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Certamente que a nossa Ordem é uma Escola para a Vida e, numa instituição voltada
para o aperfeiçoamento moral do homem (e, consequentemente, da humanidade) faz-
se necessária uma estrutura onde o mais experiente orienta o caminho do mais novo
na Ordem. Isto é ponto pacífico. Sem dúvida alguma a estrutura hierárquica de cargos
e graus “simbólicos” merecem o nosso mais profundo respeito e reverência pois, em
tese, trazem consigo a vivência e, em muitos casos, um vasto conhecimento
desenvolvido com a prática na Arte Real e, aos amantes da leitura, com muito estudo
e pesquisa.
A nossa Ordem é muito sabia ao testar a nossa vaidade com títulos, cargos, jóias,
paramentos e graus. Sábio também é aquele Irmão que resiste a estas tentações e se
vigia para nunca esquecer da imaculada brancura e beleza do nosso primeiro avental.
Na formação do Aprendiz, futuro Companheiro, futuro Mestre, futuro Venerável e
assim por diante, precisamos ter a humildade de compreendermos que a edificação do
conhecimento se faz de forma horizontal, lado a lado, olho no olho e não com o olhar
superior de quem se dirige a um Irmão de grau “simbolicamente” inferior como se
olhasse um súbdito ou um subalterno dentro de um quartel. Infelizmente Irmãos
falam de hierarquia (factor extremamente necessário na nossa ordem), mas sem
compreenderem o momento correcto em que ela se faz necessária. São nestes
momentos onde a sabedoria verdadeira se faz presente e mostra os seus doces frutos.
Os nossos neófitos, meus Irmãos, felizmente, tem sido recebidos nas nossas fileiras
cada vez mais preparados. Iniciados com vivência e formação profana muitas vezes
superior às do seu Iniciador! Mentes que não se conformam mais com respostas
dogmáticas ou do tipo “Você vai saber quando chegar a hora!”, muitas vezes usadas
como subterfúgio para a ignorância de quem é questionado.
É muito melhor e mais digno dizer: “Meu Irmão, eu não sei, mas vou pesquisar e
esforçar-me para encontrar a resposta”.
Sejamos mais humildes de verdade, meus Irmãos! Aprendamos a usar o Nível sobre
as nossas cabeças! Lembremo-nos do que somos feitos! Ossos! Quebradiços e
destinados ao pó da igualdade!
Finalizando e agradecendo a fraternal atenção dos Irmãos, deixo uma frase atribuída
ao Mestre Nazareno, que, com o devido respeito e deferência a todas as orientações
religiosas, traz, para os nossos corações e mentes, o calor de uma serena reflexão.
Mario Vasconcelos
A∴ R∴ L∴ de Pesquisa Maçónica Quatuor Coronati São Paulo – nº 333 -
https://www.freemason.pt/o-mestre-e-a-luta-contra-a-vaidade/