O documento discute a importância do calendário de vacinação e vermifugação para a saúde e bem-estar de animais. Ele fornece recomendações detalhadas sobre os cronogramas de vacinação para caprinos, ovinos e bovinos contra doenças como raiva, clostridioses e aftosa, assim como esquemas de vermifugação para tratar parasitas. O documento também discute métodos como o Famacha para direcionar a vermifugação dos animais com base na cor da mucosa ocular.
O documento discute a importância do calendário de vacinação e vermifugação para a saúde e bem-estar de animais. Ele fornece recomendações detalhadas sobre os cronogramas de vacinação para caprinos, ovinos e bovinos contra doenças como raiva, clostridioses e aftosa, assim como esquemas de vermifugação para tratar parasitas. O documento também discute métodos como o Famacha para direcionar a vermifugação dos animais com base na cor da mucosa ocular.
O documento discute a importância do calendário de vacinação e vermifugação para a saúde e bem-estar de animais. Ele fornece recomendações detalhadas sobre os cronogramas de vacinação para caprinos, ovinos e bovinos contra doenças como raiva, clostridioses e aftosa, assim como esquemas de vermifugação para tratar parasitas. O documento também discute métodos como o Famacha para direcionar a vermifugação dos animais com base na cor da mucosa ocular.
No que se refere à saúde e bem-estar de um animal, um dos fatores de
extrema importância é o calendário de vacinação e vermifugação, uma vez que seguir um cronograma eficiente pode evitar uma série de doenças graves, como o tétano e verminoses, por exemplo. Além disso, a adoção de um programa de controle e prevenção de doenças infecciosas também tem como objetivo a redução da quantidade de agentes causadores de doenças no meio em que os animais vivem (OLIVEIRA, 2007). De acordo com Crepe (2009), “a vacinação é um meio de se adquirir imunidade ativa não contraindo uma doença infecciosa. As vacinas estimulam o organismo para a produção de anticorpos dirigida, especificamente, contra o agente infeccioso ou contra seus produtos tóxicos.” Dessa forma, quando o animal é vacinado, o seu organismo pode se prevenir de uma doença sem que tenha a infecção propriamente dita e, dessa forma, o animal não apresentará sintomas clínicos ou os terá de maneira muito enfraquecida. Oliveira (2005), em um estudo publicado pela Embrapa, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, recomenda o seguinte esquema de vacinação para caprinos e ovinos no nordeste brasileiro: Raiva: anual / a partir de 4 meses de idade (só em regiões em que haja casos confirmados). Clostridioses: devem ser vacinados os animais que estiverem apenas em regiões que ocorra a doença. Para os animais não vacinados, deve-se aplicar duas doses de vacina com um intervalo de quatro a seis semanas entre as vacinações. Em filhos de mães não vacinadas, a primeira dose deve ser efetuada a partir da 3a semana de idade e a partir da 9a semana de idade em filhos de mães que foram vacinadas. Animais já vacinados: revaciná-los a cada ano. Em fêmeas gestantes, fazer a revacinação anual de 4 a 6 semanas antes do parto. Linfadenite Caseosa: a partir de três meses com reforço aos 30 dias e repetir anualmente. Ectima contagioso: autovacina, única dose repetindo-se nas matrizes na próxima parição. Vale ressaltar, ainda, que não existe vacinação obrigatória para caprinos e ovinos (a febre aftosa não é mais obrigatória para esses animais segundo o MAPA). Nesse caso, as vacinas são importantes para o controle e prevenção de algumas doenças. Com relação ao manejo sanitário dos bovinos, todos os animais (sem exceção) devem ser vacinados contra a Febre Aftosa conforme o manual oficial. São reconhecidas algumas estratégias de vacinação sistemática e obrigatória de bovinos, sendo no estado de Pernambuco dividido em Maio (vacinação de bovinos e búfalos de todas as idades) e Novembro (vacinação de bovinos e búfalos com idade até 24 meses) (BRASIL, 2009). Além disso, conforme Oliveira (2006), algumas vacinas são importantes no tratamento de algumas doenças que acometem os bovinos: Brucelose: fêmeas entre 3 e 8 meses de idade. O período é variável (quando as bezerras atingirem a idade adequada). Carbúnculo: ambos os sexos, a partir de 4 meses, devem ser vacinados. A revacinação é anual com reforço após 30 dias da primeira vacinação e o mês do ano é variável. Clostridioses: ambos os sexos, a partir de 4 meses, e vacas no pré-parto devem ser vacinados. O mês do ano é variável e a revacinação é anual. Leptospirose: ambos os sexos, a partir de 4 meses, devem ser vacinados. O mês do ano é variável e a revacinação é anual (ou semestral em áreas com maior soroprevalência). IBR, BVD e Pasteurelose: ambos os sexos a partir de 4 meses, e vacas no pré- parto devem ser vacinados. O mês do ano é variável e a revacinação é anual. Raiva: ambos os sexos, a partir de 4 meses, devem ser vacinados. O mês do ano é definido pelo de defesa do estado e a revacinação é anual com reforço de 30 dias após a primeira vacinação. A vermifugação, por sua vez, é realizada visando o tratamento, controle e prevenção das infestações endoparasitárias, que necessitam de cuidados para não causar danos aos animais (NETO, 2006). Segundo Vieira (2003), os efeitos do parasitismo no desempenho produtivo do rebanho se manifestam de várias formas, conforme as espécies presentes, a intensidade da infecção e a categoria e/ou estado fisiológico e nutricional dos animais. O impacto sobre a produção é consequência do atraso no crescimento, redução dos parâmetros produtivos e mortes das categorias mais susceptíveis. Dentre os vermes que mais acomete os animais ruminantes, destaca-se o Haemonchus contortus, uma espécie de parasita que se prende à mucosa do abomaso e se alimenta de sangue. Devido ao seu hábito hematófago, os animais com altos níveis parasitários desenvolvem um quadro grave de anemia em um curto espaço de tempo (Vieira et al., 1997). A ovinocaprinocultura, por exemplo, sofre grandes perdas econômicas devido ao parasitismo por nematódeos gastrintestinais. O controle desse parasitismo é feito, basicamente, com a utilização de anti-helmínticos. Os Anti-helmínticos são medicamentos que tratam dos helmintos (vermes multicelulares com sistemas digestório, excretor, nervoso e reprodutor). Existem vermífugos com cinco tipos básicos de drogas anti- helmínticas: benzoimidazóis (mebendazol, thiabendazol, canbendazol, fenbendazol, oxfendazol e oxibendazol); organofosforados (dichlorvos e trichlorfon); piperazinas e associadas ou não ao dissulfeto de carbono e a fenotiazínicos); carbamatos (pamoato de pirantel e tartarato de pirantel) e ivermectina (OLIVEIRA, 2007). Segundo Oliveira (2005), um manejo sanitário adequado de um determinado rebanho está relacionado diretamente com a obtenção de sucesso na sua exploração, sendo necessário para tanto, o conhecimento prévio de práticas de manejo adequadas bem como as condições fisiológicas normais dos animais. Assim, Oliveira (2005), no estudo publicado pela Embrapa, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, recomenda o seguinte manejo sanitário para as doenças parasitárias em caprinos e ovinos no nordeste brasileiro: Eimeriose (protozoário gênero Eimeria): acomete cabritos e cordeiros. Seus sintomas são diarreia fétida, falta de apetite, pelos arrepiados e desidratação. O tratamento deve ser feito com o uso de antibióticos à base de sulfa. Dentre as medidas de prevenção, pode-se citar a higiene das instalações, evitar superlotações, isolar e tratar os doentes. Verminose Gastrintestinal (endoparasitas (vermes) de diversas espécies, destacando-se o gênero Haemonchus): acomete cabritos, cordeiros e animais adultos. Os sintomas são falta de apetite, emagrecimento, pelos arrepiados, anemia e diarreia. O tratamento deve ser realizado com o uso dos anti- helmínticos (vermífugos) nos períodos adequados. Dentre as medidas de prevenção, pode-se citar a higiene das instalações, manter os animais presos por pelo menos 12 horas, evitar superlotação das pastagens, rodízio de piquetes e vermífugos. Sarnas (ácaros dos gêneros Psoroptes, Demodex e Sarcoptes): acomete cabritos, cordeiros e animais adultos. Os sintomas são crostas e nódulos na pele, coceira, intensa e queda dos pelos. O tratamento deve ser realizado com banhos por aspersão ou imersão com sarnicidas e as medidas de prevenção são isolar, tratar os animais acometidos e banhá-los antes de introduzi-los no rebanho. Piolho ou pediculose (ectoparasitas do gênero Mallophaga e Anoplura): acomete cabritos, cordeiros e animais adultos. Os sintomas são coceira intensa, irritação da pele, diminuição do apetite e pelos arrepiados. O tratamento deve ser feito com banhos por aspersão ou imersão com inseticidas fosforados ou piretróides, que devem ser repetidos após sete a dez dias, para abranger todas as formas evolutivas dos piolhos. Observar animais do rebanho, separar e tratar os animais Infestados são medidas válidas para se prevenir de uma possível infestação. Com relação ao calendário de vermifugação dos cabritos e cordeiros, eles devem ser vermifugados a partir da 3a semana de pastejo. As fêmeas devem ser vermifugadas antes da estação de monta e 30 dias antes do parto (nunca no início da prenhez). Já com relação aos animais da Caatinga, as doses de vermifugação deve obedecer a seguinte estratégia: 1ª vermifugação no primeiro mês do período seco (cabritos e cordeiros após 3ª semana de pastejo); 2ª vermifugação 60 dias após a primeira (reprodutores); 3 a vermifugação no penúltimo mês do período seco (matrizes); 4a vermifugação no início da estação chuvosa (animais jovens). O calendário de vacinação para bovinos segue um período pré- estabelecido. A 1ª vermifugação (bezerro): a partir dos 2 a 3 meses até o desmame, deve-se vermifugar o animal a cada 60 ou 90 dias. O período mais indicado é entre a segunda quinzena de abril até o fim da primeira quinzena de maio, época da vacinação contra a Febre Aftosa. A 2ª vermifugação deve-se iniciar na primeira quinzena de julho. A 3ª vermifugação na segunda quinzena de agosto ou de setembro. A 4ª vermifugação na primeira quinzena de dezembro (COIMMA, 2021). Outro método muito conhecido para a orientação da vermifugação é o Famacha. De acordo com Chagas et al. (2007), “é um método de tratamento seletivo, ou seja, objetiva vermifugar somente os animais do rebanho que apresentam anemia, facilmente visualizada em sua mucosa ocular”. Cinco graus de coloração, ilustrados em um cartão, direcionam a vermifugação dos animais. Os graus 1 e 2 são de animais com coloração bem vermelha, ou seja, praticamente sem traços de anemia. No grau 3, já é indicada a vermifugação. Nos graus 4 e 5, a vermifugação é imprescindível, pois a mucosa apresenta palidez intensa, além do fato de que no grau 5 é indicado que o animal receba suplementação alimentar (Figura 1). Figura 1: cartão Famacha. REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Manual de
Legislação Programas Nacionais de Saúde Animal do Brasil. Brasília, 2009.
CHAGAS, AC de S.; DE CARVALHO, C. O.; MOLENTO, M. B. Método
FAMACHA: um recurso para o controle da verminose em ovinos. Embrapa Pecuária Sudeste-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2007.
COIMMA. Calendário de vermifugação de bovinos: controle estratégico.