ern capaz da escalar s ozinha as quatro mil mout-0.nhas, d êscobrire1n.o s que ·v aio e.x atamente de p~s:soas ·d o t ip9
não a.pe1,as na Suíça co1uo também Bll). toda u cordiJheira sensação e"'·trovertidn. Con10 um todo, po<Jemos dizer que
dos Alpva - à francesa, a saboiana e si ausÇl'taca. Mp.$ a nação americana, por exemplo,_poss ui um g,;à~ác in'í·
depois, nas n<)ites escurâs1 na cabana, ao Jado do fogo. ela mero d e t ipos sensação cXtrovertida·~~é })or'isso que, por.
80 81
(
(
out.J'O fado, esses es tranhos mo,>imentos flot·c!;cCm espc •
ci.aJn1-e ntc. bem 110s F,$tãtlos Unidos, muito me lhot· do qué foi a primeira m:mifestação da ~scensão da função jnfe.- r
na Sl,.lí\~il, por exemplo. Em t..osAn.gel(!S, podelnos cncon· riQr, o que demonstra seu aspocf.o tremendamente cri ati~·.~;
(
lras pnlt.icamonto C.od(>.:; os tipos. de seitfl.S fan~ásticas, ~- vo e positivo, ben'I como perigoso. A intuição tem a q uali- ,.
ou virnos u ma enorme qu~n.lidt.tde de histórlas irrcnlist.a s dUde de transm itir iro mosmo tenlpo umu enorme r
de caráter bástantc duvidoso. qu(,lntidade de conteúdos significa.ti vos. Vcrnos tudo em um
1
Lembro-me de ter certa vez anaHSado um tipo as.sün, único minuto, e a expe.riênC-la déle durou ·u1t,l m inuto - e
e durante o dja, no mcfo de urna sessão, recebi um te• depois foi embon,. Ali estava ele, comendo ce.rejas, d'e voJ.. (
l~fonenrn dele. O homém sotuçava ao telefono e dizia es- t.tl ao seu nu,mdo monótono o corriqueiro da sens ação·ex-
lr<>Vertidfl. Ess·e se-ria um excmplo.9.a primeira m~nifi.~~- (
tar mTasado: «Aconteceu- não posso 1he contar, estou
<?m pel'igÓ!" Ora, esse· hmnem n.iio. ~a histérico e, n.ão· ti• tação d.a hlt uiç~O i nferior otn uin{l pessoa desse f.ipo.
Turnos.então o grande pei-igo decúrrente do que eu.
e
nlia nenhuma psk:O$ê laten te ou ~lgo desie tipo, de modo (
que-eu hunca poderia esperar que o le se comportas.Sê chamo de o dornfnio da função sur,edor sobt·e a infe.rior.
dessa mane-i ra. Fiquei completamente asso.m bt·ada e per• Conhed u.m ti'J)Q sensaç·ã o extl'overti"da, um cônstrutor e fi- (
gunt.ei-JJ1e ae e le· coris·e&i\tiria ir aU? a estação de ~rom e ..... ciente.e .9:>(<:elet)'te,h omem d e ·1tegócios - um novo-1·ico -
compr ar uma pa$Sã_gem pat·â Z.uri,que -- e le mora.~a em que consegujra,g.aJihar uma enorme qu.antidade dê di· (

out.ra cidade da Suíça. Respondeu que a~liava que cons<1.- n hciro. E ra múito práiico, mas consfl'uía casas Jlorl'lve1$,
Todavia; o 1naterütl e as.'peçils e mptêgatlos ei·an1 excelen• 1
guil'ia dar 1..unjelto, de nlodo quo <:?u lhe d isse que vi.e sse.
'Qutindo.chegou, ele havi~, saltado de volta par·a sua sen- . · ,. tes, de modo Que .os pcssott.s g~st:avam de rµorot uas ca·
sação supêtfor e me trazia \Jma cesta do c.erejaQ, que·a le,. sas, .e m bo:ra: &ob o ponto de vístà tlrlístico, elas fosseJll (
iP·e.mento cmnemos juntos. Pe-rgunt.ei:,..'Í3om, e af?n .tvlas. hõtrívei~. E]e esqu iava bein, vcst.iá~se rnuitÔ bem. a d mi-
el~ não conseguiu nern meSino n1e contato que aconte.ce- tava a~ .1nulheJ·c.s e tinhá a sênsuaJidade r~finada que o {

ra! Porque, ao chegai· à estaç.ã o e coinpi•ar as.çerejas, ha- tipo sertsação e)c.tro·'<'ei-t,ida <Xlnsngue 0x.ibfr, te.ndou.tn bom
(
via r egresiado ao nível° s u peri o1·. Ele for a atacado pelo paladat' pal'o a comida e as$illl por dianti,. E $Sc homem
outro nível d ul'ante um minuto 1 e a únfoa. coisa que con- caiu nas mãos de iuna,mulher itttuitiva; vinte ã1\o.s mais (
s egui nrr~n.Ca1· dele foi o seguint;e: ~·Du.r ante um 1ninuto vel ha do que ele . .Ela era uma ardente e fantástka fi&lttl'a.
mate_rna, enol'tnemerite gorda, o que no Caso d!?Ja r ep:re- (
eu s oube o qUe era Deus! Foi como $e eu compree-ndesse
$entova fnlta de di$Cipli 1ú ti os tipos i ntui tivos )ntr o·
Deus! E fiquei ·tão abalado Q\tErachci que ia erüouquece~,
ú agor a o coisa foi embora. Eu 1ne lembro~ mas não consi-
go nu:lls ex:pHca.1·, ~ ni\o estou rnais nel an. Na9.ue le m.o-
vertidos são com frêq ü ~11,cia te,r1·iveln1en
.
excedendo seus l in1ites razoftveis tanto físic~ quauto psj.
.
te descomedidos
(

(
quicau1entc, o que te1n re1ação com a sénsaçáo inferior
mento, atravé~ da fu.nção inferior, a intuição. ele· tev·e qe
d~les. Essa m ulher vivia son1ente em s uas fontasias, e
e
repente tôdo o h1Cô11sciento c.o letivoe o _$i.;mesnw, e t u d o.
Ou.raute u m minuto - como um Js;unpejo - , tudo a.~cen- er-~ ahsolutamerlte incapaz de so sustentar fina.n ceira• <,_
deu e abal.óu complctamet1te a par te s up'erior da perso- mente, de modo que tínhamos a t.ípica união na q ua l o (
nalidad<> dele, mas elo não .c o.nseguiu s ustentá-lo. Ess,i homem fol'necia o d inheil'o e cuidava do lado prático da
vi.dai o a mulher se encat:reg'ava d e todo o aspecto da fan .. (
.82 (
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(
(
(

tnsio. Certa voz fui esquia r' com e le. mas nuncu nmís :··,.. d ável e o obisruo dose.s per ado aos quais u. função·ird Crior
quase chorei de tédio! A única coisa .inte ress ante '8obre.ü
q ual tolvc2.ele cons·e gufrio. fa!a1' sena seu trabaJho. rnas
é Capç1z de·nos conduzir. J.} r t!centenie ntc, em uma pubH-
cação de ficção científica a merica na, i1 história de um ho-
Cle não íahtva d essas coisas com ns mulherc·s , de m odo mcru que invenl?t.1 uma.má<1uina a t ruvós <lo qual as pes ~
quê ·só sabia dizer quo o sol e.'}ta.va agradável e <-1 ue a CO· s(rn·s podiam ·SC dcRJ»Aterialízur e d e pois voltar a se
m iqa não estava rnú!. Para m inha g rande s_urp~·esa,. esse mnteriaHzor. Pot' lneio da n1.áquina, o opet·ador podia es~
ho.m etn 1ne convidou para ir à $ede da soc1ed~de ant ro· t.ar e m um lugar e- enviar .ondas _ejetí·ônicas atn:i..vés do
posófica e m D0rnád1 par~ assistir a uma peça. O ~ea.Cro espaço quo vo}~a1,iarn â materia JJzar a·s p e$$Oàs na ot1tra
-c ha;,;lado Gõet.heanum e ra s ua oü:tra rnãe "e$p.it·Hual'' e ext.t·~rrii'd ade. Ele podia,· por e:<e,:nplo, estar em Zu,rique e
'ê)'e2·dn grande atração st>bte ele. Ele csyava: completa · dcpô'ÍS sé mnte-r iatiz(u- cm Nova lorqtie. Através desse nps-
mente absorvido pela peç.aJ totalmenl:e âommado pela telho, seria pos~Jvel 'cHspensar os aviõe..-,, navios e coisas
em t>ção. Eu o lhavu pata ele de vez c.n1 quando ~ me pe~- desse tipo. P rimCfro. ele fez a experiência com cinzeiros,
,, .....gunta:v:a.-0 .. q.u,e. ..e$tad:;1..eacp ntecendo corn ~ home m, P?Js mas nã o deu muJto certo. e depois experime ntou com uma
ele estava absoluto.mente ane):,qtado. Depo:is da peça, t.1ve mosca. Algl~ns enos àconte<:e1~am no inícjo, 1nas apOs o
a falta de tat.o.de·c:ome.n tar .que ~.Pefa. ba~ia sido 0 lov:ada ajuste de a lguns fios a coisa parece u funcionar com o
demais para mi.me que o que eu queria naquela hora era mosca. E1e qum·io..se1· a ,tlrit:neii:o.>,iitüna,. Cfts.Q_pJgo .Sí:lÍsse
u m bom bifo? Eie il~v;_~ ax-tremamer.'.t<~chocado com o.meu errado, de modo quê eptrou n.a ni.áquina. Infelizmente. a
' materialismo! E.u r,;ô tip.h a cerca de dezoito anos n l;l época 1, e,xperiência teve 1.thl problomn no rneio do caminho e e le
e lwj~ om d ip. certame,nte seria suficiente1nent8 sens~ta ' saiu do outi·o lado com urfla enorme cabeça de m9Sca! Ele
para i1âb fazer um con1entá·: io çlet,se tipo. J\.1~s el·a ·a.ss1.m COr'.lsegt1 i"4 (U'l.t.r:-ar eJ,n contat.o COll"I a esposa é. cohl'h'l.do 8 •··
qlte S\l'l;l intu-ição i nferior funcion.fwa. P e trm lado, ola so cabeça co1n um panô; l)f"ffa q ue ela não o 'vjs~e d isse-lhe
projetava na roulhe1· com que m e le vivia e. do outro, ha- que ela tinha que tol)/ar Jíbettá-lo, dando a ela ~áÍ·ias ins•
via bornach. Ele estava tentando ron1per com a. nu,1 lhe.r, truçõos, lnas n nda deu certo. F inalmente", d ose.$pcrado
por ter pe.t·cebído o reloc.ionamento mãe-filho existente, e pediu à muJher <iue o rha t4sse 1 p(rr comp~ixão, o que el~
esperavp. insta lar s u~ i ntuição infei·iot ein D?r~nch: .Es~e fez. Então, a hif:ltória se torna uma hi,stór.i a d e crime cor·
etâ cert.'t~ít1e:a:'l te u'in pas$o à fre·n te co1n rela~lO a p r oJeção riqueira. l!~.$tándo morto e entonado o mãrido. a_m ~lhe.r
exclusiva sobre urna figu ra rnatet·na, porque, pelo me~ fica louca e é colocada em um hospício, m as depois a mos ..
nos era tuna t.eot:at.ivo de assimilá· la em um nível inte- ,ca é oncontradá) de 1noçlo que a expet·jência talvez te.o ba
1•i~;, e é pot· i.sso' que meu comen.tário: foi es'peçia.Jn\en~ dado certo, afina} de contas. m;,.s é l',arde dé,uais. A i1cL1sa-
sem tato. Não te11ho a menor idóin do r esultado da su a Çáo, po1· pena, coloca. a n1osc.a em m:iJa caL"<~ ..d~ .(Q~fol·os,
tentativa, l)OÍS perdi O cont.nto coJll ele, tnas O).lnCu d eve· que é sent.iment~lmente d~positada no t(unulo. euJa i.ns·
m,os fazer comentários ·de·p reciativos ou prejudic iais, cris_:ão Qiz que o falecido foi uum herói e vítima da ciên-
quando a fu nção inferior- sa tn.anifestn nas pessoas·. ciá'>. Pottpei dos. leitol·es a inaio.r pnrte, dos por111enQ1·es
Outro exen\plo dn.fr1tuição intr overtida inferior; mas perversos e desagt:adávejs da hiseória, que são de.scritos
desta feita rcaimcnte inforio,·, ilustra a fo-rma desagra- c-0µi ·s atisfação: -
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(
Vemo~ nesse ca.s o como a f'unç.õ o in l'e nor toma fo r ma
pr6prü1$ J?alavtus. em ve~. de a~onas citar o Jiv1·0 de ..Jull_g
no tipo s.cnsnção, Corno o !Úi:it6ria 'é c·s cl'ita P?r ~un lipo
sobre o.s t:1pos. Os m embros deviam dl;lscrcver como expe•
sensação, ela vem d isfm·çnda. como uma scnstt.ça.o com-
riinentaVam a funç,ão sop<Ú.-ior, e nu nca esqueci ttm cxce-
pletamente.~ p•·á.Wcá. A mosca r ~pre$enta ria.·u i.rtluição in.
rertor que se en volve corn a personalidade consc.ien.l.e. 1\ le.n te t.r àbaJho da Enima Ju.n.g, poi$ foi !;Omúnte depojs d o. I'
ouvi ~Jo que sen1,,j que. passar a a comp1·oender mel ho1·.do
mos l~n é um. inseto diabólico, Em getal. a.s moscas :f'ep re,. (
sentam fa ntasias e pensamentos involuntários q ue nos i que nunca o t ipo ~,;ensação introve.rt.ida., Ao descrever ~ si
mesma, ela disse q ue o tipo sens.aç.ã o jntr ovettida é cómo (
pertu rbam .e todeimn nossa cabeç~. e ~1ue .nâo consegui.. il
uma chapa fotográfica alt.a men te sensíve l. Quando al-
mós ·expulsal'. Ne~$te ç:aso, o homem é p•·~so ~ $8 t~rna
vítima de uma idé iâ que envolve até rnes1n~ 9 assas~rn a. gué1.v entta: na sala: esse tipo.nota a nrn11eil'a como a pés- e
to e · a loucura, pois ele i nduz a mulhe r a. mfl.C:á-Jo. Par_a soa entra , o cabeJo, a expressão d.o )·osto, 8.$ r oup~S e. a t
sal~ar a vida dela, ela é colocada en1 u m hospício onde. maneira como a pessoa a nda, 'l\ido isso exei-ce um tré-
1 m éndó e precü;o im.pa<.~to ·Sobre o tipo ·s e-nsação intro M i
passa o te m po t<úl.tondo .cApt1_1rar m oscas, espei-a~do e n- /
contra.r a queJa·que taJve1, seJa ..pade.do seu.~1ua.n do ...No ..... verti!la, caj11 e levada sensib ilidade faz <:om q ue todo por- (
...~-•""'trumôi· seja obsorvido. A impressão vem do objeto parn q
fi nal da história, o chefe de policia fala com o autor e diz (
sujeito. É como \lma pédra que éa i e m ~guas profundt,:s:
que a mulhe1·, afinal de contas, estava apent'\S Jpuca , e
!t impres.s ão .vai cada vez ll'íais para o fundci é afuhda,
vemos que o comissário r epresentaria o senso con:i um· (
ExternarO.én~. o t ipo sensaç.ã o introvertid{:I paroce. bas•
colet.ivo - o veredicto finalmente aaotndo pelo escritor,
9.ue dit que tudo isso é npenas urn~ loucura. . tàh:te- bobo: ltle simplesm ente fica sentado e õbs·e rv~, {
e não temo·s éó1no sabel· o ({lte estií se p assa nd o dentro
Se ~m ve2 de: novao1ente pro3cts;n·. o nutor t.Jvesse ('
dele,, poi·s J)ârece ttm ·pedaçO Qe mad.eira SQtll nenhuma
esta.be)ccldo t't continuida de.da sua funs;áo inferio1· n.a s ua
rêit!;ÚO- a não SC'l' Que reaja conl Uma das Í\Ínç-ões aux.i- \
consciência, e a Liyesse libertado da sua sensação extrov~r- , ·
tida, nrna his tó ria reaJme-n.te puta e harmoniosa talvez l, Jiarcs , o pensmncnto ou o son timen toi mas itHernotnente
à i mpr essão éStá sendo absorvida.
1
pudes.se ter $id o produzida. Nas fantasias genuínas GO·
O tipo sensação int rove~tida, p o,·tanto, dá a imp1;es - (
mo as d e Edgat' A.llan Poe e as do poeta Gus t;av l\Ieyrinck,_a
into iÇão se estabelece pm· si n1e$U1a, pois essas fantasias são de sor m uito leiito, O que não é o caso; ocorre apena·s
quo as t·eaçóe~ intof'nas 1·tipiclás ocorton1 d e baiX"O da su- (
são altamente simbólicas e podem ser intei-prets1das (lê
perí1cie e a reação exter:na se dá de ntãtleira retardada. (
mane ira coer ente. M::is o tiJ?O sensação setnpre qucJ' tol'·
n at· sua in t.uiçáo concreta de a lguma mm1eíra. Esse tipo de pessoa é aquela que óuve urna pi11da do ma-
nhã e próvavelntente r i à meia-noit.e. O tipo é freqüente e. (

A intu.ição l'nferior do tipo sensação introvertida julgado e compi-eéndido erroneamente pelas pessoas do
P1•(:cis·o <Jistutir em primeirQ lugar a fuuçâo.,pri't)ci 4
seu ambiente imediató pot.'qu~ nã.o percebemos o que se
passa dentro d'e le. Sê esse ti.l)o conseguir E>~i)resso1· artis-
pai do t ipo sensação introvertida: Há muitos anos, n o
Clube de Ps icologia, tivemos uína reunião .na qual se pé · ticamente suas impressões fotográficas, e los poder (io ser (
tep1·odUZidas ém quadros ou em livrQs. Tenho uma foi:t.e
diu aos m e mbros que descrcves$om seus t ipos co1n suas
suspeita de que Thon1as Mann e ra un:, t.ip<.> ~~nsação (.
86 ..' (
87
(
,.
1


r )11u·overLfda. Ele 6 cap·a,z. de descrever nmnwiJhosamen• ngol'a; $ão inca pazes d o co nceb<tr yuc as coisas pod erão
te ca<J<:1 pormé 110 1· ~ f<}l-.n~ce l' toda a a,t.mosfcra de u ma mudar. A.desvantagem desse tipo é que , q,.Hoido suas tre~
saJa ou de uma personi\lidudc. comdJ p(>r exocn.p1o,.em A mendas fant.asias' intcrnas vêm à 1.-0.ua, ~, pessoa tem w ·an-
mo11ü{1dw m.(lgic(l. dc dif'ic;:u ldado p:.u ·a A$Si>nilá-las pm· .co us a da precisão e
, ,~ função i nferior d esse t ipo int.rovc:f ftido é~ de;rcerta. ~ dn ient.idt1o d a função conscíentó. Se um a pesu;or1 d(:!sse
maneira-, semeJhantü à d o t ipo son-sú_çào extrovertida , 1,· tipo e1:;tiver i:ie ii)gumú mancfra di$posta .a Jcva-r S\ lll jn .
porque eJe ta.mbCm t.e m u ma vidu i nterior rnuit.o estr.n· 1 tuiçào a sé.rio, ela se sent.ir'á inc linada a r ~gi$tn\-f.a com
nhu, rni$terfosa e fantást.ic~, tn( lS está ligo.da 110 m).1 n<lo bastante precisão. Tvlas c::omo é possível f'a,i er iss0? A in -
exterior i n)pessool a colct.ivo·:Podemos percebei~ por exein· tuição 6\t rge COlhP um Ia rnpejo, e se ten~amos tegist,rá~la,
p loJ que o construtor q u e m<mcic>Ilei ant:erionne"Jlt!3 ~ d(.) i ' 1 ela desaparece! Assi"mJ a pessoa hão sãbe Como Jidar cotn
tipo sensàção nxtrovértida. Ele detecta intuiçõ~s que·dl · o prõblan.)a e f~c::a agoniada: Po1·qltê a ,tnic.a m,a n ~ira pela
zem respeito a ele. Em su~ sensa{:áo e.xtroverti<l::'l,pteo- qual sua funç.â o i nferfor pode ser assló:tihida é rcdu zind<J
.... _.,.. .. _.......cupa-se tom o rnundo. exterior - com a construção de o domínio-da fu11ção supel'iOl'. ·
i e·a trada.a, ou do g r undés ca~;-aJ;,- , máa su a in..tuiç-ã o se.apli- ·conheci um~ mulher do tipo sen.saçiw in trovei·tida
Cé.1 a si m esmo e se confuncle .C:01.11 seus problemas pesso, que dut'ánte.rnditos m)OS f~intara com precisão os c.o nt.eú ..
ais. No caso do tipo se11sação inti··o vertida , o objeto se dos do seu· intoú$(Üent.e. E la levava cerca de três $ema-
movímonta cm direção a ele. Os romances de rrhornas nas para Completar Utn, qttadro. E stes eram Üt~dos e ela-
Mann. possuem. um. Cf.ttátet ext're rnnrnento subj etivo, en- borados nos n)ín\n'lQB d etalhes, ín(J.};•. c9mo e la .me d isse
,-··...· ......
;.·· .. ~ --.,-<-- ...
:- ..., .-.{.~
.;,.a-o .,..,
••• 111·,,., o·'"'UJ) "'6' - co-n1 é vento $ c1ue s ·e J>à$.·
Ã,Ã
rrtais tiu-de, nãO'Pnl1~âVã ô;, Cb'xi.i:eúdos do inconsciente 00nm
s am no ambiente.- ele rcçol ho do mundo e xter io r as' pos- eles surgiam;·e la ós coí·lJgln, npetfei~oando.os cores e re·
Stbilidades e o futu ro. fína»do·os detalhes. E lii <liúa: "Eu ·n(ltutalniente os me-
Vi tecentem.ente no .material d e un) tipo sen.sução Jhorava e~t.eti.c amente,., Aos poucos, â nêc~ss.id f1de de .a s·
i il.trovertida e]ementos que eu chamaria de extr ematnentc simiiar a Junç~o Ínf'êt'lor se tornou im,pãbU.iv.a , e lhe fof
pl'ofét,iços - fai1Casias arq.u etJpica.s que 1·9p~esentam pl'iJl· dito; através·d e sonhos, que teJ·itt que fazcir os quadros
cipdl men te 11.ã o os probJemas da pessoa que a s teve, e nlais d epressa e pintm: t\S cores exatamente como erain,
sim as da i,u·a é))oc,1. A assimilação dessas f'1nt>;1Siaa é a irida que gfossei1·.u.S; e símplesn"tente colocáwlas n1.pida·
extremamente difícil porque t.emos nesse caso a 1nes ma mente no papel. Quando traduz i dcs·sa: maneira a men-
dificuldade (lllcontl'ada no tipo sensação extrove1·tida, ou sagem dos,s e üs,sooho·s . ola et)tro4 e1n pâ nico e disse que
.s.c jn, que a sensação. é ~ função.con1 a q ua l percebemos o seria impossível. DlZer isso a elo. significou del'l'Ubá-la;
iiqui e agora. O ,ispecto negiitivo da sensação é (íue as ela não pôde fazê-lo e simpleámen te continuou a pil1ta1·
pe_S soas d esse tip.o fica:m empacad as na re.a 1idade. Como da maõêfra habituar As pih tUras japonesa$ zen con se-
J ungescrevetl certa véz: para elas o futu r o uão existe, as guem trmi.smitir a ~.ssêncía de uma imagem a partir dq
possibilidades futuras llâO existem, vivem uo aqui e ago- h1terior1 o ·qu4) s~da o Opo.c;to do t rabal ho dessa mulher.
ra ' e existe uma cortina d e fer,r o. diante de.las. E' las se E la rião conseguia obter a pr<>cisãó a partit· do i11terio,:e
comportan1 na vida como se tudo fo&Se Sé.r sê mpr~ como é não pôde fazer o que seus s onhos lhe indicaram, o que
88
r
gerou uma tre me r'ldf1 bat.aJha, pois 1'\õo cous~{,'1.tia desis-
mrtneira tito clãssicu, com tantos d e talhes ele peJe e de (
tir da fu n{:ão s uperior com seus detalhes precisos. As::.im,
vestimentas, a té mesmo com coda pêlo _pintado na cabeça
rcpetidanicn t.e ela deixa va .e scapar a .o sconsáo da função
do burro, que a pi ntura perde a.. atmosfera qu.e ·deVeria
lnfaf'ior, poi$ núo conse:gt.tia regi:;.trá-la no 111omer)t.o e da
trttns1nit.ir, ou sej lt, a do. m undo da fantasja, Assim) de r
ma neir a como surgia.
certa manefra> o queldr.o é con't.pleta rncn te fol ho, e FüssH,
É a.:rs im a Juta entr e a função superior e a i nfeti-Qr do apesar do seu dom, n unca s~ t.ornou realm ente um pin tot·
tipô sensilçâo introvertida. Se tent..a.m os for çar essas pes-
famoso. O q uadro m.o.s trn. como ele ar;ruinou suas prôpr-ias (
soas a assimíJarem ráp ido .de ma is a itH.u~çâo, elas apre- oportun idad es, a.o não abJ'ir- mã o da sua função supefior.
sentam sintomas de. verC.igem ou enjôo. E como s e esti- L
Devo.d a ter pin tádo r apid{t mente, com a q u.alid adê im··
vessem cm um 11..ãvio ou avião; c !os se 'Sentem afastflda.s
pn~dsa do mundo do fanta.s ia : etn vez .disso, deixou-se (
ela bâso s6lida da r co.1ídnde o, por esta rom tãq pr.c sas n 1 '
l
l. domi nai· J)O'J··sua função ~upet"ior e píntot.L· ttm_ quadro,
ü la, efetivam~nte apresenta ri1 sintom.!\s de enjôo. oy têm .' po ndo as unhas do pé e::m ·cad-a figura e ossim por-diante,
umã ,,ert.it;tem do origem ptLntm e nte psiço}ógica., Conheci
de modo que a pintura ficou congelada e pel'deu seu cará•
uma m1.dhe1,·dO·Upo s ensação int,l'-0ve1:tida que th,hà que ter ·dinâmico. (
.s.e deitar na cama pàrà fazer a imaginação ativa, caso.con- Como a f\1.nçáo SHJ)erior·do tipo sensação inhovertid$
tt·á t·io se sentía exotnineote oom o se est.ive em.u m bar co <
ê. intl'overtidà, ·sr.ta intt!içttó é exti·oVertida e, portanto,
e ficava enjoada. E la tinha a it1)p1·essão de q:i..te o chão ge r~Jmente a cionada por eventos externos: Uril. t.ipO·as- (
sólido estava se disso1vc:m 9o d ebaixo d e seus pés. Se.você sim poderá, por exemplo;ao catninlu.ú· por u m.a rua, ver (
n ão for desse t ipo, certamente- e,stant divortindo·sé.bas .. um·ctista l na Vi trin a ele u rna loja, e s ua int.u ição. pocieni
tante, mas tmnbérn ex.is.t e a possibilidade ele sua fu n~ão imediata n rnnte c·a ptar seu s ignüicado ~imbólico, ou tod()
(
superior e$tal' domfo.ando a inferior. U m .oxei:n.plo mara .. O fluxo dô ·s ign ííicado $Ímbólico do cristal podet·lá e1itnn (
vilhóso é o do pintor ,;uíço Hcinricl\ FUssli, que se tot1\0tt na mentc,dél(;, mas isso teria si,ê.:lo acionado por.um ctven•
famoso nq, aéçulo passado e foi para a .corte inglesa . E lo to ex.t erno, visto que Sltâ intuição inferior é e~senOiah.n enté
êra obviame11te um tipo sensação e,:trov~rtida, e sq.l) fun- extrovertida. Naturalmente, ole tem as in.osmas caracte-
·se
ç-ão infeJ'l.o r man ifestava. nos tem as mais fantásticos. rísttcas n egativas dó tipo sensação ox:tro\/el'tid a, pot·qua
(
Pintou um m8,ravilhoso q uadro do Sonho de uma noite em .ambos. o s tipos as intuições possucm1 freqüentemen. í
dé uerM éfe S h akesj:,éare - um conto d e fada leve e fan. te urn carát.e1· sinis tro, repl.e tas d e $ombt'ias ·premonj.
tástíco. O 'tema o atraiu pot·que era completame11té .fan•
ções - crue en1 breve t eremos ·unu1 gue1:r a atômica, que
tást.ico, mos, em vez de pintá -lo como se t ivesse vindo do as pessoas que nos cercam frão morrer d e cíi.ncer·- e eles
seu interiot\ ele Tealfaou un1 minucioso estudo dele.) fi. também d etéctotn um 1nexerico negativo. O i.:.a tedâl de
xando e pondo sua intuição em uma forma extiemmn-en- fantasia tende a possuir urn car áter sinistro, e se náo 1
te .sensua.1. No quud,·o, Titãnia est:á acordando 8 c-0ntem- ' . ..
for t.rabálh!tdo O$ coneeúdos p,r oféticos que se m anifes-
plaudo ó b u rro por quem está apo.i.xo11ada, e e]a parece tam serão pessitnistus e negativos.
s imples1nente atônita!. As fadas, bruxas e seu amante a (
Todas a s funções infei-ióres d ivididas têm a tendên•
observam. É um belo quadro,. rua$ foí p intado de uma eia de.ser compulsivas e criar idéias de ~tsegu ição. Tmn- (
90 (
91
r
bêrn c..~ nco,~t.ramos isso·.l).o tipo pen::nHn~nt.o) po r exem plo. qu~.Iquer modo, ê u_ma fL.1nção l?t·obl<:_mát:ica porque at.i n •
A funçãÚ infcrim· é s ({inprc o veícu lo p~ira os idé ias de 1 ge d iret a n-J~f\t.e a es$êll<;Hl d.n s ttuaçao. bu e la aC.( ffLH ~m
per.sêt'\t içito, do r-r1odo q·u e.d<tvecno~ se mpro fic.m· à csprei: dio io, ou se exfravia tqtalmcrite, caindo fonJ atC do raio
tu. deJa. Se <l in tu ição se extraviar, a pessoa. ê possuida, de nçãõ do alvo. Em ger a l, qüando a i ntuição é a pr-in,~j-
por fa ntas ias se nsuais d~s tipos nH) js gt·os:,eiró~ ô Séh· , p!d função e tuna das outr as fu nções - o pensa mento ou
suuis , como um r·a to que fareja as latas de. Hxo. S éml'>l'O 0 sentim e nto - foi desenvolvida , a possoa tenl a intuição
que as pe~s"Oas se sentem debilita.das e p~rseiruida s, é de que pode estár ~cer to.ndo ern che io ou errando lotnl·
pi-ovável que a função i nferio r tenha descido às. pro- m ente, e , p o't"tantó, ela se contro l11. Ma$ a intuição infe-
Í\fndeias e es teja perseg11l,ii:to e, debilitund<> a função su• t íor é ap.enas primitiva, e Ou êla acerta orh c.he-i ô ou é-rn1.
perio r, pois a primeira é sempre a porta atr avés d~ CJ'-!ªI tota lffiente o alvo. E .o tipo sens~ção às Vezes nos s4rprc#
essas coi$as s ombrias sB 1nanifestam. Os io.tuitjvos t am- e:.~ndc acertando o a lvo, o que só pode nos cau sar a.dn1fra-
bém são assolados poi- essas fantasias grosseiras da sen- ção, pu ebtão t~ndo J)á lpit~:;i quo não encen:a.tnnenhuma
.........-.. ........ sas_-;ão, por ·.neg1igenciareln excessivamente essa função. verdad~ - sãci apenas puni i nvençii:o! Esse tipo teru i'n ·
~[as quando s urgem os palpites o u intuições do t.ip<? sen- tvições in tórnas repen t.i.nas, ~ a g t·ande d jficuldadc. que
sação( elus conferem e;!;S~ s om brio s ent.imento de que há ele ·ten, é saõer com o lida t· com elas , pois .clas :podem ser
algo iminen te etu ~lg um 1\lgar, o sõo, por c·o nseguibte , u ma grande boba.gero ou estar complet:.amcnte certas.
çolol'idos pelo medo. Jl,fas precisamos ter cuidado, porque
somente o evento é capaz de mostrar s e uma proft;?cio. es- O sentimento lnferior do tlp ,>pen.s aniento extr91Jertido
tava ou n.áo cet tn. As premoni\:ões de a.una guerra atômi~ Sendo a l)erao naHdade conscjente extrovertida; ten-
ça não podem ser c,onsideJ·adas incorretas como sendo umn tarei descrever fl ,naneira como funtiorta o i:sent.imenti:l
in.h Jiç;io infel'iQr; e.los pode.in e,s t.ru· certas! Somente o,lhan- intt-~ldo..ifi(<ttj!'l'. 0 ti)>O é encofitrãâif éntre.. OS 01'-
d o í)~ra tr·ás n~ h istória J'>O~e-reihos const.atar se·e.stavam °gimf'ú,dor~s, ns pe~soas qtie .trabalh arn nas em presas e ·
erradá.s e eram apenas ·uma intu ição ncg~tivp.. 0s profe- nas rcjnrt~°içô8S pú blica..s , os hotneus de negócios, o_s advo-
tas da Bíblia se ton,.\l·am ilnortais s implesmente porque gadós - muitos bons advogados sãó (lo tipo p ens amento
estavam ce,rtos. de. 1n..odo que prova.ve.l m.ente não eram extrovertido - o en tr e O$ ·cientistas, qual'.1.do .s ão do tipo
tipo.s aensaçt'\o e, s im, intui tivos genuínos, co1n intuições qoe orgat,1izan) jn vestiga~es cientificas nas quais podem
relativam.~t\te corretas.No tipo sensação, a intui~ão p ode produzh: i tm t-rabalho de e<1uipe. Elos ta m.bém são capa•
ser absolutamen te · corta QU errada. Não corisigó dizer· Zes de ·c ompil at excçJentes e ndclopédias. Desenterran1
q uantas Vê:tes na 1ninl~a vida 1·ec~bi te]efo ncmas de. pe.$- toda a p oeira das ,•elhas bibliotecas.e su _pl'illlém o·s fato -
sons do tipo sen sação que ''sabünn" que Jung estava n1or • r es inibidores na ciência causados ·p.~Ja inabilidade, pre~
reudo o u esta va mortoi ou ·q ue fula.no de ta ] estav8: no gui~a o u falta i:le clal'ez,i iia·fü,it.,.,ilge1n, bem cónio com as
hosJ)it:al~ ou est~va extremamente-doente, q uando nad.a co11fusões que s urgem polo entprego dú u ma terminolo-
disso estava acontoceudo! gia diferen te. O tipo pensamento extrovertido põe ordem
O pjor !\.r espeito da int,ti9ão negativa é guc e l(l a lgu- nisso, assumindo u ,na posição definida e dizendo: "Se d i-
mas ,•ezes acerta na mosca. Jung . . diz .que a .i ntuiçeyo, de zem os isso, que.remos dü:er Í $SO", ou ''Se di,zen.1os aquilo,
92 93
(
;
quenunos d tzor aquilo'\ e as~im po1· dían t.c. Eles põem Jo para ()escobrfr alguma <:oisu a r espeito de.le. Os apego!=.
uma ordem clara no objeto exterior, na situação exteriol., scntirnenh1is a certos jdcais ou pes::,;oas estão pre~ent.es,
Tnt.ta-sc de um.a função racio..\a.1, e como é dirigida pan, o rnas nunca se rnanifestmn nas atiyidadcs cotid ianas. ~s~~<:
extcrioJ· é uma at.ividadé que t..en,dü a cstaheJecer urno homQllLP.oderá pnss~r...ª- vida i nteira rcso1vé,n4<:• problc •
ordem Jógica. E1n uma reuniào de·ncg'ócios,, 1.,lm homum
desse tipo diní q,w el~s têm que chegar aos. fatos básicos
mas. reorganizando f)l'mas ou cnl situaçõe~ nas q uais
(
õ~j1'!;.ê:iui:eGil$.Si<lade de. ex'ffcu·.. as coJsasc õin cln.r.e za, e
para ver como devern agir. Um ~dvogado que precisa ou- i Som!!n~..!12.·fi.PJ..,.cla vjd.a começa.ró. .a perguntar a si-meoc-
vir os i·efatos caóticos das pa:rtf~s e m HUb'iO. é Capaz, alr·a · Íno, tristemente, para ô qlte ele realmento~~:{v~\t:..E .e.ntâo
vé·s da s ua mente super ior, de p~rccber quais s~\o os ver- êãT''fi~a fü~if§ã§:in~~'~or. Até então, ~ltdO exigira çoisas da (
dadeiros-conflitos e quais as pséüâo-alegaçõcs} e depois SUâ]Yü\ção ))tÜ).Cipal; .}amais pensara en1 para (Jue estava ,
arrattjar uma S()}uçâó satisfntóriA par.a todas a.s partes. 'i , , \iivondo, poja oS so1nbtlos. bastidores haviam pe>·maneci- '
O tipO possui uina gl'an<J.e faculdade nesse sent.ido ·e é do obscuros.
So'cfã.Tiiienfo cl'iat.ivo. Consegue perceber tlS <'.:ôiS-a$' coro Conversei cert;a vez·com mn homem desse tipo que
... ........... ..um"a.clãreZa me·n tal criativâ e dai· uma ordein â cérta\~ÕI estava trabalha ndo demais e precisa,va de u m as bons fé-
(
'às coi$as. A &nfase.sémpr o estará no objeto, óâo nã idéia. rias. ;:1e m,e deu muitos bons c.o nsclho.s,. dizendo q~1ti eu
Um advogado desse tipo não lutará pela ij1éí~ 'i:I(! 'clemo- devia·t.frar umas f(dia$, e quando periJuntci a ele 1>or que
c·r ada. da paz familiar ou de nada desse tipo·. s·ua 1ll'en'te· ele ri,4o th't1va umas f'ério..s, retrucou: "Meu Deus, eo me
estará. completarnen~e absorvida e t.rafÍâda pela $ituação se~.t i.r i~ ri1ui~.ú $Ot.inho e cnt.rariê en1 depressão!" Esse
oQjeliva externa. Se lhe pe:rgµntásse1nos q ual sua atitu- hom.e m irá. petID.tntar a si rnesmo Se séu trabalho é réal-
de ou idéias com rêl8.çáo a ~]guina coisa. eJe fic~u~ia com- mente importante. Ele se lmnbratá de.que Pcel'ta Vez im- (
pletamente :;ur_prcso, pois não está preocupado com isso pediu qu~ alguém fosse roubado, n assim por diante~ 1nit s
e não teda. úenhun1a con,sciênéla de âlgµ.m motivo pes- o mu ndo m e lbonu-a por cnusa dis so? Esses sentimen.tos
soal. Geralmente. S!;!.ptocunú·mos as n1otivaçõe.s i ncons- o teriam invadiçlo, e elé tér ~so•ia se sentido como ee esti• (
cientes, consistirão em uma crença i nftmtO ê 'lJi'gê·iiuã na ve~se caindo en:i um a.bis ttlo. 'Thria tido quê r~examin.ar
paz;n~ ciü-id!'de e 11a ji,sti,ça. Se fosse p>'<>ssion.a do para · toda a maneira como-avaliava as coisas. Naturalmente,
diúfr o_tJ_ue-éntende por 1'.justiç~':, e le llcari~ muito esJ)rul· portanto, ele evitava th·ar férias - até q ue um dia ele
taão e provave] r.n'ente nos expi.ilsai~ia do seu escritó- sofreu u m a queda e-teve que. ficar seis u1eses de cama -
rio. pol' estàr "mu ito ocupado'' 1 d~ mo.s:lo..qijç__Q.._çJ~p;>.~µ.to a é O.i:!.Sim q ue a 11at:ureza impõe a função inferioi· a ·e ssas
sl!J;,jeti:vo pct;manece nos bosticl'o1;e~ . da r.ers.oP.a.lidade. pessoas! .
Nunca pensn sobro o quo ele con1pree1lde; briga peJa juS.
\
Q~ipo.,p.enso1úento exh1·ovectido.possui,.de.11ma mi).·
tiça mas nunca pensa no que ~ntende por justiça! -~ neira oc.u lta, uma espêcie de ap~go sent.imentitl 1'.hí:StTC~ e
p1·e1t'lissas de ide~is eleY.a.dQJi_permanec1;11n dentro dn es-
te·rf) dâ'·sua f~tnç:it~ iJ~.[~!Q.r1 _quê ·é-9~Senj.@lêi\t~Turaiim
e:
1ea1' aós idéajs f(~(jÜélltérhéJ\te, tiirtii'ê,w'a's jiersõaíl",-
ffias. esse se-lltimentoyrofii0d.o:·rnl(}l1SÕ-ê õãJõros"o·dffiCiÍ-
estranhõ o.pego sentimen tal e rnísti~ com. tela~ão.aós seus (
ment~~,a_nffeJ_t~,.E:.!:~anllC:efitl<?,"1:õ'tãln1;1ft~êúitô.
ideais, o qual ele não externará, e tería1no$ que eQcurr~lá.- Lem6ro-me de um t ipo pe.i,sáme,l~x.trove~aoque ,·eal- <
94
95 (

(
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mente rnc comoveu, q tul ndo ext.ernuu o que sen tia. pcfa (íco. viole vc~z~s m eJhor. Qu,tndo ~arn $irnso dê- h umor é
esposa. S ua qualidade gcmuJna, sua J))10fltnd jchHJe e seu e.St.abeiecfdo e conseguimos ~ri ncar com alguém, como
r ca1or enun reolmenu~ t,Ot:i)nt.ús, m as , q4andó COtlV'(H·$e.i essa pe.ssoa. ta mbé m pode br incar conosco. muit.os pro~
t com s u tt muJhe r, foi dcptorãv.cl _pe r<:Qhe r que eh;t. praf.ic:tt.
inontc ni\o tínha H(}11huin:,:1 idé iu.d essc scntimon to, P<.>i'·
blc.rnas são usc1íl re(:\(lo$, c é. ptfr i~~O que mco çionc.~i o ar
quétJpo do bobo po início dt.•str, capítulo. 1<:ssc home m ti
4

I' q ..,_.c, $éndo um extrovertido apnixoo(ldo, úle ptt.:::sava o d ia nho senso d e lnun.or e foi cap;;,z d e rir do fi.eu ~ochei ro.
intt~iro e nvolvido cmn sua ptoflsst\o, rodophmdo pda vidn, É 1)1uítO difícil comp-rcendei· o s cmtimento int rov1?r ..
' ê C$Sl:3$ pt<)fi.Jfld9s s~ntimentos nuilc}1 fo1·an, expressos.
S~ sua esposa estivesse mon·endo de tu berculose, Ole s ó o
tido +úl0ST1lõ-(f-uindo ele é a. funç~\o principa l. Um exem-
( ~ Í Õ bom é o do poeta austrfaco Raioer tv{aria Hilke,
teria notado na hora do enterr o, quonQo sétia. ta rde d e:
r m ais , e ela não pe.réebfa ;;. pr-ofundidade do s entimento
urn fJpl) sehtiment.o.l ntuiti•.,o, q\.1e escreveu o segutnte :
"lch liebe ·(iiÇ:lt.. w~s ·S:eht's d ich an ?' 1 (''Eu a arnó, fl:1~$ nlto
que ele nutria por efa. e que,.cm tun sentido rnuito pro- é da $Ua conta!") E si mples m ente amqr polo amor! 9~cn•
fu.n do, ele era e x,tl'~mamente lea l e-fiel a ela, porque tudo tüncnJ.Q.. ~-extrema m.ente forte , tnas-•u.iio ..fl1:ü·"ll(l •dir eçhÓ••••m+rn
l ti:aêa.va p1·ofundamo11_tc ocul.to é não er.ct oxpreaso na vida do objefu; é n1ais co1no estar e m um estado de amor por si
dele; tudo perrn11n.icia. do Jadp de dentro, e,·~in h·overtido mêsrrto.:-N~ioritlment:e, ·efi.sé tipo de sentiinento é ext r e -
e n ã o uva:nçava e m clircçiiõ a o o bje to. Foram neces-sárias m'f;m erlte mal corõpreen d_ido, e. ÇS$a~ pes~oas são Consí-
várias con versas para que à es posa compre<;? nde-s se que o i:lerãdas m uito: ft·i(lS. ~\~s nâ~}?!\OJt.i{!..~>.c.~ .mpdsi.ne!lhm.n,
r maddO r ealmente.a amava. Ele estava t.ã o i,u ten_sa ment.e mas o seritim.ento está todo d entro delt'\§ ... ~ or outro lado,
s,~~a~~--~~Q..Jl1UJ\~Q~.ex.t.e~!1.2!:~~~~~;.-:~ ~~~in~.~tl t.Q,.~~-~,a 'e::.l:.::a:.::s:...e::.x"·e-'rcenlumarOcte:r1;fii'itiJlê.f a-ocuTta sob;õãsõê'Ie<.iã-
tao ·~ nao sendo -·.nem
T·r-OCJ..tÍtú. .;. . . . .....expre$$0
·.·-- tte:
-~ _m.......
a.c eito
_, ..na v1d<1..
.... ·~---· -ae',- pol°~te1:~m-1Õii1eiraa rtmito secretas e for.tçs ciE <t~t.a!?c·
ae_t quesuU e-s,t>Otª ,n ão o notava>embora desemp~lh~se 1~ 1:-v-"(ff,:ii:és." Pô,.-·c,xcmpló, tür(lipó i;éiitfni.ên(-0 assim
um cnofif1;,papel oculto dentro de.lo. tã'í~ét hUill.::~ ~xpréssê seus scntin1e ntos, tnas se comp.o rta
L'eJllb·Í;o-n)e""d!'.) s onho de· Ulll tipo pensainenf,0 extl'O· com.o se un\ri. coisa tivesse va lor e outra n'áO, O que exerce
vertido,cuj a transf~l"ência se aprox im ava. Elê-$onhou q ue certo im1>acto sobre as ou tras pessoas. Quando o sent hnen-
erxqu..tti'lf:ó viajava para m.e vel· (e)~ ertt estran geiro), um to é infof i"or. ele é a.inda .m tiis ocu lto e mais absol uto. O
v elho cocheiro êOtl1 uma ve]ha ca.rrtu)ge,Ul 'ê .quatrõ cava• advogado.q ue ·descrevi tem essa idé i.n <Je jusUça, qué te-
los também h avia deixado a cidade onde ~lo morava e 'ria u rn efei t-0 bastantê s ugestivo sobre as o u t~·as pe5;soas;
' 1en(:arnente se dirigia a Zurique, mas aind" não havia ou seja, ·o se1~tn wnt9. Q,.<;.IJlto, exts.~epJ~_1)Q. ftt!!f!~ d~_ ~y.a
chega.d o. Esse h o,m .e m tinl1~ vindo fazei· análise, por uma iüe nte, con., r!J~.~?.o ~? que ele cons idera j ~~ça l1_1c::o.}~s...
stfitle de razões ~xternas - pat'a aprender a p~icologi~ c'ientêii1en te foVat')a .outr;ts pessoas a ir na mesma <ln:e-
junguíana, etc. - , 1nas seu sentimento1.ambé1n e;Stava·a çlli{if'!9s,°é''f~~ ;i_oi_m,~.!•'9 ii21:~J,e..•~- 1::1\"_llª.':'.8.t;.<!a.<,te-di-
câmi.nho. 1:n a$ só ha vja J)ercorrido a lguns qq_iJôtnetros, e 1!!!~7~_ um rno~.2.J!!.Y.i~(y~1J~~R~Jl~Q!l}?..~~!!~ "st1.!1º~~.1~~o
eu b1·inquei con1.ele perguntando quando o cocheiro che.- também Ocle .~i!J'!:9.ê,. Jl.!~i'.l!~!}, d~ $U~. l!i.iHdnde. O, ;j_~i:,_t.1-
garial Se as pessoas .conseguem começar a rÜ' a respeito . rõeiilõoêti!ii:Jv11;~1;1,:t;igp,_cjoJ!P.Q.ll~ll~!:)me1.t_\2 E/.S,!:.~l?~.l~-
. da fun&ão inferior,_i&$OJ>o!fo ser compensador, pol'que tudo ce forteS'1ea1dadE?s ilwisiveis. Essas pes~ a~ ~ ão_cnt:rc.
·~· ,._ - . --
96 97
(

meus mo.is leais a m igos,.. úmbora tü lvoY. só escrevam no


pio, existem certos rompimentos com rel§l_ção ~ t~J (
Natul, q trando o fazem; e não há oênh u nl out.ro conta to.
E u sei q ue eles são absolutame n te C<?n fi(tvejs em seu Sen- ,.l!nt.ef for·cs, e a in~~!Çt\o_.i_!.itro_y.t#!!id~4.t.apaz ..çl...~ ! i· I_?!·. (
Um escritor alemão chamad o Bruno Go<~tz esci-eveu um
Lin'lénto, nHt$ t.emos q u e: ir no d il·cçào deles patü tomar
conhcci1ne1)to da s ua cxjstência, , livro.a respeito d(I 'Ibrccil'o império, q uerendo se referir a (
ut.n Reino de Deus n.c) qua l o paganismo e Q cris tionis mo
Externml1entc, o 'ti pô pensâme n to ext1·overtldo n<fo (
dã a imp réssào do tel· fo r f.es sentimentos·. No ca,so d e u m estaria m mi$tu rados. Ele o csc,·eveu m uito .a11tes <]e os
ôazistas a$<:end e,·cm ~o poder-. Os nll.ústas t'el\tarmn
po1ítiC01 seu sen tünento infel·ior poderá inconsCJenternen•
i capturá .. Jo e 'fazer com q ue escrevesse par a eJes, m as ele
te .se manifosta r atnJ:Yés de mnn profu nda e JnabaJável (
ca-t(}l,roriê-O)l1en te reçusoü. E le previu no livr o g1·attde par-
leÜldaç)e para com seu p~ís que poderia pa recer para c l'J
te do que os na,.zlst.as ef,etiv~ mente fizeram, ao porito de (,
completamon te evidento -e- mas que podeda fazê-lo lau . /
de$crevel" grupos cli jóVen s ·ent.re d ezoíto e vinte' anos que
,çar a bon1ba atômica ou cortletér·a )g u ni oulro -ató destru- (
tud o deva:sulvám. As cet'.las que de·s~l'~veu se m anifesta -
tivo. ó i nconsciente e o sentünénto n~Q desérivol vido })o·
r a m postetiorme.n te, d e fo1·rna p r t1t.ic&, em d etalha, na
dem ser bár baros e absol u tos, ·e~ por consegu inte, um ''
A1emonha. n a.2-ista, mas na época em qne ·eie"escrev·é ~õ''"
fanatisn to oculto e destt-utivo às vezes irro ri1pe. (lo t.ipo
livro nada d isso ·e,xistià;.ainda: cor t·ia o perfodo da Rep ú- (
pensa:inen to cxt:1·ové,rtid o e, se nào contido. pot!,e s er mui-
blica SociaJist:a de "\.Vehnai\ mas a in tuição i ntt·overt.ida
to destrutivo e~~ manife.$ln r at)·avés. de uma -repentina (
ação fanática. Essas pe!Ssoas s.ã o iocapaze~ ~ < ; H· de Goeit sill!ple~me~to s;tbiu º111ª a é~nst_e~~~"º-~.''.9l:etí-
píc{l estav:s,1.s.e..Jnov(mdo; e a expl'essou,.. l'vfas 1sso tambe'. m.. l
q~~arti~UJl1J>'ruir'ã'? [ª~~~~.#~ii~~~1o! .o~tr~S ~ - p,1i°ae ac9n.tccer quando a iil.í.u ição'"'tiitrov~t tidã é jnfer.ior.
f?Oas poderã o ter outros valores, lt11?:~. Y2!?- q_l!_.e elas nao ExiStell?:)an~pejos re-pen.t j n os · de insight nos .P..1"..Q~~S§OS (
q,ié~tro.11€ini~os válo,'~,s ;·n.t ~rnos qu ~ ~las ~leF~1~g~ref-~JE!!'· ~~i:.Q(lln<.f.i,(iiu~ "aparecem '.' voltm11_a _<Íes~p~ecc!'.
b-ora sin tam definitiva monte que algo está certo, ·são· Ut·
mas nao ox,ste J ulg.n1hento, as.Sim como Goétz d es creve
cap!!Z~ de ~~monstrflr seu ponto .~l.~ ~~~~~·~~~ : nfãl1•
mas n u nca duvidam dos !Séus valor es ntter nos. . opõe
.fTu~. s .ãéiiiJ:Ufl!:!2:~. Çcim~.~ cl~i?.Y;J.1~P..1~!illêfrté~
d ia~ é nos, e i-'lão sabemos se oa ap1·ova ()U dtsa-
~$
(

Nesse J?OlltO, o àei'i'tifne1\io-1tlfo1=


rõre d ffê't-ente d a hl- {
t uição inferior. A in tuição é uma fu nção irracio na l q ue se
prova. É isso q,10,l.iú{Uifãofaz;ela apl'G.~c,nta·rãtos~s~;"
·a1>od(!ra do (atQs, possíbilidades f u t uras e possibilidades n:enlruí~~~õ:-íij~~-9 S~tj:fitn.(nUQ é'Penl dTf; i:g~·fe;
Em. termosJunguia nos, trata •se ~{# u ma função racional
d e evok tfc:l o, mas não é uma: função de julgamento, A in- (em latim; ratio = ordem, cálculo, razão), um~ fu nção que
tuição inferiQr ·p ode ter pre$sen timentos com 1·e lação a estabelece a ord em e fll,; julgan,e ntos, dizendo que isso é ç

jV
u rna guerra , a un:ia doença em oµ:tras pesso1:1s, q ue pode-
bom e is.~o·é mau, isso ó agrad á,•el e isso é d esagradável (
r ão ou não âcontec.e t 1 ou a i nda d e ID\ld.a.nças a rque-típicas
no inconsciente coletivo. 1._in tuif~..~.n t r?_v~ tida:te'n~ re--·
para mim; Assm,i,.,? s.~tili,!!)!c!,Q.SO illfotio.t di:.~m..tiJ:io_pmlfill..::
êntii\o~ p_'!_lpite~.s~!in~Ji,le.ntAJ.ransfm·m_i;ção..d.ojnco11s- inéi,~ jt!!?~~ ?.~
~~2_l_:ej_d~~.J'2~~.ê.-~ d~s lf!i>.!!jS..e.,.n~ \
c1~1 7ófem:1t9.d o_fll.Q\'!)_do. ~~- Cada e ra possui uma d~p.ã.íiª$.!:.é.R1:~se.n4t.r os l'g t qs; 9~sa scjj!l a <!ifer"'!'fª · _ (
U m t ipo s ensação ext1·óvert1da, por exe.mpfo, q ue
. . ·--~
iít01osfor a diferen te. Na lltte ou n'!.lit!il.l'.a~ttra, po1· exem-
-·--- ··- - nr;:?gligenciava rnuitO sue i ntu ição) teve u.ut sonho· que $<¾ (
98 (
99
{

r re.pétiu v~frias ve1.es sobr e pe;:,soas pobres e trubalhado· batatn quente e ficamos sem sabêr POJ' qu.e ou o que acon · -, ..
res de um tjpQ desagradável que ÜlVitdiam s.u a casa à teceu ! De a lp um n1o<Jo, ,1lgo v~rienoso entrou no s istema "
f,óitc. E le ficou hort-orizado com csso sonho rõpetitivo e '
dele, .nlguém disse. a lg uma coisa , ou apenás fez um.a ca -
corncçou a d izer cm s eu círculo de amigos ê e m jantarc~ reta qtlá ndo noss9 no me fo.i rri-c ncionado! ~eru..i.lllJlO.toJ:.
aos qu<1js comparecia que não ha vi tt n ada a scl' fe.Jto, que inCQ!!~.üi n~ EssÇ.§_...e'fe.ito.s §9.J?odeu.l. .set.cu.i:ados .quando
c·le i;abia que os com1.u1istns iarn conseguir o que que- tãi_ado§S.,9.!lªç!g,flt~~~~nf;.t~. Se cr~ássornos umo ?hjeçào, sob
riam. Como <u·a u m político cxtrem.o,uent.e hábil, k~so teve. ô ospcct.o do pensamento, ·a res pe)to da polít.1ca ~aq4ele
um e(ejto n1uitO i1egat)vç,, porque as pessoas ·preotavam home1n de. entra1· com a ·aÇito, o t ipo pensamento ext:ro-
atençâo oo que elo· dizia. Esse era u m tipo d e ·i ntuição ve.rtido es l:.aria disposto a d iscutir é rJirg un tar nossas
infetjor lle~ativa, baseado na projeção pess.oal. 'l'rata ..sfJ rozócs . Seria pO$S(vd abordà-lo e ele n ão seri4 ínílueh -
de u m exernplo da intuição in.ferjor. No entan to, alguém
çorn o -$ êntime nto inferior podei-ia de r epente entrar,com
!' .
;
ciado da mane.i ra err~cf?., ao pásso Q~.te na l;!Sfera d o ~enti-
mento ele rõin.pei'ia 'repentinamentti, s~m nen h t1rn moti-
u ma ação lega.li convenddo de que estava lutando pelo '
vo·&·6etn .11les m .o-saber , e-xflt:a,mente ·v-or q uê.
que ti-ta bom e coneto, má$ $e outra. peS$Qa oonaeguiS~e '!
Bsses se-ntjment.os introver tidos ocultos.do tipo pen-
........-
· . - - - - : - -......-.. - ......, ..: - · · -
~ -e-
derrubm· ess~ convicç;ão elc·d esistiria d e tudo, inclu$i ve '
'. .:... .,.._- .........~.:.--.-·~,--,...,., ......... ,,,. ' .
samento ·< !xtrove rtido ·S ão ás vezes. e~tremamente
.. ínfon•
da. ação que ele m e$tnO }niciara. Essa repentina mudan-
~ úi.s_gf!J!}Orte ~-~.s.~~~.~..p~ss~,'ls, e nco:n.~:r.a.mos algu-
ça 110 seu ju lgamunto ind icaria a répent,ina intrusão do 11\as veies cadernos nos q üa1s forairt· e~cnto~ poe mas
sentin.1,e'n to inferioi:, +, is~o j ntrocluz o utro pontrJ. ~~~·
só~s são·facHm.ent~ influenciadas quando s.e tra~ .n ..
'ffí~)tisJ?t·a, l!~'â_!§~1i.9~.~~~5tl}~1~_l" n1:1,e !}U}",C~ cqnhecê·
flím ~ .vos q uat~Jí!:!l)la e 9.u~n~.t.<li tde .Pe sentiment:Qs m{s-
f~"'"i i~1iJ<"~tJ]l~~CJ~º-~con.10.·e!~ ~ incon.scie~':.0~~.J)~~~as tíêõs .$âQ c1er;tt\mados. E cscrovsm pedindo que sejam
pôãem fac1Tme.nte se sentir inseguras, enquanto p ~ esfe- qüelnlãcfos após' 11 siíãruotté, Esse se ntimento é oculto.
i â ãafüiiÇãõS üperfoi: elA$ gel·aJn1entc sal:>élll eo1no.,!!.s;h· 'lratá;Jl,\i,.:J,l.a .ilê1;dag~,. do bent nu1.i~v,11.fu,sq q')e essas pos-
qi,ãp<iõ-ãfliciíç\\is, i,o.-que têm todas as armas:'prej,.ara- $00.$ têm, m~,. ~ ~9ufl)Qt,iêr--y~of:!9!-é.às v~ge:1, $1.!lJ)f een ..
' se
' 1âS0Sã0 aOél·tãS; TI0XlVéis e· ·s en't e1n fõltes: Táo·IÕgo dênf.õiffênt(i infantil;·· ahida â$S iâ1J ele eQeet't'a ess e t jpo
nõ88€!'Tii1iílõsfõi,Tes, esta1iiõsafs1)ôstõ.;-a disc\.lt.t'r"~i;- dse""""'q""u"'áTidà'<Té1'i{éÚr tla_n_1íSt.iêâ ·; l:~iJsiQ"iã: Á~-vez e';, o·;s~p-
sM]!J..!!Í!!9"!r Jle ~titude, ·ri\as Qt.tanPQ uo.$ seiitfrhos; ii1fe-· tuiie'~1:ToPéi':f)1ãii'6'ée'tôiài'nlêiuêr-om a mãe e nunca sai da
rü>J:~ª !....! l~.S ¼)t,:namqs f{lnP,tico~ .sensíVl;;!ia e S9ll!OS facil• esfera da infância, e pode.m os en.cmlt)'êU· documentos
!lteltt.e, inllll~nc~doll,, A expressão no rosto de um amit,o
pode nf~tOl' o s~mtim~nto d e 1.u,1 tipo pe1)sa nlé:t\tô, porque
seu se;1tiffi~nto está no inconScienfo. e, portanto; pass,ível
de ser it1íl.uenciado. P01· CQt'l$eguinte;·como foi m encio na -
do antes, <> tipo pensamento 0xttovertido podê .ser um
____
comov~ntes a respeito do apego com relação,:, ela. Nesses
é,ftS0$, ~nçâo sentimeh.t0 in~t'O\'er!,!.d o ~ÇÀ.P.9JY..J!9..
lugar d,:,
_;;;... mfância . ---
O sentline,itv inferior do tipo penscwi.ento introuertido
. ·-;-·

amigo extremamente Jeal, mas podemos repentinamen- A função princij>al desse ·ti_po não é tm)to tentar e,s-
te pel'dô-lo por ele ter si.do envenenado cç,ntra nós. Ele t~belecer a orde1n 110 mu11do ex.t.ei-ior1 e sinl preocupal'-S~
pode simplesme.r1te ó.os largar como só, fôssemos uma com id é ia$. A pessoa que diz quo não devemos começar
100
101
com fa tos e sim que dev.emos primeiro csclm·ecer nói,Has
mesmo tipo de senti mento int enso, leal e ca loto.so d escri-
'iQ.éias pertenceria a esse tipo p,ú1sau1ento. O dc~ejo d e la t:õôõíffil Cij,foõl!Otip'o J)e,lsamen to exti·over tido, ma$ c.:om
de· trazer ordem li vida começa com a idéia d ê <tue somos.
confusos desde o in icio. se: nu nca chcg~lremo.s a lugar ne..
~ a '-d,fJ~ o s~1;t.ím~_~ to do tiP.o. rnansamento
iiiúo.~.'l!:!:!ª°1l'u i ç,m djr.QÇ/'iQ 'l oJ.>j etos def'ittidos. Enquan- (
nhu m . Pr~cisamo:; ~abor prime ir-0 q4.e jdéi as des~jumos to o t.ipo·pcnsan1e.nto extl·overtido a ma profündame nle a
seguir e d e onde .elas vfün; p tecisamos acabar tom a nos- niUJfiCr·e-riilke; pm:: êXi"°ri'iplo:· âiz: ''Bu a a·,n.o, mas nP.o é (
so c.onfui:;tl.o, cavando às pi-ori.:mdezas do nosso pcms nmen 4

da-:-su5 <:onta'.', o se11timç,nr.i) do t.ipo, pensam en to in..


to, Toda filosofia, por exern plõ, está envo lvida. ÇQtn os pro• r
t.r~! fª~ /?<>s.s.u i utn objeto exte~·no. Ele poderii,, portan -
cessos lógicos da mente. humana., coin o d esenvolvimento lo, ao esUJo de Rill;c, dizer : "E u a amo, e isso será d a S U (J.
das' ideias., e a.s,r;im 'J)-Or dia nte, e essa é a esf~ta na qua l o conta; eu vou füzer co.rn l)ue sej a da su.a contaln Sob ou ..
J)f.:!nsmnento introvertido m~is ~tua, I~.ft~~~~~, s .~Q..$.§; ! ''
.. t ros aspectos, o sentimento do tipo (.>en sam.e nto int ro - e
snS pessoas que, por exe mp lo, estão• e têrnament.c tentan-
v~ ·tjd~..!?~~!LP.rf!_tJ_ça_1)1cnt.e- â$..iilêSfriii8' Cá'~é~e'rJl~IêâS (
l
~
- · .., ,.,.....,._ ..,, "v•. • •-• • ~. • • "'-•.- _ . , ,,.~ " " ; - -
cto evitar que $e\J.S col4;?gas se pe rcam nas·exi5ene1lc1~ o do s';EtJ!1.1A~t2 inferio1· do tipo penaamento~~td·!·.ov~i;:tidq, ,
êrii81 dê CéJTlpos enl te mpos, pro.é utâ1n ~·qHJ{r ·ã os concei- ~y~J:i.8 !\it:Q...~s.., COi$El$ COO?:O ,pr~~ ou branCOj"'SÍl.T'Í '?U" ttfi:o;·. .,_..... ~ ..:~
tos básicos e quest-iouai· o que ·estamos t eatmente f~z.~.n-- B~~rJd10. 1'-1a,s esse sentnnento pode s er f'acUmente \
do rnentalmente. Isso explica por ' qi.,e; ,, a físict,, t.:.mos envene1~àdó,pelas outras pcs~oas e pela a tmosfera colet.i-
ger ahTI.e nte um prbfessor ·nas âUlas prátiCas e outro _11~s va, podct1do· assim sé tornar jnatáv0-l. O sóntimento info-
(
teóricas: u rn fola sobre o dc':.!sei1vôlvimen to d~s~~xp_~)iên .. rio1:.s!os_ç!pis.t.inQ§ é.Eegajoso, 0 o tipo pe1{si.i'mei1tõéxffi,";
ciàs e º · outrq .sÔÍ>te QJ; .p\-incíp.ios 1P~"1!l!mát(cos· e..à-1ej)l:ia v.e rlc!do,PQ.S§ui !'.s sn esp.éc1Õ<!ll' fidelidacle invisível_M P6J.!t.
da Clêncin. E1n todas as ciências existem Sempre· aqueles
que-têõtãmesclarecer as teoxüts básicas da sua áre4 cien .. dt~.r at·. ~ter1:am~1;tte~ O....~smo se ~pli~~..ª9-~~F.iJ.fo {
extrõ'v"lll't l~õ:tieí>lif.ti~nwilJõ'Jnlt-õV..ifi;.tl~etô gÚe (
tffic,a. ~ alis ta em hi$t:6l'iR__?fl !).r.te ~~troY,et·t.i do·ten·
tará descpbrn· õ,:,fãtõs fJ prõviíí·, po1·:~~~m.r,\o,_q uo_$J.f'J'l:o
- J?:~!~. ,ºª"!.' a. ~ ,lelídãdê· sef.á:~$'(,•el~~ 'l_."..':,liai:,n?_~e
mane ira po~.~~!~ fü~~ :..~!.f!: J1.e l, 1nas para l,lma ~YHlJ;ªÇJlo
']:§,i{e 1v[fü.(Ji_~.!:§:TI_~~ã~.~ l~~§L!l~?-i~ d9 Pu t r qJipo negativaefo é pegajosa: Ela s~ parece éom o fluxo pegajo- (
~...t.S;~rtt~!~~!o~i~1:~~~}a,!:Q..ÇO~~~.-~_l}.~~!?~1P. e os etnJec~- s2]!,.6.~!l!iin~ir~Q:ehü-J,~pê~so~.~Pil~PMJilf#;·pó$.Sl.:ti S:Que ..
e.
d~ .!J/.!!.$.ll..J!l'tl st'l,- ~.t:!.Qt,t!),QJ:?. J11tr ovsxt1d..o )),.(>.der./1-11 tó l<1,Ji110,.1l. ~,J1.AAgQ..pegajpso, c<1niuo, o qt,a l, espeç.i~J~i,iw te (
qR<wi!Íll(l:!'.,QU!!t-clir,e.i!~ ter,1~~}• j ~ )g!r uma obra d l'!-ª.!~· R!!l·<J o objotQ a mado, nem sempre é clivei-tido .• Podemos
E le poderia dizer que .primeiro deven.'l.9$ compreerv!~r o __ ..., _ ,,, ·1-' - ·· " - . • ~" • -·~··· -· •• ~,........ _ · - _•., - ·
'lQl'.!PNl).t !tªél\timen to infer ior do tipo )).e nsamp nt.o intro·
T!~.J§.?[r~?lôi:~!i~t _c,2~rl~~.!,__cas2_.;_o~~tá1:í~ fi~ ; ~ s verticl9 ao fluxo de lava ardente que·des~ ,\9. YJ!!Ê\iô - (
lÜt'!Q,àll1a~ . 0 trp9 pe11samen,fc, ln~·o:".0l'tJd? ~!I.P..r la s6 a~,~~~ãêêl~ª ae t•iÔêó"l,!le·fi.l?f'R~~:,l~nt, '."íi1ª~.d~yasta
riizê'nâÕeii,.to'éía ªci;il;l.st!lº: ···
r etorna à 1d éu., s ub1etiva, ·ou, seJ~, o ,.que o s uJeti::g está

--0Seiitfnlento do tipo pensamento introvertido, no


- - ·- - t u·d o que: encontra no camin ho. E por issoJ n atul'almente,
qtie'(i]iio$,;},'~a,ii.eflto 'iJfti'ôvêrti<i11.l2g~.ei:,.tµ:.á,.g:ii.~ CJO.!'l (
seu sentimento oxt.i:overtido está se.mpre m etendo os pés
gue diz respeito à ati tude, é oposto ao do extrovertido, o pelas mão, po1s1>sentíiiienTõõ exEFe,iiãirtenE':J?[lmTt.ivo
(
que ~igriificll que-o tip.o . P.~!lê.ª!11~1t_o- ~l-~XOvE~ft:ido te m o pegãJOsõT iiiTantili m0S também te'lilãs~vantagens- aa1
102
-. --.. ·- - ---- -...---
__, .,_ ..
(

103 <
(
'
' ft.lnçúo prirn itivat p.vis <! g<~nuí no ô ~akwoso. <-luando um i,oport;á4Jo. E la .não negou to€l);lS a~ co.isas negativas que
tipo pensamento i n t,:ovcrt,ido se apaixona, e le não Citlcu· vfo. nele, mas disse que nunc~fpcdira para rec~Vcr peki~
h•1. Será tudo pelo out.ro, mas sct á primitivo. I~so é verdn- hor·HS extrál:> 1.,r1;1balha das o qu~ e1Er dava valor às pessoas
,,. de para os d ois tipos, pOl$ mnl>os têm o st~11-tíme nto primi- q uQ trf!h,a lhavam para ele, .'h! modo <p.w ·1:i1i, <:<1nsogt.1iu
, tivo, mns, por outJ·o Jado, n unca é c.:ak:ulu<lo, Ó senti mfil).lQ_ l; descobrir álguns fatot es pos1tlVos e se o.téve a e les.
' " 1 Ü)frriç,r 9e um_~il~ P..Q.!l§.4 !.!!.W..ttl..~-Ç.Qú10 u ma leoa qt~~ quer I i Em seu livro, J ung explica a lgu mas d as intm·p reta ·
r '::!. ! brinç.;-:_tr co,nosço. Sua.úníca -intcnfáo é hl'íncur. rnas_ela se s~õe.s arrõneas er~tr e os tipos. Se eu tivess(~ dH..o q~ e essa
) e$fr~g~,., ,ronronando, r.ULOQ.1?~ª -P-~1:na, ot~ 1ios d<;:~'ºf..ih...2.ll moça er a calcuhsta e que estava.~endo opor tu111sta, eu
nos d á uma gi-and o pa~do. Q@ímos no çJlão e nquant.9~- estada ·c om ))Jetamente errada, .P otque e:Sse er~ a penas
be nosso rosto. Mas não exis te o e 1ü1um dHculo ou inte.n - u m m<:H.i-<ro' sec;:U.!)dár io no CASO 4ei ~ - . e·s sa ~e1·ia. a proje •
f㺠no q ue eJa fai,;&-;.~pãr1; \·g .IDHa-ex1wcssa.o_Oe~11~t}~ n~ .ç·ã o ncgat.iva do outro tipo·. N.fw é que-ela seja llpéna s um~
e)ü't'tãmente como o cochorto-q uatlâó abana o rabo! O qu..<,::_ , 'oportunista., ou éstejtl agindo calcula.damente ao t.el· esse.
enc~ry.t~ ,a ~ J)e$Soàs no se1ttip1e.n ~o d~s .nn.,i.tt;ta.i.$...do.r~~~sti:": ..-........ ···--........s entimento positivo. e sim que e la tem u m se nt,i mento
cos é exatame n te essa ausênc..ia d ~.r.~·~(!1cditaçilo. - , d iferenciado. Por consegµ inte, el (}. o\.u'Jca Cêln fott~$ rea,.
/\$Sim, noa d o is tipos, ·o s~ntirnen to inforior não 6 çóes c;Jc. sêntimento, m as s ãbe que oride exis te valor, e xis·
calc.uladot ao pa.sso que as pessoa8 que têm o sontimex'Jt.u te sempi--e {llgo 11egntiv9; ru?1da na vetdade é: ex,;itam ente
como fuu~:ão diferenciada são, da Uma 1liilné ir·a ocu lta, preto ou branco e sim cinzento. Ela t e~n es§e típo de ati-
cafoulistas e sr,rrnp.ré põeJtt t.t m pollco d o ego uo s.e nlinton- ·tude fiJosófica:- ·l!:u fui a ú nica a suapej tar d~ in teuç-á o e.
to: Vi cei·ta vet. o chefe de uma d ati16gráfa que er a d o tipo clQ oportunismo porque o tipo pensamento int.rovért.ido
soothtlento pergu ntar com.o ela <:onseg'uia aturai· a q uele sempré Sl\be cop~<:ie:hte1ne.p.t.e . ~p.ul.l o la.fio ,na.is va.n~ajô -
horror por um íinj.ç.o dia ! 1\·hts ela sorriu e disse q tte ele so. l\·fas isso não é correto~ Por outr p lado, podemo:5 â"iz~r
e ro o cheff::l doh:~) d'e 1:11odo que e1ç1. ptocurava t'azm~ o 1ne- qué Osen t.in>iento inferior tem a va.ntagem 4e q ueêle real-
l hor possív~J,já que t1rtlla que·s u portm· o i1'a.ba lho 1 e q ue, mente-não enc;:ert·a n enh u m cáJculo. O ego n ão está en·
olhando pa r a e)e (o che fe) d e p<n:to> notava que.ele tin ha volvido, mas isso, ·n aturalmente, pode criar situa~óes~
várias q ualidoçles positivas.Alguém podetia diae1· que ver inadttptada~. '(bme,uos, por exemplo, " filme 'l'he [Jl"e
boç1s posr;ibili~ades e reconhecê·la.$ é admiráve], 1nas, por Ang€l, no qu8l um p1;ofe s·s or · s o apaixona poí· u 111a ave n-
outro lad o, o CJl\e .;la disse e nce rra a lg1n1) cálculo: q ueria tureir-a e fiél e lealmente é arruinado por ela. E.asa·~erJ.a
mariter o conceito c o,n o chefe, de modo qu.l;! fez &CJ.uele a tragédia da· função son time·11to inferior. Pod eríamos
e.s fo.tço· positivo 4c s~nt hnento. Isso jamais aconteceria honrá-lo pela sua fidelidade•. mas ta.mOén1 podcrímnos
ao sen timento inferior ele um tipo pens a.mentol Eu ja- d izer que e le fol u m completo id io ta e que seLlSenthnen.t.o
mnlssuportada-isso-·p:r:eferiria d eixar d e comer e nâo o inferiôr tinha ·n utito 1nau gost'o. Up 1 tipo 1xmsamento pode
teria.suportado por vinte dias ! Fiquei hnpressiol"M,da nes- às ve~es é~ÇQ}hereomo amiga~ ~Ssôàr;, d.e n1uit.o vnlç.r, Oü
se caso com a .,Qüe.rença entre o -sentitn.01lto .ínferior e o pod e· escolher a pessoa tota]mente e rradc:, p-ois a função
diferenciaçlo. O tipo ~en tilnento e n<:ontra1:a algum~1s qua- infér.lor poss ui ambos os aspectos e. rar-ãmente s e encaixa
!idades posif.iva-s naq_uele homo m hol·r(vel e ponseguin , nos padrões co,wencionais.
104 105
r
Out.ra ma :riefra pe la qua l o sentimento infa.n1;iJ podê Elo não ot'a um hom.er.n c1not.ivo e, sj rn, n1uit:o frio e m ate.
se manifestur no$ tipos sontfrnen to é exemplHicadã no ria lista; nl) entanto, n aquele 'rn<>mento, estava p rofunda~
cas o de Vo! fairc; Tn6sofo frai1cés, que e.ra, creio e u, um mente.ornocionado e. por conseg u i))t.Q, nilo poderia ac(ú-
(
tipo pensi1m e nto intnwcrtidQ. Elo·con1Pt\tcu }) I greja Ca• tar bri ncadéiras sobt•c o aS'surH..o. ·
1.ólica cpm todas as forças e é autor da fanfosil frase: ']'odas as funçôe& inferiorcs -a-prescntám essa tendên-
· ''Ecrascz l 'ln.fâme. ("Exterminemos a i nfâmia''). E;a:a um
da..dc torna r as pe$S08s m ortal mente sérias, emocionais
in te lectual e. t.ipko repi.·ose.ntante da era d.o Jluminismo. e patéC.ica:$~ Podemos ver lss.o claramente no ~entimento
Ern seu Jeito de morte, contudo, ficou m nitci irT~qtticto, do tipo pcnsaménto. O pens·a me,lt.o introvertido pQdeexi·
.ped iu a extrorna-unção e à to1úou com unia g r a nde-de-
ljit' q ualidades muito pUtéUcas c ,até htstêrica~..na rnoni-
monstr ação· d e sentimeilto de devofão. Demonstrou, no festa.ç.ão do s0ntitrtento. Por· QU~t"O ladó, com.o Jung·escrf?·
'fiqa l da vida, ctue csÚl.v~ complot.amcnte divJdido: sua f
ve em 'llpos psi.c:ológicos.- as pessoas q ue conhecem bem
l'llê'nte ha via abandonado a experiência religiosa origitrnJ os tipos po n.s a:rnento sabem que podemos t.er COln t!sses
e seu sc n titnento a li perma neceJ·a invis ível, e quando tipos amizades íntimaa, Confiáveis e com sentimen tos ça -
chegou a horn d a morte- q ue te-t uos que'eufrentar co1no {
lox-0sos,·porqttêr qua1i do o·sentirrlento·e·s tá·i )rese,nt-é, ele é
Ut'na· pessoa completa-:- o -s erit.in:icnto veio à t..ona e o do- vefdttd(úrO e-genuíno. (
minou coniple tatnénte de un1a fobna toto,hnente di (eren·
ciada. Todas as conversões t·epeot.iria.s possuen1 essa qua - A .sensação in./erio1· do lli)o irit-u.. itiuo exlí'overtido (;
lidade, ou são causadas pelo repentino surgimento d a A intu·i~:ãÔ-extrovertida. é \Una função a t.ravés da qua! (
função.inferior e rn detet·minado tipo.
concebemos .o ut,·as·possibilidade<,. Um tipo ·s e,rsnçã"o po-
1~0 .caso do senth.nénto in forio1~ assim como nos OU· (
do.ria dfao)· o s~guint e o l.'espeito de um sino: "É um siuó".
t.ros casos. a função inferiór está b~sbmte !iga da à emo• Í\.·1ãs uma criança diria guo pod et'"í~mos fazer os mais va,;
ção. Semp·r e que a~ pe::ssoa.s têm um ..sentin1ent..·o muJto \
rindo,::; Li J)O$ de coisas c6m ele, que poderia ser a: torre ·do
emociona.J, é sinal de q~e o sentimento ê _indiferenciado. um.a Ígrej a, e que un1 J.ivro pode.ria s er a cidade. e que·
Tão logo as lágrimas lhe(Í surgen1 nos olhos, P,Ul t1ma s itua- ou tra coisa poderia ser outro ob,ieto, e -a ssim po r ·cli-at\te.
' ção de seneimento qlte foi coj1stelada e tudo está fluindo (,
EJIJ t 11do existe uma possibilidade de desenvolvimento;
de u ma fortl'lá Pesada e· pass iono.t. sabem os que a funçã~· d esse módo, na mitologia, a i ntuição 6 freqü entetnente (
Ü)ferior foi t:o·c nda. Mas isso t8 mbé.1~1 6 verd8deiro eóm representada pelo nat·iz. Alguéru d iz-~"Algo não esbi me
r eJa_çáo à intuiÇão inferior do tipO sentimento. P e11Sen1 (
cheir.undo bem•', ou seja, sua intU.ifáo d iz qu·e existe a lgo·
tia min.h a descr ição do homem do tipo sens~ç:fw ext.rovei'..
s uspei_t.o. N~ó. sabe êxatmnente o quê, inas consegue
tida com quem eu fui assistir à tragédia antropos(>f1ca. cheir~wlo! .P or cebemo$ 8~<;.sas póssibi1idades, e, trds sema-
Q.ual\do eu disse que já tú,hn visto o su ficiente e que qu<>- nas âepoi.s, a coisa se confirma, e a pessoa diz: "Ah, eu (
ria um bom bife, ele ·n ãô ~cholt qu e êli estives.se britfoa·J\ .. senti o c·h eiro, th1t? o palpite gue havia. algo· no ar!" Essas (
do. E le ficara t,lo pr6funda e em_o éionalroente tocado pela são })-Ossibilidades que ainda não se materia l.jzata.in, os
peça a que havítUIJO$ assistid.o juntos q_ u e eu at-ingi. dire- embriões do futuro. A intuiçã o é, pot consegui-ate, a c~pa.-
tamente-Sua emoção ao fazer €s~e- COlnentário s.em tato. cidade de intuir o que ainda não está visível, fu t.u ras pos• (

106
107 (

<
r
r
( sibilid1,1des ou potenciRJidH<ies nos bastidorc:, d e uma$)· ·. out.ra d~svantogem dessa fünçõ.o principa l ó que o t.ipo
t unção. O tipo intuitivo cxtrovP.rtido apJica tsso ao mun• · Íhtuit.ivogeru.lmcnte semeia, mas r ânl01-ente oo]he. Quando.
do BxtcrirJJ) e, por con!H~g\üntc, sct·á muito prendado e$<! ~oll')eçamos um nctgóciO, por e xemplo; geralmente exis-
( mostrará c:o.:t.t·é Jll an1ente.<:apaz de nv::diar os e ventos ex- tem dificuldHdcs iniciniS, as coi$8S ainda não funcforum) C<t·
ternos d~l ai t.unçüo cxtel'ior d e um rnodo gqn,J. Esses Li· mo devem; temos que cspcrrir co.rto tempo para que o ne,.
(
pos são freqilen~cmcnt.e encontrados cnfre os homens de gócio coine<:.e ·a dar lucro. O intuitiv~ c.orn freqüência,
( negócios que têm i:1 ·coragem d.e fobricnr novas tnvenções tragicamente, hão e~pera o tempo suficiente; ele começa o
e c9locá~l~s ·llo mercado: Tarnbém os encontramos entre neg"ódo, mas ÍS$O é· $uficiént.e para ele, çle m9do· que o re·
os j<?r.IHtliStas e os editores. Sã.o as pessoas qué' sabem o ven·dO ·e perde na venda, ma$ ,ó dono s~guit,tc con.;>eguc
que faró suçesso no a no segui.ot.e e que terão grandes Ju. fazer bast.ante dinheiro c,om .o m~smo negócio. O intuitivo
ct•os POl:que: lançarão algo. q uo ainda nfto está na rnoda não colhe o que semeou. Ese1np1·1) Q,quele q-1,.1einventa,·m.as
mas em bx'eve estar~, 0 são os prim.o iros a colocá,.fo no no final não ganha nada porque-exagera sua função princi·
mel'cado. Tª.~Jb_~l!,) Q,;,..E}nç;o.n,t.i.·.~mQ;;...e.n.tx.e ,q s .<;ol'ret.ores da pai. Corre atri,1vés ·dns wisas, por assim dizer,. incapaz <\~
bolsa que-, aJén1 da avaliação normal ba$eada: na Jeitm•a esperar até q ue o qoe ele semeou smja do so.lo e pos$a co~
dosJol'n$.iS .e dos r eJat.órios financeiros. têm algo q\le·lhes lhér o fruto, Se for mais equilibtado e conseguir espen1r
dfa que. determinada ação frá subir e que Q n.lcrcado esta - u m . pouco, e se não se· dissociar complctamçnte, identifi-
rá êm àlt.a, ê eles ganh.ttm 'd inh eiro sentindo· a a lta. e a cando-se oom sua fun1,ão principal, e ot,i.oserá uma pessoa
baixa das ações. fi;Jes j>crcebetn ~ que está no nr !':'! são. i)$ capa~ de ln.iti~r coiscis novas e.m todos os cantos·do planeta.
prim.ej'rf'!!-. , ·falara t'espeito. Nós os encontramos :SeJnpre NaturtiJtüertttf,'O'tntuit ~\.;O ext.ro:v~~·tí~i~El~1~e e$pecia !~
qu·e. e>,:iste ~Jgo 11.ovo em ebHH.i~ão 1 bem ct>mo na esf~l'O mente a não prest.a r atençao -ao .c orpo e as suas necess1·
QSpirituaJ. Elol? estãQ sen:ipre- no movimento avançado> d ades físic.as: não tem a menot· icié in de quando e$tá·car\·
intétessados nos aspectos a vunçados d ia um.a ciência, e sado. Não o percebe e pl·ecisa 9e um esgotamento para
estão cheios de entpl·eenc.lime.n.tos e especularão qu,_al o notá-lo. Aléü\ disso, ., ,ão $abe quandQ está com 'fome ;'n,10
.resu]tado (lisso 1 0 CO)llO o u tra coisa pode ria f.Jel' usada (} sabe que tem percepç9eS end9sson1áhcii.s, se é um tipo
out.t tt coisa disseminada e:nt.te as pessoas, e assim JlOr ex$geradameote ltnilt\teral. ;Ele ten_de t:ambént a se pe,··
diant.e. der no objeto . Encontrat11os essas pessoas, por exemplo,
Oomo a in.tuição precisa 0U1ar para as coisas a partir seguindo o rastro de pessoas criativas. promovendo a
d e certa distôncia ou de uma. lllilOeira vagEl, a fim de que criatividade cl.o s outros, perdendo t!)tahnen\;\1 as próprfos
ela possa funcionar, temos que senlice:rrar os olhos e não p ossibiJid.ades no outro: É espcéiafn:iente O que. aCont~ce
examinar O$ fatos com muita atenção para obter o palpi- com os edit;oJ'es, comerciai>tes de obt·as de arte e pesso".s
te do inconsciente. Se obse.rvannos as coisas com excessi- que·adrniram o artista criativo e tenta1n proJno'\·~r·o tr~-
va pre-eisâo, nós nos concentt:atn.os nos fatos e o palpite balho dele, sem perceberem que estão se perdendo no
não c9nsegue se mm,1ifestar. E po1· isso que os intuitivos objeto, ·na outra pessoa, e esquecendo de sj.n1esnws. 'N es~
tcndétn a ser nacla pontu ais e vagos, estão Sempre. a trn- .sas p~ssóa,s . a sei:isaçáo inferior, como ~das. as funções
sados e não $e concentratn com exatidão em 1;1enhu1n fato. infotioi:es, é' limta;, pe,~adá, éanegada de emoção e total-
108 109
mente - po,· ser in trovertidn - volt.l(~H para longe do
n~da flor no canto de uma pedra, e- as:,tm por diantb. lsso
mu ndo exterior e seus assu ntos. E la possui. como todas
ú ati c1giu na esi">ênc·i a da sua péi:Sonali~{adc. Só posso des•
as funções iufõriores, ·uma qualidado ro íst.ic.n. i
cre.ver o que c]e \.·ivenciou como n exJ)edência, de urna
Ana-tisei certa ve z urn tipo in tuitivo oxtrovertido, um
ma.neira rnujto primitiva., da OjvÍndade n a natµ_rt;,>,z~. Vol· (
honiem de. negócios qu.e haviH iniciado muito~ emprcen•
tou muito s ilencioso e quieto, tinha-se a imp ressão de que
diment..os em um pais d istante é que ha via especulado
for.a,t.ocado por algo que nunca o toN,ir.a a,n tês. Seus sin- '
bai;tante e comprado minas d e ou'ro e coisas afins. J!!)J?
tomas com pulsivo$ desaparcceraru completamente duran· (
sempre sou be oride estovam a~ possibil idades e fez gran·-
dC fortuna e"m pouco ten1})0, de u ma manel2·a totahnen t.e te eSSª$ Ct'lmlnh~das semana is. Surt,"t.u então o problen1a
de coJno po<l~ria suste n..tnr e$sa cxperiê1!GÜl e evitar es• (
honestâ, de rnanoit·a decente.! simp1esr'nente porq~e S8.·
con:egar c,ie volt~·: quando volta.sse áo seu país. Consulta·
bia! Sabia o que in acontecer, o ()ue iria ocorrcfr Alguns ~
1nq$ então n.ovall'1ento o.vagabu ndo, que diase .quo. e.Ie o
anos depois, chegaYa sernp~·e primeiJ·o a o lugar ade(lua~
deixaria · livre dos s intomas <lêsde que ·e lo tiras.se úr'n:a 1
do e t.inha todo o negócio na mão. Sua sensnç.ãó int1·ove1·-
tarde de folga por sema:na. fosse sozinho para a natureza
tida - ele era uma personaHdade bastanf.e di.v idida .- - -·· ............... e· continuasse.a conversar com ele. O homem então par· (
começou a a,p al'ecar nos se.u s f;ónhos çomo u~ vagabu.n do
tiu, o, a~ravés das su?,s ç·a )·tas, soube qtte fez iS$Ó durant~
muito sujo e mal·Jnimorado que se sen tava de mau hu.
aJgu m tempo, mas depois paroy_ porq~1e estava nrnito ocu~ '
mor nos albergues com r oupas s ujas , e não s1;1 s.a bia o que (
esse individuo·quei·ia co1n O meu cliente. Induzi ~ste (tlti- pado no negócio dele, hàvia muitas possibilidades de ele
começar trôs outros negócios e tinha que. comparecer a (
1n·o u conversar com o vagabun.do na imaginaçã o· ativa, e
muítas-l:'euniôes·pai;a podf:!r iniciar esses três ontros nc,
Cate dlsse que-ltléu analisando fora r-ospo.:o.s ávo] por aJ ... (
gó~ioS. ~nt<)o p1·ocurou ganhar tempo corn. o vagabun1o,
guns s intonúts fi&icos (s intotnas p.~iCo!fênicos de ca1·áte1~
.$81:PPre. dizendo: ''Na semana que vem, ila seniana q~e (
compulsóriQ), em virtude do que ele fora fa~er ªnálísc, e
qtte e les haviam s ido en vjados porque ele, ·o. vagnbu,ndo, vem - da.ro, eu Vú\t, mas n~ setnana qi.te vem"-, e en·
tão e le ilnodiutamentc cofüeçou de novo a ter os sinto ·
não estava obtendo aten~áo suficientG:. Assim, eol sua
imaginação ativa_., o. home-n ) pergun tou o que deverja f'a• m a.s ! F.oi o i;uficie n te p ara que apt·eudesse a liç,óo, e então
!.,
?.er, t, o vagabundo disse que, uma ve1.- por s0mana, ves-
ele voltou a <'l)·m inha,· regula,-mente .e iudo ficou be m de
no'\~O. A coisa então se cri"s talizoil na.comJ)ra de umu pç· (
tindo r oupas como as do vagabund.o, ele deveria -Cami-
quena fazenda, na qual ele tinhn um c.avalo.·e uina t.a,·de.
nhar no campo com ele e prestar a ten!,âo ao que e le tinha
por seman a cuidava do cavnJo, com uma devoção que só
o dizer . Aconselhei o homem a segµir à risca a 1·eco1llen-
poderíamos chama,· de 1·eligiosa .. Limpava o cavalo, Java- ''
daçiio, e ele então fez Jongas can1.iffhada$ através de vá-
va-o e. escovava, cuidava dele, e o cav-~.lo era seu orlli.g o.
rias pa.r ~$ da Suíça, h os·p edHndo-$e-nos mais simples-aJ.. (
1.bdas as semau.a s, como 0111 um ritual, ele ia v-isitor o
bcrgueS, ·Sêll.'l ser· reconhecido por ningi,.ém. Vagava sem
cava lo, 1nontava nele é cuidava dele. A partir de então e.le
r u mo, ê dura1ite esse pei-íçidô t,evé '\o·th·ias exp~riências
teve paz, e não· tenho 1·éce-bido muit{ls not'íc~üs suas. Ee-
incensas quê se deta-m através do contato cmn a. n .a tute·
to.u certa de que 1nuita coisa está acontecendo interna-
za: o nascer do sol e pequenas coisas, co1no ver determi-
1n011te por causa do cavalo, m ás ele não tem. .escrito,. a. . ('.
110
111 (
(
r nüo ser cartóos de N ~-t t ul, dizendo que e$tá bcnu - e m.:m. êisari'JO$ ~aber quan to te.mos e qu.nnto podE:!.crws gastar;
da fot.ografi us do cavalo! ~érta precisã.ô e te;disrno são n~ccssál'lo_s. O sexo, crn seus
Ve·m os ai con'lo ~· fu nção inferior, a sensação inu·<>- 8sp<t.Clôs fí::;foos·. tamb~m é uma ~xp.~riên ~ia dç1. s ensaçâo.
vcrt.ida n ústc caso., foi a .porta PHru que e le vivenciasse as F reqüent.emen ~ . 0:1. intuitivos têm grandes <li fk ulda(,)es
cumadas m a is pr·ofun.das do i nconscjen lú. O!i aspectQ$ nessas ár.e u$ porque e]as apresentam grande num ino •
superpessoais· deste últhno. O homem saiu do s eu ego e ~idade pm:a e)es,. Mas o~ c.omplexo~r d e sexo ou dinhciiro
dos p)·opósito8 do ego através do con ta.to com a nat.t.Jt·ezã_ nV.ô npo.recem s ome n te n c~s int.ui.tivos; o utnts pessoas
~-C()m o cavalo, e tam béll'l vemos claramente que , n1esmo pode1_1.1 ter u m complexo d~ s ex9 ou de dinheir1\ porém,
quando a sensação i ntr ov9rtida aparece no extet·for - no no cà$O do$ intuitivos, existe o })l"'Obl(?ma adicional d~-que.
cavalo>neste caso-,.ela obviamente trai. consigo um sig- ele toca -a função inferior, o que .significa que a $ensaçáo
nificado s in1bólico. Cu idar do cav~1lo significnva para elt{ física é nu.ttlinosa-1 é-um tremendli.m. nu.miuostun, ;;i.Jgo q ue
tuid8.i- da -própria pet·sonalidade física e-i.n.stintiva: .º cri- toca süas enroçõe~- Com freqüência > portp.nto. eles. não
va l,o e ra pa~:~. eJ!;:;!..!-U~~~.P.rJm~J.l'.:f1J)ºf.f?..Q.n if.'iç.iWªº·9º incons- cohsegu~.m chegar perto d e le;{, Sijgrndo e estimu la nte,
cien.te coletivo impessoal, 1nas .o ra·muitointpoi-tante para ou o contrá rio- ~xt.re1nftmeuto grosseii·o. .A, inferíol'id~-
u m. tipo int~itjvo fazer isso complet.amente, de maneira de da sensação e m um intu it,\ vo extro\~ert.ido às vo-i e$
concreti~. e muito len ta,, (Hil vez de sin.1:p]esn-1.ente ·dizer: aparece na v:nlga ridad~ grosseiro d a$ suas fantasias e
''A h, o cavalo é utn símbolo do inconsCien.t e". E le til.lha atos sexuais . Ela 6 completa1nent.e prin1itiva e indiferen-
n~.o.1.m ente q ue cuidtn· do cavalo concreto, embor:a. soubes.. ci~da. Alguns ú põe1n totahne.nte. ~:m1. pqit-ica, outros so~
se que. e r a .u m símbolo. EJe cQnd uzi1-1 o significado da sua 1 frem d e ftintasias sexuajs vulgares ·d e natureza bastante
vjdaJ m'as tinha que estar <;Oll\ ~lc n ~ forma concr~ta. No -primitiva. l\1as ·i~SO; de certa m a n ~frtt, nãp é tão 1riau no
:iníc~o, tove UU).a série de pequenos acidentes, pol'C1ue eta caso do in H}l,~l.YR,~'$.(~)?.Vê..rtido, pon1ue a sensação infefiór
ê¼fron:H:tu1erite incapu2 t'l.-at> questões d a sensação, de m odo é introvertida e;·µo:rt.au to, n..'i o est á vo1tacla para o o bjeto
QLte· f'raturou vá.dos ossos. u m d epois do o utro, ·casóSi de exterqq' 0, por' conseguiu te, tamb~m não se cfestina a .1et
pcq·u en.a importância -. fl clavícula e coisas desse t ipo - , vivida em grande escal~, t\ s''itn ,· a ser tocada çomo porta·
t~té q i.te foi capaz. de efetiva1nent0 cuida-r a dequa.dat):).ente dot·a de un\ s ig nific~do i-))tet·ior.
·do. cavalo, porque e)e não sabia bem com,6 lidar cont as A pessoa q'tie está realmente em contàto com o fu tu-
questões· d a sensáção, estando acostumado a correr de ro, por a.s siin dizer, com os etnbriões do futut-o, é a per.so·
um lado par a o ouiro e a ter cmpl'ega.<,os que cuid avatn nsifidade criativa. Ora, o intuitivo extrovertido, po:r ser
dos aspectos concretos da .vida. ~paz d e farejat' o vento e -sabe)' co1no e-s tará o temp<;> no
bois fato1·1>s representam u1n_gra11de problema parà dia sE:g:uintc, perceb~r á q ue e-ss~ pintor ou ese.r it,or com·
esse t ipô: o ·dinheiro e o ª""º' espi?,cia lmeute ·na m edida pleUnnent-e descon hecido .$e1·.ú o homem. d e. a m ai).hã, e,
em que realmente tên1 a ver co,rn a sensação, eJnbo1·a eu por conseguiu te, ficará fascinadCi. Sua lntuiçáo conseg\le
deva dizer que j 4 ptesenciei a 1•1esma coisa no intuitivo r oco1) hecér o valor de. uma pê$$O·a criativa.
introvertid o, porqu1> em gorai é típico da sensa~ão. infe- E le. se apeg~rá às pessoas cria.tivas e tentará. co.m
r ior. O d inheiro i1npõeoorta quantidade de sensação: pre, sua: intuiÇão, r,ú~Õ1\··.co00,.que ée laQccm , forne-cend9-lhes
. .
112
113
apoio, po..rque s un intuição corr.ctam~n te lhe di:;: (jtrn têm
fu tur·o, que vii.o ter sufesso, ninda que hoje sejam lota J. . prar uma fazendo e um cavn1o é que eJe consc~tiu se
uientc def:iconhccidás ou ainda nil-0 l"e<:onhecidas, e. de$!;(' dcslii;ar um pouco do dinhC!'iro. Pela primeira vez na vida,
modo ele tem i1s vezes um grai1de mérito. As Pessoas <:rin- t,inha,â lguma coisa, porqu~·ct~a capaz de ter .u ma fazenda
tivas são frcqüe.ntemc.n-te i ntrovertidas e estão tão ocu- e um caValo! 1'1as se a ·a nálise não tivesse feito éom que
come9asse i$SO, ele não t-eria nad~ a lém do.dinheiro, este
padas com suas.(':t.· iaçóes que nflo têm t.empo de se af'a$tâ1' , I 1
do seu trabâ lho a ftm de promovê-lo. Seu trabalho conso- t.orio continuado ~ ser coiso abst.l·Hta que eJe tinho no
me u ma p(1 r tc tilo grande dn suá en ergia que nQ.o podem
banco! 1\{as se não s~b·i a como·a.provoilar a vjda. - - como
se preocupar co1n a rr,aneira com.o eJe d c.r,·e ;sei~ aprêseí,. viver no aqui e agora, c·u idar do corpo e ·p restar atenção
tudo ao mundo, c:0mo deve ser pron-n.wido ou êõn1 qu a l- no seu mundo, vm· a be)cza do mundo, ver o sol nascer e l
quer outr a coisa desse tipo, Alóm disso, qualquer tipo de as Oot'es-fi01·escer em - . de quP. adiaritava, t.er ~inJ\eiro?~ r
objetividade envenena o ·pJ·OCél$SO çt'.itttivo, de modo que P recisav,, se vonar para su.a função inferior pa.rátei· tudo
e les ta lvez nem mesmo o f~çartt_, mas freqi.lententente é isso; a.ntes, o d inh,eirô 1\áo tivera nenhltma.utilidade pal'a r
ele. Sua esposa. era un-1 t.ipo Sollt;ação e h:ücialmente ele
ilÍ que o intuitiyQ..".x.t.i:9Y.~tti4<? .''l11~".\l.e__ajqg.i, 4'1.'l.~ •.natu-
ralmente, se e le fizer isso a vida in teirn, cóm o fre<jüen- me di.sse que está.v.a gi,nhando todô ·tiquelc di.n heiro p(;u·a
temente acontece, os editores e comerciantes·de ob1·ns..dc elar Ora, ela sabia con10 aproveitiFJo, n:Uts ele o e8.tava .
&..r te, que Sflo pessoas que so esperou~ criativas, pr ojotam
ganJwndo para o la~ Não-e,.-a,cul pa dela; óta llâó q uer~a
realmente que ele ·ganhasse tanto d.inheh·o, mas eJe J)l'o- '
â pequeno habilidade cria tiva que têm denfro ele si sobre-
a pes~oi1. criativa propriamerité dita e ent;ão eias s e pér· j eta;'\•a à .$e.nsaçã:o s.9bré el~, d.e n1odo q ue o estava fazen- {
dQ para ·ela. E ele nãó .gihlha,•n nada córil àquilo; e13tava
dem. Assirn, mais cedo ou ·majs tarde,.. essas J)8S~oas te-
pálido, sempre-obcecado, 1:Qrrendo de um lado.pa·,·a Q ou-
rão qoe an·-anc1;1.r a si m eatnás d:f s·u a extrov'é:rsáo o dii·e r :
"Bom, ainda que .s eJa em pequena escalat.qual é a rn inh(I,.. tro em trens e aviões. pata poder ganbar mai$ diJlheirQ! (
criat·ivida<le.?'' E depoia elas s.e rão obrigada.s n descer em i',,fesuio quando já tinha compreendido um pÕuco ·o que
direção à sua sensaçi\o infe·r iór, e en1 vez d e cuíd-ar da estava se passando, todas as vezes qtte pCr cebfa\t possi- :· e
criatividade das out.râs pessoas, térão que cuidar ,:la pró- bilídade de \Un grande negócio, era mu.ito difícil ))ara e le
pria sonSSfãO inferior e do que pode surgi1· dela. desist.it, de'i"xcr que ou trn pesSoâ J'êvasse ad iante o em...
O mesm.o se apHca lt esse- homem· de negócios qt.Je preendim.ento. Et·a uma batálha cóln a gan_â ncia. Ele via
tomei ·como exemplo: ele sempre fundiwa novas fábricas u.n)a possibiJidade que ninguém mais tin.ha pch·ceOid ç» e
e criava novos empreendiroent.os, fa-zendo com que. mui- pQderia shnplcsrnente desen.volvê•la e gan har tod~ oque~
tits out.ras pr ssoas trabalhâssem e ganhassem d)nl1efro1 te dinheiro. l\fas tinh11 q ue ficai· quieto e deixar que.out,·a (

mas, quundo veio me con.sultar, ~le énl a n1ais i nfeliz das pessoa. à f~va$;:;e ad iante - er a Úú1 infel'no! Esse é o sa~ (
criatu,·os.A única <.-oisa que bavia coi\segu ido g:9nhar coló. cl'ificio da fu nção super ior. Pãra u:m intuitivo ~:-çt.J·over t-i-
tudo aquilo eta muito· dinheiro! Más e$táva tito oc1.tpado do significa.deixar um negócio ir poi· água abaixo e pe1i- r
sar: ·"AJ1, outras. pessoas tambétn. p1'ecisa1n de dinheiro, é
em ganhru· dinhejr'o que não conseguia d o$frutá-lo; não (
tinha tempo! Somente quando descobriu que po<lia com- bom que fiquem com ele desta vez, euj á ten)10 osuficien-
tel° SimJ)lestnente J1âO consegue.q1 resistir à possibi Jida- {
114.
ll.5 <
l
( de que virLnu prinwiro~ atrnvês da S~Ja saga-1. intuição! Encontramos muitos inLuitivo::. introvertidos entrê
~·las n {io podc1110s de$orivol ver a função tnfe:d or scrn <.i e- os tu·t.istas e os poe.tas. Genilmentc são nd,jstas do tipo
s j~tir, oté certo ponLo, d.o função supérior, No c;isu d e le~ que produzem. um materia l extrQ-hHu nent.e arquetípico e
~ig:nificavu qu~ Lü'Jho que <lEisis.th· d<i uma grande quanei• fonÍást:ico, como C?m A::;sim f({loU Zru·atustr<! d e Nletz.sche
r.h-id c do di ri ficii_ro. ~áést.ava o dinheiro, ~em à sua. frente,
ou e m O golem de ·:tY1eyrinck e O o.utro {ado de Kub-in.
b lc poderia tê: Jo tomadó se qui'$-eSSe, e !sso era. nntura! • E$s·e t:.ip-o de-~~·f..t:} vislonádu, com o poder(atno::, cha m á-la,
mente rnuito desagntdóvel, pol'<1ue q)~ ~obja que se rtâo tf geralment.e $6 é comp.rcendído p elas gerações futtu:as
fizesse out.ra pessoa o f.o.riU. A'Ias par-a o exu·overtido se . como uma percepçJto do q u~ .estnva aco1\teccndo no ltl·
voJlar p'a ra dont l'o, na dire~~ão da introv'órsão, sempre coóscie nt,e colCtivo d ? época. A sensa.ç.ã o inferior desse
.p·r ecisa des istfr dp certa Quan t idade de vantagens mate ..
tipo tnmh~m tem <I íôculda<\e c.rn percebor as· necessida-
riais, desistir dess~s possibilidades, vê-las e s irnple.s_m ent~ i:ICs cJ.o corpo ou ó r~uito descont.rolada com rol ação a ist:;,o.
não usá-las de n el).htrnia inaneira ! Em 91,J.tras P.aJavra.s , Sabemos que Swe<lenbm·g chegou a ter uma vjslí.o na qual
--······- ···- r ecisa
p a btil-
..................... cnáo
-............ . delas! Deus em pe~soa lhe disse que êle.. n.ão deveria comer tan-
A sensação in.ferim· d9 tipo hitu-ititto introvertido to! E le comia; .é cla1·q,. sem ~l, nlenor.autodiseipli,na e com
tot·t,:l jnc-O't)Sci~ncía. Swcden~lo1:g ern um tí piço intu i tivo
O t.ip9 infuiti'Vo jutrOvertido tem a q1esrna capacida- intr overtido, o tjp<:> p,;ç.fet.a. o u .vidente, e era grosseh·o,
de do Jntuitívo ex_t'r overtidode sentir o çheirôdo que acon- desin ibido ê impossível com relação ao exccsSo da comi-
tecerá no fututu, tc.n do o palpite c~r.t..o a l'espéito d as pos- da, de rnodo q uo. certa velo Ceve uma visão de Deus lhe
1:libilidades fu tu r as da situação, 1nas su~ intuição est.á di.z ohdo q Ué pai·,R sse cmn aquilo! O intuitivo it.1 trovertidó
volt~da para d.entro. Podemos dize r, portanto, que é basi - també~ SOfre, CQtnO O illtujtivo exhov~rt\<Jo. d~ uma tre•
cament.e o tipo dô profet.a. ·religioso. on o ~idento. Em tun inenda imnrecisãó Con'i rélaç[)o aos fatos.
níve l primitivo, é o xnmã çiue sab(;) o q ue os deuses, os A seg1;inte hist6rta é ,1111 exemplo do a;;pecto nrnis
fontas m as e os Cspfr itos ·antcpas:·s'ado_S e.stáo planejando ridículo da sen s(lçâ'ojnf'er'ior d e lll.l) intui tivo introverUdo.
e transnúte seuconh ecimeuto para a. t.i·lbo. Em uma lingus.:i. •· U ma·1l'lulh e1: intuitiva introvertida·esta.vaptesente qu a,~1 ... ,,
gem psicológica, de:ve1nos saber que e lé ~etá cohsciente ' ,lõ eu ·dei uma palestra sobre a filosofia gr e,ga antiga e
do!S Jento5.processos Q \16 cx:ottein nc;> hiconscie:u.te coleti- ficou tertivéltnen te toe~da e impressfc:>nad~ cOD.1 o· que eu
vo, .das_.r irndanças ·arquetípicas quê oç.ot-re"Jh no incons• disse. Ela n10·peqiu entito que lhe desse aulas: p artiéulu~
dot1t.e e e le transntite esse conttechn.enh~ pa:t·a a socieda-
res sobre .u fi.losofia Pré-socrática, pois desejava se·
de. Os r>rofotas do Antigo 'leS-tan.1<.mt-0.. pçn: ~xemplo, er~m aprofundar n~Ssa área. E1a me convidou pal:'a tomar chá
pessh.Q.~ que, enquanto o povo de Isi-aefesta:y a ad·or1\1eci..
e, como freqücmte1nc11te acoilt.e ce quando damos aulas
do e feliz - como a$ pessoas 6én1pre estão - , de·tempoa
para intuitivos in t.tbver.l..idôs, e]ã d8SperdiÇou m iIJha pd-
em ~mpos d iziam a elas quaü~ ei·a1n as verdadofras in .. meira hora - isso foi há llll.;IÍtOS a n os - , COrttanclowll)e
tençôos de Javé, por assim dfa.er, e o que ele estava fazen~
corno for-a tocada, o que e)a achava. que est_a va -1\0 fun.do
do naquele momento 8-o que queria que seu povo fizesse, da minha ment.e eda dela, o que ela achava que poderia-
o q ue as pessons ger a.lme nte n áo gostavam de OLtvfr. ·.
·' ·• . lilO$ fazer juntas e assim pol' cli~t\te. E la falou pelos coto -
116
117
veios, d o modo quo a pl'lmein.1 horo passou> a segunda Jhcr descnhor aquele mnpa dn Grécia, porque al i, pela
horo pastS<>u, 8 cu scHli qoe rcal rnento t-inl1~quo fazcr~us primei1·n \'ez, ela h avia entrudo em cont.oLo com suu sen·
ao rncu dinheiro o fozer com qua e ln de a lbfUmu manclra ssição inícrior.
começas&õ. lnl1óisti. então, que examinássemos o livro que Os intuit ivos i nt.rovort.id os são, ús vezes, tfio inccm:;-
eu havio levado e prossogu ísscmos de unHt m or,einl. s is . cícntes com r ola.\·í~o aos (al08 externos que. seus rolatos
tomática. Ela, de re1><mte, disse que s im, quo iria examiná. sob;e as coisAs têm que i;er trntados com o m oior cuida-
)o, mas que cu deveria deixá.. Ja. o sós, poh; tinh1:1 que fllr.et· do, porcrue, e 1nbora nAo min tam cons<.:iontemente, são
aquilo à maneir'a d<tla. Notei que ela estava ficando mui· capaz.e.a de contar 8S hislórias tnais estarrecedotas, sim-
to notvosa. Na ve·z seguinte- em quo eu fui lá1 e la disse plosme!lté porque nãó notam o que estú bem debaixo do
quê havin encont.ritdõ' a ve rdadei ra ,nane it·à d e't'lbordar o seu nariz. Amiúde desconfio de reh,tos ;\ respeito do ían•
problema, ou aeja, que nttturolment.P. não podoria ofJtu• t,a;; mas , por oxemJ) lo, búrn co rno aqueles sóbrc fenô me .
dar íiloson a g'J·oga so m conhecer os g regos, e n íao pode ria nos parapsicológicos, exa tamente por esse motivo. Os in·
conhecer os gt·cgos sem antes conhecer concrelumcntc o tuitivos introvertidos tê m m uit.o interesse n essas árC!O.$,
P.I\l.8.. de)o6, di: mo.do que começnra u desenhar ,1111 .mopa maR, 001 v l1·tude d o s ua absoluta incompetência parn ob•
da G récÜ.l, e rno mos t.rou o mapa! Lcvnra bnstaute tempo servar os fatos e da folt.a dc<COnccntração nos fatos oxter·
desenhando o mapa! Conl s ua sor\Sação ínferiof', e)a t.ove nos, :5ão capazes de conta r os abtmrdos nuds estarre-
prilneiro que compra r papel, láp is o t.into, e isso a ôsti. cectores e jurar q--ue estã<> dizet~do a verdade, simplesmente
mt.tlou enorm omente. Eslava obsolutamontc oxtasiada por não terem percebido o Jtuc. estava se pasa~\ndo. Dei·
com ,ma descoberta o devo admitir q ue o müp,1 que me xam passar desapercebidos uma incrível quant-idade de
mostrou o.stava muito bem •foito. Ela desenhara um nl8pa fatos oxtc 1·n os e simples men te não os a$$imiJo ni. Lem -
da Grécia el·ealm.e11te o nzera lonta o prceis amontf:l, Ela bro-me, por 0xen1plo, ele estar nndnndo do ctu·1·0, certo \
disso quo não podet•ia comoçor logo n estudar filo!!Ofia: outono, con1 uma mulher dÕ tipo intuitívo introvertido. (
primeiro, tinha que terminar o mapo.. Assi m , n o, vez se- Eshlvu n a época da colheita de hf.}tut.a, o solo estava sen •
guinto quo fui lá, ela o havia colorido! Isso conti nuou por do revol vido e havia fogueiras por to<la parte. Eujá havia
vár'i os m eses, o entúo sua intuição escolhe u outro toma
oom o qual estüv·a Clttus ins:ma da: e nunca êhog.an,"los a
notê.do isso ht muito tempo o cstavn apreciando o espe-
táculo. De reponte, o mulher intuitiva introvertida, que
e:
(
examinar a filosofia gregOI Ela deixou Zurique o e u n6o a estava dirigindo, pa i·ou o carro, hol'rorfaada, chofrou o ar
via freqüentemente, mas o encontl"ej cerca de qui n2:e anos e disse: '°1em n l1;,rumt1 coisa queimando! Est.á vindo d o lado
depois, e contou·mo uma longa história do como ainda de fora?" Ela olhou para o freio, mos tudo parecia bem;
estova tocada o in,prossionadn com ns aulas do filosofia ent(,o chagou à co11clus/io dé ,1uc o cheil·o vinha das fo.
grogo quo eu lho dé ra " com t iido <1ue eli, concebero a guoíras do lado de fora! E ujá as h;,via notado 111uito tem- (
par&.irdelos. Ela só havia dcsenl1ndo um mnpa! Com imen- po lln t.ea, estuvnrn om toda. porte o era obsoJuta.mO)Lte
sa dedicação! E la ern um caso oxkemo (le intuiçllo intro • óbvio que o cheiro de quei mado vinha delas! l\1as os in- (
vcrtlda, mas devo admilir, olhando para trás., que vejo tuitivos introvertidos podem dirigir durante uma hora (
<1ue foi umn cois a r cDlrnento numinosa paro. a<1ttcla J.11tt· através do ca,n1.po se m perceber utn fbnômcno usslln - e
(
118 ll9
(
r

cntâo,.c/e repente, ~en~rn atingido:; pelo fat.o e irn,)ginal' }hor q ue to(.na.ssc provldêuciAs para que a fomUià tivesse
( que l/ouLra <:ois a comp!etanientc difcl'cnt.e-. Tê.i u u nt J)a l- 0 que comer. Ele cst.avo r ealmente crucillcado ,r ntre cs·
p ito Crr,,do! O palpite. dcJa· t:inh.a Lflm bétn, nUtur1;1lmeote, ec6 dois pólo~ da vtdu, mas -sua maior cxperiêncln intc·
~) qutilidudo qu ê todsis c,s funções infel·i(>ru:; Lêm, o u $êj<1, rio1·, a rCve.l açflo da Di vtndude nil t.futd Lúdns a stül$ obras
tnt.u it.ivo i nt,l'Ovê.=!rt.ido .c hcga :à çonsciê,, ..
_a $-f.'!ttsa~:ão d<.> t ipo postedorcfi so baseiam> oc(H'r·e ll qu.n11dp viu um raio d~
eia aos poucos: às ve-:te!:i, funciona e d cmofa; <le~aparece. Juz t'c!l,:'!tido em. um PHHo de e:;tunho. O 'sol e ntrou de-
Por cxemp)Q, dé r epeiite, u m oclm· é, Ílitensamcnto perCQw repente pe lajunela , u ~ssl\ expe,:tência d·a sech:Hlfâo exW·
biçJ9. Quarenta e cinco minu tos ant.es, simplesmente não rior o··pôs em e$tádo de êxtase interno, e no intervalo de
era not.ad'ó., mt1s de repenta é pe,·ccbido com grand1;,dn -. um m inu to viu todo o m\stério da Divindade .. A part.ir de
tensidad e. A sensação inferior do tiJ><:> intuitivo extrovcr.. ent-ão, dm'an~ê anos e: anos, •·a alment.o nnda m(lis fez além
tido é muiio fort:e, mas irrompe aqui'e ali e depois desa- ' - de lenta~nente haduzir e.m Hnl]U~gem díscuraivfl o quo
parec.e novamente do campo d.a co.nsci~ncia. O sexo; e~ f' vira inl.erna1r1entedurante um :segundQt E le 1.e vou ad ian·
claro, tambijo1 é uma à rca pt1~·ticul.armente pl'ol>lernática ' tte s ua Visão, ·descr evendo-a e rodeando.a múltiplas·vt1::- -·· .... ......._
para o introvertido, porque e nvolve Sua aenstiçãô· ex.fro,. zes> e é .Por i$$o que suas obn1s são tão emocionais e
( ven.i da inferiot'. Vomos isso tragicamente reOetiêfo n ~.s caóticas, poi_s te1itâva descrever ~S$a expet:iência a tnlvés
r Qbras de Nietzsehe 1 nas quais ,· máia pai·a o final, pouco de inúmeras palavrus e umpti(icaÇões. 1\·1as o verdndoira
atl'.te$ de ele enlouqu!';!ce1\ alusões muito grosseiras o vu.l· visão foi acjonada quando viu um 1:a io de luz bl"ilbando
g'nres penett'am Cãda vez mais em alguns de ~eus ·J).ó e· en1 úui p.rato de estanho e m sua meso, o que hnplico ,9
mas. já lendo apareddo tan1bém em As~irri falou Za· sêriSaç40 e:xtrovet~i.d a - um fato externo de·s encádeou
1'ütustra.. Quando ficou louco, ele npat:eriten1ente pr<>duziu ·note b processo da individtJ~ção; todas -as suas profun·
obras d es-'3e ti1>0, que lamentavelmente forallí clestruídas · · das percepçóes tive1·arn iníciq rU\AueJe breve 1no·mento.
depois da s ua mo1:Lo, em deconé)lCÜ\ da qualidade desa .. . ~em.O$ aí, olérn do aspecto íl3fcdor d~ Sen~açíiq extt·ovet··
~radável. A senSação ext.tovôrt,i da.. no r..aso <lele. estava ·= ilc!a, essa esti,anha q1lalidade da iotalic!ado, u aspect-O
extremamente t·elncionada com él.s mqlher cs e o.sexo, de ~1ís(,,iCQ q(1e {l f unç.ã o. inforjor freqüeiitemente possu.i. É
uma forma totalmen(:e conér~ta, e e}~ não sabia de tn.odo 1nter e·s santc notar. <Jue até nH:$1110. a g lutonaria de
nenhu1n.co1.no lidar Com o problémà. Swédenbm•gú conectou à Divii)da,le - o Senhor em pes,
O aspecto pos it.ivo da sensação extrovertida i nfél:iot\ soa teve q tro nre dizer' que não deveri.a comer: demais, de
no. ~aso do intuitivo introvertido, tambérn é. encont·r ado . ";lOdo que o problema da s uá s.eusaçãq i.nferio1· está rcla-
de m~1)eira intere:ssant~ na expedência de ilun1i11ação , c1onado com $ua mai.~ r. ou mais profun.d a preqcUJ)aÇã:o.
do 01í8tico ale-mão Jtlcob B0ehn1e, um jntuiti~o jntrO· .€"SSe pequeno e lnsignificantA detaJhe está ligado à sua:
ve1·tid9. Ele tinha mulher e •eis filhos e nunca gànhóü m l)iôr pr·éoéu pàção; é ' o' Senhor em pessoa que se d á aó
dinheiro p,n·a sustentá-los. Tinha constantes p t ob.lemas trabalho de adverti: lo,
com ales porq:ue sua 1n,1U1er sem,Prc· dizia que>em, vez de Um fato írtteressal'lte a respeito de B0eh111e é que,
es.Cl'ever fi v1:os a r.e speito de Oeu:':t e criar fautrísiHs ares- enquanto ele estava crucificado entre.suas necessidades
peito do·.d es·eJ1Y9}~.üoe.ntCr il~tedo1~,qa Di\.-indade, era me· interJ.l.as e sua mulher rabugentn, que vivia. dizendo que
120
121

'
(

CJ'a me lho r que fabri<::~•ssc bons sapat os e aliment.as$c o:; ficou beln. Então, estar crucificado on trê-a fu nção supo·
ti lhos, em vez de ficar eSpécuJando <1 respeiH i do .Oi vi n.da,. rior ~ a in.fet'ior é vital mente irnportanle,. o só pOS$0 dizer
de, ele era muito produtivo; mas dcj)ois qü~ Scü p t·irtwiro n. vocôs q ue se nlgu n, dia sentirem vontade de ajudares·
.l ivro fol publicado, um banlo alernáo teve pena d(de e SEN1• ses artistas ou profeta.s l pe1o .amor do Deu:s examinem o (
tiu que ofo e ra o grande vidl;!nte, de n1.0do que aJiruinou cáSO corn muita circu n5pecçào e vejam q u an~o podem se
todos os prob lemas ext~rnos dr: Bôehmç, tor11ando pt"Ovi . d ar :io luxo de ajudfi. Jos , porque, se vo.c ês pag:.u·em J)arà (
d énci.os pata· q u e nada lhe fal tasse e à sua farnflia . Apor- q ue eles não t~rthmn que Hdnr com a r en lidHde, etes so
t.ir de enlào, as obtas de Boehme se tornara cu r epletas do afastam d a rct1Hdade! .E então vocês oâ.o os t.erão ajuda-
J·éssent.imento e re p ebjç.ô es. Sua criatividade. es.~an<;:ou e, do nem um paucot As pessoa$ desse tipo irão itnplorar (
cm seu t-ú m ulo, a Dfvindade é r~tratada, dri seguinte para que vo9ês ·ajuçlem-r)a& a resolver ~eus probJema,s,
manoil'a: )(. o ·que é reahnen t,e trágico, pois d e monstra jrã·o iin1, lo rar dejo~lhos que as solvem da to1t\l~a da rea•
(!lH~ não ·con$cguiu unil· o ladb escltro Com o clãro. Este lidade ex·te.rna que elas não conseguem suportar. lvlas se
proble ma permaneceu i nso1úvol par a ele, e na m inJ1a ex- ·áS sa.Jvarem, o n úcleo çriat.ivo da personulidade delas será
1).<::ri~nda..est.á_J.igado ao simples tato d e que, áO ·.aceitar (
Oest'ruido. Nâiniignifiéa que se estiverem pas..,o.ndo fome
dinheü:o desse barão> ele escapou à tortura ela fu~ç~\o i il• você~ n·ão pos$am. dàt' q e las.alguma coisa, par a quo p-os- (
fedor.
sa.m sobreviver, ou ajud.:h las de tempos em tempos, q u an•
Analisei certa vez umá i11ulliç l' de;:sse tipo <1ue y i.nha (
âo a situação estiver má . Mas não 1·esólva m pa.ra e las o
de uma cantl,\da s i mpleis ela populaçi'lo. Eln ti\1pa-grand~s p.r ,o bJema. ela r.o~lidad e }pol·q1.1e, por mais esu·anho que (
visões 'interiore-s e também tinha, é c.la,t·o, constaútes pro· pal·eça, isso também es(.étiliza o proc-esso interior. EfS o
bJemns por causa de dinheiro e da vid~ exterior, e s i m • que a:conteceu ll Boehme, •ê pol' C-(}Usa disso (o'j· incapaz d e (
pJesmente não sabia com.o funcionar nessa á:rBtl. EstavEt uni.r os opostos, nem n () seu s istein~. uem ria Su á vida; de. (
te ndo prób~enlas com o $$Cnhorio e com o leitefro ,porq~o 1nodo que a caridade do Bht'õ,o vou à;fer2, •l4\ rértJidacle-,
.se esqueciâ de devolver às'garr~fas. oujurav.(l. q~e }:t4viJt de· foi uma ~ção que o desttuiu. :, (
volvido cinco e a. IQja af}rmàva qu(t só devolv~r§I uma -
u m problema usual da scn~a_ção que çsse~ .profetos tên.1. O petisa,nento inferior do tipÓ sentinieiltQ e.x,troucrtido (
E les s imp lesmente tropeçam n a •·eaUd ado e t:êm cerç<,>.z.a
de Qüe fizerarn alguzna coisa que o.s outros c.li~on\. q üe não
O tjpo ~entimento. p:trovettid o se caract:9riza pelo r.-
fato de sua principal adaptação ser Coj1d uzida pelà avalia-
fizera'"m e, então acusam-nos dé. t1sta.r mentindo. Apenas f
ção ndeq,1ada do objetô exéerior e pelit relação adequ ad a
não com~e_guem con tar garrafas o.u.. ae Jeznbrnr de tetem com ele. Por couse1:,ruinte, o tjpo fará .amigos com ÍijCiLitlt1- (
ou não levado O$ garrafas de voltn par a a loja. E~s.a pc,;;- de, t?rá })ouc.a s ílu~õe& a 1·espeito dits pessoas é será co•
soa também tinha a ·e sper,mça secreta de qtie um dia a l - paz de a valiar adequ nclnmente o lado po.siiivo e negat.ivo (
guém descobriria suas h.abilidades, pagaria p elo seu sus-
tento e ela ~scaparia de todos esses problemas. Mas
delas, além do saber . qLianto a situaçõo;s/i:iiilíca parn -
elas. Assirn,. as p essoa~ desse tipo são ge r fll m.e.nte muito
e
quando se Ji\,·ou elos p,·oblein.a s, ficou coil:1pletamente fora ,;ipreciadas·pelos que as cercam. São beto ajustadas era- e
de si! T ão logo voltou a ter os problema$ é aceitá-los, ela
122
zo.áveis, deslizam agradaveln1ente peJa sociédade, conse·
e:
123 (
r
r

g1.H1m o que ·q u~rcm com muit.n faci lidade e d e nlguin modo manecer e m uma est.ntt.Lfl'ft sot-ia lmc:n te aceitáveJ. A,s
, ga rante m que ~odo mu ndo esteja dispos to fl lhe dat· o qu(.! pess-o11s do tipo s~ntirncnlo e xtrove.r tido não g<>stam d e
' ela$ quere m . E la$ lubrificam t-ão bem seu ombic11tc imc~ pensar, por que essa Csua fi..mção infedor, e do que mo nos·
diat.o quo a ":jUa flui pnru e las com úxtre ma fadlíchrd(•. goStflm é o pens ame n tç int.r-ove r tido, o (1ue s ignifi<.:a pen-
Sllô fr·cqüçn l.eincnte encontradus c nHo ns mu lhetes e ,sar a respeito d e pl'íncfpios filosóficos; cois as abst1·atns
estas gêraJmont(!- têm u m a vi<la ramilia r nndto feliz e ou quest.ôes fundamentais da yid~. t;.On10: quaJ é o sign ifi-
tnl.l itos aniigo$l.. Â,'!; co.isas conern com facil idud~ no ,wnbien- cado da vida?, a.credito ou não ern Deus?, c1ual é 1hinha
te, m~s não $ígnifica qµe ·tt~nham alg u ni a .i lus á<> ou sej ai'n atitude com J:élação.ao pl'oblema do m.aJ? Essas ques~§es
cak ulistas·; sõo apenas- rt&"l·Adáveis e vêert, o bem n.os Jnlli$ profundas são cu.ida.do~a1nente evitadas, e elas rea~
situ,açõcs e nns pes soas. Soi'nent.e se sâo de algum modo ge.m acha11do que pensm· a fespcít:o desses p t oblemas as
neurOUC.ornento dj$$Ociadas, elas :se. tornom u m pouco faria entra)· em ·dcpt'eSs~\ o. O 1nais tris t;e é que elas, natu--
~eRtraiS o l<.n-éirn:~.ntc m tcJin icas e calcÚ listas. So va mos a ralme:nte, p e nsam nessas cois as, i-n as r'úio tê1n consciên-
urn a hnóço com mn tipo s.eptil'nento extrovettjdo,,. ele é ·cia dissó, p ooJno.sou..peneamento·éncghgenciado; ·e Jet.on-
capaz d e dizer coisas colno: <1,·i ue d ia ~Qn\to, ·e stou rnu itO de a se to.1:nar n~gativo e g rosseitó. Este consiste em
,
feliz Por vê-·lo novo.mente, há rnuito .nâo n o$ vía.mos!'',E à julgament()s n~9.r efítlados. E; primitivos. $en1 a menor d i-
pessoa está l"úà.lrne ute se.neto sincora, e com isso o cart·o, ferenciação e fro4ücnteme 11te com orna conota.ção nega~
por 9S$im dize r, é lubdflcado e n fe~t,a vai .e rn frente.! Nós tiva . 'também. Já pude notar que os ti.p os sentimen to
nós se ntimo$ alegres o fel ize.s. Essa.s pr,>E,se.,ns irta(l iarn
m·n.n ~gra.Qávi!:1 ~t.mosfei·a de aceitaçã.o: "Nós gost:a.n10.s
l.;.t r(ryerttd~1'..~ vê?,Ç$, (,}1rn pe.naa mentos extremamor~t;·
nQgi;ttivo.s e sáo muito c.rfticos a t·espeito das.pessoas que
'. .

um dQ· outroj de modo que vamos passar um· dia agr âdá~ os corcnm. Di'd a que se tra.t a de ju lgn.mentos excessiva.
.
vel junt.os~·. Elas . fazcn1. ç-0m que aqu~l~ que as rodeimn
/
se s1n tan1 mtuto be.m , e c1·ü1.ru 1.:1111 agta.<~áveJ aJnbiente
mente críticos, que elas n unca se p.e rm iterri ox iernar. É
por i$SO q u e Jung diz <1ue o t.ipo sentimento ext.rovert.ido
so.cial. Apenas quando exagei·i1m, O\t qua n do o sentimei\- pode às ve~es ser a pessoa mai$ fria sobre a fac.e da terra .
1.o éJ<!rovertido dolasjá está d·e sgastad() e po,· causa di•so Vo.cé pode, })ôr ~Xerriplo, se dcixal' seduzii.- por esse carro
com;.e ç a~n ,a pen.!:lar, ó que notamos que· a atitude· delas bem Iubtilicado do .seut.imen tf,) extrovettidoe pensar: "Nós
pás,sou, a ser unrhábit.o, que dizem mecanici\Jnen te a fra• ,gostamos um do outro e nos. dam0$ bem juntos'\ e de r e-
·~e. Presencje,i, por exemplo, cct~tp Véz, u m tj po setl timen- pente, certo dia, tde dfa uma cois:â que é como s e ele f.ivea·
to ext.rovertido dizer mecaliic4m·on.te, em um d ia em que s c1 acer tando sua cabeça co1n um bloco de gelo! Âs vezes,
o tempo estava horrh:el: º Que dia 1n~râvilho~o, não .é n ão podenlps imaginar os.p ensamentos cínicos e negati-
.m esmo'?" Hu pensei: no, céus, sua fnn~ão pril}.cjpal está vos que essas pessoa ~ t~m. Não têm .consci<lnc;a de les,
eon(us~; você está exage1·ando!~' · 1nas se éxter·n am quaQdo ela.a fica n't gripadas, quando são
})e Jttodo geral, e,;;s~s pessoas t:êm mu it:o bom gosto apressa.das ou nos mo1nentos em que a função infet-for
na e scoJhà. dos parcei1·os 0 amigos, 11la$ $:ão um pouco con- vom à tona e quan<lo falha o controle da função superior.
vencjonais a réspeito do asslinto. Não se arriscariam a Uma mulher do tipo sentimento extrovertido sonhou
esco!her il~Tt.lé m luuito foya do comum , p referindo por- qü~ d ev e ria crjar uma e~tação de observação de pá.ss a-
124
L25
r
(

\
ro~. Ela viu 110 sonhu uma espécie de pred10 de cimcnw, los, (rcqüentemcnte nos sontimos frio$, ap~aar do atna·
t~ma torro ~~m altt~. tendo H<> Lopo omn espócie de lobo. bilid8.de d ofes, porque sontimos es:scs pensamentos: crfli·
ratôrio no ·quol os pássoros oram obsorvados. A<:h31llO$ cose ,,cgat.ivos, Q\JO J'IU.n cn &âo e xpresso$, ferv ilhundo nn (
então que ela dovel'ia. L-cntar tomo r corisciôr'ICi n dos pct1~ cob-c-ço dele$; eles nos atint..rcm de maneira d csagrudável.
snmonto.s autônomos que pousavor,i1 nn cabeça <Jcla, por Vemos i1s vezes urna espécie do JamprJo frio nos olho.s de
ussin, (iiior, e depoi~ ia1n embora. E a ssii'n qu_c os pensuª u1na J'JCSSot'l, e si1bem0,..~quc e la teve um pensamento muito (
1nenLos ope ram no dp0sontimento; ela tem pássaros-pcn- dcsagrAdávcl. mAs 1,0 minuto seguinte ele de~apareco!
s«m ento 1>0u so.ndo na cnher;a quo v ão emlJon-1 v-0trndo Isso nos causa aJ'repios! Por exemplo, ponsmnenlos como: (
untes que ela possa dizer: "No que e&!ou pcnSltndo?" A "so voc6 morrer...", gcralmonteso baaciam om un1a perspec- (
mulher concordou om tentar, ,e eu lho per,;,.mtoi como a tiva muito cínica da vida: o lado escuro do vidfl ó a doença.
coisa podoria set foita de unu1 forma técnica. Ela dis~ a morte e essas coisa$, e os J>ensamcn.t.os girnn, em torno (
que t.cria sempre cOnt:iigo um pequeno cadol'!\O o um la- d ossea fatores. ma~ a pe.s.soa nli.o 1<pcrniite 11 que venham
(
pis, o quando t.ive$8C um pensn1nont.o i:epeotino ela o C$- à tona, de modo que u ma esp écie d o segunda íitosofiª ,dQ. .... .
crevoria! Ncida moi$. e vertamos depoJs como os ponsa • ·vida, <.:Inic:a e negativista, rasteja nos bastidores. A pior ("
mentos estnvom re lacionados. Nu scS(iãO segui nte, ela coisa a respeito de-e.ses pensamentos n egativo~ no iipo
(
t.rowce apenas um pedaço de papel, e nele estavu cscrit.o: ae ntimon.to extrovertido á quo c le:s são introvertidos e,
''Se 111eu.gcnro rnorrcsse, minha rtlha voltaria para casa". portanto, freqüentemente estão volwdoa contrn a pl'ópria (
Ela licou tão chocada com aquele pen.s arnento que nunca pef4soa. Ôd j •dgMnentos maí~ de!':ltruti vos que jâ r11rte i
botou urru:.a argola e m ut11 segundu pássaro! são os que as pessoas do tipo serttimonto extrovertido têm (
Aquela pássaro foi •ulicícn to por um longO tempo] com relação a si rnesma.s. No rundo, elas so permitem
E la então confessou nlgo u indo lnttis inC.Cressont-O, e disse pensar que são i ntíteia: e nlio vt1lem nada, quo a vida d o-
(lue, de certo modo, sabia que às vezes tinl~a essos pensa- . las 6 inútil e quo todus ns outn,s possoas pode m $e de- ('
mer1tos: mas que, sompro achara que, 80 não os escreves,, ..senvolvcr e cntror no caminho d~ individuação, mo,; quo
8C não terian1 nenhum efeito, ntas que se os escrevesse, : elas são um, caso sem ei:;:pol'ançu, e assim por diaut.e - <
Cu~cionarjam con10 magia :negra o a fetal'lmn o ambiente, idé ias cotnplctamcnt.c <lestrul.ivaa sobre ai ,ocsmas,
de modo que ela evil.Sva olhar para eles. àra, isso estava ma$ que, não ~ão conscientes. Esses pe11s an1(,ntoa reai·
wtahnente etTAdo; a cois o funciona ex11tautento ao con- dem nu fundo dn monte delas, e, do vc7, cm quando, os•
tráriol So o tipo sentimento tiver consciência dos seus tando elas dopri111idns ou não estando om boa situaçâo,
pons:tunentos negativos. eles uão fu nciona!·õo con10 i:no- ou especialmente quando so introvertem (ou seja , quan-
(
gia n egra; serão destitufdos do qualquer ofe1to destrutivo. ·do ficam sozinhas por n1éio minuto}, quando essa çoist\
& exQtament:e quando eascs ponsarne~tos são dei)cudo.s so- 11egativn sussun·a no fundo d1.1 mente deles: "Você não é (
zinhos e livres para voorem ao redor da cabeça da J)ellSOª nada; tudo a seu respoito ostá errado". Esses pcnsarnen·
que eles oxercem uma influênc·i a nogativo no a1nbient~. tos são grosseiros~ primitivos e extt-emamento não (
Quando analisamos os t ipos sentimento extroverti- indiferenciadas; trata-se de julgamontos goneralizodos, (J
do o somos um pouco ser1síveis à ~1tmosfere.1, ao rod-0r de· que são como umn oorrenté de ar frio que aLravessa a
(
126 127
(
r

r Sil lc, ~ nos faz tl'emer . O oferto é que as passoas do tJpo E lo podeJ'la então ~ét desorl'volviP,o () pen ~,.meuto. e dito
scnt.i mc.n t,o G!Xlrovertid<..l' nat.ur.almcmtq .de test.am fü.:ar que •l Premissa é .alg o como a atitude da mi)ê de·voradora,
s(r1. í1'1lu:i:,,;, q uando. esses pensamento$ ne·gat.ivos são P,ris - e a c.o nclusáo é ·que e la quet que o g enro seju,elim.inado .
t;.Íveis ele ihes vir ·tt mente . de modo que, Lúo Jogo ~las Por cjuil? Cor:n-que ó bje tivo? E la pod eria, por e.-<emplo, .t e,·
pcrr,eba.rn t.un ou dois deles, elus rapidamcmtü Hga m o dito:· "Stlpondó que minha filhtl volte pa ra casa, e çtf?" E
ni.dio ou se a.p res~am a encontr ar outras pessOt'.l::;, Par então ela te.ria ·d ado contu ç)e quo d etestaria t~r eJn casa
'
conseguinte, a· pior cois~ a re~pei to d e la$ é que nuncit
têm tempo pata pen~nlr. .Ma~ e las organizam cuid~<losa- ' u ma fiJ ha solittí.ria) amarga e. l'Hbüg~nta. E, d a ndo segui-
m,~.nto no pensamento, ela teria v.isto que ele ~.ncerrava
mente a vida dessa manefra! urna <;ónh·a.diÇ"âo, e Cfl t.ão eJa teria provavolrrien te ca.l d.o
Como as pessoa:, do tipo sentitnento ext,rovertido têm ' e,irt uma cama·d a 1n.a is p rofunda e dito: (IE e nt.áo? Se meus
uma tremeti.da capacidade pa r~~ sentfr objetivamente a { filhos âgora s.a íra,m çle cÕsa.' q ual o verdade.iro obJet-i vo
$j't1..ul.~âO do outro, elas são gerahnonte aquelas que gen,.ü . . d a m fn ha v·í da?,. g e'i1t-âo ela teria tido que filosofar~ t·es -
, nam ente se $ilêrificam pe.Jos outros. Se e$(,jv<:rmos .~'$Qh.k ......... . peito do pi:opóstto.fu<.uro du s ua vida após os quàrep.ta e
nhoscotn gripe no apartamento, a prim eira pessoa f.-l apa · oito ar1Qs: "A viq.a ainda te.m urn $.igniíicado depois ql.le
recer s erá ·cert.amente u m ·upo sentimc·n to êxtroveriidp, criamos ·os filhOs e os lau ~amos na vida, e ,- $e tem 1 qutd é
que ;se oferecer á patR faz.er as cmnpra.s par a riós e per• ele,. e .q ual o sig'n ificado da víd~ <}O.ruo tun t0Cfo?1' Efa ~el·ja
gtlntará to·u.10 pod e r ia ajudar-nos . As outr as não soriatn sido confrontada Com as ((uostõe~ pt'Ofundas e humanas
tá<> rápidas e pri\ti<.:a.$ em sentir 11oesu .situação, poüvo que nunca enfrentara. untes, e ter-se -i à sé visto em ªP\J·
t,i \)Q ~"1-f hn·A·n tú extrovei•tidO Sente corrio ll0S SQnti m os ·a ros. É claro q..ó.'ã el~·1;'âO"PO<teria ter resolvido o p·r obJ~ma,
cada n1it1u.to e então, llaturalm ento, )\,ãô consegue 1;esis- mas poderia tel· ti.d o uni s onho ,q ue a teria ajudado ao
tfr à idéi~ de nos ,oferecer ajuda. Já no ca:,o das out ras longo d o todo unr prpcess<>, a busca d o significado clà. v(dtr
PE:Ssoa.s ~t:n:bóra possam gostar de nós da. mesma manei- qtte sua. funçáo infoÚ01· teria in iciado. O.ra, .co1uo o, ca$<>
ra, llâo lhes ooorr~da q ue pu de$~en1 faze.r e-s sas coisas era o de um tif)o sen timên to ex.t:rovertidq, a buscé seria
para t1Ó$ 1 ou. po~· s erem íntrover tülas o.u porque outra fun· u rna c.o isa coinpletamente·introve1:tida 1 como o désenvo]-
ção é dori1inm\te no s istema d elas. Desse.modo 1 .as pe$- viln,é.rtto de u m a visão filosófica da pJ·óp.d a .v ida. Isso te.-
soas do ti1>0 sentimen t-o ex.trovertído estã~ sennn·e $endo ria cxi1,, ido' que ela 'pássassé um·lon,g o tempo soiinha no
útil em u nla cm.ergên<::ia, porque quando algo não fu ncio· q uat·to e, efet.iva e lent.mneflte, tonj,asse ·c oflscíônciç1 das
na Jogo O j)Orcebem ê notam s ua· ífr1pottâíl.Cia. É .cJçtt:O que profunde-ias .dos se1,1s ))el\)';-tlntentos.
quando exageram, acu mulam uma rasistênc.i.~:i. ncgatjva A saídc:'l fácil que eu potci em, várias p ~ssoas dó tipo
contra ··a s·ituaçáo·e>;.tenta. Se a 1:null~or q ue tttv8 o pequo.. sentitnento .extr.ovet·t.jdo é q ue elas escapam da dificulda ·
no pensamento ~-- !'Minha únicu filha voltaria pé.ra d e simplesmente vendendo a a lma para nlguru sistema
ca..sâ" - th:·osse s~ aproftl11dado m.a is, el~ teria que ter já estabelecido. Lembro·me de uma pessoa q ue se con-
dífoparà ai n1e.Sm.a : "'IUdo bemJ vamos)idar com o pensa- verteu no catolicismq e simplesmente adotou, sem verifi~
m ento! Qual O meu objetivo? Se eu tive ~sse p.e nsan1ento, cat, sua filõsofia escolástica bá~foa e, a pai·"t:.ir d e el)tão,
qµal a pre1nissa e qual a conclusão a que de.v o ehegar? 11 passou a citar somente autores e"scolá$ticos. De ce1·tã for-\,·,
. . .
128 129
(
'

ma, era a.bt·açou a função pe,nsamento, m-as o fez de umu


'
forma já eS:tabelecid.a. O mesmo pode ser foito com n)Ja- vcrsafôes com.. Bchenna.a,1 de Goethe. 'l'nüa•sc de uma
impressionante co1e{:{l0 de plati<.udes - ap,1r ç u.s da su~
ção à ps1Cologinjunguiattu, atra.vé5 da l'C-!f)ct.ição me.mot'i-
í:-a da e m ec-Ol,ica dÔS: cone.c ito$, sem Poré m Jnatca traba- pos ta profundidade, m~s .n_u ~etd~·Q.e ape!ias n1e~·u.s '
pJatitodcs. Vemos aí tt tunçao 1nfonor ele G~cthe v_,s!- (
lhar o p-onto do Vi$tn pessoal. '11·01,a-se d e uma ati tude <lo
çl i$<:ípulo, 11.áo .cJ'iat iva, que upenas assi1ni la o siste~a. vcJrnente exposta ao mundo. EJe também publicou rl:tQ.XJ• (
mns, reflexões genéricas, as quais - e isso .é extrE!ma-
s e1í1 o Anal isar frscm nunç:n perguntat': ·'q q ue eü, pens o a.
respeito'? Isso realn'leute m e convence'? Coindcle com os meute t ípico para .o i)(vel d ela$ - são encon(.,1·a.das na
última -folha de todo cálçndál'io! Elas s,,o v<!rdadeí1·aa,
fatos que, vei·ifiqtLei? Posso a.ssifni lá -lo com 1ninhâ con- (
vl<.~{:âo? Coincide e:om as nlinhas experiências.inte1·n~1s?" dificilmente podem()$ r efuf::á... los çlo alguma manefri\, rrlas
Em ve7, disso, o sistema é i ndisê:riminadament.e àssin,.1i- també1n s(to tão v.crdade.fra~ qu.e quaJquer cor.n etro t&m• (
lado1 d e ·n1odo que se essas pessoas depois ençontram, bém podel.'ia tê-•las cl'iado. E Vlagner em açã<J no grandé
poeta. (
outras que sabem· como p~nsar - çlo .tipo pensamento,
NatU t f.dmen te, o·pehsamento inferior do tipo senti- (
por ex.emplq - · eiaS se tqrnam fanátiç:as, p.orq~ie se sen.-
mento é ameaÇ.a do por eS$8,&·genm1·a 1idades e..pJt1ti.1,udes; ·
tem impo,t-entes. Ttnt.iio lu tarn p ~lo s is tom~1, q ue escolhe- (
'que são tfpicas do pe'1samento não dcscn,:,olv:iâô. Se,.por
ram com certo fon~tismo apostolar, pm· se sentirem inse-
exemplo, pedh·mos a ado)Ê)scentes e.nt.ro qua.t o·rz.e ·e de~
guras com telação à Ou.s e do sistema de J>cnsame'ntQ: como (
zoj(;t> anos-de idada que escrevam sobr e de.terminado t()mn,
o Si$(,ema s·e <lesenvol vêu > sous- conceitos fundamenta.is,
ver emos que ness~ iaad~ gent.lmente hâo ponsegueu\ pro•
e 8ji:.;Sim por diante; é por se· 8,entit'en1 inseguras e acha-
duti1· nenhum pen.sãmentó dife1~ri'riciát{é:>' Ôµ eS1,echii, e
ren1 que o sistema pod~ria ser derrubado P.<>r um bo,m
rien.1:1ado1·, adotam uma atitude ªf.-'l·ea~iya. escrevem s9bré gene1·0Hdad'e s- o:q.uc, n'essa idade,Já é
uma conquista. A manefrrt pela qual educamo$ as crfan. (
Outro perigo é que quando o Upo sentimen.t.o extro-
ças (lâ eScoJ.a para que elas escrevam essas genen,1lidt1-
vertido começa a pensar, ele se d~ixa en volver completa- , .. (
des ó exttemame n tc idiot.a . Lembro-1ne de que na minha
m en_t.e por isso. O u não çonseguo,.se afastor o -suficiente
Juventude. t·eCebíam oS te.rhas cotno "Qu mn <Ícci(Je o curso
de seus rel~ciOnamentos para. poder ficar sOiinho e pen-
da história; o indivíduo ou as ni.a$$ A8?n Vejam ·Só! Com.o
aur, ou, quando consegue r-011.i pat tpdos os vínculos ~xter- (
uma m enina de dezesseiS ~nos: podada saber ~lgo d ife-
no.s e ter tetnpo suficiente pata se aptofun~:lt:u: nós probJe.
renciado ou factua l a respeito desse tem a? Simplesmen- (
mas dos seus pensameut.os - o que já ó um grafide
p!·ogrcsso - , é totalmente dominn(io por eles e renlmenté
te escrevemos a respei to de generalidádes! Devo con-
fessar que s,âo apenas 1·u1Xlo1'bs, roas ouvi dizer q ue muitos
perde a Vida de vista, desa1)itrece11do n.os livros, ou em uma
clt1bes de debátes nâs faculdade$ americanas parecem (
biblioteca, fica todo coberto de poeira e se tornii incapaz
se mover nesses níveis·, seni. uu-e h~ja a menor difernn·
de se envolver com qualquer ·o utrn atividnde. É;,,01· ãs-
ciáção âe pensamento (Ju~rn.to no$ fatos, a qualgll;et cois~ (
s1m dfaer, engolido J)Or essa t.a,tefa úi1iea do pensamento.
e-xtraoi:dináJ·io ou d e n(v(,)j mais elevado, ou a qualquer
U1:n exemplo m undia lmente famoso do ponsameoto (
coisa qtie se concentre cm um únicC> tema; exfste,n 'ape ..
in fetior d e u rn tipo sentimento extrovert.ido é a obra Con·
nas ))lati tudes e g-en eraliilades óbvias que qualquer pes- (
130
(
l.31
(
1
r

( soa p od e ria pensar. ü f'>cn s'amc nw mfcrlo1· do tipo ~~n 4

import nn.tes e de va lor;. constefaçócs Hrqlj~típicas; s ão


Urc;H:? nt.9 exlJ·ovcH'tklo ,possui, por.t onto, uniu maneira encontrados. Com u ma <:ons~o:1ncia invi$ivê l (ll;:1s s~ a tém ,
r mu ito desagradd.vel de secr etamente fazer com q ue nos por êxcm plO, à j nlpor~an te~ id.éia s a.r ~qe típíoas, e gerol-
' sinta mos pouco à votHade. O ~ip9· se nLjmeJ)tO g ost.a - ment.c exel'<.:em u ma mnu1.m c1â pos1LJva -s ecte tél no seu
'
i11conscjco temcnte - de estragar a festa dos que lhe o.mbic)1tQ hnccli1:1 1.o, (i~tab elcce ndo pAd.rôos. Os o u tros a.s
est.üo próximos com seus se<:retos pens~mentos neg.ati• õbservam e , embo rà c l;,s n ada d igam, pois !';ão por de-
vos. HJ .uma espécie de cet icismo capaz de exercei· um mais·Jtttrovertidas psinl se e;,;.pressar~m nH.tit,o, elas as ..
efe~co tepress or sobl:e as outras pe$1:1 oé.'l.S". Se no.s envol.ver.. tabelecern cettos padrões pot·qu.e os t ê m don t;ro de si
mos c m u ma d iscussão c·o J1i Q pensam en to r,.ie{ta..tivo de mesmas. As .pc$S0fl"$ d"O"tipo sentímento introve"i.:tido,. por
um tJJjO sent·i men to ex tso\rcrt.ido, veremos 9ue, em gera), ex(?mpJo, fréq üentemel'l te f<>n:nam a base é tiça secr et.n
ele t ira conclusões r ápido d e mais, ·o que d em.onstt'}) que de um grúpot J)oi·que, sem ir ritar O$ Olll ros con1 precei•
não foi ao f undo da questão. Uma car.actcd stica que tam .. .tos monlis OtJ ~tko.S~ ~Jas p o·sst.tem padrQe~ d <:? valores
bé m é .típica e.lo pensamento infedor são os mai;; va.rla.clo.s ... . .. ,_........ ético:; . tfio ..co r.r·etos.-q~e secrctam~n te emanam uma in-
tipos de p e n sam ~n t<,s negat.ivos e d eclarações b.ast.ante fluê ncia pos i tiYa naqueles que a s cercam. Ternos q1.1e nos
impetuosas. comportai· da 1nnrieira certa pot que elas tê m o tipo de
padrão de va io r côrreto, ou bo m gosto, q ue $qmpre .nos
O pensanu;nto extrouertido
obri.g a_, s ugesti,-v·amen te. a nos con:iportanüos d e uma
do tipo se,itim,en.t·o intr1verlido
mnnefra ho>lradà quancfo ela,$ cstií.o prcsentês. e l$so acon•
· O tipo sf.'.n!th!'!t:-:)it1) intt(,•J.êrt~do bS.t$ict'.lmente se adap• tece porque o se,1t1h'té:iii.tõ· "iiili,.ô'V'ê.i"tidô.:dffe i·C.n cia<;lo d e -
ta à vida atxavés d o ~entim ento, m .a ~ de um.a n.H1ne.irá la,$ enxel'gú O ·qu.e interi,o l·m.e rtte-é n a vet·d ade o fator im·
ma is intl'overti<la, ou $~já. prjn.6pal rn.e nte na dirçção da por~nte.
orient.ação do s uj eito com uma escala d e a preçiação di- e
O pensamento d os,Se tipo óxt.rovertjdo é flui na d l·
ferenc.iada. É muito d ificil compreend$):' es.se tipo. Jung reção d o objâtt) ex.ter.n o. Em. um contraste imp t~esslonan-
di z.. que o d ita.d ó "As i\guu.g piu·ad{l.s sâo as mais pt·ofu n- te cmn sua áp a i"ência silenciosa e i nvisível, fl$ pes~oas do
das" se a:plica às pessoas desse tipo . .Elas tê·m as m esmas tipo senti mon tQ in_t.r overt.ido se .luteressam, de modo g e-
rei,ções dê u rtl,\ escala de valores extre nrnmente d ife- ral, po.1· 1.unà e nm·111e quantidade d o fatos exten1os. Na
renciada, m as, ao coi:ttl~á.rfo do exti·overtido, não·as ox• personalidade conscien te., nfio $é deslocam nl.uito, ffoan·
pressatn ex-tt~rnamence. sendo afetadas int1:n·iot·nlenté por do Quietas Cll'l ·seu lugar, Cnquant.O S éU J)Cl1SalllGU tô C:X-
eJas, Freq ilent~ment ~ en<:ont1·arno:, pessoas do tipo s en· trovel·tido, sua mente mai.S inconsciento, vaga ê:m torno
timen to.in.trovertido nos bastido1·e,$, ()uau·do eventos im• d e urna q,uan tidade extraor dinária de fatos e xtet'n os. E las
poJ·ta 11tés (;l ·de ·valor-estão acontecendo, ~.o.m o se o sen- lôem, por exemplo, a respeito das coisas nrn.is inesper a-
timento introve rtido del!Js lhes tivesse d ito q,le o que das, conio ciências natm·ni9,. ·e o s assuntos mais esdr(t•
esta.va ~contecendo 'era realmente im pO)'tnn te. Co1n ·u ~a x:u.los. Elas se inJeressanf praticamente por iod9$ os. fa ..
espécie d e le,ilclade .silencii:>sa e sem explicações exter- tos oxte t'nos aa, vida, ma:, se trata de uma es.pécie ~d e
nas, elas apat·ecem nos lugares ·em. Qtle fat-Os in ternos interesse oculto, a.o passo que lló caso das pes-SO{lf:(do f~~-º
13"2 133
(

(
r pe.n smntmlo ext.rove-J·t.ido, eJe esta da em pdmcil·o plano. espé~ie de cavalheiri$rr10 oc~Jto que exe.rcü.\ uma infh.iên · (
Quando bs peSsoas do tipo sentimento introvet·tido qu<?- cü, pOSitfva ~obre set.ls pac1entes e, em gen~1,.~obre seu
rcn\ usar·o pe:nSnrncnt.o extrovurtido de unw maneh;a cria. nmbíente imediato . . É préci~o n.~almen.t,é esl$b~·Jecer, º.º
Uva, c lús têm a dJficuld rtdc hahHunl do cxtrovc:n-tido de càso dele, uma cUs tinçâo entre s ua teona e su a pe rs onah-
ser esmagado po,· um cxa_goro <le infoul)O_çóes, por um dade como ser hum~no. t}r·clo, .a pattfr do que ouvi mos
excesso do i·eforências, e u m número cxces::;ivo de fotos, fa )R1' dele, que e r a um t.ipo.s entimento int rovertido. (
de rnodo (1ue seu pens~mento extrovet·tido inferior às ve .- A vttntag'em do p~n.s aincmto extt·ovett,j<lo infe:r ior é (
zes Si1l1'pJes)nenee se perde em um emaranhado de refe- nquilo que ago1·a caracterizo negativamente como a carac•
rê ncias e fatos objeJ ivos c.x ternos .a vnvé$ dos quais eles· tcríst.íca de examinar, com poucas idéias, uma trem~mda (
não conseguên1 chôgor fl Jugf1r nenhum. A infer~oridad~ ·quantidado de informações. (O própi-io f're ud se queixa-
do s~o pensamento extrove1-tido frcqüeJÚemente sé ex- va. de que .s utl interpretação dos s~nhos era teiTtvol mcnto
r
pressa d e ee-1·ta mane.ira monom.ariíaci.r, n t, qual essas monótona - a ·m esma interptetaçüo de todo sonho era (
)>es.!'5oas têm Ãpe.n.as urn ou dois pens amentos cotn os quais maçante até pant>ele.) Se isso não for levado O:o oxccsso,
eJas examínam l"apidamcnte uma t remenda quantidade ... e <)'tipo.sentín)ei1to,in t-t·ove'rtidó estivm· consciente dope.- (
de informaçf>es. IssQ·é extremmnente óbvio, o ,é pm· js.$0 t'igo que sua função inferior ropresenta e P.e rm.ao.ece1• (
que Jung considera o s istem.n freucliti.110 um ~xemplo tí.. atento tt ela, ole tem a grundo varita~em de a er suuples,
pico do peusumento extrovertido. claro o inteligível. Efe tem uns Pottcos peitsafüen tos d e
Jung nunc.a disso nada a respeito do tipo de Freud grandq olcnnce que c.n\ce,:,n1m uma espécie ele (Jualid.ade
como sot' hu1nano; ele disse·apeuns em iuuitos d e seus óbvia, no sentido positivo da palrrvr.1;1. Mfts não é ss.1fic1eJ).-
livros que o sistema de Freud Tept·e$t;?nta o pen.san1ento te, e o tipo sent.imento ex.trovertido é obrigado a penotrar
extrovertido, d~-modo Qye o que võu acr·e scentar ~gont é um .p ouco mais fundo o tentar espee-iOea.t e ·diferenciar
. tninha convicção pessoãl, ou sqja, que: Fr~1,1d sra um tipo (
seu pé11Sf4lnento cxtrov~rt.ido, caso não deseje. e m nlgum
s entim(!nto introvettido e qu.e·, portauto,, $ut\s obt·as e n· momento, c-a ir na a.rmadílha dessa . a.1 onomania de (
·e:ertan1 as ctu·.a êtetística.s do seu pe n.samcnto eX:troverti,. idéias. Ele precisa, por Conscguihte;especiõ.cal' seu pen-
· cio inferior. Vemos nelas t ipícmnente, o fato de que são (
sanlento,. ou seja, formular a hipótese de quo oad~ fato
poucas a s idéias básica$ e que e las são exan.l'inadas xa- que ele ·cita c.o mo pt·ova das suas idéias as ilustra ~o~ (
. pidatnente, que Óescritor pesquis ou LUná eno1•nte .q4anti- utnã per.SP.e.c t·iva levemente clífe ren.te, e, corn esse obJetJ-
dado de informações externas e está co.m pleta,ne11te vol- VQ. etP nl.en.te; Sua idéia dêve ser cada vez reformulada.
e
~ttdo para o objeto exterior, de modo que u m a est1·utura Desst} n1odo, susté-f1Ca o ptoces.s o vital de contato entre o (
de fatos externos biológicos bastante pobre está conectada· pens~\n1ento e o fato em vez da sim.p lesniente ÍJJ\JjOJ seu
i\ base d.os p~nsmneutos dde . Se lermo$ as notas biogz·,,. (
pensan'lentõ 8os fatos. O pensarne·n to exttovertido' i·9fe-
ficas a res.pei to·de ·Freu.d, vercm.os ·q~te, como pessoa; ele rior possui as mesmas te.ndêt1cias negativas de ser tirâ .. ('
tinha uma ma1)eira extr'>)l'lamente 'd ifet·enciada de·tra- nico,.rígido e inllexívol, e, dessa rnaneka, não muito ben>.
tar a:s · pessoas. .Era um excelente anaJista e t.rata.va os adaptado ao seu objeto, uma característica de todas as (
pi:,cientes de uma forma especial. Ele tamb<>ni linha uma funções inferiores. (
134
135 l
li
r
1
() HELACIONAJvll~N'J'(.) ))A FUN<,:Au INYJ~Ulül{
pr o ca u~a R1:.0blnmas, porque t.?~ª5: a s vez.e~. que s e.n t i·
<.:OJ\·I OU1'Tl0$ CONT&ÚDOS 1)() INCONSCIEN'rE rt10'$ qüc ad<1hirirnos co ,t {> equt hbno ou po n l,() Qe, v 1s.t.ú
in t.erio1; a lfu>uma coisa de-n Lro ou fora de nós--acon tece, q ue
'l'cmos agç,i'a quu perguntar cort10. .o. função in fetiol'
se rcJaciom.\ com a s otnbra, ti " nima. e o S l-m(;esruo quando no.s d esequilibra nqv umcnttt, tt i~sv .~cn1F-?rtt s e d á ati·av(fa
da quar~a porta, a que não C!,)nseguunos fcçl~ar. Podemo~
flpare.ce nos sonh()$. E la se rclacio n::1 Cóm ess as fig1..1.ras e
lhes confen,! ç.er ta qualidaâc. )-)01· exe mplo_. a sombra cm inrintm· fecJrn.dus t-t::i três.portus do aposento interno, mos
um· Upo intuitivo sat á com freq üência p~nsoniticada por na '*uwta porta a -c have não fu ~ciona , e ªH.·
quan~o m e•
um tijlo sensuçáo; podemos dizor que a função i nferior ó- nos espe ramos, ~.inespe l'ado mats urna ve~ ~e marufostn.
Graças a Deu s, pode mos dize r, caso co n trm·10 tod~.º pro,
contaminada p·e l~ $ómbra de coda tipo, po rque, em um
tipo pen sa.nien.to, eh~ ~p,11l'eceni c.o mo tuna pess9a d o tipo : cesso da víd@se pet:rific~1ria o es~€ígru\ tia .et~ ~1tn L1po e 1·-
senti mento r e.l ativamcn te infe.d o r 0 1,i prim itiva, e 1;1.ssim !. rndO de con sciência ..E la é a ferida da p e1·sçmahda:de cona•
ciente que nu!).ca focba, mas,ati-avé~ <\ela o inconscic11te
pôl' diante. Assim, ao in..~~rp~~en~~.~:~~~.?.~~..~.!~.,:?.~.!l.~~! ..P.t?E!.~
.~·- semi,l·e pode e n ti·ar, expandir a consciência e produzu·
mos à p 0$$0!1 ( jUú .d€!'S(frcva Q ÍtgUr á da som bt·o., ela d eS•
ctevcró a própria função inferior. Q.llilJ'l.do tenta mos tor-
u,na nova e xpotiência .
Enqúanto não dcsonvoJy~rmos as ou.t.J·as f~mçõcs, as
nar a so1nbra cons ciente, ou. nos totnar conf:iccientes d~
nossa somln:a, ·fl função infct hfr·confêrfrá.uma quH}idadc
fün.çõeS á u.Xili.a.res, elaa ta.mbérn.s erâo portas que não se
especial it. fJ.gura do anim a$ ou da a.ni m.Çt. A fig u ra daan.i-
fecham, çle mod() que "º çaso ele a lguéni que só tenha
desenvolvMo â função sup-êl'ior, t'ts duas fu nçóe8c nux.J!ia-
ma, po.r exem.plo. ae per.s onificada rior um ser httnJano res atuarâo d a mesma maneira o.nparecc.•rão t~a personi.. , .
part.i çuJa:r, freqüe n terhen te aparecet'á com,("I •.una pessoa
ficação d a s<.>tyi bt·a,.,.do, Qni·m us ,·e ~d.a· q1-iü1ui,· ~-: oomen te
d a !\rn9iio npost4, ~J ...p.uu·Ca fu ny{io . O mesmo se dá, rnais
<fUando coh,àeguimos desenvo.Jver as trôs funçoes, fechar
\tma Vez, t{\lât!do personificaÇóe.s <lo S i-n1es1no apareçam.
três d as pot t.cs inte:rn,,..:, que o 1>rob lema.da q,1~rta.po1:ta
Podemos d izor, portanto> gu,e. a Í Lu1~ffeo inferior é a pór ~a,
permailec; . J~orq ue parece q ue ess~ p~rta n~o fo1 . feita
através da qual entram toda.s a$ (igur as do incot1sçientc.
para ser 'fechada. É preciso s ucu mbir., e p~·ec1s o so.frer a·
Nossa esfera consdenté é COmo urna sala com qu atro derrota, para pode rmos ll?:' desc.n1v-0lve r am.da m aJ$. A$,.
J)m·tas, ê a quart.~ porta será·nquela at.ravés d a qual cn· sim, se pre $t:S.r mos atenfáo a os nossos sonhos, yeremos
ti·irão o isombia, o al1.frn.ü$, a ani ma e a .personificação do
que' essns liguras int~l'nns, qu ntt<lo apm·ecem personili-
Si-mesmo. Não entr~r ão çOm tan ta fi:eqi,iêuci~ pelas ou-
cadas como pessoas reais, t.cndc.m n e&col her essa$· J?e)'SO·
tras portas, o qu·e é: de ce rta m auefra, evid~nte> po1·que a r1ificaçõe$. Ú\Jtro t ipo d e p ensonificaçáo, que nat u1·almente
função inferior est.á tão próxim a do itlconséient.e, e pei·-
es tá 1·elacionado con1 a sombra, 6 que a 41.Jarto. função
-1lf;;\.nec-e tão selvogem e inferior, que elà é nattu·al men te o esttf cont.an'li.na;da por personificações d os níve is i.n ferio•
ponto fraco da consciê ncia a tra vés do q,tal a.s ligutas·d o
r es da camada social da.população ou pel6s 1>nisessubde-
incõllscien te ))odêm foi·çar a J)(Hlét;r aç.ã o. Na conscj ênda senvolvidos. E$$Ã é u1ua bela expressão - os pa íse.s º s.ub~
e l-o' é ViVe11cjada Cotúo u m pOnto frnc-0 1 c:01no aquela coisa d esenvolvidos". É simplê$mente maravilhoso observar
de·s agtadá vêl que nunca nos deixa en, J>az, rnas que $em -
como nós·, ocidcntals~. na ·n os\3:1 · à 1~rogâ nda su1)et·iol', m(~-
136
137
(

11ospr czar:nOs os r11lf$eS .S.HÚdú:;<.mvo!v ído!-i e projetamos


(
nossa função jnferior sobro eles! Os p.nises s ubdesenvoJ.. plet.a rne rHe e nlo~1queciclo no s eu quar·to, H~cis isso nã o é
vid o~ estão d e)Hrode nós, e {)Ortnnto, naJ,u rnlincntc, corn,) visível pa ra us <nit ras pe:;,soas, O s extrovertidos que cal):m
este é um si mbollsmo (~lo óbvio, ·a fü hçito infed o?· pm·o uma / na sua lntrc:,versãb pi·imit.ivu andnr.n d o u m lado pa ra o
P,CS$0a branca. freqtlent1;~1ncntc ar>ãr~cê como. um negro . · outro <~orn m·cs de importâpda . Através de sombrias .a lu-
ou indiano setvagen,. Com freqüência, tt funç.á o infct·iot s.Ões, asseguram ·a todo ·mundo que o.s tão tend.o cxpcrién. (
t am bé1n se expr'essa <'.!Ornd pessoas ~xóti·ea s: ch ineses, eia:;. místicas ext.rema.m en tQ profundi1s a r e$pe ito das
ru.<;sos ou q ua lquer·que possa encet·tar es.sa quaiida do. O quaís não podem faJar. pot· serem tão importantes e tão (

incoosciento tenta, des~a m p,neira, conf'e r b · à esfera cons - l)J'Ofundas . Co m cnes d e i mportância., indiean.1. ~ue <?stào
profunda mc~nte en vólXidos com a imaginação atj va e coln \
ciente a qualidade d e alguma coisa desconhecida, c-01110 se
estivesse dizendó: da é t.ão de-sconhcctd a para vOcê COJil() o pt·oce~so da· indivíduaçáó, e sabemos qu.e t(!mos que r
os chineses s ão desconhecidos na n.ossa cult ura. A som - , pár~ir d e i mediato, p~rque.e~es precisam ~raba lhay niss(,).
E ·e ntão s e sentam d e tuna forma obcecad.t.t durante ho• (
bra, o a:n intu$ e a an.im.a fl;eqüent-emente apaT<~cem. pt·o-
jetados sobre p essoas asiátic.npQu ..afdcanas ~~p1:imitivas~~.....,.. _ .. ras, in·c.~ paz~s d o· relaxai· e fncapazes de se a f~stm· do (
Esse símile d-e sonho pa ra a. função ínferiot tambérn que e$tá.o fozêi:.1do. $._e. tele [onamos para ·e les, d!2em que
estã-0 profttnd~tneJ1to ~nvol v idó~ coin o ptor.:esso da (
é patticula nn:en to adequado, no· Sentido d e q ue ess.a Jun -
ção tencle ·a te.-. de maneí,ra negatjva, \1m c,;1,rát~· selva- i nd ividua,ão e não podem jr ao ~ht\ .naqu.eJe n1mnento, e (
, ..,..,.., .._,,..-...1,mnl e causar a posse-$$Úo. Se. por exemplo, os h)tr.o.~er- i·s$O nos é lançado conJ um tipo de atit ude d efi;?n~i v~. 're-
ti.dos caem na extroversão, e1e$ o fazem de ti ,na rnanefra inos um esti·anho sentimo n t:o d e U·J lla c~pócie d o·obsessão (

obcecada e s elvage1n. Digo sel v~gem oo sentido de ~et· selvagem. Se i$So l hes acontece sob H forma da i9ga, ou
1
incapaz ·d.e (fxc1•cer um cóntro le con~ckmte, l?et· A.1T a$ta.. ·através d a antroposofia, oéOiTe.t;á it me$ma exibi?ão de
<lo_, ser incapaz de> refrear-s e-. Otl d o J'.mra1·. E-s§~ típo .d t? qu e eles estifo envolvidos e m algo ,.njstÍÇc;i de g1'aftde i m- ç
extrover$âO. exfl,ge rada e impetuosa ·rarame:nto ó en.côn• por l;ância e d e itnensur.tvel p rof undidade. O processo
trada nos extrQvertidos, m ~s n Os introvertidos ela é como enVolv~ uma ruist.uta. po1·quc na verdad e eles são cous~
um carro sem freio quo avança sem o m enor controle da tantemon te ameaçado$ pela pos sibiJiçlaQé de voltar fl (

co:nsdê-nc.ia~ 8sse .é um foto ba~tante conh ecido> porque ·a extroversão, o que cxplics.t o fato de e.nfatizal·etn e xage•
E!xttoversúo inferio1· do .intJ·oyertido p r ecj.;sa se l11a.nifes- radamente a f~Jta d e tempo e iião ciHererem ter contato
ta r para fo1·a, sociahnen te. O introvertido pode se t.o rtu ü· com nhtguGrn. Eles adoratiám r etpn1Q,r it s ua jnt,roversáo
des agrndávt"!J. art·ogante, agre:ss.ivo e gritar tão· al to que, e ir a tçidos os chás e jantares; de- Íuodo q lle, d e maneira
to.dn a saio escuta e tódQ .l huhdo o nota. Essa extroversão defênsiva, dizetn: ·~Não. isso é ubsoluta11\entc P\'Oibido;
encont,ro•me ~,gota nas p1·ofundezns da paiq ue". F re-
in.feriot pode se nianifestar de reperttc, quando o inttO·
vei:tido está b~bndo. A introversâo do extrovertido e.tão
selvagem e obc.ecada, mas não tão so.c iainiente visível
porque o extrove1'tido desaparece.completamen~eda vida
q üen temente t:i.e'ssa. fa8e, as p~s~Qas estão cert.as d e que
efetivanlente são<? tipo gue agora têm que. vive r. Os ·e x-
t rovertidos que estão na foise ern_ que <fover_iam assh:n.il.:w
.
(

(
quando possuído p ela introversão selvagem . Eie fica com- o, int roversão, por eketnplo, irão eterna'J:n·e nte j u rar q ue
são e sempre serão int rovertidós,e q~e sen,~re.fo~ um. c:ri-o (
138
(
139
ç
(

cha,n á-los <l<! extrovertidos. Dcss<.1 ntt;}:nei ru, tcn ~am .aju.
iHtr que o ttpo se.nt.i menw pensa como um a n tnrat, mas
dura s1 .m e:jmos a entrar nesse ou t ro fado, o ·.q ue para mesmo ·js$O é verdade; essats pessoas ~êm o hábil<-, de fH.-
cl~s é n;tuilo diffoil de consegufr. q-u ando Lentan·, expres-
zcr d eclarafôcs tão bunais quo L<-ü nos a imp1·es$ãO de que
sat- suas experiências jntei·n·c)$ j o u·ove rt.idas, gerahn·en- podél'lam ta:t sidp feitas p9r ~ualquer vac&i, gato ou cachm:-
te o fa2cn1 .com (iXCesso Qe Hgit.;lçfeo. 'lbrnom-~c terriveJ -
ro caso püdesscm falur> porque elas s:e des locam cm uma
m eu t-e emocionais, qüerem to,nar a pála:vra. o fazer com
esfe1·0 d e. cumplotas gcneraJidades. Os cachorr·os às ve •
que t.odo. mundo escute. ÍS$o acontece porquê, para eJes,
t.r .a t.41-$e de um evento·.importont.e e excepcion1;1I.
zes fazem inúteis t~ntativas de pensai-. l\{eu cachorro às
vez.~s tü·,x~·it conclusões. terl'ivelmente erradas. Se.m pre
E;ssit qualidadesélv(lgem da função inferior, qqe·está se dei.tâva·no meu sof'á, e fiu çostu mavn Lentar enxotá-lo,
mist.ur.ada com out.1..0 tipo -psfoológico, é um dos grandes
e doí 1.3Je:c.Ont.:Jtdu C(ue não gostav"a que ele se scntnssc e·m
problemas práticos e ·cpnstit.ui n grande cliv)~ão da perso ,
nada que estivesse acinul ·do cháo.'Assim sendo, sem pre
nalidade humana, pois não apenas tl':lmos que mudur de
que a lguén'.,l o punf1a sobre alguma <:oisa;ole .ficavEl'con_-
uma função pata o utra, tomo também~ tH) caso (la q~1.a rta. fuso e achava que 'ia ser castigado. Não conseguia corn-
'·lU,bçâó, l'erríC>S' êjl.úi'êfefi'nitiva.mente m.udm· para o 01.\tro
Preender qtJe apena$ o sofá ei-a p.,ruibido, e não toda peça
tipo psic<1Jó{:,rico,.e en tão (."Orremos o dsc9 (ou até não con. elevacl~ d~ molHHário. Ele ti nha s irn.p,lesmente tirado a,
set~imps evitar) de sermos t.c1~Poiari,amont.e possu..ídos
conclu.sâ.O erra<:lá ! O mesmo acontece quando tentamos
pela' at.itude OJ)()St~> torriando -nós/dess$ rrtodo> selvugens ensi nar os cachorros a set en1 Ji1npos en1 cusa. Elo$ che-
e.ihndaptados. Podelnos agi·a.deCc it a. Deu.s qua,n do no$sa
gam à conclusãq de que o mesmo ·se ·apJica.a .qualquer,.. ! •
fu nção oposta só.é personific~dJ\ por "!')é$~?)âs p t frnitivm; tipô de chão. J~a. vimei.1tad-o, t f -e-Jes·c seus donos tôm todos
nps so.nhos. P'l!''!~º ~d« é frec'jOentemente r epresentada
os tipos de probfe•na9 até. que, finalmente, o pobre ,ca,
.por )ndivídu-0.s d~ Idade d a Pedra Ou 4té po1· animais, cas:o
chorro compreende que só precis;l tm· c.uidado dent ro de
em que a f un.Ç,ão info1•ior nem ll\es~uo alcun~ou 1.u n níveJ
casa. Podernos perceber então qu~ o cachorro tem ·u ma
hu,tl;lano primitivo; ela a índ« está totahneõte em um nl•
espécie de pen.san1ento patcialm~nte <lesenvolvido (Jue
vçl an imal. A, função inferior nes·s o estágio· habita~ po.r
tendi? ·attrar as con,d usões.<>.rradas, Com freqüência, fico
as~ilffdizer, o ·co1·p.9 e só pode se 1nanifcstar em $)hton1as
irnpressiotUida com o fato .d e que as r>essoas do tlpo .senti·
fisicos e.não a.inda mn um n(vel humano consciente~ n.em
u1(!n,to pen~atri exatame1.l te da mesma maneil-a 1 porque.,
1nesmo priJ'nitívo. Quando vemos, po.r oxempJo, a manej-
quando tentamos explicar·lhos alguma coisa, -eJas podem
ra co~o u m intuitivo introve1·tido ·às vezes..se espreguiça
tirar uma conclusão totalrnente generalizada, fazer um
no solr sentin<lo o prazer da função infe1·íor, t_~n~o:s r:t com-
a.firmação·radica.l que nã·o se encaixa tlt~ tl\odo nenh u·m
.pie ta· sónsqçâo d (> que ele é como um cachorro (ientado
1la situnção, aJén1 de fa.z er as coisas mais tolas. O pensa ...
d!:lJicip:1:do·sé coin o sol o u con, n comidu; a sens~ção d es •
1nento prim\dvo teve irlíció ú.a cabeça dé1a$ e "elas tfra.·
sa pe~soa .a indl) está no n,ível do cachorro, do gato ou de
algum 011ti-o anill\al doméstico. ram algum tipo de conclqsãQ e2'traordina;"tiamente ina-
d.equ ada, o que gerou resuJtados totalmente 01-raé;Jps.
O se.nthnento 110 tipo pensttmento frr.qUentemente
D esse modo, poden1os d izm· com freqüência que o nív~f
Jlifo voi a lém do ltíve l do cacbot·J·o. É 1nais· difícil irn_n gi- .
' . ·d e pensalliento Oo t ipo sentiment-0 está mais O\l menos
140
141
r

(
nu nível do cmchorro: o f)cn:rn m cnw Q tito ,!onêt-ico, in . gas. tritWs e criaturasscmclhant.ea, aJém de gaiolas com
compcterHc o rif,tido quanto o que ohservamos nos n n1 - ps\SSIIJ"O.$. cacho n os· e gaC.os, <i- o vc.lho estnvo sentado no
mnis suporiorcs. meio daquilo t.udo, aíwtando corno os ~nimaj$ so compor· (
Em Kcral, nos ,;.ociedadcs mais norrnaia, as pe$$OH~ t.oVam sociaJmcnic uns com os outros. Descobri então que
cl isforçam a funç{lo inferior com umo perso,w. Uma da~ eu e,·o um peixe. voador den tro de um ~,quól'io e era éapaz ·
principais razões pelos quni.i:; deS(;IJWolveinos uma/Jersona de sa ltar. Contei meu sonho para Jung o ele di1$se, côm (
é o foLO du ntao querermos oxpor nossas inforiorid.,udas, um sorriso: ''Acho quo ogoro vo-cêjá etitâ ~uficientemonto
esr,eciol mcn~o a$ da <1ua 1·La funç.:\o, que está conLamina· amndurecidn para entrar pora o Clubo d o PsicoJugio.; (
do pela nosso natureza anh'naJ, nossas Olnoçôcs o afotos icn ugino que vocó tenha. o.ntendido a idéia básica; o obje• (
inttd aptados, tivo do Clube".
Quando Jung fundou o Clul,o d 0 Psicologia em Zuri • Do~se ttiodo engraça.do, o inconscien t,o compreendeu (
que, ele Wnha em me nte tentar des<X>brir de que modo a idéü1, ou seja, de l) ue trata.se 1·eolmento de um grande (
f'unci.o narin. um grupo, ou 1.una sociedado, no qual a fun- problema, porque como sores conscientes pode mo.e entr ai·
ção inferior n6o fosse CllCO~_!:.ta O. !i.S P.~~~!).~S e11t1:0$SP.lll ... ·,: ....... em contato uns com os o,1h·os, mas nossa run~ão it\ferior l
em conlrnto umn$ co1n as o u t.rtls através dela. O resulta- uma pessoa é um gat~), O\ttr·a unio tarta,-ugn e uma ter·
(
do foj absoJutnmentc: in,pl·easionante. As pessoas <rue ceira uma lebre. - existem todos esses oninrn.isl EsfJn$
ertt.ravam para e6Sa sociedade vindas de íora ficavam Ül· adoptações sociais aprosenta1n u ma grande dificuldade. <
criv~)mante chocadas con, o eomporti\ mento rude e desa· Existem os problemas relacionados com iennos nosso
grudóvel dos membros do grupo bem como com a,s irttel'·· próprio terdtório, nosso próprio ,wlo, poi& todas as espé-
mináveis brig1,s que ocordam ent.1·e oJes. Visitei o clubo c.i ea animais têhn o te ndê ncia de ter a lg uns mett·os de (
há muitos Ano$ e, nté cntáo, nunc1,t httvja tomodo nenhu· terra nntal. 'lbdo pássaro o todo animal doíende sou ter-
mo. providôncla para mo tornnr um membro porquo eu ritório dos intrusos; nrío podemos pisar no ter1·itó1·ío uns
nchavll qu,o erf:l tímido d onlflis. Cer t.o diA Jung me per· dOtS outros, e todos ossca rituais complicados so estnboJe ...
guntou: "Você não quer entrar para o Clube de Psicolo• cem nova1l1ento tão logo os sores hutna.nos se roúnem,
giH. ou você não t-Om corage,n de entrar?" Respondi: "Eu lançam fota. apersona a ret1lntente ten Luin ont.rat· cmcon· (

ni\o tinha corageni de entrar, mas !(ostarill muito'1• Então tato uns com os outros. Nós nos sentimos entúo corno se- 1
elo disse: ml\ado bom, nesse cnso serei seu podrinho" - estivéssemos nos movondo na lloxcstu ou no mato: nõo
precisttmoa do padrinhos para entre,· para o Clube - , podemos pisar nessa cobTa ou assustar aqtw le pdsstu·o
"mas primeiro vou esperar e ver se , ocê ten1 utn sou ho,
1 f.azondo um u1ovimcnto rápido, e as coisas ficariant ex· (
pa1·a vot· se o momen to cerlo chegou'). E o quo cu sonhei? b:emamentc complicadt-1s. Essa ncccssidado do nos con1·
Sonhei quo um nnt.urolisi.n, um homem ido..~o que se pa· portaru1os il manefra d a, seJva gerou ató mesmo a crença (.
r ecia muito co1n Jung, havia criado um grupoexperimon. de que n psicologia faz com que o comportamento social
(
t.a1 parti descobrir como os aniinais de cspóci-ea diforentes se deteriore, o que, tttê certo ponto, é bastante vel'dade i-
se dovom uns com os outros! Eu enLrei no local da experiõn- ro. No Ins t ituto Jung, somos de cerlá man<1ira um grupo (
clo e Ili havia uquário$ com peixes, ce1·cados com tarta.r u· muito mais desagradável e de difícil convivência do (JuO,
142 143
í

( digamos, uma soci~~adc vo ltada pM·a repr'Q<lução de ~ães


instintos nrnis profundos, com nossas n.i ízcs int.crnas. e
ou·de1 lobros, ou u m: clube <(e pcscador<?s, pot·que nel<!s o
r é, por u:;.sün dizet·, o que nos Hga u todo o pa.:;sado da
c.o'ttt..o.to socia l slt.v tt-~.c1, de 1nndo ge1·af> om un1 nível mtti•
t.o meJhor. Essa acusação i,,en, sido fqit.~1, não npcna·o aq
humad idâde. A$ ·s ociedades primith,:as executam danças
(
Clube de Psfo0Jogit1. c-0rno f.a mbém ~o lnstitut<>. 1'\.fn_s u corn )náscatas êle·~nim a is que t(:!rn o obj e:tivo da es~abele~
(:or o contato c1\trc .a t.ribo o sou.s fanta$mfl.s a.ncestJ·ais,
vcn;JndE;.! ó que simples mente tendemos a não ocu lbu· o
que estit ocontecéndo debaixo da superfície. Em todas as ou seja, con~clá· l·a a todo .o seu pas~ado. Abandonamos
' pratic~mente·t.o das essa s danças de i-náscarns, cujo úni-
out:t'as sociedades ou grupõs de pes:;oas, isso tj. epcobert.o
... e fut1ciona às cscónâidas; todas essas dif'ículdades exjs- co rernanescentc pm·ece ser o carnaval.. (~ualquer pessoa
, tem1 m9$ nuncn s ã6 tr·a zidas à tqna .e discutidas aberta, 1 q~é ainda r\ão çonheça :,lta _funç,ão infe,r ior dêvo~ia ir a
mente:. Poréro; natura ltnent-e, enfrcntllr a son1bl'·a e~ fun- 1 um baiJ,é de carn avA I de mascar~s para dos<;úbnr como
ção inferior tem ó efeito de fazer com que as pessoas se 1 se sente! Nessas ocasiõas frt;ll~lentcrnento nos rclig{l.mos
tornem socialmente mais difTceis o menos oonvencion.al- ao nosso passado anirnai eà nossa função inferfor.
rnente adaptadas, o que gel:a: rüais atritos. P or outt~o lado, 1'boricamenie, podcnnos 11aturalm.ente ter todas ·tts ····
isso também get·a. uma maiqr· animação: n&çl~ 6 maçante, fuJ)çõe.s de ·todas as 1naJ1.eiras, m a$ i~·s o não seria um pro,
pois sempre existe uma t.erri.pes!:ade en't: dopo.d'ágúa e àl- bloma e não C;!ilC<rtTaria nl u.ita inf,e.r.\.$idade vit4l. J ung
g~m r ebuíiÇQ, e o gr-upo -$e toro.à extremanient.e ativo ém 1 disse b'ê1"ta 've.z qt.ie <Ytipo oposto não é a coisa maia difícil
vez d e ter uma superficie monótonE:., c.:.i;;.1 /€:uVfou tt.i e corre.. de co1nprecnder. Ou S(tia, se você. é um t.ipa sent,in1ento. .. •
1 introvertido, é de fato muito difícil para você C-Omprecn •
t.a. A coisa foi t ão longe rio CJuDc de PsicQJogia, a tondê;nciit
animal de cada um te1· sua p róp tia ~r:ea se t,Õrrfou tão forte 1 deí' \~m tipo 1)tiJ.1aamento e)d)rovecrtido~ .tllas é ainda mais
q ue tts pes.:,;oas começaram ft r eserval' c.adeiràs; ha v;ia a 1 difícil entender algu.ém do m esroo tipo que o s ~u çom a
C§ldeit·a de fulàno de tal, e não podí.!r1n.os no.s sentar nela; outl·a atitude. Significa qi._1e seria oxt1:e1~an1ente difícil
-is.$0 éra um enorme insulto, porque fu lano de tal sempre· par~ um t.~.po senthnenco introvea-Udo co.m pteeoder um
se senta:va nela. Notei t~nnbÇ-n) ()ue alirum as cadeiras tên1 tip,;is0ntimen t.o extrovertido. A pess-oa ·s itnplesmente eé.r:1-
uns pedaços de pape.) no9 quaí~ as Pf)$$Oas escr evem seu te qúe não -s abe como aa c0isas funcionam na cabeça da
nome: esta cadeira é 11\inha - er11. o~ttras p~llavras outra. EsSas.pesso.aS pe.rrn.anccen1 em g rande pmt.e um
~ . , ali se enigma e é mc1ito di!Jcil <:omp1'eéndê,lasespo11tàneameu-
senta o çachon·o ou o gato l.ulono de tal! E~te é utn ótimo
si nal, pensei eu: '''Ora, OJ'.a, lsso é n1elhol', as ~oisaS está.o te. É por isso que a teorhl. ·dos tipos P08Sui uma énorm~
melhorando!" Trata-se do rasta.1,elecimen~o de lima $i- importância prática, porque ·s ornente ela é capaz de ev:i.tar
t ua_ção ori&'lna.l e natural. ivfas ~ ünpressiona nte quão qué interpretemos deterrninadt1.s pessoas d e uma ma11ei-
profundamente a função illf~rio1· 4 capaz de nos Jigar à ra totahtiente exrad a . Ela representa uma pista,. pelo
esfern da natureza anilnar existente dentro de nós .. h1enQs teoi~icànienfe, para cêHo e1i'teiidíinento de u ma
Afora a manefra h.u modstica pela qual a.cabo de pessoa cujt1s reações espontàneâs são u1,n. completo enig-
descre_v ê-lo, trata~~uf deu m foto mu ito importante, por• ma~ que inter1>rétadnmos de uma maneirt). tota.)me nt~
que a funç~o inferior é n~yerd?dE! ·a Ug~9ão eoll'! 11os~os errad$. caso reagissernos e~ponta.neamen.te. Reccn~:m ente
pude obsei'var l~m caso assim. Urn intuitivo pôs de lado
144
145
(

/
(Is fatos de tut manefra que um t lJ><> ~cnsaçiio tove a im-
pt·ú$~(w de q.ue (J O:utro ora <> maioi· rne-o tiroso qu~ ele j á. .. t.erríveJ tuna da oútr·.a. A person~ lidade 5ent.in1ento ·~stil (
conlwcero, 'J\1do qwf aqucJa p<":ssoa int.uitiv.o dizia não.': c9m um rnodo mottal d~ outra personalidade .sentimen-
C$tavo cor roto; o tipo sensnçll-O vc t'ifico~t t udo, .e cada fato to. Assim, d ida que a ú nica manoin\.·de nos rclac.ionar-
~stava tor'cido ou, de nl[,.11u11a m.:i.ncira, n úo estava bern rnos no t1ívef da fun_ção h1fc rkn' é através cio que Jung (
clHlma de cortesia da selva.. Nu solvi11 quando as pcs.so~s
certo, e assim por diante. "\.ssin'I, o tipo sensa ção ficou (
Só enc-0ntram, êlàs pnnun a dez metros urna d~ ou tra e
com a impres~ão de que isso era terri veJ, de que a o~trn
buixam ~stensivamente .as JHns:as PAra mostrar que não (
pessoa meneia de inanhii. à noite - ncnJnnn dos fatos
que ela citara ostava correto! Ora, nacjuele caso especJfi- tt?m intenções ag1.·eSsiVA.s.. .Elas e11tão se inclinam, às ve,
ze.s se ajoelhan1, ·ê é nt,ão, Je.nt.amente, avançam em dire- (
co, não se tratava de men tira.se) s ifn, de uma tremenda
unHateraJidad~ e cornp.Jeta im pre<:isâo com 1·t:d4ção a<) ção· à oUtra, p~\rando de novo e se incHnAndo de l)Ovo, (
aspecto factua l. De.s se modo, a acusação de' que a pessoa assegurando uma ' à outta de q'ue não tC.rn neQhumn in-
ten1~ão de faier mal,' e ·s on,ente enUfo elas dão um a1.>erto (
e)·a mentit·9sa estava incorreta, e , ness.e sentido, é muito
ôe m ã o. '1\ldo isso é bastan.te sen1elhn.nJ.e à maneira como (
.......i!r.lP.Ql'tJ.\JtJ.e~c~J.))Pr.e~u.dt.t.os,tipos.,.p.orque assim 1.n na gran~
se a proxirnam um do outro os anirnais que não $e conh.e -
,te parte dos clifícci~mul-ent,mdi.dos pode ser evitada. Fl1i
chanrn.da para :resolvcl' a. disputa e tentei ,explic1:f.r que cem. Eles o'lham de Jonge 1 ~vançam ttm· pot.JêO, pai-·am do (

nesso caso t ratava-se apenas da clássica irnpr ecisã<:> do novo, o d<.~pois tentam ler n os olhos do outro o qu~ elé vai · (
tipo intuitivo. E' preciso fozer essn pessoa se definir, ' faze1.:. }'i'aze.mo.s eXatanumte tt mesma coisa! Tão Jogo caí-
interrompê-Ia· a ca<}a frase, ·e d izer: "Como aconteceu exa- ·m os na função i nferiol:', nós no.s comport amos como pes- (
tamente'!" Ivlas é ·a inda mais difíciJ, como já disse, com- soas p t imitivas coin felação uma à outta e, por conse-
(
preender um tipo da h1esma f1.1nçâo com. a outra ·atitude. guinte, precisa.moa d.e t,odos o.fs 1:ituois que ~s pes:Soas
Nesse caso só podem.o s reaJ,mente usar a teoria. pata cmn- primitivas usa111·q1.rnn<lo se encon t raui. $6 podelUOScon\- (
pre"e nder o outro, J)Qrqúe isso não é poss(vel através das p ensar n irnpetuósidade e irnprevisibilÍdl)de da funi,ãó
inferior.att'avés'diJ <:ol'tt:>sia da selva. ., (
no~s·as reações esl?ontaneas. 1 Li recente.triente em Les RJtes de Passa.ge, do Van
De modo geral, na esfet'a da fünção inferior, as pes- ' Gennep exen1plóa de·C·ómó o..c; e..xplora,dores se aproximan1
(
soas sentem 111cdo u.mns das outras, utn Uledo. t~rrívE1l,
porque s e sentem jndefesas. Le1Í1b1·0-mc de que certa vez d.e uma alcteia pl'imitiva, E lc.s têln 4._ue parar quando es-
discuti l'Om u n10. mulher do 1>.1esmo Upo <.jüe o meu - tão a determinado r\úmcro ,te quilômetrôs da aldeia, tl"ês (
pénsnmen.to intl'ovei·t.ido - e.gdta,nos uma .com a ou.tr a. .tnensageiros se ítpt·oxünam e os hahititntcs <(t( aldeia prc...
cisartJ ser a.ssêgtttii:do~ d e que os explorn-do1·es não têm (
Na noite segµ,h1te, sonhei que uma lebre e um pequeno .
papa.gafo australiano fornn1 posto.s em u~na jaul(l; e o tnás in tenções e, espeé:.ialmen~e1 que uão pretende.n1 usar ·
papagaio estava sentando no })oleiro, tremendo ele medo, magia negra contt·a os hâ.bitant:es. O s .mensageiro.s ~r~t~o·
retornam à aldeia 1 e quando voltan1 novamente ocorre <C
e a lebt:e-. 1:10 outro canto dajauJa, sentia a mesm a coisa.
As$im, o comentário do sonho er a o segui nte: na $ttperf(. u ma troca d e presentes, àS vezos até mulheres .sáo
(
trocadas ou ofOl·eçidas aos hóspedes, · que dormem com
cie, ·nós brigamos, ma·s no fundo estamo$ con1 um medo
elas, p~rque isso ~st.abeJece uma espécie de afi,.11idade; sê (
146
(
1.47
(.
(

( u m ho mem do.rme com a mulhe r d e outró hórnern, e)e :3e


tavn. vo lta ndo pa r~, ci1sa de catTo, a ltns h on\·:,j da noite,
tonu~ ptlrent.e. passa. a f4zer parte da farnili a . O povo
com u m h<;>m c m do ti po intt1~tivo. e el e se esqueceu d e
N.as kapi da penínsuht dó L jjbrador fazia isso, e rnuitos
liS"ar u chave .d e i(fniçâo. 1~ntou rcpet..id as vézcs f~uer o
r esqu l ni ós costu m avam E;tnprestn r tis 1nulhot·e:s aos es trn-
~m~ro pegar e nad<:L Eu me Ili.rev i n P!3rguntar dc lacad a-
n hos à noü ê., pa ra e vitar qua lquer t.ipo de ímpeto nocivo,
qualquer idéia. de qu<) u m 11()spe~e pudesse. m.o.t'a r as J) es.
01~ute se ele }HlVil\ lig(tdo a ignição. ''E claro", veio fl [CS•
soas da casa, ó u que estas ú lLi111as pudessem matar o posta, m as com tanta emoção que n~o ~nc a~rc-vi ~ d izer
' hóspede, o que poderia acontecer a qualquer momento mtd s nado ! Ot·a, essa en1·s ua sensaçao rnfotlor! f.?J.Câmos
' . enUío .a.H sêntados·durant.e tni;!ia ho.r&, e tin~a ccrtez~ d e
n·os pafaes· em qlle n úo }~avia polícia, pois a pessoa pode-
que sabi_a q·11. al erft O prob1e.ma, m~s nãq.9abt~ ·c omo dizer
r io simplesmente dcs~p.nrécer pm.. a sé mpi'e se vlsita$se '
isSo ã ele! o meno r t.om de au rorü:lade pu de que cu sabia
.e.sses povos. Eut.re·· m lÚtos povos primitivos ocorra uma
Íl'úc.à de sangue; el e.s-dão u,n corte unt no outro é troc.~m
mais do que c io ter h1 p toduzido tm:i,a resposta se'm elhan·
te . Senti*In(} l.nd e(e.sa porque sabia o t.empo to<lo o que
-0 anrigu0-. .€:xiSte também u ma rnaneira especial d e beijat· f estava errado, 011;1s .11ãO s abfon.':Orno çonto1·1Jm· <rpont-0 -s erF ...,. ·
e troe.ar pres(?ntes - to'dos esses r i tes d e passo.gf;! enttam ~
sível. Vém,os -9,:iui que a funçáo inferior e o pon to sensível
e~ ação t.âo JogO temos que noS rcJa ,Clonnr cm1) as · pes-
'""::-~...,
.. ,;-,,,
. - ..... ., .... i A ,~ ~r,
- ~:.,.,o ........ { ~•,,., ,.. (i. (\ 't nfe 1•ior
••y-· - ., , .. . .
estão completa1)la{)tq,re.1a12ionaclD~,.S.A,~!~ );t,(19 t i,(é$Se uma
$ensa_ção inf~~rio1·1 não tc1:ia ficado tão melindrado. Se eu
P odc;u uos perceber a mesn)a cois~ na vidí;! cotjd.iaha:
tivesse per guntado: "Você ligou a chave de ignição?" E le
Podemos, por exernplo, cQn hecer ofguéin hã dois ou três
terüt respo1)dido: "Ah, m e.u De-u.$, caqueciJ», teria Jigado a
anof:1, mas Úpãr)J1.a·üO nive] con':·etlcional d e to..1narmos chá
ou jantarmos juntos, t' 0.0:nvo•·.:: m,·m ,*,._1 ·.eohre o te1npo, 1;1 chave e teríamQs ido einboraJ em-v.e2,<>l${i(!&,Jif.~ sent8:·
política e questões teóricas, sem nuncn terhtos ow~.ado dos dtn:~nte nnrn hora , imagin~ndo qu~l poderia. ser o
toca r n os J)óntos sen.aí veis um do outt·o , ou lev~i' a. con- problema,.e eu ·shnplesm~:nte ~1áo sabia çmno e bordar essa
área sensível da funç.ã o mfer10\·.
vers~ pal'a algutn assun t,o delicado . iVfas':e.n,tfü>, certo dia,
serttirhos que nãb é um.··re]aciôflamento· de verdade, que Havia n.esse casô a q u estão d 9 . prestígio dele. Devo
di·z el' ta1i1bém que uma boi, quin,tidade d e álcool favore-
nãO est~tmos realmente nos aproxima ndo u m do outro.
ceu O abaissem en,. ·o q u e tornou os emoções bem mais
Bebemos então u1n pouc.o d.e vinho ou, se a atinosfera e.s-
explosiva.:;* Além disSo; o hQnH.n n érâ mais velho do que
t-ive r favc:n·áveJ, expomos nossos pontos $Cnsíveis e. couvi-
~a.r'noa a o utra (JesSoa a fazer o mesrnO. D~ss~ modo, a tnt ..
eu, e eu est.aria seu do ·nu\l-educada. O CiJjO de cortesia
1. ·oquerido nã o era o dapersona.; é uma questão·d e ter ttm
vés de todas a s p _t· ecauções da c9t·tesia da selva.
Jentamente no.s ttproximan:ios um dõ outro! Não conheço verdadeiro s .e ntimento com r a l~ção às fraquezas d a .ol1-
tra p.e Ssoa e não for coi·ugeln de t:ocar essa fraqueza.. Qum1~
nenhuina outra fórrn.u la qu<:fn.os permit.a nos apro,;d mar-
mos do outro Jndo·, porque os pontos sensíveis gerahnen- do dcise.i1c'acl€!amos un)a cmo·çã<i, existe sempre. o Tisco d e
té estJiQ ligados à função inferior. utn rompimcintq ootn pleto1 é um ponJo c.ritico, pois pocle
F.;xiste difol'.ença ont.re a cortesia pessoal e a cortesia
ocor,·er .separação â e.fin.i tlv·a . Sei, por exemplo, Qt lê certà:
ela, .sehra, 'lbn,e.rnus vez um grupo de doz.e pessoas <leixaram o Chlbe de Ps i-
.. ... . um exeXnplo prátieo: certa vez, eu es.. col ogia emocionalmente abaladas . Não quiseram mais
148
14f)
r
(
discu(ir o pz·ob Jo·m n e símple!Smcnt,f.! pm·tfra m , havendo (
entre elas pessoa::; d e rn1..tlto vp.lor. Encont.rei u rna dêla~ corocterísticas do tipo tx,si<:atner,1tc int.u itiv?; 1, or cxom-
nai ;s tardG - um senhàr:que estava terrivelmente, a n c- pl.o, f!IH $e tornou c·o mp lct.mnen tc impt·e<:jsa t~ t·espeito (
p-cndtdo - e pêrf..•untei ~}·ele por que n ão vol ta vu, m as C-l<; dos fato·s e passou a te,· r)roblmn.a -s par a so r:elaclonar com
nâ.o pod ia ; disso que isso iria con tra seu sen tim ento de. ele~. (fxatumento como ocorre ~om <,> íntuit~vo. :E-la eutit.o r
honr~. A em oçi1.o fo ra longe d emais! E lo d íssera c0isa$;- ded o.rou c nfaticam ent!~ que sempre for a u m. cz:r.o di zer (
tão (,erriveis na )fora da raiv~ que sentia que l)âO pode1·iu que ela era do tipo pcn$amento.~ pois e.i-a do t.ipú intujti -
voltar ; seu orgulho tornava isso in-1:pos$íveJ. l9So é trági- vo. Ivfas isso se dovia ao. fa tó de o la. estar n.o est~gio (fe {

co e E~xtremamente·lam ~n táveJ e é f)or i-s~o que a cortesia viver n~ seguntla função e estava exa.tarnente e11tra.ndo- (
da ·selva é nccessári<1 quan<l<ilidamos com a função infe- n~ crise d e p~ssar para a tetCêÜ't;1.
rior, porque. a.s e m.o~õcs fa.ciJ m ent-0 vão longe de,nlliS e O proceS$0 de ass'i"rrtilaç<)b d i\s ftmç9cs JH}O é Qe m:odo (
en tãó o r elâclonamertto se rompe patft sempré. O mes1no· nenhu m fácil. i\ss.i mÜar l,ln'là fuilçã~, na Verdndo, s ígnifiª
(
pôde acontecer ta nto co1n ·doa$ pessoa.$ qua nto com ltm ca viver pe lo menos a:lg1l ns anos completamente com essa
....... m·upoi podem facilmente se afastar táo violentame nle q ue fu nção eni prilne-fro pfoo o, ·a ntes q ue pO$safnos. afirmat í
·a .reconciliação, .se tOl't\a impossível. A funç ão ili.feriar q ue a ilss ü nila mos. Se à lgt11n" vez coúnhamos ou co.$tU·
(
acrescida dH carga d e emoçãO que- a ac.o n'l.punha é real- t·amos um pouco. riáo Qltér d izer que ~ssirr.t ilamos a fun -
mente assu'n to perigoso. ' çáo da se.nsa$,!áo, e $ú pensamo~ um poucp em uma. tarde:
A assirnila,ç ão ·c tas funções é uma questão. t~'io·séria. de domingo, n tto s ign.i.fica que .a8sim-Han1os .~ função.pen·
samento. As. pessoas freqüentem en te t.ôm g r8:ndes ilusõos (
que a s pessoas gerah.'11.en'.t l-:.: _p assam. lu n temp,o enorme.
OS$Í,1'.nila ndo as fu nções auxilim·e.s e, à s veZes1 di"gam os C()tf\ Yelaçi\o à isso. SÍt,'nifiea que toda a ênfase da vjda,
durante oito Qll dez anoa, elas se tornaJn u n~ tiiJo q t.l.e nãú thtrantê a.Jt,r tun iempo, t·epousa sobre aquela fl..m~ão. A
éta seu tipo ori_g inal. Con heci, ce rta ve?., u n1a m:ulher.que passagem patá ·a fuhçáo seguínte ocgJ:re quap.do senti• (.
e ra do tipo iSentimento int.J·overtido; ou Séjtl, no pa$sado mos que () caminho quc.estan10·~ seguindo .s e tornou sem (
ela fol'a um tipo sent.imento, rna,$ no est:.tgió em que n os vida, q uando ficamos entediâ dos c.o m nós lOe.smoS e nos ,
conhecemos, eJnj á havia alterado o ·p1·oc0$$0 para cle'scn- sns a tividtldes, ou temos consta ntemente a se.tt.:;.aç.ã o d e (

volvcr a jntuiçã(J e; n a q uele estágio, estava te ndo oey ·rnes- que n.áo á isso que queremos - é flí que novametl'te atin-
JllQ$ pro blerna.s com su a. sensttção como ·se fosse um.a in- gimos o estágio etn q ue-t.emos que faee1· a ,m udança para <
t uitiva. gen u.fna. Ela estava ll<> estágio de ser intuitiva; outra f'miç&o. Em geral, nã.9 t.9rn.os teOt·ico mc;mte que de- (.
até jurava QtlO osse era o tipo do1a! Mas, ao t:ixain ir1a1:-mos cidir fazei· isso. A melhor m aneira d e saber- con10 lllltdar é
(
com cuidado a histól'ia do pâssado dei.a, pe.rcebín1nos q"Ue simp)esmenfo perguntar a n ós mes.mos: "Muito bem, t udo
isso não era :Vf3l'dade. No·s a nos ant.es de ll.QS conhecera jsso agora é c91nplétamente m açnnte; não s ignifica m.ais (
mos, e la estivera vivendo basicmnente a través.da intµi - nada para tnim . ~~i~~e. n9 )Qeu p ~~$-~çiQ. aJguma ~tivido~
d e que ·eµ ainda conSe~iria des.frutai:? Uma atividad~ (
çãQ, porque s eu sentimento já estava desgas~ado e não
continha m o.is 1ienhurna vida. E então pa·s sou por·todas qu e ·a inda me dari a praze,l'?" E e·ntão, genuinamente, es- (
a.s cl'ises de tel· que trocar d a intuição para a sens.09,ão, colhamos essa atividade, e nesse. C-0$0 ve1·em.os que nos
d eslocamos par a a função inferior. (
150 ·- (
15]
f
r
r
1>;\JlALlsLÜS AH<-/ U t,:'t 'i I' l <.:O:,J pri ncípio das qu atro fun\·Óes, tocou em U ll.H'! idé ia !'lXfr'e•
00 M OlJE LO DAS tiUA'l'RO FUNÇÕES Jna incn te a rquc típica, vis to que uma analogia oriunda
de ât'lf,'l.do complcLa.men tc dlfere nle tea·p arece n~ fís ica
Corn ~.~1.n mo<lclo d 'u a qua t ro ru nçõês, J u ng qoerfot modci·ou e Ó exposta pq r p~ssons que não fo ra m d o m odo
estabelecer u m mode lo heUds1.,jço que nos pcnn ili'sse <:om - nen hu.n1 ln flue.n ciad~$ pofo pensa mento ju ng uiano, Mi ..
preenàcr mel hor.o funcionam ento da consciência hunta - • n hfi a~i ~udé com rei.ação 0 i !=.~O ( ! q ue a iddia d as q uálro
na. E'st.a é uma hipó l.ê$ú de t r abalho, não um dogm.H, runçõcs ó u rn modelo :;1 rquet.ípico p~r{l ~ obs l'? rvação das
qur-pr<~endent.cm~nte, contud o, moQclos quate1·mirios coisas e que encerra ns van t..<~gen$ - e as dcsvan~ogens -
' tain bé m s urf,,frmn n {l física o na teologia,. modelos q1.w de todos os mo(lelos cient.íficos. \~1o1fgang Pauli, o fís ico,
pat e<:ern c:star 1·eJacionados com b modeto das funções de dlsse êert:a vez al{:{ú Qul:J me parece extroma.rnerüe con-
J u ng . ,l'l'c.m os n a ffsic'a , por exemplo, os quatt·o pdncfpios- vincente, o u s eja, que n c1Ü)utna teoria , ou nova inve nção
de tVillsí nson. De acordo. com \Vi lkinson, pode.m os oJh:m 'p rodutiva no campo d a cjênc.i.~-1.~jam ais fOi e laborada sem
para os fenômenos fi:sic.o.s de q uatro .man.e i ra9, e.x.P,lican.. a porticipação de u ma idéia..arqv.et·í r,ica., ·As··i déias-do ·e:S-· ..··
do t9dâs os fe n.ôn1enos ·a. pru·ti r do ponto de vis ta d e pro- pa~o trJ.dimensional e q uadt ünension.al, por e:xerttplo1 se
cessos e n.e i·gét.icoS. Seria a ná logo à fu nǵ9 &(?QS"ção> QU baseiam e-n) \U:ru:1 r e presentação a>'CfL~út ípicn, que sem pre
percepção sensorial, que é u rn proces so energético - ·os fu nciQt:J.Ou, atécert.o p.onto, de u n1a n,aneit'a b11$tflnte pro~
fó.toHs ati ngem nossos olhos, e assin.1 por düinte. ·O pl'tn~ dll~iva e ajudê:1\t 'a explicar muitQs-fenôrrLCnos. I\:las to mos
cípio da g r avi ttlÇfü~ terin certa analogia com a fun.ç âo pen .. e ntão o que Pauli ·chama de a autolimitoçâ<) çl11 hipóte.se·
;S{ltn.ento - orga:nizanc~ó os fa tos efn determinada ordetn, a rquetiP.ica, oú seja, -se expand ir mos excessivamen t:8 -a
umn e$fSta $\lpedor.' ~ uma.inferior. Podeu1os explicar !?lll idéia ao:; fenõmonos onde eh\ náo sa a p1ica, então essa
grande parte os fenómenos rnat-eciáis a partfr de-s se pr,in- mes Jila fdéi{l: m·odutiva passa a inibir o futuro prog,:·o$;S0
cípio QU·deS$ê ângulo. O princípio envolve- a coesão·d e n- científico. A idêiado espa~o tridimensiom1l, por exemplo,
tro do núdeo do s;it9Jno. Pal·tículas com a ti'tosma ca.l·go. se- ainçia ê totahn~nte válida para a mecânica con)u m., e todo
.repçlétn a uma -cei·ta ~istã11cia., ma8 se 'elas se tJ-Pt'oxt- carpinteiro e pedrefro a utiliza q1,1ando faz um desenho
m â m tnais pá.Saarn a atrair urna à ouétil atravé,s d e uma ou elabo.ra un1 proje to, m.as se tentarnros a plicar a idéia
co esão Cspccialrnente po d1:;rosu. It:;;so co:r respond eda à à -mícro fjs ica>" perc-ehemos qu.e e.stnmos em um cam inho
fünção sentimento do rclac"ionantento e da 1·eJaçáo. F i- totalmente.~rrado.AssJJn, pode ser d ito que essa er a un1a
nalmente, o quarto princípio en volve o q u e:;i os físicos cha- idéia ai'quetípica que se ú)·ig ü1ou, como pod(;! clar.am~nte
mam de 'lnteraç~o fr~ca'', que é Ulll proc;esso constante, ser demonstrado n a mente cientffi~.a dos ocid~ntais, atra-
milito lento e, difuso que d1$SOJ,·e todos .os fcnômeuos vés do d ogrna da Ti-indade . Kepler, ao é tabo,·ar se~t.s IUO·
materia i_s. Essa d iS,solução corrospondel'ia à i ntuição, .quo· delós plànOt81·ios, d isse que <> ç)spa_ço tem três dimensões
se1npre te ndo a e'.n u:viàr ou <!-is:solver os fatos , e só conse- pôt·.q ue existe a 'l\·it1d!lde! Ou tomemos Descartes, que
gue otu.ar se C! Íize1·. sustentou II idéia da causalidade, dizendo que ela.seba·
'I'rata ..so do um ponto de vista novo o lntere.ssante seava 110 foto d e- que Deus· nunca tem caprichos, atuando
q \le clem9ns.t r:a qy.~Jnng, com sua, in t uiçâQ, ao elaborar o sempre do uma manefra lógica, e q u o, J>ortan.t:o, tudo tern
152 153
(

ql1<J estar c:o n~ct.u,lo <:ou:;almente. S~ J)eus t.lvessé caJ,tí-


chos e-idéias r·epent.inas, ·n ão podor ía havor n causalida. los do~ qu t1t,1·0 c va.rtgclistas, dos quals tt ê$ sã o ani m:1.is e (
de. Desse modo, todos as idéios básicos, iHclusive na árua um, um s er hunrnno. 'lbmos os .quatro filhos de Horus,
(
da ciência, são mod elos a rquet'ipicos, mas só funcionun 1 CQm ~.r ês animais o uma cabeça humana. Essas são rna-
·d e. tuna formu prod~,tivu s e não tcnta1·n\os ins cr·i-la~ cm nifestaç.õ es do u m arquétipo eso·ut.ural bá'$;ic.:o ria ps!que (
fato$ ou ~írCris nos quais .n ão Se encaixmn. h umana., dn disposição eln um ser h umano que, tão Jogo
e.Ic tenta cri;.u· u m modelo de ~1ma existência total - do (
Cre io que a teoria ciaS quatro fu ni:ôes eru;t.-?rra uma
espécie de va!ot pt'ático, irias não é um dog,üa, o que a múndo c6smi<!o tota l, da· vida.humana tota l, ou algo dos. (
tornaria totalmente rígidà. É por iss.o que Jung a apre, ..;·tipo. -, tende à usar um moélelo quádruplo. A escolha
àp-(H1as recai naturahnon te sóbi·e um modelo quádruplo {
·• senttl claramente corno u fn ponoo d e vi:St.a. he ut·.ístiêo -
un1a 'hil)ótcse pt-odutíva atra vés dà q uar podemos desco- com mais freqü ência d o tq~w· s obre quãlquet· outro. Na
t
brir coisas, mas nfüf a lg o que p'Ossamos do a lg\rn1a ma- Chir:ia, é ontonti:ttdo EllH toda pat'te. És.ses maudalas q uá·
ne ira cnract.e.r faar como uni ·d ogrna. absol uto. Mas sube- druplos· sempre surgem do i mpulso de cria i' u m 1nodelo {
mos que em todas as peSquisu·s cion.t.ificas l1ãó podemos de.. e,dstêr~c,ia tótal, quando as pe.':iso~s não q uere m en· (
frentar um único fa t.O e , sün, uma.. d ~éê:rição d<is fenô mõ .. ..... ... ...
fhze r nada aM1n de apre.sentm·-modelos d ~ pensa1nen.to e
verific.at· como os fat.oS se encafa.a rn n.e l~, e sê os {ato.s não nos em geral. Usar esses modelos qu·ádruplós pai·a as to- (
coincidem temos então ql'le ·cot•t·igfr os 1.nodelos . As vezes, talidadesseiia, portaut o, uma di:sposi.Ção ·e stnttural i na.l ~
(
não ptecisamos h:wis ar todo o mod(,ll'o d e pensamento, mas
.clp. psique humana.
temos que dfaer que ele só i;ie f.lj)Hca a certa rhe-a e que, O p"l.'Oblerna das· ()uatro fu uçóes na consciência d? (
indivíduo soritt u m produto se.c u nclário d esse·n\o<lelo mais
tão Jogo nos do.s.locam os j)tlra outt'a esfer a.d e fatos, ~le: .'}e
torntt ,uma distorção. Estou p~s:;.oahnente conve ncida, básico. ~ por isso, cõmo te)1tei expJi.C.fli· com ref<içãô ao (

especiaJmente ·c:om esta nova coníu·mação dos pdnêípio$ d Íagrant.a da. p ágürn 29; q ue não.é à conse.lhável usâ:1' os (
wilkin~onianos, de (1lte airtda náo exauri mos a produtivi.. fatores <las (unções conscientes par a explicar funções na
est1:utura arq:uet.íP.ic.a. Em vez 'd is so, d even.1os dizer que (
d ade do modelo, m as não signifiéa <1u·e nilo exlstem fotos
o pt·obJemn das CJ.ua~ro funçóe$ ua con6ciência do i ndiv( ...
que- não se encaixam nele e que nós força riaíl'l a tevê..Jo. (
d uo é uma das múltiplas manifesta9ões d essa disJ.Yosição
O prob]ema do terceiro e: do q,tartq Jl·o. simboU$1no
ntquetípica mais ger a l. Se, por oxén\plo, tentarmos (:IX- (
•'elJgioso também se relaciona com o p1·oblema d as q<lâ ·
pHcar o ~nodeJo das quatro 1nontanhns rias quatro clfre• (
t ro funçõe-s. Tomando como l'Gfe.t êncio o d iagi·nrt1a da
página 2!), a ·constelaçáo arquetípfoa e~tarfo (la base da ções do mt.lndo na G.MnH, ou os quatro ventos nos quatro
cantos d o mun.<lo,. se i:entannos cal'acterizá-1os dizendo (
psique, a tend~ncia estrutm:al de def:ienvoJver.quatro t un-
Que um deles tern que ser o pellsame1itQ, .o outro tem, q ue
ç:óes que encbntrarnos e m todas as lU.itolof:.1D.s·de-qu.ati:o (
pessoas, nas guat1·0 d ireções da bússola, nos · quatto ser outra função, nunca chcga l'etnos ;;f Jugar ne nhu)l.l; ~t
ve ntos , nos quatro â ngulos cios.quatro eUnt-0s do mundo e coi'sa não dá Cél"to. Assim, <liri~ que o a1·quétipo .d.-0. 1
em todos os simhÔl/smos de q uatro grupos. ·E la tambétn é
qua.tcr11io como um mode lo da explicação da situaçll.o to-
tal é 1nais geral do qlle as quatro funções. Existe 110 ser 0"
encontrada no simbolismo cristão, por exemplo, nos símho-
huinano a ·di$posição inata de sempre criar esse modelo (
154
155 (
(
r
í
r quundo eJe t<mLa cstohêlecer u m,:1 orie nt.açào geritl parti
que fez: só podemos dizer o seguinte: "Bem, essa é. suá:
.
a vi<lu j'ntcri<>r ou exterior:. Seria, portanto, perigoso r o-
duzit· o dogma da 'l'rir,tdadc e o problcrna da qua,·ta pes~ sensa~:ão lnfe.rio)·, vamos esquccm' o que passon". J\1ás é.
soa dn Trindade. se;ja a. Vírgem lvl a ria ou o demônio, ::1<.1 bastante típii:o q ue a sombta ou o hl1pulso negativo se
' jn.sir'a S0rralcifram.ei1 ~~ na fu n ção lnfe1·ior. Lembro -ma do
problema das funções. 1' rcfir{l i rl verter o processo e d fac ..
r coso dé um homem do ti'pci sc11tixnento que estava S(!ntin-
que ele ·é uni problema ::itquet.ípico m(\i'S ge.ral., mos que
do Ciúmes terríveis pôrqu e u ma mulhe1· ~m quem ele es-
a~i-;.ume, no indivíduo; cnt.ro ouLras coi sus, n for·m a d a $
qt,1a~1·0 funçôe$, ou t.em relação <:orn. elas. Nn relit,'1ão cris- tav'n inter ess~d<J t inha uma tremenda transrc·r ência para
tã, po'r excmpJo·, o de,mõnio ó o Símbolo do m a l nbsoluto Jung, e 9 tipo scntimet>to achava .que e:;:tava sendo de.'3·
na D)vindadQ., ,~fas set·ia. uma g rande pte~unção confe- icspeitado pm· ela. E la nern olhttva paro ele; e: isso partia
o coraç~o d.ele. Dura.n te longo tempo e1e não conseguiu
rirmos ao nosso J~nsa,nent.oou.s(mtiméllto inferior ág:ran·
superar o. problema, e até mesmo .~ screve.u uri:1 Jivro çon-
de h oru·a de c.hamú-lo de o demônio ém pessoa! Essa s.e ria
den·a ndo a ps iCologiajtJnguiu.,na, choio de f?.ITOS e citações
umo. explicação bastante inflada das nossas inferioritla·
........ ,e rrôneas;· ·no..·quf1:l.. ele·-introd1.1:1..1'u uma suposta nova é
des - ~ls.sim como não poderíamos dizer <1ue.nossa,s três
melh\,r· /ilo:,ofia - be.m mel.h or do que a de ,Tung·- nomi-
funções rfil~ttiva1rienté.dçsenvo}vida$ $e iden(,ificam coin,
n.a. siaft Odiosa'. No nível do seJ\~imen to - sua fttnfã<>
a Tl"indadcl Qua~do c-0lQ-Ca}J1os as coisas a~sim cJm·amen -
te, vemos como a id~ia seri.a ridícuJa , mas podemos dizer sup~dm· - esse hometn nãÕ consegui.~ fai-er nada d1?~a-
g radá vél; seria incapaz d e atacar lung, por .e xemplo,
que e.xJ.ste almtm.a ligação, desde que o m~l, .a negat.ividn ..
porque seu,sent.imento. 01,:a .por demais diforenciado. Ele
de e a dcst.:--:.ctibilid-0:de efetiva1nt'!nte eSt(t}a,,1 conectados
p~l·cebia da.i ·amen.te que.Jung, c1ue não era culpado da
n?ind)víduo à função i1Ue.rior. CQtlto um ex~n~plop1·tí.tico,
tJ'ansferôncJü.. dessa ínulher, .n ão ti11h(l nenhuma.culpa
digamos' qU/> você tenha um~ tendêt\CÜt natural para fac
zer int.rigas; no entanto, você raram.e n.te faz issQ, ou sua do qLtê esta:va ~contecendo, de nwdo .q ue o sentimento do
homen1 pel'luãnecia hon1'·f,ldQ. Noen:tanto, Séu pénsarnento
so.rnbra int.t"1gnnte r aramente irtterfero com suú função
principa.J, por estar de tal tnand.1·a sob seu CónttoJq.~tiço inferior detectou a motivação - que era um reles ciúme
e flad;1 ma.is -, e ,produ,zi u· tun livro da pio1· qualidade
qu0 ttão COfü;lt:g',uc:: se illte,r pro$ef\ttJ; no entanto, ela esta-
beJeç~ façjlm.ente um cont.ato com çi função inferiot. JjossíveJ, cheg'ando ao ponto de cit.ar erradamente certas
fras·e s_das ob~·as de, Jung. Ele ncl.n rnesrno conseguiu co•
Posso 'dal" um exé:Jnplo de aJgo quê n.1C ac.o n:teceu ou-
t1·0 dia. Ún1a pessoa int\titiva tin ha .que l\le .~ pvip.r un1a piar co·r rets.nnenté as citações porque havia sido ceg4do e
Cal'ta. com cCrtas notícias muil-0 agt·~dáveis pâra mirn, ,arr o bat-a do por um impulso dn sombra. Os impulsos da
rna.s éstavu· com muitos citunes e pénlcu a tarta. Ota1 foi sombra, os hnpulsos destrutivos, o ciúme, o ódioi e a$sitn.
sua função sensação i,n ferior que a fe.i perdet· t'J:carta ·que -por diante. geralmente se ~ipodoram da pessoa através
da função inferior, porque lásse é o ponto fraco, é nele que
continha a.s boas notícia&, ou isso foi obta da sua sombra .
rlão mantemos tun perm~nen.te contl:olê sobre nó~ mes-
intrigante e C?iu,n'Jcmta? As du_a $ coisas! A sombrA intri-
gante e oit1lllenfa se apoclet'Oll dela ettra vés da função in• mos, é nele que não estamos êonstan.t~men teco~l.scientes
do funcion;lnlento das nossas àçócs, de modos que é nes·
ferio1·. Ê impos:;íveJ conseguir que essa pessõa assuu)a ó
se canto que as tond.ê n.cias destrutivas ou negn.Uvas ata-
156
157
(

i
ca111 . NE!$SC. ctiso, podemo$ dizei- q u e o demônjo z-caJmcm. deÜrnr o cai·~·o com Rt? rq<fas até.que inúmeros vapot·es úS· (
te cst.(t r·efacionudo com a qual'ta função pot·~1ue ele. Sú -.. -
,,podc::rn da.s possoas o través dela. Usando um cnfoquG:
c.;endQ.rn da serpcnle e todu ~l planície s<:que o se tor n~
(.'()mplotamen te arenosa o 11a1:,'n1. Ess,i é a terra que não ó ..·,,
tneâieval, poderíamos dizet que. o demônio quer destruir um.'l f,l~rra, e gim unHl l>cdra ~em pcsu. Mas CJUando (IS
vop<:>rc5 ro~ornatcm sob t-i form,~ de chuvà, P.nl.fio você pode (
as pcssoàs e sempre tcnC.í ffá se a pos.sar de nó!:> atrovés da
fuflção inferior . Esse é o probJcma da quarta pot't o, da t irar o çano d u água e icvá-io parn terra fitme:; rtessc
(
momento \'OC"ê lerá pos to suas quatro rodâs Súbró u cnno.4
sçi)at ,por onde n ão ape~>as os aqjos~ mas tc:unbén.1 os do.
lnônios, podem enti·ad Desse modo, creio q uo o p robfe1.n a 8ss,a é u.rna i mügem 11lui to cstronl}a, (firamos-as ro-
r
dn 'l'rindade ·c do de1nônio, <.:orno ~Jung coinent:a em seu das do carro e as colocamos sof~r~ e le. E intcr'essante ob· (
ensaio "lntcrpretaçãô psicológica i;lo dôgrna 'd a 'n'indade'',
serva~: q u e de untá i)Htneira con1plêtan,ei\te. in,de(.lenden -
está efetivamcnt:e relacionado com o p1~oblerria <lfl:t; fun.-
to e~tcontràmQs •a rnesrná image.rn no I Ching, ~mdf:: J;t::;;
çôes , mas não podemos 1·eduzl..[o a.d problema das fun-
vezes se .di4 que temos que tirar as J'odas da Carru agem. 1
ções. O problema. das fu.n ções é uma Subdivisão, e não f.t
explica,ão, do problema. Nó entanto, sob o aspecto pi-,,ti-
. Até onde· sei, iss~·não~pod~ ter nenhuma relnçllo com a
alquimi1>··0eídental·.···D epois··de·,ó~Jocarn10s as q u atl'o ro-
co e de acor do êo1n a mfoh $. exncf-iência, no caso indivi-
das sobr e<> carró, poden1;os 1 $e O. d êsôjannos, «cOntinu~n·
dual . existe essa ·1·elação. l\1as uão poderíon10~ eh amar, 1 em direção ao n1ar .Yennelho, correndo ·Sem.' co1-rer, mo -
por exen'J.plo, u m a figura m·quet.fpica como a Vit[tem Ma- í
J'Ül ou o detnônio de p~rsonificação da função inforiõf.
vendo-uos sem nos movermos". Jung então 00Tne11ta. que
a serpente n.a slquhnia. é o $í1i1bolo d e ~-fercúrio, a pritna (
Não obstan te, o problema d a quarta f'u n ção éoiltém,
sob certos aspectos, utna dim.ensão arquetípica, e a i n-
rnat-e.ria,, a m atél'if( êou1 :a -qtta.1 começamo~ o processo e
(
çiue mais t-arde personifica u n~a espécie d e esp.frj~o da
te,;ração do Q\tarto eJemento em um $ÍStema trini.t;á,d.o
nator eza .c heio de opostos. Como podemo.se ver na dtsser- (
oçupou a m ente de nluitos alquimfat.a~.. J u ng es,crcvetJ
tação d e -Jung "O Espírito de hfercúrio", Me~c(t'rio" m·a
exte-n samente sobre um axt.raordi1u\rio te~to mediev-0-l Que~ (
trata desse pi·oblerha. 3 ,con s idetado uma esp écie d e cspfrjto da n~tur~za. c;luj,fo e
.ambíguo. Ê$S8. serpente ~íe:rcúrfo é aí colocada em u1na
E sse texto nlcjuímíco rcílete 1 de forma projetadtt 1 o '·
problema da Q1.tarta funç-ã o e uma 1naneira de estâbele- carruagem. As l·odas são i nt.e rpt:etadas no texto como as
rodas dos eleruentos. o a. carruagem. Oll o cari-o é ch.anH\~O (
cer u m campo fnt~rnrediário pora essé pt:o'.bleína i.naolá -
d e tumba esférica., óu sepul tu)·a e,sférica. S,ignifica que(? (
vel. O texto S(.l-chmna "1'l·ntàdo do Alquimista Aris.t óteles
dirigido a Alex~ndro, o Grande, sohie a Ped,·n Filo$ofal". símile do ca1-rõ.110 nosso texto rep1·e·s ~nta. o vaso a1quím.icq
É pt:Ovavohne-nt.e .~e origem árabe e foi t1·aduzido pSll'tl O
no qual está contido o espil-ito do i nconsciente. Jung diz.
que o sitnbolis·mo descrevç brevemente as Cases es:sen•
1
latim. Ele contém n seguinte recoita; (,
. .. ciais do opus: a se,-pente de Hermes, o lado frio da natu-
'Ibme ~ S8r(>ent.o e coloque-a no cano co1n ,a,s quat.t.·Q rodas reza (o u seja, o inêonscíentê), é preso e1u üJ'n vaso redon- t
-e deixe-a re.tornar com tanta: freqüd-ncia à terra até que do feito de vidl'O e que rqpresel!ta ao mesmo ·tempo O
todo o carro 1l'1é rgulh8 nas profaudczos do màr e nada mais
seja ,ôsível além do mais negro mur moi-tó. Ali vaç:ê deve Cosmo e a alma . Se ólharmos para ele a pijrtiJ: de um
(
ponto de vista psicológico, represm1ta1·ia a con$ciêociado (
.. 158
159 (

(
5 s ·s:z::::::::ur:zr
r
11nmdu ~x l~r no <.! mLe-r,no, A e;oJoctt\:úo das todas sQl>rC! a fo.rLe (juand o i\$ três ou.~ras funções já fora m Hssimila•
r c.-1.rruuge 111 i nd k~:J ll cessação das ·<1uatro funções: nós a:;. da$, e (! n esse m ome nlo.9,.ue él i·eceita alquímica se e nc <t'i-
t:razcmos J)ll ru dcnt.r·o, por ussim dizer. A úft.imn tntn:$· xa: (Ju·sejt1., o esforço·<le ass imilm· a qua r ta função, cola ~
fornw{:áo das q u atr·o rodos .corresp o nde t1 a.ssirnHação d<i cando·fl em u m vaso esférico, quer dizer a t.ribuindo-Jhe.
p roces-so dt! ihLc g raç;c\v ULravós d td'Lmção t.r a nsccr:identc. uma c.strut.u ra de fantaSÜL EJa $.urg~ oo mo1ncn tó c ro
Essa. fun5ão une os o postos, os qua is, como most.J·a a a i- qt,e só p0deihos pi·9s$cgui1· confel'indo à q.t.J,art~ função ll
qµ imia, (.i::.tão or dcnodos em um quat<?)·niô , qua ndo c.H. possibilidade .d e um:a expre s$.âO de fàntas,a, s~tu:ttravés
~em ro.spuito a li m a totalidt:1.dc. da cscrü a, (ia pinf.ur.;i., çj~ dnnça ou de qualquor outr~
N~o T~solve·mos o proble)11a que 9\l ubordej com o ro·1;jna de il11aginação ntiva,· é. não vivendo-a de uma m a •
diagt·anrn da página 29. Disse cn,tão q ue o ego assirn ila neira e.x terior ou interior concre ta. . .
s ua prirne ita função e, dur1nue ai,&rum tempo, flc~ sa.tis~ Jung descobriu quú a ~ino,gina.çâo ~~iva e.r ã t>ra tica!.
f€:itQ COn;t e la . Def>ois .de a lgum terl'IJ.>o, ns,$i r:r1ila uma se" ,; nicnte a única possibilidade de nss in1il0r a quinta fu n.
gunda funçã o e v!ve feli.z c-0n1 e la =--.9J~.P.Y2Ç91! ~HLdUas..do... .~... ~·.............. r,ão. Per<;:~beu .<1uu dep0is d~ tei: assimilado trê$ funções,
inconsciente. Depois, p1,1.xa u ma terceira pa ra o plano da ele n ão consegtf ia pl'<>S!!egu ,r com a quar~a, e com·eçQu a
consci.ê n,ciã, ·(1ue con.tém ris at.ividnde,..s dn vida . Três fu n~ brincar - ~ atribuir uma expre":Ssâo à sua função ihferior
ções .agora estão assimilad,,1s no n ível s uperior, civiHza. atn-1 vés de: u u)a a tivjdad o si~nbóHc.a . Na escolha do veJc.u-
do, no qual nonnalmen te vivemos. E tt disse q·ue núo p o - ]o det imaginaçã.Q ntiva ó onda geralmente ve mos 1rie-lhor
d ~mos. trazet a quat.·ta. função para esst:1 rúveJ, pm· mais como a funçljo inferior ae mt-1.nifestu. O tipo inh1itivo, por
que tentemos. Pelo contl'árfo, se nos ~sforfarmós demais: ex-~mplo, ge ral mente terá u.m dosejQ g.;muíno de fixar su?'
a quarta funÇã o nos pux.ará pa1·a baixo, para u 1J1 nível imaginação ativa corn -argila, na pedra.-0u tornando~a v 1-
co111ple-ta.n1ente p .tinli.t.iV.o. Be q_ui.se.rmos, poden1os sirn., sível de nlg1.1n1a n1ane ira, talvez fazendo construções. Caso
ple.sme.nte.. c4 i,· 1º ~'êt>Ontc o m 4m nível a,nin~a 1 baixo ·e. conúál·iq, a cois~ não sel;â f'êa.1,·e a função in_fotiot uAo se
viver a função inferior, ae m t.ê· lâ a sshnih,do de nenh1nna manifestará. Jung, poi· ser um intuitivo, descobriu~o pri•
JuanOira. Nessc;i caso, peJ'<lemos toda a estrutura superior moh-o através díl necessidáde de cons~r u ir pequenót cas-
da persona.l idade a ntedoi', t.udo que desenvolvemos até telos de argila " de J)edta, e viu que era ass im que pode-
aqu i. Simp]esrn~~nte o e8quecemos ~ t.udQ deixa de ter ria perceber o _problema constelado pela quarta função.A
qualquersignilicado para 1\ós. dança é i1nln (Qrm11 riu·a de imaginação at.iva .que eu ge-
A quarta função é sempre o grando problem!}: se llâo ralmen.t o t enl,o visto ser ado,tada pelas pessoas ci,tja qu ar-
a vivemos, ficamos frustrados, sem.hnortos e tudo se tor· ta 'função é o sentimon~o. As ·vozes, o.s pesso.o s do tipo
na ma:çantc. Se a vivemos, o níve.! se tOl'fUt insupo1:tave l· pensa..rnento, quando têm que ~ssimilcy.r a função se1iti·
tuenteJ.>a.ixo~A n1aioria das pesso.o s p..áo tênl coragen:i de mento, têm: um desejo genuíno çle. exm·essá-la danç~ndo
fazer isso; outr lls a têriarn, mas p ercebeJn que j$so certos ritmos primitivos, de n1odo que dançar como uma
tmnpouco é un1a s olução. O q"Ue fa.::er e.n tão? Este é ó g'ran- expressão d a imogi naç.ã o at iva e-, até on.de pude ver, típi·
de problema, que gel'almente só Slltl(e bom t~rdel1a vida, co dessa. função inferior. O s~ntimen to in(erior também
grafas a Deus, porque s i$ assu·m e uma formà realmertte pode. se expres~ar atra,•é,; d~ pinturas bastante. C</l~rl-
160 161
(

(
dü:;,, c.m (.fu c u t:or e u , gcn .d c x_prc~s..l íut...e:nSa-;,; qualtd~ides
de scnt.imoulo. O tipo sen $uçâo critu-á histórias e$ttanhas tema., "º"ª . s ua ba::;e de· opera,·âo
> , om o u tra d i mednsão,
l ' d i·
{

ou ronu.utces .seJvagcn.s e fan tá~t.ico::. nos quais a i ntuiÇâl) ;lo es$a q ue só p ode s er criada pelo mun o< a mta:
mens
· . · çiio. E, por isso que Jung chama isso .. d e f unçao · t ra·ns •
posso se mttnifestar. Podemos dizet' então q tH.:, q u nn<lo
su rgi:? o 1Jroblt.•mç1 d o como u::,;simHa.r o pl'obJe m ,fl p sicoJó- ginud o n 'º
con ......,. Fan t•}shu-
~ , é o qüe-élC
eSSi\ base interior . ·1· clunna:
d (
gfoo incon$lcientc o.trâvés da fon Ca$Í él, a es<:olha gerulmen- de função t ran$Cendent.Ci c)a criH os ~1mbol,os um 1~a , 01:es.
t.c está i-eiacion<1da co1)"') a função inre.r ior, e geralm ente é Isso,coindde estranhamente con.' '() s1n1bC1I1smo ulqu1m1co, <
somente através da ünagin a9ii.O utíva qu.e podctnos esta- que 5 ~mpr e faz referência ao prob le m a dos qu~tr<? e le- (
belecer a senda i11 tc1·med iá l'ia; -sobre a qual êa.e1~1. por as- mentos - a água_, o fogo> o·a r e a t1erra - que sao, co~10
(
s im dizer, U$ trõs funções sup eriores, e à quahoscend<fa no texeo adm a. citadu1 .-epre$en~ado·s e~~.~ roda~ q~te telll
quarto função. · / que ser ·i nt.egradaà. EXist,e entao a ~u1nt~-cssênc1a, ~ue
t
Nesse momento,j~ nã:o m·a is ex,istetn q uatro funções, não é outro ol'emento, n)as, p ot' il$S1.m duer, ao. rne::;mo
porque transfn itimos hosso sen,timeuto da vida a Ulll cen- t;en,p-o a s ubstância de. todos os quatro e n enhu m dos.qu~-
tro interno, e as quatro fü.n çôes pé"nnm1ecem a p onas como t.ro. Lá, tem.os·a Il'lêSma idéia: sobre a qu1:t.rta s urge um.a.
lnsttument-Os q u e podem. ser u~aêlos a nosso ·bel-praze'J:; q uirlt·a·coiSa··que ·n ão··é ·a ·quatt·o e?··sim.', ~ lgo a lérn .de!~s ·~
nós .as puxamos 'J)arn ci.ma e deJ)ois as c6locamos de vol- e:1ue ·é çomi>osto d~ tõdas.elas. É isso que os a lq~unustas j
.t.n . O ego e s ua atividade consciente não mais se identífi- c hmnavam d e quj!1b1~e·ssô.ncia, a quin,t.a·e.sse,icia ou pe-
(
cam com nec'Ihuma, das funções; nós n os nf.ast.amos t,ota l- dra filosofo.}. Sig1iifica u m n.úclE:m consoli~ado ~a pcrso ·
Illente delas e é iss o qu.e o têxto r:d químico tjuer d i-ze.r 1 nalidade quo n.ã o mais é idônt.ico ou se 1delii1fica C~Ul (
.q uando men<:iona a colocação das q u atro r oda$ sobre o quàlq.ue,r uma âaa fU:n9ões. Aí a pessoa -~e. a,Cnsta,,pot.· ~.s .~
carr o. O corre çomp]eta. paraHsação em uma espécie de sitn d.fa.m\ d a. i.<lelltificação com a .ê onsç1encia ': co~ O u.1· (

centro in teri6t\ e p:$ funções não funcion'.lm mais em d i - co ns ciente pessoal, e J'.lassa a Viver, ou t~nta viver, r1e~se (
r eção ao n1un<_lo eXt:orior ou i nterior; nfio são rodos q u e plano ín.te1·1n.editírfo· no qui\l a s qua t ro funções estão ll'i·
t.e gr adas. A parth· de então. d i.2 o texto, H pesso.a se move (
giram. Ocorre· unta infobilfzaçã.o das qua tro furt~:Õc$, e
depois podemos tratê· Jas piu·a fota a nosso be1-praun;. seJn n1ovimento, Corr e sem .corr e r (cttrrens sw,e ~w·sü,, ('
como,. por exernplo, u m. avião pode desee1.. as rodas p a ra movens sine rn.otu.)~e .e nt(tó o utro ti p o d e dese.nvo-lvnnen -
poder aterrizar e depoi1, pux,\•las de volta qlÍando ·tem to s e in icia, porque tanto na olq\1h,n ia quànto no ªes~n- ç
que voar. Essa é · n a ve·l'<lade a essência do processo c;la volvi,nento da perso nalidade o prob)e t'na das. q u atro fun- (
individuação. As quafro funções são corno r odas que colo- ções é ape nas o pt·imeiJ'o passo - e j á é be111 <li.fiei! chegar
camos sobre o çarrO~m as q ue podemos às vozes e nca ixm· até aí! . (
novamente1w lugar, se as quise1·inós usar de rn)Vó, N es- O que chaman\OS de imaginaçã.o ativa é d1fer~nt.e do .(
se m on1ento, o problema das fu nções já.n ão é ~mnis rele- que é g~r ahnent.Q .usixdo eu1 outl.'OS s1stem,s tei:apet~tlcos,,
vante; ola.s se to1·.n ru·am meros ins it-umentos de uma con$- nos quais deixan1os as pessoas ape1.1us. cr:a.~r fanta,sia.a. B (
ciªn.cia que não mrlis se apóia n elas nem é m~1is. l-evsd a a a
fan tasiar com COI\$Ciência do ego a ssum1ndo seu p-on~o
(
agir ativamente dentro das funções . .Essa consc-íéncia de vista. Poderhunos chamar essa quinta coisa o a1:1se10
em direçã o à individuação, o e leinento de constao.t.e utsa- (
,162
163 (
(
1
r
r
r t.isfoção e inquict.trçt"to ciue ~mporL1.rna as pes.s oas até que tou d,..s funções. Ainda pódemo.s penSM' ou sentir ao nos-
cJas otingqrn u m nivc l mms e levado repot.idas veze;, na ..0 be l-p'rnzer conforme o exija a situação, mas nossa
vidÃ. O principhun indtuidu(Jtionis & idêntíco à fJJnçüo :ut<><::onsdên~ia não maia 6 i<lênticu à. função. O c.en~ro
tnrnsecndcntc, mas na forma espécia] dH pslco logi:a
' jpnm.1kma nã o deü;a.mos que eJc nos m.o rda só quando
de grnvjdnd~ $(~'dO$Joca do cgp e 'da sua opcn:1{:~lO f\1m;1!>-
mtl para uma posi~tl.o io(.errn edíári a, para dcd1cm·..se a.s
temos que da r o passo seguinte. Nós nos voltamos direta•
mente para e le e tenttrmos dâr•lhc forma cxpr~ssa.ndo-o
sugestões do $ i-me~mo. .
Através da interprcta~':{ao das ql.latt·o funçoes, Jung
atJ·àvés da hnaginação ·at,iva. E isso, de certa ninne-ira, criou um in s t.rurnento pf!-lo qual uma grande quant.idacl.e
cQnduz então a uma. evolução que trans.cende o problema
de briga$ e mal-ontcndidos de$nece~sários. po_de $er_ e h•
das,quatro fun~ões, de modo crue a permanente batalh a rninada. Ela é csj.><~cialme ntc útil payrt amainar nxa.s
das qutltro funçôe.s chegtt a um ponto de 1·epou$0.
cotljugais. Aplicá-la aos' t.,'Tupos ~t;~i<~O$ per~1a1~ccc uma
Com nosso núcleo int~rno Q.e consciõncia,,pennane .. tarefa pm·a às get=ações. íut.uras. Os grupos etrncos tan.1-
Cm.n os no 1oca1 interrnediário o não mais nos idet1tificamos bérn são, com fr·e qüêt1cia, predominante m ente goven~a
Có'nt"o·'·qú(f ·aêÕii'féC'êº i10Sº"ijTãi)ô.s··s·ü·p·et}ol'QS o ll .i 1tfei:iot·é~.
8

Qos por un~a fi.mção:.1~ r e.xe mplo,.os il'land~sei: pelam-


Pel~rn~1~éCen}OS denlr9 da nos~o imagitlação ative., ·por -tuição, os in g lé~es pela, sen~açã~, o~ ale m~es p~lo
as srm dizer, e-temQs ,a. sen:;,açãó de.q"t.1,e ê a( (Jue o processo pert.samen.t o e os fr.a nc~sc.S pelo sent.m1ento. Assm1, ex18-
da no.ssa vida acontocet ou retdmente tem lug fü·; todo o
t.e muito fia is a ser inYes~iga.4o no fu~uro.
resto no~a ..mais é do que uma Hnstra~âo ~ele. Em um
plano, 'por éxemplo, freqüentemente notamos n ocorrên-
cío de eventos SincrôrÍic.os> e no outro estão os . sonhos
.
tnas-·m antemos a con'sctêJ1cia . voltada para os eventos que'
NOTAS

aco~tec~rn no plano interJ:n ediárió, ou eeja,.o:, eventos quci


.eyolue m dentro d a imaginaÇ:ão ativa, a çois n c(itn ·a quaJ
nós camh>.han.)os pela vida. Os oütros pl·a nos aín.da exif;,--
t.em ))tn·a uó.s·> m..o.s não es tamos centradôs n eles.
A to.t·â lídã:de forma o centto da eonsciência e a.s par-
tes que podemos Visitar a n.<:>sso beJ~praze1~ 1nas não .são
mais essenciais. Na verditde, .q.ui,:11do Conversamos con1
pessoas qu~ ajnda. não fizeram isso, sentir'nos que eJas se
ide't1.tif'ic·a m· com mna das funções:· em um rnomonto ·e)as
falam tle 1>.ellsamentQs e·estAo do1ltro do que pens,Ú,,,, ou
falam de sonhçs e estão dent~·o d oles, e tlAo fot·a. O ego
de las - o fluxo da vjda - é tQttilmoute idêntico a .unta
das funs;ões . Conb·astaudo coltl isso> quando o outro J.>l"O·
cesso ocorreu, a pal'te contrai da p_er·;sonaJida d e. se afüs.
164
165

1
(

(
A IMAGINAÇ:ÃO ATIVA chamou d e t'unção t ranscend ente. (A fu nção qqe renliia (

NA PSICOLOGIA DE C: G. JUNG uma s(ntcse ent.re a persona l~adc c.onscien t.c e o. incons·
ciente .) Por conseguintet tt irnaginaÇáo ativa éfet.ua a lgo
·$cmclha nle·a. um amadutócimentod8 p orsonalidade rnaÍ$ (
int.cmso o ncelet ttdo (ern c::om pttrHçâo itpenas com a análi -
se dos $<mhos). (
Antes de e·n tn.u· ern Jn·a iores Qetalhcs com relação (
aos â$pe<:to.s gerais d este te ma; gostada de for néCúl" al-
guns. escla.recin1ent.os·práticos . ..
As ffe$soas <JUG não ptfitfoaui a i maginaçãô ati"va, óu (
q·ue ná·o à praticam sob a supe rvisáo d'e um prúfessor q uê
Z..'Iinha tarefo a<fui é fazer um relafo·dá '•imagfnàçi1o 1
1
at.iva' na psicologia d e C. G...Jttn({. Como é notóriQ, trata-
a comp):eenda., 1)odem facilmente conflmdi-la com.a cha .. r
mada imaginação passiva, OU' seja, com aq uele "ci nema
se Ue Umt.\ maneira d ialética p art.icu la.1.:...de.J idat....co1n...o .,. (
,......._.M.intor.no qtte 1,ratjca mente qualquer .pessoa' que t~n ha
11

inconscient.e. Jung come-ç ou a descobri.la por volta de dont par a .a fantasin ó cap~·d,i fai'êr desfilar diante da (
1916, quando tr!lbal hava consigo mesmo. 1 Ele a descre- ' vjsão intkrior, q4,ando -se encontra e m um estndo d e rela-
veu pela primei,·a vez, em pormenor, em 1929 em sua xmnento, c·o mo, por·exemplo. antes de pegar no sono.Além
inttodução à obra O segredo da. [7or de o«ro, dei Richard disso, o d i&logo illterior com um compl ~xo ou. um afeto,
\V1lhelm, e cn11938 em O eu. e o incorrsciente.2 Descobriu (
ou o tipo de d iálogo iftteti.01· dentro d e 'tuna situaçào ima•
que um efe ito benéfico ocorre quando tentamos óbj et.i val· ginária. q ue.t.ão frêqü·e nteme.n~ r oí)liza.mos invólun.íaria- (
con teúdos do inconsciente uo estado desperto e nos reJa - múnte conrn6s mesmos, itád. deve Q.e m odo n enhum· SE!l· (
ciono.r conscien t:e merite co,n ·e les. Isso pode ser feito a tra- confUndido com a hnagina,9ã<.) a.tiva:. N as fornias acima
vés.da pintura ou da es~ultura - ou,.1na.~s raramente, da mencionadas, a parte envolvida "sabe" o tempo todo,,cou:to (
dança - , mas pt·incipahnentc nti·.avés do relato escrito se em outro canto da m ente, que tudo unâo passa'' de fan ..
dos fenômenos interiorm ente o bsotvaclos.Atonvin:sa com (
tasia. Sê olà não o s ou besse, teríomo~ quo c<>n~iden\-1,:,:
figui:as interiores de.sem.penha.um papel 8-$pecia hn.en t.e como estando em u ni estadô extl'ein::tmente duviâoso. Mas f
importante neste caso. u i(naginRçáo ativa, q ue Jung tmnbém chamava, <..'On1 re.s-
Se con:iparonnos e-s $es r e latos escritos dos eventos t.l'ições, de ~·psicose antecipada",·3 d istingue-se dessas for- r
intetnos o as couversas com as figuras dos sonhos, mas de fantasia no sentjdo de qlte o todo da pessoa pa.l 'ti.. r
perceberemos que a pnrtiéipação da cor1séiéncin freqüen- ciJjé\ cQrlsciertterrten te do even~o.
temen te emp1·esta u m caráter significat.ivam entê m ais (c
11u·s traroi com um exemplo o q ue a:cabq de d izer. Cer-
coe tenteJ ·n1ais· concentrado e a miúde também llH\is dl·a - ta ana1isanda conto,1 a Jung nas Séf;:.'ltintes paJavras uma (
m át~cô aos mesmo.s CQnte(1d o:1. Ao conhátio d o$ sonl1o·s , imaginação q ue e.la começara; ''Eu estava en1 unia p r.q,i<\.
que représ entam mel'o produto do inconsciente,. a imagi. e um leã o vi nha na minha direção. Ele se transforntou (
nação ati·va confe•·e expressão ê.!O fator psíquico queJun.g nun.1 n avio e eu .tl\e vi no mar» ·- Jung a interrompeu: (
166 167 (
(
r,

"Absurdo. (~lwndo um lc&o:..v.em nu .nossf.l direç..iü, tomos r , I"' . , jn,~,,.inação suq.fÜ' <:om muita ft1.cil idadc dcvG
uma rcaçfto. Nós simpJcsm1á)te não ficamos esperando .e 0. ,n.o'' ''
. · -·dcrado D
suspetto, porque .n ver da deira· ·1111,;1g,ntt·
·
obscrvnndo até que elo se tt'ansfonne m:i rn navio!'' P(ldc- se1 copsi
,.It·o ativa exige esforço consl·d. crave , ·1e, no ·In. (C)O,
· ~aia~
, • 'I1ente
.
rí~unos <!her que o fttto de n a.naJisanda não ter Lido H0- r· dc $CJ' s ustcntHda por 1na·~~ cio qu~ d~z 0~1 quinze. n~1~1~ ·
11 hum.a rcaçüo - _p or CX(!?Jtplo, mudo, nt,todúfosa, cspim: f:s. Aiém disso, tam b~n, exJ~t.cm ;er ta~ d1ft~uldades un-
to - demonstra que ela nlttJ levou 1,otahncmte a séri<J :-1 . · ~ clºs quais ás mais comuns sao as set;."t11ntes.
imagem do leão u q ue, cm algu rn canto.da me nte, ela e:,. cJO.lS v ' · 1 ·• ·
uma delas é urna espécie de cáibnl e a conscwnc1a
tava pensand<>: "Afinal de contas, é apenas L011 leão de. u'é faz com que nada su1jil n{l l:tae~t e da pessoa_. Out~a
ment.irJ.t'1•
Jiflculdode_típicn se expressa u:tra~'esde uma re,s1.s.tên c~~
. fvluitos in iciantês ta1nbém ac_ham que qutmdo nlg
sn1·crrQdo no meio dos eventos de fantasia eles podem
9 8 át.iea ô t.i'ma aversão intranspon\vcl ~u de uma ~L&p-0.31-
por aashn dizer, . ' de novo de'
rebobina,· o filme e pass.á -lo
!'0 de·ã ninto nçgativn intét·n ª que.e sta s.empre d1.2cndo:
S:~
,.,..í'udo isso não é- 1·eç1,l 1 é apenas· 1nvenç
· ã o " . J ung d ms e·,
maneinl diferente. Em uma imagin~~:ã,o, por t·ntões «hi-
- ···-· ............g'iéiii<:as", certa analisanda tinha svac4-ado e..quein)~do a , A ~n·te de derixar ~R coisas acontecerem) ela a,.á.o atrãvés
casa em que pa$sara ~ infância:, onde ela encont:rara uma e.la Dtto.ió.çã.o, de nos cntr~gnrmos, con-10 e nsmttdo·J?elo
Mestrê Eckhart, to,rJ10t1-se p ílrll n)im a chave que ~~.bn!J a.
crlança doente ($UI> própria infanUlidnde). !'vias depois portãpâra o caminl)<>, 'fel~l96 9.'·J~ s.~ r cílpoz~s d~ de1.~a~· a~
per cebeu qu~ fo1·a um. erro: porque def/S~ modo o. cr iança. toisns -~1<:o.ntcc:erem IH\ psJ.que. Pai u n6s, e~ta 6 na ". Cl d~
do-ente fora destruída de uma manoi;'a ·c xçê$sivan-)ente de uma arte que· paücás pessoas con hec~m. A<:ó1'i/;~1ênc1a
~i:n:Uf:lta. i-"ox conseguinte. sem tüubea.l\ e~n. c.? »1eiou a Cstá Ct,erJla,l)Tentf> int.E:n·fedndo, ajud{lndo, c~rngmclo ~
unagmat quo a Casa c~"Stava nova mepte no Jugai• e t'1·epre- nc_gándo. Nt,nca dçixs ém pJ11,. O simples cr(?sc:1mentô dos
procéS!l~S da 1)sicJue. 5
s ent:.ou" a fantasia dé novo com .a ,criança dentro da casa.
'1\nnoe novamente, n~ste caso, um ê~cmpfo de imagina- Entbota as duas prime.iras dificu ldndcs aci.in:.\ .m en-
ção que não é tnna imagi.naçãO .ativf:1 ge1g1ína. O curso cionada$ po~·sam ser superad~s ah'avés .?a paciénci.o ou
dos eventos 11.tlo é ·r oal, náo foi levado a sér_io - PQX:(tuo~ da coragenL de serinos objetivos, de acor<l<,> c-0.m mu;h_a
con10 sabeinos tntJit.o b0rr1, o que roaJm.ente ·8COL'ltece é expetiênci'a a 1no lhor ma~eira d~ lidar con~ a voz di, duvl-
irreV$rSíve1.
dn é s implesmente deixá-la falar e clépo1s 1·esponder o
Outi:o tipo de erro frêqüenterne11te cometido ocorte sêguinte: "lt J}Ossível q ue ísso não seja 1:_cal, mas no l1;lO-
q uando a péSSoa q u:e n1edita aparece JlOS e.ventos inter- mento vou pt·osseguir". Geralme nte, entao, ~Jguma coi.sa
ll.Q$ como uma pers onalidade fictícia e não como ela més ..
acontece que convencê a pessoa da realidade e:stt·s.mha•
ma: 1 .É clui~o q.ue att:avés. det;sa nbo:rdageu1 o acontedi- mente viva e Jndepondenté .elo parceil·o. çi,a. conversa, A
iuenfo interior~ destitttído de (!Uitlquer caractedstica -<fe pessoa sé dã: cohtâ'dó Sõg\titltB: 1'Nm)ea "}:fode.i:ta: ter c~ns.
m1\a:~enufha int~raçâo e síntose do conscie nte e do i.11- cientementE:f inventado isso". A melhor t;nll,nen·a de d i zer
consciente. ESse ei·to é amJúd~ táQ sutil que tom freqüên- se- uma imaginação ativa é genuína ou não é at.tavé$ dois
cia só pode-ser d.etectadó indfretamente atr,a vés de rea.- seus efeitos.pois são enormes e i medi.ata!_n.ent~ perceptt-
çõe$ nos sonhos e da ausência de) 1ua.lq1ctE;r:tipo :d<i ~feito. vejs, num sentido poSit.ivo ou n.egativo, E por ·1 $SO que ~
168·
169
(

(
imoginú\:úo i t t ivH ê. uni jn$.t.rumentq exLremo,nent.~ ret·i.
0 artistu. não havia usado. BJe então rctomQu sua <.:on-
goso q~w_ n*o deve, de modo geral, ser ut.ilfaado sem a 'v crso. interim·, Albel't hneditt.tain.o rH.e <:omêçot~ a zombar
su l?º~:~·rsao de liHH~ pess~a. experiente. 1:;Ja pode, C()mo ~d.ele: ·"Entâo ugon, s t1a mentora p$iêol?gica lhc- de~ bons
~n.,9.t.1z_ou1~Jun~, tn:ir.er l)Stcoses ~iltcnte:-; a-0 ponto de um« cOnselhôs; rnas a idéia não foi :,;u~. foi d ela.!" E nssun por
(.xpl.osao. Nes s~ ponto, l)S P.acient:cs podem entra i· em dtantc. Dessa vc~, ~ntretanto, ·o ar~isla não se deixou
um mt..erva lo J~s1cótico bem no rneio da irrúrginação. derrubar. não arredou pé e acabou le vando a melhor. Na
Outro Jier1go é o surgiment<> de sintomns.Somát.ico<..:. n·o ito seguin te, sodhóu que-Albert havia mol'l'ido, e aya.r- (
Lembro-m~ d o seg\Jint.~ exornplo. O caso eta o de un\ arti;- tir dé (mtâo ·essa figura interior. com tt qual ele vmha
ta Q~e h.avitt começado a fazer análise por causft de u ma sono.ando até esse ponto pelo m ~nos dua.s vezes por se- (
ten.d ençla_ pnra o ~tfcoi)Hsmo e ~1ma sensação gei7al d e d~. mai{~ só vólto\P8 aparecer uma ú nica vez em S~us so- (
son01.1.taçao. Urna ÔfflH'fl part.iCular de sombra apareci.a llhos ;1os anos acgufotes. e .nessa. oeosHlo eJe já náo era
r:,petidamente em seus sonhos; vam.()s chamá-.l a d.eAlbert. bern o 1nes1n.0 Alberte.tinha soffido uma mudança posit i-
Essa fi~tn ora u1n homem esqnizóirle, altamente in teli- va. Ao rnostno temr,ú, u ma. ôO';á fa~e, na minha opinião
gente, ?°J1)JJ:letam.enf,ê .cínieo .o ,amor.aJ),··qlle··nt-t verdacl<' (
m ais
' sit7:nifícativa
,t:,•. , iniciou-Se ná vida do• àtl:ist,a.
há m u rto havia se suicidndo. Com.o não consegt.líatnos Com, issot,cllagarllos ao q.Lft? talvez seja ó. ~spec.t~ m~1is (,
c~1egnr a uni acordo com essa "sowbt·nn, aeonselhCi o at· importante da imaginação Utiva: .ero é, um~ forma de. i~-
~~~ta.ª t.ent.ar ter mna convei·$a franca com esse AJbert fluendfJ.l' o inco.nscien,t e. É Verdade que a mterpretaçao
(
1nte.1·1.or. ·Ele sé dedicou à tarefa com grande ·coragem e C.Ol'reta de. ui.n sonho, se-hão for a.penas intclncttuil, pro-
abert~i·a. J\.'fas AlbeJ·t com. muita espe?'teza desvirtuava,
voca u.mn roudança na pe.tsonáiidaâe. conscie.ntÇ::i-. q.ue por
n.e gattvam~nte t.udo q.u e o ot·tista dizia: e le só ~stava f<1- sua vez afeta o jnconscí.c hto, m~s o efeito da imt\(Poação (
:&eJ~do. an.ális:_ po1·qu0 tinha medo das conseqüência~ ·do
a.ti~rn: ~ infírtitart1e~fe fiais PoderÕso,Além disso, o $Onbo (
~lcoo]~~J~O; nao PJ:estava pm·a. nada> el'a um covarde q_u.e e a lutbilidade de compreendê -lo, poi· ass Hn dizer, é-obra
como ultimo recurso estava tent~ndQ .se salvar rtt.ravés e graça do Espírito.Santo. A imagin.nção ativa, ao co~trâ- (
d~ psicologia, e assim pord.iante. Seus arg,.m1.efltos ei·atn
!ªº eng~nhosos e in.cisivo.s que, cm cert-0 ponto d.a C(:itlver-
..,a, o tu·t1sta se sent.1u.d~1-rotado. Ele t.riste1nente admitiu
rio, põe. u1na chave: em. nóssa..s 11làos·; pc1o mo.no.s d~n.t:ro
<de umt\ .estruturo modesta, e la, perrilite que ttôs org~ní-
(

iemqs. Po'r eS$ê tnotivô, reJ; r esenta llm m ê,io iheStimávél


que Albert ~stava certo, e inie.tTOltlpeu a conversa . Pouco que o analisando te1i"I n as tnãos para ir se tornalldO me-
tempo depois, teve ataqµe cardíaco pslcogê.nico. O tllédi- (
nos iofantilmente dependente do analista. Além disso, .é
co qu.e o atet~deu na eme·r gência ol).egou à ·c oncJus·ã() ele
q~te ele- .º ~º flnha nonhum problenu~ orgânico, ma:; que
tuna experiônda Hbei·tadora pa ra .todos aqueles que o f
destino - Lun câ.sàmento, üma niuda.nç~ de profi.Ssá.o , .u m
wnd'! ass":' ·. º ~~tado do artist.a era bns;ante delicado . (
'retorno ao·pafs- dé origem, a morte. do an.alista - separa
..E s1gruf,cat1vo que o coração, a sede simbólica dos fisicamente do. ili\'.allsta. r
sentunentos,. tenha $~ revoltado. Fiz ver ao artista que Entret.anto, u1uito mais importante dó Que isso é o
embora ele tJvesse s ido intelectua1tnen.te d ei-rotado pot: fato de a hnaginação.tornar possíval n completa aut-Ono· (
AJbert, havia coisas como argumentos do coração que ele, ltiia do a n alisrmd(I. Cotn efeito, J ung referiu..se à ace ito- (
170 '
' 171 t
(
r

çfü-, (: à priit.kn dcs.sa forma de.mt:di'tüçiio c:<ullp o <:J'ité1·io ·arecido C()lrt um sapp, com nui.i s ou menos s ete nta e ci n ·
que dct.crm inov;;t $e o nn~ ll.sunéJr> cstavn d jspos~O a as.;:;ll , !:'o cen t..írnct.ros d.~ Mtu r á. Elo pe.nsou: "Ah, é apenas meu
mir u n)s poos,\bilidA(h? por s i mesmo ou léntal·ia conti- fi(Cto personalizado'\ mas continuou obj.et.ivamcntc oJluu~-
. '
,nj;.\f· p a r a sempre vivendo <:Qmo l1 m pm'.:t$Üa do ArtaHst.n _do pata ver o que ia acontecet ~ :;e~n'. O gnom o ca1n1•
~o lad,o d G.·sse efeito fibc.w t udor, cx.istc o fot.o de a imag-itHl~ nhou com seus· pés do sapo na dJrcçao da casa e eJu pen-
' s:uo ativa tornn.r possJvcJ urn ext.J·oordi ná rio tJ'<lbalho di- sou, ho rToriza~a: "Ó, céus> ço"? c~rt~z.a ele vai matt\r a
~·eto com a fetos que podem fornecer uma $a (dil J)ar.a 0 veJh.a·, ou tnfv~z vá o-xplodir d e r·epettte tom<> um puph a •
lrJ'Jp~sse d~t s.u l)rússão ou da ub,.:r eafão, das quais a prj. do dedihamitc!» Um OOnflitô n1.oral teve inicio.d eptro <1eJa:
mcita, é p~Jtéo SlHldt'i.vol e a seguoda·freqüent.emc.nle im• "P~vo deixá-lo entrar n.a casa? Mas e se eu disser que ele
possível êxternamonto.
nâo pode entrar e ele ficar zangado comiç:o?" O JJnomo já
Len1bt·0 -1l1c do exernplo de uma gur9ta que estavu estava tocondo a cainpninha, e e la decidiu d o ixá•lo cn•
S?fre.nc;lo de unt complexo m aterno extrern~ment.e proti.un- tt·ar na casa e perguntar ó qué elo.qtJeria. Ele i mediata-
c.tado··com levos:; idéi~s paranóicas. E1a e r a estudanto e mente. i,ndico-1,.1 atr·a·v és de gestos que que ri<1 subir _ao an-
.... .... por+roni'a do destino, alugu.v a urn qu,u-tô na casa de.um~ dar sup,frior onde estava a velha. Uma vez m.ais ·s ur~u ô
ve)h~l genios a o tot~Jmeilte po:l·o.nóica, basta.nte conhecida ' conflito por cá\1Sa·do ·p1·oblemn do assassinato. A garota
em toda a vizinhança.. A velha imedi~ta.·tne~1te COJncçou a decidiu 11aquc1e m o me nto crítico ir cm frente e tocar a
atm·,~cr~t~.- Ja sem. piedci.de. o 9.ue, é cla,r o, latnént.a vãJmen- campainha do apárUnnento do velha, mas deéidi1,1 t1nil-
t? coJn<:Jdtu ço.rn as tendôneias subjetiva~ da gtn·Ot~. f,'~. bérn ficar·Juiito d o gnoú10 pai·a itnpedi-Jo de prati~ar al-
z1a parte do acol'dO do aluguel que.a garota poderia nadar guma màldmlê. A velha veio abrir a ·porta. Nesse pottto, a
no Reno, que p nssav8 ~m frente à casf1. i\-1ae um di a ,a garotfi teve o 1>erisn.ment.o de como se1~i~ !t.:il~ni-ta.montc
velha, .scn1 nenhu m mot,i,,~, ' "':1pvrtante, proi.b-i tt·,lhê ~\·- engraçado e s u 1·pr.eende·nte111ciitê~àCõ1iiPáhba a rea'ç.ã()'êtt1·~ · .... - ··
man.-e n.tetnente esse prazer. A n1cr1 h1a .te\re uutpcont role velh4, ao Vê ... Ja de pé ao lado do nnão pr:eto com pés (!e
sufic~\;mte. pa.t a aceitar extenrn.m.en~o a .s ituaçúp, ·n1u's fi- ~apo> é êlà Jlâb ~ e deixar.de rir. Dê fnto, de t.âo oasomt>1:a-
cou hto·o.}jofTec'ida cotYI a própria raiva-que durante duas da, a velha fez. u111.a expressãó grotesca, mas a gat·ota d1s··
~orns·.s.ó ·conse~iu µ,raguejal· para si rhes,na. e ah-reagit se: "EstE:rCavalheiro _g ostaria dê fala r com a senhorá11 , Sem
mtern arnente, u-i:capaz. do t~torna:r ao seu trabalho inte- graça, a velh~ convidou os dóis para se sen tarom na su a
lectual. Como sabemo$, e.sl?~S ãfet'os s.ã o e~tr ~nlamente melhor tmla de ·estm\ na qual. por sinal > a gal'ota nunca
~núteis e e x;i.ust.ivos, e o fato de a pe~oa r,estal: certa'~nã() tinha estado. (Quando, nn1{to1nais tarde, ela t~ve a opo1·-
.J.tnpede que à rai'VH cause osttago 1u1 pes~otc1.. tunidade de eqtrar Já, d escobriu, l.'ª''ª seu assombro. que
A gã.rotn ~ntão produziu a seguinte fmaginação ati- ela imaginara, na i:magi.J.uiçáo ativa, á sala cxátamen-
va. E la Vl.tl o rio c.o m utna placa rodeada p or altas ondas te como ê1·a ,111 realidade.) Qut1rido os -dois se sentai·am
que dizi~ "~.rofüido Nad~.r". A voz da "d úvida" di~se: "IS$0 no sofá de pelücia mn frente à velha, o anão começou -a
n a,da.-1.1:a1s e do quo·urna i magem d~S suasemoçôes·'. Ain-• contar püt.dt1s eróticas, com dupla intcrpJ·t~t,nçãQ.. A velha
da ass1.m , ela prosseguiu inabalável co1n a fantasia. As ficou tão feliz quo mandou a garota en.1hol'à, po,·a poder
ondas sê -s e1,ataram:, e delas etuergi'u ·um gt'lomo preto
. ..
)
ficar a sós com o .s impá:t.ico '·c~valheirO".
l72
173
r
Quando il Íilnlas ia Lenninou ~ tt garota emergiu ii
con.sciênciê:1., e la so o:ncont.ra.va com::~1m(1 d isposição <fo 1 d e urna m aneira rc.Jntivamentc pass iva e cinemato~ (
" áfica. Ma~ . foi genuína, porque em cc1~t~s._mo1~:r11
. •,0••
..;-7 "
ânimo alegre e desprcocupfH.ia, e foi· fup.az de. se de(Hccir f
aos~u trab~lho iílt,çleolual se.n) rnUiorôs problemas. Quan, 8:rdta pnrt.icípou plenamcnt_ e e tomou dcc1s oes _et1cas. s e
do, no final da tm·dt"; ela encontrou sua senhor ia na esca- ~evia, por um ht.do 1 duixi:u- o g'nomo cntn.tr ilJ'.>csç;1t de e le (
da) n ão pôde deh:a·r de sorrir a o pe.1.1sar n~ hi~tól'isi. d a ser p(H·igoso, ou, pe)o o u t.ro, in'!ped i,Jo de en trar pat'.ª que
(
s ua fántasi1;t. E agora tJm r esu ltad o inP.sperado: obj etivu... nãQ te.nta~ú mat~u: a .,:êl ha. f!) chu:o _que ela po<l:.ên(l ter
rnentc, fo i como a ve lhá tivesse se t r ansformadQ. Até gido de maneira ··co mpletamente d 1fer·e nte. P or exem 4

m orrer, e la nunca 1:n ais atotmentou a garota. ;1 0, pod~rin ter d it? ao l{abir~s que n~o o de\xaria e.I ltrar
Se .e le não con fe:;sasse pr1men·o suas u~ten.çoes. .
O efelto li bertador dessa imngiaação-é$tá relacj<>nado
com um motivo arqu~típico. () tato de.qu.~ a 11GrAude J\.fãe", Quando t~scutq as i magi naçôcs ativas ~os ana h~an• '
(
·quando absorta na fúría·e~nu dor~ 110ss~ ser trazida de vol- . dos, freqüentemente penso em ·ponto~ pnr·t,c~lares: 1'.Eu
-nií.O tei"ia ât,ridoâcs{ia maneirn!''Ji.1:aS êssâ .reaçao dcmon~~
ta à h umanidade atrav~s de pi~das grosseiras é·a Jgo que
.tiab-ornús ~ pm·tit d o rnito de Deméter. Os guias .ainda. mos- fra como a im~\ginâçâo que ocorre corresponde{~ u ma $e· '
(
......Tfáiii'Ji'óje·ejn··r ua o poço nas t lúnas de Elêusis, perto dQ q ual ríe de even t</S l)es$onl me)1te co~<lici~nadll e ú n,c11, como
a rossentido e ·choroso, DemQter estava sentada. quançlo.a a réalidade. da vida individ ua l crn SL O fato ·<lc a velha (

1;ei-va Boubo, com u m·a ,P.iiilda gi:osseira , d espiu~so diante paranóica também ter aofrído ,,ma mudanf• é urn po~tco
(
do Dé1néLet, faze ndo .com ql..le a de\1sa risso no\~~monte sorpreende·n te, nras nã o fo"ra ~o comum_. E isso n~s Jm, a n
pela ptimeira vez. J\.f as, Seb,undo úel'tas inscr ições çulti.s - ouko·p~t'igo jn~rente à lnlag·ma~~ilú ativa, o J)érJ~o. de a. 1
tas, Baubo, .bométer e sua filha Cora são a me~·ma deus~.1 uti lizànnos de maneir a ~r rada, co nl<? uma . espec1e _de
Muitos cei·tainente sabem q uo a G r and«;) ,Mãe .f;!ra ·mllgia negr n, p11>·a atingir objetivos egolsttls ou para ll1 - <.

acom panhada desdê ~ ,m a is r e,nota At1t iguidade por fluonciai• o u t r as pe.ssoas.


Uma j ove1n anillisanda ~erta y~z mt: .t rou xe u m ~ ~
<
gnomos fálicos, (Ka bi.ri) q ue eram f;eUs cornpanheh·os. (
E 1. nbol'a a. garota do nos$O exemplo çon hecesse QSses an ~ nho que lhe disse qu~.ehi bl.\via caido sobº. p_oclcr d.e um'.'
tecedentes arquetípicos, eJe.s nÃO 0.$ ta.vam mnito presen- br uxa. Com o eu estava cxplor~n do s uaffat1v1dadeiS 1ntet- (
tes na 1n~n te dela. 'I'amb ém. podemos Vêr nes sé exem.plo nas e exte"rJ'u\s d os ·d ias mais rêcentes~ ela relatou ijUe ·
havfà feito uma imaginação ativa -pel<> menos foi corno (
n m~rneira côlno a co,n sci&ncia cét ica e cOJnentador a esta-
belecE} falsas ligaçó1?S, porque bs ánõe.s, ao contrário dos ela a chamou - confra (r) u ma con hecida sua. Es sa pe~- (
gigantes, .são petsonificaçóe~ de hnpulsos criativos e não soa a havia abo1-r-ecido, e ela se e,n t,rega.ra a uma fantasia
d e afetos. Assi m, as ap3rições na irnaginação já havien1 na qual ela a Ílnvie d<>capi·tado, toi·tur9do, cu.spido trela, e. (
assumido urn~ fOr çn construtivá, e nq'uanto a consciên- assim por d ia n tt'! . D esse m od o, como c·Ia o apr csen ~u, oi.~ (
cia, com s uas;idéi u.s preconcebldas e estáticas, sus-peiti;)lt queria uab-e·eagil· Su á raivfl,,. N{io fui ! l~e, !~~n, ºlncons·
d,l p.r esença de· ur)\ afeto destrutivo. ciente dela que ·o
encorrtroµ úome certo parfl o que ela (
Talvez a.li,uém àche que essa imaginação n ão foi havia fei to ,_ não tinha sido hnagi nação ativa e, s im, bru-
(
m uito ativ-;1, e sem dúvida é verd1.1de que ela se desenro - xa.fia. Esse ernpn'!go errado da imagii:ia.ç ão é ext r em a•
mente perigo~o. Pode ~et· "traente, especiahneate p·aHt (
'
175 (

J (
r ncssonl:l com tendências e.s quiz6ides . Entrotanto 1 de j eito nc essa fo,· ma d ~ medltaç~o. Co1~10 sabemos, .IJ.~ .e moções
nii.nhum os ,tíro d o ~!;tudo .«::oufu~o em q ue su enc.o n Lt·am. fortes são (!X fr(Hna m e ,H.e ·cont.ag 1<1n.tes. e é d1f~c,I J);,\t'á o
t.oi·nandc>-ns, ao eontrát·fo, 1t1<\js Vltlncrifveis à ps.icose. A
aha1ista, e a miúde ta.ml:?ém não é indicado, e~.ltar o c~>n-
hntt,;.r:ir\uçúo sOb a forma de i•fci tiÇ-O d e a.moi-" ou~ ::;erviço
d 9:; c(dfrios de grahdeza da pcssOr, (tâ ntosias heróicas)
tát,r io, por(p,1;~. çifinnl d ê conta~, a p<J$S<>(l p~:cc1sa ria St1n-
~c1;t.encq ii m csmft ç;ategoria. As ftrnt.nsias d ~ satisfação paLia e có,n•paixão a fhn d e ser capaz de ªJ~dar..O mcs·
dos desejos n ão estão do manei1•a alguma. .reJcicion 1;1 d as mo se ar.?lica ao fato de·o nnfl.Usta ter q ue ouvU' e obse.rvQJ"
c~m a h nagiu ação .M iva. A gl;l.totll t:qjo caso d cscr·twi aci- 0 d esenrola r d e fa n tasias. mó rbidas e perversa~ ou .u na-
ma li.fto teve llenhum;U intenção ele in fluenciar a veJha. g,ms que, qu(>r queir~. quer i\/iO, de.si: oem o e<wtHbno5la
Só_ q ~ietia se) ivrar da influência dcst.r·utiva ão seu Pt6· pessoa. Como cli$SO Jur)g, a nn1>ressao ele algo feiode1x<:1
pa-r a trás ulgo feio na noss~ psique. E ao nos relacion ar~
pno afeto. Es~çi puréia ética d e i1itençiio é um d ós r equi-
sitos básico~ pm·a qual-;,zue.r imaginação ativa. mos com essa s 'iimpressõos'', nem sempre podemos ficai·
O uso ·da. imaginaçã o a:.t i Và pe los at,ali$andos nen:\ espérndcl9 u.m so n ho cw·ã(,i vo ou q ue .ela~ des~p,a,re~a-m
como re'suJtadq dós inst intos saudávels ,do ,pac1ente, .Es-
sempre ó aconselhável. E le já ti limitado pelo fato cle ·qun
peci..nln1etltê q1.1ando1 no rn~smo· dül, ,~st.are~o$ T~cebe,n,-
g:i·O.ndú htlme1:o.d e J?cssoa.s simplcsm ênt.e não co nsegurnn.
s uper á1· suas l'8>'~ist1$.n cias à ima.ginirção ativa. e não de .. do olltr os anali.sandos; afi nal d e contas, nao podamos
rc-eebê·1oS em um est.ado 8-S$ iru per turbudo, poís est·a,i·ít\·
ve1n, .se1' ÍPJ'Çr.td{ls à iSso. AMim d is.s o 1 como já men cjonei,
~Ja e ext:~·en1amon.te.perigosa nos caso~ d e p$icose Ja t~n- mos espalhando a inda mais o contágio. No Emtan to, sem ·
t.e. T-0;mbé1u, nQs casos Jimítro(es d e e.squizofr<ro ia, a .fra.- pre j)odcmos t:(ncai~ar Uí!lº ~u.rto ima~nàÇ~o ativa - .
nesses: (;asos. ranunép.te p,1·ec1smnos mais do que dez m1 ~
quêza do ego já é com freljilênéia táo grand<ê que esAA
forrt)l:l d (:) qteôitação d ificibnonf:o é acoilse!hável. {Mas nutos - e d~sse mo<io nós libertarmos. Qllando n/i~ te-
neste caso ta1pbém ~x:J1:1t:em exc.eções; presendei ..ã certa mos tempo n em 1,n esmo pa1·a isso, às ve zes ·ap-0110.s ·o. deci·
vez, !!ª\_i.tlh d éSSes casos excqpcio nâ is, apresentan do sel1 são sincel,'n d e Hda.1· com o distú r bio n1ais ta~de atr a vé~
·efeito liÍJertad,or e aceleran.çlo. ér}orm em~nt.c o protesSo da i mllgihttÇ!\o ativa já ajuda. A(tn.al d e cont~s; e1n últi -
da cura .) EJ11 g~1,al1 o uso da imagiuaç~:o aiiva ó itldicn.do n-i'â a ná lise, ·o p·si<:olorape u t.a é uma pes soa- caP.az, de ~..
quando ex,i~~e i~ten$a. pressão do incoJ)sciente- o u s eja, rara -Si 1nesma. De acordo com AeHan ~o cacl1QtTO ~ o am-
quando g rm\tte n.úlTlef·o de ionhos e fantasjas ap.a rece o mal a$sociaclo ao deus d a cu ra , As clépio, porque tom o
tcinpo todtY-- ou, a<>con ttário, quando a vida dos sonho~ conhecimento de comer gl'arn.a a fhn d e obrigar-se a vo·
está bJo~u~ada e oâo ."Ou( . Em todos os casos em que se mita-r um álhnento nocivo .e porque lambo as pr(,pl·ias
busçá a 1ndcpendência intel'ibr, a in;iaginação ativa ofe- feridas com sua srtlivn desinfetante!
1·ece u rna oportunidade (rnica J)t)ra essa reali.it\ção. Os línbitantes das regiões·p olarcs distingµem a~ pes-
soas rileútah1lellte ...doentes dos cui-andeiros e xamãs ela
O 0len1ento dê autolibertação Fápida $ &ficaz dos a fe-
tos e iclékls ohs'e sslvos f~'lz d a imaginação a.tiva um i th~ seguinte maneira: o pessoa OH}nta]mente doen te é pos·
portante ínstrun1ento para o pi·,:\pdo ternpeltta, C. G. Jung sq (da ppx espíritos e demônios ; o curandeiro ou. xãmâ,
até mes.mo.consi~cnú.~ di!'Pe,11~:~ v"'.I qu~ o analista domi - contudo, é aquelé que, en,boro. to.mbélll possuído, e caeaz
. .. de se liberta r novamen te po1· s i m,e stno ... Afetos désprezf.
176
177
(

veís ~-idóias n1ó rbldas ~ pervc:irsa~ na ver<lade a~ua.Jn corn.o orienc..::J.ís d~ foga, os cxcrc1ci.<>s de santo Jni\cio de Loyota (
e
de1~?.nio7. E las entram em nós nos 9bc"C~C{1m. A irna.gi. c.Hs pt'áticas de m editação dos-alquimistas. Es~a compa•
(
nnçao .. at1va ·a dequado, contudo> é u m ato criativo do ]i. ração demonstrou q_u e es,t.n.s última~ estão muito rnai,':i
~erLa'ç ão levado a cabo atr ~vés de $ímbo10s: E:Ja ppde·r fo cstt·eítamonte relacionadas com a i tllagin~ç~\ o átiv~ de r
se1· e rroneamente inlcrpretadtt como u ma tendência pe .. ,Jung do que os dois pt"imefros·13 pela segtdn te; rozão. Nas
r i&"osa em direção à "auto~s.:üvaç.:ló", mas , com efeito, esse fonnas orientais da ioga (talvez c-,0111 a cxceyáo:da n'lêdi- (
perigo er,M, excluído pÕrqtte o uso ~dequ,a do dn imagina• taç4o Zén budista, que vohp1·ei ::J. 1nencionat· mais tarde),
ção ativa s6 pode se dAr em um context:o religioso, ou seja, 11
0 · gu n1.» assume "1,1,n grn.n:de parte o e-on)·:iH'1do, e os textos
na prese~ra de uma conside ração 1°epleta d·e admiração também forn~ccm certas instruções que talvez posSà:ri1 (
:rever ente pelo nu rninoso.
Alé1n da Sua qualidade prot~tota, mencionada no_s·
e~emplos, ~ jmaginaç.ão ativa .é , e.m um grau ainda rn.aior,
o :ve(culo do que Jung chamava de processo êle iodivi-
l conduzil" o dÍSêípulo à cxper'iência do' quC cháü'.larnoS. de
Si·mesmo.· Nos cxatc.:ícios eristáos, a htrage.rh do S i-1lles~
mo se torna via.íveJ cn1 Cristo, e neste caso o discí1>olo
também é levado a:o:pró.ximarrse de1a inter.n~mente, de
(

(
duação, a .auto~r ealízação cornpl~to e cons.cien.te da totil· çert.a maneira. Em an1bo$ ô$ casos, o disêfp:Ulo .é.ad.ve1:.ti"' ..........
lidade individual. Ati;avés desse pl'oces$(), a inu,1.go d'ai . do CC).lll reiQÇáo à obstácúlO$ e é informado d o_ que de~e (
(ímagem de Deus) é vivenciada ·n o jndivídtw e começa a 1 "descartá-los ou en:Xót,á:Jos como te)1taçt"1os".~
concretizat- sua influência além do nívei do ego. ESie úl - (
E1.n co1npar.agáo:com esses J)rocesso,s·; a im,agihaçáo
timo se torna um $ervo das suas ton.dêncius e,n1 d ireção à
conc:retização, um ..setv~ sem o.qual o Si-mesm.o.é- inc:::apaz 1
ativiljunguiann é l(luito menos prognunãtica. Não oxiSte
ne~lhum~ meta qtic 9brjgâtô.tiAmente te1iho qtte ser atin-
r
de encarnar na nossa dune-nsão d~ espaço e te.m po. gida. (uenhutn ''tteiluvnentO. de indíviduaÇác(t ncnlnfrn (
Os pequenos exemplos pi-útícos.que forneci como iius- modéló, image1n ou teXtô a .Ser 4,~ado coniO gufa no cami- (
tl'ação da natui·~za da hnaginação ativa ropresêntotn nho, nenhunta poslura:oü. controle da rC;!SP.ÍJ'«ÇÕ0 ·8..i'io l·e-
apenas um peqneno segmento dentro d o proce.s so do de· comenclados (e o paciente também não se de ita 110 sofá \
so.nvolvimento individuãl. e o arquétipo dq ·Si-n:H:!.s1no, do nem o ai)alista participa das fantasias). A pessoa sim-
todo, )1e111 mes·rno âparoçe neles.- EntJ·ek1.n to1 quando no$ plesmente começa com· o ciue ve111 ele de~1.(,t".O dela, CQ1n r
submetemos·durante um pet-iOdo de t.elllpo.. m ais J911go a um(l.SÍtua~âo de souhó relativâniente inCQncJusiva ·o ü uu,·a r
esse procedime1tto medit.otivo e etn relação a problemas momentâneà·modificação do estado de esp_írito. Se sut·
es.seuci~is da vida, empit-ica.mente qua,se setu-pre.• essc- ("
ge um obstáculo, a pessoa que m cdrta é livre pa,·,11
cm1.-t eúdo central, ou. seja, o Si-n1esmo, claramett.t e V'8ln COJlSiderá~lo ou não como t-al; 6 ela que r csOlve coil.10 d~V~ r
para o primeit'o pJano, .e ne.sse~ çontext9s 11'.lais cssen .. reagir ·diante ·dele. As$in), cada passo $0 torna uma - és~.
ciais certo paralelismo com vát'jos ca1ninho·s re-lig-iosos de (
colha i-ndividuo.J única e·respolls ável e, pQ.r esse n1otivo,
m editação pode claramente ser percebiclo. Po,· esse moti- tmnbétu unia sfntes~ úniica 1das: tend_ ê ncias c911scier1t.e s e (
vo, em uma série de palestras na Escola de 'I'ecnologia ele inctmscieute::,. Digatlll)'S que t.im ho1neJu est~ja ltítando
Zurique,, Jung também fez uma compar ação pormenóri .. em uma fantasia para alcanÇat: o cume do U-Ul~ alta i:pon• (,
z~dtt entre·o inconscJ'ente COlllO e}~.o percebia 8 as fonnas tanha e belas mulheres se aprox;,nam. tentando seduzi- (
·.
178 179 (
{
r
lo e lcvú-lo pH n t i,;-:; ptotundczw;, Ntw d izemos ::1f.\lv n~~!)C
ponLo : ''E-ssa é u rna fantasia e r(>Ltca, uma LéntHçáp (jU<!
fcs..;or D, •r. S uiu ld cm uma conve rsa - as im ~·g ens de
(, f(ln.t asia e os sonhos que s u rgem n ão s ffo conslder ad~~s
es tá tentando impedir que você atinju sua meta ele va~
e$scudnis, e s irn ú (>post,<J. como se ndo cle ment~ i·olau.
da", Tambêf11 ,nâ,o dizemos: ·:EssH é. u nrn parto da .v:ida
vnment.e Súm import.ân<:L.a que- a inda. e ncobre n"I a "v.erd ~l-
. g lle você ptecisa incol·poJ·ur antes d e c.:o ntinu at a cscaJa-
dcira na.tu iez,a ~·. e> mest.r n t,c,mt t\ ÍllZer com que o d iscípu lo
d a!'' S implesm e:mte nã o dize tilos nada. J\ pessoa ó qu~ tein
que expfo'ta-r sozi nha o que es tá e ncontrando e J·esolver se libe r te d.eles e também do~ out:ro~ falsos a pegos ilo ·e go.
Na imaginação ativa d..e (Jung, pelo contr.á rio: 116s nos.
o que deve fazer o r eZ:>peit.o - ex~\tmnent.e como na vlda
·e xterior. c1.f rvamos para apanhar cada f'ragrn en to de sfmboJo tjue
É essa absol uta líb.erd~de que diferencia a. foi-ma nossa psique nos o(êrece e frahalhamos corrlõ ele, Vist-0
q ue para nós isso parec.e ser urn rudim~nto ou uma p~rto

!
juru.{uiano de imagin ação ativa de quase toda$ as outrao
forrn ils de m editação e Oque a tonJa i'nais parêcido corn a d o Si-m eSmú - Utlvez uma parte il'l'eçonhecida. De Qua l·
irnagi/Uitlo vera elos· a.lquímistas. Estes últ.it)JOS faziam. o uor modo, )\ão existe ne.rtlnun cômporta111en to t·etornen-
e.~ periê1lcias com á nature.$írcompletanwnte de.sc9..,n heci - dado. ES'$a .. rnà.ior-1iberdndo.. é co1n .e.f.eit,o .-0,.~·Specto ma is
da (pm·a eles) ela 1·e1tlidad.c mat.erild e seu aspécto ps!q ~ti· ' difícil, m as n a m inha opi nião o 1nais va lioso, d o caminho

.)
interior junguja no.
ço, Eles téunbérn nà.o tinha m n enhum programá e pro-
lssO•no~ conduz 4.ce1'to p1·CJb)eml\ que possive lmente
curavam no escuro 9 que nÕdt'I mais ét·a do qlie sua p1.·ópria
t,rilvez s~ja t~ina de CQi~ti:ovér sia. Jung fazia parte do gru-
experiência. Não tinham opiniões, ou apena$ a lgu ma~
po d e psi~oterapeutas mais à esquo1:da dàqi,eles que·cle •
idéias VHg as e int1.1i t:ivas,.a respei to da cbi:;a. . ,em s i, nem fendia m incondit:ionahnente a libe rdade do i ndiv íduo. Na
dfr~trizes é.t'ico:; de com1)0,rt.amento adot.adas oxternamcn- 1 meditação tepr esentada, pot· e.xempJo, pelo t rei namento
te. Busca vám a ((r ealJdade divina').iw aqui o agora dtt eX'.tstêu -
cia th6.t.eni'. l.i; 91.n ;:;ua 1náiõ1·ja 1 eies n ada .sabiam ttlém dis - mteógéno·d <i ,J. +r.:&hultz, a.inda encontr~n1os indicados
so,.Ê por isSô. que o caminho deles e sua experiênci{l dos excirdcios éfe r elaxam~nto. No g uia de m editaçáo d.e Cm·)
• símbolos se pill'ecem tantô cóm o s 4,e muitos h.QJtlenS e HaÍ)p.icl\/ t,en~as como "a C.a mpjna d.a infâtlcia" ou ha m.on..
m ulheres de hoje . tãhjlan são S-uget'itlos e () psio6teraJleuta <lguia'~o ana lís>:tndú
d entl·o da fantasia em dil'eção·.n esses lemas. Com rcln-
No qm~ diz rt~speito -a essa liberdude t.otalrnen te des-
ção n o rêue é1Jeillé (sonho despe,·to) d~ Roné Desoille,
Ut uíd11 <le "])rogra1na, ta lvez ~ej a o zen bttdismo, com suas
n1~tod d qué êle muit.o dove a ~Jung , u nu~ distinção fundn·
et-apas em dfreç-ão à oxperiêl\da do satori, .que mais .se
n1e utaJ.·é. que o f)$)éQterupe u t a ofer ece s ua.xeação aos ever)..
a p1·ox.ime dn obordagem j ü nguiano. Neste caso h u:n hóm
los i,ntêr nos sini.b,61iço:;;; por .exemp lo, e.lo s uger e ü.Q pa-
~ó·exis te o fato d e que v'á rios mestres p-ossuen1 un1a ver -
ciente o q uê este poderia ou d everia fazer na situação
d a.déint experiô.nci:;i do Si-me.smo e vivem a partir dela -
simbólica. AJé)n diS$O, Desoille r equer unl.a experiência
tudo o mais não é- nem 1n·econcebido 11em preconcebível,
do inconscient~ coletivo e seus ar<.tuétipos e, ao. m.esmo
A ú nica coisu. quo distingue o zen d.a imaginação ativa:
junguiana, a té ond·e consjgó perceber, é o seguin te. No tempo, q ue esses (dlimos sl1jam cm'lh.e<;ido& a fundo. As-
..zen budismo - pe lo m eno$ foi o qu.e ·l ne garantiu Q pro- sim, uma ên fa~ excessiva, na nossa opinião, é coloc..ada
n u orientação dOpsicotel"apeuta e n.as s uas r e.açõos; isso
i BO
181
de mod,J mmhum conLribui parf1 ,t indc:pe n dência motuJ
e ê:$pir.:itual do i.HiaJisando. mais puta - por si mesma . -~ também é ·p ruvávc l q~Je o
Cd.ino vfo1os o P.arth- do acJma exposto e. dos excin. indivJduo consiga resistir m elhor às influtmda;s colet.1vas (
p ios qtie fornéci, na im aginação ati vç1. jung,.1ütna, o psic:o- de$truUvas da sua época. Quando, sozin h o e a.tnw.és ~a
t.crapcu t.a só assume uma posição no ques~ão de dutcJ'. sua o,xpcdência tntcrior, ele se ustabclece e1n seu re laCJO· (

mina r se a fa.ntasi.a é genuína ou nfto g~muína. A úr'ik~t nnmento c9m Deus.


(
intervenção dele, quando existe uma reação que.se tnani.
festo a.través de s intoma:s ·ou sonhos> é j11terpreta l' o sig- (
nificado d esses so11hos o -sin toma$ da nHtncira como (
são habitua:lmeute interprct.ados 1;6) análise. É preciso r. • ver e . e. Jung, ·11,0 ' l'rú1lísc<ind<mt. rui:ictii>n", {>n\ CW 8 , "1960, pp. G'Tss.
Jembrar qtie não. fui eu e sim um sonho que aci.J~ou de ." t infpresticinirnt,e {quo i:i Dr. Wolfr;a!'K Krot~JHll<!r, etn su.i di~8~f1:tisão
,;])ic: 1t1é.Çlit.ati,vd .i Vçrí$h1•5m ln ,ler ~,t1yçlwmcrnpie" .<Pl'O\·Odlm<.i1,llf;. modnaU·
ma,pa negra a a nalisãnda an terioti·n eflte n1encíOnada·; ê? J. ,•oii· na Psioot<3{b.pi,J}, Zedschrlfl fur P::;ychorherav:-e ~b'ld M«/1;:11mclie- l?-y·
foi um ataque cardíaco psicogênico que .a visou o nrt:.istu J ~lwtllel"tlpie J, o. fj (n\1,1io <.!e 1951)., em m~a.d iscus~C10 po~meno1·tz~~u ~11,s "dt1M r
,tr.,;:C.ns d o Sch t,lh:.,J len.ko, Carl Hnf1p1ch, ~coc l?~oot!I..., e . f.'.l-,~ riçh Mau :2:,
para não esquecer o ''coração". entre oucros, Mio diga uma paJnyra fl rcsp<:!ll? d:i 1m~gioaç1~0. ~~!,~·.~. ~.~ ..J.~19g, ....... (
Essa.!; rüações espoütâncos do inc-0nsciet1te à ima.g i- .que tal d<!::t:nv9?vida <: dlyul1:w~fo p1o·a o p(1hhco cona-,d~r&v~lrn?nt.e anl~s rfo
nação ativa OCOJTe1n froqüentemonte. Elãs possjhiHtan1
tn 1bhlho d o-3- pt;foótosos Admí-f mencio1h1<ios e ·(>'xonX>\l incg 1i\·ul mlh:IDncn:t ~l) · (
qu~ den1os Clll'ta·bt:anca aos anal.isandos dã.'m a11~ira CO!J)O br<: "C.
5
c?c •.,.,
1..> •• •.Jung, ., ·tys!e!·mm
~· l bid., p n _r. 184.
, • • t · (', \"
Ço,uit!tCt,am$, ,.i · 11>4; pp, 1r,6
y " · ))Ar . ..,.., , ••5··
,.
(
d escre.vi .ucim,a . O fato de o "ruestr~n vive r essencitllmeri- ~"f'..Ónlrncnu:11')'0f'I Tl,c Se<,ret o(1/,e (iQid..:n Fl<h•.:e rH, (929/190.5, ln Rkhm:d
to l\8 psique deles- um niedicUs intlmus, cmno o profes- Wilhe.lm, '/'h;t Si:.ê Nt· u'r tbc Qi.,l({e,1 ftm<;er , l forcourt., Hr:içc &.. \'('orld, N~','(l. (
sor Schmalt1, t.ã o af:>ropriadamente, o chamava - .é um~ forqUc, t !lf;j2, p . 93. (Cf, t-rad. hi"* •,: Osegredc~d.o.flordumr<J, \'(lzoe. Ptlt~p1>f1:;.)
'-l,(yilferiw 1J Coi1iu1U.:.tio1Ji$, C W JA , )). 156, (
1
experiência extrenuunente vaHosa para e le$. ~s (m·m4s Ver- Mil'cct1 Eliade, $,:h9.m(IJlisfma; um{ «rv;hlst-111: t:k!Jtos,;t-eelu !ik Zu.ri·
de med itoç-ão orientais e cristás se base iam em antiqüís~ 1 1
qu e, 1M7'., pp. 33::;s, 'I'N1d. i n.g ,: Shari::<mill..i1: i\J'clrn.ic Thch,ni.q1<1!$ O/ Ec:,;tn.<y,
Pl'lnoo1911 Univon;ity Pn:O!t.<, l 1r i,noot..-On, l96{.
simas tradiç.ões ·h istóticas, ten~Q as~}m ~ ~,antC1.gem d e .. . 9 Ver C$pcc;uhncntc, CW f.,i., par, 40()~::.·
(
ofoxecer dil°et:ri1.es que já foram experimentadas e adap.. 9 ;\té u n1fo-:;Qi, o GX<:êÇãl> ri ií-soó um lê:!(10 mr.idiewt! dtnmado"Sol.i!óqufo de
Hugo de S:l<.> Vit.ol"&m s1.!;i Alma'' ($0Ufoq·1#n f <le órl'/1() cnir,1.a~. NeR~c ~~~to,
Cada.~ por mllit.as.pessoas; mas, ·por essa t'l'lzão, pode1ri se o m.-dítt1dor 1mi.-f.'ce. tíeo .:onvoncido <lé q4c érist.o é a vçr(l~de.h'4 mê.h, <;1<1. ~1w
totnar lUl'lit camisa-de-fórfa ·t,a. nianeir'a d e sér do indi- a lma qu~ d t." ~ oondm: $1'.l)l 1%(i>r ço a ,~K111 meta, epen:,1:s tt.!MV~ d.a sun co1)'Vj~-
ç.ão tt1:i<1ro:;$, emb<:-Nl el;i. ostaja .a 1)t:tr,;1'd~ 00 m!Jnd~ ~ r osl-Sl.it v1go:-ó~.~ numto à (
viduo. Como Jungr·epetidameúte se,lie1)t;é.va, Ç)s Ser es hu, CO;'.f\•cr ~ÕQ,
manos n1odet·nos :já estão tão sob1·ecarregados, t nn.t,o ('
interna (fut\n~o externan1ente, de preceitos• exigêttcias,
conselhos, Jelnas. sugestões colet'ivas, idealismo outras e
diretrizes (também boas~, que talve,~ valh,1 a pena o es- (
forço de oferccet-lhes a oportunidade de realiziir sua na-
tm·E)za. de urna maneira não forçada e completamente e
auto-responsável. E ssa ta lvez seja ,1 fo1·n1â pela qµal a
iníluência .divitia se manifost.e na psiqu e em sua forma e
(
182 ,'

183 (
l
r

A IMAGINAÇÃO A'I'JVA ti1I, corno o zen . ce rtos l)x01·cí<;iQs -.de ioga , bem como a
rncditação t a.<iista, põcm ~nos dian\'e dessa pdmcira folje .
Nt1. meditaçáo zen, t(~mos ({UC el iminar não apot~as todos
os pensa11'!e.nto.s do ego; como também qup.isquer fantâ$ il:u:i
q~tc p·o,;!;mn ascender do Jncon~éient.e. r1e mos que rechaçá·
lo!:) 1)or m<;?io de um lw<m ou d.etxá·li;>$ pusstu· despercebi•
(los . O fi.n lco ·o bjetivo da pos t ura fhdcH 5efttadu é a intlW-
_!.'.!!Jl.Ç;io....s.im!,ólica de toda a~ivid ade. .. .
2. Ne$$.e'í)onlo;·tem.o s quodoixar q u e ~m~ imagem d.e
fontnsiã oriunda do inconsciente ·nu~ p~\ra. o Cfllbpo da
~1,p_çãO i.i1tOriol;. Aó cõ·ntn'ii-ío dns técnicas orie·n t.a is
Gosta ri.a de..n1econcentrar em tt lg uns pontos que fo r• aclma ro~nci.oiúl.diis, rteste caso n<!s ac-olheil'.lO$ a i n~~~!11
mam o caráter específico d.~ imagina~ão ati:v;a. .de.:Jut1g._... ,..... .......,-... cm ..v.ez .d e ,.enxot-á•la ou.desconsiderá-la, passando a -nos
em comparação ·c om o·grande n(unel'o da outra$ técnicas ·cónCeiftfã1=r1ela: ô€!pois de·at.ingirmos eS~e ponto,. t.êlllos
que ostão npar-cc,illdO hojo em dia por·tocta parte. Encon - qi.to ficâi:-at0lú0s a dois tipos de eri'o! o priÍneit·o·équando
tramos hojú-grande. n.ú01er o de J)Cf:isoas que prati.cai-an1 nos concent.r.a111os dertmi$· na j 010.gem que .~\tt:W.~.,!!}5.~ : ...... _.
alguma técniea de irhag,.riaç~v ~luiu:fd.: ~.:. 5':.:bni~tert=rn u r tI1;nA-ntê a !'fixam.os'', congelando-a, pol'· assim dizer; o
análisejuirguiana; e, de itcordo COHl minha experiência segundo é qtrnndo nãó noE:> concentra mos o suficiente, o
per~ebi qu_e é mui.t ô difi.cil fqzer <;~m q\ic ela~ consi·g an; que faz com que as imagens i nternas comecem a se modi-
reaht.ãr a vor:d a.dêira itpaginação.at,iva~ Ent{l última pode ficar rápido derrtâi$.c um:"fihn~ inl..êrnoº acelerado com.e..
ser melhoi:· divjdid~ e,m quot-.:o.pa rtos ~Ott fases. ce a Passar,. Na tninhrJ OXJ?eri~.ncia, pude p~rceber 9ue
_...,..., 1. C~mo. sáben)os, ~rimeil'o devemos esva;iar ~ rlos- são basic~~.Q~';',-ªS,.pf#§ S_Q~;S dp .tipo. int.ui:tivQ .(IY.J~ "9.9$~:u·
( su consç1.ênc1a do ego, libertoncto•nos do fluxo de pons~: ril.º-rif ::CfilÜ~tei• Q, (Ü~Í1l10. l?'l'l'O. El~$ ·e screvem infindáye is
, mento tio ego. Isso já é bastunie difícil para muicas pes- c.o ntos de fantasia que·n áo têm u m ponto focal, ou -11_~ 0 t;e
soas <iue nflO C(m.SebJU<;-nl interrompet a '.' men.t:-O alucinada", env!)ÍXe ll) 8 ll} lltn reJnc.iona111e.UtO pesspa} CO}U O.&.~V" \lt9-S
como a <:ltalua.1n .o.s zen !:>udistas. O proces$O é -n 1ais fácil interiores. Esse é..Qnível da imagin~çtio pa.ss.i).:'a.> c;la f!n~-
no caso da p intura e mais fácil ainda no caso ·da âtividn- ginâii.ó.):o.iVg~tJÍ;çÍ.<l~~s o11trasta com a -im:aginoJi.<J_,;er(J,,
( ~-e c.~ m t~rei~: En~retanto; esta. últim·~ fob1ec~ à cohsc!ôn- e.orno a çh.a 1naj·i.am os a.lquimista.s : Isso rpe !~!.P-~!'.~~P)\Üt.o
c1a f1gu1 as Já ex..t~ten tes . .Embo1·0 se;Ja ve1·<.'h.1 de qtte isso à /,atathyme Bildorieben (vi~la de inlllgem c>tt atfni,i<;~)..\le
pàreça tornar 1>oss(vel passar por cima da "csteJ·Hidade~·, i-i. LeutiBl'. Le uner admitiu have.r s ido inspirado pela
i1
ou-ausência d e quaisque1· idé ii;is (que é freqüentemellte a imaginação ativa de Jung, tenào ·porém dêciâiaO'S.im~
! primefra-coisa que ocone), áo mosmô tempo tem a ten- 11llficá·la - não ob~ndo, 1111 niiuha oriniã,;,, i'êsüHi\s'§s
dência de provocnr dificu ldadéa post~rioros, quando o muito l?_qpa. ~çho muito dif.ícil.,a jud.ar oi; am1!tsa11dos .q 4e
ana!isa.n?o p.recis~ s~ envolvei' com ~ ve1·daclefra irnagi- se .,ç ledicat:a!n ~.,@~sa f9qna d ~.P.r.€Ítica !il:}.. ~p1ªgil)aÇ!~ ~
na{:ao ativa. A mzuona das técnicas ele meditação ol'fen- in~dar para a verdadeira imagi1iaçâO. ati'{~, A Objecti~
--· .... . -, .
i84 t85
(

• n d des Un.bewu5,,;t1.1.11 (ubjct.1fic{1pto do lnt:011sc1v nt.vJ · 8 ext.crnns. Achnvam que cs.'õa~ íníluênc1as m~gi-
'
l
u1eru ..., d r, · •
do w. L . Furrêr tt1mbém oprc~cut~1 .us mesma}) e _1c1~n· ':;.!tt:i,um urn relacion(1ment.o i:;:incrônl~o J)<J~· V"~logi'!rn í
ela.e, bem como o t.éc11içn rnms_ ,;i nl 1ga do /~ ré~c eve,tü! (, mntéria do corpo. Dessa formn, a 1magrnnç_,o ~t.1v3: {
(sonho desporto) de. (foné Dcso1Jca. Es.,os u:cn1cas ta1n, com fl •,. 0-Anto 1,· "'•da 00 cor-p o afrovésdo s ignificado
cstA cssenclUl-UJ....- b" • -
bóm pc r nlitcw .:t prc$cnçt1 e it inLervc nçtio <lo annHsta, o simb6-Jico_dos.sous cor11ponentos químico~, Pes~oa1mc1~·
que é um grondo erro que discutirei adianto. -- · j;;i,•cnclei com freqliência fortes reaçoos ftsacas po.s•-
,'J. Chcgnmos ugora t) t.c1·ccfrn fose.. .Elu coaaist.c em
conferir umn rorma à irnogcm d e ran(.asiõ íi1teriol'rnonte
~11$ e negativas a i1nag inações.o tiv,1s cor·~·eül ou era'On{.!t\-
mcnt.e oxecutadns. Certo onahs,ando l\lé n1esn~o sofr~u
(

('
porêclJida seja 1;~Jatando,á por escr1io. pfnt.ando,n, cscut~ ·avo ataque cordíoco psicogfü'l1co, quond~ agta COl_l_ha
pindo•a, oscJ·Ov~J'ldo•O como uma m úsica o~ dan5ando--a fcus s entitnent.os om umo iniaginaçáo at1vA,,.AfQ..tos ~ (
(cm cujo caso os movimentos da,. d~!lÇa...dQ.ve~or anota.. emoções intensos rcpro~ntan1 às v~cs um o~táculo a
dos). Na donça;õ cor~po vorn a pnrtici_par, o que é às vo:,,,...es erálÍCll dlJ j,nagi ltilÇÚO at\VQ'. 0 pr?J'l"lfl Jung, $(!j!Lll1~0 ~le
fundamental, prjncipalmon t.e quA1,do c-e..tilS(1moções 0 U êlatn cm suas ntemórias, uohn as V<?-'~es que reco11 e1 n l
função ihfet·for ·st,o tão inconscientes q_Üe ócÕrl'lo &e OSti• ~xel'Cícios d e iogit'-'ln,ra cont.rolnr·suos on1oçóe$ ttntcs que
vossom ente1T:.idns no <:orpo. 1 Com frcqoê.ricía, tufllbérn
pareco útil inventar unt pequeno ritual eoncreto. corno acen•
' fosso capaz de extr~ir dela~ \~n\8. ~mog?1n c~tn " q\rnJ pu·
desse s e r c locionar ern umu 1m ag1naçao ativa. ,
der uma vcJa ou al'ldtw cm Cfrcu.los. Isso provoca a partici- c,,,·~o de ) •:i!f1-!ri)1_;,ção n~iva pode ~er c1;1.ali~ado - (
paç.ão da m3téria inorgânicu. Jung m~ disse carta vez comoU1lla ~llv~~n .com.port..e& interna._m cJt~ C~?'?,~.!)tl-
que isso é ma.is efjc.Elz do que a maneiro comu1n de fazer a das dq_nosso corpo, t\Q qual também escutn_mo~ o que elaª.
imaginação ativa, mas não ·s oube me db:ar .Por ·quê. dii"e;;; (com o Odissou fa1,i~ à:' .X9.ZÇS, t)t\ Q<.J.,s§..tjJa,_ç_on.\ijeu
Nn minha opinião, isso t.ambén.1 esclarece melhor rã-ão ou seu 11 frenô''j. Essa técnica é às -v ezes fovoravel
u ma queslilo muito discutida hoje em ditl - o J.>ápel do ~ n sinto m a fls ico psicogênico. Semp~o~ tt
eorr,o na análhse. Coin efeito, tj obra alquímico, de ocordo n1 a~l'ia está envolvida., seja dont.ro ou foro. d'? ~rpo, po-
1
c_2n1 ~u ng, nado lnoiS'é dõ qUe 4mà ritfogina?Ó at.iva~ - < ~ ) l a r i f Í(!1l'Ôll'len-õS-s incr~nlcos, º· q~Le dern~1!}Jt.ra
liznda com ãubstflnciaa quhn.icos, o u aojilt misturando.as, qu~fQl;!l)_a d~. i1)iaginação ;,tiva é _espe_c,alm~~o cor-
aquê Ce n'ao•as, e assim por diante. Os alquirnistis orítnf- t·êgada de anergiad. Em seu asr)ec.!,O !~eg_!ltl~~~ e1a..ao ?,!'.~ ·
tãis, especialn,onto os toojst.as chineses.. fazian'l is.wpt'ffi. ximaêi,,m agiã. o aos perígos dasía íiltima, s obr~_Q> Q.llll)$
cipãlmento p1'0Cururido tt·nhalhã,· com Õs moterl'ãis- Ílo falurêradfnnle. , {
R!:ÕPlJO Ç<irPQ e mais raramente éom suas rctorWL~~ - · .. DõlStipo~de tU'l'O, c1ua Jung d osci·cve em s ua dlsse.r•
bo,·at.ório. .O.S..lll.9..uimistas ocídont;ais t · alhava 01 taçêoA dinân.i ica do inconscien.te: 2 telldeni ~.oc~rr~r nes-
1~riu..Pr1ncipaiinênte- rora- do cÕrpo, _na rotorfa> .~nr- s a terceira faso. U n\ deles consisto em at11bu1r t;nfo.se
m(lndo ciu~'i1os$8. t;ilma imnginã grandes coisas fora do oxu((crada à Bial)oração estétícn do co nteado dn fantas ia,
cõn,Õ"''. Pãracelsõ e seu dlscípulo Gcrhord Don,, contudo, transformando-a em uma obra de arte, o que faz com que
· tãiuo61t1"tl'ooalharum com o chamado firmamento don• n pessoa ncg.ligencio sua "mc,nsage~" ~u s ignificnclo. Na (
tro do corpo, no qual esperavam produzir influências 1n inha OX'periência, isso acontece pr1nC1palmente no cas o
187
t li
da pintun-.. e do·s rP.hUos cscrjto$, O cxcc}:;.so de for111n tnatu ttti\'-a . Ele ~stava tu~oru con-en.do 1nontado no cavalo, mas
o contcúdo 1 assim cómo ==• arte de certos pctriodos hi:,tõd-
0 de:i'nônio ,~stava fi.<:ando càd<"' ve~ nwi?r: e c:onségui.n do
co~ Henterrou os deuses cm 01..u-o e. má(·morcl'. (Hoje t.~m clH?ga,· cadH vêz mais perto. O unahsando deu a. votta e d.ê
dia, freqUcntcrncntq_ !:ientimos mll is prazer em contem. a lfP.un rnodo conset,rttilt es mtt~a}· o d emônio com os pés ,
1.:>la.r urn amuJc tó primitivo ou a arto. 1·ústi.c a dos cris tãos
prünit.ivos do quc.i a nrtc dec.ac.l(-mt.o de Roina..) As fu n~:Õc$
Q.v.artdo cte m e con tou isso, fiq'uei iµtpress ionada cotn a
e·stra.nha discrepância entre a <~pa(ên~dtt dele e o 1·as.u lta-
da sensação(,? do sentirru:?r'lto'são ns p r irneiras a n(ls indu - .do da histót·ia . Ele 1)ar eciu assu~tado o atormentado. .Ae-
ziJ· ern erro neste caso. Esctuecehws que o que estamos ! &inl sen.~o. disse-Jli.e qu.e de cé.rtt\ manefra.eu. nâ';) acredi•
r(:?trãtando ou descrevendo é npcnas a aparênci.i(le ump i 1 tdvà J'lcj fin,ã) ·fo}i~ da. hist.órfa, nHlS não sabin por 9'-!ê·
i·ealidade interna e Qttc o objetivo é ent.t·ar ern contato Uma semana depois e le m~ confessou que quatldo o de-·
co1n o realidade e não coni fl aparência . · n,ônio pata de cavalo o nlcançou ·ele (o analisando) se
·O ouko tipo de erro·consi~te cin fazer o oposto. A partiu em dois . .somente uma parte do ~eu ego venceu:o
pessoa foz 1:ª.J;!id.&mentc.uin.esboço.do cQnteúdo..e iinédia- dcm.C,nio; a ,outra se a.(as~,0u da ~ção.e fiço~ obsenrnndo
u1mer~t.o ootn) na quostâo do ·Sigi1!ficudo. Os dpôS{n tui- do lad<> de fora. Por cohseguc11te, e le. só·àlcançou a vitótin
tivo 9 pensamento são os que especialmente con1ctinn esse com um ego:heróí fictfcio; seu vet·çla.q'eiro ego cvadhr-se,
<frro. Isso ,lemoostra urna fal ta de amor c. dedícação .. Po- ' $etretan1ente dizendo de s i p8.r8 Si: "AJina.l.,rle Cí!fJJa~ é
demos facBmente perceber isso qu,a·n:do um pac)ente nos apenú3!..Q!JJ.tasia". . .
tr~z _um esboço descuidado ou um reJat() es.c,rito ponr ne~ ~ uando o estado observáv~l de um anahsan do dei-
ó !:5Q.:.:da, d faê ndo que já $abe <•o .s ignificado". Sssa tor- . ~~·~"''"'" "'' .
xat como nesse.caso·. de se harr1,19,1Hzar com o q ue a.conte·
<:e-ira: fas e, na .q u.a J forriecemos ao inco nsciente uma rrta· teu em tkÍna imagina~~º ãtivià, 1>odeooos~~dinitil' que ocot•~
neira de se expl'esf:lar, f'reqüen ternente proporciona.gt·ande reu esse e1To j9.·QgQ..Q~~íc.io. E dífícil manter isso afastado.
I\Hvio, nra$··ain.da··núQ é ·a verdadeira imiunnaçÃo atjvn. Oütro anã)foando, c,m uma irnagínação ativa, teve u,p
4. Chegatnos a.g ora à qti1nta fase, a fase decisiV'n, 11quc. longtt 8 ron)ântjco c~so nrnoroSo·poril 9 m a fisura da ruiinuj..
la. que está ausente e1n quase tod~s as técnicás de i nragi- E le ·nu rica d isse a ·e la CJ'ue se câsrtra recentemente. Q t~~n-
naçáQ.- a confron ta.~~~~~~~2~-~~}{~JY.~duzi· do eu lhê .fiZ perb'tlJüas n ,·e-:.pei.tO d isso, t·e~pondeu que
.~ o. NJ~s~ po'n td, J u hg nos advet·te çom relação a urn cn ·o nunca fat'ía isso na vida real (ocultar que era casado).
frequentemente cometido q,1ecorhp1'0>nete todo o proces· Assim, seu eg9 11a ima.giuação ativa não era Q mesmo que
so. ~ r r-sé do e1·ro de entra:r u\os nos ·éve11.t-0S internos seu ego d o dia·n -dia! Estava claro que a co isa toda. não
co~~~~?. ~~~-tl_c!Oetl1Véz~~ê·êôíi\'~~i:i 1;~§.:?~~~ego=·--- era.eomrletamente real pai-a elê; •fn> mnis couio se esCi-
G.ostana ele Jlusfrar o que acabo <Te cl1zer cOlll um vesse. e5cr evondo uni romance do que faze ndo uma ima-
exenlJ>1o. Certo anaffaahd o sonhou q ue encox.1trou u m eas- ginação at.iva. Esse ponto é tremendame·nte irn-pórtante,
c9 de .c avalo no de8erto. O êtlsco.era d e certo modo mui to porque toda a eficácia da iJ\laginação ativa depe,,de dele.
perigoso e con.icçou a petsegt.ti-lo. E ra unla espéde de Az pessoas com uni caráter 1nuito. fr agmentado ou com
demônio relaciona.do com o deus \Vobtn. O homem t e n - psicoses late11tei; não conseguem de rooclo nenlrnm fazer
tou con.tinut1r a fau.taaiar esse ~ôttho em umá in1agi1Hl~âo a imagin!Íção à.t iva ·ou só.ô
. . consegue1n
. .
com o ogo fictfoio.
188 189
Por esse motivo, Jung nos ilcons c lhou n náo ut.iliu1 rrnos nenhuma ajuda. F'ina lrnent.e, ela pensou e.inir busca,r um
a t.écnicn da ima[:,rinaçáo o tiva com pacienté$ do gtupo do nu1rt.elo e uma talhadeira para abrir um btJ.l:aco no muro.
c.ns~s fimít:rofes. Na rcn1idade, o anaJisnn.do do meu se. Essa foi a s olução. , (
gundo t;?xcrnpJ<:> não era -umo pessoa doente e sin) um O fato de a mulher levat· tanto t.emp-0 pilr.a. achar urna
intclectuol. O inte.Jecto é um &'l·ande frttpacei;o; cl~ nos -~ç.ão:.(Q.i.f~lfÇ~oêiô SCu corr~pOi·~a mcoto iJJê)lto na reaLi•
iluQe e nos levn a desconsiderar o aspect.o mora l dos even - _!)_ade...íll(J;Qugr. l'pr..e,i,;.~ mo~,v.o ~~ll.R§oluJa,mentc fundu, (
tos, e nos d~ixa clominar pela dúvida de q·1..,e, afinal de rn.e nt&l.JJ.iw-of.or ecermos pjuda;.se .o.furu~OlQ$, Q.Jl~cient.e
contas, {t coisa toda não passa de uma f~ntasia e urna (
n,f lo@1·ot1<le_~la.e._ç9n.tiriua tão infantil e.:pa·s sivo çiuap-
vel_eidad e. A fmaginação at·i vn requer certo grau d e inge: to, ~u1t~ Por _ o utro l~q1._q ~ar1d_o <l_olotQJtam.e.nte <\}Jr.e.n.de.r_ (
ntudade.
s~as.l!Çõe:; l 1ãim'iginaÇêo a.tl va, ele t~rJ1bénr .iiPJ:.eJ1.de_tá
J u~g c.o m~ntou_ ce1~ta vez que a psiqüíatria de .hoje
dcscob:r!u as tres p n meu·as etapa$ do processo; mas não
algu ma ê ~}Sa Cõm·refaÇá'ri á . su·a ..vid~·exte.tior...iY.~~g:}lão
--··-.
ájt,tda
.
. que
va·õ:n)·.g,ç i~ntes;··atnda
. ,_ .. __.__..
.
-
,. ·- --··-- • ·
perma11ec~ssem .. ...
·~-- ---, .,..... ....- .em,P.a·
... ··- ...
1

.con_segu,~ compteender a quarta.. A m aioria das técnicas caàõs'..pcrr ·"Semll)ftrs;·in~p$t,i 11dQ ern QW~.~çon 1:.1n 1,,1füsSE;m, a
de .1ma:s;:naçfio atuais não. chégam a atingir esse f.?.O nto. .._ ,c••. ..• ••.• i.ãiitar,~o.zi.11)i:ó.s'Ilc.har uma so)uçãg. (
E:x1,1:;te atn_da. o·u tro aspecto que ui nela não foi c.omJ;}·een.. ---Co1,11 oUSOêÕJlt~:;;iãdÕ-de drogas, à quarta fa.se está (
d1d.o. ~\rnaiona dus técnicas ·c:C-iatív~s oµ imagéticas atuais novamente ausen te. A.pcsso.a que S4PCJ:l"Visiona car:rega
_p e.~·m1to <:ert~ par tíci paçUo do an.ilü;ta ou até n1es.mo toda a t-é§;ponsa.bilidade é1n vez ele isso caber à P8%S(la
e~1g~ que ele mt~rven.ha. Ou ele JYrOpõo o i.e m.u (como uh · ql.}.e.. es.t á· fazendo a imag'i11,.:tção. D e ()tl..tei con1 -u m livr o (
tectuca de Ha.pp1ch ou no ~reiname.n to autógeno avança~ inte'l·essante de autoria de dois i.rmãOs, Tere,o ce· e Dennis
do de J , li. Sch,,ttz) oµ lí1térvóm, fa:l.end o ~ugestõé$, 1vlcl{enna, chan1fldo The inuisible landscape} Esses d o is
quando o a_n a ltsando "emp~ca':. Jung, por outro lado, cos- coraj().sos Jovens fOram ao Méxi.co e fi1.eram expet'lências
t u ~lava ~el.Xa.r selts pa·cienlêS "empacado:;;» onde qqerque em si mesmos com uma r)Jflirt<;) a lucin6genaJ·ecéin-clcsco•
. e~tivessematé queencontrasseJll por s i mesmos uma saí- berta 1.10 to·cal. De acor d o com o relato· de)sis. sofrer;irn t
.' . ela. Ele nos cohto~ que teve cer ta vei uma pai:ienté que estados mont(li-s esq t.tiz.ofrê.rtfooS que p r o,vocar.,tm u1na
estava seu,pr~ caindo é1n COl'tas 1'armadilh«s~> na · vida uexpansão dos. seus 'horí9,ontes éspi.,d tuais". Infe!izmen• r
l'eal. ~ecomm.'ldou a ela que fi7..fJSSe a imaginação· atiya ,
lmedtatam,e nte ~la se viu, na imaginação, airavessond o
te, não Cornecem uma descriçfto pt·ecisa dos expetiências,
é_\})enas d icas a respe-H-0 de t.el·em visitado outros plane·
r
um campo e encontrando um nutro. Ela ~a}Jia que tinha tns e- recebido a ajuda d e tnn ser invisível que freqü~oté· 1
q~e P~.s:sar para o outro lado, mas co1no? J un_g: aj,elias me1;te np~re:c ia C-01no u m inseto gigan tosco. A segunda
d1ss?: O que ~ocê faria na vida r e»l?" Ela s implesmen- p~rle·do livr o apresenta. os tnsight::; q ue se originaram '
te r~ao consegum pensar em nada. Finalmente, depois do dos seus "horizontes espirituais mais ·~n\plos''; e é aí·q ue l
mu1to terrtpoi pe;11sou efn·ça0:1inhat ao longo do muto pm·a s urge o desapontamento. Eles não são de modo nenhum (
ver se ele te:rmm ava eJn alg-:o.m ponto .. Não terminava .. diferentes de outras especufaçõea a tuais -a ltamente intui..
Então, el~ procurou uma porta Olt uma abertura, N oya-- tivas a l"espéito da mente, da ·n1ató1·i.a, do pi,tcrótlismo, e 1
mente~ nao chegou a lugar nenht\tn, e Jt~og nã9 ofereceu assim por d iante. Não aptesentam nada noYo ou criati·
(
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191 1
f
vo, (1pc11.u::; (..'<,is a s.que v:; ::i.ut.orc-~ b~m informad os fHc.:i lrn~n.
Vnçúo li Lrnvé8 <l~ fouo o, .;se <.' ti coi~sog\li,;-;s c s.u pc1·á.Ju oom
te p odcdam 1,e,· cr,j m,o <:on sçionte inente. O J)úflto m4is i ni. CXito, lori~1 pcrmís:;áo p (l'n\ sulv~u· t.:unbchn. out..ras fd Ol.:lS.
por·1.a n t0 surge no final , quando o livro tcl'm i nü com u Vi cnLi10, cliMl:W de m im, l 1m g ign.nt.~sco trono do-i) rado,
lçtéi..1 d e que (ôdu a vida. na. /l'erra será d estruída e, por cs~a bri lhante (:omo o ~91. Nélô csLav;nn sc-nttidos o i·ci e ~1 roi.
l'azão, tcrerilos que fugi r para out.ro pl~neta ou escapar hhu d0$1Jlg';)tHcS. J~)i:'J:$ ê nttn o.s. 1·cspons;i\,êi.s pela dos l.l·ui·
ção <:J.o no;Sso p l{I net.a.
interna ment.e, em Ç.lire_ç.ão ti eSfon\ da meine cós m.ica .
Gost.nl'ia de compat-n r o oxposto co-rn um s onho. '()·a. Minha pl'Ovação. a.Mm ,fo cor i:neolQde tur de v ivencia~· tudo
isâo, consis tia Cm ler .q ue galgar os d egr·aus do t..J~no até -O
t.a-sé do sonho do um eSt:.udantc; qu.ê não cone o t·i$ <!<:t d e ~e ,p onco c m q ue con:j,egl.lissc-o!har .dítNu.rueut.e no n>sto de-
toruor pSicótico (;! q ue está atua l.mente fozcndo a núlisej un ~ k s. l;;so $e <leú em estátrios. Comec<.+ tl tlsceúsão. O cur,ni.·
guia.na. Sou g rata a ef0 J)9t· pormit,lf que eu narre seu so. nho <?ql fong<J, mas s.úbi11 que tih h a que perc.:orrê ~lo, q uc ·o ·
n ho. Dei><ois que· fiz esta palcst.r a, Ed ward Edingel' apre- destino do mund o e dü h u m;.rn id à c:lo,dopenrlin dó rnim . N
senio-u o 11les1,10 $ônho e ofe r eceu exceJonte in:te r p retaç{ío scO,l'de i, e nsopado de s uot. Comp1·Qcndi dep-ois, q uando
ttcotdéi, que a dest.rui_çlio füt 'T'~1Ta er~ i1 festa de.casa.
dele:' O s<>nh o (em fornHl levem e nte t'e(iuzidn) é q seguinte: lnonto do t·ci é du rainhà. ·
E~tou ca·tn'i~·~·h~~;·d o ao Joõ'go' do que sÍio cl1~;·adas ê.!3
1:iitligadcs, dus qu.:,1.is po<l~moa- contempla r Nova Iorque, .Esse sonho lcmbril a i nvasáo ·da Tur ra p or g igantes:
Eston antlándo ao la.dÔ <lc uma figui-a da a1,iir1,a .dc soonhe· desci·ita no Jivro bíbJico de Enoc, ql:(.e foi interpretada p or
cida para mim; ·ilmbf>s ·s omos cor1d µ:d do.s 'por \IJil horn.e m ~ungC0·1)10 1Hna "i nvasão pr e matura (da cons~iência) rei)·
que é l\osso g u ia. N {lo 1·estou r:>édr-9 so'bro p ocfr·a e ,n Nov.:t Jiz·a:dh pefo in consciente coletivo~'. Isso provoco\.J u ma
Ion.1ue - o 1hund.o ·foi destruído. Jncêndfos .::w nlastttü n h 1f1à.~ão go~1cn,li2nda. Ós anj os qu~ (segu ndo Enoc) ha -
por t oda. pilrte;. miJhatos de pea..50as conem ~-em runio 0111.
t(ldas as d ireçõ~s. O rio Hud.f-:ion inu ndou. grandes p·ã1·te$ ·viani.g erado gig'~n~s con1 n1ul h':)r és .lmmanas fornecera m
da cidade . Anoitçco. Bol~s de Jogo no Céu assobiurn em à h lJman.idade .mui tas n ovas tornHt{; d.e conhecimento, e·
dfrcçüo à Tena. Eo fim do m u ndo. isso ocasionou a. inflação. Está claro quo o son ho a ci01a
o· que çau~ou isso foi uma ra.g.o de gigantos q ue veio do re'ílete noss a Se m elhante s ilua~:áo atui\), e o livro d os ü··
.espaço. V ) dois deles.sentados llo mr:üo das p edr1;3s, indilé
1·entemcnté pegimdo uni p unhado dQ p<.~ soas lltrás do
ou tro e eugoli ndo,os t<>mo se fossc1n uvas. E r a tuho visão
8

.
mãos McKennas mostl'a claran)ente... e n tt·e outras coisas,
aonde leva uma êXplor açáo prem a tura d.is visões do in-
hordvol... Nosso. ç-uia n os explicou que esses çigantes consciente co}etivo - Oti seJa,· a u n1 estado m en tal ext.r e.
ha "iom vindo de d ifo rent es planéfas onde e1és v:ivinm em mamente p recário. Ao m esmo tempo, cor\tudo, es:s e so •
1)8z u ns c.o m 0Sou t r<1s. Havimn aterrfao.do ern disços voa. nllo adcqy.a cUunen te mostr a .a <Üforença en t re~ a.Jucinação
do1·~!> (C?nnn as b<,Jas de fogo). A Terea que écin hecfamos causad a pela$ drogas e U·m a a.bOJ·<lagcm fei ta pelo i u co ns -
forn na vc.rdade plan.zjttda pcJo~ giga.ntoo. E lea haviam
'*cult ivado" iiossa civilizãçá.o d.a matl<::ira como cultiwun.os cient:e. q ue ru,o foi procurada. No souho, a pessoa recebe
]egi.unés e vc rdttrità é.m es tufa. A.gora. t.inha,m víndo para uma tarefa: chega r até o rei <; o rai11hn. Por oucro lado, de
a <'6lheita. Havia uma t'aião espécia} p ata issô, qu.e eu só acor do com. as conclu~ões dosMcI{ennas, tudo qµ é o i ndi-
":i n:, u ·s ab·e.r tnáis tarde. vtcluo pr eci.~a fazer é tentat se afastar. Pa.rece,_ en t-áO q ue
J.i!u fo1·a sll.l\"'ô ,pórque m inha p ressão sangü ínea era füve· u m aspec;:to c:oostrutiyo do inconacicnt.o só ó constelado
iuento a lta . Se fosso norm~l ou alto de maÜJ, eu tétia sido
devora do. Assim, fui escol hido pa.n , p ass;.\ r f)or éSsa pro• quaudQ está .frente a :.f re,1~te. com um ego individual como·
parceiro. :Essa é a. s itua~o.
. ..gué' b.U·sc~m.o.s atingü· n a h na ·
192
193
f

t:,rina.ção ativú, e é por isso que o uso de drogo~ - ainda e é isso que determina qual o curso que os eventos to-
que sob uma supervisã9 responsável - ou a prática d,~ marão. ~· .
técnicas d e ima&:ri n nç.fto nas quais o ana1ista assume o Unut nôva (ou m~lhor) antiqüt"ssima) abordat:re-m . da
(
comanQ·o não são adequados, potquc então o ego não é imnginaÇ.~o ativa é ·dêsc"i-it..a ilQS livros do CUrlos Cas- (
capai. de se confrontar com o iilconsclente. to.ricda. 'I'rát{.t.~sc do n1étodo tio bruxo· e xamã Don ,Juan,
Tonto as cenas apocaJípt.ka.s do livlo dos McKennas que ele ch am~ de "sonhd'. Por trás disso estão ·a~ ant.ig(}s (
quanto as do sonho acima de~crito estúO i·ola<.:ionadas<.:om t:rttdições dos xamãs dos índios mexicanos. Correm boa- (
o medo que terno::; âe urna guen:·a nucJeai-. Mas em vez d e tos de que grande parte do. co11teúdo desses !iv,·os- foi in-
rltgir para o espaç.01 o s onho entrega à pC$$Oa a. tarefa de vent·a da p<>r Cn.~tafteda, embora tenha utilizado matcwial
observar fac~ u face o casament-0 do rei com a ntinha. ··
Essa torrfa representa a. união d os opostos- do. pai com
genuíno d~s xâtnás. O ''sonho" certQilJenté é parte ~lésse
mate.r 'ial gen.u tno. ElQ 'é exotiCamentc fndio e j amais po-
.(
a m ãe, da rnênt.e corn .:J. maté'i:ià, e assim por diante. L.c m · deria ter sido inventado por um horne1n b ranco. O "-s o- 1
bro-me de que Jttng no·s disse ce.rta vez, t)uand.o lhe per- nho'' é ~lcança.do eon1 ·a ujuda d e fenômenos externos da
guntamos se uma terceira.guerra m undial ·ez,a ·-i:.n evitá- natureza. O mestr~ Don J\.lan leva Ca.staiieda pal'a as re,
vcl, que só seria possível evitar essa guerra se uni nlqn~.ro giõos. inct.tltas e soiitáriaS da nat.urcza. Na penumbra da , (
suficionte de peSsoas conseguisse manter unidos o$ opos- •loite, Castafiedn pe.n ~a x.;:e-t' a foüna escura de u.m a nimal
tos clen tro de si. Neste caso, tálribém, todo o fardo coleti- morib,1ndo. Terrivelmente assustado, olo quer fug'Íl', mas (
vo repousa sôbrc os oinbJ·os de uma só péssoa, ~ que SO· depÓis ofha com n1ai.$ atenção e percebe que se trato ape-
nhou. O inconscionto só consegue no.s mostrar uma ~aíd.a nas de um galho sem ,•jdo. Mais tiirde, Don Juan diz: "O
para a crise se nós_, enquanto indivíduo$~ pormtmecor- que você foz !\ão é n<c>nhurn triunfo ... V~~ desperdiçou (
mos conscfontes dos· opostos. -um belo pQdê r, um podei' ql,l.e $Oprou Vida naquele ·g alho (
Um irI1p01-tanto t:ema no .sonho é o guia, o qual in,s - morto . .. Aquele ganho. era .um n.nhnal de verdad e e eshl ·
trtti o sonh8.dôr. Essa figll~·a só apa'f·ece qurtn.do o ana..lis· va vivo no momento cm que.~o poder· o tocou. Como o que (
ta não assume seu lugar. Hennes, ·a a hna oi·ientadora o mantinlrn vivo era o poder, o truquo er a , corno 110 so- .
•.
dos alquimisWs, .cJ1amava. a s i mesmo <:te "o amigo de e.a · nho. sustentar a vJsão":'> •
da soJitário!>·(cut:tN>Que segrega.ti - cada utn ~ue est~ s~.. O' que Don Juan chá m a d o poder .â f é ni<uia, muiun.-
parado do re}janho). O resultnclo mais importante da ima- gú etC.,., em Qi.tras p'alavn-u:;1 o aspecto en~rgé.tico dO in~ (
t,.ri.nação a.tiva, segundo Jung, é' foz.e r com que o analisando Consciente-coletivo. Ao desvalorizar s ua fantasia, .o lhan ..
se torne independenté do.ano.lista. Por e~se rnot.ivo. ntw
devemos interferir" nola (a n·~o sei- paro. Operar c<>rreçõ~s
do para ela de manei r a raciorial, C"stniíeda afugentou .<
o poder o perdeu a. oportunidad·e de "parar. o mundo~'.
no m ó.todo). Q ~Hl.ndo Hrn analisando fô p8.ra n1i ru umà '(Essa é a expressão PE1 Don Juan para interro mper o
ill:làg'inaç.ã o ativa, com freqüência penso e·1n silêncio: "Eu pensamento do ego.) Ooi, Juan tambéo\ chama esse.so- 1
nunca teria feito ou dito isso!" Isso d enlOn·st.l;'a como é nho de "ü1sa nidade controlada'', o· que lembra :o ·eotnen-
individual a maneira pela qual as reações do ego sur, tário·de Jung do que a imag-inàção ativa é um·a "P,sic;oso (
gemem ralação ao incousciente na imaginaçãp ativa - voluntária''.. (
194
195 (

L
8~so ti po de iruv&>iri aváv utiva com 1:9isas exc.et·nns rio pe rigoso. E,nborH cs-so evento não tenha J·eJaç;\o com
d{l Ot1t.t1 ror,a lemb ta a arte dos alquim.ist1i$-·, í l lW reuJizam uma imagi[!aç{.o i,tiv~, e ventos. seme-Jho.nt.es freqüente-
sua il'l'lHt,ri naçâo otiva cern meuü:,, plant.aS e pedras, ma.:; mente ocorrern dlnante a imaginnçáo at.ivn. Esse cxem_•
com uma diforenç.a: os aiquimi!.tns $ún"lprc t.inho.m u m plo dêntonstr~ como podemos 11erde r o ntmó nessa uPSi<:o.se
v;., so. Esse vaso e t A. seu imagi1wtio ucra et ·n on f'cauostica, vOJu n tf\ria.='. ASsii-n, o a lqu ii'n ista Zõsimus co rrc~.n mc nto·
ou s ua theoria. Desse 1nodo, e les não su perdiam e m.a nti- advartc Con tra os deniônios que podem confondir o tra-
nham urr, ~~co-ntr ble,. dos eventos no senUdv 1it.cr.:d. uma ba lho -alqufrnico. Tocanws aqu i na di-s t in çAo entre r:r h-na-
espécia de fifosofía. religiosa. Don Juan també m tinha e$S~ hrjneçã~ ativa e, n magü1.. p~rt.icularment~ ~ m~~fà ne?'ra.
collt-role , mas eJc ···tüio consegue tran amfii -lo par{l Como .i;abcmo$, Jung,a<;~vel'te êOl)t.J'a Q tipo d"C 1mag1na ..
Castaõeda e, portflinto, sempre tem que assumh- a liâe- ç#o atiVa q1..,e envolve pesSoàs Viv.RS. E lSt p~~te A.f(!tá-)a.$
rança. · maglêamente, e toda magia, incJu-s ive a magia "branca",
Como já m e ncionamo:;, os rituais que acompanham tern um efoito bttmenutgue cm relação à J)essoa f.)\!e a
··--·····.. _,..a.J.n,,.agin~)&fül.&.ti:>:'J-:t.. são particularm.en ee eficazéS, m.as ao pratica. Por conseguint:e,.a longo prazo. eJa é destruti\•a.
mesmo tonipo peHgosos. ls:,ofreqü.entemente·con~f:.elª Um Í.,emp1'0°mé tarnbéJ11 de ,1m Ca$6 !)O(jull) J ungJ\\é·lll:On$e,
_gt·ancl~r'iú1nero de cventossínct·õnico$. os q u9.is faci lmente Jhou n u~6,-1,.i. E.u Uü ha uma ·a n íllisanda mais velh a que
podem ser interpl'eta.dos coni.o mugia. As pessoo.s que cor- e$tava t'o talmente ·possuídã pelo seu an.imus; elp. nâó es~
rem o pel'igo de ae torparcm pslcôticas frequentemente tava. inais acésSf°\,e1 e ést:,rva à hefra de um lapsO psicót.ico.
hu:nbé1n interpretatn e}·t-ow:-m.nente esses evéntosde t.nna J ung u1e aconsr:?lhou a falar com o anünw,· dela em uma
mnneir~ p etigosu. Lembro .. me do C{}SÓ de um homem que Hnag{nuçfj.o ativ.a. Isso fria ttjud~-la, porénl me prejudi-
no início de um hlpso e,squfaoftênico atacou fisicain e n te a. cado, mas elé·disse q ue aii1da i1ssim eü devêl'ia tentar,
inul her. ]~la charnou o policial do povoado e utn psiqltia- como úJtí mo r ecurso. Do fato, o afoito foi b e.n éfico, e ,Jung
u·a.. Enquanto· os dois hQmens, junto com a m ulher (j' o me l.1.jlJdou depois a éomb~tter, o efeito bumerangue. Não
mRr.idc p!1:'b.u:b a~fo, $ ::,:t,,1·;«m de p~ n o.saguão ae·eu.fra,da obstante, nunca rrtàttJ' b\l'S,é.i'i-'e.peth· à 0xperiêncio.
da ca.sn., a (Üi,iêa lâmpada que ilu1)1itlava a cena e·xplodiu ~ A fronteira entre .a imaginafáo ativa e a 1nugia é ex~
em mil pedaços, e ales fica·x am no escuro t."(Jbe~·tO$ de pe~ trem(ln>ent,;, $Util. No caso da mll"gia, l>xiste se,npxe al-
daços de vidro partido. O homem perturbado imediata- gum d esejo em jogo, Telacionado com uma inten.ção boa
mente chegou à conclusão de que como o sol o a lua JHtviam ou dest::rutív~. '.('.ur,b~Jl'.\ ob$ervei qué 9ma forte p.oases-
ocultado ~ma luz n a crucificação de Cristo, o que nconte~ são· da parte do anirn.ltS úu d.a otiit,~a jw1pedo as p essoas
cera fo r ;;a u:m sin a l do que ele, o salvador :c;i.0 n1urido-, esta .. de fozerotn :l imaginação ativa. Isso torna impossível a
va s ~ndo injustamente detido. No entanto·, o quo atonte- necessária aQorturn int9?l'io1\ Só deverrios praticar a ima-
cou foi exatatb.ente o oposto: o evento ~rincrônico estirv~ ginação ativa com o objet.ivo êXchiSiv(>"do obtét a \rérdado
levando uma mensagem sadia - estava.advertindo-o para n respeito de 116s meaw.os. l\.·fas, no. J)rátiéa, fre.q üen-
que niio tivesse um blecoute tnental (uma lâmpada sig- t.emente um desejo ulterior se inser e s uh·l'epticiall'.1ento,
nifica .ª ~onsciência do ego, ao contl"á:rio do sol, qua .ó a e a pessoa cai na irnag inatio fantastica . N otei um pe rigo
Divindade). N este ca~o, estamos nos n iovencl_p E!lJl terre· r semelhante no oráculo I Ching. Se a pessoa não abll.n do-
19(;1 197
na, antes de tançot· 8$ moedas. todo e qualquer desejo
com rê l(tÇ{w a u m resultado e~p0c(ficot ela freqüéntcmonte
A .D IMENSÃO RELIGIC)SA DA ANÁLISE
interpreta erronea mente o orácu lo . Existe també°m o caso /
oposto devei· ou ottvfr "â coisa certa" na hn~gi.nação ati· (
vo o depóis duvidar de que a coisa ~aja genuína . Co.m
fre_g üóncia. a im.agtnaç..ii.O ativ-3 nos fihet·t~ düs!-$01 fazendo
de: repenté algo tão surpreenctentC que pensamos: ''Eo
núo poderia d o moqo 1-renhum ter inventa.do isso!u
Fiualment.e, ttm1os ainda a ·rase:-.finai - aplicm: pa (
vida cotidiana p . qu~ aprepdemos na imnginaçfü.) · ~·l'ti.va.
1:-<,m)l;,r(Hn.e de um homc1n que p1.·Cttllêtcu á ~ua. q.nim..a,
ilurante a imaginação ati.va, q tJe dedicaria a eJn dez 1I1i• "Ô inÍ:eresse .P>'jncipal do meu traba lho'·', ~sct·e.v e
nutos pi:.w dia. E le se a.ttapa)hou e ficou com un1 m au Jung, "não está re}acionado com Q t.:ratamento das neuro-
···-- humot·..neut:ót.ico...que.durou até perceber que não -havia ses e, sim, com a. abordagem do nu.mi'noso. M·as o fato é {

numtido a promessa.Ma.sé claro que isso se aplicá a to- que a apo.rda~n1 do numh\Q$!) é a. ve1·dadeira ter apia e,
das ElS percép__çôes na. ·n nálise. Essa é a "abertura -da .na m edida em.que.alcan,~amos a.s experiências numinosas,
....... i·etorta'' n~ a 1quimü·l. algo que ó na.t.ufalmenté produz ido sonios libertados da maldiç~o da patologia. Até mesmo a (
quando compr~cnden'IOS a e t.a.ph anterior. Qu~ndo un1a do.enç.(:l as~t}.ln.e um carát~r numino$o~•. 1 Essa citação diz
pessoa deixa de fa~or isso> é um indício ·de Q\!e não çom· tudo que é essencinhnente.hnpok·taute sobro un10 mHílise
pletou realmente a quarta fase r.la confrontação moral. jnn.gÍ.ii.ana. Se rtáo for poss ível estabelêcet um i:elaciona .. (
mento com O nutnillOSO,í nenhuma c u ra é p()SSÍV8l; ·o. nit~· r
ximo que podemos esperar é uma 1u,elhora no ajust~mcn~
NOTAS to social. Mas, então, o que. resta aQ analista foi:er?.Ju.ng
1C(. {l.. F', C , H ull. "Uibliogrdphk1.i l Nqtcl! ',!nA~t.ivo tmaginat.ioo",.in.Sp1·i1t1J, se nHnJife:;t.9:u da $0g\1inte maiteita sobre l:)sse QSSUlüo.
L91.1; li;, H,onbe.J't, "L'lmngiontfon nct ~vç (l' ~prês C. O. Jung'\ li\ Cal1ü:r$ <k en.1 tnfla CtWiá:
P-.yc!i()/()gieJungldemu:, Parls, UiT.'; (;. Q. ,l1uiç-, 'The 'fl'81\'1?Cêod<!nt.. Fu,1çt.jqn",
ÇW~. . ... Como fl néu).'OSC, é um próblem:;1 de ·o.t itude, e a o.t.itudé (
"O. C. J\)ng, '"fhe 'f..-1111~.ee,.-ul c.:ot. l~weUon." CW.8. depende ou se ba.s eiá em ce(l:oa "dominantes", o.u Bt'!ja, oã
3 'fuN:•n.ce e Denoi!l M.::Kçnno, 'fhe lrwf.ilible l.Andi,'(tpc, Sl,itbUI)' Pross, (
Nov~: Iorque, 1975. mais elevado~ e .S!Jpl'emos pt'inCípios e idéias. o pro,hle·
~ YoJ- Edwa.rd F. E:dingçr, "l'b.8 ~l,Yth oí Met1J'lí11g»_
, Qucrdrrm/ 10, 1977, pp. ma da ati.t ude pode ·Sel· chall\a:do dé t·eli'gioso.2 Isso é' ga..
3463, ràntido pelo fato de que nos sonhoa e nas fantasias os to.- (
~ Garfos Casta,ledã., .Jrmrn~y to l~ri<m, Simo11 ll.nd Sc.h\1.-;tor, Novtl lol'q_u e, mas religiosos a1>até<:em éóm o nítido objetivo dê )·eS\Jla1·
19'/ 2, PJ>. 132,33. (1'ru4. broa.: Viagt'm a l .\'tfon, Record, füi,> d~ Janeil'o.) a a.t•tude e rost.hurar o equiJíbdo pertui.· bado. Ob:ser- l
vei1 por oxêmplo, que, por·via de·.r.c gra, q·u ando·contcúd-os (
·~rquétípfoq~·· &urgêm espont,an0ari'ttlnt~.nos1;:1onhos etc,,
efeitol'J numinosos e cut·alivos emanam delós. Tratn~se
de expcri~ncia.s-pstquicciS priniordiais que freq(i ~nternep-
te t'éébrem o aces:130 do plt<lionte às v,,m.ladea'" religiosã~
198 199 (
(
'
qua t~uvimn ~id<J bfoqucmlus. Jf;u m,.:smo Li \'C c:::-s,i <ixpc- ápoca. Elas assi mi l~'l rum essas idé ias na êpo~a d<> : oJc~rh
r iê.ucü~:
e le ndo r chttos j o rnalist.ico5 b<'lratO$: os sonhos nao tem
A~sim ·como nt1..·.rtv~s de opmi(>,::=J p,·ti:.:o nc:obicla~, (!U pússo
rc frcm• ( H.1 c fctiv à n w nln in tC)'l'Ofl\p ér ú i11{1uxt}-" <Íiui:w .-; sig nificado, o u são expt;eSsõcs do desejo scxualt tião <1.xj5.
(infli..~óncfo divina), de (lnd<: <(l-Wr que Vi)n h~, tcirubém me tc.~m fa n ta~mtls; j8 S~!. ouviu falar no )ncon~ciente, m~s não
6 possível, üLruv(!~ do compot·L}m1cnlo 11dcquadu, flJlt'OXi ~ .é rea.lmcnt.e ve,:dadciro; n Uo e>.:istc nenhum efeito sem c.au-
m ar.me del(;~ o. quando isso fü:on tccc-., ac0itú-fo. 1'fão po~:;o s ~ raciona l e pa lpável; baSt.a que a t)essoa s1:tia razoável ú
forçit r n1,'l d:,1; $Õ posso mo vsforçiir j>~r:a ru~~i· tudo que fa- tudo fk ~rf• bem ~s<:;). sodedad~ rosse-conser tada, tudo s e ..
voreça esse evcn.Lo a nada q u e o cor1t.n.1i:lc. O q~te _l"l.('011Lecc
rm ~â C>~ m4s.üão ?1<.?cessádarnÇht~. ú 9' Lip9 de .ação ~spon·
ria corrigido, etc., et.c. Depois deS$fl variedade de (.>rêcori-
t.ãnca qul! surge do inc9nscie.ntc e que foi sirnbolizàdacomO ccit<iS, o pjol e o- rnois diflls<> é o peris.ament.9 ~staUstico
O,l·o l{1111p ~1go pcfos al<1u imist.n$, P at·Uc-e:lso, Bõhein~ e pot· ~berto ou implícito: "O que úü faço h.fü.) .faz a menor difo-
aqueles que cst uchun hoje cm dia o incoilscientc.:i r en~ài. $OU ape nas um g1·ão d.e areia en tre milhões de pes•
soas~ m inha ex·i stênciá é u m ~cid.ente insfgniticante'>. E s3"a
A parti)' des.se.ponto de vi{).ta, 9 lrabalho do terapeuta estrutüra mental é uw veneno dil'~to o mor t.al p ac:a,a .a..lrna.,...._
só pode consistir em de.s trull' as idêias.p~~concebid~:l e os O 'analista tem po ucà8 e$p~ra,)Ç-â $ de .ç lh ninar esses
bloque ios À possível expm·iêncja numinosa. ({$130 e stá t·eM pi·eé:onceifoS atl'avês da argumentação. Essa tarQfa é exe-
lacionndo com o antigo problema da U>ologiâ ~ ,;e a sa l• ,cn titda cmn mu.ito mais eficácja - ils vezéf:! rapidt,11ne.nto,
Vâ!,,:âO Ve-i n da. t,-1,: aç a ou do esforço humono; obviamcsüe ~s vo-zes aos poucos - através dos sonhos, do paciente .
ambo.s $Úo neces·s ádos.) M~,::. é funda me ntal que o analis ta tenha Hgaç.âo com o
Exi::;tem rnú ltiptas maueiras d e evi tar o numiffoso-. numinoso e. tenha uma:cren1:a n~le qu,e- se bas~ie na s ua
Gosta.ria de apresentar ileste ponto Víh:ias que eh.cont'r ei. éx_p ~t:iênt la pesso'~i; .e.ai o coJltrário, nâ o nou, ltos son hos
Uma. delas é certa supe:tfidaHd.:,tde extrovertida. Umi1 o elemento q Ue e.>5t{t v·oltado p Ul'.a a e.x periência numinosá,
mulher mai.s ve)hn, que nunca tivera outra coisa n a ca. projetando 11~le$·, ém ,;·z d i.Sso, s uas idéias pes:;oais ares-
beça além de a~or, roupas, viagens e Coisas desse tjpo, pei to do (JtJf!.,q.p.<.tçi~t~-ºdeveria" sex o:u fF._1.zcr. E le tende,
!-eve o .::.egttince ;:;<;)llJ'lô: eia es·t.1-.iVtt Cie.i,&'~Qbre uma e~çada. autom&ticame nt~-1, a dosen ,•olver convicçõ~.s con).o: ess e-
e estava pres tes a ti n\r o p6de uni [trfu1de cruçifixo. Para analisaudo ·devería s e afastar do.s pais, aqlJ~le analisan•
seu in1e n$0 horror, o Ct-uc\fic·a<lo ·de ropei'itê à briu o~ o1hos do deveria set· tuêJlOS Jo,t,electu a], aquele o utro ~\nalisan-
e d(sse; ''\tocê poderia tira,· o pó de mim cOm 1nais fre- do deveri.a, se'l' mais disciplinado - e aio(la outtns con·
qü.ê ncia!" .A mu l her era cutóHca. e ate esse clia estivera vi,cçõê';s baseadas e rn opiniões e i(léjae Jjl·econc~bidas que
satisfei({l com n re.a Hzução s uperficial d os pt·e.ceitos ex• ele possa ter sobi·e a nonna1ídade. Por esse motivo, o auà·
ternos (la $greja. Esse .&0~1]10 fez com que ela pensasse Hsta p1·ocisa dizer r epetidumente para s1 .Jl)Q~mo; "Não
J)c.da primeira vc~. sei ·o "q(ie Deú's quéi' dessa' ·1iess oa!" 1\.ido que ele pode
Q.uasescm_p re enc:oittramo~ n.o..s pe.s soa.s d~ hójé uma fizer é ajuda1:,o pacie nte a ouvfr m elhor o que a própl'ia
coleção de preconceitos filos9ficos e pseudocientífico-~a- psique está lhé s us su rrando.
cionaj~ oriundo1, do século XiX que, na verdade, já fo. Meu p1:iJ,n eito paciente.q:ue sofria-de psicose grave
1·am ,lesacrecJi~a.:do..":I, pel9s pt:üJ.cipais cient.ist~s. da nossa era t.nna nmlhor que estava indo et.n direcâo a um episó -
2.0 0 201
r
d io esc.i u izofi·ên ico ern <leconência de u m t,ro lpe externo
d o <Í~sti no, e t'U ~stava lutando com ela p'a r a e.\:itar que emoção, com freqüência se esconde o p reconceito secr et~ de <'
iss·o acontecesse. Nesse po11t.o, Jung, que estavâ ·supervi- e1ue os so ohos na vo.n.lade nadi1 .e ncerra m de ve!'dndmro.
sionand o o casQ, disse-me scria1nente: «como -;,,ocê tem Segundo minl~n expe.ri.ê ncia, ~ma d-a! sjU.ul~:ócs ma.is
difíceis que existem é quando o tncon·sc1entc aparente•
tanta cettczado que·ossa mulher n fto tem que passar p-0r
esse episódio'! 1\'fu itos p:aeientes n1e.lh·o h1m depois de um mente só produz sonhos b€tnais, nada que seja rem~La·
episódio. Você 11.úo deveria estar t.efltandO aprendet' o $e .. mente n'uminoso. Entt'etanto 1 freqOentetnente é poss1vel
;(rodo do destino dela; é apen as um jogo de pocier. Você percebot· atrás d o aspecto pessoal de u m sonl~o a estrutu·
ra arquetipica oásico. Jung tinha o dom particular.de ser
n&o sabe o que Deus quer· dela!" A~sust.áda, sirnpJes,nen-
te desisti ê mo res:tl'illgi a t:ahnamente interp~·et.ar oS so~ capa,z de reconhecer o s itp1ificado arquetíp1co mais l?ro-
fundo de um sonho quo, ll.. pa rtir de um ponto d e vtsta
nhosdeJa o mais díretament.e pos$íve1.Aanalis~nd~ jnex-
phca\'e ln1ente rnel h~rou .. Qliando ·contei o· fato .a ,Jung, superficial,, e.r:a si mpl~sm~.nt~. bana! , Por outro .'·~ do, d~·
vemos às vezes suspeitar mais dos sonho$ mít1.c os, por - (
elo riu e disse: "Era isso q ue eu. esperava, rnns JJão podia
que podem se basear apenas em Algo _que o .paciente lc~
... sJ (;.~r }ll!Ql! Ps>..r.!'.l\!lil ..ije.11.;.9, voc.ê poderia ter tentado for~ar ou ter alguma. outra base não a.utêntica.. 4 Sooho.s par~1-
alguma coiSa de novo!":AquHo me cur o u de vez por todas
de qu alquet entusiasmo terapêutiço JuvonH.excess~vo. cqlannen't c belos é rniticamonte estru~ui'ad?s n~m. s~m .. (
P,t:e têm :um s igniiic.ado ~specíal pare a peSf:!08 que ?s têm.
, Além da$ id6ias intelectuais prcco11cel)idaá, seg<m-
do"-mi·nha exporiêncin, outro pr0Qle n1a qti~ pod~ sür gfr é Em vez dis.so. poderr1 reJletil· o ih tenção da p~rte do m c<.ms-
ciente-de a.trair a pessoa·; -ou seja, hidicátJl·que. no período
o analisando ~ei' u m son ho a lt.m nente ~1umh~o.so, Jnas d e
algum modo dei~ar d e $er apAoprioda mente tocado por Q,ue se inicja. o <lesenv~Jvime"!_to interior se dar·~ através
de um encontro com o tnconscien te e os s onhos:
eJe ou até nlesmo n.ã.o s(;))· de niódó JJeuhum afetado. Ge--
ralmen t.e, nesse caso,- tl'atu-se de ce,rto estado de inferio .. Os sonhos banais, ao 1:(ff1t;rál'lo 1 mostram Que u m
ritlade do etos. Jâ aconteceu v~ít-inS vezes ou_fi.êa1: i>rofun- signifipodo latente ma.is pxofm1do <=;stc.'\ ~1.n ª~·~º 1'.lof t r á$
dãmen te abalada com o sonho de un1 padente que este da realidade pes~a l, (1·eqüenteJ!1eilee descons1derad,a, do (

está nar:r audo âe fo r m·a fria e easuaJ. Àpl·endi nesS!9s ca- dia-a-tlia da pessoa. Repetidaml)n~e as ))essoas ae deixam
sos a não ocult.ar meus sentimentos, a uáo ocultar quão domin~t· pela reação defen-Siva: ' 1E simpl ~s m,ent-e.. um ~o-
pcofundfl:ltlente emocionada estou. e s im a oxp.ressá-lo, nhó idiota e absurdo....Jung ·Setnpl·e. dizia que n~o ox1s. l
De acordo com a min ha_e~períê11cia, is.s o seinpre L~ve um te1nsonhos idiotàs, é shn ·P es.soas id iot.as que não os ç~m~ t'
efeito positivo. p reendem! O fato é que .o Si-mesmo ta m béin pm·ecé se
importar com o.s pot'ffH,?llOl'es da .J.lossa vida pessoal. D'3us {
O própl'io Jung aempre teve fortes >'~ações :emocio-
nais ifos $Onhos. Reagia com risos, gritos de m edo, m au d isse a E1nanuel Swedenbor g; em uma vjsão, que não (
l1umQt ou exaltação aos .sonhos que a·s pessoas levavarn
comesse doi-nais. Por ser uma ·p essoa intuitiva, Sweden·
pata e!~, e freqüentemente auà ~eagão fozia: o paciente borg er-a primitiv.a1um1.te hnodetádó com rel~ção ~ ~ coj. l
compreender o q·u e o sonhq queria dizer. Por tt·á.s da au- sas baseádas iu\·função sensação, ou $eja, a sexuahdaâ<:,
.sência de r eação d e um an~lisa1\do, além do fraque~a da a cotnída, e assim por diante. E típko, porta,uto. que o S-1-
piesmo se manifeste exatament:.e nessa ár~a.. (
202
203 (
(
r.
Çer.ta an~lfsuru.lu m i'rth~l ~onhou qne u ma voz vinda r'iêlicins d é luz <~uando CTt\ Jovêm e se toruân) pt·o fossor
do·alto lhe d i$Sc quç ela pn~dsuva d ~ u1na ···cint.a de cafe de budis1110. e stava sofrendo d~ u ma úlcera estom.u tal
(h~ mun hã'', Um intorrog ~1t6rio mloudoso l.tO~tX( ! i\ tona 9 que apar entemente não podia se~· cuNt.cla pqr ne.nh.u ma
fato de que e l{i pcrambuh.w·a d esleix~<la mc nte em seu d os dietas cspecia i.s qttc lhe hav.1~un s ido pt·escrcv1das .
roupão de b..tnho ll Cl).Unhâ to<la {ela e)'él ak:oólatra antes Disse f!n tão para ~le: "Pétgt mt.c ao dhanrmh(J.:,•0- (.corpo
d e fazer ant.Uis.e) o ~ó ves tia. ~\ cinta e c.omeça.va·8uas ati. de Buda) dentro do vo,Çé 9 que deve con,úr e o que você
vidades por vo1t~ d<t m,eio~dia . .F.t·eqilentement~, riarnos deve fazer.· pal'a. curar a si mesmo''. EJc me ol'hou., comple •
juntas. poi· causa dess.e sonho,, e eu periodicume.o t~ <.:ú.stu•
- mava:.lhe'pcr·gunJar: "Como' vão in(lo os coisas com a cin-
ta do ça(é du manhã?"
t.atn ente estupefacto; n o u ca lhe ocorren1. fate-r o Jgo desse
ti()o. I\:fais t~t·d e, e.$~rcveu-n~e, diz!:H1d.o t1ue !!z;.t.a
t§ltiya o que ficara cu.rado. EJc uc.r cscen tou; '\ ~Jº quG a
a. ten:.
'l'anib~i-h é especialmente difícil para o anatista fa. p:Sfoologíti, J.un&~ lano· acrescenta~ l'eligião u n1a base de
1.er com que teólogoi e clérigos se apro~hnen.1 do in/luxus realidade que pc.r demos".
·d ivinus. As vezeS 1 eles s_imple~monte não são."chamados'>, Essa penla do.c.o ntato.c01n.a.b,a se. empb:i~"-..'1.'1/1.illl~" -
e eptão a aná!,jse os conduz para o mundo. Etitretan.to, tões dn t·eJigião resulta freqüe:nteme.nte de 1,un éX.cesso
com muito rna;is freqüência, e tnl)ora tenham d e, fa to. esco~ de t.radicionalis1r10, Por cpnsegui nt.e, ,Jung salienta·q ue,
Jhiao originaln1ente.11 pi·ofissáo .através de·um·a espécie · quando Cn fat,iza111os demais o dese3nvo lviment,q do cristlá-
de con stel ação do destino, eles perdoxam sua. fé genu í na n is1n o, deixamos de t~epa.rar o que existé d e novo n e le.
ç1.o longo do ca:min'ho, substitu indo•a por frase-$ e fóxmu-
lá~ m ~cifrifo.aa. Pr~.cis'trn1os de u m: nc:,vo ~ 1)to de p~rtida, e i~so _não po<le
si?r éticontradd s~m a escolha de \ml novo s 1gr11fica.do. A
Certo monge teve uma pl'Oêligiosa c:xpe ri"ê·hCÜ\ êle me,:t!'?t.t.Jtern s6 está vi_va qúaJl.d,o c ria. u m novo signi(i~~do.
Deus dµrnn t.e ·a anàlise. Eu lhe pergiJntet ·s e seus colegas O'ftltQ d a que Cristo ó o cu dos (sere~ human~~J c.sta 1111·
fi~ari an1 mais assus1,ados se vivellcia.ssem, como ele, a plicito 110 evange lho. mas a. conclusão do que Cl'fsto a. cu
re.a lidade de D é us ou s~ d ~$Cobris8em. q ue D~us não exis - J)u1,1ca foj.explicitainenté ê lúbo1·a<la. Essa é a C$COl hâ do
úr'n nov,o significa~o. v m esíágiú ult~J:iot· no. encaruaçáo
te. EJe respondeu: "Ficariam ,.u a i$ ass Ustàdos com n r ea- ou réializãçâo dÇàl Cdsto. 6
lidade de Deus , pot·que quase todo:s sec:retamcnte ·a.c redi-
tnxn (1ue ele n.âo existe". !'vias t.t1e·s}no pal'a esse analisando É o mesmo qué:oconteceú ao budistft' a,Çj1na tnencio-
eu t ive que dizer mais tarde: "Esse tal d e Deus sobre quem nado, $Oh a forma da·afrihuição.de um novo significado
V'-?<:é sempre fa)a re·a lmcnte existe para você? ~~, se existe, ao dharmaka:ya. A dítn,e-nsão re'Hgiosa na anális e ·nitdn
tem ou não tciu alguma cois a o 4..tzer sobre seu JJtoblema mais ·é do que descobrir dessa tnitneira um !lovo signi-
atual?" E .l~ vivia cscot·t·egando de volta na s ua antiga. ficado, maneira essa que à~ vezes 1·enyiva idéia~ religio-
pseudo .. roligiosidáde intelect..tU\l, iw qu~l "Deus-., ·ficav'a sas Já existentes, ô às vezes as transforma. 1
e
gua1·,~ado em uma gaveta até o $ern1ãó seguinte 8 $ qµes.. 1sso me leva a outro problema qúe ~ur ge repetida·
t.ôes da \/'ida dele. eram decididas some nte pelo ego. me1üe ·na ariá.lise. O inco11sci'8Jl.te é "ro1ígioso" - ou seja,
Para espanto m.cu, eucontt-eJ um budista.j aponês co1n é a matxfa de toda experiéncia religi~sa primoraial - ,
o m.e~nl:~~~roble m a . E le havia tido significativa$ expe- m as freqüentemente não é 1'0l:todoxo''. O que muitos SO·
2Õ4 205
('
(
nho.!:> e vh~ôes oxpre8sam a lg\wi.:,s vezes outra c m <:on tra.
giosa que se d e?faz ,d <>.q u ê ~ !)Ot'n o ·do çi\,e. é mil_u · e fifl'ô. (
diçãotom esse ou q.quele d ogma olt preceito moral 1·eligio,
quer ma is ter neiihuma retaç~o CQJl'rá r el 1g 1â.o., ,l!~ssa~~do
so. Conheci1 por ex~rnplo, vários p adres cujos·$On hos pa- (
8 oJhm' pru·a t.udo so Q.um aspecto puratnen~ scc,u lar. S om
reciam <:ontrariar a s us Lentação d o celibâ.to. E nLretanto,·
q u·e é-l t\ tomec con~oiêricia disso, ? ilumirw~o O.· Pé~í~ des-
quattd(-. posL<H:iormentc cJcs dcba~i·a m o suce r·dócio
son hos lhes disseram que ainda eram pàdres de \una
. . $eus . prevenida e a possui com.fantasias sox u~rn, ~mb1ç.ao d.c.~.
d inhcjro, a~1seio d e drogas ou pod<.lr, ou fanatismo pohti·
1
('
(
mttneira invisível. AfitHtl de contas, o celibato ó t1,penas
cQ - ou seja, ela se torna pQ.s.! ;uída por delises "su hstittt- (
u ma rei{u.la moralis ,.ttâo Um dogma, pQdendo, por conse 4

tos. ASsÍill, Jung escrevê em Psi'cologia e religião.qu.e , em


guinte. ser modificado em a lgum.a ocaàião. Deve $er ma n.. (
ú lt.itna análise, quàlquf::r <:ô isn dominante é. i nêvit.~v~J
... t ido urn equilíbrio enttB a. inovação e a · manut.erição da
11odé ser chamada de Deus,
U·adição. J ung escreveu o set"ltinte J)ara o padi·e .dominj .. (
eano 'llictor \Vliite: · · ·n m\o Sür 9uti, atra.vé$ ôó Utlltt deci_s ~o .étJç~ H}·i-eçnente .
escolh.idà., u j)es~a Corisiga erigir cont,r~ cs,S.e ,re.~ôme.no (
Se você onc.arar a doutrh1n (da Igreja c.atóJica) de manei- natur{11.uma p;Os1~fto'igtialmonté forte e 1nveoc1ve l~~ lio-
ra literai, estal'á c::ôJoca.ndO·se d e lado, até que não r-estftrá tnéht 6 livro parfl,Oecid ir so uDeus'., ~erá um ''"esp!rlto' ot~...
.. (..
1

ninguém Quo possa rep·r e·s~nt6-1a a não sér cadá ,;ore$, Se, urn f<,m411.1.gno nâtt1r~l .<:onio Q unae1ó de u.m VJ.Clado cm
por ou ~ro Jado, você verdadeiramente assimilar- a d outri- mot fio.a. e, por çonseguint~, se "Dêus" ttgifá oomo u rna (-
na, irá a.Horú-Ja cria tivamente at:rAvés do $eu oüt:entlfrnen, força benéfica..ou dcSt.1~utiva. 10
to individu,ll.l, conferindo portanto vida a olá. Á vida da
rhaioria Qas idéias consiste na natureza cont.rovorsa d<!.-
!as, i.o.~vo.cê pode disco1·dür delas á incl"a que·reconheça a
1mport âncu1 d c}as pura u t1n1 maioria. Sé conéorclaSsê ple-·
Os d euses §3Ubstit:'ú tos conferen1 ..uma ausência d e Ji.
b er d âQe ·- a_p·o ssess~o. A.s$iin, ê1n últinia anáJi~e) ¼ ril9s
'
(

namcn.te com et..,s, você poderio rnuito bem Sér $Ubstitui• que decidir ·a que senhor que.t ,:mwS se:rvit', 'R esses.deüsc.,s
do por um disco de grtunofon a.':1 substitutos ou a Deu$ como ele se revela d~ntro d e ·nós) (
se quisennos fa-zer um s ince l:·o eiSfoq:o para avançar em
Significa que.se ô i nconsciente faz.com q~te um~ pes- d ireção"º in, tocónhecitnê nto. "A única 1naneih1 pela qual (
s oa que freqüet)ta a igreja fuvo.1·0ç:a algo quf.i entra em Dêus já fa li:)u no h orn,em é·{ltrãvés da ps iq ne , e ãj, s iq~é o
conflito com a doutrina da sua denominoç-ão~ e-la deve (
erltertâe e nós o vivenciamos con\o algo psíquico·. ·Q ua J...
transformai· isso cm um c.oníli~o p essoal, em tuna fm;roa
quer _P.e-$$08 (Jue. cbm:n e iãso de p s icoJogisl:nO es.tá negan- (
de ca1:re$'a r a cruz.. En1 úJtima ~náliset então, nãÕ s erá· a do o olho que conte1npla o sol."ª
posso.a. que decidirá o conflito e, s im, n uox dei dentrQ
J 1-loje em d ia, de tem pos e n1 teu\pos, pe~soas que fo.
e la - tão Jogo .$eu ego, com todas as suas Qpiniões, conJ1·a raJn criadas naq·u ela oütra "'igi'c)a", o marxis mo. que foi
e o favor! te.n fü.1 ~lon:icló na cruz. Como salienta Jung: r
.estabelecido a leste da "COrtina de ·retro", vêm fa,zer.aná-
e.:i:tra ecc{esiam, n ulla.$alus (fol'~ d-a Igre,ja não existe sal- (
lise. Suas d ificuldades são bi.st"an te se-m ell\antes As dós
vação), m as a g~:aço de Deus vai aiuda ruais lon~re.9
' ai_s diffcil.ainda, na minha opinião, é ajudar u n m
.M
segu idores "da ·qualquer·religíáo· que'·afirme sor a i·eJ)t'#·
sentante da única verdad e. O q ue mais m~ imprcs$ionou
e:
pessoa n avançar em direção à d imensão religiosa AUatl- nesses caso& foi a total s upressáo do princípio feminino e, (
·do ela foi dé tnl m odo atormentada pela doutrinação reli- por conseguinte, do sentimento pe·a soal - um.a d esagra- ('.
2()6
20·7 (

(
ditvcJ ::;en:iaçúo int.e1e<;tutJ I de <lc..:sapego . Co1n Isso~ a cup.u - u m a rquétipo s e aproxi ma d o Hnuar da consci.Çnci<i , d(!·
cida.dé de se .e mocionar, de ~xp(~riment.nr llalor ou signjfi. s envo lve o lcndé.n chl de rasc;in.:u· o ego conscie h·tc e fozer
cado, dcsapar~c~. Alú(n disso, palavras COn'J.<J.Deas, alma pressão para .q ue seu conteúdo s imbólico ~ej~ ·coH(:ret.:1·
e co.w,-ciência foram de. t11l môclo estigmatizadas Q\lc é 1nc11te J'eJwesentado. S~ a pe$soa tnlo COll$~guír manter a.
melhor não usá-1-f~S de todo na prc!senço. ·dela$ e tent'<-U' cu.beça e o coração. no I.u gor, e.la se ~~rua possuída e iníla·
t r ansrrlltir q ua lquer ·•novo sigciifl.cado" que a p~ique de- <lo.. Se üm clesnento esqüizofr~nicO ~st.iver presente, ela
las c~teja t.cntnndo revelar <:1 travós, e sob 9 aspecto, d Q poderá muito be.m praticar ~s. coisas m ais terríveis. As-
hn.ogens on íricas. De. certo 1nod o, essa~ pessot;1s também sim, por exemplo, um esquizoftêl'lico que eslava l,r.aba-
têm uma vanta.gêm: sâo capazes d~ v ivenciar a dimçnsão lhando no jardim .d o u·m ·hospital pal'a dp~nles 1wc.nta i.s
religiosa da psique C-011) \Ull vigor espontâneo, sem. o ftf.i·- de rope.nÇe a.garrou: â ~filhinlüt do .di.r~tor ~ decaf):i~ou-H.
do do passado, ~e.rn ti sensação anogonte da kudi.ção que 8)e explicou qu.,;f a voz do Espírifo ·Santo lhe havia dito
il:nediat.amenle estabelece um~ reJaçâp entre suas desco- para fazer faso. Se ele tives5c-intotpretado simbolicamente
b~l'tas e <1lem entos do passado. 1onho" esper ança de que .. _..., essa..vQz,.texi&..c.on1.pr.ec.ndido que o que ouviu significav.a
um dia, nesses pafso-s~ uma colheita abunda.rtée o~ona, que ele (levia, s.8<:rifi<:ar sua exce:;s-lvtt infuntilidE.1.de. Are.-
coino acontece cfepois de urna iuu.ndHçi'lO. ptcsentaJáo co!1cr~ta de contcúdós or9.uétíp,lcos compuJ ..
Assim conto as substâhdas de moio:r 1>odcr curativo sivos é .ô iffànde pc-rigo que acompanha ~. experiência
tarnbêt:n são venenosas , o onconLro com o·numinoso pos- ntnninosa. Eril casos como esto, o A$pecto demoníaco do
s~ i u m Jad9 extrcmam'?nto perigoso. C011) êfeito, as r eli~ nuininoso s~iu vencedor.Apossibifo:tade de encontpir um
giõcs nãQ ·são apenas algo constr\lli vo - basta pensal·- novo Sigriil,i,?JtdR frJ~Ç~~ ~J.;·.Vl},)~.~~.1~i:-;~t~ R.~1.:~ J.1°:· Posse.s~
m .z~ ;.~e ~A::.n<a.:. ~· het'.C:f;~~ ; -c.t · ;,:;:ram queimydos, l'>il são tarnbém $jg111fica fanat.isn:,o. Ã'. pe!soa possµ, e r.e pre·
dev.~stadora. invasão da E uropa pelos ·t\ll'COS que chega:- senta a única ve'r dade, e s~ senteju$tific.ada a() $ubj_µga~·
rant aos po.:rtôes de Viena_, nas· duvidosas ativjda<los toda$ às ouiras coisas·. É $OinC.nle af..ravé.; cio enten~
missionárias que e xterminaram aS fm·1nas cult'ur~is e dimento do significado psicológico que podemos nos pt·o·
Toligjo$~!:i indígenas d e m1,Jitos· povo.s , dcixat)d9.-os se1n teger CQntra esse petigo. Os teól9go8 que nipresentam
raízes. Jung eSci-eve o seguihte: ·u ma posição religiosamente nmiJitante" encaram .Í S§O
i-\s roli{Pões n6o são ncces·$nri.Mnente encanto.dot'as 9u CQJJlú tornar' jnadequadamente relativa a verdade: da fé
hoas. El...lS; são podêtOSâ$ manifestàçóes' do espfrit.(l e não deles. Entr.,fünto, este tYâo é o caso. Qu1>sndo lUna·e xp.e riên-
~cmos podér para inve.stiga,r o c~pír i Lo. Sem dúvida as cia religiosa primor dial Ocorreu·, ela é.ah$oluto paro ~1:quele
·~·artdés cstást,t:ofes, Como terremoto$ ou incêndiós, já não que a teve. N tio Ob$tO.nto, se olo no mesmo temp? co.rnpre..
são corwil\centes pat'a a n1.éhte moderna, mas não preci-
aamoe del~ts. l!;xisLên1 coisns ·mais hol·rjpilante°!:1, como a ender essa experiônc.io como uma descoberta pes,.soal de
ihsanidáde âo homehC O·gfri'ifrUi ~.:.r·ua' _rUei1tn.l do qual iri- sighiJicado, ádmitirá q.ue Deus, úu o nun-iinosurn, ti:imbém
oon.~est~velment.e sofren1os. JZ podel·ia revelar-se de milhares de otitra~ formas, P.Ois, em
ílltima análise, ele ó a lgo lncome1t.~ urável q4e só se revela
Nos casos individuáis, 1)ode,tl1os ve1.. o lado perigoso através do filtro da psique humana, onde nos fala sob.. o
do r:u.ni:inosu.tn em a tiV-idade no fenômeno tjue, quap.do al?pec.to de imagens e formas t:nític.as. O que ele é :'em s.F',
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<:on r..udo, não podemos saber, pt.Jo m e no$ não nesta vida.
8m virtude das m (tltipJas formas concretas possíva:i$
Po1· conseg uinte, ~ssu pes$oa jarnais desejará pregar Sua
que a experiência co.m oven t.e e num.inosa (Lc., reJigiosM
cx,pedêncía como a vetdado u uiv~rsaJménte vá.Uda.
pode o.s sumir, é- difíci] gehP.rfl) iZá -la. Por esse. m o tivo, e m
Na verdade,.esse é ó'sit,'Tlific.ado da pm·ábo·l a d o J e~us
seus escri tos, Jung éonce nt.rou-so em dclir't(!a.r ce,·tas ten- (
na qual um ho mem encon trfl um tesouro es condido em
dências gerais que o b s(H' Vf.11'~ ou l:'! m s i mesm o o u dln seu$
u n-'I c.nmpo, voJta a ocuriá ,lo e vênde tudo que tem para
int't.meros p e c.i e11t.es. São basicam.ente, êSSas '\:ô1-rentes"
comprQr o campo (Mt' 13,41). A pessoa q ue tetn uma vél'·
no inconsciente coletivo quo $Ornos capazes d e obser var,
·d adeir.a exr,Ewi~nc-ia religiosa a manté m oculta no cora-
p(;lr um lado, no muhdo ocidental ainda oficialmen~e cris·
ção e não a· espa.Jha aos quatro ven.tos. Talvez possa con ..
tão e, pélo outro, 001 suas teorias cient;Íficas nã o reJigio·
versar a respeiw dela com m~t,ras pessoas q ue vivenciaram
s8S e raciono lis tas. A "corren te" com.pe nsat-óda no incons-
algo seme lhante, sabel).d9 quo o que vi\•ehciou é a Jgo que cien'te· coletivo da no$sa eult\ua se· manifesta· com u ma
1
Deus l he .revelou, mas que 'pode tor expressado também 1 fr eqüê ncia especial nos conte údos lntticos q ue lembram
.P ara outros d e uma fo:rrna con1pletaÓ1ente d iferflnte 9u o si mboJifnno d a a lquimia . A mitologia a.lquímica pareco
com um éoute údo distinto. Desse modo, surge n titu~al- 1
1 se relacionar particulnr111inie..con1.quatro p r.o ble1nas: (l).... - l
mer\ie um p.rofu n<lo i·espcil;o pelo religio. do outi-o (se for elevar a condição d o indivíduo em relação à uriifor·m ãdo..
genuí no) e a 1H~c~ssidade de nãci a tac.á~l·o. Somen.te a.pes-
de da massa; (2) i'nten-sifíc4r a valorização do princfpio
soa que d u vida d e si h1csm.a se vê sempr e coJupeJ:ida a feminino ou er os (tanto n.a s mulheres quanto nos homens);
conquist,a.r o m aior número possível ~e-admfrad_ ot·~s,pai·a (3) o, problema.do m a l; (1) i-econciliar o&opostos d~ ostru-
abafãr ?IS própria.:, dúvidas . Por conseguin te, J ur:ig ·sa-· tul'a J?Síquica fundamental do ser h vmano.
JiénU;i que a e>weriô.nciâ religioso traz consigo sua pi·ó- A eleva_çâo da col)diçãó'<jo indivíduo se m a nifesta nas
pria provo, a.inda que ao me.sino tempo o ego, apesar dessa experiências ehl que é chamado d h:etárhente por Deus;
ex1,eriência, nunca desista d ~ du v-idar d ~ que a comp.r cen- ou tHl'.l sonhos, em quo está em tnua po$iÇâô d e determ-i• t
deu corretamen te. "Da minha parte", disst? Jung, ~·p1~efi .. nar o destino do mundo, ou algo s eJnelryante. O·sonho d e (
ro é, dádiva })te ciosa d.a dú'vida, porq uc/e.1.a n ãÓ viola a Utll jovem a1nericano descl'ito a ,seguir é u m exem.p lo d es-
vü:gindade das<:oisas q ue estào ulérn do i-1osso alcance", 13. i
te tllt.imo CASO:
Essa atitude perma nec,e etetnaniente nova e aberta a
Est.c.>u c;.a mln.h<lnd-0 no longo do que .são c hatnada=-=- a.:;;
expe.d ências Ílltêi·np.s air1da m a i$ aliraugentes. Pnlisades, das qua is podem.o s contemplar Novs Iorque.
Qua-ndo um a experiência numiuosa o curativ.a $e. dá Estou andãnllo ao l~do de uma figu ra de.(uJim(l ~esconho·
d urante a an.á liso, ó obrigaç,\o do anà lis.ta aj\ldar .a cvi- cida PD.r a mim; affibos somos conduzid..os por um homem,
qué é nó$SO guj,a. Não rê-.'itou pcçlr:n sobre pedra em N9va (
ta.t· a.s possíveis Conssqüôncias negativa$', n possessão e u
illflação. E las nconoocem naturafmenoo qnando o ego ou Iorqve -· ·o munào foi déstl·uído. lncéndios s~ alastram (
por toda 1>arte; milhe.t·as d e P.es;;oas conem som nun.o em
a capacida<li, m ol'a l (sentin1ento) do·analisnndo·e fraco. todas as dh'eçóes. O r'io H 1,tdS0u inmtdou grandes partes
Os sonhos for necem a lntse necessária pa.ra evit~r esses da cidad-0. A.i1.:.i~ace . Bola$ de fogo no céu ~$Sobiam cm
efeito$. O p~ciente às vet es também deixa dê cmnpr~e11 - dir<'.ç ão à. '"J'érrA. É o fbn do·mundÇ>. e
der a experiência, mas. isso é mais fácil de re.i:nediar. O C{Llé c:au.!:l-OU isso foi uma l"'àÇa de gigantes quo Vé io do
espaço. Vi dois dele,s sehtadoa no meio das p<-Ki1'l.l!'J, índife~ (
210
211 l
(
( l' (Hll-J::-nK•u t.c pcg,;1ndo urn pun h.a.do de f)ésso11s tll.t<.Ís <.I()
outl·o o c ugt)1indo-os como $C rossc:m uvns. F.ri, um vist10 ''giga i1tesço» através d e u rn iJCéle rado desen v.~lv~mentc,
horrível. No$S0 guin uos Q:-<pJicqu (!l~C c::fS(!S g lgantt:a hn~ do eonbedmoh~o tecnológico. Mas esse d.e.so n vçlv nnento
viam vindo de d ire n1ntcs planctàs onde cfos viviom um negat.ívo poSsu i tuiw base s0e:·r et-o positiva: e le desafi no
pm; uns corri os o u.t.ros, 1:;Jcs hnvirnn atcrrizad9 ,.1:m d i~c:os indtvídu(). a fazer a difíci l ascensão à consciência s upe-
voador~s (eram as Oola.sd(~ ÍOg'o}. A ·n:rn ·a que conhcdt'm~o:, rior, à individuaçfto,
fo-ru nn verdade planejnda pelos ,;i~antc.s. Blcs. hnvjnm E,:;Sé s o nho·facilrnente poderia ser er'roneamente ln-
"cultivado'' nossn Civi1iz~1çito da l'nancira como -.:ult.ivanm:.:.
legume!:!<.~verduras ern estufo. A~oru tinhmn vjnd.o para tcrpr ctado ,c omo um~ eXpres_:;[19 de: <le)íriôs de g t·andeza,
a col.hclta.. Hüvin uma taiáo especial para iS$O., q1..te cu só mas. e$Se n,io e,ra o coso do r apa,z que teve o sonho,. ,Pelo
vim a. Sáb(!r mais tarde . contrário, a s u prema f'unÇ'ào d o sonho resido <.m1 njlldá.. lo
Eu fora :;a_lvo. pofque m inha ptessâo -s n1)güínca e.rn Jevc- a compreender que tuc.lo dep e nde exclusivamente d ele,
mentc a:lt.a. Se fosse nonnal ou iHt.a demais, eu t.eda sido q ue todos os esforços externos - por exen1plo, esfot·ços
devorado. A:=.sim, fui escolhido parll passar· po1' c~a,.\ p\·o· políticos ou quálquer <>Utr·o tipo de. esfotí;.o,coletivo - não
Vilçâo nt.rnvé:; do fogo i!, se-E!u consegui~::.e s upetá•lo. <."O?\l
êxito, ter ht pe>:missúo por~ $11.lvat· Uunbé1.-n o\1Ct·as·afmas:·" ·'·····'- ........ .. -·poi::lem ·,salv:af.-.o. rn undo .. da si'tuação q_ue 'e le, COJno todos
Vi ontão, d iantõ do mim, um gigant.e~cQ ti·on<;> dóur:.1"< ' lo, n6s, est~uno$ sofren,do. ÀJém dti.so, o. at..-ll)uigão de um
br·ilhv.nte-como o sol. Nele cstuvnm ~cntados o ,·ei' e a eit;. vA)or e1cvado ao p rincípio fem.inino, ·b em como a t1niã:o
n h~ dos gigaútcs. ,E1cscra.)'l'l os respons,c.hoispe(a destt'ui· dos opO$tó$, esii\ claramen te ,·epresentad n.
ção do no~so planeta. A união dos opostos: natureza e me'n te, luz (i som-
Minha ptovaçào, a lóm do tormento do Ler do vivenciar tudo '·j bra, O·oq Uett tú.t nQntc 6 t·e.p'f e$ont~da: hoje ctn dia por un1a
isso. cousistfo em ter qu e galgar os d~l{raus .do trot\o .::tté o
pot1to êm que consegíiü;s(j? ·o lhar dü·ét'ntuentc· no· )..osto dec- estranha modificação da i magen1 de Cri~to nos SOtlhos P.
les. hso se dcti OJri es.t áglos: Comécel a asconsãO. O cami- visões in'"t eri.ores. Cristo, pol· oxemplo, aparece com chi·
nho e.t'a longo, mas sabia que t in ha q t t~ pé"rcorrê-loJ quê o fres como o Pá da Antiguidade ou é feito de metal como
destino d o mundo D da humauidado dépendia.de mim. Af Mercúrio, a fit.'lH'à do $alvadorda alquimia. S0n1ente atra-
., acordei~ e nsopãdq dê suor. Compréen,<li depois, qi.,iando
acordei., que a dt.>strui_ção da 'l'êlTà el'a a festa d~ c{l.sa- v<fa do acrésdm.o dê. çar a~fC;?dSticaS dosso t ipo o Cris to
rnento do i·ci o da rn:inha. · ' .pode fu ncionar CQ,m o um símbolo completo çlo Si-ooe~c;mO
p.ora as -pe:::;soas da hoJe. EasGs temas nos sonhos tam bém
_ 0 tema .de u ma invµsão de g igantes que destroem indicam que o inconsciente não p arece estar int.el:essn<lo
tudo nos faz lelnhrar o liv1·0· bíblico d e gnoc (e. 100 a .O.), eJ.n destruir nosso tradição cultural cris i:ã, e s im em
on<:le lentos que os anjos se apaixonaram por m ulher es dcsenVolvê .. Ja criativamente ainda mais .
h4manas, tendo gorado nelas uma raç.a de gigautes que À liti.,ràttu·a a lqulmiclÍ ~ uin caos, nó qual encontra•
am,eaç-av ant d estrui r t udo. Ao mesmo te.1npo, os anjos mos=ao m eSmo tempo grande q u a ntidade de tolices e os
e n.s in.a van1 à lnunenidacle ~h,ú m.erlls n ovas artes. J ung símbolos religiosos mais fund~trnentais e infinitamente
interpretou isso como um.a invasão c·aóti.ca. da cQnsciên· val'iados d e u1nn forma indi.vidual..Jung decidiu dedicar
cio. h.ut)lana pe]os: conteú dos d o inc:ons~icnte col~tivo. 1·~ a vida a co·lher desse caos, através d e um esmerado e
Oa. gigantes são per.sonif.ic:açóés da i11fla~áo resultante, ruinucio·so trabalho, os temas ma.is esSenciâis e' sJgriificn.-
que: elevam a in1portância d a hun1anidade ao nível Ço tivoa, e uni-los como a s p8"ças de u111 q uebra -cul)eça.:
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gncoot.tamos o me1 ho.r r est.1mo desse proce::iso na int.ro- cípio fem i1üno, e essa caracwristica. t.am.bóm é t! ncont ra ..
d uçlto de P~iCotogia e alquitnfo . l 5 E ~c most1·a aí quo a pro .. da e.-n g t·andc número dos Cxperiên.c ias numinosos:··.d{ls
dução de sJmbofos rw alquimiâ ·está compcnsat.oriamcn 4

p.cssoas nn nossa cul tur a ocident~I moderna . Jung, coino


te relacionada corno cn~inamento do cris.t.ianismo aliado snbe,mos, êra um erittt~in$ta da ''Dêe:Jarat.ioAssurrrpLionis
à sua odcntttçáo pa triarcal linilat.eraL ]1,foriae" do papa Pio Xll, que ele chamava d e o evqnto
O dcglocai:nenLo histórico da cmrnciênc:;ü:1 ,,1uhclial e rn di- mais im.porta.n.te da hist6da espiritual dos nossos dias. A
reç·ã o ao masculino ó c~li'lpê r'H;ado pa1a fémin l lid aâ<; mo.ioda d,as,pessoa.s não co nsúgue cn'.'{crgar isso, t'tpe,t;iu·
ct.ônka do incon.scioutt!. Em e,,rLas n~lltrlões pré-c>·istãs, 6 do fo to d e o t:oriílitq s obre o Celibato dos padr es, o movi•
p rincípio ma$tu1ino j ii fo ra ôifcrcnclado na cspecilkaçâo
f)ai filho, urna m.u dança que víria· a .sér de sttpt'énta im-
4 n)e'nto feminis t a e a I'V)tureza da mu lher o do fcrninino ..
portância pa t·o. o trisLianismo. S~ o im::onsClentE!.foa.sç apo, tcrern desde então se tornado '€e mas atuais. As pessoa$
nas c.ompfome,Har, és~a mudança ·d~ consciénc;ia teria ~ ido deixam d e ver que o arquétipo da deus') (Q( a.U.~ado. Elás
ac:01.npnnhada pel;i produção de um~ mãe e uma filhn.. I\•fos de$)o-caro a d isc.ussão para questóe1:1 jurídicas, sociológi-
como mostra a alqu im ia, o inconsc.ient.e éstolhêu o .t ipo cas e políticas, sem petc~bcr o numi>U)S(N1i nue está em
CibClc~Átis sob a fól"n.ia. do />rima materia e do (ili«:;
mactocosm.i. Isso dê rmmst.râ que o jncons:ciente·sjmp)es- ·ação:· Nês ·f!onhos 1110·.CQn:t,,·á)·í9, o nu.rnin.osum. freqüen ~e-
n:lénLC! náo age contra. a mente consciente;: e sim a modi/l'.- m.ente se t9rn;.. -claràn1ent:e visível couto um vagalhão de -
c:a, nH,is A manefr~ de um oponcnto ou parce iro. Assi m , o baixo dàs ondulaçõe5 da superfície. ·
m'. ais eleva.do, o osph:H..ua.l, o mascuJjno ~.~ incll irn p a ra o . Un1a m u lher protestante que havia lido o artigo no
mais baixp, o t.érrenq, o fem ii-lino; e, conSe~1üente,m .e nte, a ·· jornal ~obre àDeclai·atlo sol~liutis do papa, mas que.não l.ho
mãe, que ora a nterior ao mundo do pai., se acomoda no dera aten_ção, tev~ o·f;eg'ui nte sonho: eJ~ está caminhan..
princíp io masc.vlil1o e ... produz um filho - não -a ·ahtít'1SQ
de-Cristo e-~ ahn, s.ua cont.rapat·tc ct.ónica; n ão um h(n1.1em do pm· ttm á pcmte em ,Zurique, em direção .a uma pt·a~a
d ivino o, shn, um ser íabuloso que~e conform<1 à n.nt.ureza pítblicu on<le vê uma. onorme m ultid40. Al&rué m e~pHca a
d a'máà prim01·dinl., . . . . e)a que a A.$censáo de l\1al'ia está para· acon tecer. E la vê
A r1:_sposta do mundo da mãe mostt·li quei <J o..b,smo entro uma plataforma d.e madêira onde se .encontra uma bela e
ele;:e o mundo do pai não é intran.s po níVe l/<.:omprecn den• '
mtu'avilhósa mulher negra n\J..a. A ntu1hcr nogt·a Levanta
elo que. o ih C(Hl.Séiénl:e cnc.:éh.·à a setncnte de. c1.nião de am~
bos..rn A essénc;:iu d a ment.e consciente é a discriminaç·â ó; a m áQ.c flutua lenta mente em direção aos céus.
e la preci.sa, pa.t·a. ter consciêncfa das coisas, separal· os ô f~ô$- O que pa rece não-ort.QdúxO .nesse sonho é a u u clez.
toS, e-ela .o faz contra natu,.am. Na nnt.u.ré.,,.:t, os úpostoa Através disso, o inconsdente enfatiza. o q ue a Declarcttio 1
procuram um a.o outro... e o 1)'téSrno .;.co11tece no incon~cien- apenas insinuou, o u seja, a impo rtância do corpo. A imrt·
tõ, partícuJanllente no ~rqu.étipo d a unidade, o S i..mosino, g(-rrn não.contradiz o novo dogmaj:aocontrádo, ,e Ja de~en ..
<,jn~e, c::omo ri~ <U vindadc) os o)>ostos sa ne ut.raJi2àn:t,·
Aalquin\ia, de quando éfn qua.-ndo, fo rnecin a ba~e 'J)ai'a a vol ve a inda m ais f.luàs cons eqüê-n cjã$.
praj0ç.io dé. arqt.1ét.ípo:--, q1,.J.e J.liio~pod~riam sqavement.0 so Uma m ulher ca tólica, que também não havia dado
torn,:ir p~r te do processo cristãp, 11 m ui.ta itnpOl·tância à Declat:atlo, sonhou que as Timl heres (
agora podiam se\· ordenadas 11a Igreja. 'J'nmbém nosto
Algo que !'.imerge com o u ma caracterl.stica fu ndan1en- 1
caso,.Q in.cousciente 'e1abor ou" as conseqüências·ulterio- e
tal d o simbolismo alquímico é a maior valorização do p1·in- res da Declara.t.io. Segund o a De.clara tio, !v!aria e n tra e m (

214 215 (

\
umn ~dêova nupcial celeste. Jsso apo nta pina un, posl(.! . ;:?i
poucns pe::s.sÇ>f!.S chcg<1!':,u11 -â con?lus <.lo ele que <lcstti .:i
riôr dcsonvolvimcmt.o, um mti l r imônio sagralio no nlérn. quosLú(! ~ o. ~osd<- ,m..uto C$qucctda cdmc~ do homem.. · ,
Enfre ntamos h oje urn problema <J!J1;1Se .. O\~ talvez t ()·
Jung percebeu oapor;eu do mal nos d ias ntuaís corno
to.hnê11 1,c1 in~olú vef com rclaçáo n CfUC!St.flo d e como Hdar
tfp,i.co d as ca1.ás 1.r·ofes hii:,t6ricM; que teodem tt· a(:ornpa-
corn o.mnl. No rnaiuriu .tlffs religiões nü9 -cfi.stãs (co1n cx-
nhat as grande·s trans ições de urna m'a para out:ra., no
c.cçào do budismo}, O$ deosés (ou o divindade suprema)
.s ão no \))úSH~CJ t-cmpo bons e dcsl,ru tivos. O mundo g·reco - nosso caso, o fina l da era <.k Pei xe3 e o iufci.ú da e.ra do
Aquát·io. Com e fei to, cstalnos até a m ca,ç.ados de total
r91nano ci o juda.ísrno tardio (no~ Jivi·os de sabedoria <lo
1
An tigo JCs~ame.nlo) re forçnvmn uni)atet'nlment:e a ten-
.. crradicá~~áo da viüà -ria nosst~ 'f'cn~, seja g'râ<lt.,1almente,
a.través·d a desi1·11içilo do meio ambiente, seja a~ravés de
d ônc.ia de vê)· Deus como um su,m nutm bonrifn e 0 ;1cclu i1· o
urna guerra mundial. O Rumento da crimi na lidade, a ocor..
mal da sua esfera. Isso cuhnin.o u c-0111 o ensinamento
rência de holocausros, e 'Clssim p<>r (lj_an.te, são o prhnejro
c-s col ást.ico dê que o mal n ão possui existênçio própria>
aviso. Todo .n1undo está falando h oje sobr e esses proble ..
r~prcscntando apenftf:i umn.pr.i,uatio .l:Jon,i,t·--ttma.. atenu~- ..,...,,,,,
maSt ~ ninguém sabe o qua: devé ser feito: 0 .$ ãpelo.s à
ção ou. ausêocia do bcffi. E ssé,. t.lpo de un.ilat.ertllid a dc
razão p$.receu1 não ~cr ouvidos. CoJrlO demoastnh!l c1t~-
psicológica clatna p.-O,r U JJH:l cofitra•invcs tida compensa:tô·
ção .{\cilnq, Jung também n ão tin ha utna ·)·e~pos ta sitn -
rfa. O próprio Cristo anteviu isso, ao àpontar pâra a vin-
ples, mas. estava convencido de que cada i bdivíduo q u ~
da do Anlic.risto. Corno Jung descrevo principalmente cm
.conseguisse chogftl· a ui:n acordo coin o m.al dentro de st
sua.ti obras Aion e f{e,$pO,$Ui. 0, J6; 111.ais ou Jnenos desde o ·
seri&c Cápaz ,de cont.ribt~.fr mai9 eficazmente pai:a a salva-
nlh) 1()00, 1HJ periodô ·con:êspondente ilo S(>.gun~o peixe
·ção do mundo,do que a~ 1n aq<>inações ex,tetnas ideal is-
da era ele P eixes, is o.sse coúLt·ant9vitnento ten1 estado e,1n
tas. Neste casbi. estamos fala ndo a respeito de a lgo além
um pt-0gre.s so gradua l; dcbiHtapdo passo n pasS<.) o·e.n s.i.. de um sitnµles insig ht d a sombr~ pessoal; também
namento cristão. Hoje cm dia, d i~ e le na última coisa que
estamos falando de u.rna luta com o lado n.egro dê DellS
escreveu sobre esse assunto no capítulo "lciéias finais" (ou do·Si-):oes1)Jo), que o ser humano nâo ;:bnscgue en-
d~s suas mémóriaS: frent.a r m as deve fozê.}o, çomo Jó o fei.
A a1.1tiga pel'gunta foítw peJos g,i6sticos,: '':Dé o.ndc. vom <) O·rnlto p,r éciso, em últ.in'I.U ~ôülit:1e, leva~· o monoteiamo a
mal?" não t <..-Càbtni no.nhu,m a t-espo.sta do tnUJ)dó cr ist{l.o, e i,érip e pQr d.e Iado seu duahamo> o quaJ, embora extt·ema·
u suge~tilo cautelosa do O~{(:ó:nt,\S :;;obro um~ possív~J l'ê· mente repud:i{ldo oficialmente, tem persistido 4t6 ogorn 0
denção do mal f'oi cona ide1·ada h ei:esia. Hoje om d iH, so· exaltado um ctc1•n<>.c nt\grô o.nta&>'Ot'!jsta.oo ludo do onipo~
rnos C::()mpdi<l.o.s a enfrentar essa qll~st..âo; tnt\$ fic;atúos cki ttmtc Be m. Sf}ml)nte ussim.yode o U n ico D e us reçeJ?er a
mãos va.iitls, confusos 0 perpJexos, ~ llãO conseguimos narh toM.lidado e a :;íntcsc dos opostos que deveria ser D!;lle. E
Jnesnw enfiar· na caboçu que nen.hun1; mito virá otn n9ssa indiscutível que os símbolo$, em virtude da sua ua turezn,
ajuda, llpesat: de precisarmos trtg(fhtermmtç. de um. Em podem unh de\ tal rrumcirél os opos(os qué t':Sl:és d ê ixâm
do<.,-orrênda da situação poJíticn 8 d,os assustadores, 1>ara .de div'lrgü.- ot1 colid.ir1 suplél'nent~n.do-:s<.~ p mtvaq1ento e-
não dizer, diabólic::o's , fri~mfos da .ciência) somos sacudidos tonferindo à. vida unrn fo rma significativa. Qu,a,n do isso é
po1· est.rE:Hnecimentos secretos e sombr·ios pres~ú)gfos; mas.
não co'n hece1uos nenhuma Sâfda, e, n~ ve·1 ·dade1 muito
vivenciado' a ambivalôncia
.. .,
.c:<isténte tiã imL,gein
. de um
Deus da nature z,a '?· de um DE?U.-*é:ria<lci.: deix.fl.çl<:íapr ea.e n-
216 217
L<-!f.,~i~cu,ldüdt:>s. Pelo <.'on~t•á,•io. <) m Í lO d á ~Jl<:fü·nução nc- (lit <> e o e.n frenhl con.~cie,n e me nte; n1ns a pêssoa nã.o dcv<:
CCS- -HI u:1, r.10 De u~ podo entao ser cornprcendtdo como a con -
Cront1:1çà~_cria t,íva do homem (:om os opostos e 8 sítHosc se entregar à i,lusão d <f-,<1u.e -dcs so mod o o mal é elhn i na.~
<foles!~º s .1-mcsn:>0, s to~aHdiide da sua p ersona.Hdad~. Na do. Jung ressalta que
~xpcrwnc1a do S 1-meslr10, niio são mais o~ opostos ''Deus" náo sa)Jcmo::. s(.! ex iste mai:.. bé rh do quê nMl1 ou mesmo ~e
e "homem'' que se rc<:onciliam, como a ru ant.cs, u sim O$ o bom 6 m.a.):j fo rtq. Só i,odcmos esperar quu <> b,zim pl'edo·
opostos d entro da própd11 inrngern d e Deus. E ~se é o sig- mine . Sê o.bem for ident iíicado com o que-ó coni;trutivo,
mficQ.do do scr·viço di ,,ino, do scl·viÇo quo o fltnnc~ podo e xiàtc alguma ptol;iabilidaçle de. q ue u vida prossiga ,d e uma
prcstat a D?l!S, Pª"ª que u luz poss~ em(!r·gir das i..revas-, fonna iTI,.pis ou n)é hOS tolerávc1; ma.s se o dostru.two pre -
pat·a que o CrtRdo1· pos.st:1 .so tornar<:onscie ntc.~ da Sua crià- vafo~ôt' o mundo· çert.a r.1tei1te há muito j á sa t.erá éondeoa-
çúõ, e O hom()m conscieHtO d a si mc.smo.1{1 do à m~rté. Daí a supo·s jção otimista da psicoterapia do
que a renlização conscien te -acent ua o b~t'n mc1.is do q ue
Por conseg'l.J inte, o mal absoluto tumbém ê um m is-- óbscuroce o mal. Tornar-sê conscieilte r~eon<;ilia os opos-
tério. d ivino; também ó uma ÍOl'"IUa da expel'iéncia do tos>·cda ndo assim t 1m terceiro n:iais ~levado.n · (
1\u.nu,wsu.ni, do qu al um mcr·o Vislumbre nos deixa sem
fala. Quando os a h,nos de·Jung..ce,,ta..ve:,..lhe..pesgu.nta- .............. .. Como o mal é err1 sua rnaipr-parte um afostamcnto \
rapl.$(! a ~rçefrn (e p,·ov,uv~lment.e a m.«is hone)"tda) guer- · d o n u.nu.m-, t.atnbém sign"iii:ca q ue r e pot.idos d esvios ?,esse'.
tipo são inevi táveis , e o. conílíto e ntre o afa.starnenl:O do l
1:'a mun_d lal poderia Ser Ewit.ada.• ele respondeu que isso
d,epend1a ·do número do pess oas que conseguissem recon • ruunen é u m a vanço na çlireçâo ~elC é ba~tt\nte l.o ngo,
ciliar os opostos dentro se ·si m.es111as . t'a )yéz u m conflito q_u e aur~ a vidJl i nt.e irâ. Ppr (;()l)Seguin•
Freqüentemente encontramós na a nálise son hos que te 1, iinãgem da erucific.a,Çâo é ut-na e t~r na verdade. e,
"Jl''olvem uma catástrofe g loba l (como o descdto J\as pá- pÕ~·tq..nto,. a. a n álise tampouco promete a felicidade ao pa..
~~nas 211 e 2 12); portan to, n ão d evemos rejeit~r de dente, ·podendo apenas Hbartá·lo da estagnaçã9 neur ót i-
unediato Q J)oss~biHdadc de que o incon sciente, i.e., a ca da eu.a vida e náo do $eu aut~ntíco·sofriri1ento., 1
natut·?i_a em s 1, estéja ca.minhando e m direÇão ·à N ão-·s otl capaz d e d/ter tnais a respüifo des$~ proble ~
de~'3t.nuçao da h umanidade. Jung levou ern conta essa ma .â o <Jué J u ,ig já disse, a .nâo SC'r que percebi e 1n meu
(
p~ss ibilidade.,· m?s seu. otim ismo O fa,zia U;!t .é~peranças t r aba·t h,o, pelo m en os nos casos jndivíd uais, que o proble -
de 9ue tal: ez SBJflmos ca pazes d e ésca.par n o ~lOmen to mn do m a l PQ.d e i,lgum.as vezes (nem sempre!), COlll fl n.ju• (•
crítico é evi tai· a tot~l destruiçá o do planeta . da d e Deus .(ou seja, co1n Deus e n frent.at,do De1.1s!), ser
E le chegou a d izer eru uma <:arta qu.e "o afost.amen t-0 r esolvido. U m sucesso desse tipo é u m m ilagré e u ma das
coln, relação ao rull'nen pãr eêe s·e r un iversahtlente qompre• experiê-n êi as . mªis p r ofundamet1 t.e comovent,ei, do
-0nd1d.o·Com o sendo o }>jol· pcca d Qe o mais origin~d",2 1 Não numinosum. Na imagem religiosa d a d ivindade, o,, i;eja, e
ol~stan ~, salien ta em outro pon to da mêsma c.1;u,..t.~ qve o Si-m~sm o, os opostos coexístetn i en t retan to, não estão t
nao exis te lV.tda que enL algum m.o mento não poss a ser c_o ns cicn temente unificados. Isso só pode ocorrer nas pes..
chan_1ªdo d o m a l e que, pOrt.an.t o, o be-t n e o mal são a-pe.- s oas conscientes nas· quais os d ois lados do $ i-m ea;n10, o
nas Ju lgamen tos ele " alor humanos. O ponto decisivo é bem e o mal, estãotrabalha ud o na direç,;io da e ncar nação. ('
sempre se a pessoa está ou, não couscien t~ do próprio con· Na forma e ncar nada, amb.o~ o.s. ~ados são d i milluídos e (
218 .219 (
(
humani~u(frJS e assim·, a t.rnvê:; da a\:âo d tt consciênc~;:t co~i-unctio solis e.t lu.ncte e d.e tt:>dos os out t·9s opostos.2-1
hunuma, eles s{10 c·a pi lzcs d e SC ·~ rêlHdonarcm . O fH,1't:o· Jllng d.eç)icou o m a.g.no.1'n.õp1,1.$ <hi s ua velhi~ a es-se sím-
con h cdrn(;!OLo. o·u o dcs,;mvo)v·t mcnto da conscW.n cin,· d bolo/~r, i ndica ndo ora lmente que. e ncerrava. u m siJ:.,'llific.a.
po r t.a nto o fatol'·Chave. do a inda m aíor que ele- era incapaz de art.icol::,:r. Somente
O quarto lemo que rcpct.idame nLê aparece h9je em poucus pesso:â s .hOjc em d ia v ivcndan1 esse lliv9I d.e
dia nos sonhos das pess r)HS é à ccmiunctio. Como está cla - indi vid tioção. rtíus ek turnb.é.m é o m otivo propulsor por
ro a 1>urtir. âa noss'l1 discussão a té este ponto, i sso esta trás .de todo desenvolvimen to superficíaJ de curto .Pnl~O
inextrkaveJmente ligado à Lr és temas já J,,encionado$. ela consciência~(; e por trás de todas as a ilálises do t-ipo
EJe a parece n o sortho do a maricano, c111 que e lo· t~{,e que mais profundo, nas.qua.js inicfo.lroe·o t~ se mttnífe$t.acorno
reali2.ln· a coniunctío r eal, nn Declaratio do papa (Maria q p1·olHefn:a d n,tra.nsfet'ência e da contr att:ansferêtlcia .
entra na alco'?a JHtpcia J para se cnsar cohl OGotdeiro) e Com<:> .m ujtas' pe$Soas ç~fntemporâneas a inda não
co·m o ~ r esposta eto fWOblema do maJ. As ondu lações da compreenâem. ·e ssa ex·p eriênd a, J u11g .te111 sido c>)lnnio-
___..,:?:.~ P.~t.f~.S~~..~.2!~~~!?..~S:3.~..':~~.ê.!.h~.Q}!J~ s profu ndezas <~o i11cons- sam enfe chamado de místico, pi·ofo.ta., fun.dodo1· cio u ma
c ie n te a$sumem a forma ~a discussão oo ip.rcaerit.e da sé - J·eligiito, tudo cot11 a conotação de tHJHl confusi'w ,.'não cien·
xu.alidade· e d o telacionamento e.ntre homem e m ulher , tíflca''. S~ esso.conota~~Ao não estivesse pres ente, eu até
No entanto) as produ&:ões do incon.sdt!ntC estã o·relaçfo- co ricordt;\ria em· pal'te com a s duas primeiras deecdçôes.
nadas com algo m u ito ma.i.s profundo 1 uma uuio m:ystic.a i)orqü.~ os ~·andes; JJ\fsticos <Ja tr.adiçiio cristã (como tam •
~om ·o Si-.m esmo, qu0 é vivenciada como uma u n ificação. bém 1n~Üo$· i1\est r us taoí:3t~s e ze n do Oriente o saotos do
dos opostos có$Jllicos. Isso 8$tá relocionado.çom o relacio* lslá) falam co1no e,Je d e \lma experiência pessoa l do
rrn1net1to entre o homeu\ e ·a m.tllher,já q\le t:odo.s os rc?la- nutnino.so. .E os profetas (sem" conoiação negativa) ei·am
cion0nwntos mnoroSO$ .sérios do tipo mai.s p ro fu ndo .Ser.. pessoas ~ue. 1·ec.ebü:lJl't ·.insights da s itua.ç ão a(·quetípic.a
vem~ em úllhna análise, à mútuH ind hddunção>o p rocesso sltbja.cente da Sua épeic~ ç m um.11 e_x pe1·~ênCÜ\ primordial,
através do qual cadtl parceiro se i urna completo. Ê-sse o que faziâ com. que fossem capazes ~é pl'ev.el' fuiuros
támb6m é, c1Hramcn te., o significado do rtuttrimônio to- ac0ntecimentõ$ 8$})Ü'ituai.s e faze r ·adver tên cia$ contra
m ado como sacr-a.montê>. 'lbda.via , jsSo é a lgo que rrão é os eqüí vocos da s ua época. Quanto à terceira d escrição,
constelado a penas no casamento, m as em q ua 1qller rela.- fundadôr êlo u1na religião, é algo que Jung nunca foi ner.n
cionamento amoroso que seja aceito com o 'Un'l compr o: qui,; ser. Q.u àndo seus a ]unos., sob a pressii.o d o mundo
mi~so. A experiência e m si não pode ser t r ansmitida atra.. exterior (pl'incipaln,.ent:e das leis quo r egulf)ttl~ntam llô
vés de palavras frias. JutJg descreveu em suas m cmórips p.r ofissóes), or'ganizaram u.mô tl..'7SOCiaçlio pl'Ofistsional, Jun~
a visão que ele teve disso· ao se apr oxima,r d a mo'rte.2·ª s ó o perrhltiu 1·elutánte1nente. P,u·o. e le e1·a utn absolu to
l\>fas tambóm o vemos insinuado 110 Mestre Eckhart e nas o fa to d e a mente p1·.e cisar ser liVTe para segufr·stia..'.> h\s-
obras d e :muitos 1níttic-0~~ frCqüentetn.enée ria 1inguagem pit'~çõesJ que n{to podern ser aprisionadas ou contidas,.
do Canto de Salomão. Essa é uma exp<>ri(lncia que liber- Se buscarmos paralelos históricqs, a psicologiaju nguiana
ta o ser J1umano, lançando -o eJn un)a expansão cósmica. J)-Ode,ria ele pronto ser comparada aó taoísmo origín·a I da
No simbolismo d a alq.uimiaJ esse é o tema central da Chii1a,"uini, sab·ed_o ria que, abraçou o todo. dei vida !,uma•
220
221
(

(
nu. Mo.ts t~1r<lc, os l;:lo·í:,t ãs t.unbém se rellniram en, co~
munidudes orgAnizadas, rtl.a.é ao fo.ier ísso i>er·de.ram ern ct'itit<"J du sua. 6pocn, l'ééonh<.~e a t..rav6:,; dit visliú in Lc'r iur (l-
pa<lrâ.o 1rnJutaz: no ~tJconscicntc coléLivo e o E-!xprcs:m no
i;,trando parte o significado do Caminho (o 'l'ao} indicado símbqlo. Quiindo a ::.it.uo,ção rnuda, t:n\a novJ! •<vect:Juâe'' se
pot' Ltw~tzé ou bhuang-V4é. Encontra.mos outra scmelh:m~ (lí.z necessária; }for cimscguín(e, u verda.<le ó sen1prc.J'olü.
ça c.nf;.t~ o.s d o is rnundos na afinidade dos t.~to(stas com a tivadia.nl(? de urnasituttçâo patLicular. Desde qüo um sím-
a)quimia. bolo sejf) a respc>sta verda.d<!ir-,, e poJ-tnnto Hb~rtadoru, a
Em decorl'ência do setJ. interesse póla.s ciências nn- umA 6ituaç.'to que Jh() conespondé, e le 6 verdadúirQ e váfí-
d(), com êfofto, ''absolu to':. .Sc a s ilu~ção m1..ida e o símbolo (
turai~, os f,,aoistas nµo foram l'ejeit;tdoS p elo maoísmo, e é simplesnlcnte perpetuado, êle se torna nt,.>enas um ídolo
ali, tambóm ~ existe uma espécie de p·a raloJo. A que$tão com um o:féito d~paupera.dot· o e:;tu.Jtiíica.nte, visto que (
aqui é que a idéia de que a p sicologiojunguiana "nílO sqja llp<ma.s nos lornfi inconstie·nt.€?S sem fqrnccer qualquer
científica" é totahnente falsa. Muitos de seus aspectos, e~cJu.rocimento.O~ explicação. q 6ímbolo é instru~:ão, o íc~oJo (
·é d~lh:jo. • ,
cmnçi os m·quétipos o Sllft: influ ê n4ia, ·á teoria dos sonhos e
O s im.bojo pi·éc;i~~ dó homc,ü pai·n :,;.ua evoluçfio, ln~s cke
o entendi.ment;o dó.,s cornpl~xos, dcfinjUvtnnént'? l'eSistem cresc~ ma-is do que o home m e, port.Mnto, ·é c1\amndo de
a um exarne dos mét:odos "dut/?.§i'' ..9ª§..çtl~~Wi.l!{LP:.ªtUr<tis.,. ''Oeus'', t>Qrquo. ttxprossa uma. sit1..~açiio ou t'at.ur psfqufoQ r
É somente a expcriênci;;i cu1·ativa do !;"ignificnd'Q, o encon. mais fot·to do que o ego.
(
tro com o numinoso; om decorrência da. sua q_uafiQ.ade
cdotivu e evolu.tiva ltnica, qi.~e llão pode ser entendida O Si-n10$lUO assume 0~1táo o comançlo, o que J.ibe1·a o r
através d é n,étodQS e.stútí.sticos:·t là SÓ pode $ér detnOt\$• ego do sou se_n titnento·de impç,t..ência. Fic;,1· claro a partir
t>·a.d a através ai, cxposiç,,o dirqt~ n ela. E , a lém dis$o, desses fátor~s, apenas rapidallumte esboçadQ·s nqui,.q u e
con10 salienta Jul:1g, 1nesmo então, einl)ora.:a1gullJ.a ~oisa p ata Jung o 1i-l unin,osu.1n, ~a ex.periência shn bóJiç.á , ~ tudo,
possaaconteceJ·, não ocorrerá neeessarfo:rnente.~Ca$Q cOn ..
trário, a aç.ã o do pl'incipio divino nãO ser ü( livre; setia
a únic4 dimensão s igniJic~tíva do processo analítico. '
1
cetcea.da pelas le.is 4a natureza. N'o úntant~, t endo ern (
vi.sta St~a naturez.i~ ess<:!nciaJmento criativa, este não po- NOTAS
t'e ce se1· o caso. Jung vai ainêl~ mais lo,n ge e diz que a 1 (
- (;, C . Jung, .~~r tn u J>, ~V. Mtlrtib, 20 d.e agq*i;ç. de 1946, Let{t:,"s, v~I. l, p.
imaginação a t iva é "Q único fenôln.éno prhnordfr.11 quo nôs 37 ,; f!f, (tríubó,rryol. 1, p, U8.
11 (
é acessível, a verdad eira Base da psique·, a únic.~ .r éaJid~- \'oí• .1ur,g, P8j'Chclogy <m,d Religloit, C\V ll, J>-'r. sia, p: ~Hl : "H<!tilin~
moy be caJli.'(( u r,e,Jigjqus pri>bfom".
do irnediata". 27 É o pfincfpio divino,prôpi-iàment~ dj.t.o. E :i Jung, <:~..rta a Vera von Uer-Selunidt E .rl)1;;(JH1Ullçn, 26 d é 1.1bríl de WS2,
Litue,•8, vol. 2, pp. 56-57.
esse s hnbolo cla.es.pontaneidade c:riativa do inconsciente 1
Jung, útaen;, vql, 2, p. 22~. (;
·$e põe, ein últiuía análí$e,. por att·ás da criação de qua l- GJllnf.", ~ai't-1\ ; , l-!annan.:1 Ke,vterlinf!, 21 d,:fn;uúoda 19:l.1, Lett~rs, \'OI. J, p:46.
quer religião. tJunÇ', c.arL11. a Ooro!bcc Hod1, 23 CÍl\ l!é~lnbro de l9S2, ú:tleNí, \·Ol. 2, p, S·L (
/. Cf. Jung, CW 11, PM, 148: ···P-tu•a ob~11.r um cn.to1)dhncmto d))rc que.8t<X.•:5
Na ro·rmaçâo das grandes retigiõe·s , existe primeiro uhH'l relig,o:;as, }).J'Q\'.<l.\'C'lnicnte tudo que no:s i:ozt a hoj<: s(titi a r)bQrdo.(tt'!ln peiool-6i(.
ca. e por l,i$~o que to,~Q osst:$ formas•J)<:nsamt>..-tWG quê i o t.ornl)rnm hl,tó,:i({I.· ('.
desorientação coletiva que oonslela em toda parte um es- tlh'tnte 1·lgid,1.,;, Wnh>"tlcrret.i:•los nov1hnc nte e, d crrn.n,6,liu; em muldoa dl.' expe.
:rn.agador princípio ordenado.- no inconsciente (Um anseio f'iétleia imcdi(lta". · · ~
coletivo dé $alvaç.ão). O profeta, a r,a.t tir da n~ceasidadé • JUng, cnrta f 10 p,,dN Vlctor White, JO dt- :i.liril 4.:i 1954, útters \'Ot, 2, }), 16!),
" Ver forpbtim Ju;1g, CW JZ, pst. 96, 1
(
222 .. (
223
[ (
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(
1
\'Ju ni:C\'.' l i, pai. H i~.
H Citfldo cm ,fon e;. CO rl<l..!1'5 J)11:1t<n• Omnvu i; 1e. 11~ ui:;o.'.'l'.to de H)j2, /.,•ui·.··,1, AATITUDE RELIGIOSA OU MÁGICA
1, 1) , 0,5, :
W)J ,
:·, J llllf! , ç:1r 1t1 ~, f.c:sfü1 llÕUin!,~wor t ll, l l <lc íllH B d l.' U>'3·1. /..çtt(•r·s, vo~. 1, DIANTE Dó INCONSCIENTg
p 1.'}9,
1
:1 J ,m1~. C\V 12. PM, H.
1' Junl;!', ··,, nsw<•r 10 J<•b'", CW u . r,w•. (i69:i.
,.\ Junt;, CW 12, p-11rs. 26-30.
1GA ~nraso 6 mi,,hn.
n Jung. G\V l2, J) t1 1'$. 26-30.
111 Uma n,oçà<> da tra d ~âo ll:ll 1'Qlót,-ica ;, <lt1f1I .fung ~1<.·r,i~ion ;\lm~:11·1.c fm:it.
ttluséo é a d~ u ru~l ~,·a dt: Pi::•ixe~ eqillpn:~11didD d e rl <,1i:; pci ri(id9,; d c ' m il a nM
'êad.a. um...o s il)\b<,lo nstl'6t61,.'l(:() di: Pcixe!f, é ro rmitd<1 r<.>r dofa J)ci.xcs, onde se,
-dit quo ~adi\ u m rc•p1•(•!lt!nh'1 una n.1ilê n ió. ( Nola els> tmd\\l.Q:- in r:-1-0:;.)
' ºJvog. Memi>,·{es, DMums, lle/71~:imts, Viotasc Hook:,, Nov,-. hm,1.1c, 19GG,
p p . J33-:H , fCf, 1,rad. bras.; M.;-111/irlú~. $/Hti11,s, •v:{rt!.\'~$ - Now, r·ronfoir;i', Jli(,
de J nnejro..> Dentro dcstn est r.u t ura r;cstrita, não é possível dcs~
338.
:<1 U.>id ., p .
:i J u.ng. -tQct.11 mH<.iv. H, L, Philp, l l dc.jun.h o d ~ 10 5 '/, !.A.'tters, ,'<ti. 2. p. :.no. <:rever o C(~r~o, rrtésrno de t!ma cu~·b\ análise, ;de ma.noira
1
" ,.h1ng, -corta 1\ !·Jôl~1\e K.i,e ner. 14 de mai,:, dl) i955, l~llers, vol. 2, -j>p. 253.54, a ftffr<tsentur todps as s utilozus ~os sQnhos;dos pro<:.tjssos
u ,fu.u g:. M11mQrf.;:s, l)rcoms, ~>/?t>ctiõM, pp: 294s ·
::~ E:$cr,JenWc.'<~J1'Ph>4cncomrado ,w At11<t11'(( Co,_ist, rlJ(W$ , l i 1, i n /"lf.:.,·stt:ri:.t1!I de t.ransfoi-maç&o. e do seu relaciohame nt.o mútuo. Vou
Con:'w1."C.ti<)11is, ÇW U , -m e tes tdngil', porta n to. a dest.ncar apen as unl único
ª ,lu oa. C W 14,
1 ' C1 problema. QJ.te dese mpen h ou papel essencia l na análise
'. ~l unrr. "Pt.Y<;h-olo~ of t.he 1'rausfü1·e1tte", in. C\ V 16.
iiv Suug 1 i:art.a a J\Urt ))l~c.htq, J<) (l~ j ,,oeiro de 1-929, 1..e:terlJ, vol. J , p. 60. d e u1n a pi.::sSo~ e·, Por con:-;ê.gu in't'e •. e1t'l. t.oi·n(;I do qual g i,·tt-
Ntlll seu s :;Onhos m,.a,is importan~s. Essê prô.bléma po·cte ..
tí.a·ser desct·ito como a opo$íç.ã o das atitudes "rolig·ioS-a " e
"mágioa" -d iante. do i nconsêiente. C. G. J u ng escreve o
seguinte:
A ~;cligião m~ parecê ser urna a ti tudo rnettt.ol pocüliat que
podér ia :;;er fbrmu lada e m c:onf o rmid~d e c:om o uso origi-
nal d{' páhwtt'I rcligio~que~igninca \UlHl Cllidadosa ~onsi-
de1:açãQ e ob!'Jervaçáo de certo~ fflt.ores. clinâm.i.co_s q u~ são
cóncebidos como "forças'-'; espíritos, demônios, deuses, lois,
idé ias, idétt-1$ ou qu àlquer notne qua Q h onH?,n tenhá dnc:lo
a cs~e!:I f~t<:wé.s em aon mundo riu~ e le t enha acba<lo pod<:-
rosos; perigosos ou s uficientemente út.ois parA so1:·om lc..
va_clos c..uidado:..ame-nt.ê ~m ~onsideração, ou suftcit:mlehHm ·
Le m agnílieos,. b<:': los e t5ignil'icu.ti.,'.O!:I para &erern venerados
e anv\Cfos com devoção. s
E ~se tipo d e éonsideração c uid.a dosa pr e"ssupõe cer-
ta atitude hum ilde, sínce>·a e s imples da con~ciência ém
face do ,uuninosrun, atitude essa, contudo, ·que no caso
2.25
r

de muitas pessoas. exigi rá grande esforço. Na ausónciu StyríaJ n~ Au$t.ri a. Ela havia começado n -fazer ~nálisc
disso, freqücntemo.nte c n co.ntr·amo~ em seu lugar uma na sua cidade nataJ. No entanto, por fa lt<t de conheci-
atitude compulsivn ·e inconsciente do e:go cm dit'eção no mento mitológko ,do analista local. n análise não teve
nuntinosum. da qual su'rga 1.11110. atitude eri1 ft'\ce do in- êxito, vi~to q ue os sonhos cortt.iÚham quase exclul:)ivamen •
consciente q u e poderia ser descrita como "m~gict1,", Gos- te um materiid ai:q uet.ípico. Constantes enxaqueca~ que
taria de tunt.ar fornece.r uma hnpressâo mais precisa do não tinham causa O:s-ica oem sín,tomu peculiar fizet'ani
que cst.-á 'e n volvido nisso att'ovés dos sonhos npresenta- com <joe ehi. iniciasse et primeira a nálise. Q sintoma a
dos neste o nsaio. q ue me .r efiro eH\ o sci11ün te: sempre que seus a lu nos a,
Encont-romos repetidamente pessoas e:n1 todos os aborcecl.om a lém d e cete-0 ponto, o)a. emitia um horr endo (
níveis da sociedade nas q uais o incor1scic11te está deciái- gi:ito anit:hnlesco; q ue., d~ fato, t.i.oha o efeito de silenciar
va e fot·tcrnen_te constelado em um 1lfve1 e.x traordh'l,átio, (
Imediatamen te a.s.<.ú:ta.n,ças. N9 e n tanto, ter.algo tão $0111·
1n·o<luzindo uma abundância d e image ns ai·quetípicas brio e sélvagem vindó dê'dentrç dela ta1nbém a assusta- (
car ~ega.clas de afeto. O perigo de a pessôa ser esrnagada va. profundamente. Quando me procurou duranté as fé· (
P.tlrü.n.~QQs~i~nt.e.....lJ.e.ss.o~.J~o.i;lQ.$.~ ~.$.lá.sernpre aparecendo, rias, eJa se encontrava ern urn extrerno estaclO de exaustão,
mas isso freqüenteménte pode set evitado EtC.t :avés da
ê$truturação criativa dos conteúdos que se manife..stam.
e, ao 1nesmo t.l?mpo, estava sendo at:ormcntaçfa por souh.os e
e v.isõe-s quo 'a meaçavam dominá--l a tot'al mente. Na ver •
Os sonhos d essas pessoas com freq üência in$fat'em clatil· (
da<\e a neeGSSid~de de réctiperação físic~ d everia ter Sido
'm ente no, J)O.SSibil idndedessa estruturação. e·anüú<,le nos tratada. primeiro. mas o i'nl.!otiscientc cotnpulsivo não 1lla.i s (
vêm à lembr ança n1u itas das a11.t.jgas traàições que fahun. podh\ ser contido. Eu apenas esperava que os sonl1os
de·u m deus, demônio ou espírito qu~ eXige q ue o indiví_.. Jnost·r assern a saída para o que el'a, desde o i nícl0 1 umü l

duo execu to cm·tos trabal hos espe.cífico.s para set·vi,Jo . situação impossível. O primeiro sonho (o i o seguinte: (
Essa ex:ige,Ilcia ô freqllent-em onte acompa n h~da pela
amea.ç a d e punição por meio da do~nça física ou m ental, O nascimento do t1r1}02 {
ou moSn.10 da morte, caso a pcs.s oa deixe de obedecet. Est.ou pre::;a em uma b"'rânde fort a.Jeza, em p{lrte formado.
pela rocha '!iva. Estt1inos na pin·fe ma:i'iS de tra:sdafot'tRle· f
lvias por que com freqüência a pes-soa é ·l ncapa.2 de z~;. ~ pat·te da frênte pt.\reco Sér uma árcn ligada it igraja,
completar a taref~? Por q.ue trido desenvolyimenco psico· visto quê no&sa pl'isão. ost~ d9 a lgum modp rel~cionad(l. (
lógico, todo avàJlSo .da consciência, ó sémpre oondiçiona .. cotn a religião. l\<1ou avô e m)nha lr mú Agathe estão pomi-
do por uma decisão ética que r.:trecisa se-r feitn em situa· go. A _3 afo ·co,n puredea de ,pedra onde estamos· é!itú nn <
ção ctític'a ? É fácil condenat: as pessoas, mas existetn i,artc supor'ior da fortalezb. E noite. Na minhll ft·~nte, tOn.1<1 (
forma uma aberti.tra na rocha. Na port:o dc,t r6.s de tudo
fatO rc,s imponde1·àv~is envolvidos aí, dos quais tal vez não isso, jorra uma fonte vjgoroSa com ba&tante água. trúns-
t.enhan1os CQns.c iência. Nos Ciisos indiv)duais, os sonhos (
fo1:mando•Sê êtü larga cacho-0ira. Ffoo feliz com esse cená·
freq üentemente nos fornecem indicaçõeS üidil"et.as de qua,l 1·io1 qu-e t.em aobre mim um cfe)to libc.rtll.dor. (
é a questão. Pro<;:.uro um lugar pat·a .çlon uir. Al'och.a é por demais duni
Os sonll0$ que se seguem são de uma professora pr:i:- f'i inegular. Há tuna esc,ada de pedr~t q ue vai beth para (
baixo. Dt~aço n.lgtms dc.gi:nu.s pai.'a _p oder n1e deitar. Está t,o.
mária, .soltcfra, de Quarenta e três a nos, nascida em talmen te esêJu·o, a pêdra. está fria e úmida. e estou gela.da. e
226 227 f
e
-
r

I.,1.f\•unt,u·mQ ~ vqu um P'-'U</0 nm.is pan.1 a íl'ellte. YeJo u1)la


( - segunda cactida, dô mndoir~\, que :,;e dirige a ur,m ~nJa i11 ..
Apr<>xim<Mn r: dôl<: com gy~rndc U:rl1on• e ~liijo a A!f~lthc
" pnru ir .c ho n rnr u m m6dsc0, O <1uc C:L! m..:us go!:11.a na d.e~
r t.êttHt onde esl:'.).o m i nhil frmã e meu nvõ. Agatho e cu te~ nu~ú cn.1me ajoelhar e pôr O$ lwaç:os cm Vô,l t.a d e le . At ap-
mos quó descer pan:1 ir uo baoh é i t·o. Peço ao nosso avô (Juc· cíó-1h<! o ro~(o <! beijo sua l>oé(\ vc.nnclha de ba t.on1~
( nos acompunhe a fim de n (1s ptúl.«f.{<ff. f.st.ou vúst.i ndo urn
robe cu::.eiro nutrrOJ~ n~c,·mclhado (!SCut'<.l, cujo tecido Cô· A nHJ.lhet· e-t·a d e origem rúst ica e ficara órfã aos ~cl~
meça asa emm·at1har· nns c:o..,;t.a.:,;. Corno estou gelada, per- tulos de iâad,e. ú pai morren, na gue1TU de m ~neil'a ti·á-
glH\Lo a9 meu avô se etc ,prcci::m d o- ouu·o rob(',. caso co n-
Lrá rio vou. vcs l.i•lô t nmbérn. F'aço l.\ p<:rgun ta com tei·rtu·r n gica . é a n1ãe pouco dó pols,. A menina foi recebida por
o J)n?<icupação por ele. Respotidc-mc quo ou detinjt.ivãmen- parentes, mas não havia ning uém que Jhc fosse mats che-
Le posi,o vcsLi r o robe; ele nito pt·edsa dele. gado. Só sentia C$:ri n ho por uma cadela, que ela frcqüf:.n·
Camh1·ho.mo.!> iltnwês df? umn $ala gb;i.n"dC;\ Q vázüi. Chega• t.emcntc afagava e.m bus ca de calor. 'Suas irmãs t.ambéni
mos ent.úu. ao·quàr t..o de. d.ormit' da minha mãe. Atrâ$ d~ fóra(J.'t )cvac:fos ·pi:ih·'i out)·os lugares. A irrnã Agatlie que
ufl)a .cortina há. um udnol. lvlet_~ avô.acompanha Aguthe
a té la JHU'3 quê n ada acontG:ça a ela. E lf-1.s então VúJtam e, apa r·e ce ne;sse sonho há muito morrera d~ ca rci.nor:ua. O
eu vou até.o:hde está o o dnol. · avô que apa1·1;3ç~ no son ho lal:nhém m o1~1~ ta.há.ruuito.lcm~ _,..........~
Um~ toalha higiénlca do me u llVÔ está ~nQu1·ada no Lo·i~ po, de modo Que, na verdade, a 111ulher no s onho. condu-
.nol. me não a nnnovera, dé modo q u~ se parceQia que- e le zidã. pm.· dois espfri tos d .o s mortos, d e-~co e m dil'cç.ã o a um
também prcciMv~ de toaH:!us hlgiêuicaS. Depois é como nellyia. nas prófuOOezus,dO,inoonsc.ient~. Não é difícil i-e~
..:~ ..:: !,c:;!1-.r.i :.:f;iêr,!c? Dert.cH\cesl:lc a mlrn. A pat;to roai s
ernban'l~i:ia p a t tr mim\; <Jll~ e u te,11h? que Ji ~1pft..Ja , n-H.l.~ conhecer nesses "espíritos'' o· sombr~· e ·o .C ,nÍlnus, no sen ·
estou d ispost.a a foz(:?-lo .com r, meinno (}.spfrito do amor t ido da p sicologia.junguia.r.ia; ouseja1 a ir.eh.à representa o
c;om o qu:)) e1,\ oferecern ~nlcs o robe á olé. ludo $00'.lbt·fo~dêS00rl11:ijcido do ego, ~ o avô, uma atitude
Desde o momcnéo ellt ·q.u e ·fu i para tl·6s d~ cortiua, uma C.$pil'itual inconsciente diante do inconscient.e.
mulher grandé a bela está prfJ.sentc. .
Eu $aki. No lugar 01~di9'.c.s tn ..•tt o m·lt:101, a_ mulher e3tá ago- ·Afortale,a. ou a cavidade na rocha religiosamente sig-
ra·n~ cama na qual eu ·co.'jtutnava donnmquando cl"ltutça nificativa é um símbôlo arquetípico que expressa a quali-
(nomc.S;mo quar to que.a minha máa). Vejà ilgor,a apcr\às-0 dad<âi inévitável de. totn a'r-se el:a 1i1e,;ma. o tormento da
rosto maravililoso do a1tjo cla muJher, envolto em um véu absoluta i nfrovet·são 1 que se tornou ent.áo obviamente né-
_perfumado e muito macio. É Cómo 1.,nnã ep~riç.."lo. Ela diz ce$i;ário. Esse tema lerr,bra as câmaras de incubação de
que nâo compr~~r:i<le .c omo is..-;o fuqcioní!, (c:,a{l r·e aliznção , Asclépio e outros deuses da cura ou do ltatochc daA~tigui-
ou transformação). Do lado dela., ben:i- peq\iena, surge a
di1.de, o "i prisioname.fl.t-0" qo.e tárrihém er·a eucarado c9mo

l
figura.de um sonto e atn'ís de la~ urit a njp que it g,.tia o
conduz,. As d um, figqras s.âo colotid_a s e compostas de m u i- 1>os.Ses·s âo 1 ·ou seja> escravid"iío com i-elação a um deu;:,
tas pal'tes, romo os Jnosaicos nas ja.nelaS das fgr~j~s. Olho ctônico. Ai; pQssoas entt·a.vam nessa pria.ão á fim de sere~
p~r~ a apor içâo e oornpreendol Eu çligo, cu sei. (Pcnsa- lniciadas no çulto de misf;ério·d o deus atrav&,dossonhos.
mE:!nt-0 subjacente: tttravéa da odentnç:ão do ü njo!-),,. , ...
Nesse mornento, meu (\VÕ sel~(.a fortes náu:;ea~. É comQ se 'A fo·,1tc é parte dessa ima~em. Como C. A. r.feier
etc· so tivesse le vânJado da: Ct\ma da m inha mãe. Ele.J=Jc mostra em seu Jivro ..Der 'l''raum. a.Js iVÍcdizln (O Sonho
senta dfat.l tc dâ cama, o.poiando-se na m_esinba dé cabe• e.o lho Remédio)/ as fontes ou r egatos nrt.ifíciais e:l'mn
cêif.~. Chorando_, diz quo tem que moxrer, e ac.tescenta: encontrados em todos Ôs locais de cu1~a 1 ou.- e~ suas
·1].unca ·Pllt1$e:f:.9 u, e~~e sel'ta nosso ú ltimo pà$tH~io juntos. adjacências. Ele diz:
228 229.
A ág'úa dasempenha P<l(>~l ~ixl.r cmam·c11t.c0 pocJeroso no pro+
c~s.!:o O:¾:leplano. A Jígm1 desses. p<:«.)Ue n o!'> lago;3.o fontes
essa atitude "impura" d iã o t.c dos poderes das pl·ofundóuts
nunca e ra mineral oii lcr·1l\hl. $hhpk!smon tc pertenci~ a que tinhám que-·s er purHJcados. Ete aparece como um
Asclépio como um deu$Ctôl~ic:o, cXRLamentc como sua acr• hermafrodita, como u m sim.bolo da totnlidi1dc. rnas, ao
pen te; t: a fonte tornou-se 1..u n kogiosmr. (Í<Jhfo c:uy{1ti va) · mesmo te.mJ>o, com algq monsu·u.o so u respeito dele, 1 \ds- (
simplcsm~ntt! ~travês <la sua conexão <:ôm ú cfous, 'fodol> t.o que ne]c dois e lemento$ são u iüficndo~ IH\ totalidn.d9
os dii cltthoril/ têm pertó do Juga.r que lher;. é sagt·a.do 1,Jrna r
{)eJJe, uma fonto.... até mesrno os succ$,Sores ct·is tliçs cloS deu -
ai1te$ q\te tenham s ido adequad a mente polarizado$. e se-
$(!$ cla cu ra.·da .Antiguid~tdô, óS ~antos que fàz.ia,1u miJa. _f)arados - trata-se de um caso d e opos tos ((u.(r ainda se {
gres de cu ra,.quase t.odos têm uma füntQ cm su3s igréjas.(• aga1-ratn um lto o utro, om vez de u m a nova conia,11,ctio
oppositoru.,n . 1
J3ahhm·~se n essas- fontes eq'tiivalia a uma purHica.+ A.figura d o avô conl-én'l. em essõncia, o prjndpal p ro•
~ o o h.téu)esmo à q ualidade batismal de u m renasdméntq blema da )tÚnha: clienfo: o consd,ehte e o inconsciente, o
intedor e uma ' coniunctió~ ou seja> uma. reaHzação inte+ egó e "o o u t rd• E;?$tão érn Cof!tato c:Jentt:o dela da mnnc ira l
rim· de unidade e tôta lida de. • errada, de uma ·maneira que podêri~ ser d!;!Scdta como
... ......... ...,_,...._J~sicologicamen mJ â imag~m da fo n te s i,:i1ifl:ca que m ágica ern v~z de religio: A pl'imeira envolve uma pos-
(

nas p:r.o fund ezas do inconsciente a co1Tente d a v·ida pode sess·ã o. parCia l do p atte d o i nconsciente,. que é ret.ratado
ser r:edescob.er ta . AfinaJ de contas, se a pessoa B$tá r eal- no Son ho p.élo fato que o aVô-nia.go assim ilov, \ln). aspecto
mente viv~ ou ·e languesc:eildo com.o u m morto é questão da fe minilidad·e q1te; nn verdade, pert~ncia ao ego. Ao le- e
de um sontjmento psífJ\ÜCO SuQjet iv9 qtle depende de a var essa, fe-i:xünilidado para seu ládo, o an.imus tmQuan·t,o (
pessoa. est~r se movend9 no íluxo d.a eh0.t:gia,.pSíq,uica in - espírito mágico inconsciente p·r éValeceu, e como r esul ta+
.c onscien te ·o u desligada dele. (
do não apenas domhrn o 9go da múlhêi·. com.o também ,
A muiher está golada. Ela está inadequadamente nesses c.asos, $1 m ulhe r já· não conSe.g ue sentir se é e)n (
vçstida, em seu velho r.obo casei)·o. Sua a'titude diante do tne.sm:a ou se'u c1.nt'.hius que sente ou acredita en1 alguma
hí.consçient~ e negligGnte, n.ão é suficiente1nente "qllen- coisa - as ºP.iuiões do a,;bnus tên1 exa~mente o 1uésmo e
td', e portanto é inadequada. ·Por conseguin te, pega.em- ~entitnento hitcrno qüe as dela. Além disso, o sentimento
ª
prestado o :robe do avô; ou sejcy.., tçmta açfotar atitude feminino e o eá1culo e o planejamento ·secr--etos 1nas cuJi... t
dole diante d o it1conaciento. O avô é o pai da n1ãe. d ~la há nos estão inadequadamente cornbir~ados. (
mui.to fal!:!cÍdo e a ú nica coisa quo ela sabia sohl"e ele- é
.Por te1~ un1 pedaço do seu ego Q.ssir:nilado pelo incons- (
que costumava fazer "magia neg'.r a" e que as pessoas cos- ciente, sutge u ma ospécle do iden t.ificaçâo indefinida com
tumavan:, se reunh- na casa d ele-para conjurar o diabo:
''Às pessoas freqüentemente ouvia m o cliabo agitando uma
o último, o que. no caso d essa tn ulhér, Se manifes tou. como
um gtau consideráw~l d e clarividênç.ia e. acentuada ca.p~-
e
11
oorrente • l\ifinha próp ria clif!nte Unha unt forte in~e1·es- óidadc. m edii.'(n.ica. Através disso, contudo, .p tontamente
(
se pol' essas coisas. Lera as obras de Eliphos Levi e forp se desenvolve utna veladame1ite '"al'tóg'unté e tnistet'i'osa- (
óbvia e profundnm~nte afetada por elas. Entretanto - e mehte preparada pseu<.lo ~.su perioridade e falso "conheci~
esse era o perigo - , ela não esta va d isposta a fala r muito mento" com relação ao inconscieq.té. E~'3o conhecilb.ento (
a r espeit.o do assunt-0. o·avô claramente pe~·~onificava se baseia na po$sessão, ou seja, 110 "ctiOhecinien toº im- (
.2 30
231 Q
(
1.
( pessoal do inc.o ttsciente, na $ llà vo.gn Jum inosid »df.:. (;01n.o i't1e$rno nas ceu. (: lo vê isso na í maG'em seguinte d<> sonho
.·• Jung demonstrou, o inconsciente efetivamente posstd nas üu,n s fí~liras qu·e ~o junt.{1111 : o anjo que conduz u m
(
Cérta qu1: lid;)de d i f usa de <:on ~ciêncio" e, nú cn:so dH pos~ s anto.
r sessão da pnrle de u m com pJexo inconscicntcf isso na.t.q- A figu ra (.to santo 1"<'1fJê~(! o Lema da "bela, g rm:'ldo
to ltnélHe se~ torn a ptirCin.ltfu,! n~e t.lí~ponfvcl uo ego. Isso mu lher'>, rcprçt;~i'lt.a nc.lo nov.tmen~e n poJ·s·o rinl.i dudc rc,
efetlvam.ente provoca corta clat'ivldõ·ndá, mas s.oméntn .t, Ji1:,'losn h,1(lividt.ú.'fâa q qc,minha d ient-e pod(u·~se-ía tornar,
cpstâ ·d e unrn cl.:n·a del im itoçõo do cafnpo dt1 cooS<:iêr'lcia ~ t;f;_ deixasse g"t.tiM" p(;!lo anjo. Este ú ltim:o - um rTH:insn:-
ou de um.à clareut d.eficiente de sent.imento. Esta ó ltima. goiro do divii10 - foi escJarecido através de um s onho
ocorre no nosso caso. A mulher não upcntts estava estra- postel·ior, no qual u ma figura su blime cedm o nia lmente
( nham ente inseg u ra cm seu s sent.h:ne ntos, Como tambéoi p rQclamou: ''O inconsclen t.e se VC$t C ~ob a forrtfa d e Anjo.,,
inconstante - ·seu· coÚrção (:(th'l de qum1do em quando Assitn, o· a njo é o mistério 90 incon$<.~ieH.t e.>ó m istério d i-
s ob o dom ínio do cálculo frio e su ~peit(), (H L seja" do avô- v_ino da baSH ptil'li.ord\n l da o lma ou p:.1iq.ue. A n·u.tlhe•·
(
.mago. Ana)ogarnen tc, en1 s ua vida ext.étior, ela r epetida - d e ve ria d eixm·~se guim• por eJe........ -............. .- ...,..................... .....,, .... ...... ,.-
men te se (H)vo.Jvi;;i con.1. hom ens frios· e c{lkulist;.as que. O fato de ~essns figui·as terern a aparên.c.ia de uma
a busHvam da s ua capacidade de amar e não lhe davmn o jnne.l a foqnada por p~dnços d e vidro aporita para o temo
que· el~ mais p't·ecfaava d epois da $ua infeliz ihfánci.n - da · «âhn.~ corfg"lomorã.da'\ o Si-n1ean.io .c omo unidad e
um cnlor e sentimento g enuínos . mul f:,i~acetad&> R.un.id::1.de d e muitos elementos externos
A sujotra do to1;1leite no c.)u.arto d~ 1nãe a ponta m para e i nternos)º Fica claro nesse momento que o sonho -agora
es.s·a s c;<periêncim, s(')(\! n.is ni\C'l gratificantes. Ztitteta:--:
+ exige da mulher u rna h:urniJde "atJtHde·1•eligiõs·t1.:: e; pot 11• •+ • ••
to, ali o S i~m esmo também nasce- ln stercmY1- iriven.itru·/9 conseguinte> é exata.mc,n tc ·nesse m o mento <.)ue o espíti,t o
·9 quarto dfl mãe, -Onde a m ulher veio ao mundo e viven do ll"1.ago ne]a se sente 1nortala:1en.te tla\lsead9~ pois as
inifial me.nte, s·i mboliza·o lugar int.c.l·no de o:d·g eiú..ê ~fes- duas atitud~s $ãO iricômpdtf\l'eis . O l11ag.o possu i e u tiliza
fer·a do jnst:h, to fenüninçi. Quoudo t\ rhulherl'esotve criar o i nconsciente, e se con1portn como so, a.tl'avés do seu co -
.ali um estado d e litupcza, a "gr and 0 e be)a fnu lher" ap.u- nhecitnento, ole tivesse completo controle sobre ele, ao
l·ece, u ma ·image111 do Si~mesn10, c01no diz Jung , o u seja, passo q ue, na verdade. n a molhor das h.-i.póleses, como to..
uma porsonific.nção da pe1'$0l>aliclade mais elevada, mais dos nós. ele é capaz de v islumbrar algumas conexO·e s sin1-
abrangente bern co1uo· da totalidade. int~riol'. E~sn ('bela bóHCas intuitivam ~nt.e <:0111pr eendidas.
1uulher" passa.. a existir no local em · que n1.~nhn clien te Nes~e ínteriln, a .situação da muJhe.r com o tm1 todo
veio· ao mundo - o lug~r permeado pe)o mistério do ·n as~ <:ontinna\•a mui tO' ·p roocuponte . Sua exaustão faúa com
citne.nto de um seJ· hunul..no. · · que. ela t ivesse d.Íticu ldadeeu>. ter es peranças, e nté m es~
Mas essa grande (igi.n-a jnterior não sabe n ad,, sobre ·mo escrever a torrente de ilnagens onfricas freqüente·
seu nascim,ento; ela p recisa tanto d o ego, a fim, d e expeti· mente 1·epresentava u,n peso eXcesSivo ptu-à éla. Não
menta:r a s i m.esnla, quanto o ego d.ela, a 'fim de se tornar obs tõnte. npós alguns s onhos n1a is pessoais;.ela teva;; 1,1tn·
co.r~scien~é·dc si ffic$m(). O ego é como o olho do Si.-mes~ sonho que me pa:receu est.ar da1t<l:,o-.lne \lm sina l a r espei-
n10, Osôtriente ele.é capaz de ver e vivenciar· como o Si- to de como continu,fr.
23S 233
r

Freqüentemente. ouv imos nos circu lo:; psicológicós o terpretur os sonhos d e la d e ácordo com os princípios htt-
.... co mentário de que, quando oxi sL(? o Rerigo d e ri i ncons- bj tuais . EssA soluçtl.o .demonstrou ser- favoráve l; o fluxo
ciente transbordar, o analista d eve tomar medidas i·cf)res- de s onhos chegou. no Íl.Jll $~Jl> <1ue a mulher .sucumbisse
ci vas ou .m edidas que não est.imulé:m o inconsciente:. De ou (icl,sse désligada. As longas horas , ,a carna lhe propór- (
acôrdo com minfla e xperiê ncia, nem serrip.r e é necossá- c~onaram um bom r~púuso e a cofocaram e m uma dispo·
l'lo. p-o'is o·próprio iocon.sdent~ ffeqüentetnen tc most.r.n s ição de ânimo tranqüila e rncdit(t(.ivu. Só d e$cobri mais
uma m a nefra de. o mantJ?t·mos sob contro le - quer d~zer, tarde que eia, pl·e,s sionud H por seu anirnu.s tiranicmncn·
se ·compreendermos corretamente o significado· s uti1 dos r
te co1~S<:i.e nciosó> t inha a t~ndéncia de continuarnentt! se
sot1hos; ú u ma maneira S\,1getida pelo pr6prio h)conscicn· mal tratar, obrigando-s e a r.e alizar u m es forço excBs·s ivo; (
tC équase-sern pre mais convincen.te para o analjsa(1do do assin1> Q d~scanso )l i) cç1,m1;1 b1mbént l'Oi i rt(;?sper&dan1ente
que qualquer coisa que o analista pos~a e.rnpreêndcr $0· r
muito positivo~o aliviar essa tensáoc~u$adn pelo (lnimas.
zinho. No tl.0 $So ~aso 1 sui'·giU· o ·:,.eguin te s onlH). Alént dis so, esse sonho rno parece se·r uma repre- 1
:A fome sentação irn1kessionante, qua~e clássica, do mister ioso
Es.tou h<:J dea<;?rto. E.stão caynndo para tenta r êt1<;ont,r.ftr processo que ocorre (fUan.do u m aspecto do iuc<,>ns.c ie,1ta.............~.
águl\. Um homem e~~",c·a vand.o com pá. Pan~ce.extrenrn.• se torna consciente, r
l'nente instl·uídó 8 superiQr; um.~ espécie d e "profe.SS!,)t·", A quest ão é quo r~ós ''explicamos·' ' o íncoJ1scien te c.om
Outro homem poreço ~star U·t1balha·rtdo vindo de bà,ixo. (
De repente., os doi~ colidém.e t.orminam com o rosto de um a ajuda de símbolos. e conceitos d e dvados da m e·s ma base
1
primordial - ignotuni.per ig notius, 1 como dizem os Hl-
sobro o i·ost.o dq out,ro. Patcce mu.ito ~H1gl't1çado. O qu't C{ltá
embaixo tem \lOHl espócie d e m!'Sto ou mt\sca:ra de feno. e qi,irnista~ e Jung repet.idan>ettée s~lient.a . As imagens
o acjma e o embaixo parcc.:em trocar dê Jug~.r. D e repente, .~:itn hólic.fls .que surgem do inconsctente,·pOr s utt própria
a situação ficá con1pleta1nen t:& (Ji(C"(ent.e - o é:XÇé$so de natureza 1 r eferem -se a. tini materia.l q ue é essenciahnen-
água predsa ser fcbi·ihJ'lé nlo. ~aldead<;> po ra evitar u ma (
enchente.e, ao mcsrno OOmpo, d irigir o út,'Ua p~t1\ a cidade te i ncônsciente 1ª -c , por con$~guin.t~, "toda interpretação
d'!? Roma. J\,fuítoS negros- estão trabalhando aob a.~ 01:·dens pe rmanece un1 como-.se".l 3 Cada,intBrptetãç:ão é apenas (
do pr.ofof!Sor. Minha amiga Albcrtá chega com um bonito u ma (!descrição o caracl:orfaação aproximada de mna se-
(
t ecipiêJite vente, e ajÜdàmos a baldeai· n á(tu.a. O profes- iue,l te de significado inconsciente", 14 SE:indo as-sim uma
s.or eatii n~ comando e bate eJU m.irn uma vez na nádoí{u, "nov·B: vestimenta do tni:to"'. h-1as esse proce:,";SO precisf! f;;l(n· (
de brinc'adoira, ç9m mn,a. val'a ...Mas depois nie m~nda revad9·~tdian te a fim de m a.nter a. COil$Ciência cultw·al em
ornbõra-devo me deitai- élh uma cama durante ~l{rum
tempo e descansat. Ne..-;.':le íQterim>os-ouLros c-.nlltinuarâo con4}to com 8. base insti ntiva do ÍllCOOSCiente. 16 o·"pro-
ÍéSS:Or" obvímnonte- \·epresenta ·uma abordagem intelêc-
(

a traba1har para mim.


tual que esJú ten tando assimilm· os conteúdo'$ dõincons -
<
' (
Esse sonho Unediatamentc m e fQrnece~ um út.il si- ciente (ao })MfSô que o hon1em co-m a m áscava de. feno
nal prá tico. Aconsell\ei a mulhe1\ exata mente como indi-· 1>ersonific1t o espírito gerador 1\o·niito das pr9fundez,is}. (
cado 1).0 sonJ10, a simplesment.e ficar deitad11 na cama o A t roca tempo,ráriu d e p(.lpéis mostra, por um lado, a a ti-
telllpo todo, e apenas se levantar para ·vir às sessões d e niâade natural dos dois, mas, pe1o outro, .tru:nbém deve (
análitie. Quanto ao resto, si.mples1neute· continu~i a in- ser interpretada sob o aspecto do per igo da .1nagia. Se o (
234 235 (
(
eSpí rito do j nc~nsclen t..e tt.ss irn il ar o e-spiri t..o 1nterpre t.ado r, qual eles J'c~.jeitam - porque isso Jhes pernutc lidar io·
o r csu ltacto sch\ u ma psC!udo-inter pretaçiio arrognnt(:!- tuitiv~\ e i nte lectualme n te ·(-Om esses conteúdo$ sem te•
( mfatica e a "prodatna.çfto" intuit.ivame-n tc sugestiva d~ re m q ue ext.r a fr ílÚaisqucr conseqüências pcsso~tis,
u m c<novo" m ito , Esse tipo d e coisn tem s ido nn li to a pre• Minhâ cliétite sim pati1.;:wa com essas abo rdagens aos
ciad a u Jtimatn(H\W, não apenas pot muitos c stu di()So.s da s.ir'ilbi:>lbs, porq ue d essa maneira podia fugir da miséria
mitologi~l. corno també m por "movirnent-0s" semi m ísticos 'dá S1..,ta vj(la verdadelrtt, ent.i·ando em u m mundo m ítico
;Qu t! negligcn cia.1'1"1 ll ~,bordagcm hum una conscien te e tt d e magia no <1uoil ne nhuma d ecl'$iiO ética, aliá,s~ net.thu-
manê;i,·a J·.m mana co nsciê n t-e de encarar as coisas. A difc • nta outt'a d ecisão, Pt ecisavà ser tomad a . .J:<.J'ln sentia pou-
rcnça entre o pl·pfessor e o esp~ri to repo usa pre.c isamen- co ent us iás1n:ó pelas minhRs tentati~·as de es taliele.cer
tc no fato de·que u ni deles é humano e o Ot.l(ro, pHrcia l.. U!na ·r ~lação rmtre fü'l in tt~i pretações dos s onho-s e o esta•
nten te inumano. do da vida dela na.q\tele mome n to, e a predomiilãnciá tem-
IvI9srtlo nà pesquisa rnit.olót,rica acadê mica d e hoj e, porária alcançada.· pc.lo 'homem com a m.á scara d e fert'o
e.stá .s .urginâo tlOVQ.I'nente a tendên.cfr\ de deixar qu~ os dem onstr a q.ue ..r.la,. à~.,Y.~~~~. e.otn~gavfl.·$e ao& seus afe-
símbolo$ fale~n po i· s i m e.Srno!':i'J gerando unia p)·()lit(~r a çõ.o to& e i,:nçkgen s . M ãs gt'U'.s_:aa tl Deus que n os Sêtt!; eonhos n
de símbolossmn nenhuma rc forêncja aos pa r âmet.rQ$ fun- t:onfusão·e r a apena$ temporária·e o í•.professor" fo i nova-
do.mentais da p.sicologi_a p rofunda. Estou pensando e m mente ca paz tlCobter a pr imazia .
e~tudos como os encontrados .no Symb.9lon ou no pet·iódi- N·ão obStante, <1uando temos H an1eaça d e uma' inun~
co A·neafo.'t d~ It.1frcf.'! a 8J i l\de,.J . $chwabe, e outros? E:::;ses dação do inconsci·ent&t og·c\tri- tettdo~- dcsLe últ'hn&. C'O'l''llO
estudos COl't·ern ô. r isco d.e se p ~rd twmn ém u ma amplifi~ n os d iz o r'ela.to do s<:mhé>, devem ser dfrlgidos para '!a
cação sen1·1inHtes, na qual, em ú l tin:u1. ~\n..-\l ise, tudo 4 t,udo pid ndé.d~ Ron\a'\ o·u seJa 1 p an) \JO.\ cent.ro interno r.e l_jgiçi-
O tuais o, oo na.esmo tempo, nada. O que está falt.and O 9 s o.16 A idéia nAô ~ que o c_gO desfrute o êxtoso dessa opu-
um~ ef;trut ura. concreta e o pont-O· de Arquimedes éX• lência v in~a das prof·u ndêUlS, e sim q ue um cent,ro inte-r-
trí1weco a o do 8istema SÜ'nbólico. Ess a oso·u t ura s ó pode n o, o S i-mes1no; Seja vivificaclo·por ela.
s·et o 80):.humilno. poi~· é a partir da p.sique· d eJ0 q\te .@ur- A. m ulher teve a associn~~ão com re1nçáo· aos negtos,
geu-1 os símbolos. Por cot\t;égujnte, pm·ece-n1e que a pêS- "trabalh'a ndo eoJI10 um negro", que é o: quê os negro$ do
qu i::,;a.dos sín1holos que .d es·consi<lel'·a a. psicologia dó 111- sonho efetivatile n tc 'estavam f.u~end.o. E los obedecem· ao
consciente é um e mpreendimento seru sentido. O profesSoi· e personifiearn, uma vez mais, essa Sin1ples e
1·e..sultado é q1.,te o pesquisador neccssad a m ~rlte acaba hurniide devoção diante do mti.n do in te1·iol' que sempre
possuído pelo~ 's ímbo}ofi o a pes qu isa te1·m ina fda e se'tn ocone como. r esultado de um trabalho sério e <..--on a·eie1\-
fornu1, visto que caxec:e d o set· humano individual como o cioso em nós mes 1n os, .no qual não apefl:.8'.S .procuramos
"elemento de ost.r u t uração .fundamental'' no·matedal. obter um $Opro intuitjvo d os c<.ll:tteúdos do i ncollsciente,
AJé1.,n d isao. hoje e:m dia, os m ovüne:utos tosa- como ta tnbém assi ri1ilá-lo':~· em·su a natureza essencial.
t.~·u cianos, antroposóficos-e ''mágicos,. estão busc;rndo tra- J\•1 as o shnbolo n1ais im_port,ante ru)sse conjunto de
:ler d4;l voJta a viabíHd ~de do nos.s o relacfona.mento corn o relacionamen tos é o belo reci1>)ente verde que.a amig.a da
slmbolo; sem levar em conta a psicologia prQfunda - a mulher , Albert.a , usa para baldeai· a água. A rn\1lher·é do
i 36 2 3?
(

LiJ>o intu itivo mt>·overtidon e s u a sc nso9ilo, ou sêja, s u a 0 p;,incipium. ,ndwidutalonis.sem;u s,ri<.:lióri.·lu l'ar·.a<.~el~o (
função dü reaJjdade, e ra - como fre·qüentemcntc acon te- o desc reve em l$éll 1)1.!, vila lon:g a cl~t seguinte maneira :
ce. nesses casos - pdmiliVa:ment.o intensa, por é m ape- E le (.!mnnn da LQ~I.~, doi:;. co111ora sa.pracoeleslia.; porque (
nas 1>arci1;1J, Õfém de ser i n sula.1' é furlcionai· autonom.a- Ulis ~fio 1,;1s propriedades 'J ~ natureza <los cot·p<J~; supra·
me1,ll:c. Assim.• ela tinha um b(!nl roladona rne1\to, quase cc1icst~s. gu o n pHt·t.it' do o~d~ clcs produzem urna im.:l · r
Qom demnit;, com as questõe~ de d i nhe.iro e de ro4pa.s, gcm de fant~sia corpõi-ca<imagina~iotw,nco,1?0,•e(un) qnc
mas negligenciava o corpo no que dizia r'E}Spelto a com er à tommnos p_(jt· um· corpo J'ís ico. Oéssâ nàLuréZ!l & Ar<!S: <
que, <iuandç pcn.sarnos cm um lobo, e le ta mbém aparece.
e d orrnit~ e o lugar onde el a rnorava n unca era confortá- O mundo.ó s.em é lhiln.t é às.<:riâturn:; prodllzjda.s pcJos q ua-
vel. Emb.o ra a f1.1nçâo inferior geralmente trabal he de t.ro eléménto1;. A ptn:tir doa elementos súrge aquilo que de
manéfra. laboriosa e duvidosa a.ó $é r elacionn..a· cmn o ex- modo nonh1..un Jembra ,su.;1 origem, m.~ s crâoobstant.o.Al·es
terior, e la é espe6i~ll1n ~mte proveitOSfl no seu ·r elaciona- ca rrega tudo dentro de si. (
mento com o inc:onstiente, porque ainda pc)ssui a ~spon• Assim, Ares aparece (dii Jung, ao itlt-erpretá.r essa (
taneidade primi tiva q ue favorece o entendimentb dôs passagem) con:lo uma força criativa modeladora pré consw 4

conteúdos do incouséiente. A pe.ssoa que ca rrega o r eci- cieute ...Johannes Bracaschiw, ..von B1~ixen) un, contempo- r
piente, Alberta, t~mbén'I 'indica é.ssa direção, po.r ser, de râ n e o. aproxirnado d e Parácelso, con)para ,Ares ao
acordo com a mi nhn t\nali.sanQa, um~ .tnulher s imples e I'
11
Dernog61·gon, considén\do o progenitor de todos çs d eu-
r·ealis:t á". Entre outras.coisas, o r edp~ente lemb.t'â 9 sin1- ses pagãos. " E le é o dous da WJTO, µh) deus horrível,e
bolismo do G:raal18 e representa o Si-mesmo em sun fun- tamh~m de fei:ro." Astrólogicamente, J\1arw representa (
ção. de s upremo sírnbolo feminino, q ue é o elemento da os.imp.u lsos naturafa e. a afetividade dos Seres humanos .2 1
ps iquê caprt.~ d~ .compreendei· o prit1f;ípio divino. Assim, o ... D~má-los" transforn\á-los na pcdra·filosofal ó a tneta da (
s onho .indico u clar{lmente Para 1riinha. cHente que e la obra alqu}mka.
deveria feva,r o ego a um estado çte Calma m editãt1va e, No ca$Q da rnioba cliente, fortes emoções e- a feto$
(
depois, deixar que algo s impJés e natur·a l üela espônta- tauib~:rn foram con~rci_a do~ deba ixo de üma·s uperfície t í- (
neam.etl.t.e lhe tra.nS'm itisse os conte údos do inconsciente. nüda e suave. Não or1).m um ptoblemá. relacionado çom o
• O homem com: a máscai-a ou rost<> de fo1..-o deft.niti• c1·j açãó, como veremos nos próximos sonho·s . A podérõsa
(
v.Eun.én fo mer ece exQ.me mais -a tento, f~ um tema at·que- força iI;n aginnt.iva do <½J-es~' dela. esta va 1·elacionadn co1n í
típic:0 enconti-ado tanto na alqúilnia qllant~ no Conto d e a magja, exatamente como vemos· cla.t·a.n1eo te ·êxpresso
fada de Grimm <'•João-de•fcrrçl'. Como homem de. fet·ro, na citação de Parncelao. {
aparece na alquimip.. 00010 uma pcrson.ifiçação de !\,farte Em "João-dc ..ferro", enco~1t,t:amos umt1. figura seme- (
ou Ares, e foi concebido pe)o pa.racelsistt1 Ad mn vou lhante. Oculto em uin pequeno lagci, há um "bome.m sél-
Dodensteit'l con10 a natura pri,-na re,·um (a natureza pri- vagem", ou demônio, q\le na verdade é um velhd 1·e i p reso (
rnordiaJ das Coisas), ~o pa,sso qt~e R.ulandus o co1npara va a un1 encautan1e nt() que espera para ser salvo. Na flol'es-
ao Al'cheu$ de Ptu·acelso, que, CQnlO demonStrou J y_ng, é (.
ta, ele p~ssui uma fonte q ue tinge. de ouro tudo que nela
uma personificação do inconscfonto. 19 Segun~o Rukmdus, é mergu U10d<1. Na qualidade de "velho r e i", ele represe•l· (
A:res é o modelador do in.diVíduo1 ou sej a, como d iz c}ung, ta..uut princípio espiritual que anteriormênte.rêinava, mas
(
238 239 f'

(
r
r
( qu e de umti nHu 1,!ira ou de o u t ra foi <lúpç,i:;lo e J'ebaixhd<> gadas a cont.eúdos rcUgiosq~_niw integrados . e q ue o not.i-
ao nivel de um es 1) h'i to ma l it,'Tio da naLu1·c2·a. [s::,;o niostra g<) \.Votan, na qualidade de· caça dor, ho n,cm dê ferro, por•
' uma lig:u.çilo n fw apenas com a a.Jy.u i mia, n1,;1,s ·t.ambóm co -dc:Hnato, e ass im por dfanr..e, a i nda a!-;.S()mbra os oli-
com a tradlçfü, l'oligioSt, germúnfo~J pré-cr is1,ã, part.icu - corces psíquicos d us pessoas ·dc origem ger.m ânica .
!anneni,.,o com \.Vota n . Na qua líd adc1 elo gua.r cHão da 1b11 t0 O t"oC:lpicnLe ve 1·<Je ., q1w ost~l llga(l.o ti fu,nção S<ff1sa-
' de o u ro, contudo, Jolto:dc-fCrro tambén1 é un1 es_pfrít.o ·ç ão átn\vé.s da ~m.,_.ta indica <JUe era ne·ces sário que minht1
mágico da natureza, no i;entido d a filosofia alquímica d ç1 cliente int.egi·assc..a in vestida do íluxo do materi[,ll incOns·
natureza, UU'I deus ahscondltu.s de maté.1·\a. :i-1.·Em seu es• ciente através de médiêfos r et~is e práticas - algo qu~
tado niío rcniido corno d~rnônio de ferro, contudo., ele tam• fosse 'Contra s ua nat.ureza, porqüc el.a teria prefol'idousá-
b~m h:ipre.s.e nta. a agressão ê a afet ividade bárba.rn indo- lo incortetamente para vôos extusiados e intuitivos da
'
madas; pot· conseguinte, n ão é de.caus ar s\n·presa que, m ente. E la sehtiu uur d1?sprczo pronunciado por todos·9s
, dur(lnte a -Segunda Guerrri M1, ndial, m1bha ·,malisanda p1~oblemas sü:r.rples· é modé.stos da vida, e simpre queria
te.n ha desenvolvido umn tendênciâ 1útçt2n.~t-.~9.Ç;.ii~h~.~~.... ª·· ,........_ , $.Ç. comportar como·o ouriço-caCheh:o do conhecido coo to
<1uaJ, contudo, ela não con,cret.izo,1 externamônte - gr~t- do norte da A.lema1lha que a.postou corrida com u1na le-
ças P. .De\l$, pe)o.; nenos is so não foi além. de urn1J. modera• bre. O. ous.i:ço-cachêiro colocou u esposa na linha de che.-
dn stoi putia. gadâ e, q uan<l<? ,~ lebre chegoú ~~m fôlego, dis se rindo:
1
Es$c d.e mõnto. e s c-á evidei1tt'!mento liga4_o ·a o .,' $illton1a • '.Já eStou aqui!;' E ~ssim que o tjpo i,.n tu it.ívo .gosta, de se

do g.,-ito da .mulhér, que crO:, cofn e feito, u.1nà explosão co1))p-Or~a-r-- ele: se d ivide e m·dois, e com uma p:u-te de si
autônoma de solvag eria. Depois de eu haver ·d íscut.ldo com mú$m.O, sua intuição, ele Já chegou ao fim, esquccendo -~c
ela esst;.s xe !aciooament.os- ~ ça elev.!!.<l<, ·; . <:on ~.d ên c!n, e !9. · <le qde sua.out ra metade aindã êst?í'agàcl)âai mr p~~i'l'u;·- ·· u, ' · '

teve u.m sonho no qual 1,.1m porco-d o-mato emitiu un) re- úa linha de J)m·ti<,iâ, .O\l a pena$ 'p9rcorrcu alguns metros
tumbante urro no te1·1:enó Htrás da C'!Sc.ola. Um caçador dó perc:t.u·~o! ·
·.·apar eceu e m.nt.ou o porco, e a mulher:ent.ãq percebo u·que Esse problema foi ilustrado J)-Or um sonho s:u bseqüçn•
o ventre do animal mo)·tó es tava emitindo urn est.t anho tet cnja,s partes 1 e 3 estão resumidas, em virtude d a s ua
brilho dou)'.itdo. Ssse sonho n os faz . lembra<' o porco-do- comploxidado .e ~xte nsáo.
mato' de \~'o tim, Gullinborsti. Cons idérnndo o fato de que L Pi·iméirn·, a muilu~r-vê .muitos. animais sendo to1·t ura •
o sintomo do grito n u nca vÇlltou a .se repetir depois que dos,. eSt.ando am~,:rodog ~ um.t\ pesada máquin a dê guer·
minha c1íente.voJC:ou par a casa, deve1nos. Supor·quo es$e ra e sendo for çados a anastá·la. Depois, ela tênUt com
sonh.o represen ta a de.rrotn da explosfü)· afeUvt~ a u tôno- tuna .de ·s ua~ i.nná.s , q ne tet'u:êsenta. ::..v.~ wmbrn t·eali$t n,
salvar um so.:nduíc.he de .Pn~~un.t o de um gato. Ela levt1 o
ma, depols que o aspecto religioso-esr.,irítual do homem san<lllíthé e o gato para a cozinha. onde uma dea.c onhoêi•
.con1.a n'rásc(U"Q. d e ferro e os outro$ cont.et'tdos correlatos da, .:;ua iJ:m â, ela 11\l'!Stna e o gato tomam seus lugaré$ à
hltViam sido levados.à consciência dn -1.nulhêl:, Esses te· ·m esa. t 1als tm:de cla se. potgunta Sé seu sonho não dev(r
m.1;1s· 0~1h·icos t.arribém demonstcarn, contudo. ·q"*o a ma.. ria, talvez. 8-él' pu bJicado.
gia, a relig ião pagã e as falsas dou trinas políticas da et·a Essa pârt.é do sonho mostra> 1,rimoiro, quanto a 1nu-
moderna estílO, de uma maneira oculta, diretanlente Ji .. ll1er m a ltt'atey seus instlntos ..uaturaís,.e;·â~poi.s, .0,f~r cc0_
240 241
r
(
u so1ução ptu-a o proble.ma : formando um gt·upo de qun.tro
maravi lhmHtrncnL'é sua rr>UJ>a Ja vacta att·ín·6s d(! mitgk:a., (
corno um' símbolo da t.ot.alid9de da persona1ida<fo dela.
f .. • • dopojs pof umtt pilha de t·oupas qoe e la precjs~ conLorn<\r;
l'rcs outras parr..cs do sonho ocmTerarn na mesma noite. depois, a tnHtl ista q~e a aeôl'ftpanha cuntprü11ent a cot'dili l·
t
Estou c ru um fü\vio - a t.ripl.llaçú<1 é muito cordial,
bstnmos fazendo a cm·v.1 cm vol Lt'i de um penh.:c1~co. A :.;
mênto uma mulhcr$jmplõs q1.,1e Otamuilo fdizcom ocum-
pl'imento, ~nqu anto a hndher qutf sônh~ cm):lpl·ím1wta (
' P.CS.soa:, que cl)cgar,i un t'ltrnsádas tl'shl.O nos SO&'l.Jinüo en, uma cr·iada , de quom a. ftna list.a hfio gosta. o fir1a lmentc,
umn. baj·s a . Paramos 001 t<!rT~ parn )·(>tcbê .. J<cH;: a bordo. seguindo o êonS"élho da·criada, a mulln~r que sonha· se per·
.Cont.inua tnos a ns.ve1;,·11.H' em Lc~tn 't fírmo de urna m a n e irtl de .P.m um h\blri"nto de linha-$ forréa,s.
a-b!Solut.arn_
e nte: nQr1nêl-o navio éStá.cquipado pa-ra isso... E lu s~1..bc o témpo todo que nessa 11oito ela t,wm qu~ Ü' a l
Depois é nh'arnos na água: de novo. uma fdsta - por jss:o toda n cot'teria . Na estação de tt·cm,
eh1 se ãptoxirna de \Jm "'nível inclinado'', !?SCor iegs. na))i?\'é (
Deslizámos ~obre ~l águtt. É noite. Vemos então tt1gô es•
tra.nho e m i~terioso om um penhasco à no$Sll. clfreila: a e nô golo; e vag_a ainda 'nl(;lis entl'e t-rilh⧠e eSCàdas. A (
parede do pénha::.co .t em umu prateleira a nté ia,altm·a. narrativa da·rnuJhé r que sonha prosacguc.: .
Pássaros ést.fto poutados néll;l, diVididc>s em dois grüpos Bem pthl.s eu chego a uma poda na ro~ha . Eu ~ abr9 e (
do t.r~s·ou quatro cad8 um. São do t.amanho de sores hu- estôl.J o lhando par~ u ma b'l'uhi de pedra em Cl\)Q par,te
1-n.1nos1 fi<;am e~etos ·como nõs o vestém máscara::;.e peru- posted,o_i. uma 6g,.la peculiar e sigoificativa fl ui d o uma (
cas J-n.ütu.n1a.s. Pm·uca~ bt·a11ca3: e facos,bt·anca:; e th u.m dos poderos·a·fo'Õte ·que·ésL-i~: alé n'l··do··meu,:c1qnpo .d<? Vis~o.: .É
gru.pos, Pl'etas Tio outt·o. O córpo dele~ exibe as. cnr~cterís:,. uma espécie de-mD.ravi.lha da natut·8za. A gruta á defendi~ (!
licas do$ pássaro$.: asas e assim por diante. Por u1n Jàdo da por un"la- mulhet·. Ela pensa que c.u estou ir1(fo ~lhar a .
t.umbém têm algo l)t'ahc:o nas as~~s; no resto, sãô negr·oa .. :
Olham,ps p9,,r a ele~, ostup efAtos. Urna otmosfé'r-.a clé mits•
1 f>T\'Uta, má:,. digo:qué n~o. tenho tc"'i:n.po, qtie tenho (}ué ir
p..n·a o n.1:1Yio. Elti.'iú'il acompanha parâ me mostrar o cam_i;
(

ühO. Ainda tOruc;,s que·~ubir b~st~n te; QCpois, éstãfnos J;tO (


tél'io envoJvQ a éena, Qs; pássn,:os estão. fozendQ carf;?to.s,
tagitrcJar~dó e Ci~ntando um para o out1·0, como se tive.s - ca.is : Um bm·queh~i:> está dãndo infonnúções: o r io' éi;tá c;on...
(
aem vozes huJnanas, e est.do fazoudq ávido.s ge.stos cat'e· e gt).lado, 1nas ·(l geJõ.éstá pm·tido. Pergtmt9 se ô íwviv nua
O-
24
jâ p ·arth t1 EJc. d\Z Qll":! :;·tr\\ e êxptica que o gefo foi
tas cm·t-e!;pondo~tcs. 'l\.tdo parece aobrenaLurnJ, c.o tno un:Ja (
peça de m tst.ér-io. Digo l>Êtrn a po-&soa que e:St.â áo meú lttdo pat'.tido par~ pe,·mit.h• quo o .navjo \)urt.i~$e, E u pergtintp
1
(umlt mulher): 'Nlto c.stou maia s u:rprcSâ coiu o fato de n~ se havorá 9utro. E l.e dfa q4~ o próXimo, que é um navio do (
p-es~.:1s t.ê rcin in~entà <lo o tea.tJ'o; elqs o ap.r.·endet·inn com polícia,Zli ~ v<.\.i partir às oito hotà:,/6 n1as. qµe ele acha.
• a
os á nima.is (oon--, natt.trezà)!'' que e Jo~ j)oderiam'mo l évni::. Ma~ a1..t só poderia fr a~ 1' - (
A rriulhor 001n quem falei (muito mais escurp do que eu) e teria que Cárnin.har a té O - ; (tHtão <?u chegm·i~l t~rde
da repente diz: "G$Sl1!'' Os pássaros sé enip8rt.igarn e nos. deJUais, e à noite c:=.t-6 fecliado. É quase J11.eia ..n9ite, e Q.S (
vâen?, é inst.antaneamcnte se· t.nmsfo,:ma rn em pássaros pes~o.a s dü-:em q1c10 depofa ~~ nieia•rlc~ite 'é estrit~ m<ll'lt~
comuns e vão embo1·a voando $Obro nós, f~ntaSmng6ricos_,
batendo ~xten~s11.1ente as l.l$as .. Eles não querem ser ob-
P.rofü.tdo fic.m· na rua.2 Assuu., não teq.ho outra escolhlH'l
n ão $é(' telefofiàr pt'H'a O - 1 (lizeod9-lllcs .ql!e nãg v9u e,.
e
servados nessa ~tividacle. O •..-gssh!" foi" ·orcn$ivo. Qépois, p1·õc'ur:a'1• um lugn1· paHt fie.ar a qui: 1,:) v~spéra de (
3. Depois de umn sessão de aháJiso n.a qual a pessoa quo Natal e tenho quo pns&.9.1' a no~te e m '"Darmst.adt!".
,1,. Mou irinão OOrminou urn pequeno projet..o de al't-esám't- (
sonha tentou trj \•ialü:in: mnJ,~rro,.4 lgo que ela d issera inad-
Vt:H;tidamenta, ela tem que ernbarcil.r em certo navio, e· to qué rept-ese,nt.&i.lgo s igoiücativo - um projeto sinibô~ (a
agot·&segué o típico sonho torturante no qual ela COJ'l'O, lico. Uma mulher o segui;a nas mãos e ctá.cxplica.ÇÕQ;s eo-
cor-re-0 ó repotidamonte1·Qt;ardada, Primeiro, é t·el:ardada br-é ele. Hú pequenos andaroo. o~t Jú vei.s, ,f: em cada um (
f)O\• uma. ,muJher que pa$sa a ferro, que, C(}ntudo, ronova defo-s existe un,.i · wdbição .
part:iculo.)·
~ . .. . . Como pm·. .t e. da ex~
plicn.ç~o, ela d.h: uma frãse eui 1tah:mo, o depois pr.o.•;t-:1c- (<'.
242
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( t:,'"l~C ~m om t<•fll ~oltnG, "O frwo-n sçicr\lc t~ntftv (l.Ssumc 1• Ê por isso que C iS-Se ·elem ento de· sombra 1·rea1ista"
ro1'mft de um itnjo., .". No 1\i.,.cl itbaixo, há \JHl a grande f.tc ~l
(' cou'I o cabocobcrc,) tl1fü\1-r.a<lo uo meio. A mulhcrcont.i nua: constitui o tema da tcrcc;ira p~rte do sonho e ~parece ali
"O inconsciente, cs:::e rcCúg.io, nós n ão <:oi-tantos nem de fo1·nla parcia lmente positiva, Como u m~ rnu)het qµe

' pnssa 1'oup.a. ~ uma mulhe r sj mplcs, mas t.a ruhém de uma
fsttamo:,;!••:IS
forma destrutiva, come. à i;riuda que enviou minha anaJi.
O finaJ da printéira part.e do sonho, que prod uz a sanda par.o o i;uós das. Jinhas férreas ê do ~'nível inclina•
idéia d e publicar os sonhos. pat-ece•me repr·esentm· uma do"., e abillou -sua cQnfi ança. n~ analista. ·Não obst.ante,
tenh"ttiva da parte do,inconscicnte de sugerir a idéia dQ também é nSsitn q ue eJa ençontra o ca.m h,ho J'.>ilra a fonte
' que a mulher utilize sua féd,il fonte do imagens internas · ii.at, profundeza&, .que é' d r;:fondid.a por um~ pê!'Souiílca·
tomo ~$C,ritora. Es::>e ternu é po:s:tqdorrnente desenvolvi- ção clo Si-11.1es1no. I\·fas cl.a nâQ quer fica.rali e· procu ra um
í
d o na s egunda: parte do sOnho, na qual os pássf'rOs ence- fogar pt,ra a "festo•l,!Jó - at:errizt\ndo, depois de mu ita$:
n~m iuna pe~:a. ES!:itl imagem fala por si _m e~mH e mostra voltas, novamente em suas próprias profundez.as, porque
r par ~j~J!!~..1:1x1ç,Q:.t~ ,!?ÇHJ ç,qv1~. HQ.fii.~~.§J.H~.P.! taçóe$ artísticas OOm a palavt·a ("Darmstadt.11 a mulher associou "cntranhns"
surgem,. em última a:mUisé. da :nossa. naturez~. incons• e "cidade''. daí a ''cidade das entran.h.~8". 3LAssim o Natal,
,. ci~1lte, e nã o do nosso ego 1 com~ freqüentenumte imagi- o feriado $Ug"r~do do nas.cirri.én~o de Deu$, está ocorrelJ,do
' namos. O Jlavio é um ve·r dadeito "ca.rro tespiano" nn gruta·osCura do corpo; a se(!ê das emofÕes, nàs e.n tra-
dion{síA.ço, e ne..s sa:ésfera nrtfstica <la vida o u-s o·da i ntui- nhas da própria mulher. 32 Entt\o, o artesão crio ti -vo aflora,
ção, que ê capaz de navegar atravé$ de todos os obstácu · e a. seguir Oü.tra venerávci fi1:,11.1r~ femillina, urna imagem
los apresentados pela realidade, está no lugar cor't'eto. do Si~mesrilo,',qué aco.nselha a mulher a nf,o l·etalhàr in-
fim· putro Indo, ·OS pessoas na bal$a, por q uem o navio telectui"'lli:nente o inconsciente e, sim, a lhe P.ar uma for-
ten1 que esperar, são os elex;n entos "retardados'' da pm·so- 1na religiotté de uma maneira ingônul) ít humilde (conl'o
Tla1ida.de da mulhet·, 9 oudç<>-co.chejro que <ürida e:stá na faz o arlcsão). .
linha t'le partida. EsS:e ·lado realista inferior perturba os O prob]q ma ct·iativo, q1.te m inha. cliente senri:>re cvi-
pássaros com seu Hgssh" vuJgar. g a petsonificaçâo des- ·wu, com a desculpa de Íbl.ta de tem.poou cansaço, expres~
' sas considerações como: "Escrevei'· não ó J.?em 1·e-m.unera- sou..sc aind n. n1.ajs clãrilmf:ln te qu.and,a ela, eln um sonho
do"j ''Ntnguém vai ler·o que e u esci·evo11 ; "E perda de tem- postel'ior, encontrou o esc:i:itor K,,rl M. adoi'm~cido nó
po'.' ,.e assim por diante. Es.sa:. é o tipo de c.oi$n com a qual banheiro. O banheiro é um lugat- de ptodu~ão "criativa",
a. mulh.e' r repeUdamente sufocava se\~s im{?u.lsos cri.1ti· e todo s imbolimno de cxcreJnento freqüenc.einente apon·
Vos. Ainda assim, elo tivera bastante $\lêê.SSO com várias t.á nosl;onhos paro problenu:is crjativos -. Elo des0mpenhf1.
pefat:i curtas de Nata] que escrevera para sous alunos - um papel espécialmente impo1·tante llO e.aso dos esquizo.•
1nas a. ativiclnd.e eriat.iva sen1pre tinha que ser realizada frênicoa, porque, nfinal d<l cont.as, como J ling coin ·ere.-
,religiose,29 sen'l tei: e.m visCa Q sucesso oü o ganho mone· qüê,ncia salientou, um caso cle ·esquizofr~nia só J>ode ser
t6riô - como "os pássaros dos céus' 1 o fo.2ell.1 - .e um e le- curado 1u1·me dida ém·qúe é possívél 1evo.r o 1>aciente a
·mento dé sómb,·a de espírito mesquinho repetidamente a reali2ar u.m a cstrutu1·aÇão criativa dos conteúdos que o
obstruía n~ssà área. Qpfjmçr-1. ·-N ãõ.j>oâe:.i no~Ser.e mpurradosem direção a esso
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r
tipo de criatividnde através dH a mbi~:{w o do desejo de tar essc :defiapontumento. Não estâo dispost.n.s a Sa<;riÍl•
·sucesso m o tc r i(tl. Só podemos sar cria tivos d e$SU mt1ne.i.
r:a ''por omor u Deus';.
cor O brHho da visão intcrfo1s.. N~p estão di~postas as:
afastar di-s so. u portan to não utinG'em a Jn1rnildadc.que e
'
René Gurdi descr eve em $êt1 adonrvel livro Sepi/f ingenuamente capa z. d e continu.:p· a criação. S c.gu ndo a
como os nativo$ .çfC$$fl. região concluem n constntção dú rninh a e xpo.ti&ncia, isso está relacionado com urna infla•
uma casa. Prim e iro, O"$ constr utoi·cs "profa nos" .v ão tl'H· ção secreta que a tt·n ptdha.a criativido.d~ d e 1._ 1m a maneira (
balhar, e os futuros donqs não rnais tffr'n permissão p âra .seme)hante àquela em que n po$t-ura "1nágica'' bloqueia J:>
cmt.tar na casa. O~pois, é a vc7,. dos ·att.is tas, q ue formam re.Ugio - com afeito_, em úl tima nnálisc, trata~sc do mês· \
u m a espécie de classe sacerdotal, e e)es fabricam no C·Cn ~ mo pl'ohlema . O ego .(lorcsceu d emai~. e o Si·mesmo ~oi (
tro da casa postes totêdticos Com imagens de espf-ritos e feito e m pcdãços; por con;;eguinte, o ógo não pode fu nc10 ·
deuses. Finalmente., a e.asa é c-011sàg_raçlQ· pol' outr-os-s u.. nar com o·um pólo oposto posiUvo. Basicamente. não que•
cerdotcs que exec-utam tituais. Somente na qua1~t.ó. fase o re mos accit1;1r a idéfa-de· qu e son10s tolos, i ngê-nuos e fo. (
dono tem pe1·rnissão pat·a entrar na casa. Torna.se claro dcfosos, como efct.ivamente so mos dian.te do fenômeno d'o
(
aí q ue~ arte como fenômeno psíquico pt'imQ.rQJ..1;1,l.c.u n1pre,... _,......... . . ....... ".. ,i nconsciente, e não estamosdis·p ostos a cotne!,:af' onde tudo
u m a tat·efa rc1igiosa e :réprc$E!llta um aspec(,o elo ''l.e vm· efetivamente com.eça., cou1 o religt'o - com o cuidadoso (
cuidadosame11te·e1n conta as forças tt'anscénde n tais'' que levai em cont.a d o nüm.inos o em atenção a e le mesmo ..
COl-respondent aos cantos, preces o btuais clos·.-sac~rdo. .O s eguinte sonho eX}>rêssóu isso d e 1.rma forma ex. f
.tes. D~u· fot·.m a aos espíritos é tarofa "sagrada,. e~f\s obrns t.Yemamente clara.
·devem ~er forn>adns errL aten~áo a si mes1nas (a o esplJ·j. 't • (
to), e nfüj d é acordo com o 1iosto ou a disposição de ânimo A c<1züiha da bruxa í
do artista.33 1. Lago Zurique, muito bonito e colorido - grande cidade
Essa também é a nrt,e da Cl~iat.ívidado que o iocons. àfi.ri·üpada ao 1"od9r n~ costa nort.o -, onde se ergue uni. (
cien te e.xigc da cot)SCiê ncia em muitos casos; o jnco11s~ castelo estranho, de cOnto de fada - a imagé1\1 im.ecliata• {
ciente exige que o t.rabalho S<tia l·ea lizado em a:t~nção a si mehte de$apat·ecQ. de noyo. .
rno·s1no, ainda que o rnundo nunca ven ha lt vet" O Pr oduto
fihal. .lv(as iss·o press u_p.ó c uma atitude generosa, não a
2. DoisJe>Y(lli.S que eatfio noivos à qu,erem so·casar pasaeJam
sem rumo .. . O rapaz m~ pediu para escrever oma C<l.rtn .r·
pârn o pa-i ~a noivá, ped.in<lo p~rltli~são pan;t se:casar cô~n (
ambição socia l ele u ma criadri in.seg-m:a, e stln o a.0101· d e- é Jn. Aceitei o p~d,ido e .escre\.'i ü c~rta, mas., po1· me sent.ir
s-i nteressado de iun tu-tesão. fs.so tam bém não funciona insegura com reJação i) éla po1:que o i·4puz me p~·'-108'.éS- (
sem a aceitação do que eu chamei d e "desapontamcn.to qu.iaito e também porque a tarofa é- embal'açosa, Je10 i:i car·
criativo,,_ Mes mo a pessoa m ais ta]entosa. p r ecJsa 1·epeti· ta pa1·a <lua.:; garotas a fün dé aal>er a o)>iiiiâo deh1s-. Elas· f
são lirn taut.o ou quãu l.Q jnsolentes, w.1rriem uma J)lLrà ·li
damente ace i tar a experiê.n cia de que, quando cómp~rà· outra pot· m in ha causa, e s~o dn'opi nião de que- i:;so J'eal• ("
do.com o Que ela vi-u .c oni a·visáo i n tel'io r, o p roduto final, mente não é da 1ninha conta. A cort.a e$tá aceitável, mJts
apesar d e todo o amor e dedicação que p_ossam ter parti• (
também d igó que o l,'apaz poderia têMla ~ct·ito e!~· ~Csm?,
cipadó da _p rodução, é uma 1·epresentação tristem ente Acre$ten to que freqüe1ltemeJ1te costumavam os t1d1culíl'r1- (
imperfeita. Muitas·pe.ssoas, cou tudo~ nã~ ·c onseguem {'cai- zar ns cartas de amOi~ mas que existem péSsoai:; que-ten•
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tam pôr a.s máos ·né.ssas cartas apehat, para .se divort.ir. e
247 <'
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( 3 . lJm i tpt)St,'IHO IM éHl:lH do.s Ar·.0~1:s, LJm nto d e m.:1&,'Í<J IV.'· mt::<cn<lo a s u biu.-6.nc l:..1 o entoando t~1n voi all;·l ~· fOl~mul:l
g r a e s tü J) \\ l' tl a.::.on-Lccer. A lém ·<f~ Ol in, . csLf19 Pl'CSCl\lf!i; <i d a cu1tjm·ü<i,~<\o.
r Srn. Ai·on, H Sra. Meic r (nn.1J hct· 1nodcr ,:,d ~u l1.on t.c neuróti- ·f:;-:u m e n,ovi· par·a t.l·(ts dela . Si nto-me oskunha e ~,ssu s Ltt·
ca, i:in.t igtl tim·igu d tt fomfü.:i. A1'v11) e unrn <h\S g,H O.(,u·:. Mn <ln. tfCmo me <'iCfdmnr, <tizen.d o que àti.nnl de conLtis (i H
r; fl(?[.p.m.da PílrtL' do ::;-r.>nho.). A S n \. Arnn va j cxC!cHt u r o rito. Srn . A r ou q Õl~·ú'$ tá Í;;\Zt)ttdo o <;onj u raçi'lo e es tou ar,c.-n ti!3
r~st.01.1 8CnUldH n o s ofá com a l,{'íu-olui v ~1mo.s part.i·c ifn 11' ~ôtho obscr·vando . N.i1o ul>.sLant c, pcrg1.:i1l LQ·m c t:.e 1.•u não pode..
OSf)CCÜtdoras . ri ~· soCn;?z· afgum d ano. T ilmb6m é sornentc ?\·ht1:ia que c1:>tá
Há no i~posonto unm <:>~pt.Ícic <fo fc)i'no fo rtónwnte iJumihn - s~nd u conjt.ll°ad a , e não o prój)l·io DeuS. Compr~nd.o en-
d ó pór d QnLro, p t·ovuvd1rn:mh !. por· 1,,lm fogo i11vi:;ivc l. A.S1·l1 tão que Nfar ia ê a m ãa <lc Deus, e J)0 .1'ümto inclui Deu.~. ~u
Ar·on p 1:cp~r a todos O$ Lip o$ d<: cols,tts pc::r t(> do fotno e. Co· Deus na qµa Hàado d~ (j Jho .. P'ar,so na. missa negrl). l\·lan a
lt'leÇa a fr;ibalhat conl c l~~. A Sta, M~iê r a ajuda. Ela d iz: certamente ns1o é a figurn mni$ St\nta, mas e)a .é pa rte dn
"Voçê fel ~ está sE:! referindo A m i 1n J val vi'vencia!· qúé' M a • D ivindade,, l~st..ou ficari.do fl!:H;ust.a<la . .Qué:ro h' embota.
r i a tam.bêm !). upena~ o f(lntnsn'lâ de u ma bruxa!" Em ou.. O S r. HobCtt ~1:parece (o dfretor da prihlé irã C$C-Ola onde
tras pala vrás·, o objetivo da Cflri môai~ é cortj1.n·Qt· Maria t.nlbálhc i; o lo nt,o ac:i.·cdit;a ·e,n magin) . A .i;mbSMnda j á está
na ~ubsLà ncia mát,r ica preparada. A Sta. Meie r :;e t'etfri\ comaça.Hdo a éngros sat; logo estari\ pronf.tL Pan:Cé q!Jé a.
.....- ...., ...... após·:pMnuru;Ütr essas- píllàyns: coisà Lodo só J)Odc scl· bem•s ucedi<la se p an·e1inúg ico esti-
Tenho nô colo trt1s JiV't'os de JvfaSet'eeJ d<.~ Lt.tmanhos dif~. n ~r d(.m'L r 'ô dé la (um a.nol deO\tt'O), Eu penso, p~rn JTI(,) éufl-
.' rentês a que devo exan'li,'lar enqu~nto· a .substân..cia está
em infusão. A S.t:á., A:ron .t:né d i"i 91:1.ra . abrir o m~io1; o quo
fc:n-t.ar, quê o tthé.) 1\6.0 está lá . P.entro, maa o 81·. Rõbere
re:-:.pondê: <.<. O ·ttn úh) st.á lá d entro''. . ... · ·
e.em a ü lsc.riç..ãQ: ·_wa~Cl'éél ..... ? (u nu\ pa lavra com ~J m s ooi ,Já é i:.1n:lé - s aió <:om o Sr. Eobert: Cor1YeJ;$arJ1oa sob ré
, duro cunLa nd() .st).31 Al)ro o Jj v1'(), Vejo figurns coloridàs m agia riri&'l·f.t . ,Ela du,•ida. de todas essas coisas. Digo-lha
muito pt:cu.liã rea. E l~s Se proJcünn !1<.Sbt-(ç a pured 9 amru~l't· QltQ tt magia "ê; m~iito J~c rigosa. E le retruca: •(Ftliimenta
h1da fov há })ola mn es1)clho de aumento?). Retratam fl. tu1..d.ajam{tis ~lç<mteceu a Vú<!ê!" E-u tesJ>Ol~do:. ~'Já ac9nte-
b•'1u-as font~sinugóriç~a pre·tas é cinz~$ ((\\o l ut.nm no m,oio ceu1'' ESfou pem,s ndo e m d o i1: r,odetosos viS1umb re3 do
dô..fogo da guorra;.~ u m infotno q ue·o inimigo ,Preparou llr,.m do invis(vei qu.o bve on~t\ltfrÍto sóntwva. Robert cx-
p~1ra elas. As c<Jt·e.s são cói- dê fbgo, verdc la zula.do e preto. p Jica qu€l pot· n at1.u:eu1 o u :sou, mu ito v·ulfl8t'ú.vcl. C-0nfü-..
Estou pf?.hsan~o que M'ase;r ec) está apre~ent,rndo aí a mo is::io. Sin~, {101.l muito d t.~sprotegidn. AJgmnas pcsSôas
inummtidadci do in.if'r'rigo, dos OJt.trOs, üpÕn as um dos Ja- n·ã o pe.t·cebeJu ,es&a~ coí~a:;; óu t.ras, contu do, so cometem
dos., )Tiâs que as p~ssoa., de c1.Uo lado ê-lo e$tá fiz(::'r âm as um poquelio cn·o 1 se su.1 peroopçiio escorres~ Juvérn<mt.e,
1nesmaS C(>is;'Js. p.u·a as primefr~s j)éssoaa. Out ras ima- iinadiatamento levam um. choq\L<l (uma Corte mnl)Çitó, cor1'H\
gens ctiótic~.s são ã inda api-escntndtts. sé ~a1,1Sada j>Ql' ca rrcntc. elét:rica). D.igo ·ll\c que cad a u tili-
Ncss& ínterim_, a Srà . Aron dkigii...t-::;e p al'a a lftrê ira no zação. lnudeq\lúdâ do incpnscientc já é magiQ. neg(a,
outro <;a_nto da.co.zinhn a fím do eoncluir a conjú ração. A €st,amo~ no~ apr1;>ximando de u in .gr·o.n<le j>ortão de fet·r-0
Ch ama arde e ilu mi-nn todo <f cantQ. A substânc.i a n1.ágica fechado, .que temos que atnlv~ àr pura frm os a lHna t·eti:
está em um re cipien te re.clond<1 que é coloc.e do em ba- niáú úu confot'ênda çoú1 várias out,r as pessoas. .
n hO·maria, :ir. ou sejà> cm out.r9 S"rando t eciplentc r edon- 4. Na e-st.rttda. d~ ca,1·t·o, com minha .:uuiga Sra. Lindner.
do. E}a é biu;i<;ame.n te composta do ovo (m isturad o c.cml {Ela ·ó ·casada, tem bo1n ·senso com relação·ao ·la.do prât. ico
a }gu u'la coisiú e tê m-se ,a hnprossão de que uin pudim d a vid a, possui uma. natureza profuod.t101,ente l'c ligios a ,
instuntbneo csbí sendo preparàdo. O recipiou te em ba- jntere$Sa -:-;é pot wdos os pt'9b1emas filosóficos e relígioaos
nhO-r.Q:ària .e stá p e ndu.rado sobra o fogo - acim.n d ele Jiá e freq üe nta Íg reja rom úmtl tondônc·ia piet ista.) Chega·
uma lm·ga chaminé. 'f'udo está. bdlha nt:amente Hu min..a- ·mo$ a uma bifu1,·ca çâo com w na curva ilCét)tt.1.:1da {três ~H·
dõ P.ê lá lu,z do fogo. A Sra. Aron esili d.f>· P~ d iânte· dele, rcções). Os catros estão vi ndo de duaa dirc.çõ~s. E h?s ·coll:
248 249
(

~(.!f,.'\Wf!:l p;.lclS<W Ullti pelos (}Ul.ro s . Es ta.nos ÜXúL<H1H,?t11.~ l'H \ Durante a conit.u·hç,ão, 1ninha aoa,Ji~iuJd~L deve ox·a ·
J..
bifur·t.:~u;:á<J, lJ m grnndt' C;;tl'>'O S<: t)ptox imu. A S ra. i ndn(u• (
sal do caminho dele, dando marcha a n~ em direção à f)-l!· m\nm·: as obras de· F'ta.nz MusereeL As Cenas do sonho
qul?na Ú&"eu p~r~o da <:un•o, dcscn?vendo depois um d rcu- nÕS'fazem lerríbrar sua conhecida "Dança da t,,'lortc". Est.n, (

Ju c:um <i C{U'ro. " ae· (1cordo r;orn o sonho, é o ii"l férno quê os i nim igos de (
cúrtas pessoas prepararam, e a i é insc.rida .a reílcx~o de
A associaç8.o da ·m inha ·d fonte com o lago Zurique erH que essas. (1 lt.imas pessoas p1·0,.,avc!mente h,avfo,m feito o
sun ánálisc atua·I, que a havia ele fatoconciur.í(!ó a um lago, mesmo com, as primeh·as. Esse inte rno rnostra o que se
e a primefra. parte com a apadção do casteJo é como Uf.l'ta passa quando um 'c onflito ideológico não é r~tirado <la \
intimação visionária -auspiciosa do Si-mesmo. -Entre ou- sua projeção ~ob1~e o ~xterior ~ isso cQndu2. ao inferno do (
tr·a s coisas, o castelo é conhecido s ín1bolo de Matüre como afetos iiegativos. à inj1.istiça e à vingan~a em um intermi -
tal tam bém constitui um elo com a tet'ceira pa:i·te çlo sonho.
A segunda part.e do $Onho descreve u m C.fl$1:.\l de na-
nável vaiVém, t.ant-o no {ndiyíd40 quanto na vida dus '
pessoas.
morados tentando se unir - A$Si01, a coniu.nctio h)terior <
O penetrante s~nJí reJ)en.tjno·,pu dis~rcicJo' lernbr·a o
ou a união çJg§;_QJ!QS.t.0.$.,- :;. ~ .~9.llJQ. min,h,~..(;lie'n.t:e deve to. pert.!--rrbador "~ssb" do si;mho antje'rior o também O último (
mar parte a..tivu para reolhar e$5a uniáo, mas é impt~di- coln(;?nt:ário da 1null}.er quQ disse quê não ''cortamos n,eln (
da de fazer isso pe las figuras da sombra do tipo adoles- . fatiamos" o inconscic.nte. Essns duas coisas estão·clara·
cen t~ cmn. rjsa:dinhas afütndfl.s. l~Ja ·é obviamente i nc.a paz rnet)Le rela.ciõnadas corn o perigo de .uma repentina ex ~ (
de servir ao deua Etós religiose: aí, também, entra um j>lôs'ito autônot'Jl.a de afetQ. Os ppc.ie_nte$ às vézes descre-
frh1olo•eJen1ento egoísta~ algo infan'tif que-a irnpecle de (
vem o mo·me.n to da: ·e xplosAo d a esqufaofren·ia co'mo 1,1m
levar totahne.t:tto..::, sério a cxf)êl'iência do amor e, port-a n-' Úro d~ pi~tola rcssoafldo ntt cabeça ou co1n9 $e algo !?St,i • r
io., de si mes ma Com.o llu.~lher. vesse ra$gandô-se .. A.idéia da mente de uma pessoa "ra-
Esse la pso tdnduz à irnsgen1 si·n istra da terce h·t'l parte chando" .tatnbém êStá reladonttda com esse t.ipo de even·
/
âo sonho, a cozinha ela bruxa. A Sra. Ai·on ·erã f~nátic.a tti tlfetivo. E o excesso de afeto qüe faz com que as questões ("
seguidora do cornunismo e Cóoheclda da minha cliente. A as:,urn,a.m um rnau.. ct.1xso i.rreversível sob a forma cie u1~a
Sro. !V!eier1 segundo nos con t'a ela, era uma mulher fletl- ação agr cssiv.a ou insana. otl de urna decisão fatal. Na (
róticá .amiga âosArons.Aí o sonho nos diz. qve o couiunis- vida da coJeth"idade, i,s so corresponde a uma de.c lçttação t
mo perte:n,çe, n p·a t·tir de Ut)) ponto de vista cs'p iritual, à de guol'l'a ou um ataque militar.
cozinha da bruxa. A produção de h1aria sob .a forma de Na cozinha da bruxa, as projeções negativa.s nó.o siio f
um ufant.asrua dá bruxa" n1ost.ra toda a dfatorção dorcligio pt·oçessadas e, sim, alíment,idai,, e ossimbolos religiosos (
na esfera da sombra: uma mulher· nssu1ne a r espQnsahi- da psique. são apresentados.ootil.o nada tliais do que uma
lidade de controlar as figtll'as rliviltas como se elas fos- iltÍsão controlada pelo ser humano. (
sem objetos, enquanto, de fato, elas estavam. pH?sentos O procedimento m,\gico descl'ito é interessante, por-
como arquétipos m uito antes de: o egô dela estar lá e oríA í
que o,vaso ó claramente u1nbain.-marfo, o balncwn N[oriae·
gi.nalmentc forneceraro a e le ·todos QJ> idéias a respeito da profetisa judia, a grande alquitnista. 36 Além disso, o (
da natureza delas. ov,o e o anel dg ouro, os dois ingredientes mais impoxtall.-
250 251
(

(
w~, ~ú() con heci<.los s frnli-olos alqui1Jl.H!OS t ! r epr ese n t.arn o estão repetidamente <.wfmÇai)dO diretamente um con tl'a
Si ·mcsmo <:01):,0 p rima. m(l!eria, "qti'e contém d entt'o de si o ootro n<;:1 vidü <:olct.ivft d a no$Sl1 época, e mbora, a parti r
r Utdo l1ue precisi{', e como 9 perfollo mandn1a de om·o.3 7
' d e ufo pon l..o d o vista ju ngu iano, ·es se seja um pseu·
Mas fl con1pn ista S rn. r\ron, que cst.á cozinhando (JS subs - doçonílito. A am iga da nn1 lhrc:r; a Sra. Lindnor~· cvít.a u
'.
Ui.ndas, só ' está le nta ndo rnostrar d-ct..$~ ma neira qu0- nosSivef colis.áo d a 11do rnarcha a ré, ou seja, cln s9 disum-
' Marin é o fantasma de unH\ bruxa. ou seja, tHna Husõo <:ia da <fuest.ii:o e depois d ê-s<:t'(lVel.tm ch·c\tltt cDm o carrD.
<:fiad a poios ser #s hunrnnos, qt.w ê na ve1·dadc o que o:; Traçar o círculo pt'oteto,1·· ê , de fato> o mais antigo gesto
c.o mu1li$tas diziam a t-(ispeito dos sJmbolos l'eligiQ:;o::; e religioso do home.rn, CQlll 9 qual ele tem s.e pt·otegi'do, dos-
no que :a muJIH,l l' que teva ~onho tambétii <~.st.eV~ em ccirta de te mpos i me.m o ria is , contr:a a s influ.ê ncia.s gue amea-
época disposta a aci·e<Utm~. PorC{t1e, se i~so é vel·dade, o çam desintegr.flr a· psique, éoüw os o.fet.os, o:; fa lsos ideais
e~o não p recisa se colocar •\ ser-viço do processo interior, e oukos ''espíritos malignos". EsSe não é um círcu lo de
Inas, fazendo u m g~!;tO ilusório do p-0der, pode·fingir que "inagin negro'\ 'porque a · pessoa que o executa no sonho
.. ' ~ -8.~!~!.19,,.~.~~~-t~ole de todas os situações e qu~ pode passa.t· não é urua bruxa e, sitn, uma mulhe r religio.s a ;.0 traba·
Sem elas .i;e qtlisor. Ç.orno ne~sc t.ipó de magí?, existe algo Jho da bruxa, tlo cóntrário, ,? djstintamente inflado - como
desonesto e impuro, ela ptôvoça o s u rght1êuto do e.e.ti-cis- çlc· fato o é o ceticismo de R-0bçrt, pois C9tílo. é)e pode s fi t-
mo l·acionaJ como umit espécie d e póJo Qposto, que é per - mn1: <:om tant a certez~t Qtfe o irr?i.êional não existe'/ Por
' SOnificado no Sr. Robert. O *'lluminismo~· Comu nista, poi· conseguin te·, a Sra. Li n4ner pára, un:- a lo de ln:i mi1dade :
exemplo, t-nmbém â um.A postura çlessc tipo. E n quanto a a verdade é q'u e não estamos hio terrivelmente "adianta,.
r ~s:li~ad.e da psique continu·a (;l. m:'to ser aceit,á, a pessoa d os~' a pon to.çlo serrnos capazes d e fazer j \J)garnentos ~o-
só pode ;naistir n n gt'?.>S$êh'a r ealidad e n1at.erial do:, fenõ- bre ~ realidatlê últirha dessas coisas. 'I'e'mqs .q ue r etornat·
menos·psíquicos, como faz à J'nagin (e nisso um latente à única coiscl qtl~ )·eaJm.ente p~detnO$ e'(petinlentar di1·e-
intclecttUtlis 1~0 d e.s elnpenhn certa parte), ou na reau'da.. ta1nenteJ -a psiq~te 1 e religiosé circungi,rar seus contoll•
de })uramonte $ubjetivo-menial deles; como fazem a$ es- d os. Somente des~à numeira ê })Oss1vel evitar o conflito
colas 4.e p'e nsamónto do llumin'i sillO{e n isso um nrnteria- sem sen~ido entre a s uper sf.içâo e o racionalismo.
Hsmo f'ilos6fico entra fu:r'tivam.entc). Sua amige, prôtes.ta,1te praticante, a Sr<l. Linclner
Af:isim, n;i psique da minha çlie1.1t,e 1 a magia. da bru- (m i nha cliente pó,,:ten.ce ao g rupo d e campono-s e$ protes~
xa e o in$enaível ceticismo eat{to cm d esacordo, mas de.. tantes de·Styria que mign,r/u.n_para lá vindos daAlemn•
pojs, como uma espécie de fator Jibertad.o r no sonho, a.1>a - nha), par ece signif1c.ar p<;>ssiveltnente urna s ugestão de
recc q Sta. Li ndner, atniga da m.inha. analisanda, q ue que um retor no à . igreja p rotestan ta se faz necessário.
clfu:amente pew;ouffica a atitude córreta pàra ·e..etn. Os Entretanto, o -s onho seguínte ofer~ce urna nuança dife-
dois cottos, CuJa colisão tem que ser.evitad a, pode1n niui- rente com relação a issO. ·
to bem estar relacionados co1n as duas ,atitudes ps )coló ..
O banho na estufa
gicas q ue estão em cu rso de colisão uma cón1 a outra, a l. ·Estou.~m uma igréjL\ ci,tóUco., é eaminho com duttt:i ()V
mágica e a cético•r.(l.efona.l. A crença e o conhechnento são três ouh.·as pêSsoaspelo h,1gar- rm (l e Q rito -s agr~do está em
d<>i.s ~odos de um proçosso técnico (=.ca.rrô) qui, t.a mbém .a nd~mento. Recebo. de alguma ma'neira a comunhão, mas
25,2 253
r
r
esse é ufn riLutd &-«ténfot.u l CSJ)<."CiaJ no qua) cst.ou int luf. Le u)pct·an1(!nt.o a rtJ~l.foo, cl<: u rh modo ~cnd -.~quãlii.Jr'adn é
do. 'lb n ho urna fort ç cxpcrfênci n i ntedor, umu expor iên- tranqüila.), .. Esum10Si mois pú'râ o h:ido oi.ido ost li.o as fon. t
c.i,i de renovação, e estou muito felii."t(resp.o íto dolo - é (,es o uo a lfr'ncn lúm os ba nhos. Vomos t rês delu.s d.crrnmun·
i:;~o gu c ou éstuva ))l'Oc.urnncln. ' l bn hõ <3ue eomp rccmd<n (
do i,..:.as ilgunS e~pumantmi: e n t re A~ p)ant&$O p c<lras. Djgo
i's$o cl~t·aménl:e . l:Jmll espécie ele on1prcg~d o da i&>reJ~, ou para Llsbel.h que Qssa é ft parte mais bonita do htgal..
,~adrc dé :set,rimda classe, os c::rcvc. pnr-a tnim o von,o ou as SuUiJttOS u:n1 pouc:-0 muis em dirêçáo &ó banho. Lisbeth lém
pa lavras q1.te exprimem o segredo da oxp,c tiência. N'a ft·onto p roj ótei15 no corpo. São agu lha~ de P~;(!t~, gr~ndes e pe· (
dele, 9 poquenú l ivro no quaJ <.l$ palavtús estão escl·ih,s quen.~ s., ,q ue se movem do numena pe~1~osa no corpo dela
cst{t áberto. e cu <.Js leio (m~s nâo consigo nlé Je1nbrat do. (agulhas l'duzcntos de rnot.:;tl q ue bttlham como prata).
la$ quando acord o).
2. Vou ao b.:i.ohoito. Karl M. {o 1'escrito r~· de S t vJ'ia, meu
Ptll'tc dolas avança no môm~r,t.o of'n dh-eção aó seio (foltt,
para de.ntro <Jc.> súio, o que (i mu ii.o ~ .r igoa<:>. Por ê$83 ra-
'
(
~ntigo professor e atu al tunjgo). está soniã<lo· i,a túbua, zão e la nãQ pode s e.i : bahhada. . .
dormi ndo, Eu levijnta à tamJfa, o o tofx:1:rcmel':1t_o e~tâ
óm pilhado h~ n bot'dil: Fede· horl'ivcJmente. Dig~ 8 Karl
Ouu·as pessoa s e:..t-ão pro:s~nt.es, ant.re elu~ Fncdu (umo e
·. colE:!ga m1;1.1t-0 1"e1igim,a. que tan1.bÇm t~m muito :Se:iao pr~- [
M. que núo dcvêria estar dormindo Ali com ·a qtu.iJe. cheitó tico). 'rodo$ q\~erem ser b~Jl'hados ah. As ba,i:ihe1ras ,V.ªº
horrfvid. E le olha para mim d o u ina nurnch·a estranhá, e·s t:ar ocupadaS. Desço a té 011.dc uma mull,é r te.m umn rns-
.... ........,_,,co.m.os.olhos.sunoJento.s ô fu rtivos, e voltá a dormir Sénta.. (
talação comJX>Sta de banhéiro é Ja vat.f:ído, mas, nHtis para
d9 com un1à pm:~t.1.n·u. Cl'(!ta. Estou asson1brada com o fato erás. há um cotnpilr't ünet1to d e ba nho, c-pcrgu nto"a. e la Se·
rle eJô consét,ru.i1· dormir naqu.ele lugar fétido. (
3 . A ~soola. A.s atividades da escola estão recomeçando. cu· f)ode1'ia r;er btl,n hada nH. Ainda há ágµa quen.te para
Explicá à d i1'et-Ofa qúe aiiü:la estou de Hcença pór rllot.ivo da
m'irn e a mulher im.ediat{l'lnente a faz Corrér 8tn dn·oçáo,à f
baci~ profun damcntê embu t.ida. ·
saúde. Estou muito fe lii. com rcla~tlo a <'!.ssa li"cé1,yn,·por<{ue 4·, 8stou ê m u n\u p tüísÍ10 q_u hot~I e acordo n.o rn_e ~ q!:ipti\:o -
,. signHicn q\•e vou ficar t$~Udávcl C\ .n.lém dlssó, porqp,e tetéi
i.,üna el"cidição (fue me libe rttJrá, pei;mit.indo que e u al- " ' ·so quorto. A quettã.o do relógio e da hort.', ,A.o meu là.d!>, ('
um~ scgt,1nda ca n1p está p\·eparada. A pol't.n dupla se abrQ
&mce üm o(veJ mµis ekwadç, d~ r.e~lizuç.1fo. S<:hulz {o d ire- e 1..tn1ajovem entra com u ma cr1anç.rnocoio. E la o-stá bém
tor çle escola matçrialistn) está pres4,mtê; encoi:sCado na pa - vestida. e quer, ir à ig1te.ja. l'õe a eJ·iu nça na be ira da mi'nha 1
rede, com uma cxp1·c:::sho bastante dC¾:,;;.c9nt.ente no rç.!'Jto. cama o a a r 1-umâ t Amb~m. porque 11 ç ria nça <;leve: h: j unto
Pergunto é(>hlo está é éle re!1pond~: "Nada bcti\l'' Ele não com c l a à l.grej~,. A jovem pede desculpas P?l' passa.r pe lo
(
está..bom de s~úde o ,está· a l)orre.c ido.por causa ~lâ minha
licc1\,u. Vou pa,r a o t,rutai,nento que eleve mo ajud,n r. Devo • meu quarto, o que não ê habitual, rna,;, teve quê. fà~-lô. r
s.e.r b:l.tihada por Ebel'l1at'd MüUe r (um sithpJcs trabalha- Na pt irneira. pi!,rte do soxt.ho, uma igreja católica é o
dor que freqCtentem en t.o faz t.rabalho.s ã'Vid!;QS em rloi:;$tt <
ca..sa). O ·b.:tnJ10 ílcã em uma estufa. Ent r·o. A ban11eirn é local de uma importanto exp~riência, mas depois Li.sb.:"th
embutida, de uma nü'.l.néira bonita o tn.o derna, o A. água co1·.. e F:rieda a parecem como· figuras positivas, e nenhu ma (
re parâ dentl'o çtela. Ela e-.stá quase cheia , .. Ebet"hârd Milllm· das duus é católica..·Por consê&ruinte, parece•me que para (
t.otnbém estará ht1 para o banho. Is~o é bastont.e .n.atueal e o inconsciente o mais ilnportaute ~ uma atitude religiosa
mo proporcioriru_.á a oportunidade de vii' a conhecê-lo. (
Mais parl'.l trás, a áa"Oa do banho foi os(>a.çosamente mnplia~ ge-n uína 1 independ entemeritc dá cs.tt-:a'tura 'e m que s~j~
da. Há outras bat1hei.ras cntt·c plàntas e pcdrlls.·O lugar vivenciad11, é não umá·t1enon:ij11açãõ·partiéular. (
parece mais u m párq ue. l'or 1:ôda parto o água çorro. Câ· A primelra pa r-te-diz r·espêito no relato esctitó de uma
minho .pel.a área de banho (ou parque ) com minha &nfiga experiência interio r com. um sentimento d e servir,q,te q (
Lisbc.,t.h (uma pmfessora casada, boA. dona do castt, com fa:& pare-cer uma tu.refa religiosa. A pessoa qu e escrove 'é (
254 255 (
(;
(

r u 111 yadr~ [lé ~çgunda ch.1s~e óu um cmp >'egado} o q ue- :'-i-u- sentado pe l·a crl~H'li:O d es<'.,on h-e<:t<la que a m uJh~r, tftrn -
g,~r·~ uma atit.udc hum ilde de scr,viço. O t.!gQ pre.dsa a~~a1- bém d t;?.s conhccida, coloca na clono. d ela), e ~t criança d eve
mh· uma posi\:Ao de s C'gunda. clossu diante· do Sí-n1.~ismo. A ir à i1,TJ·td'H) ou ~eja, a mn s<n·viço re ligioso. A mulhoi· <iu,11
,· $eguir, vem a cena q\1C ittterp rc lamo$ a ntes com o cscl·it.or· cstá·le v(lndo a crianç.a à ig reja é dcsct?nhccido, indicando
,' Karl M ., q ue representa o opo:,;to do pftdt:c.ernpt~gado q-uc
escreveu a eX'pedêncü., . E le é tun jornalista ·a mbicioso e>
q ue a a t itude rel!~"'16sH a d eq uad:.:i ainda é descon hecidn
da mínhn cliente, n~as essa atitude pelo m enos j á foi de:;-
pot· con seguinte, não P<)de Cer nenhu ma refí;\Ç~'io t om a ati· p.e ttacl~ no inconscic~tc e. est~ pre~ent.c: .
vidade dC dar formo C"r'iat.i.va à çxperiénciu religiosu. As t oisa.s ni'í.O $é tlesetwolaram r!o u ma nnme tru t~o
Se·g,.te·sc> então, o ba nho afquímito de ctu-a e baLis- feli r. qua11to esse último t.er:n.a, t,8.lvez püdes se tet· tt~s le ·
mo. O prhnefro nome do.homem que deve executá-lo cón- vado a esperar..Umn conhecida d a minha anali"sanda ·v eio
tôm a pá htvra Eber ('*por<.-o-do-inafo», em alcmúo), e é um se julttar a ela · cm parte para J>art.ilho.r d t, sua. nova ex..
s imp!Cls ti·abalhad~r. A gra nde emoção s elvagem qu<> o periêncüt e en; p::l rte . patJ;l d estJ·uí-la .. por cau.sa. d~. ciú-
po:rco-do-m.a to pet·so nificou no s(jnho antérior tornou-.s·e me$. Ela conseguiu sem ea i: :~ d escor1h.{\nftt.,1)~. Jtt)4.h~HU.t ....
agora un-1 tt·abaJhador, 0,1 s eja, ~ornouAse uma t?jterg:ia _d c por isso ·m inhJ;{ t,1.h à lia.at1(h;t J\ão vo1Lou l\aS fé r ias se~ün-
trabulho para servü· o trabalho interior! O matai:-ittlista tes pnr·a c_ o ntinua1~ as sessões, co m a âescuJp,<1 pa'l'<',rnl de
s ,~hulz no sonho. por outro la.do, ·não cStá b e1-n quando e.IA que a a n áliSé· ú-s ta.va m ui"to c a r·a para e l11. E verdade q ue
se volta para seu trab~ilho in ter.iol'.. seu e-s tndo havia melhorado. Ela ficara curada dos sinto-
' Jv1as a lJg ura extrcmar'nente. pos itivn i;l~ sufí mniga mas, d.a::. érlX-O.Qu~cas Q do grito. Entretanto. o d,?senvol·
Lísbet.h. e stá:che ia d ~. agulhas de pra.t~1 e, por conséguju- vht,ento l·eli"giosO'-cda~ivo pro·g nosticado no.s .sonhos nJto
te, não pode ent,rar no ban ho . Est;e é u.m antjg,H:erna d e teve s eg"Uimento. A son,üril negat_ivo-rea llsta, , ern. forma
magi~, as ag1~Jbas do espíri to do mal ou "sincelos1\ c=.>s projetada, inte.t·Veío. Como rcsult,ado, m inha anaJ1sa nda
quEtfa1 por excmp)(>, os xamãs siberianos envim,1, para se envol veu conl um· nlo·,..:inien.to espiritual quP.- defendia
atormentat· s~us rivais·. Psji:ologic~m011t,e, esHas agu lh:lS os ensina ,nentos sin,bÓlk:o-intuitivos.-Dcsse 1nodo1 o avô·
simbolizam projeções negativas, que pela. p rhneita vez mago, de-quem ela não qued*t-Séfnkár -$e no final dq pri ..
têm que ~e tornar conscientes, Em qualquer ponto q_u~ xneiro sônbo, êin l)fl.rté ,•oltou n possui-Ia. O fim do sonho
ainda estejamos inconscientes e prQjeta·ndo nossos e le .. hücià.l éfetivamei\te ''p1:ofot:iza" õ curso de turt ttatame1,'Í.-
ment.os da Sómhrn, somos. ao mesmo tempo, especiálmen- to - no ent.atÜ,ô , aii'1dn )·esta a se r visto se o "mago,, pos ..
te sensíveis às· 1'farpas'·' do$ nossos Seme lhantes, e issç, s ivelmente não Jnorrer ia depois.
pode-ehegar até a se transformaYom idéias d e po,se(Ni- A.vida humana dura mais do que a análise i-ealizada
ção: A SQtrtbra b ruxa da$ m.u lhe1:esfre9.üan,ternente ó ex[- éJn duas cur tas férias de verão, e i1ão-pod~mos saber se, e
mia em 1nanda.r e t·er.eber essas 1~farpt\S' J Fina ln1<.'!rit.e, pelo quando, ·o relioio ppropria.do i..rá. p reponder ar na psique
menos, minha anaHsan.dH pode entrai- no banho ronova : da minha cliente sobr e o 1nâ_g ó, o e.ético, o escritor ador-
dor e 1·en~scer daà águn.s µo .inconsciente. A cxiança que mecido, a bruxa e as garotas fr(volas. Ainda assim, esses
r~nasce, con tudo, cdll'.lo o dem onstr a a paite seS",lit).te do -s onhos me parecem esclarecer clara e vivida.men te o pro-
sonho~. l'.lâd ~.. 9. ~g<:> da n\uJher,:.€: ~.iµ:1. o Si-mes1no (l·epre- cess.o da individuação como um fenôm eno religioso pri-
256 257
(

(
Jl)Ordiul. Tamb~hn n10stram (fu::tis as a~hudcs no i nterior ; C. A. Mo::1.c r. P.:r 1}M,,,. O{$ Medi~i11. Oam1110. Z.uriq u ~, 1985, Pttl:ih<.:;.ido
da p:5íq u.~. que mai~ ut.rapal ham es.se processó. Essa:; em ing l fü, <!om o tftulo Jlooitl:ç V,·tt(IN" O!td l?llutJI: Andr.nl /11cu(1<1,tiQn (llld (
Mo!Íi!rir l's.w:h ôOu'N.:p:,-. Nortlw,1<:~tçrn Unh•er11ily Pr~l!8. E~·un:iton, Ili., 1967.
mú l tipla·s·rinllu.ências obst.rutivas. que está.o. 0m parte • ·M.t.•)c,·. De-,. '/hmm <1ht,Mi:<liJJ.i:?-. p . 7 8 , r
reprcsenfadas por figuras da sombra e e m parte por per· (l lbicl,, p. 84..
sonifiçações do anirnu.s, são vistos de uma forn1a cxtram·.
~ (;(. Ju~(:. "P~y~hofoi,')' c.,f.! lw' f'rn r,i:1forcr1~~... Ç ~\; W. PI>• 307~ ,. O p_r incii;al
~,pç! dc.<i<.:mpcnh~do p('I<> hennnfrod,1t.i ha !l1mbali~mo ,fo ('llqmnw.1 osl.i\ rcln~
r
dinariamente .cJara nes$es sonho$. c<1ntrastondo com as <:ion;ado OQm {' C(H'l'lbi·nl~Çdo "'imourn'' tl11 m 11iérht <.: d~ f.~.'$jq1,w in<.:o ni;.ei.ento, t1IJ,.'<> (
qur.: o$ 11t<luimi1-lm; ·!'.lc.soonhcdf,rn
fof·tnns sub·Ji 1nest porém v.a gas e descónhecidas, do S i• 1$ Jung, cw a, pp. UHJ:1,;.

mesn10. isso demonstrá qlle · a .tendência em dfreção à * lri 1,1ertv>ré illu,mi'tur~..d<:.,çcolmrt<1 orH,r<s o ~1iC:tc:mCf1lo'+. {Nota do t n ,1du;1>r
lntçlês.J
indi vidua.ção foi apenos tnuito lcvem~nte pcrcebid.a na · •'> C'f. J ung, "l'hc Splrlt Mtircuriu~"'. C\V 1:). (
min ha anali.Sànda. Somente as figµras positiv~s de 11
lgnotum per ig,iotiu;t: "o dctC:Qnhccido p<.:lo rooi1; dtlSconhecido". (NolA ,:lo
tradt• t.ór )ngl~.s.) .
Lisbeth e Fded a são mais nitidamc,,te defineadas. As• ~:: C f. C, O, J ong ~ G. K0cr-611j"i, SrltfiiJ:rt.m g in cios \Vese11 de,. My(liol(Jge'e,
sim. a ll'IU lher, a fim ·ae.
Progr~dir, deVeria ter começado f{h9in -Verh~g. Zwique, J 9Sl, p. 113 . Public;ld.c:> 13:m iii.gl~ com o t Ctul1? Eh'<1y,
M <,. ·scü;n.(,e of ,\lytl,ofogy, D01lin8<:11 $<.:ri..c.::s. Prin(:oton U n)vorsHy Pteas.
com eJas, ou seja,. devcl'ia ter tentado adotar dentto de s i Princeton, J.973.
a atitude delas diante da vidu. Embora·, seg«ndo:a m\1lher lil/LJld. (
lf- Jbld,, p . lJ;l.
q ue tevq o sono. essas rnutherea fossen~ membros de d.ira~ I $ Jbid.. p. il-5. (
rentes denomi nações . elas ei·am ao m esmo tempo religlo· 1'> o~ a coi'do com i.ll:I l:1S!iÓl:Íll.Ç<ies d11 ininhtl clfontc, iaso éo que R-0m;1~fgn;.
sa.s e liga~as à vipa pnttica. Elas reuniam adequadamente iic,wa J)~.rn ·ela. t ia nunca ,.-.stl}''e p;i realmQn.le ~•u R4ma,
:r Nc:;to c(Wo, est.ou imaglt\tuHI<> que o kil,or QJiUi familiol'[tad o ,;-orn ft (
oS .dois lados da vida q ue estavam ô.a st.~nte s~parados no t lp.ologia jungvl(lni;i; .u m, est~d~ $l'lnudoE10 du n.;s.:rnnt,o é eneont,ad-0 em
caso dâ muJhet·, sendo usada.$ Pelo inconscien te como. P1J,yd1ological 1}'pe:; dc.: ,Juu g, C\\/ 6.
1~C f. Elilrli.& Jung e M,11.;q..L<,uiso} ,•on Fr'ant., The Gr(Ji/ &!Bem;{, $1(.<'q PrC>Ss.,
modelos de u m a. atitude corr eta. · Bos1on, 198.6. (Cf: trnd. \,.:.i:i;.: A lMda do Groal, Cu!.ttbc, .S f1.o l>l.'luio.) \
Além disso, na in inha opinião, ess~::; poucos sonhos ' ' Cf. Jui~g. ' ·P~rlloe),sll/3 ~,; •~ $pi(.itual Phãnome:too", ÇW J,'j, l)<1r. l i6, p. HO,
11,> O JWittdÍ,í,> da in,.f o'id.ua~Ro no sentld-0 l'<isttilo. {N1>t'i'I d:o tr.i..du.C.Ot ingl!a.)
(é el"3~ representam apenas uma min~scula seleção de i, Jung, cw 13, rum 116, {
1
1111) ílu><o de. sonhos a rque,1:lpicos semelhantes) nos mos• ' Ver H. you »ci.(. $y11ibolik d,M Mtirciic,~,; (Q $im})QJjsmo d~s Contos d a (
Fada), Berrrn, 1962-196'1, vol. 2, P)>. 380s~.
tram algo que ta lvaí pudos,;o ser cham.a do de tendência ::i A cor v'3'rd ~. com o a oor da S'llt>erfíde d a te.rrll., çeraJmenle 6 ligad11 à
religiosa fundamenta l da psiqê,e, tendência es,;a,que está, r..111çfü> i;çn.s~Ao. (
ine.xt.ricavelm0nte ligada a.o processo d~ indh~iduaçl:lo e. "MO lúgal· o nd$ minha a 11aliá.~1}do t1wr1:1vll d urante. o Jl-eríod<> cm q u.(l
Brl6li:-;(!:
r,n,.
que também abrange todas as potancialidades·da pei·s()'- ::~ Nnvio da polícia -= S\l))crvÜUiQ moml!
nalidade. ::~O ito ó U:m n ómeN <J.ue fodk;, tof,fll~d..d".
u Mçi11-nQi~, ·como a "bota dil bn.ixn'•, ~ de fato perigosn.:i.i.
u O .reJatQ dll mu lher ne-s.te i:à:10 ç,);lt<im po.lo.vra.s que O:iú ex~tcro ·rc<'l •
mt>n~ "" :diomn nlemào, mas <JU!i. irnn:1-mitcm i,Jg u m elgnitiêado. 'E$:in1..~ p!'lln, (
vra,, .ziCkt ta~ermesat>n, fo)·am lnf:~rpr:<:tw;IM como "oort{l.r'• e. '' fatiar". É pn,-ciio
NOTAS 110U1rq\'.1!.' as duas pa.eudopal uvra.,; ntçmii,, com(>ÇS.m com e> s<un du.l"<.)ti; d,~ Jct, ti <
: ern t~lq,nl,.~, (N.9 t!I. d.o .trJt~h.1.tc~rJngl~ .J ,
2
1
e. G. Ju.n g, f!;.~ychdogy crnd lteligiori. CW 11, p. 8 . 'l~ f::sta 6 a fo·rm~, ad•,Wr biãl <ht pdav,·a latfoa ,·~lliti(),' quç .sie-nilka ("
A nmll!er q\10 h i.va os~o1ll10:1 d'-!u .,s·p ontt11,e;;m<io,e os t ítulo:; ;.t 019,; qunn- "r:-KrupuJosidadc, rigor-, e:rntídã«•.1. l~~<i na u..m teinto-<!htwc ()Ara Jltl\({. Ou~i;
d(l oi; ~CJ'('l\•o.':u pni-tt m i,n,
curtM citações p(!dem ?el"Vfr p \,r,'.l definir e d4r. uma ldfia d o !lt1f\ljsl9 qt.ie o (
'Ver a es!e rcJSpeito minha d i$<.:Ussã,:, em TJ:c PQ$$ion o{ Perpel1to, Spt'iJl€ termo t inha J)ara ele: •·.•.Q:.ien;fi;u1.1Joo1·iginal d.a. palavrli. NJli,:fo - llllJa cuida·
PubJi<.:stioJls, D.ilh:a$, 1980, (?1.~· Hfzs,
dosa obs~rv.tçiio e Jo,·.tlndo em conta ó, .. nu.nSlno:so". ~ n·ovsmenfo: "'Mas feli-t •
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l<I : \ m~ i;u;~<> <111c mil'lhe clie nte Í Q?. C()m " íoal.Q'' fvj o Nllll'.II.
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t hfo por "•:idmfo <l.ii,:; ootranha l'J", 1'.!r11b!)ru c m1-h n ô<> 1>,zj!i o v,;,rda<M!ra d~rj vu\~t\o:.
do uôn'lê . (t;fo in ,1~ 1r 11,;l.mor ioglí-s.)
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~- N<if1.l.C c 11,:,:,• o ,11!cm(1(> d1\ pal:'wr<l:: p :m ::íQit; btilõ(>z\(l"s ~~tu u:n.u mcmód{I.
tn C't'J(lpfot~1 d..:: ce r ta., ,;.c.ns; quo \1mt, 1r~du5i10 :1.6- pod(t ·im,(>1•protar por m1nli>J,,'fo ,
M inha aimli:s~nd~ lc:mbrc,>\1·SO d e. \Jfüfl P'ill:lvrà q,q, 1,.1 m .eom d il1-ô 1.' 011Lc-nrlo ·Ú r
o it1Hlt,-i n o\1 4t1C c.•la co:itivtt$S-O ou Zt'f'r ou J:f.!rr,;,cla f~11 tas p;odom ser umrn(f{I,;
oomo os r-t1.dk1:1is d~ verl>o:! qut- s i1,~1ifi<:ar.1 '"di*torçor" o "dominar' '. Dcv(I sw-
' no1,ado> qu" 0 1:! 0 l<:m q.:-.orn durou di\ J(:lrà ;: 1: m ;:1.l<;mão o a oUO·a ruh .iiom shh
duro'. (No(a dó trnd1,1t or 'i nglês,>
$S 0sfo termo .:1m ,~nt.o ou qmwto 1:1n tiq4(ldO (\fü"s,:,rlmd, cm nlcm(lo) ao F ui convidad·a a falar a 1·cspeito de a .lgunsdos as pcc~
refere a umlj rrr1>n<lu panela ooro <IÍIN" no (l \ l <lóf o ,cont.eódo d t- um{l Pi•f\oJa me-
no r P.8,rdaJm<:nf.ç jmen:;a na J>~·io-u:irs:, rxxfo .s<1r aq·u béido- com cícito·, t, p·1n te to&mois r>r<.>iqnrlQ~.9.9..P.r:.~h}~D.lM gJ1Jr.?l.t1~f.~_r9.nf;ia) e t\cei·
iliforlor nuii~r dQ Ul"ll{I. vt;1ailha <'.lup?,1.1 pua tçrv'lX', Çomo eed. íÍJil t nhc::r d9(X)ia, toi, talvez um pouco pJ·edpitadà:me nto; tnas deyo aç).rnlti r
e~e rcci1>if:1Uc: l >:ir.:1·<:oiin ha1· Ou (a'1H ig1,u 11~n tc~ ut~n~OjÇl q_ufrl'lk'<> l-Jimb<.Sn:i C'O·
í\hecido N(I :1fou)âo conw t!Jn A'/a1,'Íé,fflxul , q~1c ..signifka Jiter.a1mt-ote "b1m:ho d e abertamente que não me s into qualifiçada pafn essa ta·
ti,foria". lseo ,. a n:H,igo a<• ttir)ti.o fran~a l-:,i~i.·1rw..ri,e, ~ inMm úsado enr inp,fó&+ r e fa . Ao ·~onciuir o ]vfysterium. c·o niuncüoriit;, o prÓpdo
Os h.1tmos l êm o rigem l.i t i1H'I bah{er1.m l•for,'m:. (N'<.1t-t1.<Ío trad utol' ingU:$.)
,.,. Cf, J'urig, CW 12, r. 22ti'. (ESAP. alQuimlahi i: ts<J.ffl)mMto m.als Cóuhe(:id.i Jung dec.}m·ou: (/Aci·edito não ter dito·aqui tudo {Jue oxis·
co;Hnl) M(,dll Pi:,;>h(l.t.l8!ó'.a. (~fot.:1 do (r$duwr íngll-s.} · · te Eiobre 9 a~sunto; "àirt'ilâ" há muit.o 111ais > mas eu o apre.-
n Junij, C W 12, PP· 11~.
s'e ntej f}té Onde fui co.pai'), Que pos:;ú eo.~ão n.crcscct1taV!
Paliü'ei entáa a res pcitô de alguns as1,ectos do problep'lE'l
· c01n t'elaç:ão:ao.s quais. t ive .pelo 1nenos ril(;Çltns vislumbi~s
dé entendimento.
PAra·eo1neça.r, parece ..·m e oportuno dividir o problo•
m a mn quntto asp ectos princjpais: ( 1) a ide n t idade 81'C:àl•
ca, (2) as pro.)<1ções mútuas, (3) o l'Eilacionamento pessoal,
(4) á união predestinad.a na "eternidad~H.
Na prática, náo é o primeiro 'aspecto que ap}).l'~oo mais
darm)·u:mte no Íníciú, e sim o segundo. Estamos lidando
aqui com o fato, jó percebido t><'.ú: Freud, de que muit.às
J)rojeçóes que têm Orige,m nos ·relaciotH1me1)t9s fornili.a-
1·0s e ntt·am na t-ransfel'ênc~a - i • tra nsferê nçia d.as i ma•
$'e,ns do pai e dd mãe, b~m con10 tl.~.~ do inn.ão e <la innã -
e isso cr.i a tü1u\ atração erótica ií-realist~ obsc.ureclda.
por e-xigôncias ê preconteitos infantis. Como Ha1)s
·D ieckmann oonfirmou. en1 J:iU8S experiências. essas pro~

\!61
• • (
(
jeçõcs ta m béin const.el.ttm no anaJ istn tod~~ as imagens
pat·nlelaa..quc. não forarn conscientemente pt-ocessadas , voca o me-ndonado dist.ú rb-io ou dúvida no tu--'ltdisando, (
que !)e reflete ba$ica.,mcnte nog sonhos. Somente nusse
é, como rêSultadO, um en1at'anhitn'lento dos pr.oblernas das r
ponto, na minha opinião. é .c hegado o motnen.to correto
duas partes sé torna quase imediatamente mtulifesl'o. O
complexo maü'!.!1·no negativo de um analisa ndb•. J)O'r exem-
de fo la r abcrtarnent.e soBro l.Hll.â projeçãt').. Isso se deve ao (
fato de o estágio pl'ceedCnte poSsuir u rntf funçãQ vital que
p lo, evoca na memória d o a na lista hnagcns negétlvas
não deve ser prematuramentê desintegrada, v:i$to que' ela (
s cmelh~,ntes. Sob o aspecto posi tivo. iss o forma ·a base
freqüen tem~nte c.cmsútui o ve.íç:ulo efetivo pa r a o inicio
para a e mpatia e o entendime·n to do analista, m as exiStc (
do lrati,monto. E sfa tmnbém é a r azão pela qual as expe •
também o Jndo negativo, uma incons.ciê ncia comum, a
riências ém g.t·itpo apresoht_a m um vaiot t,âo duvidoso - (
qual, en(,re ooih1s co isas, pode prccisa.r-·da oricnt.a~~âo d os
colegas d o analista. , p orque, <!Oll'lo se sabe, atravét$t lelas o f'cnô111cno da t r an:s-
ferênêia é. r·epi·imido. · ("
O pdm.e iro '"'specto: qu ando folamos de '.' projeções''
o .mesmo ó verdadci1·0 <:Qm ·r e lação ito anaJista: tam .. (
nêssé estãgio dos acoiltechnen tos, precis arnos pos lem ..
bérn efo d ove deixar que a ide.nUdade aJ·caica ueJe exis-
br·or de q ue. •Jung, ao definir esse conceito, 1 d iz q 1..1e, só·
podemos fa lar cfo projeções quando existe .um di.at úrbio, tenta con ti nue ~ ex.i.stll·. Notei, em me u ca.s o patt.icular, ·-- (
q ue .yiv ê nciel ãlg u.n )4s vezes intchsa s fa,scirrntõcs de (
ou uma dlJ vida inconsciente , q ue faz cotn qu~ a visão pro ..
contratrans fe rência com analisandos que, a p~i·tjr do ineu
valecente com relação ao par ceiro n ão ma.is· pareç:a ..a d e- (
poo.to de vista consciente, nã o pa1·eéiam patticu1arn\ente
quada; antes desse ponto, existe a identid llde a rcai.ca (e é
.a·gt·,E!dáveis, e, n essés ·ca-sos, áconteceu 1·egularmente ·que (
por isso que a designei corno sendo a primeira fose). Acre-
um gl'ave pr69lema ou amoaça de morte Qt~e c u não per~
dito que fre(tllentctnent.e ·comete.m os ê lTo com r ela~ão a oobera estava presente . 'lY\O logo o êstad o do l!,nalisand.o ('
isso, no nosso tritbaJho prfü.ico: fafo nios com. ÔanaH~tindo
m eJhorava, toda a. fascinação çlesapal'ecia como se. por
a respeito d e u m â "projeç-â o" porque nós ,a veinos coro.o
rrHlgica. Aimi11êucia não pór.cebicla da ino.r te tinh.â espe-
tn1 (Qu s.e ja. duvidamos), 111esm o em un~ f)OlÍto ~no qu<tJ
a ü1da. não houve neu hun\a indicação-,por ox:emplo, nos cia ltnente esse efeito. Parece•tne que d essa manoita a (
natur eza:, o u seja, o incon.sdente, estava s implesme.nte
sonhos - que J)ude~se tornar essa d i.\vida cJara para o (
tentando 1n e im.pot· a. P.ârticipação emocional e o esforço
an.alisando.. Isso 011t,(tO ~esper.t a uma resistência
j ustificada e <lesnecessiíría tio analisando. A credito que Q
de en~endimento mJceS$át·joa 1 visto que minha a.borda~
gem conscie-nte era inadequ ada. 'l'ivesse eu tentado, oes-
<
correto; no que diz respeito a·essa prim.efra ra·s e, seja sim- (
se.s casos, d escartar p1·ematura1ncnte es$a fascinação
pJesmente nos com.portarinos com o analisando de acor~ como uma "projeção", ela não ter ia sido capaz de funcio-
do com â man0ira como efetivamente nos sentimos, rrJas (
11ar positivnrnente eu, bene fício do analisando. Parece•
se_m ·c on ftô:r1taçóes ·v.<ú·bai ~. Podetiamos rengi1·, por exem- (
plo, a um·a exigência d e que assumfsse1nos um compol'ta- me, portanto; q ue pot· m ais desagradável que seja, preci..
ment.o. matérno shnf)lêsment.e d iz·e ndo·q ue n ão temos te-tn- smn'ôs d e;,ixar ((llé a primeira faso·d e identificação arca\ca (
.s iga seu Curso; e Se eu elltendi t]un.g corrêtamente, ele
po nem queretnos fazer isso, se1n a-cusal' o.analisando de
estar projetando a mãe sobre nós. Cot'(l o tempo, isso pro-
fazia isso muito bem. Com efeito, quando exan1inamos as e
primeiras imagens da série a lq_uímica Rosarilun Philóiio-
262
2.63
r
(

( phvi'um.,1- onde o rei e. a rtii n hi). so cncünt.r am, pcrCebú· uwções "disc.u t.ir. çonli nuv. 1-n ente a tr;-,nsferêndtt" corno
mos que 1.u n r·elncionamcnto amoroso e 1!<:tint~dor e. posi· faze.f\1 os junguia.n os da ·sociedade <le.Põi<:Qlogia Analft.i •
(
tivo (?stá acontecendo, com fJ rnão csquerdc: d e a mbos se cR de Londres. A quoHQade dolorosa: visco~ú:i e n.â.Q re-
tocando. Sóm<mtcdcpoisdisso o banho. onigredu <: a rrH)rtc solvidfl da s i t u ação ·p recisa -simplcsment.e sei· supott.ada
ocorrem, i.c. 1 os distúrbios que ~xlgem <tuo empreenda- pelos doi.s lados. Com efoito, Jung escreve cm uma ca rba
m.o s o t.ri'balho de prodvzfr o recophecirnento conSê.i•~n te poste.dor que as pes$oas so enredam em un1 .ac-r1or não
das prnjeçõcs. ·e $clnrecido, quand<J é impo1·tf).nl$ pa,ra rilas evitar u ma
O seg,.tndo aspecto: produzir o reconhecimento cons - êxperiêTiCia. porque essa experiência .pode.d a desviá-la$
cie n te da$ projeções ê 1 na minha opinião, aci1na da tudo da meta da indiv·i ,h,tJl,ç·ã o, l)u $Cja, do osforÇO de alcançar
um p roblema mor a l. Já vi freqüentemente analistas t.on- a consciência m;aior.3
dcndo fJi· çlescill'tar. intelectual e prc.nw(tH'alne-nte.. como També-1n tive a!gurnas veze$ a oportunidade d e ·o b-
un1a projcçáo â fosdnação rotnãntica de.um analisando servar t!JJl anali$ta ntto se. mostrar disporiível pârit a
com u.~1,1.al eles 11ão tinham nenhum â~SejQ. dí:l $.~ ..e.lh'.~ll:_.. _,,,.. .... ··- ·' Just.ificadã~~...exig~nci.3: emoêÍÔrnd de uma. p n alisanda,

ver, -sem-·nenh!.Htl~ con$idP.h1ção pelo·fatô de se a época provocando com Í$SO uma de$n ecossá.ria perda de te.mpo
para isso hnvia cheç:a<lo como indicado pela vida interior e energín. Jevando incJus.i ve a paciente a de..rramat· híg1·Í.·
do analis ando, h1vetsan1enta, muitos não ·interpretam mas dcsn·e<:essár.ias. Nesses co.sos, depois de nlgu111 tem-
suas próI).t·ias fa.ntasias.,amorosas corno projeÇ~es e, s im, po, a transforêl'lcia recai .sobre o~ttro parceiro com quf:~1?, ........... .
con10 r elacionatnentos .n~ce~s:,h·l.,~ i'rwer,l.csl.fni'.n.iu:l~ P.Ola o potéJ1Cial t)ai·a () í'~ lhc.iohamentci 9 in~lhor: '"'· ···· ~,.. ,.
vidaAu pdo·Si~me's1l10 ·apen<'tS porque esse é, na verd.áde_, O ter.c:eiro·a"S"peCto, que de'Veria faí.er parte da an.á1i·
seÚ·desej.o sec1·eto. Des.sa. mane ira o analista é $ÍmJ)1e.s- .sé ·déSde o h:iícib, ·rn.as qµ e, freq_ilentcmente, em virtude-
n1ente dominado por uma.sensualidu.de jnconsciente ou da sua naturezã só podo oe dese,'tvolvar gradualmente, é
uma tendôncia de r,;,jeiçáo,.gerando1·eslll.taclos negát(vos o reln.Gionarpcnto pessoal p.u mesmo a amizade. É ela.to
..'· paro n.n \bas as partes envOlv idtts . qüe isso JJ,áo pode a.coriteeer com todos os 00Q.Jisnlldç,s1 e
Como já d is:;e tt11.t~rior rnent(t.. pa1·1~ce-·n1é triãJs ar)ro- espeçialm.e nté p proxinlldadc ou distanciament~ aesse
pl'i~1do :-;~, por exemplo, uma transferência matcrna.esti• rela~ionaniento varia de acotdo co1n fatores i t:,iéalculáveis
ver presente, na me<üda em que o. analista a senth•. que e iinpooderávejs. Jung escreve o seguinte em uma cinta
ele atue of-etivam~ntc d ~ uma fonna maternal ate que a a um a11a lis ta:
projeção se torne suficientemonto madurá a ponto de ser Uma d as tarefa.a mais importante:;~ n::ais difíceis do f)N·
d isq1tida. 'l'enho fi.cado pl\rticularmeilte imp~essi.on(lda cosso da individun~áo ó transpor a di~U.ncja entre .a$ pea-
COm o fa to i:le que, coru freqüênciáj fenôn1e nos cômpulsi· s6êS. Existe :-:empn:~,o périgo de (JU8 a d istância saja,1•emo·
vaménte veementes detransfel'êneia ilparecem em CâSOf:i vid~ S<>tnentc pol· umti da& pal:'lc-$, e.> que inva.riavoh:nento
nos quais o anallsando oove que ser forçado a se i·elacio- d.á Ol'igçm a um sentim.ent.o·de vlolaçã.o seguido· âe i:-·e s-
~éntirnento. rlbdo ro)acionamcnto posstú sua d-is'titn.cia óti~
nar com·o .processo intcl'ior, porque, caso contrário, po1· m a, a qual, ~ claro, tem ()Uê Sér _d'oscoborta através do
causa de uma resistência OlL euperficialidade) ele teria método das t.entativaa. O p rQblerna é particuláftnànto
fugido d<He . Considero totahnêrit.o p~ejuclicial nessas~- delicado nO q.i.te diz respeito às 111.ulheres, pot:q~c arse?'1:1'1F·
264 265
r
(
Hdadc, tem a propcnsito de cq,".\.1t!r ~ua feia cnhf:ç<:t, É prc.
ci.so r,n::;LM' urnà atenção <:scrupvlt,sa às resistb1ci<u;. Elas t urbado, lHn caso .lflnítrofe. 'ICnt.ei desespú,tadtlmente, com (
d ificilmente (X)dem ser lc vudas suíicicnlement<.' a ,sério, todas as forças de q\.le d {spunh o.. evita·r que. ela tfvesse
visto que-.:.s pessoas t.êm a pJ'OpcnSâr-> e,,fces~ivu de <mga. urn lapso p.sicôt.ico. Nesse ponto, ,Jung me pediu qu.e fos -
nttr a si .1no::.rnas: 1 se vê-lo. E .Je ouviu toda a hi$Lóôa e depois d isse cm tom · (
!:!é.rio: "O ·q uu a faz ler t:unt.a certoia d.e q tte a ana lisan<ln
Ao mesmo' tempo em q\.tc muitos analisandos apaixo- (
náo precisa PElS-S ar por esse IQ.pso'? 1\1u ita~ pe$SOàs apre..
nados podert', tentar S(~ i mpor a nós, reduzindq excessiv.a~
sentâ'in melhora d ej)o;:, de u m Japso. O que a faz..pehstt.r
mente a distância, 01..ltros não desejam tt11l relaçi9nam<fo . (
q ue você conhece o destino dela com tanta precisão'? TaJ..
to pes~oal. Qwerem que <:ontinuemo$ a se r para e les como
vez você estcjn.ten(.ando itnped ir exatamente o que d eve
um mec-ilnismo que conset·t-a um carro, nada a lé1n de um.a
acontecer.dé acot·do com a vontade de Deti.s". f'iq u ei est:li -
oficina impess.oal de repal'os 'psíql,licos. E entre esses ex.. (
t.remOs, e·xistorn miJ n uançãs. Até n1esm o no analista os
f)ef~ti:t, ~ depoiSJ)ertebi, pela primeira vez, que meu an-
seio de produzir m~J.Jro.ra era u m jógo de pod er . Quan<lo (
d ois extremos estão p resen tes. Existe a tendênc;.ift de· for-
deixei de pres~iio~ar dà m o-,1eü-a err ada, 8 an.alisal)da·apre-
1nar um re.J acionamentô ca·rinhoso e fainiJia.r, ·adota}ldo o (
sentou u ma me Jhora,..em..v,c:z.(Jft.t.et'.,urn .lapso,~P..Q$.terior-
a n.alisan.do CQlllO u m parceiro, filhO, fiJhai ou ~lgo seme -
mente, fiquei proftmQ.a1nente im.p1·essionada :ao deparar (
lhante: 1·ecluzindo é,1SSi m exce,s sivan1c n t e a d istãnéia, ou
com o seguinto t.r,echô eJ)f um .g uia medi-0val de exorcis·
de ndotar a ribordagem de u ma pessoa i ncompeten te, maa (
,mq par a ·p11dres: o pad1'e.deye p rimeiro t(mta.r descobrir
pres u nçosa, cinico.rntmte d ista.nt,e, que "dá a de$Carga e
in..tetnmnen tc, n.travé~(d ~ ·pr~ce !iHencios:(!~· se.I)eJü, q'u e r (
m :;:i:nda o processo interior p~ra o esgoto'~. corno J ung certa
libertar a pessoa aíljgicja d~.dernônio qu~ a atormcn\ll; l)\J.
vez o fón.n ulou, ou seja, negando toda ·a necessidad e de ·c on-
tot:o J1umano. E h o meio, uma.vez 1nrus, estti,o a.s mil v aria~ s~ Deus , e m -s ua nüs tm·iosà sâbedotl~, dcsejtt Q\.!ê a p~s· <
-soa con.se,~ve sou sofri mento e lab ute .com Me. S01nente
ções tão difíc.e is de defini.r o entre as q_u nis é extremamen- (-
te compiicado enconfrar o meio-termo ideal. q u ando a primeira po$sibilida.de pa1·ccer· a <;Q.tt'eta e que
o padre deve se prepa1·a r para t.ut'la cerh,n.ôn.ia do cura. O (
É ·cli\ro que é o poder d <l Sombr a que desempenh a o
excesso de uni espírito de ajuda cristão 6; co1no Jun g os-·
papel do g,-ande destru idor, contra o qual Adol f Guggm,- (
cr.e veu certa vez, ºu m n invasão dn vói'lt ade dQ .oi.ttto".
b ühl-Oraignos adver tiu eJn seu Livro Pou.Jêr in the Helpinq
De vem os nos con,.po1·tar como .n lgu6m qué está of~1.·e:cen• (
Profess'i-0ns; esse poder está e:,pecialmen.te ativo· na ~sfot·a
do umà i>portu ni<!ade q ue pode ser aceita· ou recusada.
do primeiro e Sêgu ndo aspectos, a iden tificação arcaica e o (
reconhecimento consciente d as projeções . "O poder ocupa a Ça.so.cortrál'iO, vemo•no~ e1n dificuldades. Isso acontec~
por que O .ser ]1utn.a .no não é t o talmenté bon1, e Sim qua,5e (
vaga d o amor ati.'i<lnte", giz Jupg. Como p arte do poder da 1net.-ade d e1nônio. 5
s.ombl'a, não encontramos n os dois Jados 1-lJ>enas o ansei o d e \
Não obstante, J ung 1·eJêitava o desapego clukq <JUe°
competll' e dominax; h tí também o desejo quo o .aualist<\ tem
de curar, que neste caso não·é o m enõr dos componentes.
entrega tudo a Deus o u ao d estino tanto qüànto o nt)s'eio
de fazer d emaia. M~n ter um ponto 1nédio efltre e$ses dOis
e
Com relação a este aspecto, lem bro,me da minha
primeira aná lise com unla a naHso.nda se1·iamente per-
ext remos mç ptu.·ece, com efeito, tarefa extl'ema.i;nente <:
difícil, porque esse ponto vài·ja de pessoa. parâ. pessoa e
~
266 ..
267 (
(
r
de- nwmcnto para momento. N ão f!Ctcd itó ser possfi e J 1
cspirit1.u~J do q ue q1.ialquer· coi::ia que possomos dcscrC·
l conseguir isso npcnus com base no pc.nsa.ü1:ento e n·o Sen- ver"..i Ne..<isa Qsfora , não s o lt·nta mais do d()is indivíduos
( t imento . A única G::oisa capav. de ajudar é pe1:manecer no ~ relacÍon'a ndo·se urÚ com o out.ro no nível pesâoal, e si m
( 'l'ao, de ,nodo (fui.! o que deve.mos ou não d evem os ra~e r a f dos ''1nuitos.- .inclu sive oôs mu5,nos o 1.od.os (!queJes cujo
e neste mo·m eht.o possa vtr u oós, instintiva m ente~ dô cotação tocam os".7 Nela , <•não cxistõ nenh,uma tjistância
nosso Si-lnestno. !\,fas é cla·ro que não estarnos, de mod o a, sim, u ma presençH irncdi.at~. É um ~egredo e terno. .. "1:1
nen hum, sempre no Tao, em un, cont.ttto interno correto Em ~er to sentido, na manifestaç~o desse q uarto àspccLo.
cmn o Sí-m~smo, ou, pelo menos,. cu não estou . um i etorno ao primeir.o a s pecto ocorre, porém e m um ní·
De~de o início, mas apr·esentnndo 1.lltHl. crescente'in- vel mais e)õ\~ado, mai$ consciente. Por essa razão, uma
,,. tc1)s içlade-nü terceita (àse; a situasão é tat que ·não pode· sugestão desse estágio mais .e levado j á .está presente no
n\0$ ruais fu ntionar emprega ndo regrn-s e insig hls
' conce ituais ou ·s(mti"merHos ()e.Ssoais; a partir da tercefra
primeiro e ocnsio na a profundidade .d e pai;,ção co m a qual
muitos tent~m se aga.rtar· no estágio d e po,rticij)ation.
fase, tudo que no§s.llL .i1n r.q.1: tf\nçiJL.cn1çJ.al 0Q . .tn1balho inystique e rechaçar a ace.itaçã<,> c-0nsciente e o r ccon h1?CÍ·
d epe,o de de nós ü d e ~té onde nos d esenvolvemos, porque monto da reãlidãde hlllnana Jimitada:Jungdi.sse na car..
r llÍ. todos. os pgntos gerais .4e referê·ncia desaparece.m , e ta acima citada q ue esse aspecto d Q amor é mais ptimiti·
tudo se U>rn.a(Jµesft''tq de u m e11cont.ro hutnon.o ú1,1ico·com vo e espiri.tU~ l do que a t rans feréticia, a ami?.ade e a
sua escolha ú11ica do momento. Sit.1.u\çóes ru1.a quais te. s olidm·j()daçJe ·ho Se·n tido U$u.a1 da pnluvra. Essa é a ru·
mos quo reagi..r ifned ia táme nt.r~, con-1 :a .v:clociclode ·do re· zãÔ dos e8tt'unhos pat·adoxos att;avés dos qu;,i~ o §limbo.
lâmpago, s urge m repetidame.n te po diálogo ·-an.s JH.ico. lisn; o da coN1v:ittio, ria a k1uim ia tenta represen tar esse··· , .. ... ...
i'>i#.',~H·pQnt.b, n_tí.o é .ipe na.s f) qu~ p e(ISâmo$, diiemos QU t.ipo de r elaCionamento. Gostaria d e tentar ilustt·á -lo t\t.ra·
senti.mos que. é dei;is.lvo, e sjm O tom âepressiv9 dã noss~ vés do sonho de uma jovem mulher. E la teve o sonho du -
voi., 1,.n n moviu:iento inv:oluntário, urnà h.~s iti;çã.o - tuç)o rante a última gu~r·ra mundhil, ern um m.01oc nto em que •.
se torna cl'ucial. Assi m, nesse mome nto, o -qu t;:i conta é e$t~va resolvendo acoítar s ua trunsfe.r~ncio. O sonho é-o
somente o que s omos e o q uanto avança mos no nosso de· seguinte:
senvqlvim~ntopess9ld>.e de 1nodo ncnhl,Jm q ua.lquel· "com•
port,nmen.to'' consctc ntemente adquirido, por m ais bein E::;t.ou em :Munique em um prédio administrativo, e. soi
inten.cfo)u.\do q u e seja. que Hitler e~tíl. lá deot.ro. P ãn:1 Jhéll assómbro, <> édjf'ício
não e~t.ú vigiado. C1.,n:ioaa, enlt·o e imediatamen te me vajo
Isso nos cond1.tt ào quarto àspecto, qite chamei de d iante de Hit)cr. j'o)1ho uma pistolâ no. máo ~ de repente
'\lniáo predestinada na eter nidad e", a verdaclefra 1nys- me oc(>rte o pensamen~o de· Que eSt,a é uma oportunidade
terium, coni:tncfionis.. Es,se estágio está r e lacionado com únicà. Atiro c.m' Hit1<il' o, flljo. (Segu,h~é long:a seqüêt.tcià
' a expeli8ncia do Si.. lnesmo, a totalid a d e interior,• que l)âO d oper$3ef,"Uiçf.o.) Firralmente, d ou comigó a pé no ca1npo, a
pode ser com!)reeudidn infelectuolm,ente, rna$ apenas caminho do casa, êm urna ési.n.:da dec te•-rà que va i eut
atr.fwós do amo1·. t.Tu ng escrove o seguinte: "E$-.:;:o f,ln10.t direção à fronteira com t\ Sulça. Vejo na minha fi'<mte uni
galo .branco com uma hosté dê gãli nh.:is andondo ,~ames-
não é um.a ttansferência e nã o é un1a amizade ou solida .. ma dh~ ç.ão. O galo me pergun~'t se ou poderia levá.lo jut'l·
dedade comum. É mais primitivo, 1uais prhn.evo e mais to ooni su.is.ga.l.inlí.a!l·Pã'r·à a Suíça. Eu·cçncordo·em, levá-
'· . . .
268 269
(
li>. u1u:;. corn ,fi condirão de <1uc no ci1 mi nho n.lo oc.·otT\'!tim n
rclasõc~ r;exuais. o galo C.'OOC(U'du., C- uma voz diz:: "'E é n tftO Jsso lembra um coment~\rio de. Jung, em que. ~lê diz. (
e lo$ pross~guiram, corno um pd ·ncipc obadc -c·s l.lús rre i.. que ossa forma de coniunctio, o hierosgcanof~i a.ô mesmo
ras". Sc gLi i inos adihnte, e V('tjo um b~Jo casal humano QUt! tempo mais.primitivo e mais espiritual d o que qualquer (
também avflnça 9m di1·eçiio i, frontoi rn. 'I'taiem coroas de coisa que sejàmos capazes d<! descrevetl. O rei·e a r ainha,
ow·o )Ht cnbeça. E um 1·.o i o s u;J l'ninha. Como parecem ~et· l
bem· como os anima is, reprQsent:am a lgo cornplctamente
muiLo c-stt''<Hth o$ p3f'O o muo.do, eu os convi~fo para segui~
t·Qrn conosco, o e les uccitam agradecidos. A noit.e çonso- transpessoAl, como uma coisa C.JUe e ~iste. r'lâ es fera divi- (
guimos atraveJJsa,1· à frontoirà. Oa. gum·d11s da froot.c fra na, olérn do e spai)O e do tempo, E })OI' isso que o $onho ·,1.0.s (
S\Úça no~.coloc.am em quaten t.ona, onde devéJrtbs perm.a· dfa que o casal nrn·1 são 1'est.ranhos para ô m.undo". O ego
nc-cer duran lé quatro semanas. Ex,igem qlle os ovos pos• h uma1)6 tem que i\.itldá,fos a se nioyer nessa esÇ~ra con-
tos pel'1.s galinh~s; durante esSé pm·(odo sejam d!2 ·P,roprio- creta. O sonho retratif\mcantadoramente a pôsição )n-
daçlc. do Eatac;lo .suíço. (
~nnediár ia,do ~go, que, PW' ·u rn lado, ilnpõe ·cei·ta d isci•
O ~iro dado em Hitler sigui fica Ii,•,·ar-se do pôde,· do plilla a.os anima{s e, pelo outrO, p1;ecisa fqrnccet ao C{t-Sal
anim.us Qu e cst-á ntrapalh.ando o ca.minho do erocess~.q~L.. real um e letnento de realidade terrena:.
(
inqividuação. Sct,'Ué·só onti\o à fuga para a Suíça, ,i volta .........., .........._,O,.sentimonto.con1 re lação a. esse J>onto intern1ediá~
para casa, ou seja, pal""it o lugtit intcriol' ,ao qual pertence - rio constela mn interinihável e esmerado cuidado, mas·, (
tnos e para a tarta da Jiberd.ado. O aapeçCO primifivo, Jl)·i- con10 s;üiento u Jun~. en~~.rra. ttJl'la importância vit~l não
n1ordial da.,:oniunctio, com.o Jung() chamou, é r epie:Sen• apen~s para o indiv.íd~.o como ta.lnbéin para o progfesso <
t-a do peJo ga}o e ~mas galinh as, uma i magem que t,a!J1bérn rnoral e espil·itual da humanidade, Assim, 6e o psicoto- (
QCorre no ·s imboJisnl.o alqt.,tünico. A.ssfrn, o alquimista á r abe rapçut,;i t rabalha esse As pecto; e_)e ni\o o está"_foi ertdo
apenas para t?8ses paciente$ indiVidl,lais, mas t.ar:nbém (
Sfllior dê$Creve cmno a substânciâ JLmãr dfa par a o. sol:
"O, sol, preciso de ti, tl$shn. como o ga_lo J?l'OCÍS~ da gali- para sua própria ahru\, e p oi· menor q ue $eja sua realiz~- (
nha1-'.9 Em o utros texto$ é um 1obo e uh:> cachol-rp, tJUl ção esta acontece em ufn lugar l?ara o qua.J'o numen atua] ..
·: -veado e mn unicót'llio ou outros animais que represen - mente migrou, ou f.H~;ja, u m lugar para o qual se dosloca.- e
ram os p1,oblemas da espécie h umana, 10 Essa também é
tam esse asp-ecto. Os ovos que entram em cena no final (
do sonho são cottbecida inulgem do· material inicial do a rilzáo pe l<1 qual, nesse sonho, uma parcela d<> possível
processo da individuação. No sonho, é h npo.st.a um.a dis .. hist~\t'ia m undial, a morte do liieler, a·p arece comó roação (

d plina espiritual à hoste de galinhas, para que·s u a natu- aó fato ·cle que a possoa que tev(!,ô sonho h avia decidido
l
Lev·a r a sério su.a transfet.ê ncia. E pol: esse m otívo que o
reza auin1a l não represente um obstáç-ulo em
seu canli-
:i nconsciente contfreqt'lência usa ê.ssas itn8gous extte1na- (
·nho pal'a a liberdade interior. Dé acordo coma citação d a
S ênior acima1 q galo e a galinha na verdade repre$entam mente cósmicas e ele vadas pa r a expressar o problema da
tran$fer ênci.a, ou sej a, J)an.'t expressal' que· a lgo impor a. (
o sól e a lu.a, a$aim qomo o.1~ei-e,a 1·a\nhn o fazem no sim•
taute está acontecéndo. (
bolismo alquimie<>. Desse modo, o e.isa ! r eal que apat·ece
D esse modo, u tn~ analis and.fL sonhou, depois d f;3 as.-
mais tarde no sonho d e fato d enota outro aspecto da n1es, t
ma coisa. sistir ao fihne Hiroshima, ,neu. a.1nof4, Qlte· ou os a1nantes
conseguiriam ficar actequad ametite juntos · o u a boll'lba (
270
27i (
(
r

( atôm ica cxpJodiria. f:;·ijsa foi a maneiro de o irlconsciente Gostaria neste ponto d 0- f:::iz<ff )·éf'erônc1a a o s onho de
ditcr quu .aJgo s upremo A cruciç1J estava acontacendo. u m hon1ê.,n ca sado q ue cu discuti brovtnne,üe e m outra.
r Exa.tmnenl.ê q u ào impo.rl.n n te o ptoble rna do a mo r 6 pa.Jcst.ra. 11 E le est,a va a.pHixonad o por uma nuílher ca.:su-
í' C(msidcràdo pelo ihconsc-ient,e lnrri.bé m poç)e s-er ih.1slra· d t\, AlOerl..n, e li n ha u m rcJacionamento soxt;tal com ela.
do no scg1.dn t.(? $Onho, Quem tcvó (J sonho foi u ma mu lher Na ocasiú-o do s onho, ambos est~'.lyOJ)t p~nsand o em se
( de rltêiu-idad e.que havia ~~a; ?ntido p rofundo ~mor por um -s epa rilr ér'n,
homem casodo e q1:1e fora con·C-spondido; mas e.Ja h avh-1, · Eu ctstava com meu professo r, u tna ·prt"?sonça invisível, ntt
e m parte, C(tn.tinu ndo a lutm· cot1tn.1 c~se amor por r a i ôca borda do uma esfera qO<:"! cte de:;.c:revera com~ ' ·'.1 real.i dade.
convencio nais e r s.icionuis: E is o sonho. '· llll.ima':\ ·âlgo dô.s tituído de tempo~ csp~ço, indésen Uvúl.
Sómente aqu.elc.s qu<! a Vinun podem compreender essa
Ouvi o som podcl'oso é profundo do um sino da b.-onza, u m expet'i.ê ncia con:io um ''tud.(>-na da.>'; 1.m1 "todti p árt-e-lug~r
badnlar extrao)'<lh,ário, cQino nunca <'.l u vfra ou im.{tg1nat·a., nGmhum", um ''todo mundo-ninguém", corno ' 1t) .P alA'-'l'R
u m som vindo do· a lé m, dC extt·noi-düuírfa beleza, frrà· uinda não pr<mum::iada". De algum modo o prof~.':iSoe l!1ê
si.sth 1ol! Fõtscü:i,~.~:~. e,u .r1~.~ -~~.~~.~,~~!.,P.?rqu.~. qC; a~~.m,_l?ipdo ajudc)u a ésc:oHtét· ~oi.':i :;érés .o u coisas ncS:5~l.' 'reahdacle u J-
tir1ha quo chegar à Ol'tgém désse r;om, que só p-Od ta ser iin.Ht. Eu n ão os vi, mas sei (lué e;lcs ox1s tem, A. .fim do
divina.. Coino o som me pareceu $ngrado,.açhej que vÍ.(!.SSe torná-los vjsíve i.s, o prof'e1:>Sôr me ájudou t\ extrair urna
(' de u rna igrajn, ti' üu;.taotaneamentc me vi em U\na igt·oja. matéri~ chlZa-p rata ·nehu.los.a dc:i espaço no qual e.stáva-
do 'tntliS p'u rn cstHo ·gótLco> de f>é<lrn bntnca, e ·e\1 eSfutva O)os ftu~uanôo, i'.'! cobrinws com. ela os- dois .seres e un~a
me J)'répSrnndo ptH·a.'subir a tone do sino p.il'a encontrar t~fftéi ra' cois.a qu~ os separava. Q uando os v1 cobertos, f t·
o s i~10, a ron tc desse badala r gr.flve e rftmicó, qué eu Rinda qitµi profüftdtu--néntô~rnptoss"iona~o.: 11~5.o a.nJ?s!'', ~:Harre eu.
c:onseguis ouvfr. Mas tudo· m udQu. A,it,11·cja se t n1nsfor.. ''São'' e lé r e trucou "1-sso ú você"', Eu v, a cortmacm.za que
-m ou em u n,1_, f.rnp!9- t:tbóbada, çorno a ilave de urna ig-1:eja wpar~~·a: os..(fois a'rtj os/à·h p róÍ-OS$:Ot ~xpJicoü: ''Esse é o
' faita de urn matorfol vermelho-~lat:O.t\jttdó, vivo.<! trat\S· vé u d~ ilusão~'. E le tinha muitos bun.tco:::.. Eu est..\va pro,
' parent e, banhado em h,1r, avetme)hada e ~t.1ste1\tada por fundamente eü1.ocionado e gdt.ei: "0h, eJe e:Há caindo,.eJc
uma floresta d e- pila l"e$ (fue nfo fúziém lembrar os 1!,$t-u-
l{\ctites de uma gruta quo ou vfrtt cert.a: vez na ~spanha.
<?stÁ cail\do'' e tive a senstl.ção ele que miU.u1r.e--'! de ano$ ..
que ha viam .; iclõ "\•ividos na csp8l·a1\Çâ ·s cmicons.ci'-:n.te d e
Por U~) mom1mt9, eu ll\Ei vi peq u..en{I. e sQiinha n_e sse -l men• que ele pod e;i~.~9'~ tp1,,!spis~o ~stavain i,go,ra r ~ahzndo~,
so út..io, fasdua<la pelú sens~çao de que éu' t.inh~ ali todo Fui· até o .al)Jo que era ·'eu' e v i umn corda de p cata ctas-
um muudo pm·a ê'xplora(", Era. 1nou t:or.ilção. Eu ost.avu Cêndo dolc cm d ireç_ã o a m n.,1 min.(tscula c)•)a.~ut·a que. t:~m -
den t ro do m eu pr6p ti'> coração, e cornprcendi ness& m.o- bé m é n) «éu" na esrar·a d a ilusão. Outra corda desci.a ern
r'nento que o m~1nwílho.so s·o n, do i,jno, que e·u Aind a c:on- direçft<> a 4mu m ulher lá éfnba ixo. Ét'U Alberta. Ots dois
Sêl;tu ia ouvh:, llada l'nái~ ç ra do que a b8tida do meu corà- a nj,os pareciam idên.ticos e à,t;.acxu.a<l?!:i, Q e1e$.?ran't. (;UJ._>á-
ç.ã.q, ou q\te esse som ~xternç, e a bat.i.dn do Jn~u coraçifo z~s dê·"j)O)\sàr j u ntos'; en1 u~a espéc1é de qu~l1dade 1dm1-
eram o ffi(IS:mQ. E les batiam no mes rno l'it mo. O m acro~ tic1:disso t(lahncnt~ acontecia .às vezes conu go e Alberta
cosmo.e o mict·ocosír'J.b esCàvaJo sincl'Onfaaclo~; o t'itmo do "l á e mbaixo' 1 j. E pénsamos: ''Ut'llã parte t...1.o peq~ena da
.c<n-ação do ,nundb ó o do m.eu coraçAú orat"lí idênticos. .nossa consciêoeia v ive nesgas pC?qu~mu;. cr.iaturas, é ola.s-
Cr e iQ q ue esse sonho não requer interpretação. Elo s o pr:eocupam.·c om essas pequenas ?ois~s. l'çbtG~ P,eque-
nas criaturas!" E vünos que Slln. umão n ã-0 pode.na ac<m•
fala: J).O r .si n1csmo e d en1ons tra como Eros e o indivíduo tecer·adeqµada9.;iente, ~e as c;h.m§ pequenas crialuras n ão
e stão inexki<:a:velo1<mt0 ligado8. cumptisset!_\.suas obriga_ções coui n9u!eles que lhe$ .e ata 4

272 273
'•

vum prnxi mo;,, ê tn voz cle ~egu i ,. s.eu :s deseJo~ ~goisttlS. g rência, ascendem à s uper fície e torneçarn a t.e r ínfJuência
uo mesmo (f.!mpo éSlnva clarop(l1':a nós q uo !;-Cr"ia uro pécu-
do cont ra essa ''reaHdo.de últimfi' 1 (um pecado cou(rn o rnodeh1dorn···no nosso désti1:tQ, 'l \ldo iSso Conduz á morte.
Espirito Sáulo?}, se não dóssornos seg..lim<;n tõ o.o pr·oces- do.egO, e, sc/ i udo cort'e bom, a:o lH'.t.Sd tll(n)to d<> Sj · rn,c.sn10 , (
ao d a hu.scu 1nútua d a ·con~miência. A pdncipa l t:iu:efa nessa fase, como s abemos , é chega r a
(
um acordo com o c,.n imus e a q.1!ima.
Aí o casa l rea:l alquímico é substituído por doj$ an• Go?itaria de repetir aqu l um.a des<::ritáo da Miima \
jos, m ensageiros d e D eus. Entr~t.a nto, eles r e p resenê.arn extraídii de um seminário de Jung, não publicado, sobre
o mesrnú as·pecto m a.is profundo do telacfonament.o amo- os sonhos das crianças. A anima é un"'la espécie c;:)e des.ej o (
roso que transce nde a conSciêncià., refaciona,mento.esse ou um sistema de expectativas que o· home-m tem co m
que nessa fase do desenvolvimento se deslocara excessi.. ·- r elação a uma 11-ii.tlhe r, uma fantasia de i·e ladonarnento
vamen te paro.o níve] sexua.l concre to. Com.o.ressalta Jtrng, erótico. S e oxpect-ütivhS c.xtci·nas cç,ino (> desejo sensual r
pode ser tão.errôneo aparentar uma es pirituaHdà de eJc .. · ordinário o u m a q\ünações relacionadas c6m dlnhéfro> (
vado, com o m aneira d e evitar 3 $ obrigas;ões concretas., poder, etc., mis t.ura1n-se a .e le , tudo est.á perdido. Assjm,
quanto dêi><ar ó re lac).9,.l l!l!llQJl.tQ__d~gcuer.at .e.m ..um.nível o reconhecii:nento conscient.e da a.,tl-ima significa o.mar a (
at(tviço-primitiv.o. Esses dois r cpro.sent·a m um .C ila e pm mulher por ela m esm a e pelo bem do amo,·: ,;Quando $Ígo
Caribdo a tfavés dos q uais n pessoa te m q i,te dirigir o pt·ó· (
m~u a.nwi-. ,,,eu ~)lnOr t;e .realiza", S omente pa.1·~ o home m
ptio cmtúnho. Nessa fase, o segundo perigo fora. conste!a· Que Pcr segt.Je a (1,fiinio., etn aten.'ç.ão a e la é (lue é)~ Se to·rna (
do, e é por ÍS$o que o sonho enfat.iza tão fortemente o lado Beatriz. Para .es se hom:Cm ela se torn a uma pont.e para
espíritual. Ant.eriÕrmen te, contudo> o mosmo homem ti• (
a~ esferas tt<Ol$C·e )ldent~is. ":Medltarido, ou segui o cami•
vera um i;onho 11<? q4nJ ele eeye que.aceitar u.-ú objeto de nho do atnot'", como o expt''ê ssou Dante:Mus a anlma tam- I
c-0bi·e .t'edondo, per igoso e importan tê1 ao rcd·o r do· qual .bém é e r1con.t radn iniciahnent.e na ambição dO hornem, e
se rpe ntes estavam enroscádas em Jinhâsondu.! ad.as . N~s- (
entáo ela o enrcdtt na culpa e no erro se cde núo reconhece
Sll fase da sua vida, ele h~via ilegitima m ente desejado conscientemênte $\ta vontadê de poder. Se ·o l1omen.1 é (
afastar-se do Indo físico do problema amo1·oso. Esse obje• incapaz disso, enfim acaba compJ,eta,n~n té if:ioládo em um
to 1·9dondo fez com qtle ele pensasse, no sonho>na coroa de estado de possessão. · (
espi.nh.os de Cris to.) e esté $abfa. que este significava "san- P.odería mos também a plic.a r essa descrição a o l
gue e· lág rimas". E, c.or:n efeito• a t ransferência se1n_p,t e animus, que é'. na verdade, um sisterna de compreensão.
conduz .a uma crucific.oç-ã o, ou Seja, à rttotte dtl pcs$oa, Para o animu$) .o que-conta. é o insight QU a verdade ~
na tua·a! - ou seja, inconscie nte - que ela te1n sido até por mnor à v,ndade e contxa QuaJquer mistura çle se11$u~-
aqni.12 Sorhos o ponto de interseção de fo1·ças contlitante.s. lidade ou vo11tade de podei:. Son\e)lte a mulher que à ma a
(
Primefro, p m·.fl a manifestação da nossa. sombl."a. sob a (Qr... verdade pela próp-ria ve rdade é capai de integrai' o
ma,de ciú me, tenito·r ialidade, pai.xões sexuais , e assim.
p<>r diante; segundo, Pílrá o foto ele que o pa rceiro não é
a ninu,s, e ·e la se tonta en túo, como a ani'f'i'ta,· uma pôllte
para o 'S h m c.sn10, ou seja, p8ra. o COJ)hecimento do Si ..
'
(
como gostaríamos que fosse; e, terceiro, para os conteú- me.sn.10. E quando d uas pessoas que se encontl'.fu).1 en1 um (
dos cio inçonscienoo coletivo, os <1\iais, através da transfé. relncioname.n io tnútl,lô est.ã o 11? camin ho de urp pro~S$o f
274 275 (

(
(
r
( d<..! ind ivídUd\:á<J l'ecfproco,. o tema da c:01uu1u.;tio de um mesn;o tempo Hgón). e sonqwc, c:omo Jung o expressou ,
cns at $Upr apcssoal é t:ons~e)adó. Jung sofient,Q\.~.na cita- 1.u·t1á "p1•esen_ça ·iJ'ncdiata". Assim, J u ng escreveu em suas
( ~:fio Coh1ccida nQ h)íçto que-, no hiero:-;gamos, náo são dois n1omórias que "Os vínculos úmocionais ... ainda contêm
egos quo cst,ão d iante um tio outro, e s~m " todo:,; aqueic::s projeçõe$, é cf qssc ncial ret.ira·r· essa:) projeções o íin.1 de
.cujo coração t.ocC1nt0s' 1• É muito difícil comprc<.mdet es• alcançarmos a nós ,nes'.rtios e a objetividade ... A cogrüçâo
( sa est,ra nha multiplkidade. É como se no ''afêm" existis- objetjv;;i j~i Qcuka tttrás d a atração d o r~lacioru:i.mento
se apenas um único casal divi 11()., S hiva e Shakt.i, que cs- emociona l; ela párece :,er o ségrcdo central. Sornente atra·
túo et.êrnamentc ab.J'HÇados, e o -ser hum.uno cen·eno vês da .c ognição ol~jêt.iva u ve,rdadein~ coniu11.ctlo êp<;,ssf..
participa da <:ohiun,ctio ·dele$ apenas como un) "bõspe .. ver. , :1 E ele cli.sse om oult'o lugar: "N9s nossos 1:elacionn-
de na festH'', como Andreae retrata mn sêu livro The menf.os com o.ut,ro~ homens, à qu estão ctuda.1 t~unpóm é
Chemical 1'/edding, Essa unidade múltipla pode ser ilus• se uni ele'mel'lt'ó: de llgação está expresso no relaciona-
t rada pêlo .s eguin te son ho, tido por· uma jovem . E la havia m entt1''. 14 Esse i nfinito me pai'ece ser o tema do deus e. da
;•····-
perdido. seu amado noivo em um trágico ac.i<lente. Dojs deusa manifestando-se fiOS bastMores.
ãtl·õe~aê·po-is:·'õüi:l:o..·t·~iPãZ, atuaJrnent:e seu marido. apro- 0 J)l'Oblema da unidade l)lril tipla. também me p,;r·ece
ximou ..se dela., e ~Ia gos·t ava bastante dele; mas algo ser ins i'ntradô na -visão taofata cl-iincon do vida apôs a
dentro dela se opunha a que o aceitasse. porqué-elll enca· mofte. Do aépl·do .com çs.sa concepçãQ, a ·a Jmn ·d o fálecick,·
nwa o novo n~lacionomento como uma deslealdade pa.:ro. se d ivide em tuna parte espiri t.ual nrnscuJin.a, que escapa
com. o pi'imeiro M:Oi vo. Não obstante, ficou noiva do se- pa.r a ci'n.H1, e Ol'n uma parte terre na feminina, que mergu-
gundo rap,,z, e e le dO\J·lhe um belo anel. l\Ias e la . foí to- lha na terra.. A tliba.s erHão migi·am, o. primeira para les~
mada por novQ acesso de dúvidâ. Em um sonho qu~ teve te, 'a scgu~_d a par a ·b cste, e· d~li para Cim ·mh,tedoso cen-
,u::~se ponto, o falecido noivo o:pa1·eceu e disse: "lvfa.s fuj tro cósmico> a origen1, ••as í'onte.s oll"u1reJas 1' . Lá: os dois
eu, q ue lhe dei est(! aneJ" (e i ndicou o anel dado pelo se- cclcbrnnl seu cosamcnt.0 1 "a negt·a unii'w,,. como o Seu, hor
gundo noivo). Jsso possibilitou, (1ue- ela aceitasse o novo do Lest.e e .a senhorn do OestC, como o casa1 divino que
relactonamento. toda pessoa falecid a sempre Personifica.
Não aspú"O a reuJmente compl'eendor esse ·sonho, inas Qutmdo um relaciona,.nen.tO se. oprl)xima d e unia vcu·~
me parece que aponta para o n1istél'io do casal ú'nico no dadeir.El profundidade, essa coni1uu:tio 1n.v.ste,ri., un de al-
alén,> em cuja união os muitos ''cujo coração tocamos '' gum modo se ilumina a partir da·esfera i utempora.l e bri-
estão in.cluídos. NQ simbolismo da alquimia, isso'é repre.. lha através de todos os dese,jo$, res istências, projeções e
sentado pel<1 imàgem da d»unada 1nultiplicatio. Quando idéias·que aparecam na superfície. Na maioriâ das ·vezes>
o pedra filosofal é crjada, ela se multiplka mil vézes como só aoontece e1n. certQs 01ornentose.çlesaparece1lo momcmto
se po1: si n1esma, tr1;Ú1sformando e1n ouro todas «.s pedras Seguinte. Nunca sçl'einos C'~paz·e sde compreendê-lo, mas
u metai.s adje.ccntes. Quando esse evento é rea.Jçado nos parece-n1e in1poi'ta11te Çenno.s> v.elo n\enos, uoüí. vaga i~éia
bastidores de .um encontro hllmano, quando o deus 0 a da e,d~~ncip desse n1i!}tério, para qu~> baseadoS em idéias
deusa estão presentes, Sul'ge um senU111ento de eterni• errôneas preconcebidas, não fechemos a -t'Orta paro. o deus
da.de, como se o momento do encontro t~rteno f9ssc. ~o e pa1:a <1 deusa, quando eles q\lisol'em en tl'ar.
276 277
(

(
O tt!nrn do hierosgaou ,:.;. ê , co nHJ Ju ng o e xpress ou er;\ 1l birl,
o ut:ra. ocas ião, o m is tério da ind ív:idu tiç.tio m út ua, ·.•:pm·- " !Md,
11 S ,\nic,r., /),,: Clum:.w () 56 6 ), 11. l:I.
q ue nad a pod e se r concluído s em a m or, l)Orq.lle o ·~tnor 11> ,Jung, "~' &ych olo.t;Y ur th ç ' J'ranef,..nmce", C \'y' 16, pa r. 4 4 0, 1>· 2:J5 . (
nos coloCn em urn estado n1cntal no q1.rnl estamos p rot?tos 11 tm W. Hittc::1 «ir i,:".), l ,du.1,,sJ.r,·eE-11 (Criso da Vida>. Kfot t. Vorlor., St1.1ttiti:1rl .
a ar dl:icm· qualquer coisa sem i'efrear q ualque r cois u im - 1970, p . 61. . (
1'1 (!t .h mu, "l'~y c.hul1,1,'Y ,..ft llc ' ()':i.nsi(.IN!Oe t.'', C W JG, par, 41 0, p. 262. J::SI<-!,

portan te".1::. $on1ente .d esse modo um ~ncon t r o com o Si- é" rQr.1io d(t:; r n 61i fü,:ri çóçi; cnnnd11~ d tt, -rcp1-e.sc 1Haçt,o a,lquf!u \Ca .do c~sf_l i ~af.
rneslno é possível. F.; por is so qt.te J u ng chamava a. figura. P ,Jung, l4'1mpri($, FJn:n m :1, l?~j ,l!<:l1ú11:1, ppAWG-97. {Cf. t rad. brfl S.! M om16,
r i9:;, sonh'tx;; r..•11 fx i,c:", Nn.,,.i1 l-"nm lcira, Rio dé J&n<:ií·o.)
do S i..mesmo q ue ele pii1tou ern I3o lli ngen, Fileinon, "o I< /('li(/.., p . 3 25 , r
1·~ .M. dç $ q r r.1tio, C. (;. ~l ung a,1d llermtrn:1 ll1tz!I.-, Hout le<!gl'! o.nd Kcgan
a.mo rosov.
Pl\t.111 l,qn(tr Ç$~ 19/jq, p . @O. f
O .anseio de no·s tm·narmós completos é o mais fQrté' 1'' Jynf!, M çmori<!$ , V r ;;(t_m $,. J(çjlç<;t 1'.q111, , pp .. :,m :l ,54.

impulso no s er hum.a no, e é o q ue realm en te está ·o culto


a trá$ da pâixâo mais pi·ofund n da tn m s fer ~-n cia . No frnal
da vida, J ung ~dmi ti u:
,...........- ..... Va$:.',ilo ·<lÜ1.Bte ·da: t a ,rofo_. d é ançont.r ar u m.a linguagem c:a ~ (
p:iz. de adequitdarnent~ expressar os ilrcak ulávei$.P(lra ~
doxos do .à mot.. E roa é t.un·)tosm.ogono.s, um cdador e pai- (
mãé de toda .. . c.o nscjônciu ... Aí se e ncontra o rná ior õ n
ib~mor, o mnii, remoto e o ms is próximo, o mal$ olévàdo e
o rnnis baix.<1,.e não podem os discut h· u m· h\do s e m di::cu.- (
t ir o ou tro •.• S ~ ~J.e (o h omem) possuir um grã o de sa b~do·
ria , babará OS; braÇ9s e ct)amará o d cscótthecidQpelo mais.
<lescon h e.c ido, ignotum. per ignotü,s - ou aejt\1 pe]o nomé
d(l O éu $ .1" (

E , certa v~r., étn. tuna êonvc rs·a, ele disse: ''O problo~ \
m ll do amor é tá o difícil q ue a pes ~oa t·e m Cjl\e ficat feliz
(
se, no final da vida, puder d ize,, q11e ni ng uém foi dest ruíd o
por ca us a dela.''. (

NOTAS l
1
C . ú. J uug. Ps,,d1ologü.-ot 1~tl N:$, C\\.' 6, " fflAo"D1eílniÇóel\l.. em '"'p n., k çlio". (
1 1l u o l,{, "Pay,:hology citlhe 1'nmsf,mmoo"', ·c v,: 1G. . ·
., .Junf,:', ca 11a fl Efüíed Kr.il.schníç, 23 do julho dll 198<1, U'!ttl!r f, wl. 1, J>, 170.
' J ung, ca rta!\ 03ka): A. H. $ <:Ju n.iti, ZO d~ w tomb-ro d<: J1.J28, l..t-tfe.rs, vol . f
1, pp• .53 ,64.
~ J tmg. cart.a fl 'Kii.ll1erine C. Dril.?ffl$, 4 d e j u lho de 1931, l..,t:/J({r$, ...,ot. 1, p. ~H.
4
r
Jung, cart3 a Mary Mc)Jrm , 18 d o a br il d o 'l Ml, Wte rQ, , •o i, 1. p . ·2 08.
(
278 279 (
(
A PROJEÇÃO [,\·.e.q ücntemonte - ncs~e <.: aso l"r~ud t! Jung c.:stâo
( Se.u ·i·e laciona 1nento con1 a doença de a<:Qfdo -) a.$ pn~jcçõcs cont.êm falsa..s t a ractc.•ri 2açôt~S
e co1n o a 111adu reciln ento psíquico não p roce-ssaçlµs Ol'iundas d{l primefra in(â ncia . Filhos
oll fHhas quu vivenciaram o pai c:on.10 rJUtoritárfo (quer
eJc <...f<!t.ivütnento o t<,m ha sido ou n {i()) a)Jt'éBentu-m a t~ndên-
c.ia dE! p.rojctn,r sobre todas as autoridades pate(·1Hl.S -
corno ltm professor, um pnstc)1·, t.) lll rnédico, um chQfc, o
Estado e nié. mesmo ,a imagem de 0!;:'lus - a propriedade

.negpthl'a <•outoritária'1 e d~ teagir diante delas de mane i-
ra correspondentc mento d~fensiva . Aquilo que é projct..a-
do, contudo, qua.n do examfnado mais de pcrt.o, não é d e
DEFINIÇÃO DE PROJEÇÃO rnodo nenhum aper1as tun!l ü.n.agen1 d a lem.bnmça do pai,
ma$ repi-esonta a tendéncia autorítá.rifi do próp1·io filho.-
A.psicologia profunda de Sígrl\und l'reud e a de C. G, r)\t fí) h a . Ihc-OJ'l~ei~ntemente, .e l~s s e comportam d e. 1hà-
Jung têm. ep1 comum o uso da express·ãO projeçãv, 1na-s nein\ op1·essiva· sem o perCebor, mas- ·estáq convencidos
cada um de les a· u.t,i1fa1t com significf!,do difercnto. Na vi·· de que cstão .consta.n.Cernente encont.l'ando liranos no
são de F reud, a projeção ocone qu~nd.o un1a pe$Soa neu- mt.,m do exte.rÍor: 'b asta que a lguém com quem. estejam se
róUca so Jiv,·a de urn conllito emocional, deslocClndo-o paxa rCladon'ando dê mostras dé ~-l.t to,-afj r m{tç.ão ou de alt,ru ..
outhl. col?a como o objeto de ül.tençúo. Uma· moQa, por- ma quç11idp;de dornlnadora para ,q ue 1,JSºn:t iss9· co»w un,
eXe.1nplo, tran$fon,) sim Qes.ejo i~ccstuoso (le do)·mfr com_ ganCho. Essas,<}~l'Ojaç(>êS, (JUé se baseiam nas prjmcífas
o i"t~: piu-tl u,rt)n fi(:{Ul'a paterna, c:Omo um nrédico ou ,Pai>:.
experiências da infância do pai o (]a mãe,. são p~'l·ti.cu)o.r-
tor. Na VÍ$â<> de Ju.n g, ·contudo, esta é qpenas uma entro n1entc obstinBdas. Qs médicos, por exemplo, s empre têm
lt>.uitas possibilidadcs. ,De aeó.r do con1 ele, todos os êón- ·. (Jue lidar com Ulli co·mplexo paterno po$ltivo ou negativo
Un'td.os ps{qui'cos dos quai.s :aindt,1·não t.emos c.onsciênda en1 setts Pnci~Jltes. ,\ s )):)~dicas, por out.ro lad9, prc·cist1nt
a.Parecem de 1,tmfl forma projetada como i,uposta.s proprie .. lidar côin J)t·oj eçõos da i magem m.atern,,. Os assistentes
dudes de objetos extethos. A J)rojé.ç.ão, a pai'tfr clbs$e pon-. sociais, os Professores e os psicQter (.l]>eutas vivenciam dia-
to do vista, é um deslocamento que Oêor1·e d ~ um a m a·nei- riameúto esse jogo de projeções. Não são apenas nossas
ra. não intencional e i nconsc'iente, ou .scja 1 sem · ser propriedades negativas que são projetadns (embora ~-s so
percebido, de ur1:1, conteúdo psíqui<:o subj'e tivo pàrâ u m óCorra coro )riais ft:eqüênci.a, visto que é menos provável
objeto extern'o. 1 Nesse processo, o inconsciente do pessoa re<;on,h ecer mos 110~$ a ~ proprieQaçles hegativaS do que as
qué Íâi;: a projeção, via de reg,.·a, não escolho simpl estnen- · posíti-i:ra·s');"tiS' p·rojiriêüaêléis pOsíti\1as q.u e perma uecêJn
t~ qµalquer objeto ao acaso, e sim aquele que contém a l- inconscieútes tambén) podem ser projétadas. Is so gera o
gumas, Ol.l Q.té muitas, das Caractet'Ístka$ d.a p1·oprieda- amor sob a fornla de un.1a fasci n ação h:r eali.sta e intoxica-
de projetada, Jung f1Jla de u,n "gancho" no objeto no qual da que dei,ca de percebe, completamente a r~alida<le do
·a pessoa que faz a projc~~o a •f)E!.r idura coll].o. \J.Dl casnco. parceirO.
..
280 281
(

A PROJEÇAO COMO DIS'l'ÚHBIO DBAJUSl'A:'v!ENTO cien tificos obj etivos. Por esse n'lotivo, .devemos ter tnuito (
',,. cuid~do a o apJicannos o conceito da pl'ojeção.
É ossoncia lmcnlé im possível d C!t.e·n ninar, de t.udO'que (
Sem cimos, pensa mos e perccbe n'W.'J com ,·elação aos Óbjc.
tos e pessoas exte rnos, o que. cst.á 1(00j e ti vamcnt.e" aqui e A I DBN'f,I FICAÇÃO AHCtuCA
o q ue não está. A pa rtir do ponto de vista o rie nlaJ, todo o
m undo exterior é em ú l t.itna anülis~ ntàya, um mundo do Na verdade> hoje estamos apenas·começando a d es-
proJe.s:ões fabJ'icadas pela nossá encr1:,'lâ.vital inconscie n- per tar com relaçil.o a esse problema . .A partir d o ponto de-
te (shahti). A ciência ocidental está com.eçnndo ·a perce- vís.ta hiStóricç,, na. condição ·original,. o m undo interno e o
ber cada vez m ais q ue é absolutamente incapaz de com·-·· e·x terno n ão e ram fottetitentc distj.nguldos, ou seja, o s u..
preondér a rôali<lade "cm s i m~$mu.., qonsegtJ lndo apenas jeito e o obje to identificavum -se e m grande parte u m com
desenvoJvel' n10Uolos m ~ntais d ela. NesSe sefitido, o mun~ ni
o o ut.ro. ~Ju châ111a isso de iden tidade arcaica. A .c onsciên-
do todo é efetivarnente urna projeção. Mas, no n ível prá- (
cia primitiva, como a d as crianças, 1,•ive inicia.h-nen te em
t.içQ..d,a.:v.ida_.~o.t idiana,, .~.. iµeJ hór falarmos d e projeção '>O· um fh,1 xo de evento$ no qual os e\:<.H1tios d o nmbiente. e os
rnenLe depois que a imagem ou julg~1.mento mentn hncnte d<? mundo i n ~rior não s.ã o dis t ing'\tidos, ou são apenas
represen tado de uma pessoa com 1·0Jo.ç.âo a un1 objeto do {
indistint.ame n te ctist.inguido$. 2 Esse também ó o nosso
-munr).o exterl<>t p·e rturbar seu ajtts tament.o d e m a neira estado 11o rtnàl, que $Ó é interl'omp'ido d e tetnpo$ em tem- (
Clt\ra e nftida, E ste é tlm s inal de t{ue a pessoa ém ques· . po$ .q uando nosso.ego consciente re flete. Também nó nos-.
tão dever ia- refletir e perceber .quê aquilo que' t~o confu- " 60 caso, a ·c oo.tinuidnde da con.sçi.ência do ego é bast81100
(
samen te a fascin.a externo.mente, seja ele fortna pos itiva r e1ativa . Quem. por m<emplo, chega ·a refletir a respeito (_
ou negativo, encontl'éH:>e dent·r ô dela . Na vidn dó dia-a- de s e a Ü'o&ge m que teth do cônju,ge ó ~xata, a não ser que
dia, o diat(trbio geraJmeute se m (lnifésta coroo u m afeto :sej il força d o a isso por alguin d istúrbio no telaciona.m en· (
o:xcessivan1ehte intens0 1 comçi uma ·e'úlóÇáo exagerada to? B0sicamcmte1 ãinda e.s tarnos Jiga:dos a.o nossQ mribien• (
(amor, ódio, entus iasmo, fana t.isrn.o, etc.), ou conto uma t,e po1: todo um siStema d e projeções; tom, efeito, as proje·
ilusão ou falsa afirmação regula1·1nen te pe1·cebida por çõ~s $erV~Jn até corno Utllu verd~deira · ponte entre o ('
OlLt,ras pessoas e que n ão é suscetível de s in)ple8mente in_div'íd\t0,'o.n1unclo exte rior~ ~s out1~a.s.pessoas. As pro,
ser cor rigida. co.r:rio um e.rro co.111u111. fi.1as que ó u,m ateto 1
j eções ger.a n1 o jog o da s impa~a e antipatia inconscier:t·
"exces-si va:men te inicnso11-? Os itaHanos, por exemplQ, cul· t.es, da participa~ão ou n\jeiçâo, a través do qual toda no$- (
tivam íntencionalme:n te ãs émoçócs dramáticas. Os in- sa vida é moldada . Sa111elite q uat~do nossa eneq:in
gleses e os budistas l'l)primem até mesmo a afetividade (
psí!,'.luica por a lgum motivo so r etfrtt. dessas t'.lrôjeções, por
que parece no1·n1.a l aos outros . Qut;)m deve .d ecidir.o qlle é exen:rplo;. quando no.s so a1nor se transforma e:ln rejeição (
exagerado e o q.ue não(/? No n osso caso, o qµe geraln1en·
te d ecide isso nn p rática é o cha 111a,lo bom senso. No en-
ou llO$Sô ódio começa·· ~ µ·a i-ecer absurdo ·a té ·pnr-a '" nós
mesm.os - somente f.1.esse ponto é chegada. a hora > e a
e
tanto, em última análise, trata-se de um problema de oportunidade de r<1flexão se. apr-e.sen ta, para que 'nós re· ('
avaliação, para o qua l, nté a.gora. não existem cr~térios conheçamos a até então inconsciei)te projeção. (
282
283 (

e
1~ de cl·ucütl ifnportóncia a:( não pe nsann os metamen. toso h <1bít.o dt! Prestar atençú9 aos noss os sonhos, ver e-
te q u e enganam os a nós m esmos e, si m, procurarnfos, mos que- freqüc n temonte sonhamos com ess.es oponen-
at.é cncont.r nr, dt.-? for nia muito conct-oto e em fu nç:áo d e tes. IS$0 nos dá ú Qina l: ".A lguma coisa.a respeito desse·
seus.efeitos p ráticos,. o e lcmeolo q ue ttté.nqu i nos fasci- oponente repousa dentro de mim". At n<l(l que apenas Q U·
nav·o no m q n(lQ y~t.eri9r. Por cxcmplô, odfrut 1os algué.m t .r tlS peSsbás ost<!j.um proj étando1 é difíçil n áo nos çfeixar-
r
por-q qe me n te. Não bas1,a p~nsn r mos: ·" Também. J·n jnto à s mos .arrastar p<)!a s ituação. co·mo os·nfeti,$ e as emoções
vczosn; em v(?t dü,so, tern os que notar ((\ l ê '' m:s:;as oca .. !iilo extrcmame:-nte cót'ltªgian t(?&, é p reciso uma t,rernen ..
s iôe8, eu nieqt.i cxat.ometll.,ê no mesmo estilo q ue o éfetes- da coragem para n ã o perdcrnro:,; o ·equi líbrio n.ns situa·
tâvõl senhor X!" Quando admitimo$ a lgo de~se tipo , não çõas d e grupo, como todo moderador d e grupo ou líder d e
a pe 1ias *'acadetnicament,c"' e ~int de ·uma forma ve.-dado i- dis cuss ão e m grupo sabe muito bem.
ra:, gorahn.eúte 't.<:mos u m choque que. traz consigo uma
m udança positiva na nossa personalidade, um movime n -
to ~m dii'eç,áo ao mnadul'echncnto. O teconhecime-n to d e O RELACIONAl'vfENT.O. EN:rllE.A.PROJ.E ÇÁO ·· ·-··
pn~jeç<)es negativas, cozno no exemplo acima, gera. a difo- EADOENÇA
r·e:ncí(lção n1oraJ> pois c ntãd n pe.sso~ em q_ucstúo preci:sa
lidar c.o rn seu p2·onl()1na da mentira. O r e·c onhecimen(;o ,O emissor
d e projeções posit ivas geralmen te signifi~A on.tras 1·espon• Em t~d o p·t'oce6so .d.e p r.o jeção· existe um e m i'ssot, ou
sa.Oilidades para nós : e m ve~ de adm irar irrestritmn:ente seja, a quele q;tro projeta algo sobr e alg-ué1!1, e \tm recep-
o Sr. X !)Qr sua inteligência, terei as-or.;1 que t ra b a l har un) tor, aquelec SQW1'E!'1fi:.rern a lgo é projet.~do. E interessan te
p:o ~co nuús meu p.róprio C('fr~hrof 01,l en1 vez de ·sem p l'e 61J$ê1,-var que ambôs aparecem co.m o dois fªt.óre.s aJta,then-
e,q,perar e m v:ão que Qutras Pessoas· fora de mim s ~jam t(:) importantes .,..úl h i$tória da m ediciÔ.a. O en vio é ·e nçon ..
simf)áticas comigoJ torei que. aprender a exp2·e$isar l)'Utis trAdo lltt êonct;pção d ifundida onf.re os pQvi)s na~tvoS cóm
t
ca.lor emociona l para comigo rncsmo. compreensíveJ que
o maioúa.das pessoas não estejn·d isposta a r eco:n hecer
r elação a p rojé teis de dóença, uma flecha mágic11 ou al•
gum. outro n1íssil 1 gerahnente pontudo, que faz: coin que a
suas pl'pjeções. pessoa que ele atinge fique d oen te .3 U m dous, cl<>mônio
À m anifestação inafs gdta nte das projoç9e~ se dá nas ou uma pessoa má lanç.o :;obl'C a.s pes s oas essa~."pontas"
rígid~$ convicções políticas - os "isn1os"-e n as tei:irias mágicas. A <>xtr ll.ção do projéti l faz com qúe ·a vítima fi.
apaixon admne-ílt~ defendidas, como icléias.pientíiicas pre• que curada. N o A11tigo Tostailiento·, o próprio D eus lança.
concebidas. Tão Jogo a tolel·ância e, o humm· d esa.pare~ essas flechas (J6 6,4-): "Levo. cri\ vadas em mil,p, as flo•
cem, podemos supor q-ue as prOjoções entr a r:am e·m cena. chas do Todo-poderoso, e o meu espírito bebe o veneno
Qua ndo notamos q u.e.. iui;'Uém está r eagindo com uma delas; os terror12s de Deua $8 en,fiJeirain contra mim". Ou.
afetiviclade exa.geradffel'l'l 01na d iscussão e começa a ce- ex istem forçE.1S d emoníâcas invisfvc-is (Salmo 91): ''Não
der à ten taç~o de desacreditar séu, oponeu te. existe moti- f;e1nex:âs o terror da noite, nem. a f'leclia que voa do dia,
vo para su·s peit.annos de que a pessoa está projetando nom a e plde1nia que ca lt1inha nas u·evas, nem à peste
alg'q·nç. opone1.1te ou na teoria deJe. Se tive rmos o provei~ que d evasta ao m eio·dia" : Entre as pessoas comuns, ge-
2$4 28õ
i
(
ralmcn(e 6 .n culllnia nHtkfosu que é vivenda.da conJ.o es.. lssb t.orns. o indivíd'uo ;lp.i;\t.ico, depressivo o u suscetível
sas fleclu,s. {Cf. Jerem.ias 9,3.8; Sa lmo 64;4.) Poderfom(I:; (
de ser dominado peli,s outras pessoas.
ta~1b6m not.ar o ·rc'f:lcionament.o da p-a1a \'ra alemã
Kra,ilt.hcit, que signifiCâ "doeilçn''. ra: k,râ1i lien:, que signifi- O receptor
ca "feri1· ~mocionalmcnc.e". Ainda fo i.amos h(Jje de "for- (
O indivíduo sobre quem ou tra pc-.ssoa faz·uma t,wojc-
Pas" e· "c.mn~htários agudos". Na f ndia, a palovrâ salyq
ção,taml~ém é afc.t ado - na v)~áo primitiva, eJc é atingi-
Significa "ponta de flec ha». "e.S.pin hd' ou ''Ja..sca", e sobre
do pQt· t.nna flecha. Se o r ~céptor tiver uma c.o nscifrnc\A do
o médico que renrove á~ flechas do corpo das pessoas doen~
ego fraca (c9mo as criança$, por exemplo), será faci lme n-
tes; se d-iz quê ele atua "como um juiz que fe m ove o
êspinho da injustiça de u"r'Ü julgámentd'. O espinhó é ob-
c.e inOuen ciado e levado a agir de acordo com o que foi <
próje_tado sobre ele. Na vjsáopr.i mitiva, significa que ele
vi&mcnte olgo corno tun matl afoto qu,e criou um~ an.1 bi-
.está possuído, Nós nos sentim.o.s con)p~lidos a 1)os relacio·
güidAde· 1egal. Os ps iquiatras e os p sicólogos sabem que
nt-1rmos com a paíxão de ou txa pessoa por nós, ou faze• (
as fo rmas pontudas ou aguçç1.das noa des~n hos.e pintu -
mos i"nvoluntariameilJe ;to ·ind-ivíduo· a coisa má q ue. ek'!
.,...,-.. ..- .... ras dos. pacientes t·ep.r esentam impuls<JS destru tivos. (
está esper a ndo d e nós baseado na sua pi·ojeêáo. As cdat)-
/,. vrojefáo positiVa também é uma forma de flecha, e
ças fr.eqüenten1enteagen.1 de acordo con1 o lado iT1.conscien· (
é por: isso que, por exemplo , o deus Amor e o deus hindu
te d.a son1bra dos pais - a qu ilo <Jue está oculto nelas e
do an10r, Kama) carregn.rn.a rcos e flechf,1$. Buda descre: (
n ão é ·c on.sci~nt.emante pcrcebfdo. Isso e.xpHca O$ conheci•
veu Odesejo ele amor como ''urna flecha que cnva b1:ut8.l·
mente a curne11• (los fenôt:nenos de filht>~ de pais 001n cóm p.o rtà.Itlento Cxe1n· r
pla r pl·atica.rem coisas p.H rticularmên.te iuás. Como diz o
ó fato de os dou~es e os domõntos enviarem com n1a,is provérbio: ''Os filhos· do pastor e a vaca ·d o molCii.·o f·ara.· 1,
freqüência as ilechas de doença do que <IS pessoas m á~ meute dão em gr·ande coisa').
condiz com as observações dos· psicólogos m o~ernos, $e• r.
gundo os qu ais, as proje~óes não são· 4e-tenn.inadas por .,.
nós, o, shh, aoontec~rrí inCOn.scientemente; ou seja, elas ARE'!'IRAI)A D.A: P ROJEÇÃO
emanam d o,.~ totnplêxos ou arquétipos do i nc~Jtsc.iente. (
(Detnôn ioa = co1nplexos; d euses' -= imagens a~·quetfpjca~.) O. G . Jung distingu ia cinco e.s tágio~ na retirada de
u ma prl>jeção: (
O filósofo grego Demóc rito acreditava que a atmosfe-
ra estava rep leta d e eldola (Imagens) ou dianoetileai pha.n - i. I\ s jtu~1ção inicià l é a idc,ntili~ação a.r<:aic.a. Um contcú..
ÜX$Íâi (idéiás imagit\adas), que adejam sobre nós nosso- do psíquico int,erno 6 vivenciado com_pJetame.nto con10
nhos, mas também rios. a fetam duranee o d ia . "Apenas à o oomJ)ól'tamento de uh1 ohjeto ext.er.no; a pessoa·. pó1; (
, exemplo, podêria. acn:dittu- que foi enfeitiçada. _po't· u.in~
mente sutil é ~apaz dê distipgui-las; as pessoas comuns ()édr.tt. . (
confut1dem-nas com os objet-os do mtmd.o ext.erior/'4 2. A pedra en:i,,i;i é d.istinguida·do element.o que fo2 o f«iti-
A projeção dos conteúdos psí9uicos não percebidc:,s ço, e e~te-ú.Jtimo é d~scrito oomo um ···espfrito" mui exis, (
teilt,e na pcdi-â.
conscientemente provoca no emissor a "perda da alma'',
,um.a da,s !loeilças mais te~n.id~s .ent.J:'e o.s povos n,ativos.. 3. É feito .urnju.(gamento corno relação ao espírito ser bQni e
ou mau.
G
286
287 (

(
4. O t!Sp1 nto c1 dccJarhdCl uma ilusá,,.
5 . .A. pcsson ·r~Y. n pel.'i,.ri.mta: "0 que podcd$:I t.er p rovoc<.afo
uss,1 ilusão?", o a r c.conh~ci:-, 1)iiu cunJo .u tgo <!Xt.tin!;(~·
canwnte r<:~ 1. e sfm co1nú unur rca lidndc p$i qujc:;1 h Hor·
•Ht, 1.• tenta Mslrnihí-bt.
T 1
de grandeza}. É ma.is sc-nsalo corn p recndor f:?SSe$ ~muteü·
dos .o r.q uct.ípicos Como fqrças coleti vas psiquic~me ntc
reais , com' a S Quals não podem as nos iden tificar, mas çl.$
,~uais düvê illúS tentftr tol·na )· favoní.veis. reJacio nando~nos
cuiilados amentc com elas (atos de respeito, ofe.1·ec:imen -
1', fuitO$ problemas na h istól'ia compo.l·.rttjvit elas 1·eH 8
to, discurs() :: pt eceJ. A.pnd.ii· desse p-0.n to de vi::$ta 1 as vá -
giões e na fonnaçào de h i p61:<:tSe$ aca<lêm icns po'dom ser rias t·e Jigiõea do mundo foram .e s ão sistemns ps i.cot.ê-
esclarecidos ao veth1os as coisas con10 fofo m otdenadas rapêLLt.icos qt,1c pôs.sibilil:.f):m à$ p_eS$O~S $e re la.c ionarem
ne$Ses estágios:5 a ident.H1cação arcaica, o ani1;1ismo 1 a cmü e$s$s fotç.ns psíquicas d e uma fo rma prqjetada côh1
avaliação mm·ol d o~deu-ses de u ma cu ltut·A{como no caso r elo.tiva impunid ade. E ssa é a base ·e ssencia l da ligação
dos gregos ant,igos), o 1;3sclarecimcnto1 o reconhod rnel).l:o en tre a re ligião o a med"icina. ·
de lll'l,1.~ tenlidade psíquica.
, As pe$soa.s pa:reêem experimertt,',lr foríe teSi~tênCj a
con:tn\ qualquer progresso derttto desses cinco estág io:,,
-.l ... ___ ........... ....
.,
·A:S <:;ONSEqüÉNCl AS
maS especialmente contra o progresso no 1\kimo, o quin· Apesar d a: t·esi·stên oll;1 acima mendonada, parece
to e.stágio. I~so se base.i a n o fato d e que. q1.mlquer -rct h·11- eme ri il· no homem uma tendência em direção ao desen-
c~a de uma projeção põe um~· carga sobro a pe$$08. q ue volvimen to ...,,
de ,,.,
um O.$tado d e consciência ciinda mais am ..
. ,., •.. ,,, ,. ... ' º "","... ..,,...,:,,· ·•· " "' " ' . • . . . ' • .
-refie~. .E{c1 nu ¼ti, 1l~ 1.~~f.Jüh ;:;'ê1'"lc} por um,b: parte 9'a sua p lo. o .<ine f LO me$1no ten1po s 1g mfJct:1 um a ezjlan:;ão d~
psique q ue até então ela não enc~nwà como um fordo po1· sua ·esfora psíq"uica ,;,t1·áv és da reUradi, das projeções. E
achaJ· que não fazia pm:t.e dela. O psicotor apeut'a precisa, fác.il p ~rce bc.,r â ifnportâflcia e as conseqü~J) CÜ)S positi vas
portanto, a va liat· cu idadosam en te quanto pode podii: a disso. (~uanto mais a pessoa se conhece e, por conseguin•
u m puciepte ou pm·cefro {luo 1:econh'eça. ACOll.$Ciê:ncia do. te, m eno$ faz proj eçõ·e.s aobre os outJ·os; m a.is podo Sê ro-
ego é=c.o mo mn pescador em U'm bote g'r ande ou J)etjuert-0; lacionHr consigo rl\.e'sm a e com as outra!; pessoi.t s de mn·
c.le sõ pode. acomodo.r certa q uantidade de peixes {os co11- nei.ra objetiva, Seriuína e s ern ilusões. Aí res ide:, em. 1.Utima
t.eúdos do inconscfonte) no barco) c:.\so contrál:"iô este afun .. análise, a distinção entre .a situpatia o.u paixão e o verda ..
' veze-s, .son1os forçados .a pettnitir que o analisando
da, f,i.s d e iro lUllOr, ou entre o ódio e - a r~je ição objetiva 4;\ o d esa-
conti nue a ac.reditorem maus éspíri tos ou etn.pessoas que pego. Todo progresso 1·ealizado na compreen são nu"1tua e
o cst~o p erscgi.ü.ndo, porque o r ecorihecim.e:nto dH qt.le ele na melhor.a çlas r ~Jações entt·~ as pessoas d epende da re ...
tem esse
' d emônio dentro de si literal mente o. matãrin. . ti,r;;ida das projeções. Para que tal p1·çgr e$,$O oc.oi·t~, eon-
lvfas mcsrno as pessoas co1n g1·ande capacidade· d e tt~.cJ.01é precjsci ·p agai· u m J)teço: o cômodo "ca lor bloquca ..
reconhecitnei1to tém."Scus ·Jimites. Os ch a mados collteú.- don ao quH.l podemos n os abandonar deix'â d~ ser possível;
doa àrquetípicos (de.s cdlo$ co,no Deus ou deuses) não a fofoca e o pt·az.eJ· de ter uin acesso d e raiva, com o td un-
podeht ser: assimilàdQs de modo neuh.urn; caso contrát:io fante ''Ben1 q ue eu d.i$::ie para você !" também deixa d e sct·
expandiriam c'Xce$ SÍ\'8meut~ a person alfdade do u mu possível. Por essa.razão, n o minha OJ>ioião sedà até tris:--
maneira equivalente ·a qrna: inílaçãó (presunção, d elí1·ios te se t odt).s as pe$soas se t.ornassem "scmf°?ata.s" e recoJl'he-
288 289
(

(
cessem ~.mas projeções. . .\finai d e contas. o j ogo da lnsun•
satoz diviuà deve cont.inu::n. Mi~s quando .as projeçôes·Je. PROFISSÃO E VOCAÇÃO
vam à morte, a,o assassínio ou a ufn intenso sofri mento, é
aconselhável r e ílctit·. lsso, coi1tudo, é utn ato de tal modo
impopular ~ue ge.ru1 mente fiÓ s e pn-ttica n-0, pté$<.mça de
c)rcunstâ.ncias extrt-f nian)cnte gt'ávos. Hoj õ c m dJa. con-
tudo, o [YrobJema da supcrpopu lação e a a.gto·meraç.ã o. do
i>essoas q ue isso provocou afeti vumonte gerou u rh agu,dO l
estado de necess id~de, o qual, na m inhá opinião, torr1a
absOlutamente- itecessário que consciente.m ente perceba- r
mos m âis a respeito da tlOss_a "'."erdadefrâ natureza em (
vez. de c·o n t inuarn,<?nte sobrecarregarmos 0 $; ouhos. d o Umà di1s questões .m ais difíceis J)O trein n rnento. dQ$
rnanefra infantil, com nossas projeções. /
fu.tm-os anaHsta.s é- a Q!..U!- éoJ1cer ne sua adequabilidade.à
profissão. Mesmq o .Pr<;>gl'O~l~ ..,lll,l/,Í,!;. .!19..l:~.IJge.PJcé. 'lH."...li.<>....____r_
doctique exclusivamente a fornecor oin.di$pen.sável c,o nhe- ('
NOTAS chne.n to, por mais nece~eário q_ue seja~ não pode t.ransnü-
1
cr, C. G. Ju,ng. "Coocçrning tho Ar.:-hc:1,y pe.i1, w.i.th Sp(!cJat Refen:nOO t o tfr às pessoas aquole "11lgo" qoe cria nelas uma emana- (
tllêAnima·Coneept", in CW 9/i, j)p,·IS4·74.
2
(..'f. J \tng, caru,:.; M1tric;i Hi1mondt, lOd~ nlítrçudc J.950, Leuens, vol. 1, 11. S49,
·ç ãó çuq l.Uva. É ·verdade q ue a integ1·idade rnoral e a
{
lÇf. E. H. Aek(!rkoeCht., " PrimitiV<> Modid1,ic :,nd ê l11tuN Pallern.., Nulktin necessidade de aju.da,t·..são ind ispen.sáveis 1 m as -s ozinh.a s
of_tlic Uis4QryQ{,\·fol:'dru; 12, «11)ril de 19 ·12, e-"N<1tun,1 D)se&e<M and lWtional
'1'1:1t:1trn1mtit:1 P rirní<ive /l.fodicin.i1c''. Bull-etil'I o(Ow Hisl<>ryo/,\ftdü::ln~ ~9, mtlfü' )'Ião ~ã,o capazes de prodl,!z il· o re.s ul.t ado em quesMo. De (
d ê 1946. . acordo cotn minha e·x periência 1 todo aquele. q ue clcdicou
" A. Oiels, Die Frog111e11.u:d~w \t)r,sokrori.l:t r (Fr.~grmµ1trni doo J~1'6, <Wé1-átiQC>$) .. longo tempo etn su,1;t. ant'ílise âó reconhecimento c·o nscien- (
6" cd.:, l'.serlim, 19 õ,2, vo). 2, p. 102.
~ Uma d i,; çuss.llo minuc-fo:iu ó c noontrnda em M11ri1.1-~uise \•Ori Fr:m~, to de $eus problemas tornou•se utrao1\te para à'S pessoas (
Pr()j-l!att9n (fnd Re-collec/io11 i,i ,lrtt11]i<m PJJJc/1ofoJIY: Rc/'l<Wtil.ill.$1>(lhe SQul, J.;,1;1 guc o cqrça n1. E las se.ntem que ele possui a lgo que as
Sal!~, lU. 11 L<>nd1•0: D1>eA-C,1urt PubJishi ng Co., 198 5. CCf. tfod. btM..: Rc/!~IJ$ 1
c!u <Jl m(I, Cultr ix, São Paulo.) · atrai. E las comeÇ;;i.m .o: apresentar seus sonhos e proble-
mas para ele for a ao ambiente profissi'onal. Não obs tante~ (
pal'ece-me que nem m esm() isso é sempre prova su.ficien ..
te da adequabilidacle da pessoa. 'l'alvei e-la tenha outras
obrigações partfoula.res t\ cun1prir para .as quais ela teu\ '
l
U-tt\a maior vocação d o . que passa~· adim1te o estado de
consciência r~laiivamente m ajs . elevado que a lcançou. ('.
Lembro.me de uma m.ulher que estava nessn situaçti;Q.
Ernbora oa pré.. r equisi tos U.eceasários tivessem sido pl.'O· e
enchidos, seus sonhos não pareciam apoiar a possibilida-
de de ela se dedicar ao trabalho analítico. Somente de-
290
e
291 (
(
r

r
pois que seus dois'filhos sa iram d e clum é que t)ta tú\;é o
segui nte soll'ho: "Urt1t1 voz m e dizia ql,le agon, eu podia
cor)st,rufr uma piscina públic1;1 no pátio da minha casa e
trabalhar a li como p i$cinefra". Obviamontc s·ib,"nificava
l que o teYC: l'lH noite antoriot· à $Uú primeiru ses ~.i).o de
mu\J.ise. Um pouco m a is cedo, na mesma noltc, eloe$tive-
ra mêditand<.'l a rêspei to de o que e fel..iyt1.I'nentc enun uma
intcrpre t.àçiio ~'Rdeql1ado" dq *iQnh~ e a o ná lisb n() senlido
q.uc agor(t eh1 podia tornt1.r pos s ível pura os out.rOS ·nt!.~r· jung1:iiano . .Ele sonhou cntúo o s eg1,1 into:
gulhare m n as águas do inconscie nte e garont.ir que eles
idam apr-ender u nadar nessas água,~ sem afundar. J~h~ E{:;t..ou scn t..pdo em uma p1·t\va retangular e ~b<.wt~ em uma
se 1..on10u u ma prendada. anufista, É evidente que antes valha cidade. Um~oycm, vesti1ido .apd'n.íls cajça~, ~C!lta~sé
di~nte de mim de pctntJ:;, çru_zadas. Sc.u tronco ó Jo·r t~.ç
disso s u a farníli~ precisavn. d emo)$ dú1a, o que não p-O.S$i· êhefo de vil.à lidade·. O sol hfllhà. .o.travé:, do $el,1 c;abelo lóu ·
bilít&Va que ela pudesse des pender s ua enetgia com ter· 1 ro. EI~ conta aeus sônho&. (H) !'à mim e quer que eu os fo.
ce1ros. t.c.n·prctc pat'a eJç. ps sonh os sAo çom(! um:a <!spécic de tú-·
Um prob len1a difícil se apresenta pelos 1)-ossíveis es. tido que ele c st<2nde diante de- m-im 1 enqüanto os riilrrà.
tagiário$ Qlte são possuídos pelo arqtlétipo da c1,.u:r1.. ~\. ima- 1 Cada vez que, reluta um i,onhç,, uma f)édnl c,ri do c;é u e
. ..i.,.•. . ·~t-et:ta o.sonlio.".foso·faz-com qltc o sonho sa déspedace .
gem arquetípica d o curador está r eJadonada com a do QUarido a panho os pcda.ço~ com a mão, fica claro q.ue são
puer ãeternu.s, o filho•deu,s ,criativo ela G)'ande t1'àe. Nú· feitos dê pão. Q1,1ando os pedaços dú sonho se .solt.a m, re•
mero corisMetávoJ de jovens que t'~n.1 um complexo lYJu- velam ·umQ cey;trütura. íntci'' iúr que l~mbl·:u.una e.seu lturo.
terno Um1 a tendência de se identificar cotn·esse ar:quéti .. ab~t-rata modern.:i.. A cada sonho q;ue é nanado, -0u1..ra po-
J>O. Eles costumam m flnifestru· uma quoli<láde "ma ternal" drn c{cl.i sobre ele, o ~ffssim 1.1ma parte cada Vú2 )naior da
estrut.u ra básjc-0 1 que. é fc i.t.o de porca.s e pan\fuàos c:01n
com. relação a rodos q~te são indef~sOs ou sofrQdorê$, e pont os dC soldá, coincçfl a ~parocor. Eu dígo ao j ovem. que
fl:eqüentementc também têm um don1 pata o ensioo.. 1 A isso moso·a comQ expor o s ignificado dQ1,101 sonho - pon..
partirdes.sé ponto de·vista, oJe.s $Qt·i$.1u adequados à pro.· tô (.lúr p9nto. Nesse Ponlo, Slir"ge a Ídéín de qu(! a intcrpn1-
fissão de anaHsta; nó êf'lta,nto, por causo da :,ua identifi .. tà~ií.o dOrs~onho:s ó·n a rte de aaOer o quejogm• forã"é o que
c~çáo coin o arquétipo, es.s es joven$ sofrexn de tuna b\Oà· retel\ que tamb~m é ~l maneir<\ oomo as coisas são nn·vida.
ção. Nesses casos, é p1·oveit,0So e01npeJi ..Jos a empreender A cena do st.m h9 entf1<;, n.\uda. O jovom e .eue.atam.os flgora
se1~tados de frente uni para o ou t ro, à mal'g-Orn de um rio.
um -s ério es.t-udo, talvez até estudos l'lâ área da·medfoinà, hn·gú e ma1·1wilhosat'().(rnt.e b<do. E le · túndil está me OOn·
p,o rqne a pessoa qµe está inOada não gosta de trabalhar; tando ::;eus sonhos, mas a. é$.t ru.tul'a cons tru'fda pei1o$ so·
ela acha que já sabe. tudo m~lhur e mais profundàmente. nhos assumiu uma forh11;1. diferente. EJcs não formtim um~
do que os 011tl'os. Um t rabalho. árduo, portanto, aliado pll'4rnide coiriposta de porcas e parafusos, e aim uma pi~
aos hecêssários escla,recünentos ati'avé$ da. análise, c·on,, râm.i da c.'ónstitµída.de milhm·es d.e peq~lenos quadi·a.dos e
h:H.nf:,YLtlos. É corno um quadro cubista de 81·0,rue, ;:;endq
freqüêOcia tOt'lHlll'l possível superar a inhafáO. É impor· porém t.rifüm.onsiona l o vivo. As cot·es e âH nuanç.afS dos
t<lnt.e para essas 1,e.ssoas comprce_n der que·é o conscie11te pequenos quadi·~dos e triângulos estilo cohstaote·mente
gil.e , cm (lltima. auálise, causa e dirige o processo da <mta, se modifiça11do. Expliquei que é o.s,;encial à pessoa tnitn·
e q'1J:e o .a nalist.a ó apenf1$ aQ!.l ele que ajuda e apóia o pro- ter o equilíbrio de toda ~ composição, sémpre opondo ime,
cesso_, o não seu auto1:. Go$tari~ de iiustrar o q\le acabo di11tamo,1t.e ti t,JJtla mudança d~eor um~ modificação eom-
J)er'tsatóda do outro lado. E:,sa questão elo equili~_a·ãr ii:~
de dizer através do sonho vocacion:.il dQ um_jovem colega, cqres é incrivolménte <.:om.ple:<a, porquê- todo o objeto é
2,92
293
tridüncms ional e tJ~Lii en1 co ns Làntcfmov imento, ÕJhC;!i en-
tão pnrn o alto da pil'âmid<?c d.o s~nho. Não há. nad~ lit.
Esse ô, na vcrdi:tdc,· o ú nico pon.to em que toda a ostn.tturn
T co11tudo, levtir·tios e>·1·01wtune11te a penso.e que a anúli$,.t:
não requer um esforço <ln parte do ego. Sabemos, o. ~art.11:·.-
(

i.c RglutJna., nrn~ nosso ponto existe um e$paço vaiio. Quan· d~l experiência, que a análise envolve.um trabalho..arduo'
dô <)U\o para de, conieçfl 11 in:adiar \lma l uz. brl! .nca. e requer muílo conhecím.e nt.o. Bs.se s9hho., que.t1pre$enta
Uma vez mais a Cl!nn do sonho mvda. A pirã.11lídc penna. o trabalho como mero acontecimento, importa e m uma
noce, m:15 agora é feita de matel'fol focal solidíficacJo. O
topo nlnda itràdia, De rapento coinproendo qu~ é como se com_pel1saçâ9, poi$ meu Col~gt\, em sua ·n 1minaçtto que (

o cume hwis'ívo1sq t-0rn1J:::.s.cvisfveJ através do éxc.:rcmonto precedeu ·o sonho, levou set1 ego e o papel do terapeuta
(
sólido, e, inversamente, -o cxcrem~nto também t.ot")rn-s.e excassivamento o sério. A..~ p acient.es que ria vida réal Jh.e
vish•el nLrav~s do topo. Ji:xa.m ino profundamente o havi,àm s ido designadas, duas mu~]1crcsjovcns, não apa• .. (
c:..-cn;:mento e· percebo que estou oiha.ndo. parn a mão de t·oce m i10 s<:mho; ênl vez di880~ o ·pacierite. o "aofredoi"'", é
Deu$, 'E~1 ui:n momontQ de ilumin11ção> compreendo por f
que o pico é jnyisfvéJ: é a faco de D~us. l ima fi.gu r~ intern:a. no meu coJeg~ um pei:Jaço dQ seu $i·
Majs uma vez o .!;;onh.o muda. A Ora. von Franz e eu niesmo.
estamos caminhândo ao longo do riô. Ela diz, -z·indo: '"Tu. O sonho mostre) qoe a pai-te pttoctpal do desenyolvi-
nho sess~nfa e um anos, não dezesseis, m·a s ús algarismos· ....m'C-11to 1nterior,-Uo ·analista-C.. algo puramente e nti-e seu (
de aml;ios os númo1vs ~oma.m sete'\ ~go e o Si-mesn10 (ou, etn urna linguagem ~tnt,iq~u~a_, a (
Aco.1·~0 aQryptaménte, com o .ser:i.,sação de que algi..t~n.t ba• imagem de·Dous denti·o dele). O sonho também ~1gn if1c»
t.eta com fotça na p<H'ta. Para meu ~spa.nto, ci apartam.eh· r
to.e-stá complétamentc qu.ieto e vaúo. clara1nénte q'ue, para meu colega, é impórtante pé.r ceb(ên'
á "ma·o do D eus» qve 'g-overtu't o d estino, humano, em -vez. (
Na !inguag-em dos povqs prinütivos, esse é um "g1.•an· de querer ''fazer alguri1a coisa'' e)e mesmo. -
de" sonho ou, na ·linguagem de Jung, l.tm so~1h,A nrq'ue. Toda verdade psicológica pode ser, e at<\ deve ser,
típico, que. eu.cerra un1. sigTtificado suprap-essoal, un.iver-.. revet·tida: nenhum ailulista deveria de.i:xar de ter u m s6•
sal. Comojá o inter pretei ~m "A auto-1;enlização tÚ't terapia Jido fundo d l:.! conhecimento, o mais aUrangeflte poSsívêl. C.
individual de O. G: Jung", que conreça na pá,gina I, reco· FreqUentemehté 1 ten1 sido salientado que Os psícPJogos (
me.ndo·ao 1eítor qtie t eleia e$sa discus$ão. NO .a tual con· que não·possuetn tt-eina.1nent.o ·m édico facilmente- não se
texto, o imPottante é o.penas o foto de que- nO sonho o (
dão conta dos estados psicossomáticos. Embora eu seja a
in.OOnscien,te vem à tona como ponto pt"i"ncipaJ do trata-
favor dos ·psicólogos que não poss..ucm esse tr<!hlOJJ"Hmto, (
n1ento. quQ ~ ·m ão de Deus é vista no ''hum.a no. demasia· gostaria de en(aUzar esse ponto·. E de indubitávél impor•
datnente h,u.rnano", e q ue o.trabalho no de8envolvime-nto r
táncia qu" o analista que não é médico aprenda in totum.
pessoal cont~n\1a. Esse parece ser o aspeçto c:a·ucia] n.este
caso. . a aintomatologi,~ das doenças psicoSsomáUc.as~ Jjar·a Qlle (
seja capai de encamihhiu· ilO n1édico os pacientes que
Esse grande son.ho leva meu jovem colega pata bem (
precisan1 de tratamento c línico. Mas também exis tem
longe de seus !:emores e responde às suas·petguntas COltí
outras áreas coin relação às quais um conhe-Ci1nento com-
uma filosofia de vida, no centro da qual reside a questão pleto m e pinéce indispét).$~\.vel. Lembro-me aqui de um.
<
da auto-realização. Toda a situ11ção é apresentada cmno
e.s tudante ,nexicano que e$tava em sua a:nálise de trei· !
um acontecimento que ilumina meu.colo.ga. ]sso não deve,
namento. Eu tinha a sensação de que na verdade náo' o
294
.295 (
(
,-
( comprcond ln, ê ele lamhén'I paeecia i ncn pui de ente ndei· d e CóJ1.l<tt~. O tft~.di<:o iaml)Cl1l LC.ll) t1Htll\.lt1i S ~JUO podê C'l)U•
o que t:!U tinha a diior , A causa·de: ~udo .isso e l ·O cornplcfa- su ltar rrn:1'a ó bt.cr p6·r men<JnJ$ :;ob~·é m edic:.nm cmtos e s in•
1nentc mis1,c::n-jo~a pora mjm 1 po is ·ou gostava mu ito dele. t.-vmC1$. Na análiseJunguian~\, o co11hc-Cimcm(,o dtt mit,olú- ·
Ble e-ntão me trou xe o seguinte sonho: .g ia é s ig n it'ic~t tivan1c n-tci mni s imp ol'ta n te d o que n ~
f~lt! ,·i li. nt1 bifu r<:ttçiu> cJos goJhos <li, urn:,t â'r\'On.' u mn grau. análfo0 das outras escoJas. E s tas ~endm~ntc fu ndnrQen·
do pcd rn obs itfütnu·. Quando cfo avãuçóu na d ireção doh1, ·tam s u a abor dagem etn u 111~ t-e orU1 ()q. sonho~ existentes,
á pe<.fr8 pulou da ..irv~t'(H.' c<imcçou. €1 segui-lo. (D.Jc s<int.iu ijúe d.e s.d c o início sugbre certas interprê.taçÔO$, Na a.bo1·-
<1uc c lti. et·i\ mu ito pe)·igú.sivQua rido fuh'la. e le d e'p;.tr·9U dag e m j'ung'l.liantt existe o pri ncfpio d e que tqçlo so~lho
com aj~ll\$ lrnl-wlhadote!S q uo h ~viat'l\ ~avado no chão um
' bu1·aco 1'eL1m~-..llar. Ela~ indictH·am a ulc, por m42ii~ ele al ·
exptéSSa a lg o ainda dcsCônhecid~. ai({') novo.p a ra o pacHm-
nais, (fna ef~ devci·ià e ntrar no. .burac:9 e ficar· ünch·c1 no te. Enquanto o ai1:a)ista está lidando com a ~ in~~gens
m.oio dol.c. Quando ele fez isso, à pedra ôb~id ia nQ que o oniric'as d Q inconsd ontc pessoal, um cuidadoso 1·egis;t r·o
Sét:,'Uia, foi fica ndú cada vez tném.u· e, Gnotrhén t.e, deüou~so tias associaçõos d o pacie n i:.é freqüent~mente-sáo s uficiof'I ..
aos pés dele como um püqu~~~.9.J~~J~.9...çl,Qm.çl:iJ.kildQ,. ........... ...... t.es. l\1ás no c;!aS!) da$ in,agen s 11rquetíp icas, as pesSo~s
Quando ouvj es.s e s on ho , exclam:e i: ''Qunl a sua reltl·
a
amióde têm rnuito J)OllCO d.izer ~oba fOrma d (t u m a ns-
$0CiaQãO. N ~s~ caso~ó nccossádo_ procurar.um material
ção OOl ll o deus 'fe~icatJipoca?" Ele então d e$abafou. D .í s- mitológico objetivtunen t~ compa rável.
oe-m e qu e e.nl t rês.. quartos asteca.. Ele não havia meneio ... E ni bora osscf probleina diga principahnente résp.e ito
n a4o o fa to na sua ana1nnese, porquo no México, ao que
pat·ecc, o ))l'CConccito racia l a inda p):edon\ina. De rc.pen•
I ao tre ina m.ent.o irif;.Clectu~l e uo c.i:mh.ecimo n to dó fu turo
anali$ta, não dev'emos nos ~S!lu cCer do senthnento, ·-OU
te, eu o co1nprcond{. I.n terionuente, s om teJ· consci~n.çia seJa, d o coraçii.o. Por Jnai::; i ri teH.g ente que Uln anali~ta
disso, ele vivh-. na tradição espirit ual dos nst~cas, tnâS in sensível possa sel·, nu.n ca vi nenh uma pessoa desse t ipo
havia. negado isso dentro dê s i m esmo. Oom eâ.se son.ho> curar ,Úguém! E o "con,9ão" não pode ser instilaclo,A pes-
sua individuação teve início bem c-0wo sua cf·üttividade soa que não' o·po.Ssui_. na minha .opinião, 6 a .níenos ade,
inte.Je~t.uaL 'ThtzcatlÍpoca, a. ~upre m a divindade asteca, guada para ·e ssa profis são. N ão obstante( ex:isto1n aqu~-
t o1'n O\t-:Se s eu gu1·\1 ln.teriqr 1~n imaginação ativa. les que realUienté Uhn setithnento e e.opa.cidade-de senti1·
l\.:fas ·o q ue teria a~on tecido a essa aná li.s e, $.é e u não compa ixão, mas não ousam expressá-lo. Esses indivíduos
soubesse que a. obsidi~t,a era um símbolo d o deus 'Í'e· p9de1n seJ· ajudados, a través de treinamento, a se torna-
tzcat.-lipoca? É claro que u1n (ln~lista e."tperie~t.c não pode rem bo ns a nniistas.
conhecer todos os temas m itológicos existentes, que mon- Com efeito, idealmente falando, o analista pr.e cisa
tam a conte.nas d e 1ni1ll.ttre,s. P or conseguinte, é impor- tet treiíu-1.clo a$ q u'rti.rq funções d.o C:Oll$CÍ~ncia, Precisa da
.taJlte ~ducar.() 4oalista e.m perspectiva para que ele não funçáo sensação, p orque tem que ser realista e capaz de
interprete os sonhos ele m a neixa prêcipitadtl é , sim_, que ver os fatos i11ten10s e ext.en1os pan1. podet f u~1ciona1.\
cont.inua1nente se d õ 1;10 trabalho d e J)rocur ar informa- Nunca deveria acontocer (on1bora oujá o tenh a testemu..-
ções na literatura especialfaadn dos s ímbolos, e, além dis• nhàdo).que o anali•ta 11ão sailia nada a respeito dq situa-
so, precisa ser treinHdo par-a ·saber onde procurar: Alinal ç.ã o financeirâ d9 paçi:1:1nt.e, o:u n'ã<;i Rcrceb~ qt.J,~ ~s~ não
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oat.ú se alimêntan<lo b em. A in tuíçáo, é claro. també:rn ê
Apuleio, <1ue vivia a serviço d_a deusa i.sls ~on~u \Uh
jndi:;pensáveJ, por<iue .sem e la~ jn1p(>ssív(:l:I comprt?ender Ju:ztochos (in ternado volutttário),:' o que a voca\~ao s1gn1fi-
a função prosp.c c.~t.fvo ê pt·ognóstica dos son ho$, bem c;:.o mo
.cava naque les dias. ',': . . (
adivinhar todas as coisa::. quo o tmaJisando deixou de con - O sace,-doté-curador da. ú ltima. fase da An\1gtr1dade
târ, o, que Ç, gerafme}lte, pu-rticult)rmonte importarite,
é uma variante arquctípíca.do tipo de curandeiro o u xamã
E doro que é quase inl))OSs íveJ, Sob o aspecto práti- cn:eonet·ado no num.do irrt~}ro. Para ele, a vocaçúo conti·
co, que todos os analistas ~ejam tão pexfeitos e completos nua a encorra.'r o significado odginal da palavra : u-m cha-
a ponto de terem assimilado (t::i quatro funções do consciên- mado dos deuses ou dos espíritos .p ara que ele se torne
cia. l''rCqüentcmonto p2·ecisamosficar Satisfeito:s em tOJ'nàr curador. Os xamãs (bem ç0mo muitos dos curnndeiro::;c e
o futuro ana li$ta con$cie nOO de quais são suas fu nções curifodeiras de outr os povos) ·p assmn por um ·pe ríodo cs•
não desenvolvidas., para que elé-conhe~a suas ·fraquezas
e fique Htento a elas é, nós casos dci incerteza, qu a·n do 1'
p~cffico de tre(Ííamento e dese,wolvimento: Sii.o chama- {
dos por· espíri tos do .cJã ou p9r outros espfn tos, froqüan• ·
houver rnotivo para suspei tar de que algo na anúliso náo lernent.e cont.ra. a vontade deles. "Antes que o xamã sê
está indo bem, pm·a quo ele se- co,z1sülte.-co?.n .um"colegfü .. ......... ...... apresente, a a lma da pe.s soa d.e stinada a essn função é
Os p.rob.le.tl'u:ts do conhecimento e do deSenvÕlvitnen· tornada por espfri t.os e arrastada para o mundo subterrâ·
to da$ fun.ções dn consc.iênci"a e$tão re}acionados com o neo ou o mundo $U periôr".' Aa t>hnas dos futuros xamãs
(
ostado de normalidade do fut uro terape,,ta, com o seu são. entâ·o co]o-c~das em ninhos de diférantes nívci$ nos
ajustamento ao mundo e?'tcrfor ~ à sociedOde. l\,[a.g a pa- galhos de u ma g1,·ande á1·vore, sêndo gerâhnente incubt\- '(
Ja.vr~ uoc~ção está rela?ionada c-0rn a lgo o.inda. mais pro· das e criadas por umn·m ãe-do reino animal sob a: forrna
fundo e tlS,.<;éncinJ - a Hgagão com Deus ou. Com O.l:i deu- de \Ul) corvo ou out,r o pássaro, ou por um alce ou voado (
sos, ou séja., com as forças que $e man ifestam dent.-o da
a lado etc. E5sa 1nãe de> reino·en1Jnnl é o·altérégó uo·x'imtá,
psique. Se examitiar mo·s isso de umã m aneira ·h istOrica (
seu duplo, seu espírito protetor e seu prindP,io vital. As
ve1·e·m os que na Idade Jvfédia ni\o era particularmente a'
vezes, éla d~vo1·a e) >ramã e o dá à luz novamente, ou en•
pessoa '<normal" q ue era cotl.Sideradi\ conto tendo vocação
tão o choca enquanto ele está no ovo, Alén1 ~i"sso, n inicia-
para 8er um benfeitor ·di, psique ou da alma (embora .e le ção xru.nanfstjca ge-r ahnente ta1nbên1 consiste, com o sa• (
també1n tives$e que ser. i-el.ativamen t~ 11ormal), e .sirp o
be.mos, na mutilação do cand idato e da S\.lfl i·eduçúo a (
padre;..<)U então as pessoas ptocuravam ajuda no túruuJo esq ueleto. f¾te últi.tl'lo representa a · s u bstância bá.sic.a
dos mártires ou dos saritos, imaginando qne a influência i1nperccível a part ir da qu al o xamã r.~Hlovã.do. pode ser (
sobr enatural da personalidade <fole~ talvez ct~rass.e aque-
ret:on:séitujdo. Nem sempr e o novo xamá está no eontl·oJe l
les que tinham distúl'bios psicológfoos. Se l'ecuartnos.rnais da sua novn forma·' às vez-
na ~is.~ria) a cisão especificai:oente cris.tã e1itr e religião . e $, ele a encontr a apenas nos
mome ntos cru eia.is, durante a iniciação O\t na hora da (
e 1ned1cn)a nos vem à ·monte. Se :recuarmos ainda n\ais,
1norte, mas é através desse aJte1·ego interiot" qu~ ele n'!a-
chogamos à figura do lllédico-sacer dote, qué ti·abalhava, lí:ta &uas curas.•
por exemplo, nos lugares consagrados a Asclépio (C6s
A partir <lo ponto de vi/;tn da psicologia profunda atual,
Epidauro e ou tros).2 A pre.ndémos, pôr. é xernplo, co1~
e ssa eXperiência xamanística importa· etn s9frer u.tná
(
298
:z!i~ (
invtt$ãO do inconséiE:.'nl.e ccHetivo e ter êxito ao Jidar com
ola. Quando li. anális(;! de tt·einnrnento do fut.u.ro a naHst.ã ';
pcrm.oqcce p resa (1 d isc\,lssilo d e problemas p~ssoais, d e·
o.cordo com mi nha experiência essa pessoa nunca setor~
1 portuv.~ co1rio idiota''. tu Depois, encont rou seo espírito
ouxiHodor~que 1l1e perguntou : "Po:r qu(! vod! está se com ~
portando des~á m a neira? Você JrâO nos co nhece? Sej a um
xamã. 0t;:!penda d ci nós~·~cus utcJ~a (antepassad os= espí-
na , m._1 i::; tarde, um a ntl li,$:tu eficaz . Somente quando ex- ritos a uxilia res]. Você concorda?'' Ele conscnt.iu , subme..
porimcnta o jnfinito na sua vldH, com o Jung o fot·rr1ulo u, teu-se aos rll:0$ de i niciação e ·começou a a.8 Jr Có!Ilo um
é: q1,.1e ~l vida. ew.:ontr-0 signiticaçlo. Caso coolrário, efa s e xmná; ~·onde 'q uer quó v á , elp. cura e faz ~ bem'+.~ estri-
pei"de em s uperfida.Jidades.1> Poderfatnos ail\c;la acr escen- tamehtc proibidp agir como xamá e11quunUJ o períôdo d .;:.
tat· que .essa r>essoa $Ó podc1·á oferece•· aos ou tt-os a lgo i n iciação náõ tei:n'lina e-o iniciado não está curn.clo da sua
superlicial: bons conselhos. inter pretações intelectuais doença iniciatór,, ia.!t ·
t·ocotnendações bem ititencionadas voltndâs à norm a.li~ 'l\tdo que d issemos aqui s o.bre o xam J)nismo d os p o ~
zação. É impor tante que o .o r\ ulis~a v iva interiormente tio v.o s cir<;um1:iola te$ se apiíco, d e,. m àneira surpreenden te,
que-é essonc1aJ, pol'quo assirn,8Je pode condu'zfr ó anali- à pt·oblc1úática vocacional d~s terapeutas atuais.. A p.0$•
iilte·i:n·o-ae1e·:.
.,, . .sâ'i1ao··aa ..eer:itt:o· ~·e1.to xamã disse adequa. soa que não tentia tido aeéS$Q à ~r p·r of11:ndezas do mcons..-
d a tnente a u m pedaço d e made-ira que ele querja t rans - cié nte, e.v isto ali "a natul'eza·de todos os espíritos da doen-
fornr~r e m ta m.bor: "Liberta tua tnent.e da contenda e d a r ça:", dificilmente pode possu h· ttlllEI em patia l'e •l e
discórdia; la ris:o; tu te t.ran$formarás eln tarnbor,,, 7 su.ficier,te. com re1a.ção a O gl:'ave sofrime nto psíquico d os
O s símboJos do esp (dto animal-mãe, do tambol', da 1 seus se.m·e llHl.ntes. Elà s ó os t.n;tta1:á de í)çordo cnm as r e-
~ r...,o·r e e de rnuít~::, oubos1 o m táo·ghlnde núm(n·o que é g:i:-a.s. sem,jam!l.i.& ~0r ·Ç.Q.Pa.1. de sent.ir empatía por eles, e
:m rpos:J:ível d e.sct~vê· los toclos, são, sob o aspecto Qa psi.. este é (reciüenten'i ente··o foto r-thave p çlra os pacientes,
coJogi.a julll,'ttiana, slmbolQ$ ·r.lo Si-m e8mo. Na tradição Além disso, ,aquele que começa prematuramente a -agir
xama.nlstica, () futtJt;o cut·ador n üQ apenas preçi$a t er-so• co1no xamã'. antes de haver s uperado sua <loen.ça ini-
frido un1a hwasãodo inconsciente coletJvof coroo t.aml;>órn tiaCórin, é uma vfaõo ·e xtre mamcnte'fali1i1iar. Moitos jo-
ter ch~gad? ao seu núcleo, ao que Jung ·ch amaVa d e Si· vous entusias tas queren1 começar a tiaLfll' as p_esSoas
m ~-~1:r10. Estt a~hametate; cotn freqüôn.c ia o S i-m esmo p ti- desde os primeiros djas da $ Ua nnálise d e treinamento,
mcu·o .confron.t.,;1 a (:>eSS?,a de mat1eira hostil, como algo antes de terem cons eg1.lido.lidar con1 os próprios pl'Oble-
e~plo_s1 vo que podqtu.~ àte pi·ovocar p. loucura.6 Os 'l\mg us mas e os (~onteúdos dó seu inconsciente. Ao fazei~ isso,. en1
s1bcrlam,s tênl consciência disso. Eles diz.e m até que ai)~ pdrticip(,tion mystique con); u m pacje nt:~1 eles geralmen ..
tes de . a pessoa se tornar &antã, precisa se}· n1olcst-ada te âca b mn no setor cego deste último. Q res ultado d isso é
polos espfritos durante alguns a nos . 'I'r~ta.-se d as ~.lmas uma folie à deax e nilo uma cura; ou então o pactent,:, é
~é falecidos xom!í.S qu<1 fazem c om que da tenha delftios . i n teliget\,te o suficiente pm·n detc·c tar que ·es se suposto
F r eqü~11t.ernente eles .s ão (lqi,eloi, que a ·mutilam du\'an, "médico'~nã o est-á pisando em terreno lnuito firme. ((Aque-
te a iniciaçã(?. !) le cara está mais deprimido do que eu\ disse-me cor ta
Certo Bm·yae, por exemplo, ficou doen t" duránto vez um ~nalisando que estava servindo de "cobaia" pa1:a
qu inze onos . E le corria nu, a. esmo, no inve rno, e "se com- 1.;ún "c~1i·a~.o r" .ni~da.ó ãó plenament.e (lésenvol vi<lo.
300 301
'Jb.m sido aJinnado que os >camâs e cu randeiros têm o caminho cm direção ao q1..H) ele é em seu vet·cladefro sêr.
muita coisa ~m comum.com as pess<:>as mentahnen~e doen- Na Hngt.1Agem jun1:.T\.lit.1ri{l, significt1 que ele se torna
tes, ou pelo menos com aquel os que são psicoJogica~ individuado, unia, persori8.lidade sólida que. n ão é tnttis
mente inst ~véi&, mas E liado S.$lientou , por exemp lo, que llnl futebol de afetos intcl'nos e projeçõés ou de tendê n·
os esquimós conseguem tfis t.inguir clararilent:e uma doença c ia s e modismos externo:;; da sociedade.
"xamanís ricá" de ·um caso comum de distúrbio mental. 12 No contexto etnológico, contudo, o curador també m
NO decurso da doença iniciatóris, xamal1ist.ica. o iniciado tem uma sombra e~pecifica, ou seja, OS$a vocação tam..
consegue 9ncont:.rar a própria cura, (J que é precisamente r
bém poss ui u m ·c ontra-a.spe<:to sombrio. Tratn_-se da figu.-
o · que a pesso4 comum que sofre de doe nça mental n.ão t',fl do x.ntnã ·ou curandeiro d em.o níaco. A forma mais ~u- (
Con_s cgue fazer. Além disso, os .xamãs São os indivíduos perfi'ciaJ disso é o terapeuta· ·que é go,.'orr1ndó J:'.lor um
criativos, os poetas e os m·tistas, das suaa corilunfda(les. complexo de p oder. É e vidente <1ue nessa profissão,. na.
Iss.o ttaz· à baila un-H1 questão que também é importante qual o individuo é·se u próprio senhor e amo,. e na qual as (
para os terapeutas de hoje - o chiste popular está bas- 1
outras pessoas freqüentemente $e ngarrarn $ ele de ma...
t:ante familiai·faado com a figura do psiq1.tiatr.a.q,ue..élou, ....
c0. 13 Oo1n relação n i.sso, gosta:,:ia de me·associar à pers-
.J. . . . . . .
~,n efra ingênua e iofantU • .o abuso do podei- roprésent~, (

1 enorme tontação. Põ:r exe1nplo, o anatiSta pode se ver tcn- (


pectiva dos esquim.6~: a pessoa que <:onsegue ç~tn \ r a si , tado a assu mÜ' o papel dó ·pai ou do sábio, aquelo que
mesm·a não ô a pessoa doente e, síiu., aquelá caJ)~t de 1 sabe o que est-á certo. Por mais t ep\igrtánte que isso seja,
ajtidar os outro~, pois essa pes.3 oa estf\ intacta em. Se,1,l n ú- n,Ao é; na m in h a opinião, o mais perigoso. vjsto que esses
cieo mais. intimo e possui a força do ego, dois pré~requis i~ tel'apeutas s ão de modo getal devidamehte im.portunn-
tos indisJ>énsáveis à profissão de terapeuta. Ela sofre sua ·(lo_,, por paciente::; ig.uahüente pOssu íçloS pelo· podêrJ ·ou {
doen~ inici.ntó.ria não por cau::::a de urna fraque20,.e sim. punidos através do fato de .q ue eles ieude1n a· reunir a.o (
a ·firn de se familfo.rfa{lr co.m ''todos os tipos de doenças", 1·edo.r de s i u1n tedioso j a rdim•de~infância. de pacientes
para. saber a partir da sua éxJ)eriêncja.o que signit1cttm a q ue os atormentam com ex.ig~ncias.
possessão, a d0pressão. a di$~OCÜ\Ç"âo esqÚfaóide, e assim O curador udemoníacoH é a lgo errt escala maior, algo
por diante. (
mais p,el'igos o. OsYakuts, por B"-'.elnplo. aéreditam qw no
'l'ampôuco -s eu desmembramento iuidat(?rio é e.s.. rt1omento-da init:inçi-ão, o xãmá tem a f!S<:ol ho. de ser ini·
quizofrenia. Do acordo com (l <:lescrii,ão m itológica, -trata- c iado pelos espfritos da ('fonte da dest:n.iição e da n\01te11
se de uma redução ao esqueleto. !1,fns o que isso $ignifica ou pelos esp(rii:os "da cura e da s!\lvãçâo". 14 O q·u c (í con-
se~un d'o os povos Q\lé cri a r-a nl ·e sses 11.1.itOs é Q fuso neste caso é que aquele iniciado pelos espíritos do
in\le$trutível, o eterno no sér humano, a também aquHo mal tombém pode ser considerado um grande xomã. 15 \1.lns
que é 1>erpetuado através da continuidade elas gerações. para que esse ilrdfvfduo Se toh1e xamã. muitas pessoas (
·Transportado para a linguagem atual, significa que o ini- (freqüe ntemente do seu clã ) tem :gue mone.l",'" llil pa·s so (
ciado passa pol' uma ''ánáJise" no Séntido ele.uma dissolu- que o clã de um xamã do lado da luz lloresce. n Pot- cons.é -
ção de toda.s as suas características não auténticas - pol' guinte. o pritneiro t i po de xamã. é c-lfamado de ºsangi\i- (
·exemplo: convencionais ou infan.t is-, a fim de 'COOQ':J,istai· nário". A partir de um ponto de vis~ psicológico, os xamã'i (
302 º$03 (
(
<lo mal sao u,1t1<c~le:; que·enc:rmt:r·a ,·am o aecss o ao incons- Hcílot.indo sobre os pontos npr esen tados até agora :
dcnt.e t.~ su mostraram sufi~entement.e fot'te.$ para não vemos que~ profissão do ana lis l u filz cxigã.n c.ias e m i nen•
sorern derrubados por ele, !nas que, por assim dizor, in- t.em~n l.é aha s, exigên.ti:?ls esSo.s <.1ue dil1c.ilnxcn.tc ali..-uém
tencionalmente se rendam a.0s impulsos sombrios d o in- é capai. de sat.isfazct' inte iramente. Graças ao_s céus os
conscicut.c. povos nat..ivos também t.êni: con~ciência de que não ·s ão
,Jung d cscrevotJ o ''demoníaco", G,UQ ~a.mbéin ·podal'ia apenas os gtondes xtut1â$, 1nas também os .xnm.ãs·sec.un·
ser chamado dt? ''magia. negra ", nos- $ei,11.1íntes tcl'mos. 1t-1 clários e menos imt>.ortantes que podem curar ns pessoas.
Enqua.nto a ''magi,). bl'anca" se esforça pan'.! êxpulsar d ç A g,·m1deia, du a· impurtân.cia (\.e um xamã deptmde da
inconsciente a$ forças da desol·d·e m, "a magia negta exal- freqüe ncia e da profu ndidade com qu~ .éle p.@.l}ehoú no
ta os impulso::, dest.niUvo.s como a única verdade váli- in consciénte e, de Qnanto sofrimento ele suportou para
da em oposiç:ão à orde1ll ató então prevalecente, nlérn de fozer ia~o. É pot' isso qucJ na minluropinião, o q ue é abso.
aplicá-los a serviço d.ó indivíduo e.rn ve;.,, de a serviço lu.t amente n ecossál"io não é uos torna rmos um grande
de toda a comunidade. 0$ lnejo·s uti~izadQs para. js:so são curador e, sim, conhece.t·mos nossos limites. Porq~e pode
......,icle'i as, imagens e Oxpressões primjt,ivas, fascinadõ\·as O(l acontecer - é 1:1ão ·e& tilo n '.l ro a:ssim - q\tO -um pacie nte
assu.stad<>.1·as, incompreenf;J veis para o entendimento nor~ cr.éSi:a' m~is do que nós, Ou seja, avcmco m ai~ no p1·ocósso
mal. J)alavras ·ostrar1has", e assim pOr diante. "O d emo- interfor do que t\ôs já. a·v ançaf'hos.
níaco .. . se bas eia. uo fato de que existem forças incons- A tendência h.1s tinliva do a n a.lista é então tentar t)'a·
cientes de negação ':l'. dest.ruiçáo,. e de que t> mal é real.'• A zoro.p~ciento de volta. pn.t8..'i)àix."ó> de uma forma re'dutiva,
p es~oa que exerce. essas forças de 1n.a.tria i1egra e:~tá gé· J)àt"à seu nível de con~dência. É som<!nte quando- está
raJmente possuída pol' um conteúdo inconsciente. Jung COJlScie1)te de sens Limites ·q ue ele pode evifar esse p~rigo
meuéio1là aí o exemplo de Hitler comei um salvador nega- e não ·rebaixar o elemento si·gt1ifiêati.vo e. crescent.~ nos
tivo ou um·de$tnlidor. Na esfera d'ª t.radiç.ão,:e.omn,níst.ica, oufros atJ·a,,.és de um estilo de inte rpretação "Úa.da mai.s
são conhecidos perigosos·xarnõs desse ti(>o, do1< quo.i s todo do quê". Qtiando o a nalista pet·manece couscieute dos seus
mundo Cern medo. Mil·ce.o. Eliade fornece rrntitos exenr- lim ites, ele pode ã:s vézes até tnesm o aJudat· um paciente
plos da artogância dos xa.mãs, que froqüentemento é que esteja alén·1 d e le, sendo sinc~ro e content_a ndO~se· om
yjsta. con10 a verdodeira fonte. do mal e como a. c,ç1usa do ·c01)tt'ibuü· estrita.mente coh1 a·ajuda de qu'e. ~ capaz, dei-
atual estado deteriorado <lo xamauisÕto. 19 Na minha opi- xando o resto pcw .conta do J)9Cieote-. Ele d eve admitir seus
n.iiio, essa n rt'ogância também existe enfro os terapeutas ponto$ fracos .e, invcrtendo ·as posições, pedir a compre-
moder:nos, e os que são marcados pm· ela são~ ç:rcio eu., ensão do p edeltLe. Nesse ponto, o processo d eixa de se.r
mais perigosos do que aque'Jes com .treinametrto profis.. un1 "t.ratamento'', t.ornan4o·se- um relacion~unento q ue
si.onal inadequado. [inagino que não haja nenhum p toce, envolvê um· mút~m dar q l'<?cebe·t-, 1$st>;-'é ·e).aJ"ô', deve ser
dirnent<,> otganizacional ou racional pai:a m.a.nte1· esses levado em conta na questão financeira n a análise.
indivíduo, fora da profissão da análi~e. Só podemos es• Um problema eSpecial na p1·ofissiio da ánáliSe é a
perar que o públiC".o tenba d iscenllrnel\to suficiente para criativid.>de. Sem sombra de dúv.ida, os melhoros a,1alis-
evitá- los. tas são aquel~s que, ao lado da profissão} estáQ envolvi•
304 305
dos em a l1:,'\1rna lttivídade criativa . Não é l, toa que, na.~ " lbrd . p . •li$. .
sociedades primitfv:as, os curandci·ros São também. de fi" Jltt'lf;, M r,mori,·s, Orroms, Ue/1edloft,'J, p. 32.$. <C(, trnd. br1,s.: ,l,-lem&r((1S,
.... ,;o.';hQS. r~fle..:íie:t, No\·<1 t'rooleirA, Rfo d(' Ja1.ldro.>
modo geral, os poetas, pintores e arüstas do seu povo. Os ' Fricdrich i' Budruas, S'<.'h<:,1umw1g1::<1<-·l11clr ti:n, p. $(1
e1etnéntos cr,iativos e curo.t.ivos estão mutt.o próximos. ''O t Ver J u ng, ·1·i,.:o Phil.os-0phlC!tl 'f'rc~", in CW 13. , '
O8f Friedrith I.! Hmlru~fs, $duwu:1~<-·1•Jtc$clâd,:,m , Pll · 2.12. 13.
ímpeto do caos ascendente'', explica Jung, "procuf'a no .. i<) lbid., ~). 209.
vps idéiâ.s simb61iç.as que abarcarão o e xpressarão n{to 11 /bi<f. , p, J59, · ..., ,. ,
1t Ve,r Mircõfl F;llad .:, Slfo11(<WÚ;1i1.· Ar<'l((m.• 1ocJ11ilqm•,,·ofE<-·1Jta,;y, dollmsc..n (
apenas a ordem anttnior como também os conteúdos es- s,~ri(::'.I Prin<:cõr,,n Univorsi~y P 1•(fs'&. P r in~etoil, JOG.;, pp. 23s.1$,
sencial::;: <la desordem. Essa,s idéias teriam um e feito má.
gico, mon.tendo enfeitiçadas as foi·çás destrutivas ç)a de·
" 1.1 &tai:;: ou mcttos ,x,.rn(MH\ :.o{:'Uinto p iadt1.: Qual a d,ifür-e,~çtl. e:Urê li ,w;a:1011.
m(mto.linent ~ J;>Orhirbnda e p psiquintra'f R~apo,sta: O p&lqurn.<ra to10 a du,v~ '
do con:;ulióno, ..
sordetn, como foi o caso no cristianismo e~õm todas as ·· ..,. Fri.9dri<:h o Oudruss., Seham(l1ll!fllfl!6chielue11, p. 171.
oi1t:ras reJig:i.óes''. 2º u; Cf. ibid,, p, 158.

O qilo Jung está d izendo aí, com. 1·élação no nlvel co-


·• ,&id:.. lõ-1. e. • :·

letivo em t,,:eral, também se .n-pJica ta.nto a grupoS meno ..


"lbid.. pp, USO, 141. · , , l ,
111 Jung, ettrta « H{!r<it.Scha.,.schud1, 1~ Jê !ictcmt11;0 de 1952, ú:tl~r ~4 vo , 2, r
' pp. 81·82.
res qu_;i_n !QJJOJ.11diyú:l\!.O-..t.m ..t.9_çl9_,,_Jl_&.c.Pn4.>xtos. perman<á- J '" E liadê, SJu:l!~«ni,tm, p. 12. (
ce a questão de eneon trm· no mais profundo de nós a 1'> Jo~)i;, Ú!lt<-•n;, V.OI. 2, p . {U.

inOuência orde-nadora. d.o S i.. mesmo e exprossá-Ja nossfm- 1


bo)os, na art.e, na$ n9sSas ações. Se além de dar a,.s con ..
aultas, b analista não es.tiver t,:rabalha11.do tambón, em
(
sua tarefo, como sa1ientou Jung, ele se torna escravo da
rotina e, com o tempo, tor na-se um anali,sta·insípido. Pude J (
.observai· <jtle nesta difícil profissão certo azedume. e des-
('
prezo· pe1os nossos semelhantes tendo a se insin.uar cm
ll..ós. É ·s o.lnente trnbalhando. contJnuamente em nossa 1
t.or efa criativa inte1~ior ql.le pod~mos evi tar e.S$8 deterio-
ração. E não basta termos sentido um.a única vei o cha. • (
mudo da voco.ção;·o diteito de _p raticarmo$ es.ta profíss&o
precisu Ser r epetidamente conquistado dentro de nós.
' (

NOTAS (
1
Ver JUl'll{, ,;~:Syçhol-Ogical A.<1p<ic;t:.e oqh-e MoUic;:J Arch!"typc", ç1;nCW 9,•1. (
2
Ver C.A . .',foi<.:r, Dei'Tl'lmm ()b; Mrtdfrfo (0 ror,l:o cõmo n:11,.Wi<>). Dalmcm
Verlag, Elos.led~l.1.1, S uíça, l.9$q. (
11 Cf. C. Pr<.:\1~.ech~n. J.li>nchtum. umJ 8-er apUlmlt (O nmn(J,stici.s,~'ii> !! o ,:u..ltq
dq Serdpl'.'J), Gic~n. 19-03; / XJ()'$ir1i.
~ Citad-0 n;n A. Fl'fodrich o L, O. Budr~ . Sch-0.r,•1cintt11çeçchf-<:ht(!r: O.U$ e
Slburien (Hl1;(6ri.cu dos xr.m6,!J ~iberfor.,H), Mu.13iqt1(', 1955, p, 45.
l
306 307

l
" (
(
( A PSICOLOGIA EM GRUPO ser don-:iest.'icados pela fm·~a. E n tl'etanto, quandn r~10.js
efetivA,1nente civHi7.ado $(? torna o homem, n'l(tiS ílexfvcis
$ê t.ornam S;\l t !!; regras sociais de corrt()ortament.o o, em
vêz do um contraste l)l'Bto -e-branco, cnconCn)mos.u m es•
pect.ro 'tnulticoJoridô de nuun.ças .d ~ comportomBnto.
Gustave lo B·on e Sigmund Ft~ud Presumi.ram que Q
massa rept·êsenhl a forma OJ·igtnal do re locionamellto
h urnàno (Urhorde), l'tHlS isso se i'evelot1 errado> pois, mes-
nl~ nas sÜçied.ades mais primitivas que conhecemos hcde,
e-ncontramo·s g rupQs sociais belt\ ordenados; n a ni@ioda
A literatura sociÔlógica .atlla.J geral mente-estabelece das-ve1.es> as gl·andes fanHlias e -os clãs pãrecern formar a
uma di.stinção ent.re: (1} grupo, i.e., um conjunto de pes- base .da ordem social, e, p·m · <;onsegi.tii1t.o 1 os socjó)ogl)S
pa·odpi iadame-nte conduínun que ú$··i-nteres~es· do Jin6s"'··..
s oas ci,ue estão i·elacionadas entJ·e. si intelectuaJme nto Oll
r\cl'I nível :lo SfZ:!1!.:n~a:!~t';) ~ (~In que cada urnn des.(!inpehha basichmen}t Y.~ti~.em, P,i:fm~.i.n?..1 .~~ª.~!.~~~;e s. dos interes-
ses,do ~'êu". \ Essas teon;as deú:ani.de foi'a o problema de
d~termina.do pupeJ; ( i) rnultidâo, i.e .• u111 ~juntál'llento
aleatório de pessoas; o (3) m.a ssa1 i.e., u11u\·grand.e m,ul~i -
~·r,,co,isciente, tanto no ·nível péssoo.l quaJito 1w crj/~~iuo,
aof'rcndo. portanto, uma s ilnJ'.)lificação excessiva, ú terrí•
dão etnoc;:ionaJ e ,i nst.inth·anl.ente u·nida (Jue, de n10do
getal, segue um lfdet. vo~. Não levam em cooSideração o r?apeJ dos arquétipos
cqfuo p~drões de com·p ortarnento monta) e em~ional1
De acordo com as têorias ôociológfoo:s mais moder-
nas, a !Y!2sso ~~ót:.Ca, ~ !) grupo bem. ordenado e..,stav~m d<:iixJt1tdo', J?p,t;Ja.pt,9fl9-~.:1~~-t~,t~~Wê~ .a, ~ertos fatos que do-
veriam ·s er 1fláis minuciosiHnerite· cot1sidei-ados.
ot~igir~_a hnente mais pt·óxünqs unl do outro do qu·e esti;lo
Seguindo" exemplo de Piorre Jánet, .Jung estabel~ -
hoje. Isso não me parece preciso o suficient.1?. Efos não
ce uma distinção entte n partie su.perieure e a partie
estavam ma.is próxim.os,.eJes apresentavam um c011tl'a$-
i'ltferieure de tÕda:-; as funçóes psicológicas, hlcl~siVe dos
te aindá m.ais claro, mas tendfo.m a tombar um .sobre o
arquétipos. Apartie inférieu.re d a u ro arquétipo ó\1m pa,
out,r o 0001 mai.s facili~lade; os.gri.tp.os JH·itnitivos faqilruente
dt'âú de comportamento instintivo rio soritidp ZôOJ6gico
s-e descontrolam, a.sshri co1no os grupos de joveil~ ot.1 de
da pa lavra; e]a possui mais.o aspecto de impulso e nlocio-
po.ssoas 1nentalmcnte instáveis) mas , êt\qunnto f~nõme-
nal e e mais compulsiva (a i-eaçáo total ou llénhunia re~~
nos) eles são rn~1is rigídos em \t1n riível primitivo (~abus!),
ção). Apartie m..tperieure contém 1nais possibilidade.s de
e os fenômenos caóticos de mnssa ten<lem a sor 1nªjs tur:.
uma l'~'alfaa~ão i nterna consdente e é mais flexívcl..Jung
bul.entos e histél'Ícos. Até mesmo no nh-el mais elevado
tón>:páravn à ·p.Siqu~ a um O$pectro cuja extremidade
das civilfaaçóes mais antigas. na cultura sa1nurái no Ja...
infràve1·n1eJha sorian1 ós impu1Sbs é<>mportame1ttais
pão) pc;,r exemplo 1 ve.m os em ação uma forte tendência psicossomáticos e a extremidade n ltravio~eta, as realiz.a ..
pm·a 1, rigid,;, fqrmal, porque sol:> seu disfarce ns (>!noções ções simbólicas de significado ou á experiêncip. da_s ~~ées
e os afetoS,sâo
- . aincJa tão pocJero· .
s os a ponto de procí_s ar em fixes, das i1orru.ns coletiv{ts~ inspiraçõesreJigiosas etc. Um
308 '
309

i
grupo co,111 sua or dem s ocia l seda c-0)oc~do nu\is perto d a
l pe,q ucna, pol' ex~m.plo, ·ou u.m animal, é capaz de exibir
extt'cmidade u lu·1;1vio1etu, u. m ·(-1.': iSá ~«;i·m suas rcaçõés em.o- bástu nte indi vidualida.d e antes d e desenvolver utnH con.s·
ciona is compuls ivas e~tal'la mais p,c1·to <to extremidade 1 ciõ nçia do ego é~titvel. A polaridade grupo-uer sus ~indivi-
infr.avc_~mel.h(l do·especti·o d~.s cores. Na literatura $Ocio- d uojá existe n o mu ndo animal. O 7.()ólogo Adolf Po·1-f.mann
Jógica, ô grupo 6' gera lment.e nvaHado posit.ivame nt.c e a .s alien tou que entn'.?·grupos de animais mudanças crfoti-
massa negativamente. 1$s0 me pu.rece ba stante a rbitrá •
rio, pÚt'que com freq Uência, nu hi::;tória, a luta de u m a.
'
1
uas de f)(Ldrôes â e comportaniento só poden1. ser in1'.ci adas
por indivíd uos. Por exernplo, ttJh. pá$~tiro individualde um
nação, por exemplo, por·s tia libei'dade (exibirtdo todas as bando de pás$a:ros migratóriOs decide~ permat~ecer no
(
características de fenôn1eno de mas.s-a) tem sido avalia da mesmo lugar dur~mte o in vento. Se m orre, nada n1a is (
d e maneira põ'sitiva (pot· exern1>lo, a lib.e.rtação da Stdça t-esulia; mas se s obrevive, outt·os pássar os r.,oderáo ficar (
do domínio a ust'ríaco~. In.v 8rsamente, gt·qpos r~zoãv.Cl· com ele no invc.rno seguinte, e Rssim, Jentamente, todo o
mente organizados que dofendem u ma ideologia polJtica gr1.1p<1° algumas vel(es muda os hábitos .
podem d ominar uma naçãô de um.a foL·tt1a tão inflexível Tomos, por~nnio, q ue lida r com dois pares de opos -
que.sufoearn toda vida emocional com seu ch arrue e êà· tos; (1) o conscie nte colet ivo (o ••nós'~) versus a con.sciên · \
lor. Assim> ambas as extrernid.~ des (Jo espectro podem ser eia do ego, e (2) o grupo (o"con.~ciente mais o·ínconscieflte) (
tanto posit:ivas quantO negativas, d e acordo co1.n pontos v.ersu.s o iild ivíduo (o consciente mais o incons cientç) .. Os
de vista diferen,t es. Par~·c e·me que uma po.siçâo inte rn~e· soçf6logos modernos ger almente avalfo.m mais posith·a·
diál·ia entte os doià pólos representJl uma 5jtuaç/(o idea). m eritê a consciênd,9; coleti vâ, do que a consciência do ego, r
A tendência em d ireção à ex ~rnmidade infravermelha (os con$ider(mdo a primeira çomo se11do, mais ''normal" e a
fenômenos de. m assa) p1·odu z explosões com conteúdo última coJho t~ndo a te.i1dência de ex ibir características
eniocional e Afe tiVo excessivo. As 8.berraçõns ern 4 h-eção "forà~teiras " não ant i-sociáis. Mas temos que conside-ra1•
à exti:einidacle ultraviole ta ger11m o (anatism o ideológico 1 o fato de qu.,~ isso hã o é geralmente válido. 2 A.s8im como
e os e~tado$ d e possessão relig iosa ou polític,i. Nilo exis te ocorre coi11 um i nâ i,víduo isolad o, a -atitude ·consciente d e
liberdade· em nenln1m~ das .duas ext r e midades; som9nte
na· J>OSiçâo intermediária, e-n tre os doí$ opostos, parece .r um g}·uP9 totnó tuii todo p·ode se Pesvürr do sua$ raízes
instintivas e torua1:-$e ne.urótica,.. pode ndo então côlidír (
ser possível ex~$tÍX ce,r tã do.se de consciêncio., a qual t.rflz coti\ o ego Saudável de um in.dh1duo. J á .observe i vár ias (
con,~igo a liberdade individual. vezes um gnipo farniJiar neurótico lut~n contra seu únfoo
Out1·a simplificação excessiva na litei:atura socioló· /
1nelnbro sauclàvol. N.a ·Al.en1anha nazista , qualquer pes·
gica é a 4eclatação de q ue o ''nósº veio h istoricnme11te soa que t:entasse manter o equ ilíbrio era perseguid a. Por
antes do "eu''. Isso só pareco verdade. na tnedida ~m. que 3: conseguinte, precisamos for mular a segi1inte peq,,u,ita:
consciência coletiva (a consciência de grupo com $U8fJ re- (
O que é nol'ma l? Quando· o "nó.s" co letivo ~ m.ajs normal
.gnu3; de comportamento) parece se-r his toricamente mais do quê o eg·o..f'oJ'astoil:o; 8 Qua ndo éle..ôãO é? ÃqU1. nos ve- (
antiga do que á "consciência do ogo'~ e não ,se aplica a.o 1nos em uma situação be m difícil, D efinitivamente os g r u .
par de opostos "g't'"upo·ind.ividuo", pois individuafü;lade n~o pos tamb6m podetn exibir-uma unilate1·alidade tipo1ógica. (
é a mesma coiSn que conspiência do ego. Urna criança ~m <:ertos grupos americcmos, .o introvertido é automa· (
310 / .: 311 (
1 , tfo:an 1cntc rotulado dc. n norm~l, ênquanto no ~x"tf'üm () ( )den ? iinagern da /\1õe Hel vécin, ( p11.? t)li men ta Sêus fil hos e que.
:·. ; t.e-fu i testemu n lHt de co mo o cmnportatnert(.p empreende·. po.::;sui as florestas, os lagos e a tcrrn -- todos símbolos
dor extrovcl't.ido de uma pesi,oit cn, crknt·ado <.~o,n gr·a nde
d csconfianço. Se ficnrmos nus .apoia.do$ e.rn u ma perna só
m at.ernHis. Não. ·ob$~u.ntc. essas ; . duns. imagens, a., rnat,er-
na e o paterna, não. são os unicos ..ceutrú$ poss1vms ao
.
m't Q uinta Avenida, em Nova lor q u~, a fim de honra r aúeus, rcdµ1~ dos· q~lais os ser es humanos se reúne m , Existem
terminare mos na. a la de psiquüH,ria de utn hospit~l. m as mu itos outt·os .
se fize rmo$ a 11wsma coísa cm Cakutú. s etemos r oSpe.i~ A $OCioJo~"iu descobriu que todos os grupos -se r e;ú-
tados co mo um son t.o. Qu~is são os critérios suprêroos ·nem mn tOf-í10 d o alguma e?p ~cie de cenfrt), q ue é defíni~
pata o q ue é normal e o que não é? A adaptação so-cia 1 é a do cotno se concentra ndo s obre o t.c ma de u m. g rupo, o
ú n ica coi.s a que inlporta·t E se a socied~d e se tornôu neu• pl'opósito d~ urn grupo oq a meta de um ~qtpo . .A ~l'iiStê.n·
rótica? AindH il.Ssirn a adap{açâo cont.i nua sendo rccom e.n - cfa. de todos u s grufJoS depende desSe ccntro.1 Ou o centro
dável, ou o indivíduo deve reu n ir coragem pa.nl r:esis tir· po~sui t.nn prop6!;i to p1..u·amen te l·acio11~l, co1110 os ffrupos
sOzi-nh9;? Onde irá ele encon.trm· ·essa corage1U:? Essas é::sportivos, co me rciais e polít icos, o u .pc1:tence.4 .um.a..01:•..
e ..., .. ...
perguntas ainda não est ~o·1:espondidas nn:,; t,eoi:ln~ socio. de.m $UJ)er io-.,·t éol):10·0 totmn .rlas tribos prímitivas., ou o.s
Jógicns modernus. No qu-0 diz respeito $o~ arquétipo$, l$so s ímbolos i:ias soc.i~daçles religiosas ,~ nas Qt.taja o cent(O
também conduz a outfits questões não rêspón.didas. Ray- $t\t,i sfaz.·:-.·a neccssidad.e de tüna experiência t r-anscenden •
mund Bs,t..(.eg~y observou, çoin telnçâo a s·e u s paçie,n.t.e.s, te". Nos grupos do sensibi lidade e nos g ntp(?S de tor âpis,,
que seus grupos d ê ten ipia sémpro·que1·iarn ter "s ua pr6~ o centro coi\si:sto na 1l1eta de Hpoia r as tendências cura ti,
pl'ia sala•.>, de uma manefra sern elhante ao apego <l<:> Rni- vas e a·s ten.clên çüls d e nos. torilann.0$ 1n.ai:; çonsoicnte.s
lt'l.0.1 ao seu tcrrit.ó1·io e ao apego te rt'itm:ial aas tribos o elo nosso.compor tamento socjaJ>e dps m(1fa1os efeito$ que
nações.:3 ~sse apego te rritorial t:en, or igel'n no atquét.ip<> exercemos uns soQr e os outrOs nos rê1o~iouam.e nto.s.
da mãe, e ob:servou -:;I:! que, com ele, os pessotis tendem a Nessas de$Cl·içóes, maia uma vez: llm fator foi neili·
p roj etar a 1{mãe" sobr e o g r upo,. foto. que·freqüente-•l\.ente geucía do: o efeito do arquét ipo. Alguns grupos, com.o os
g~rn todos os tipos de rsi;.rt·e$SÕt'rs infantis . tv1ç1s essa·não~ ,.
cotúeí'd.a is .e esport,.jvos, ou 1nesmo ~lguns grup~s p ol(ti~
a única possibilidade: entre os judeus .que·viviom no exí- cos , t~m apenas m!itas tacionais ·c.o nscientes; mas táo logo
lio, a Lei subs.t ituiu o tetl'itório e 1:evelou possuir a 1nes- algum fato1} ideo lógico 9culto ou visivel e n.t ra em certa, ele.s
1nu eficácia pm·a ,nanter o grupo unido. Nas frate rnidades, se torna.ln ''emocionalménte" u nidos e J·eveimtl atravds
rtos bandos do .guel'reir.os e em g ruJ)OS se1nelhant~s. os dessa fato que estão sOb alguma i nfluência arquet·í p ica.
pessoas se mantêm u nid~s n1aü:1 por um "êspfriW1' o u Quanto maior a influência cmocionnl de u m arquétipo,
· "idéia': co1num, i.e ., o arquétipo do pai. Esses aspectos maior se tqnH:l a coet·ôt\p,ia do gnt(.?O, O naciona1-socia Jis ..
ta1nbém podem se 1uodiíic:u no curso na h istória. Hans Iiló é ó Cõinurtis1nõ-1ho$t1·m·lun isso n\uito Glm·amente, o
Ma.rti most.rou, por e.Nemplo, que a G?onstihtifâO Dento- p1•imeú:o ten.do sido um reviyes cimento do w9tanismo e o
crá:tica $ufça se ·b aseou primeir() n'l.ais-na itna~m ps.t:d .ar- segundo um mito do SalvadO.- d isto1·cido.6
ca.l .de um contrato social entre: hóme ns, o Estado Pai, Com maior coerên cia, existe sem J)re ·mnim· agres·
mos hoje .
em dia e~tá.se
.
trA,n~fontL
.
ando ·cada vez mais na s iv,idade contt'a os fon1.s teiros .e. contra os "não-simpaf:.i-
312 313
;rnnt.es". Es.sc:s g r·upos polit icos $l:! ~prox imam do pu.drào no zen e cm outras formas do budismo. No no:;so he11üS·
dOfJJ{rupos (:~:m, maior coetência: as co)nunidadcs r·eligio· fé rio, o ospecto col,:,tivo do símbolo do Eu~ ,·epresentado
sa.!:'5·çrue se reúnem em tot'no do um centto t r anscendental. pela idé,ia .do "CriSto dentro de nós", be.m como nu f~liatio
Como ventos com relaç:áo às chom.odaS ·r eligiões rnundiais, através do extravasarnentQ do Espírito Sanco e na idéia:
como o edst-ianismo, o Uudisrno e o isla.nllsmo, um ''cen · do que O$ ·m últiplos crentes formam o Corpo Vis·ível de
h'O transccmde n tal.'' pode mat1ter unida.s· sociedades mui- Cristo, a lgreja. Por conset,Tt1}nte 1 Cristo tem s ido até ago-
to m ai"o1·es do que s·ã o <.:apazcs os g~upos que possuem ra nosso •·Cenero grupal dinârnico pt·in1elro'\ fato que ê
ti.pentts um propósíto racio.nal ou s emt ..rudon.al. A i·azão exp1'~S$O na a locuçáo dos primeiros cristãos, que ae cha-
pode.ser ·e nconlrada no faLo de qpe o arqu.étij)o do Si-m es..i mavam mutuamente de '(irmão e irmã em Cristo";
rno é ,nó.is poderoso do que todos o.'i,; çmtros . .IDIC se iúanifC;S- Na Igreja p.rifüitiva, a vida pslq<1ica_d esse grupo-cen-
ta n.as imagens rnonQteístas de Deus> nos conceitos üà tro arquetipico não se baseava apenas na tradição cons-
Unidade fundamental do Se1: ·{Táo), P<t mais freqüc11-- ciente, sendo .t.a.mbétn n)antida. v-ivo at.tavés d.ns expP...
te1uente nas imagem~ do utu home1n cósmico (Ântropos) r iênciàs i nteriores d as pessoas) como a expe.riência d~
ou Deus-·H omernJ ou. de um nur.ndala como símb~lo que cortV!:!l'Sáo d.e são Paulo ou snnto Agost'inlJ9...:J\§~Y~~,Q~s, t'.to~............ M .. .

une o~ opostos (por· oxemplo, o ,.l"oi-ehi-t.'u chi nês). mártires e dos s&nt.o s e a .experiênci'a dos mila,g r~s ~ntre
Até os gregos,entl'arem om Contato com a Íhd)a, n0m as pessou.s s implas. M~s na evolução posterior da lgr9ja
a
mesmo Buda era representado sob fo rma humana, e a tendência de "censurar" essas ex periências passou a
sitn comô urnn roda de pódra com doze •·aiOs. A.te c~tto p1·evaie.c er cada vez roais, e norm.as COll$CÍent-es coletivas
ponto~ os s ímbolos lot,êndcos 'dos, sociedadas pl·irriitivas . ('oram i mp,oSt.a s à vid,a interior. Isso provocou uma sep~.-
represe'ntam. manifestaçõe.$ preniaturas d.09grandes·simM raçâo .e·n1 todos os tipos de n1ovim~ntos, q u,e come9ararn
bolos Deus· Hotnom qu~ se tc,i·no.1•a1n forças iri(:etnacio~
nalmente unHJcadoras, e fJ:eqUentem e-n te ·sufocar.a m ou
a se ...reunir. e1u torno
. .de 1Jovos <.!enl;tos
,. çle gtupãis.
Hoje, poçleríamosd~screver no..c;$a situoçfio dçt E;eguin-
'
absol"veram as imageft.s arquetfpica.s politefatas locais c.e n1ancin\: os grupos mids universais são o ct·'istü1nis·mo
anteriores. Eles as reuuiram em um·sünbolo de "Unida~ com seu símbolo Deus•liomom, o Cdsto; o budismo com
ele-pluralidade" q1,1e une de forma P.•!•'ado~a l o:; múltiplÔs seu símbolo da i1ente do Buda universal; e o hinduísmo,
arquétipos e· n unidade do 'inconsciente coletivo ém uma o isla~i$tUO e o· tl)arxismo. A imag~m oficial do Cristo
únicci forma. 'M
. as essessfmbolos Deus-Homei11 eimai,,n~ ·,d·e ixa de inclufr o pi'incípio feminino, o nial e o. n1até.ria, e
de rnandqle, reúnem uma pluralidade defonnas não a,pe. o símbolo dit Mente do Buda deixa de incluir a verdadei-
nas ~ob esse ospCcto; eles também reúne,n uma muJti: ra vida ten·ena do ho1nem. Ambos os s istemas )'ejeitam {
dão, na Uledida em qu~ o Si•n1csmo dentro de cada indj. as atividades fo1·madoras de símbolos do inçonsciento do
vídtlo é seu próJ)rio Si-n1eslno ú.nicoe tmnbéxn 0Si-n1.esni.o hom.em que se ·exptessam nos sonhos . No .cristianismo,
de todos os outros seres hurnanos·. Ê-sse p1,1l'adoxo ·é ex- os· sonhos são encarados· tomo perigosarne)tte mfs~,icos e
pressado na filosofia hindu pela identidade do at,rian• he.l'~tiCos; no budismo, con1:o perte•1centes ao mundo da
purush.a individual co1n o Atnian-Puru.sha cósmico. O ilusão. O nHtrxismo também .têm seu sí;m bolo·do homem (
mesmO Sé aplica ao "Buda", ou n1eJhor, à ''Me11te do Buda" perfeito ou Âl\tl'opos, mas ele não aparece projetado so-
' (
314 31(\ {

\
(

b re um único indivítluo ~1 shn .; sohrn u.nu.- cJasse. (A L<m-


dêncü1 de p r ojetá.. Jo s obr~ ttm ún ico hornem $(~ tnmsfor..
no sâluadur ocorra: a e.J;.:periêucia do Si-mes,no pelo indi• ..
vtduo . O S i .. mesmú só pode S<ff ê rW;on(.r ado quando
ma no cu lto pr.oibido do. pc·ssm1s.) S egund.0 Karl Ma,·x. u estamos soz-in ' h os) porque, como escreve J u ng:· "O pac1c-n•
.
classe <>petària representa o verdade iro hornem que t!stti. to precisa e~tar sozin ho parll encontr ar o Que o s ust.enta
un ícamentc cm .h.o.rmonia con1 a natureza e é altt·uísta, q uândo e le.j á nào é c.qpaz d(~ $<,: s ust.Zl'1tar. S0n1ente e.s sa
cria tivo e .. não neuroticament.e degc.n era<lo. 7 O que. es ti e1e1)e1;·iêr1cit'f púde fornece r a ele tuna base indes trut.ível".ts
psicoJogic:anwn ~c errado com refA\:âo a esse s irnbolú rnm·- O unalista r espons ável, '·' portanto, prefere o f.z·attl·
xJsta do Ântrop<>s ó o fato de q ue cio é a.penus terr eno, m ento individual à melhora coJctivn; isso está de acor do
matorinl e· cxclitsivament,e coletivo, sem CQt\t:él' henhu• com a experiência .de que as influt;lncia.s s·õ ciais e coleti-
rna abertuf·a.para com qoalqucr expel"iência intOriQr- itl- vas g0ralmonte s<, prothiz.ení urna intoxicação en1 m assa,
'.dividual transcendente. O maoismo ainda-é urn ertigma e que $Oi'nente a ação d o hom em s ob1'0 o home,n é' C$p t~i
para nôs porque, corno ressaltou Jung, ninda não podem()$ de r ealizar umçf verda.d eira tranaformaçi'io·". 9
prevc·1· CQtno o n1arxlsmo se1·á tl.S$Ünilado pel~ ment.e chi• No..infofo, .a .pesso').,r.xptn'.im enta .u.tll grande a lívio,
n.e:,:a aJtan1ente ilustràda. ao se sentir protegi.d a por um grupo e r emovida d e Ri mes,
A decadên.cia dos grandes s istemas centt·alizadores nra. Nó gruf.)o, portaúto, a. ~ensação de segu n\nça n~necnt.a
religiosos internacio nais e n insatisCatói-ia unila:teralidad.(! e a seh~qçi.'lo <le respon sabilida.de. diminui. A sugest.i-
do símboio compe-ni:;~tório do Ântí·o1>0s marxista levaram bilidade tan1bém aumenta enoriúeménte, fat-O esse· q llc
o ho1ne.m rnoderno a 1.nuª pr ofunda solidão e a um isola .. inclui, con htdQ. a perda da. liberda de, p(n:qué a pessoa cai
me1ito interiot, deSpert.::mdo nel(i qrria gra nde neces$içia- r\as mãos de iníluêucios b09 $ e u1ás do nmbiente. Até
de de c·o ntatos sociais. ~$Se fa to. ~P.n1.-::!ú-.•i{~.".'., Pl'dvóêoü á mesmo Ul~,.R.~.q,~~~lÀ9. g.rupo tf do1ninado pbt'~'itl êSj\W,it.O"'
I

Huvc. r,..10.:h:1 d0 Gxpetiê:ncias om grupo sob a s mais diverr -- stigS$tivo do grupo. Se 6 espirito fo r bom, ~Je pode ter
sas forJnas. Já em 1923, ,Jung pi'cviu em seu semi nário e feitos sociais positivo~, 1nas· isso é pagO cmn ~ <litY!in.tti•
em Cornwall que. se :·o sistema oti$t.áo conf.inuasse a de~ ção da iridependência men tal~ ética do indivíduo. A m e•
cair 9c91·reri~ uma r~gre.ssã.-0 em direçã o a gr.upos dida q ue Ç> .g rupo i·eforça o ego) a pessoa fiCa maisco1·ajo-
tot.êrnicos. Alguns se, pareceriah) COJD os clube$ d~ Jvfitra, sa,.ou até ir.npertinente, ,nas o S i-mesmo é empurrado
o "se ouvfrian1 i n tcn$mnente o n1ugir dQ~ftóurQs'~... Ültt1·os para os bastidores. É por ·i sso q ue os fracos e i ns(!-gi.tl"OS
texiam caráter d ócii e representariam a vítima jnoceute. ·C.1uen·em pertencer a organi2ações . .",. pessoi\lmtáo se sen-
Vemos.hoje isso concl'etiz.udo nas gan,gues terroristas cri- t.e podero~n, mas perdé o Si..mesmo (o demônio câptura a
m inosas e l"OS ''inocenta,$'t defen$,ores d a paz. alma dela) e Q discel'nimento individual. O nivelarnent:o
Peréebendo a nece$sldade d o homem m oderno de sair por baixo geralmente é compensado pelo foto de que uma
do seu isolamento urbano, as ign~j~s, pin: u n1 lado, o o;; das pessoas se identifica com o espfrito d o gn1po e tenta
movimentos de esquerda, pelo O\ttro, tont.am aconlparihar se tot:nar o líder. É por· i.sso q 4,e os g'ru pos estão sempre
o ritmo e ofero~~m- todos os tipos de experiências . lsso, repletos de lutas. pelo poder e p rc:ist ígió. Essas bata lhas
contudo, s·j g1rifica botar a. carroça na frente dos bois e só se baaêiam na intensiflc.ação do êgoísmo do hoJnem cole·
pode levar ao desastre, porque impede qu.e o evento i,ttcr- .tivo·. 10
.
316 3 17
J~m uma <:urta na qoaJ aborda csso terna, Juüg ~çres· so-cfois), seu::. sonhos mos tram a.be.rt:.~uneJlte que a.s expe-
centffque não .t\presenta objeção à Cerapi{i' em g'ru po,_t1.$- r .i ências grupat~ são obnóx:jQS para eles. Q.uando inst.?.•
Sim como também não conde·n a a Cilmcia G'tistf\ ou o dos a.participar.c1P.. uma ex-periên.cía grupal, ~un·de meus
Movimento Oxford; e la constel,i e educ" o comportamen- arialisandos sonhou que esta>.•a sendo forçadQ a expor a
to socinl ,aos ind ivíduos, o que, às vezes 1 não acontece -0 nnrnorada, nua, ·a urn vefhó e obsceno uoyeu,: f\,fais tarde-,
Suficie n te na,análiso individual. l\'fas como o homem está sonhou que as águos do seu i nconsciCn.te haviam s ido <
sempre inclinado ã s·e ag.an·ar ao$.out.ros, on a pa:rt:icipar poluí<l.as por o u tras possoas; f.í nalmento, a.o deixar o gru-
de "ismos'\ .em v8t de p rocu rar u ma fo1:ça indep:eild ente po, ~le sonhou QI.Jé ao livrara de mn.espet.ácuJo de segtJn-
em si mosmo, s u rge o per··jgo de que a pesso·a vejç1 no gru- cla classe.! 'fundo em vfa;ta..esses fatosi a experiência grüpaJ, (
po u m pai ou u rna mãe· e con tinue tão infantil e i nse~1·.a nu.iu:a âeveria s~r cotnpu.l$foa. O aprendito.do dã ndaptà-
,qo9:nto untes. Se a .s9éieda:de fosse formada exclusiva~ ç.ã o socia l pe las pesso·i \s que pot" a lgum: motivo são
mente por indivíduos de a lto va)QI; valeria a pet)a adap- desadaptadas poderia ser sufícientemenf.., praticado atra- (
tar-se a ela, m ~s era é ·ge.t almente dominada por pessoas vl\ls ,d11 participação em g,·u1, os soci<1is de it\fonnação li-
friacas e tolas, sufócat;ido asshrt todo,s os valor.e.;:, indivi- vre (não aun.litj.cos) •.co1no,.0$.que.há.rnu ito_tempo existem 1
duais ma is e]evados. l\,i_êsrnÕ quando· eleitos socialmente nos clubes na n1aioria ·d os país.e s. Aquele; con~udo; que (
positivos sito alcançado.s em determ inado momento, é s u pot'ta. a experiência. compulsória em grupo se afast~u
pr.ecisÕ pãgar n1uito caro por e les 1ntüs tarde. 11 dos valores básicos d a psicologia juuguia na.
Se meditarmos a respeito dessas re0e:xõe$ de J u ng, Quem são. precisamos. pergu ntar, os ano.listas que
dovernos peti;,runtar: a nosso SQ-ciedade atu.a l ·se encontl'à gostam pe cond uzir experiências etn grupo? Fréqüen~
cm um n ível ao qual desajaríamos adapÇ-ç11,·-nos? Não se.. te.mente encontnun rtiotivação no fato ~e que ganham
J'ia. tnelhor ,;,fvermos em uma era na qual fosse· e~peciãl- mais d i nheiro com n1enos esforço, como alguns j á mc·Cón~
men tê imJ?Ol'ta n te que os indivíduos independentes pu· fessm·arn abertamente. Outra motivação 1·cpouaa no fa.to (
dêsse.ro resistir à estu pid ez e às tendências de, um modo de qu~ alguns onalfstas não conseguem Jiclar com as trans~ (
gf.~l'al ryeur ~tic~s dar; n.o~1as s ociedades? fel·ências apaixon adas e exigen te&de seus pacien tes. Ad-
• Já. foi objet.ado qu~, se a pessoa estiv.er fa~endo ao rite-se geralmente que os fenôm er~o~ <la transfer ência (
mesmo tempo LTma ~nálise indivldnal, a$ ·experiêt)cia.s são e nfraquecid.os na.$ situàÇóês de gn 1f10, ~ B$tes a.judau1, (
gru.pais a complem ent.am. Já fui test,emunh a, contudo, e portanto, a r eduzir a pre$são das transfer ências. Jung
isso me foi conõnnado por outr-0,$ pessoas, que a partiçi- dc.monst1·ou, contudo. que a transfe1·êncin é t> veículo do
pação em wna e" pe)·iência g,:upal cos~nma per t u rbar, em processo da individuação, tratendo consigo toda a trans-' (
vez de ajudar, a análise il)dividuál, por q ue levanta pro - fotlll!'Ção.cura.tiva do ind ivíduo.
ble mtis n.o moniento erradô, ao pa,sso que n a análise iodi- 0 proces$o da i ndividuação, baseado no vêículo da (
vidu ~J o i nconsci,e nte pode "e·s cólher o 1nolt\ento· ade'q tt·a : transferênçia, á ;1 condiii9 sine qu.a 1tbn d d ver<ladiif-o
do" da constelação d eles. E 110 caso dos indivíduos que já comporh)nlento social, porqu e se a individuação não fol'
estão sóc.iolmente adaptados(o que l)Contece com freqüên- conscien teme.nte,r ealfaada "ela. acon tece espontaneamen- (
cia. por exemplo, com os padres, geren tes e as,$is ten tes te d e forma n egativai i.e., .nós nos torn a.m os mais duros
(
3Í8 3 19 <
(
(

r
com rel açúo ~tos nossúa scn'lc l hantc.s ... Os r<~lncioru.i 1n<:11 · consciente colet-ivo); no fazm· iseo, ele dcrnonst.ra es tar
tos humanos são condiçâ(I indif;p~! nsttvel pan,t a re-al"izn. mentalmen te docnt.e. (EXcmplOf·n,<>d~ftrH>B .s e ri;1n.) Ras-
ção consciente d;;i unidade intedor, porque, ::;,;?m o reco• putin e· Hit]er:) A i.ndividuação é, cni. úUllna. análisf.!, in·
nhecimento consciente e a a<:eil<t\:ô.o d-a nossa ufinidadQ com,i)<llível c:om qüt1i$q11~r ,t:iigên.cfos dk "m podei' coteri-
1

com aqueles q1.w Jws cercam, não pode havet· utn.n ,!'jÍrttese vo, ainda que. este esteja diss.imu lado através da at.itude
da pcrsonatid.~ de. ''Essa é n es~êncin do f'cnõm~r•o dü de um lídr;?r dE! grupo b~m·iotenci.01wdot Ji.be.r-al, nt<;>desto
l,r ausferênciu e é impossivc l af'astá · IO fl travéi; de argu ~ e modcradoi·, porque. somcn t.e o Si-mesmo é capa~ <le nos
mentos, pm~qut~ o te-Jacionamento com o Si -mesmo é ao conforir umà: autoridade. Jió.lural que ni\o foi solicitad a.
mesmo tempo o rclacionome nt-0 com n.osso semelhante, a _pe lo ego. OS Jídcrcs da· Igreja c.ristã Primití\•a eram pes-
n inguótn p o(le se t clàcionar com este í'tltirno sem antes soas possuidoras de uma autoridade nat,ural 1 que e les
i:;e relacionar consigo mesmo.''l 2 O efei to redutor da tera~ haV:ian1 ~dqufrido ·a(;ravés d e snas experiências i~)divi ~
piu e,~·1 ffn.1po I1(1 que diz respeito à t.ran$fel'ência é dara· duais interiores e da sua conduta de vida c.r istá. Com a
mente prejudicia l. Els, só ajuda o airnlista '!..f.l!gi,t .9.9.~.)lt!'..>·...... .... ,... .... . .....fotma1:ã.o.da lgréjl! como ín1<tituiç'ão ·ext:ern<1 coletiva, os
blemas criados por qualquel' t 1·ansfei'ência poderosa.' líderes se tor'nm:au-1 cada vei m ais possoas ê(\t(? exigia,n a
J\.,f as existem outras n1otiva9ões na histól"ia da .autoridads, e o poder, s, ·sóbrepunham regras consçiéntes
pei.coterl).pin q ue temos que exuro in.at•,. fn-evemente. As coletivas à vida l'eligiosa interior espon tânea das pes-
r aízes do sáce1·dócio e da psicotei·apia repousa m rw fenô- soas. As confissões, como .snlienla Jun\l', co,neçara,n. en-
meno pri,rnitivo d ó xamanismo e. n tf e.xi$tência dos cur.a.11~ tão a ~~r o que eJ~ cluuna 9e '(o. j ogo d o pastor e das
deiros. O xamã ou curar).deiro preocupa..sc basica,n.en.l'I!. ove1hos''. i 4 "O rébanho de ové11J~~)1}(J1.:fe&a.s.e.i-a é~ protóti- "'
eo,n. o. destino d.a ·altiuJ.. do inaiulduú, com a p1.·eJ)ã1'ação 1
po si mbó!icâ.d a crédula muJtidão." &7v1as a confiança çcga
dela pa,ra. a morte, com a pt·oteçâo clela depois da morte e dessa m,lssa pode se,· com n mesma facilidade dedicada
a proteção defa CQJ\tra ser possuída por fant.ás't'tlas·e d e- tanto a ·uma meta er,rada quanto a rnna certa. Vemos, por•
1nôllio~ - i.e., pelas· forças urquet(pícas. E le pode fazei' tal).to, que o comunismo foi mais difundido nos países ca-
iSso porque (luranté sua iniciaçãt> sofreu e$ses,estnqos.dc tóficoS do ,q uc '.nos protcstan~eS, porque no$ primeb-Q"S as •
possessão e descobriu maneiras ele curar o -s i 1:úesmo. 1~ A peasóaS hà\'lanl sido mais fortemente d omini;l.d as pela Jgre.
~xperiêhcia da iniciaç,ã o desses xa.mâs e curandefros ja. Co11tr a;,tn1ii:lo C-Om iss o, ilCipassado, a busca Uos alqui-
coincide coin o que ·hóje chamamos de p1:ocesso de indí- ,njstas por Cdsto Ou Me1·cúrio sítuou...se como u m símbolo
vid uaçãq. do "ve,r dndeh:o bom.em'* interior. Jung cüz o seguinte:
Depóis que esse processo se dá, ~ xamã conquista O "verdadefro homem'' ex,press.a o Ántr<>pos no sel' huma,
uma autoridade nat\.n:al d entro. da sua tribo porque e le no jndjvid t1al sendo compar.ado com a rc<,,e.Lnçâo do Fil ho
representa·o indivíduo mais individuado e consciente dela, do H otncm cm C1·isto, Isso r>·a recé um passo retrÓ.ffrado 1
Mas j á nesse estágio primiti\lo, tnrobélll encontramos a visto <,lUé o qtudidade únjca da E11carna~:ão er a o grand~
sombra d.o.xamã, o .,i nagonegro neurótico (ou até psicótioo). })vânço qoe rf,?t.miu a/3 ovp )has ào redor de um pastor, O
O mago negro exige à autoridade çóleUva em virtude das '"llomem: " no in<livíduo significaJ-'ia, tcme,so, uma disper•
são do t:ebanho. lsso S8m dúvida. seúti up\passo r~t:rógr~-
suas oxpel'iências no mundo fan t-n$iuagórico (i.e., o in.. do, m.i:H; A culpa não pode-se1· colocada no ."homem vei·4a~ ·-
320 321
T

doffo'i; s ua causa. <' 1nais a$ q\.rn,lidadl!S huma nas inícrio -


tcs qu(} scmpl'c .:unc~àçarnm e i·cuu-da ram o t.rabalhó dtt AS Dl?.OGAS NA VISÃO DE C. G. JUNG
civifi zafão... o "vcrdadcfro homem" 11• ntlo tem nenhuma (
rnlnção com is.su. Ar.:ima de t.udo, e le não h·á. destruir nc.
nhutntl fün m1 cult.ut·a l do valo,\ vjsto que ulo mesmo é a
fotrn~ mf! ii:1 e levada da c;ul\:ura. Nerr, n c) Oriente nem no
Ociçlente ele joga o jogo do J)asLor a d~1s ovelhas, porqoe: (
ei,tá·muito ocupad o sendo ptu;t.or para si me~mo. a-;•

\
1'0TAS (
'cr. Ruymon-d Oi!ttcgny, Dttr ;\tensc/1 in âe1• Orup,x•. "ºL l, Bcwia.. l961-
12. pp. 10, J6, Quando Jung faleceu, o·ro urldó ainda não havia sido
: Con,q CtO~da S hepherd ?<eJionta. em Shwll ÚrQ1111s (Chandfo.1• l••I. F'~11;m;i1:1. inundado pelo e nxurra-da de drogas q ue vemos h~je e-m
1:0, 1967), 1.1m "liónwl'O e .'l(<:t!$~i\'o de. teorias.socíulób-icM m«1er n11~~ lnOuce,,~i~dO
d ia. Jung,..J)gr.t.1Hl.W.,-!HÍ ~~t<1Y.il. (itmi.1.i.a riz.;ió.o..çom os efei-
,:
por prCQC>n<:oit oa emociono is lnconsciento.l de iM:WI ~11t.Ql'C-S.
1
• ísntt<,g$._v, Dei' }.f('.>, i.:1cl1., vai. 1,.pp. 32, ,tos. toâ da m esca li.n ~ (especialmente.a través da descrição de (·
• cr.ihid..: p. 32• Aldous Muxley) o sa.bia apenas que esses produtos far-
.º Oi, t inguinws, jX>r<anto, <,11; grupos <,elrb hmut1>s d ~ (:°l'l.lpos 1Üál i-r.1td08
• • •(t i'. '$hct1lu3rd, Small Onmp!i, p , 3). . . macêuticos ·estn va m çome·ç ~n4o a chamar a p.tenção na
lS Ct. Ç . G. Juoc-, ,\f(m oml lfrs 5'ymbols Douh}çdx1y, }fovA fol'(tu<:, l 964, p.
1
S.S. (C f. trnd. !:iras:,: O Jicme.m C$~1;s slmbol~ . Novà F-t'Qn Wira, Hio de-,fan (ii rí).) psi·e oterapia. 1 Ele ndmitiu em uma cm·ta #$CJ:ih1 em abr il (
1 cr. Jtol:i~rL 'fuck~r. PJ:-ilô$<Jphy <m.d Myrli ln l<ar ( Marx, Ctunfirídg(: Uni- de 19 54 que n.ã-o estava s uficientemente familiarizado cort'I
ver!Jily Prcs s, Ca.tl'lbt'ldge, 1963, ·
~.fong, P$)V:'10lc>g)· <:nd A lçl,~m:,~ C\\! 12, par. ,32.
o v ªlor psi.c otcrapêUUco dessas drogas, no caso de pacien., (
'Jung, MyMer iuin Ctml1mr,:ciCllis, CW M, pi.,r. T.2S·. Cf. t.tln\béln .a nQtti d e tes neu,;óticos e p sicóticos, pata s.er capaz de fórinar 4m
n x.lap<!, iMd. • _.
,,.. ,Jun r., c~rt.a a Hirns Jlhng, 26 d~ j An(:h'C) do.'! l9~6. LettÓt$, \•o l. 2, pp: 21a .
j.uJgamen to conclv.siv.o,:z Por outto lado, estava prof-undá -
2H>. • rnente inquíeto com a. nossa te nrlêocia atual de explorar (
n 11/id., p. 4::iS. Ct~ .n cor,Unnaçíro de;Slfàt. (foc)ar4çóca de: Jm1& irt \5.urt W. essas descobertas por men1. curiosidade, selll. i·éconhebcr
Jl,!ld t, '''r ho G róup C.,(l ú omfol'L, buL it Cn1\'t Cm'i!''. ~ l,Ofot;; '/b</0.)1, d(':Zl'll'l'l• (
brQ·do 11>12, J)p. 26~s. a crescente l'<¾ipo ns.abilidade m.oral a que nos expomos:
Ut Jung, "f'!tycho lQJ;tY ofthe 'fr81l$~e.rcnc~i", in CW t~. ptir.. 445.
I$ CX Min:c a ~li._id~ Sli.a.~1.,a..u'sm, P.ri"ta.~ Wo U-nlveraiey PT().<;&, P rinoolort,
E$se é-reahnento o erro d.a nossa cr·a. Pensamos q ue bas. r
L9(H. cap. 1. pp. ,6, l4.s. • t.a d~Scobrir coi.!,as n.o,..as,. mas núc;i pesc~bemos que saber
t' Jung. My$(~rútm Ccmiunc11·Qniq, CW 14, par.-191. mais exige uru desenvolvimento conesponçl~nte d~ \
°'lb~ ·-· .. .,-
l «.1_ ()1}:", V-ti , •
_, , moràlidaide. As nuvo!\S r~çlfoat.ivas sobre o J opâo>Calctt•
14 t
"J,-ung ei:t.,i.1;8 refoli1\do M Antrot,.,s, ou o Si-m ~sruo. "O A.ut.roposalqu!fnfoc, t á e Saskatche,..•un âpontaiu para. um .e nvenenamc.nto
dem<>i'li'$ta, :-.9r-inde(>e'nd e-1He do dç,ema···. ibid., pAr. 492. progressivo da at.m osfera univorsaL.
ª lbid., J>ar , 41>1. Estou profundamente desoonflnd.o dàà ''puras dádi va.s do$ r
Deuses". P4gamos muito ca.ro por elas. Qt,ti,(,quid ü;J est
timeo Dana<Js ·c t dona {er (!n.l.c~.'J e
(
De modo geral, as d rogas (o ha..xixe, a roescalina, o
LSD, o ópio, a hêtofna) provocam um declínio da per- (
322 (.
(
1
'

<.:e pçào, ou scja 1 a decomposição da s inu'!.se oonscitntc e- ·,po;;, por exem plo, quo era, tra ficante de _heroína e tam ·
da pcr<:epç.ão dc-gcstn lt.s (no S(!ntido dü psicolog'ia gestnJt )1 ','~érn freqücnteme n ~e usavri LSD, ce v~ o s.eJrui nte sonh<J:
(1 q ue c.a..usn o aparccim~nto.das vaJ·iantcs ele percepção
Esf.ou no 1'flíf.i, ctn vmtl prtti.;;\, t.'!Tfl um dia er1.solâr{\.do. Cons•
norín:ds - inUmen1.s nuanças de 1'.qrma, s ignifico.do e Vl-l 4
trui um-a pequena c;:,_banu do palha d~bllixo da-s p t:d mcú 4

lor - que Z)ormntm cmte penna ne<:em sublirnüuu·cs . Slg- l'ê'tS e gl'thhO ú vidú pos(:.1-uÚló no, mtt1·. H,í rna-gi~ (! bekia.
ni llC>) acima de tudo um o rrriqu echno n t.o da consciência. De t·epent.c!, tudo é destruído por um t.ten,cndo va.ga)hii.o.
Entramos em contato com "a esforâ onde é fabrica.da a .Sou ~ugad o pm')J b~lÍ)(<,) d\igu..l e me v~o 1HlS _ph)fun~le.:.:is
do m~r, di~11}tc d e unt,ügrnnd<: cs cHv·.aninhu ôridc est.cl son-
tinto que colore o mundo., onde. é criada a-Jui que faz bri- ..tado o ;•:;,cmho,· dq Mar'': Elé é uty1a gigllntcsca medu.sa e
lhar o cspleüdor dtt alvorada, as Jjnh~s e. form~s d·e toda olha para mim t.1rngad?; à li me dou c~~•t:a ~e 9ue _foi ele
fonna. o som çrue inunda o universo~ o pensamento que quem ln a ndou o .v aga lhao me arra~~ar, 'Sun , d iz a medu•
ilum iha as t1·ovas do váeuo".1 Essa ó u1n a·experiência do sa, "esWu. -z~ngad-a com Você· é vou desrt·u(.)o completa~
inoonsciente colet ivo. .So es$a experiência fosse uma dá.. mÇryt-e,'' E-ntào acordo, chocado.
diva de Deu~.§.~J1t Y.!!l. ª-1)J{çlo.~.Q..9..Ç:4.n.Q,.!-}l!.l .~im.1i.fita6 a. um A te.rra mágica e p,rimitiva .d e iriocência situada n_a
trenlen'do enriqueciment9, il.l'l)a expansão da consciência paradis íacà. be lez:a 4a n attu-etn c~rn .su.â vidtl feli~, .dest1.·
pê.la qual $Olr'lOS tn:-i:t.uralmente fâ.sCinadÓ$. l\.fás é c'xüta- tuJda. d e 1·esponsaõíHclades - é iss o que o viciado r~a.1 4

m.ent.e essa expa nsão 8 enriquecjm_e nto dá conacíêncfn qu e m~nte es t~ procurando. E le ost~ soiiu.ho ali, sem <>briga-
tor.n il impossível a: int:egr açãO·e o p r ocessaménto Hl~.l"itl cõEts h t.nnarta-é ~och:1.js o u emocionais. Antes el'am os
d o que ve.mos e o u vim0$ ne~f'.l~ &sl:~1<lo. Jui1~, _portul'lto, desÓrt.ores piilitai-es da nQssa ct~l tuH't q"(i{i 'fU'gia,·;O"êfeti-
diz. ó. s'egi1Jnte: vaméntC'fJ'a l'a ~sSe,$ pnfses·. No.entant.o, ó 1'Senhor do Mar''
"Qua11do qstaniós exéessJvatuente incon,s c.ientes, .é gt'ílnde est.-i furioso por causa cJi.s so. A t-,7t··a n d o e redonda medusa
.alívio ocmh:é<;er u m pOuco do ineonscien~ çoletiVo. Mas é "o que .Ju ng (],escreveu como ltn1 ,na.ndala , u m shnboJo
Jogo se torno perigos!.> cç,nhec.er mâia, porque não antén· do S i m.esmo, ou seja, o suprerno ceotro psíqu.ico in~rno
4

Üém.<>.s (to mes:ino tempo como -equWbi-ar isso atraVás de


1c1m equ·h·alentc oonsci~n te .. , . regulado'r trnnspéssoa). E esse guia d ivino da alma.'está
Talve2 cxist.lim a lgun:Ht$ i.nfelizes e.ompobr~idaa, ci·iatu• ·zangado co1n o home tn <n)e1-0ve Q sonho e quer destruJ.. Io ~
ras pot-a qu~m à mesc;aliha serio. umá dád iva enviada po. Ass.irn, o ínconsdente reage negativamente à irre$ponsá-
los céU§ i-..em Um antJdotu'.'.(, vel penetração na s u a esfe ra. E. Coui efeito, pouco d e pois
o h omem sofre\J uni col apso nervoso e morreu:
O mundo d o inconscien te coletivo que Jun.€r, sem o Em· ·outrq caso, u m a i m.n gem. levê.menie. difetente
U$0 ele drogas, fo i o pr'ioleiro. a descobrir em sua eSsência ~rnergi~t. Uln rapaz, que· hã.via saído ele tor rivel t-1ituaç.ã o
como á bo$1;l Cl'iat.iV$ prinlordi~l e:idstente em todo ser familiar, estava tomando regularJl1!)t>tê LSD. E le talvez
lnu:nano6 é algo v ivo que não acei ta ser subju.gado sen1 fosse u1na daquelas ''pobres cr iatu1·a&" que Jung men.cio
1
4

u ma r eação eq u.ivalénte. Po1· C$Se. 1notivo, ve11ho dedicando nou, por a as quais a droga .rl{io contin ha nenh um a.ntfdo·
um longo tempo a estudar a questão de como o incons• tõ. De qualquer niod o, ole sempr@ fa.tja,,;uma boa viage.m 1'.
ciente reage ao us o dasd1·ogas, O que os sonhos dos vicia- aparententent e sem consequências ·(lesagi·a<láveis. :M as
dos têm a nos dizer ó respeito d esse problema? Cer to 1·a· co·mo,.i§$? não r~S0lv~u :~e~. J>!·o9lemo., ele decidi\l faier
324 326

a~1á·lísc. a q ual o ori~nt.ou de maneirtJ; graduaJ e reSPQh-
Encóntro-1110 cm um~ bela e ampla. plaHí<:ic . Vqjõ nO cóu
savel ao m undo d o dêsconhcddo, Nesse ppnto, ele resol- fo r muçQes de nuvcn~ estranhas e f~·J )tásticas. Aos meos
veu lornar novamente LSD. Não openas teve uma ''via- pés esftí.um poço t·cdondo e, n,uito .f o~do. O.lho p,;fra. btl.lxo
gem má", c·o.m cst.ado~ <le ansiedade do t ipo psicótico. coffio e '!cjo na água cs Lrutunt$ de nuven$ semelhaoLos às que
tamb·é m sua viagem o deixou coru uma contração nervo. vojo no céu. Corl1:precndo então que' é meLi dov'ot·, o, p(ir \
·con!5ogt!inl(?> UOHl questão dú vjda ou morte, pegar ixm
sana cabeça que <Jurou meses é fez com q.ue ficasse bos- balde e puxt1r ossas eStntturas. que são t'eaís, para fora \
tante assu$Cn<lo. E evidente que a1;tora qüe e lê conhecia do poço.. Acordo procurando um httlde. (
um.canünho m elhor para o inconsciente, as viagens de-
con~nt.e$ do uso das drogas haviam d e certo modo setor- Até itgora, a humanidade sempre projetou seus con- (
nado i1e·gítitn1ilS, E Q inconscien te beneficamente o assu~- teúdo$ p$fquicos,i nterno~ sobre o céu como <:sinaís dos-céusH.
~ou. E le nunca mais tornou Ls·o , e desen volveu ..se lvlas ~n.tão o médico vê êOirfâS se:melh.a ntes nas pt·.o · é
int.eriotmonte de uma mane.ira bastante gratificante e ' f'l~ nclezas da sua P.siqüe.: Os con tetl4<>~ vêm a ser rião me- (
voltou•se para o vida. ros reflexos, como ele 1>ode1;i& pensar, mas po.ssu~m sua
Em outro <:aso, um.o i mage:m tmnbé:m, Jev-e1nenw .Qi-. ptópti,a reàlidade.'Ele tem que puxá-lQS pàra fora do poço (
r,c1·entc emeJ·giu. A pessoa e~ questão era uma mulher - - ,_... , e·ffâfi'ãlfifü,'êt'iãtiv~mente com eles, porque ele$-são, obvia-
(
Jovern, a ltamente préndada arti.sticD.me.r:tte1 mas que fota nwnt.e~dealguma maneira pej·jgoso.s. Seria d ifi:cil transmi-
extl'~mamente l:~~e1·ingida psiquica1nente })-Or uma pers- tir o qµe está em jogo de unia foru,a melhor do <llle es,.<;e so- (
pect.1va• con •
vencional que

lho

fora• incul<:ada. Certa vezJ nho. ~ung ~SCl1ªV'e O seguinte na ines_m a cru:·~ -c.i~1,dQ fl"Cim~: (_
~or cu,,iosidade, ela t-omou LSD. D epois d isso, son hou qlie .Sei que não fa~ a~ntido d'osaj'ar conhe.c er mais a respeito·
tivera u ma a.1.o ráyel viagem, mas quo agora ~jnlut que
ntl<,>tar uma diferente abordagem. Ela viu seu a nalista à
d~ incon~çiente ooloti':o do qmrobtenws ~travós dos su-
úhoa ~ d~ intu,iÇâo. Q.uant.o mttii;:i o cori:h~cmos, maior e
e
sua fr~nte com u m gorro de bobo engi·açado. O inconscien- m~is pesftda se t o.t-fià 1H>S8a cm·ga moral, porque-OS; con- (
te es~ava obviamente lhe dizehdo ·q ue ela precisava de teúdo.s.inconsClén't:es .i,áo transf-0t'nü\dÔs ém nQ.<;aa6 t•ate•
fase l'éS)Yô11.sal>iJidades incliv.idU.ais tã.o logo çomecem a se (
u ma e mai s âive)·tida descont ração criativa e qu.a 01:a de- totnar conadentes. Voçê '(JUér nvmentat· a solidão e o Cl.e~
veria adqufri ..la através da [:lnálise (esse é o motivo pêlo (
sentcudimenfo? Vó(:ê q ver ~ncontr'ttl" tlht nún,ero cada
qual o an alis_t·a estava usando o gorro dó bobo), e não so- ve~ maior dê oorhpücaçóe6 ~ cresocn.tes respona.{lbilid-ade.s'f (
nwnte att·aves das dJ·ogas. De fa to, a dro·g a a tornara re· Vocô obt~m Q :m(icientc. Se a lg'u n1a ver. e\t pude~o dizer
((ué fi2 tudo que aei q_u o ti~h$ q,1e fazets, talyo2 e.u perc~-
ceptiva
. . à csferâ. da experiênd ~ não convenciot1al ' mas
entao JSSO prcc1$ava ser ~companhado c011sciente e m o • bc1$SC uma necessidade legítú-na de tomár m.~s.caliria. Mag '
rah:n.onle. se ou a tonu\SSé ·agora, não estada cér to de não tê•là to-
ma(Jó por mera <:uriosidadé... E$te náoé de modo nénhuro
Certo médico q ue bavü, tomado LSD expe1·imen tal- o po11fo1saber a ro~poit:o da ~o·nscjêtlcia, o t.ampoL1co a his- (
mente-eq1J,e ~~tnva refletin-dp,depois intensaunmte sob1·e tória t0rmi1t,t1. 4qu i: pelo contrário, é oorno e onde com,oça-
S'-1.8 eX,P<fr iên.cia, porque ele ficara Íntpl'essionad o com a rnos a verdadeira busca.7 í
esti-a.nha mudança na sua P.erspnalidade du rante a in- Assitn, nesse caso, o médico· e ni q t't.estão precisava
(
toxicação, t eve o ·s éguinte éonhô:
então aprender conscie·n tenumte a se desvet:1çilhar da (
$26
327 e
r
1
co,w <n-11:fio hünHior e dt:Scnvo1ve r criatiyamcnte os con • () CITO 1n atc1·1t1i iSU\ (H'<,lTde info.iô; l)l'OVítvélrhCitlé inú-vit ,i•
Leúdos d.a s profundezas psíquicas a t raV.és d e iirn â!·duo vol . CC,r))O <J l rúno d(.• DCu~ nito p ôd ~ ser des coh tJ1·to cn 1.ru
trabalho. A "vi~gorn" haviH Ih~ rnostn,.dO uma meta, mas o~ s iS.LC1ll~l:'S gtditct.ico .s, a inferênda fo i q u e Deu$ n unca
~ xiJ.;(,i t u, ·o ~;.lt~Undo OIT O incvit.á veJ é () p:,icoJo-gi~lnl)! SC!
o sQnho ins isliu c m que ele passasse pol· um pr ocesso cria · -Deus~ uJ1:,•·mna coi~a, r.k t.cm que sel' uma llugãodcdvad:1
1,,i vo para ut.ingi-hl. d e certns rnoti vos- da vontade d o podN·. por excmpto, <la
E, fína hrwnt,e., eis o sonho d e um jovem que usava sexU<.lHd·adc )·oprim idi'.t. i,.
drogas pesadas:
A.t.t·avés d isso, a p.êS$O::t P.ara qttert1 "Dt~llS e s tá mor·
Esto\.l wz in ho nó mar , cm u,m barco :;i recuo.. O sol bl'Hha to" geralmó11t-0 ~e torna de inwdiato vítima de lllfü;t. inílo.a.
for:te, e a s upf.it7fície do mar está c<implettlmont.é cobürta
pot· ,nagnífic·~s n o ~l'!S qu•á'l cxsodam Uffil\ a.ssônciu mãruvi- ção, ou soja, termin a mn ·u m estado d issociado excessiva-
lho.sa e irtesist.lvcl. J\<fetg'uJho o braço 1U:t á g1uà é , quando o 1l'1éntc expandido , n o qual ela ~cnt~ que é o "novo Oeu$11,
puxo do vo)t.a, v~jo quo todn a párte dele q_ue· eF,,t,avn den · como n~s n1os~1·a o exemplo âe N ietzsch ç .9 O u entãO·c.Ja
tro d'ág:un dé$a parééf,!1,,i! Foi comido peh, água e agot·a é será do1ni nada por .~un ansc.io .o u desejo insaciável q u e
-·~... ·..· ap cnns ·um'-coto!- E nquanto olho horro1'1zado pâtit méu exibir·á a me$ma iiltensid~de que a imagem d o Deus oxi-
bra:ço, o barco cmborcti. G il.COl·do com u m ,;.,-tito de p·uvor.
bia anterionnente:
O rapai estnva no mar- no inconsciente coletivo. As E preciso menc ion.ar aqu; que as s ub stâncias
magníficas flores simbolfaom a beleza e o. doçU1.·a di~s ex- intoxicantes n ão são apen as o úniCo vício pedgoso da uo.s-
periências ço~n fl~ drogas-. ·«A m orfina me faz ter soilhos sa ép.Oca . Outra fol'ma perigosa de vício é a po~.sessão ideo-
'ªo_,,..,.,,....»
,.,~~ 1.1,,..,.,. , e''·
_,., ,.....t ..,., .•••
,,,., -~.. ~,n · , •·•as
_.,."-~ êr
.... ..... u. ,v-.._ · - !:i "- ~ -. ..... - j ,,...
••,..,. V
~ ('> , ••, ...,-.. ..... , -.J;.O · Mb,fo.!i~ que p·o de dei.x·ai~ .e· indi,vÍdu<rtão "bêbado";· of.'.t.,•>Ü·•.... "
.nbo lhe 1nostrou - })Or tr(is· disso oculta~se uma d ocolll- decido e dissociado c-0rno u rna droga, e qu e, a lém disso,
posição rnortai, 11 aniquilaç ão da pm·sonalid nde e da 'vida! l~va-o fl querer i mpor à for ça suas idéias (i sociedade. A
Seria hnpossível explicar o q·ue o uso da morfina sig- energia:quo.ante rim:menl,e e-r o inves tida na idéia d e Deus
n ifica mais cla.nunente do que o i nconsciente faz. aí. A.fini\J ~ cler1·a,uad!t nl\ doutd na ideo16gica, pol!Uça ou socioló-
de c~ntas, o sonho -não é a re~ção de u ma pessoa mol'aÚs- gica, na qua l a J>esson pass.a.fanat,icame nte a a credit8l'.
ta. e. sim, uma 1nensagem d{) bnse trat1$pessoal da psique. E gerahnentc o extrover tido que recorte a essa forma d e
A~ita-i~e ge:talrn e nte· hóje em d ia que a e..xp eriência intoxicação, ao pa~so q u e o i ntrovertido prefere ir em
com as dro~aa é um s u bsti tuto parn .a e xpei:iência dio .. busca das itnagern~ in t~doi:es com a aj uda das drogas. Q
nisíacc1 do Divino. A imagem cristã de Deus pe1·deu a efi- pêrigo, em a mbos os c.a sos, r e1,ou.s<> na faltfl d e liberdade
cácia para muitas pessoas, e, desse 1l:lodo. a intensidade es piritual do inclív1~{uo ·quo é dominado por fan tasi4s in'-
ou energitl psíquict\ Objeti va quo ~t.'a anterionnente corrscie11t.es es1nagad o ras! Jung diz o Qeg ui nte:
~nvestida ne:9sa i'magem t9rn-:,,.u~s e livr e. "Deus '' não é rnaiJ;
encontrado do lado de fora. Através dó nosso i ntelecto
j O fator mais poduMso é, po-1·bnnt-0, de.cisivo> em qualquo.r
psique individua] i mpõe a ll'l.esnta Cl'<mça ou modo, s.ub-
cionUficc>, privamos o m.undo exterfoi- de sua nllna. Jung. mifíSáoqu d'cvoçâo que um Deus cx)g il ·i a do h cuht:l'm. qual-
quer <",Qi${1 detSp6tica e inevitável~. r\éSse :;ent idC>, "De,1s",
contudo, enfati zou qtle ÍS$0 tem certas conseqüência-s e .se toi·na absolut..'\ .i não s~r que, a t ra vés de tnn.tl doc,isão
psicol6gica·s : 1
ética livremente e1$Colbida, a p e.s..-:,.oa cons iga erif;_'lr úmà
328 329
<

J)osi!,!iitJ ç9n U·n t!~ ~t! fcn{mum o. naturol q ui, scj,, iJ..,.'lH1lme n .. t !b:'d., p . 11.
te. forte e frwcmcíve), 1º :, lb«.l.• p. 7;1. A m ll.xi mn. Jnt i rui no íina l de.ataJ:itaçM !1 ~ qut'" se <"r m'.1t.1
conhc.<ci:i tà crn inp,lõ;,; <.O.m(I " Oow-01•(1 of Gt-.:<:ks béil.\lng b'ifl&" ("C~1idadQ eom os
.Essa contraposição Cúrresponcle r,ia à liv·r e. e~colha ffr(:g<.t.s q\i~ tr<11,(>m l)l't'.S<'llll\S..) , f N<>rn d<> t 1•Qd\t( Or 1ng!é~.f .
• Jln'd,
a tt·.ftvós de U ni a dccisõc> mora l e ni favor .d 0 um D eu$ es p i· ,t U1i<I, .
ritual <r.ue pode ser viv~nciado dentro d a psique da pes- .: l'or~ Sir,,nurtd F'reud, com(, 6 h-a~lnnlc., couht::dclo, lrúhH~~ -!l1mpl(i~m<:11tc
de "rui;;,id uQt: flr~~ioos". ·
soá . "O ho1nem 6 Hvro para decidir s0 1DcuS' será u m ·cs - ~ JolTÕ, T ia• !i(rth <>(,t,·fr<u: i11g, J)p. 1n ~ 1:.,.
pfrito' ou u rri fenô meno natu ral como o o n$eio de m m·fina- ~ e . O. Jun~, P-qe;lw!ogy t.1:id lklêg1 '<)11 , CW l J, p. R5 (
? ibicl , p. 86
d e um vict·a do, e, po1:-t.anto, Se 'Deus' agirá com.o um força 'º J&id.
benéfica oo dest.r utiva." 1J E$se Deus $Crin cs~e a lgo. su.-. li lbid,
pr~mo e descon hecido que Jurrg chama de Si-mesmo. $er -
vfr·a elo náo import.l:l em egocentrismo, e s im., ao cont1•á rio,
trata-s e de ul'na a utoliinitação a la:.avés da q ual a inflação
e n dissociaç'iio podem ser evitada$. Servir ao Si ..m e:sn)o (
$ignifica u m. longo ..e··' árduo' ttabal ho ··em ..st·mi.:isnrõ·,.. ·m ãs
que é , ao mesmo tempo, gratificante? por'q ue a riqueza
interior da p$iQue> quê s e r evela através disso>é a ún ica
coisa que pos$ufmos n esse mundo incerto que não nos l
pode ·s er tomada. (
A human idade· te n) freqüentemente avançado em
direção a novas realizações passando at.ravé.s de err t>s. <
Pm·ec~-m e bastante coinprecnsf.vel, e 1noi&êlo que pe;.·doá· ("
ve l, que m uitas pessoas d A geraçÃ.o ma is j ovem sejp.n.,
in.;npa zes de Supoi·tar o vazio in telectual e à desl:~n'lttni• e
clade da nossa incultura te.e nológica, e r ecorram às dn>· (
gús. ll'fas então, pa1·a cada indivíduo, chega a hora na quaJ
('
pl·ecisa decidir s e que·r mergulhar p~ra sé1,npre oes~a
inexpressividade ou passa1· através- dela , como se 4t:ra·
vés de u m port.ão,·e ·a vançm· em ·direção à-gr ande o bra do
,.
autoconhecimeJ>:to objetivo. e
e
NOTAS (
1
A uie!o JoJfé, TJu; M,v:11 o{Mçq,11ing, C. P.· t>vtoam's Son.~. Nov,~ forqut:1,
1971, p p. 72a,. (CJ. tn1..d. b1•ae.: O m.if<> d(J g/1Jr,i/icad-o l'lú 'Xiro de C. O. J1:.ng,
Cultdx, $1\o Pautú.)
e
(
330 e
331
(
1
OS ANTECEDENTES RELI G.JOSOS sâ<J, com H ,null)<ff con1 quem el Ç!' vive, com seus colegas -
DO PROBLEMA DO PUÉR AÉTERiVUS ele e,ncon:tt·a a!b-unH1 ~oisa. t~rrnda , e, êm d(!con éncio çliss<>,
un1 l"d nipi me,il<J repc,m ti no e arbitrário de todas as rela-
ções p9de ser o bservado. Gct·aJ.mo nt.e, não sã.o ttponas as
idéi.as o os pJanos cspú<.: u1nt.ivos <lo puer aetcnms q ~ic s ão
a m b iciosos, m as e le fl'eq üent.em cdite esc?lhe, de fRt<J, H
àvhição ou o :alpfni$mo.éomo se u esportQ p·r c:dileto. Ex iste
aí e n-i J o"o, ·a mi.ú d.é , 1.nna., for te tendênci.a su icida, cons-
... ciente· o'fi inconscie nte, o que ·goi'.1 1nu itos aciden tes e
c,o Hsõ(?.s. AJgcim.a s veiest contudo, o ·~ovem alad o" não sofre
u.n 1a colisão fís ica, e s im ps íquica, na qual, com.o pal'te de
O tenn.o puer aeternu$~· '~ovem e ten10", é freqüen- uma Cri$e rt!pentina; e le nega seus. ideais ante r iores e
te mtmt.e utilürndÕ na p.sico logia pora d enotar u ma forma pa.ssa a agit' conio.tim cini.co p.e qu<.:~no·l>lu·guês ou s e ~o r-
'· l)Ãt''t)éU'J ãf.~ é ..iíeUFó:Se nos homen s, que se caracteriia p eJa
na um <:-r iminoso, d.a.ndo vazão .ao· seu 1'!9J~J isn10 ontc1·1or-
ten4ênda. de permnnece r preso à adolescência f.qn CO)'r$e- mente reprim ido con iO e m u ri, cm··to -c:it cuú-0.
qüência de um apego exc:cssivo à mãe. Pol· consegui nte , 'l\Jd-0 ind,ica que e$sa forma de ne m·osc está a.muen ..
s uas principais característic~1s, ht<l.ic·adas nos comell.ttfriós tando hoj e e m di;x na cultm•a ocideptaJ. As obn1s Jilerú-
d e J u ng em seu ensaio s obre ·a impm·tância do arquêtipo r ias d o,,;ofi.q<)Ç,{dQ.~py,r 41, n toine de St. Exupé1'y reflete m
lnatç:i·no~ ::nlc n h p mos§Gxup.lid.a.d ~ e o,.donjv.ani!:lmo. Es•. a fo r m a francesa d essa p roblemá tica . A eseoh• de Stefan
s~s dois tipo:, dchome)n cxibern urrt fraco relacionamen- George e seus itdmirãd ores e muitas outi·as no Alema-
to err1oçional com ·a:s mu lheres da nies.ma idaçlo que as nha, os "angl·y yo,n>~ nw,n" na Inglaterra e o poeta Fe-
deie. 1Não obstante, todas $.$ out-i"as caractet·fstica.8 típi<:a·s d<-?tico García Lorca 11ª E spanha são· 11penas alguns <)o$
da adpJescênda. ta1"nbén1 podem ser obser vadas: n (,en~ que pe r tençem a QSS~:CHtegor ia . A m esma coisa é ver Qa ..
d.ên:cia. de 'udotar urn est~lo de vida altamente provisório, · d eira com rela ç~o aqs Es !:ndos U rüdo~. O conheciâo psi-
ao mesmO ten1po .em que sonha com a fa nto.siQ de uma c61ogo Henry Ivlurr ·ay, de Boston, notou o enorme aun,en-
vida CJ·iat.iva i'1·eo l", mas fazendo m u iço pouco r)m·n que to da·incid<ii,cia. da J)l'óblem~ltica ·do µuerai!ternu~· naquele
isso se torne r ê~tJidade. As idéias d o salvado:,.· ge~·ahnen te pais e está. trabalhando - ªb,T adeço a seu assis tente, o
d ese1npenhom pa pel irnpo r tan.te ou s ecundário nisso, D1·. Greer, por e$S& i llfot'maçâo - c.m u 1n i m portante es•
Po(lem.s e manifes tar como o homem achando que é nm. tudo sobre esse p t'oblcma. O nrtistn Ge0t·ge Ri mntet· ou o
mcssins q ue sa lva r·á a h unlanidad e, ou, p elo lneno.s, que poet.a J olrn Mt.1ggee.se1'iâc:n t ít,icos répre~·e ntantes desse
ele está prestes a pronunciar a "(iltima paJa,.,"t·a" nas ques- tipo ontre ç,::. jovêus a1l1~ricanos.
tões de filos ofia1 arbe ou polít.ica. Elç vi ven cia corno i11a~ Desde que só estejamos falando a. respeito de casos
cei t.áve l·a r ealidade como ela é. A1·igoros a r otina da vida individua is, o problema pode s er explicado e tratado com
cot idiana bem como os esforços sistemil.éicós em cüreção relação ao apego pessoal pela mão;. l'vfas, além disso, sur-
à l'eali zação .sáo evitados, e e1n toda parte - na.prOf'is . - . à quest.iio de q ua l a origem do a umen to coletivo de$S!I
..ge-
332 333

1
con$Leiaçâo ne m·óLicn que parece l-ei·mos agora diante du pecto menos a..rqt"etipico, no conflito e-n tre 1lbrquato 'l'ns-
nós. Sabemos que a t)e.cessidado C! o dificulda.c;l.e d<~ nos so e Antônio, Em Wtrt.11( 1; ~Je der:nuna d irctarnent.c. do
1

libertar da mão representa urn problema uniVé.rsal, taJ- <;Q'i'ação s eu próprio probfa tna do puer; e d epois ern 1àsso
vcz pudésse·r nos uté dize.t· <<norma!"", con, o qutil todos os chega a rcconcilial" o i·nvcntivojovem Tasso com o paL.er-
pov6s primitivos,_p6r exemplo, tidmn at,r·avés do cerhnõ· naJ e r csponsá..:,ef, porém e xç(!ssivanwnte realista e pro,
l l ia:S do in iciâçà(? m a,seulinas . i'\s cerimônia}; de confirm~- saico, Antônio: "Então no fín<;1 l o madnheiro se agarra/
çãó·pr"9testontes e cat6Hcas nHttatis f1iu.ta.ndis aínc.h, ·in• Às pedrns c-0m as quais ele podei'ia tP.r colidido!" Ess.a
dicam fracos veslígios dessas i n i<:ia:ções. Em cc:rta.s cidades i·(:COncilÜ.tfàO se dã e,m Goethe atra.vé::; da mediação do
itâlianas-, os padres oinda dão no-s jovens u rn forte tapa principio fominino, ou stjJa 1 a anim.a. 2 {
em Vez do toque simbõlioO' - um pe.q ueno remancYs(.e:n te Na litcrat ut·~ m ais :rece nte, a mesm a oposição apa-
das pt·ova~ôes .da masculinidade. E na Suíça, freqüente- rece de for'ina 1nais at'(Jm:iípica. A figura do ·d éUs critmça
mente é 118$$(:\ época que o rapaz (tanh.ã as prfrneiras ~ai· talvez· te nha ·sido rnais put~\mente retrat.ad-a - enrhora
ças co.mpridas e um relógio - ele deixa para tí·ás osonho não ~et'I) um desagradáve ] traço senthnental-infá ntil --
.......... __..d.í!.i_llf(\uci.a!l.(:iz.. ;1J1:E1Y.e.ssia em direção à consdência do. em O Ptque.n ó P1·(ncipe.de Antoine de St. Exupéty. O pe-
tempo e à idtld.e ttdulta. O e nfraquecimento da fé cristã, queno príncipe vem das .est.relasJ porque lá tivel'a um
que é ca.da vez mais comum e.n-1 muitos mei.os, poderio. desentendimento e.um sua bem•amada, á rosa. Na terra,
muito bem ~er considerado \tma· causa quê contribui para eJe .oprende com uma: raposa. os primei ros segredos pat·a
esse pt·oble ma a~ual; afina) de contas, a tradiçãQ çri.Stti tornar-se ser bumano. Mas oinda não esta.béleee estr.e ito
te1n uma orientação pat..riarcaJ..espll'itual e, por <:OJlsegu(n~ relacionan1ent-0 com a ten:a; em vez d iss<>, é libertado da
te, rep1·esent,a u tn escudo protetor contra o rtlundo da mãe vida pela sábia s er_p ente e $µa picada morto) , vo]tsmdo (
e da m atéria. Não o~sta,tte, essa ol;,se1vação não é sufkien- para s1,ia ãstteJa. O t.ipo do antagonista esM. diviâiclo Jiéssa
t 9. Precisamo:, penét.rar lnafs profundamente no:; ante~ pequena obra cm rnui tas· fil,'Uras diferentes qu~ J)êrso-· r
cedeú tef:i.
nificam os "adultos" i.ncap~zes de coinpreender, os quais
Qua11do estudamos os indícios da literatura moder- St. Exttpéry já l1avia r idiriulariz&do em suo intt·odttção
·na, qÚo deixou para trás tÜuitos exenJplos típicos. cless~ aõ O Pttquén.o Príncipr:. '1'e mo1, o negociante que conta (
constola.çüô psíquica.• vemos duas imagons arquetfpicas <linheiro, o reí sedento de poder, o bébndo cínico e me-
sutgirem cm t)l:Ünei.ro pffJno: por un11ado, um .d eus crian- lan.(!6Hco, o quixotesco acendedor de lampiões, e assjrn '
·ça. um menino d ivino ou um jovem as.sociàdo à l ui; e, por diante, O pequeno pl'Íncipe. das estrelas _náç: estaba~ r
pelo outro, um pai rígi.do e cinicamente dqro càpturado le(e um contato com essas figuras e passà ~p-Or elàs, in• (
pela psicologia do poder, um tirano ou um chefo:. Essa tocado. Em certo sentido, a serpente também represen ta
ú ltirna imagem é às .vezes exaltada na lit~ratllra cômo um antagonista primário do pequeno príncípe. Ela é ve- {
u m Jídcr ideal dos hmnens, às vezes negativam.ente J"e- lh.a1 sábia, hostil à ·viqa ·e ensi na â -<lóc·e· ten'.taÇãO-s'i.t~iêiQa
pt·esentado co1no o i nimigo do ·~ovem t·omân tico't. da libe,·dade através da morte, Em outi·as obtas de St. <
Goethe retratou essa oposição de for111a moderada, Exupéry, o antagonista do menino está mais cloram(mte (
restr ita no nível pessoal, ou sêjat concebida sob ~m ns - tl'a!;ado, e podemos ~·er nesses livrbs que o escritor está (
334
835 l
Clll busca 9<; um reJacioonmcnto po:siLivo com essas '1gl.~- cómo u m aspecto ne fando do pu.er ou cn.ança divina. 3
ra.s a.dv~.--~·árir1s. Temos ent..Ã.o o chefe e. orgatiizador d e NP.sse romance, <> herQi da históda, c hama.d.o lvfclc:;hiot
vo1a <:omrfo.nh iu <lo H\'iução 1 R.ivie)·e, no romaúce \/Qo von Lindcnhtds , vé:SC 'eüt.re duns J)ar~es hósti.s: a do m.c ni-
noturno ql.le - rígido, diligente, leal a.o seu do-ve1:, llW$ no divhio F'ô (= U uda) e a tjc H e rr lílrich \'()n $pãt, <1u e o
duro - en via sel.l~ "filh os", os. pi loto~. para n, rnÔr t<:; ou o pcrl:)egue. F'ô é acoínpa nhado poi· tuna t:ropa extática·dc
x egue em Cidt1dela., que gove rna d.e uma manoira pater- mcnhlO$ <iue desoncudeiam rebeliões e revnltas eff1 mas-
nalmente rígida . rcs ponsáveJ e com tnnol· á ordem, m{ls· sa, "lihê.r tador~s ' 1 de Sclvqge1·i·a .em cadt1 cidade. F'ô é- um
que. por exemplo, não hesita Sffl condenar umu mtdhcr a espírito da IUa o dn água, filho da d~usa mãe Terra, quo o
uma inortú ter·dvcl no deserto, pela sedeJ J)oJ· caus a d e pxot1~ge sob á forma de uma nniJJ1(:)r:mtlÇá, As uvas, o vi·
uma t 1•ansgrêSSâo orótfoa hum.a n.ament.e compreensível. nho, às fla.ut~s de Pã, os tlnimais, as tosas C o f<)go são
A imagem d o Jídei·-ditacJot ideal, o·u pAi, do país que seus olcmentos. EJc p1·oclama uma eterJ1â transforma-
dofni·na côn~tclações políticas pass"das e atuais s.e ba- ção das fol'rnas através de muitos rGnascimento$, defen-
seia em parte, na nJinha opin\ão, e1n u ma ve-t sã9 projeta- de que a . ressoa' deve Se t\l.ffl.ndorütr à . yida e .. à .n1ort.e, ...à
da de uma hnagem "antagoni~ta" desse ·tipo. buscn é il p~1·ambt~lãção_,.à da11ç8 e 1:lO ~xt-ase. Sou pe·r s e-
Na série de sonhos de u m típico pu.er aeternus, oa- g1-1idor e illimigo U ltich von Spãt- (Sp,iit ~m a l~mão ::;i,gn i-
racter isticament;e, a polícia secre~fl rus sa, qUe- q1,1f)r tor- fica "tarde"), ao cOntt'át·io; ·6 o g_ovet.n anto, com seus "se~
t~1rai· ~ hontem que soµh~, a.parece como personifícação nhorcs de vidl'o", de \llJ\ r ei no cdstalino e transccnde ntaJ
dessa figura d o poder patern tt 1·0]{}(:i()rt~da com a ordem e cut)'e il'...$ estrelfi'S. A ordem, a é t.ica e a pura efjpideuaüdade
neg ativamente percêbida. Quem atua:eol'no1·eprese ntanOO são a.a me.tas qire ele pr<>clama pura a humanidn<;le. N'a
desse·poder policial no s onho é uma velha, qnE, golpeia o mataria d a s vezes, Herr ,;on Spat apm·eçe 901n.o tun foiti-
hr.mr.:-1!:l :o;v ~oio frontal. O comple xo 1nat~rno não r oso1vi- ceiro côWí'ifed1:taCt.Põd8t/ ln~s 'êin' aeüs ·raros m elhOres
do f~·eqüentemente ço·nt.ribui parp a fQJ·mação do ideal do momentos, sua face se revela como ua nc:>bre e sofredora
ditad9r, poi$ o apego à mã0 faz C!)tn qu e o rapaz cont_illue· foce de um deus". Por causa des$e ttSJ)écto mais nobre, o
a ser \nfantil, scida.lmente irrespon$á.Vél e turbulQn.to, o h erói do ·) ·om.ance, àofelchior, nµnca cOnsegue abandou&-
<1ue, é: clato, quase. inevi tavelmente tlá origent â uma lo completame'n te~ en1bora Se(l coraç.-io pert.e nça ruais a
c011tp1poS-ição brutal corno a que é J·epresentada aí pela Fô e ~os meninos: Some n te no fíoa) do ron1ance Sua som,
polícia s8cl':eta russa. Este ·certam~ntc taiubén1 é o caso bra o ajuda a matnr a sombra de Ulrich von Spãt, é então
poJiticamente, em maior escala . J\·felchior se une.na morte ao fl.)êttino djvino Fô. que apa·
U mo dosçrição liCatária extreu1amente vívida, pa-re~
-'
recc,pal'a ell;l c;e.t·ca.do de, ~aChos de uva.. E$t.e ú ltirno Jeu1,
ce-rne. é a base arquet.ípica do _problema do p _u er aeternus bra, sob 1n·uitos aspeçtos. o Euphorion ele Goethe.~ o m.e -
no romance ocu.ltista de Bruno Goet, de .!-919, DM Reich l)ÜlO. guia ·em~.Faasto;-oir ti t-.1:axí.m.iri ~e Stefan George.
e.
ohnc Rai,m (O-Reino sem Espaço). G.Jung mencionOLt tJlrich von Spãt, por outro lado, poderijt ser cornparadó a
freqú.en·t(:)mente q,ue esse l'<>rn~nce fora un11:11 previa8o )'l'O· uma figura como Kiingso,· no Parsi(al de Wagner. Hen
fética do nacional-sodalismo; Jale também i1tte~·pi-étava von Spãt representa, por assim dhel:', n podet·osa pressão
.as tropas de i,neninós d eStnt.t ivas. que ..ap.art1cém no Uvr·o da tradição e dQ passado, ~ qual, como disse Jung certa
336 33.7
(

(
vei, ''úntcrra os de u.ses e111 nrnrmo , re, e o uro"O
. ,
mentno
Fô 1 ao contrádç, está por· trá::, dos o>eCessos do n~\dona.l· de todos os impuJ$o.s fértcfs e criativos da psique. E lo é r
um inimigo da emoção e do instint.o, mas ptc:cisarnente
socia lismo. Podemos realnl<Hltc upfica1· 1;1 ele a obsorva;
ção dê Rabclai-s de que "l(l uerité dons sa forme- brute·cst poJ· essa razõo ele secret.a m enee ~o perrn it.e ser negativa.
mcn t.r~ inll uencfa.do por impu!sos pt·imitivos.
plus fcut!le que le /"aux";' Cmno ~ í, c.on t.r astando C<,>m o
Tasso dé Goethé, a frnca figurtl da cuúnu, ·não p,ode de · P or ou l ro lado, o pt.1.er aetcrnus, compr eendido como
sempcnhar o papal de i-n tet-rnediário, nâo enco nframos im.agem a.lquímica, é, cm face do velho rei, o eleme n.to
destinado a substituí-lo. Esse.é u m s/!nbolo da-renovação
no romance de Bruno Goetz nem a u ·unsforffi~'lçà o do· ad-
versário nem a rcconciJi.ação com ele. Más que s-iguüica a da vid~ ou da reunião de opostos sepal'ados, O"novo ho-
Oposiçá? e·n_tr·e e·s.:;a i:feve-n~ flgut·a e~terna e o menino deus i:ne rn interior", ou a substànci0; arcmia r ~ssuscifada, um
alado? B esse o problema qua o filósofo I<l..ges çhomou de sfrnbolp do Si·m esm o m.t1i$ completo e renovado.
"d é"spfrito con10 o inim ig~ da a ,l ma''? · Vis.t.o á luz. do sjmboJis·m o a lqttJmico e.dos Cc_>mentõ-
rios de Jung s.obr!:! o ass\J.ntó,. a imagern paterna do vel.ho
Os análogos rrtitológic<>• mais adequados a essas duas
figu ras nntasonjstas sâu <ni'éontrados. no SimbQli$rno da governante e elo filho alado, ·(llé,Ti' de não_serem opostos
ve rdadeiros, tambénl têm uma nátureza único. Por,,con.. .,..~
alquimia: o espírito do chefe,di tador-pai conesponge lá à
substância arca1.v1. conhecicla. como o ''velh·o rej", ao ·p asso seguinte, os alquimistas se referia m à sua ·s ubstdn.c ia (
- q:u~ o ..pu.e r aeternu$ parece co,Te.sponde)· ao m.e,·ci~rius co1no senex et puer. Grist.o t-ambéin era cha mado pelos
in{àns ou /ilius t·{gi.us , q ue tambérn é às vezes·personifi- mesmos termos, poi~ elo é b <<Ancião dos Dins" que renas-
cãdo como uu1 j ovcm ala.do,juuenis aiatu.s. ceu con\Q tmt .bcbê att:a.vés de ti.{aria. Por m eio da fusão
Em. J.' 1ys'tel'iuni coniunct-ionis Jung apres~nta .u rn que ocor re 110 opus al<tuíttticó, seja no ro·go ou n:ó banho.
con1entário ))Ormc noti~ado s obre a figuta do velho rei, atrJ;J.vés da dissolução no caos ou na iliµUlação, de um.a
que í:epresenta a .substância.. arca.n a e é ger a l:r:riente r é - maneir(l ou de ou.t t·a, o velho se transforma· nb filho, .,<\:s- {
ttatada pelo$ a1quimi$tns no in.ício do proce$so cotnQ,de.- sim., qua ndo nas variantes m odernas as figuras do pai e
feituosa, itrogenera.da, enrijecida, doentia -ou. mesrno do filho estão em oposição, só podemos conclu ir q ue algo
maligna . A qualidade defeituosa correl'lp01ide ,1 um deve ter saído e1-rado 1>s icologicam e.n,t,e. De a.lgiun modo,
o p1·ocess o de transformação e$tancou .
ego tismo in t.ensificodo e . endtnecimento do coraç.Q.Q Que
p1:ecisn ser desfa·uíilo no banho alquindco. A sede de po- Entr eto.nto,. Jung mostrou. que o velho r oi tepres.e n ..
de·r e a concupiscôncio com freqffência tatnbém c.aracteri• ta não a.penas un.i páncípio de cons cit.\n cia voltado à tt-a-
1
zmn i11gloriattaente Q velho r ei. .Analogmnente o Chefe, diçáo, eXcess'ivamenteégoís.ta e a ntiquado, co1no tambétn,
R ivier e em Vdo not"rn.o de St. ExuJ.>éry e Ulrich v<;m Spat em última anáUse,"' a imagêm'coletiva de Deus. Por con • (
em Reich olmc Raum de Goetz, personifica u1r.ia ·p\tsâ atj .. seguinte, q uando se djz que o a·ei está prGcisando de t r<,1n.s -
(
tude de poder· e se·caracteriza por \ tma tota l a usência <lo Íormação, é basica m en.té nossa concepção do D ivino qu~
eros . O espfrito, que cm si não é um ªad versál'io da alma'\ precisa ser t1·ansformadii, e est.·á e.lato que ess<,~ p~·ocesso
degenera-se nessas persó nificações no 11h•el do intelecto, só é "p ossível dentro da Jlsiqlle. Em Ciut1·ns palavras, a
úni'ca coisa que Podemos fazer é nos oriontar01os par a o (
e ·nessa form a contra!da ·e enrijecida Se põe no caminho
inct>nscicnte, s e quisermos descobril· de que maneira nos .. (
338
339 (

(
SIJS domíinint.es conl:i<.~fontes prev::de,;entes pr ecisam inu- a rno rt.c dos p oer oetenr.i huma nos : a mor tificação a i•
çlnr para que. nossa imagc.nl do divino possa novamente Qu írni.éa da ~iubst.â ncia a i'cari tl Ul$l$lUne a forma d a müf~e
ser transformada, como <liz Jung, ··em um todo renl e pl'a · pessoa l deJe·s . '
t icável. ao pas·s o que ant.e-s .. : fel <1J apenas nsph'twa à ' t:.o~ Sob essa pçrspoct.i v,.:i, o complexo m aterno q ue e;shl
talidade". 5 cori1açhn.d_o ~ dominar ri soc.iédatlc moderna (lembro~1ne.
A imng.e rn t1rq uet.ípitu do puer r:wternu.s representa do livro Gen'f!ration of Vipers de PÚilip WyHe e s u o
uma experie n:cja do'd.ivino.q u~ renova a imagem d e Deus . ddiculat°iiaçãp d o "momismo'') adquire u m novo sig niü-
Agora, se lodo e$.se processo da 1·e1iovação do rej que J <!ng cado. O apeg~ il m~e ~ wndicionad o pe lo fascina nte po·
de$creveu e iotérpretou minud osamenfo em ·'111.,ysteriu,n, - der da oft á çã.ó do inconsciente.colet..ivó com Q 9.fugur e li
coniu.nctioni.s não for conscientenieute r:ealizadot parece m att·fa da "re nOv~ç;)o d e;> 1·ej'', O inconsoíêrite coletivo é o
que f?implçsmente pross.e gue d e qualqucl' m.aneira, pa. útero da prima m,a.teria, o sômbt·io estado primevo que os-
t·éru. d.o for.t.11t1 nega.Uva. Com reJH.ção a isso~ o de$en.rolar a lqu imistao chamam de '\ :aos", a ,nasso confusa·nu quaJ
dqs acon~ÇJt.in1e.u tºª·J n11 .0..P.4!.gµg!.VJ.P rl/t,J.;.~P.?.:.(p pa l'ti'cuJ a r- o velho h9mem s~ t ransJorma. e m·jovem. As muJhere$ que
men t.c intere5Sânte. O rnen ino que veio da es t rela. deixa, não té.011nais 'uma m·ían.taÇão 1:eligiosa o cujo >·ida, por·
voluntariamente, q ue a. serpente. o mate, u ma. v1bora de tanto, fkou s~rr1conte údo, i,n vofur1tariamente se ident.ifi -
a.reia. ,a mar~ltt, par.a poder voJ~nr para suu estrela e para cain cOm esse pnp e1 rttúgico c1a·Grnnd e JvUt.~ e depois peo-
a rosa que ele lá d eixou. Algum tem.po depois de. escrevet jctam a. imagem arquctípica do herói ou (ilius regiu,s sobre
i·s so, O ttul:or. St;, Exu(.léry, ·!:icg'1.,tiu Q; pcqué,nó prí ncipe· 1u., o (il ho- a pon~ de a té preferir que ele morrft â aceitar a
mo rte . E le foi deiTubado po1• pilotos afemães q.t tand o v?.> à- possibil).da:de d.e qUe ele.J eve uma vida h urna na. coh.Hun. 8
va sobre o ·Jl,lediterrâneo. Certa vez, ltn)a mulh.er que m·e nios trava a foto n o l~ito
No s imbolismo a lquím ic-0, a $ê_rpe.nte é identificada ele mo1·tt\> do filho·,jue morrera afoga_do disse-mo, lite1·nl-
corn <> fi:lius regiu&·, ou sej a, com o príncipe da estrela , A m ente; "Pr efiro tee·e1é a$Sill1 do q ue ter q ue pc,rder ele
ser pente é, com o diz Jung, ~'a fol'lna m <1is boix:a e r-t.:i.cli- f.tant outra mt>.Íher1'* .:
mentar11 do re i no procest:>o d a renovaçãó, "inicialmerite O filho, póí· oulro lado, é enfei tiçado pelo 1>ri.ncípio
u m veneno mortífero, m as d epois o próprio u.lexUárm.ico rnat~r no po.rque se ide11tifica com o fiUus, regius, e este é
[antídoto)".• A sei-pente representa o lado negro d e -Mer- atraído coln ÚiuiÍ forçiil t)'eil\endá e apaixotÍada .;,eltt ma·
cúrio, um Hennes K atnchthQnios. Pfa-se que quando a triz do incollSCien.té, visto que ocasio11a.hhente é nis$n que
luz da vida de u m .herói se extingue, ele continu a Q. ,iiver ele se t ransfonna. Isso é ainda m ais poderosamente con~-
s ob ·a fonn,1 do serpin1te. 7 Na yida d e S t. Bxupéry; a se,~ teJado nas r egiões p1'ote$Lllntes, pois o m·quétipo dâ 1nãe
p<S!nte efetivamente assume plcnamehte seu significado está ·n usente d a reli/,'ião. Assim, ou todo o poder d e fasci-
mo1·tífe.ro, como seinpre é possível quando a pessoa se · nação d esse a rquét.ipo r écai sobre a mãe·pessoãl; óu de-
identifica com o arquétipo dopue1·, po1·que dessa maneira sen\7olve--se u m tal m odo e alie.uaçiio dia nte. dQ p.d ncípio
ela participa d a t ransformação do arquét.ipo i n c9nc_reto, fe1:nini110 q;ue a consciência masculi no se fecha a toda:s· as
desaparecendo no caos, n.a mut,ila~ão ,:, na mó.te. E d_a í i n11uênei8$ fem ininas e, com elas, à influência do incons ..
q ue se orig inam a tendfü1ci o suicida e a Jj)·edi$pO$ição pt\ra cjê nte;. deSs.e ·moçl.o) ele murcha e merg ulha na 1·a.cio·
340 3 41
(

JV.tlidude e no r oLrospect(> hit:itól'ico. Assirn, surge a ati~u-


cat.cgoria. Greta Garbo defrnitivan1entc vivenciou a. que·
de de çonsciência de Hen- von Spât., ou seja, dQ réi idoso
quo se afastou do processo de trnnstormoçâo. da do popcf de Cora com pàrticu{f_n- ínt(?nsi<lade e -pelo
m e.nos é o qu<.~ eu acredito - sobr.êviveu corno sei- hurna·
No livro Reich ohne Rau,n de Brun.o Goetz, von Spãt
no. GrQco KelJy·também e1)ccmtrou uma saída para.a pura
apat'cce como o amigo do it'lf{lncia da principal persona-
idc~ntificação com a an.úna que sua cai-re ira havi«:1 Jhe
gem feminina do rorn4ncc, Sophie (a t~$posa de Melchioi·
imposto. Por outro lado) Urigitte· Bal'<lot,. po r exemplQ,
von Lindenhuis). Assim , von Spãt também é umã pei:SO·
continuou o viver o papel de p,udla em seus filmes., o que
nificação do anitnus na. mulher. Já vi ff1uitas vezes. mães.
freqüen.t-emente. indica uma nuança secundária hcrm~-
usat"em -O argumento do ºGristianisn10 positivo» tradicio-
frodita e de menino, vfsto que na alqu,i.1.lüa o fi'liu..s regius
nal, para t~ejeit.a r o tratam ento de seus; filhos e esposas,·
contra, o. análisejuriguénna, de seu$ marido$; o rnotivo $.e- e SuQ. noiva $àQ&ecr ctam.ente ídênt.icoS. O mu.ndoda moda,
o munc;lo do cirH;?ma·~ a possess.â o dos homen.s pela anima
creto por t.rás da ação deJaS· não era d e m odo nênhurn Q
amor cristão e, sim, a inveja e a von tade de podei-. Em r eforçam a téntação·que as 1n4lhe·r es têm· de desempe•
nhar o papel da puclia; af:fSim corno a possessAo das mães
outras palavras, tanto o tipo paterno como o do..chefe.~ ..-.. - ...... _ -·· ...... e ..das..m.ul.l:.1e res fazem. dos-tapazes 'joven s eternos". Ao
·l (Herr von Spfü," - ê o pucr a.eterrms são· arquétipos que
mesmo tempo, quantida:de tão grande do um anseio espi~
também podem se manifestar c01no l_)01'$0llÍÍlcações. do
o.nimu..,.:; na psique feminina.. Em·µm in.t(~res}:uu,te-trat:>a-
dtual, r eligfoso e rom,ântiço genuíno e d e unrn e.moção
criativa é investida nessá identificação que é compreen ..
lho, ·Else Hoppc expl0t·ou o 1)1n,s des /1,fa.nnes .(n der
$.ivél 9 ue ·n.Ao queitam desistir dola os·que a têm. Afinal
Dichtung der Frau (O Tipo M·asculino l\á.s Obr11s Liter;l-
·çle çontas, têm a impressão ele que não eXiste aJterilativa
rias d.as EscritótasJ, 9 e a o posição entre o puer e o senex
para a tirania estéi·il de Het..- von Spiil, ou da velha desi-
se .salientou clar·a rrtente 11a ·maneira como as n11.dberes
rctrç1.ta.vàm os homens etn seus Hvtos. lud.ida, porque eles nãtJ sabem Óltde e como ·uma t.rnns•
formação int.c1~ior dessas: fi,kuras póderia oconer.
Freqüen-temente· me fa?e.m perg,.1utai:I a r espeito do
psicoh.)g:i.a da puella a.eterna, e s e existe tal coisa. lndubit,a · Na r evolução espi riiuoJ 40 protestant ismoJ um pas-
veJmt'inte Gx.lste, da maneira como eu vejo a situação. A so foi dado na dil'eçá'o de· não mAis vern1.0s as imagens
•1
pu.el(a.aetcrna..ser.i a o tipo <le mulher "eterna 11.lha.., aquela i·el.igiosa~ como ex.ternas e de não mais assemelharmos a
que está inconscientemente identiéiça.da com ~ anirna do fu1Jçf.lo religiosa da psique à fu,wão de uma igreja visível. (
Mas quando dizemosA, tambéri, temos q ue d izeJ· B: se as
pai. Essa 1nul her 'vive, como 9 jovem do t.ipo pucr, em uin
imagens já nito são ma.is "externas" tlem devem ser en-
papel a.rquetípico. Ela ó uma Cora, a numinosa ·c uúm.a
,n.und( uma <Íe\.lsa da luz. O tipo femini no (fl.l:~ borres- contradas e m ut11a "metafísica d.o gmática", então têm que
estar den tro de nós - não no sujejto e, simJ na psiqué
ponde a 1-1.e.l-r von Sp~ft; é. a velha amarga, ami\,'lde int.ri- (
·gante., que s o çtgárra à ·tra<li~ão e aos bens tl)at.eriais, como objetiva. J\.fas o protestantismo não ousou dar plenàmeu-
dinheiro, tliobílío, p1·op1·i~dades , casacos de p<?le - u,ua te es.$e passo se8'1-dntei foi precisamente .,-iesse ponro que (
a transformação d.o •·velho rei'' estanoou. Tivesse sido dado
velha bruxa~ ii1capaz de am.a r. A:; hie11a.s das grandes 1o·
jas, tão bem r etratadas por P hilip \Vytie, per-t.éncem a essa esse p8sso, a reoonciJiaÇão do protestantis n10 êom a ala (

introvertida da Igreja católica- Oll seja, com seus místi• (


342
343 (
(
cos.- tE.~ rii, i:;ido con<:ebfvel. Dess~:.ry)Odo, i1 t,n:111s posição rig.idas s ão ncccs-,sftrio.s puta controlar o CU<.>$ das mt'l.~·
do Cisma ;.\t.r nvé$ do r>rincípfo d<> ~i ..os e alrnvós dt) reco- :;;ás- em outn-.1s pa lavras, a imagem do chefo,dita.dor ou
nhecimento da função t úligfosa do iriconsciente te·r ia SfrJo do (1vclho rei". Por out,r o lado, a.q~t•~lcs poss u ldoi:: pelo ar-
possível q(iétipo do pueraeiernus não posSu~m ge~almentc intcwes·
A realidade da J)SJ(ju e inconsciente foi, cm s ua m aior $:êS ·políti,~osJ ·e isso chega, ao ponl,Q da irrcsp9nsabilida·
pmto, per.s onificada na mltologia pc.lo espírito na natu- de soda ]; s i m1>fos ment..e sé <leixa·m arrastar por cada es-
f'eio da matét·fa, pel~ mãe, pela q.,1im(I, ,nundt, ou pelo iinn.llantor~ n1ovimen to emociona l de massa qi.le apar ece,
"cten10 rem ininv'' no Fattsl..o d(:f.Goêthe. Cmno esse poder independentemente.de Of\de veio e para aonde está ind o.
feminino não·está sendo recon hecido hójc na noss a cttJ- &, claro (luú os dois tipos cJe po$se-s sãt) se favo1·océm
tura ocidental, d esenvolveu-se cm s.eu IU:gn.l\ por um lado, mutuamente. I.ês t:b:trérnes n.e se toúc/ieni. p as sçulC'ment;'°
esse uumento em um Hmomís md ' aparentemente tãó re- e1es·sãô freq(têntemente a i.é idêilticos·. ·
gt·essivo e na ho moS;SE)x.uttlidad e, e pelo out,ro, um e n- Âté m eSmo as exper iêndas com foguet.es e aviões dos
.r:Xi~~,tmÇ.t).~ ...(la consciência que .e ucont.ra .s l)a .e xpn~ssão. grupos orientai& e ocidentais pode.m se.- vistas por es$e
i~nisidi ata em um a um(t11 ~0 na forrnaçáo. do$ estados t'of~- prisma. O àviaciô"r>J'.1-0~ta u,n,.edcanq John i •I.aggec es.c re·
1itários . Rude até observar di"i·età rncnte c1n c.;isôs indivi• ve a rB6pé it~ ct6 êx tase de~se vôo elevad o· ern u1n .a,-vião
duais como, nos sonhos, a imagem do ((vel ho Deus..,. (n.o aberto, quando e le "1)õ~ 1> mC,o pa~a f<irll e tocou a Í!)CC de
éàso dos álemãe$, 1..Votan, na do$judeus , .Javé) e .o. dopo• Deus", E tocou a face d e DousJ 'Então Deus ~indo. está no
' de1· pQlie"iül ou do tlitndo,r sub.stitucm Ul'l$ HO.s ouf.ros cotno .mwulo e:xt.erjo:r, e1n a.lgu111 luga:r no espaço ou - so isso é
temas, ou entúo apal'e~em conto idêntico.s , pois n hnage1n apenas u ma mçtáfora poéttcn - só ti nt-iugiv.el a través de
de Deusafast:andO~sc da transforinação, ou. a ant..iÇ'a cons· u ma· tecnológ'ia aeronàut i.ca, e acrobática., e Jlôo t.'ltt!lvé~
çjência d o minante, não pennane-ce tneramento cotno é de ~una b uSca intcrioi·. A inílação e!<tátiea. a!:lsociada à
q uando 9 ptocesso dch;a de continuar; r et;ressando sin,- experiência do VÔ() é Ri incr'í vel e iJ.1ge1mamentec·x plicadn.
ple.smentC f.\ antigas e primitivasform~s. E espedahn~n· LOgo -depoig d e eScrever esse ))Oerna, John Maggee mor·
te inter essante·p nta nós, hoje: ou1 dia., a crescente im.por - r eu e m um desastre de a vião. Ele também foi picado pelo
tância d a polícia secreta, ·e dRS r edes de ~spionagem o m espírito eia t onp, o aspecto mortífero d e J\1er cú rio, a ser•
toda. parte do mundo exterio1\ Ao se ocultár em, ~las ·p er- .Pen te,. exatamente como o pequetio prfnclp1:1 <las.es trélas.
sQnifica.m, rnai.s ou menos <lfretamentc., o funciónamento J á se h nvia apreseli~ado n 1,ar tir d<11'asso de Goc.t he
secreto do inconscien t.e e m um.aspecto que, por- u m lado, que a mulher ·e a .di'fercnciaç.ão da c,nim,a no hon1em Cle-
é dehHit.antee r evQ)ucio11ário o, pe.Jo Q\l{.r,oj é r egt·Qssivo e selnpenhan1 u m pa pel crucial n a trans formação do sen.ex
8erve a Hen· von Spãt. Se)l"l r,ossuir lima 1neta ideal pró~ e do pue,~ bem c01no n.a integração de tod o O problema .
pria, essas organiza~óes servem pàra fo rtalecer o poder Patece-me ·q ue aqui, dh-igitld.ó -l)Je it:gói'a ao ladó·feriiini..
dos vários princ.ípios dominadores . N a rno.io1\a dos ~as<,>s, no do problema, a .i.ndefiilii:ão e a passividade das 1nullie-
s ua figura d e prou é a segu.rança o.tâterial, ou seja, o a r- res r epresen tam difü:::uldade~fesseJ1ciais. Se á nalis armos
quétif>Oda ,na.ter mat.erià é o te mn prit1cipnl que as seduz as mullle,·es que se identificam com a Grande Jl,fãe, elas
e leva a, agir, ou então, a. ··convicfáO de~ que: 0
1E!i e õrde.m" .
.. Jreqüentemento se parecent com uma imponente massa,
:344 345
r

confusa de emoções, int t·igus i nconscientê$., opiniões do Isso caminha do niãos dadas com a renúncia do papel
aninius, e assim pôr diante, por· Lrás dos quais~tontudo, m:q-i..tetípico da Grande Mãe ou da un·e usa Ânima", e a
ençontrumos um ego extremamente pequend, sensível e volta ô humilde cond.iÇâo humana, cxat.al})ente como dove-
infantil. E no caso das ml:l lheres que s e identificam com v $ér feito pelo puer m~sc:ulin<>. A col:,:a irnpoi·tante que Jung
papel d a ani,na, embo.ra pareçam or iginais e definidas f ez pat·a nós con1 felação á essa situação é nos- mosLl'(H'
quando a présença.da projeção níüScuJina está dando-lhes un1a maneira do encontrai- e$$·a humildade s em trope• r
uma forma, tudo isso se dissolve em um g rande senti- çar·no. banalidade, som um r etorno a Herr von Spãt, serrl
mento de vazio e incerteza, quando estão sor.inhas dian - a perda do mana çriativo, d as emoções~ doglamou.r que
te da outra mulher. E quando conseguimos encontrar uma envolv.J? aS figuri,s do puer o da puella. P~lo contrário,
mulher q,-te- é definida, fotmada e sabe o que q uei~ ln- é qua·ndo o pu.er e a: pu.ella sâo co·m prcondidos CQ:ll\O ·o
·mentavelmente, quase se1np1·€', é ae1.t animus qu.e está St-mestno e co.m o não~cgo 6 que p.ela f)rirn·eil·a Vez come-
causando isso e não seu caráter. O roQopiar das in·trigas çam a 1)roduzir seus efeitos repat·lldor es s ]ibera.dores, e
e maqui naÇões tamUém e.s tá eStl'eitament~. 1·élaúionado a perder ~eu e'feito venenoso - o de tornai' o ego irrea L
com essa indef.in.ição.:.. n â o t.op.1n deds.ões~.em. .vez. disso Se1n esse insigh.t de 1·econ.h eci mento 1 contudo, o arquéti• (•
espera, deseja e fica atenta. à m aneira como· 1;aa coisas podo pu..er se torna rrada 1.rieno~ do que um de.m ônio.da
·e stão indo", e dopois. :muito delicadatner'tte, e mpurro um m91·te.
pouco para a frente as fórças do destino. Uma peq"i,1e1ta Bruno Goetz i'ntJ;oduz seu roma.nce com o Sêgt.tihte
calúnia aquiJ tinia pequena mànifestação de-emoções 11.ãO poema. ao divino m enino Fô: ·
autênticas ali, um erro não totahnente,consciente Jlo lu-
Als 1iicht·vont 11inimel wfr:h
gar certo - tudo isso J>ode ajudar as coisas a acontecer dfo schwcre \:Yo!Jw
sem que ela tenha que -a ssumir alguma responsabilida~ und aliem Volke,
de iOr elos. O u ~i·a possihihdilQe repousa en:1 um., ide n~i- die.Sonmt bli<:h,.
ficação honrada ,i não intris-ant.e, porém totalme,>le rígida d.o karn crus 1Jefen. .
e 1nasculina; com os antigos valores co1etivos - Hct·r von das ,,euc Licht uo,s nah. r
Wt.r s·c hliefcn
Spat e o velho rei. Neste caso, a mu lher indefinida, r. /,'ut,I d á ., .,•
und untssten..: ·.,,,uu
iJltr;igaute e v.aga é encontrada na sombra. Às \~~zes, o·s O Sotinen (
'dois tipo$ âe mu lheres têm urna atraçáo homoe1·ótica tnna au.s iJeiner Au.g en G,•,rnd
pela outra,· as-s itn como os doü:; tipos masculinos tambC1n Bpri't)IJénde. BrOnffen 1
<1 têm, precisam('rtte pqrque, na verdade (é cl~ro que der faeóe auS Dcine1n Mund.
Jlunkel.n dcr Geist
interiorroéute), eles ptecisa1nsê.. uni\·. Deincr Glieder im: Aéthenn.ecr -
Somen.t.e uma m aior explicitação e uma detjnição iiber die 1Vellen (
muúo clara dec<1-ráter como as·que l'es,tltam d;, integração LoCks·r. Du zu Jchcm· Mut.
Ewiger Kna&c (
d o a-riünus podem <.>por-se. a isso, porque então utn aros
objetivo que se submete rio Si-mesmo~ e ao u1es-mo teinpo ulll.splelt von der Steru,e Get()11
Spenâ~r der Lobe
é ca.pnz de amar o outro como ele é, torna-~e J)OSstvel. Brausen.d und frei wid schõn:
í
346 347 (
(
'
J,\ ,Jâmwr un.d f?rt~aett s,:lmnugco, llt /}(fifu: n ,"J't.:/u.:ln, çn& podol'ãO se apo.d er a r :;e d e nós ou â nrn.ne ir~ como
4

.'tr"eiben in J'od himúrr


ti~-u Dfrh zu sdwm:u . etns talvez j á o te.nhant feito. Pnrece-m e quo duas ~en -
lmmcr ln 1-J.clle, ru{I Dclne weis~.:a Gestcdt.. déncifts q1,ie corrc.spondcm a elas já fizeram s ua a parição,
H't!ll~ um, \Vidle cnt.t'e os analistas. U m a d e i As é um conv9r1.ciona.lisn,~ que
nie situl wir ult/ (fttCr C.ornm· Jung"acadêmico,, ou "méd i-00", ou fazor com
(Quand<J us nuv{.'!u, rfoixrm:i.m de dc~ocu l)ar os cé us q ue c)e se "conforme" de ltlgun'la ontn.1 maneira. Seg1.1in -
<.: punt todo.s as pe::;,:..<:>t1s o soJ l'icou p/i lidO, do essn U~ndência, acabamos> por exemplo, de manoira
clltão, das p r-0fund~zas, a 11ov1J lu~.se aproximou. " neo·f reüd iana", com Hen· vor, $püt. .. A outru te,1dênch:i
1:-omos donnir $Obendo, "Ji,!stâs aqui". Q que, ao modo do puer, gost~ríamos de «jj· a lé m de Jung
Ó sois dm; profuodct.ilS dos 'Jel.ts (llhos,
1n.anancin.i.s Qe amor da 'f\1a bo-ctt) •.
e ter a útt.ima palavra'\ poqco nos preocupando com o
r:;spfrito CintHallt.o, C:om Teus nw1.n bro~ no mJ.rr de 61:qr, foto de-estannos ou ni'i.o dizendo ~l~o cícntiftbamentc pte•
através das ondas ']\1 nos frH.lü zes à flmncja.rue oorage,m, ciso. A idéia do que essas te ndências são secretumente
Eterno hfonino, ao J'cdôr de quem toca tl m(u;ica das esforas, Mê.h.t.ic(ls é. demon~trado, por exempl-0, po1~.. uma.....'~?uel~.~~..,.tt , ... _
Aqu~le que nos dá éonfot·to, yihr:a nte, tiv)'e e bolo - cdmo Ira Progoff, que promete, como grande juovadora,
liomen::, e m1-tlh~r~s n 1$SOatn na 1'ua lui, dcSenvolver Jungpa1·a nós-e termina no campo de Otto
correm, em dir<:çâo à mot'tc parn vaJ·~t.e mais uJnn vei.
'1\m figw·a brtu)éu nos chama eteronmentc à luz brUhanté. R,u1k!
Onda após onda, nunca é1w elheccmosl) Poderíamos mencion ar outros exem.plos, ::,y;c/, nomina.
s unt odiosa.. 11 Só podetnos nos ~ulvar dessas tendõncias
Rot;\êtts e mulh0res corre m em dfreçâo à morte para RlÚ.1vés d e mt{íi>'r'ltl.'1ina'iiict~·i de, ou seja, v~ndú e .reconl1e-
ver.. t.e m11ia umo ve:6! Esso é, sem dúvida, o lado m ais cenclo q ue as duas imagen& at·quetí:pic:;;fs só podem exe.r ..
pedgOso d e$sa .imagem arquctípica de renovação divina .. ce1· en1 n6s s eus efejtos de posses'são negativa enqu1;1nto
Se essa t•enova,ção não for con,scient-emen .t.e ~·e1il,liz?da, a JlOSSa experiência do Si ..m csrno ainda não avatlÇ,o u nem
imagem do p11,-er exerce podet·osa sedução em direçiio à ·, . se aprofundou o $UÍJcieJ\té.
morte. Na nossa ép~ca i.sso até J.)lideria torn.a r-sê.ó mot.i.- '
vo de um inconseientesuicidioem massa. O que o mitnento
dtt problemática d o puer poder ia significar para nós em. NOTAS
,~sta da a tual ,;ituaçii<> mundial é .mais do que assusta.
dor e m ostra. como se to:n l9u u r gen te qu~ as peS;soas dêem 1 O. Jung., ..Psydiologic~t Aspécts ofthc r-'loilior AN:h.;t_v~", in CW 9:1.
t O at1lo1: (18!~ se .-efer'Índo ttí 1uJ f1'1'ili»$(1 r Qmanco do i,,fcio da 'C4,b ·elra d .io
o pnsso em direção à .r ealização psíquica inte rio.r do r(¼li\· . Gootho, 0.? ,;.o.f'r'imenfó/1 ri<> /m:~m \V<,r·d1~r (17'f.i}, e a,:, seu dNmia í:IA.$'$ico
cionamento ooxn o Divino. To7<1!âcto 1h~'St)' (1790). (NIJLa do fr>'.1-di,~dtiçlés.)
~ e. o-. Jung f!- C, J{er~rwi, h"'i;:Qy$ ()r. (l Scfrr.cíJ of ,\.fytlu>eoGY, Bolllngén
Como, presumo eu, Herr von Spãt,·ou o senex n lquf- Series, j>J'hl~ton Unive.-aHy P re!m~ J'ri.nccton, .l973, p, 18.
mico, e o p u,er ou infan,s l'nercurius são forças arquetípicas • A v43r,:fo.(lt3 em sua fotmá chrn 6 mnJ~ fül~e <lo que a. faltldade. (N,Ha do
trnchlwr initl}l:.}
consteladas n,o,s antecedentes dos eventos da nossn épo·- r. ,J,ll\P.'; MY$(J:riwn c,mh.:ilt:rl:.mi.t , CW M, p. 360,
ca>como os autores da possessão e das p rojeções, acred i- " lPid.., pp. a 36-36,
to Q\le t.e1nos quefic;tr atentos -à m~ne,il'n como essa$ fÕr-
1 Jbid,, p~r. 340.
6 fbicL

348 349
~ l>l{rndc, , , .. .-r,6 1\ h1h111H1d J)l)lil i;m, 1;rmliléin rl1.1 "'º informhr ,1 r c:;.1:,,,~lt~,
d ('8i(' Ji,•ro. ,
,.:. "!.A:~ r:.Ttrv1mt•fõ,., ''; O:t cxlrcm o:<, nlio 4 fk'n:1::1 :\l! l()(:j)1Yi:i N,>rn d o tr.idUVJt-
ingl&i,) : ÍNDICE
11
S·~rJ m.mdrt(I $ <tM odiosr.: U}QS O~ O'o.'.lmc:,i is:'.1<1 <.l'QiosoÍ. CNut11 ri o {T~ldUl.<>1'
ini::Jc~.•

7 Prefácio
9 F011tes de re(erê1.1cia
11 A a u to-realiza~ão na t erapin indiyldual d e
·o. G. Jung
27 A função inferior
166. A imagin.,ção tltiva. na psicologia de O. .G. J uhg
184 A iinaW,llação ativa
199 A di)n~nsão r eligiosa da a!tálise '
(
225 A atitude religiosa ou mágica diante do incons -
cieute 1
•261 Alguns aspectos da trans ferêiicül
280 A projeção (

291 Pr ofissão e vocação


308 A psicologia em grupo
323 As drogas na vis~Õ de C. G. Jung 1
332 Os antecedente,; religiosos do problema do Pu.er (
.4.eternus
(

\
350
(

l. (

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