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1 SUMÁRIO

2 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

3 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DA ANDRAGOGIA ............................ 4

4 APRENDIZAGEM ....................................................................................... 6

5 Pedagogia versus andragogia e o contínuo pedagógico-andragógico ....... 8

7 Ensino e aprendizagem ............................................................................ 16

7.1 Aprendizagem Significativa ...................................................................... 18

8 ANDRAGOGIA: UMA NECESSIDADE PARA QUEM? ............................. 20

9 PRINCÍPIOS DA ANDRAGOGIA .............................................................. 21

10 O PERFIL E O PAPEL DO ANDRAGOGO ............................................... 22

11 ANDRAGOGIA: UMA ALTERNATIVA ...................................................... 24

12 PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ......................... 25

12.1 Condicionantes no processo de ensino e aprendizagem ......................... 26

13 ANDRAGOGIA E INTERDISCIPLINARIDADE ......................................... 29

14 ANDRAGOGIA NO ENSINO ..................................................................... 30

14.1 Andragogia no ensino superior ................................................................. 31

14.2 Aplicabilidade da andragogia para adolescente ....................................... 32

14.3 Aplicabilidade da andragogia para adultos que retomam estudos ........... 33

15 METODOLOGIAS ATIVAS APLICADAS À ANDRAGOGIA ...................... 34

15.1 Metodologias Ativas de Aprendizagem no ensino superior ...................... 34

16 ANDRAGOGIA NO BRASIL E A FORMAÇÃO ANDRAGÓGICA ............. 36

17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 39

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2 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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3 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DA ANDRAGOGIA

Fonte: cpdec.com.br

O estudo da forma de ensino é uma prática antiga, quando se trata do ensino


para adultos o termo se transforma e a “pedagogia” empregada denominamos como
Andragogia, ou seja, o ensino para adultos. Hamze descreve a andragogia desde seu
aspecto etimológico quanto peculiaridades:

Andragogia (do grego: andros - adulto e gogos - educar), é um caminho


educacional que busca compreender o adulto. A Andragogia significa, “ensino
para adultos”. Andragogia é a arte de ensinar aos adultos, que não são
aprendizes sem experiência, pois o conhecimento vem da realidade (escola
da vida). O aprendizado é factível e aplicável. Esse aluno busca desafios e
soluções de problemas, que farão diferenças em suas vidas. Busca na
realidade acadêmica realização tanto profissional como pessoal, e aprende
melhor quando o assunto é de valor imediato. O aluno adulto aprende com
seus próprios erros e acertos e tem imediata consciência do que não sabe e
o quanto a falta de conhecimento o prejudica. Precisamos ter a capacidade
de compreender que na educação dos adultos o currículo deve ser
estabelecido em função da necessidade dos estudantes, pois são indivíduos
independentes autodirecionados. (HAMZE, 2015, apud VALLE, 2016 p. 3).

Segundo Hamze (2015) as características que pautam a andragogia e seu


diferencial sobre os métodos de ensino é o foco no palpável no factível que o aluno
pode ter, assim as considerações feitas sobre o aprendizado dando significância
pratica a esse aluno adulto o auxilia na assimilação da atividade ou do conhecimento
previsto. Adultos são independentes, no entanto podem ser direcionados daí então a

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forma de estudo e de ensino da andragogia o direcionamento e vislumbre de
atividades uteis aos alunos.
Apesar do termo Andragogia ainda ser desconhecido para a maioria dos
profissionais que atuam em educação, ele está longe de ser um termo novo, tanto
quanto as suas práticas. Para uma melhor compreensão do conceito é importante
destacar que ela se difere da Pedagogia em diversos aspectos, talvez o principal deles
seja o fato de a Andragogia ser direcionada a adultos, enquanto a pedagogia se refere
ao ensino de crianças, como já citado no item anterior.
Beck (2014) destaca que os métodos de ensino que são usados na pedagogia
se baseiam mais na passagem de conhecimento fundamental. Ela não se resume a
discutir a prática ou a aplicabilidade do saber. Ainda, segundo o autor, a educação de
adultos, talvez o conteúdo que o professor pretenda transmitir (com base em um
currículo pré-definido) já seja de conhecimento do aluno e a necessidade seja de
entender em como aplicá-lo em sua realidade pessoal-profissional. Barros (2018)
ressalta que:

No modelo andragógico parte-se do pressuposto de que o principal fator de


motivação do educando adulto é de ordem interna. Ou seja, a motivação num
caso pode ser condicionada do exterior mais facilmente que no outro,
supondo-se a criança como um ser aberto e o adulto como um ser fechado
sobre si, a quem cabe automotivar-se para aprender (BARROS, 2018, apud
LIMA, 2019. p. 5).

Ou seja, o adulto, busca ser protagonista do seu aprendizado, trazendo para o


ambiente de ensino as suas experiências de vida. Durante o processo de
aprendizagem do adulto, é importante que o educador se coloque disponível e se
envolva com essa questão para obtenção de resultados e soluções dos problemas
que afetam e colocam dificuldades/barreiras. Os adultos conseguem acessar seus
conhecimentos, experiencias, e sentimentos prévios com maior consciência,
diferentemente das crianças.
É preciso que se resgate o respeito ao homem adulto, como condição de sua
cumplicidade, responsabilidade e comprometimento com os objetivos da organização
e do seu papel profissional no processo de ensino/aprendizagem. Por estar
diretamente conectada com a qualificação profissional, Bressiani e Roman (2016)
destaca que a experiência profissional é elemento basilar dos métodos educativos
andragógico.

5
De acordo com Henschke (1998 apud BRESSIANI e ROMAN, 2016), a
Andragogia busca identificar as formas com que os adultos aprendem e envolvê-los
em um processo metodológico claro de ensino. O cerne da Andragogia é buscar a
participação dos alunos, que são incentivados a expor suas experiências de vida.
Neste sentido,

“A aprendizagem de adultos tende a ser mais complexa em função das


variáveis que a influenciam, como estilos de ensino, motivação para
participar, questões culturais, autoestima, experiências de aprendizagem e
problemas pessoais” (BRESSIANI e ROMAN, 2016, apud LIMA, 2019. p. 6).

4 APRENDIZAGEM

Fonte: ladodeca.com.br

Quando se disserta sobre aprendizagem e teorias de aprendizagem, é


interessante destacar a diferença entre educação e aprendizagem. Conforme
pontuam Knowles et al. (2011), a educação é uma atividade que visa efetuar alguma
mudança no conhecimento, sendo que se destaca o papel do educador como agente
dessa mudança; já a aprendizagem coloca em evidência a pessoa pela qual a
mudança acontece ou espera-se que aconteça. Assim, os autores destacam que a
aprendizagem é o ato ou processo pelo qual a mudança comportamental,
conhecimento, habilidades e atitudes são adquiridas, e a educação abrange todos os
determinantes para que a aprendizagem ocorra. Desta forma é possível destacar as
definições de alguns autores sobre aprendizagem:

6
[...] aprender é um processo no qual há interação do indivíduo com o
ambiente, sendo assim, essa interação traz mudanças ao indivíduo,
tornando-o cada vez mais capaz. (BURTON, 1958, apud FRANCO, 2017, p.
63).

Pimentel (2007) traz a definição de aprendizagem experimental, a qual destaca


que não necessariamente toda experiência se torna uma aprendizagem, demandando
que dessas experiências sempre tenha uma ação e reflexão. Ou seja, as reflexões
sobre as experiências as tornam aprendizagem.
Por sua vez, Correl e Werner, (1977, apud FRANCO, 2017, p. 63), apresentam
a aprendizagem em dois pontos de vista, o biológico e o social. No ponto de vista
biológico, aprende-se a responder aos estímulos do ambiente, e a mudar o
comportamento ao longo disso, ou seja, no sentido biológico aprendemos aos poucos
a diferenciar as manifestações externas, sendo a aprendizagem uma perturbação do
equilíbrio entre organismo e ambiente. Quanto ao ponto de vista social, ou
sociocultural, o ser está em constante interação com uma sociedade/comunidade,
onde esse convívio irá trazer ao indivíduo diversas aprendizagens e aptidões para se
viver em comunidade; existe aí uma constante troca entre o ser que aprende e a
comunidade. Além disso, os autores destacam que o indivíduo está aprendendo uma
matéria não necessariamente para atender necessidades intelectuais, mas também
carências sociais e emocionais, por exemplo.
DeAquino (2007) aponta três dimensões de domínio da aprendizagem, o
cognitivo, o físico e o emocional. De acordo com o autor, o domínio cognitivo relaciona-
se à forma como a pessoa pensa; uma pessoa que possui essa forma de
aprendizagem predominante prefere abordagens mais cognitivas e racionais.

O domínio físico refere-se aos sentidos: tato, visão, paladar, audição e olfato.
Normalmente, cada pessoa possui algum sentido mais apurado, que facilita
sua aprendizagem; por exemplo: quem tem a audição mais apurada irá
aprender com mais facilidade escutando do que lendo. (AQUINO, 2007, apud
FRANCO, 2017, p. 63).

Por fim, há o domínio emocional, que se subdivide em fatores fisiológicos e


psicológicos, que interferem no processo de aprendizagem. O fisiológico se refere a
fatores internos, como fome, sede e doença; já os externos estão voltados a estímulos
como distrações, temperatura, espaço físico etc. Os fatores psicológicos também se

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subdividem em externos e internos. Como exemplo dos externos, tem-se o estresse
pessoal e profissional, o apoio de outrem, dentre outros. Já como internos, tem-se a
motivação, estilo pessoal, vontade de assumir riscos, etc.
Portanto, a aprendizagem pode se dar por diversas vias, sendo um processo
inerente da vida humana em sociedade. Conforme apresentado, ela pode ser mais ou
menos efetiva, sendo tal variável dependente tanto do estilo de aprendizagem do
aprendiz – o qual pode variar de pessoa para pessoa –, quando do ambiente formativo
com o qual o aprendiz se depara – este ambiente pode culminar por ser mais ou
menos aderente com a preferência de absorção do conhecimento do aprendiz. Assim,
é recomendável que o ambiente educacional possa oferecer estímulos diversificados
e, por vezes, individualizados, de forma a atender satisfatoriamente a maior gama
possível de aprendizes. Além disso, podem ser oferecidos diferentes meios (físicos e
sensoriais) para que o próprio aluno seja estimulado a buscar por conhecimentos que
melhor se adequam aos seus interesses educacionais.

5 PEDAGOGIA VERSUS ANDRAGOGIA E O CONTÍNUO PEDAGÓGICO-


ANDRAGÓGICO

Fonte: andragogiabrasil.com.br

Como dito anteriormente, a pedagogia é uma forma de ensino voltada para


crianças, enquanto a andragogia é uma forma de ensino orientada aos adultos.

8
DeAquino (2007, apud FRANCO, 2017, p. 65), pontua que na pedagogia o
ensino é centrado no professor, é ele quem exerce a figura de orientador e quem toma
as decisões do que será ou não ensinado aos seus alunos. Isso se dá partindo do
princípio de que os alunos não têm maturidade suficiente para tomar as decisões
certas, sendo a figura do professor muito importante e centralizadora no processo de
ensino-aprendizagem.
Em relação ao enfoque da andragogia, muitos a consideram como
exclusivamente voltada para adultos. Entretanto, o seu principal ponto de
distinção é que se trata de uma forma de aprendizagem centrada no aprendiz,
considerando que aprendiz e professor compartilham a responsabilidade sobre o que
será ensinado. Ou seja, é preciso identificar no comportamento do aprendiz, seja ele
adulto ou criança, qual perspectiva seria a mais adequada para sua aprendizagem e
como esta deve ser trabalhada.
Segundo Knowles (1998), existem quatro princípios básicos para os aprendizes
se engajaram em uma aprendizagem andragógica, sendo tais princípios
ligados à capacidade, necessidade e desejo de que estes assumam a
responsabilidade sobre sua própria aprendizagem. Em primeiro lugar, é necessária
uma mudança de posicionamento do indivíduo. Ele deve passar a ter maior
independência e autonomia – tais características muitas vezes são evitadas pelos
aprendizes. Além disso, a bagagem de experiências do aprendiz deve ser utilizada no
seu processo de aprendizagem, até mesmo para atrair melhor a atenção do mesmo
ao que é ensinado. Como terceiro princípio, é ressaltada a importância da aplicação
prática do que é aprendido, de forma que a aprendizagem possa se voltar para a uma
mudança atitudinal ou para melhoria do desempenho das atividades. Por fim, a
aprendizagem deve se associar cada vez mais com papéis sociais, ou seja, se
conectar à forma como o sujeito se insere, atua e reflete criticamente com o ambiente
social com o qual de envolve.
A didática que podemos perceber nas instituições superiores é que os
professores atuam principalmente na transmissão de conhecimento, não focando no
processo de aprendizagem, em si. Conforme salientado por Borralho et al. (2012), o
ensino superior tem sido falho, não trazendo tantos resultados positivos. Utilizando-se
quase que exclusivamente da perspectiva pedagógica tradicional, é transmitido o
conhecimento do professor ao aluno e posteriormente este é testado em sua

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absorção, contestado. Ainda segundo os autores, um modelo de ensino baseado na
aprendizagem ativa deve focar nas competências dos alunos, não cabendo mais aulas
apenas expositivas. Nesse sentido, destacam que é preciso incentivar o debate dos
alunos e instiga-los a colocar o conhecimento em prática, em situações reais ou
simuladas. Conforme Knowles (2011),

[...] a andragogia é uma forma de aprendizagem na qual o adulto se torna


consciente de sua experiência e a avalia; não é apenas o estudo de
disciplinas, mas prestar atenção também às situações em seu entorno, e
aprender com elas. Com isso, o professor deixa de ser o detentor da verdade
e passa a ser um orientador, um guia, de seu aprendiz. (KNOWLES, 2011
apud FRANCO, 2017, p. 63).

As diferenças entre pedagogia e andragogia estão centradas em quatro pontos


principais: interação professor-aluno, a estratégia de ensino, a preponderância da
motivação para a aprendizagem e o formato didático das experiências de
aprendizagem. Franco (2015) trazem no Quadro 1 as principais diferenças entre a
pedagogia tradicional e a andragogia.

10
Fonte: Franco, 2017, p. 65.

Conforme Nogueira (2004) expõe, o processo de aprendizagem nas duas


perspectivas é diferente, observando ainda que o aprendiz irá gradativamente se
responsabilizar por sua aprendizagem, conforme a abordagem de ensino se volta para
a andragogia. Um ponto defendido por DeAquino (2007) é o contínuo pedagógico-
andragógico. Para o autor, a aprendizagem não precisa ser necessariamente centrada
apenas em uma extremidade, podendo ser também um ponto de intercessão entre
andragogia e pedagogia. Assim, não é defendido que a andragogia seja aplicável em
todo e qualquer momento da educação formal. Existirá momentos em que uma
abordagem pedagógica irá se aplicar melhor, principalmente em situações que exijam
pouca ou quase nula independência do aluno. Atividades como aula de direção de
automóveis, por exemplo, não exige uma atividade reflexiva a priori, logo, demandam
pouco de sua autonomia intelectual. Outra ilustração é o ensino de técnicas contábeis,
que embora também envolva reflexões acerca do ambiente social, demanda maior
aceitação do aluno ao conhecimento ensinado pelo professor, não cabendo
inicialmente grandes interferências do aprendiz para a aprendizagem de técnicas
legalmente estabelecidas por meio jurídico.
Por outro lado, há momentos que uma abordagem andragógica irá ser mais
apropriada, como um aluno que deverá escolher seu tema de trabalho de conclusão
de curso, já que essa escolha exige uma reflexão e capacidade cognitiva maior do
aprendiz, ou seja, irá existir a figura do professor que irá orientar o aluno, mas o aluno
será o responsável pelo desenvolvimento de seu trabalho. Na aprendizagem de
temáticas comportamentais da gestão de pessoas também é esperada maiores
reflexões dos estudantes acerca das consequências que as técnicas de RH trazem
para os funcionários, sendo prudente o reforço de um ensino mais andragógico das
mesmas.
Portanto, é preciso observar cada situação de aprendizagem e suas
demandas, para poder escolher uma abordagem mais adequada, que busque mesclar
os momentos de absorção de um conhecimento já consolidado e posteriores reflexões
mais aprofundadas sobre eles.

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6 MÉTODO ANDRAGÓGICO

Fonte: cpdec.com.br

Em diversas obras, Knowles (1980, 1990a, 1990b apud NOGUEIRA, 2011, p.


3) condensou os principais pressupostos da andragogia e os contrastou com os
pressupostos pedagógicos, o que constituiu, segundo o autor, a perspectiva de que
ambos os modelos podem ser utilizados com crianças e adultos.
Entretanto, a metodologia andragógica tende a contribuir como método de
ensino e aprendizagem para crianças e adolescentes de escolas que ainda seguem
uma linha pedagógica codificada ao tradicional, buscando a sua eficiência e
importância no processo de aprendizagem, propondo um novo jeito de ensinar e de
aprender.
Contudo, a aproximação das duas perspectivas que Knowles (1980 apud
NOGUEIRA, 2011, p. 3), não se fundamenta no consentimento da pedagogia como
um modelo apropriado em determinadas ocasiões, mas na presunção de que o
modelo andragógico engloba o modelo pedagógico e que, por isso, os educandos
podem iniciar aprendizagens tendo por base a pedagogia, desde que tenha o desígnio
de evoluir para a utilização do modelo andragógico. Ou seja;

O modelo andragógico, ao não ser uma ideologia, mas um sistema de


pressupostos alternados, domina o modelo pedagógico, modificando a face
importância da postura do professor tradicional para a do facilitador,
salientando as principais diferenças no âmbito do processo de aprendizagem.
(KNOWLES,1991, apud NOGUEIRA, 2011, p. 4).

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Ainda, segundo Hamze (2008 apud CARVALHO, 2010, p. 82), a andragogia é
um caminho educacional que busca compreender o adulto, podendo ser analisada
como uma teoria, mas também como um método de ensino que pensa em um
somatório de trocas de conhecimentos entre o facilitador do conhecimento e o
estudante, e as experiências vivenciadas. No modelo andragógico, a aprendizagem é
de responsabilidade compartilhada entre professor e aluno. A andragogia
fundamenta-se no “aprender fazendo”.
O estudo e a eficaz aplicação dos conhecimentos advindos da andragogia
tornam-se cada vez mais urgentes na medida em que a sociedade contemporânea
demanda cada vez mais a formação continuada. Logo, não é aceitável um profissional
que não busque novos conhecimentos, até porque, estes se renovam numa rapidez
muito acelerada.
Segundo o que descreve Gatti (2005), Paulo Freire, conhecido como o Pai da
Andragogia, foi quem a introduziu no Brasil, reconhecido pelo seu trabalho com
alfabetização voltado para adultos.

“A educação, segundo Paulo Freire, tem como objetivo promover a


ampliação da visão do mundo e isso só acontece quando essa relação é
mediatizada pelo diálogo” (OLIVEIRA, 2012 apud MENDES et al., 2012, p. 6).

Contudo, a literatura e a formação de professores têm seu foco na Pedagogia,


que é a ciência de conduzir crianças e adolescentes, o que na perspectiva de
Vygotsky, significa “construir conhecimentos implica numa ação partilhada, já que é
por meio dos outros que as relações entre sujeito e objeto de conhecimento são
estabelecidas”. (REGO, 1998, apud MENDES et al., 2012, p. 5). Nesse sentido,
concorda-se com a assertiva a qual diz que:

[...] quando os professores partilham o conhecimento construído na prática,


no seu contexto, é criada a oportunidade da interação com diferentes
interlocutores, permitindo o confronto salutar de variados olhares, que
suscitam outros questionamentos e reflexões. (CANDAU, 2011, apud
MENDES et al., 2012, p. 6).

No método de ensino andragógico o professor/facilitador precisa manter-se


atento para se colocar como integrante de grupo e jamais como uma autoridade,
evidenciando que está aberto para a participação junto com os discentes,

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aproveitando essas ocasiões para perceber os melhores recursos de facilitar a
aprendizagem do grupo. Então,

“{...] faz-se necessário um professor que tenha flexibilidade mental para


transgredir as fronteiras de sua própria disciplina, interpretando a cultura e
reconhecendo o contexto no qual se processa o ensino”. (PIMENTA e
ALMEIDA, 2011, apud MENDES et al., 2012, p. 6).

Para Lindeman (1926 apud MENDES et al., 2012, p. 6), os aprendizes são
motivados a aprender conforme “vivenciam necessidades e interesses que a
aprendizagem satisfará”. Essa direção é centralizada na vida; onde a experiência é a
fonte mais rica para a aprendizagem. (KNOWLES, 2009, apud MENDES et al., 2012,
p. 6).
As diferenças entre a Pedagogia e a Andragogia são bem acentuadas:
enquanto a primeira está centrada no professor, a segunda centra-se no aprendiz,
como mostra o quadro a seguir.

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Fonte: De Aquino, 2007, apud MENDES et al., 2012, p. 6

Desse modo, refletindo sobre a adequação das metodologias e instrumentos


voltados ao alcance do conhecimento para crianças e adolescentes, e não só
analisando a força do método andragógico, nosso pensamento se volta à urgência da
inserção essencial da andragogia no universo dos cursos voltados para a Educação,
vislumbrando o ideal em que educador e educando, conjuntamente, “alcançassem,
atuando praticamente no e com o mundo e considerando sua prática, desenvolvendo
tanto conhecimento sobre a realidade como atitudes frente a mesma”. (CANDAU,
2011, apud MENDES et al., 2012, p. 6).
De acordo com estudos, na maioria dos textos a andragogia é citada como um
método de educação para adultos, porém não se restringe apenas a eles, uma vez
que seu próprio ideal abrange quatro dos cincos princípios que se aplicam igualmente
a adultos e crianças, com a diferença que estas, por terem menos experiências, têm
poucos dados para que se estabeleçam relações. Enfim, a educação andragógica
registra-se no caráter interdisciplinar, pois se fundamenta num principio filosófico que
parte do principio da direção de necessidades produzindo atitudes de mudança
interiores que necessitam passar do estado de passividade para a ação da construção
do seu destino. Nesse sentido, a andragogia fundamenta-se na educação como um
processo que tem em vista o pleno desenvolvimento e a independência do ser nas
dimensões pessoal e social.

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7 ENSINO E APRENDIZAGEM

Fonte: educacional.cpb.com.br

Segundo Moran (2008 apud DIAS, 2015, p. 10), o ensino pode ser acentuado
como uma maneira de instrução, transmissão ou treinamento englobando recursos
didáticos para ajudar o aluno a adquirir conhecimento e saber usá-lo. A educação é
um processo de ensino aprendizagem que leva o sujeito a aprender a aprender, a
desenvolver de forma independente, ou seja, vai além de ensinar, pois ajuda a
integrar todas as dimensões da vida, levando o individuo a participar, criar, inovar,
pensar. De acordo com Vygotsky:

[...] o processo ensino aprendizagem acontece com a interação entre


professor e aluno, aluno com aluno e de ambos com a sociedade, ocorrendo
uma reciprocidade onde o ensino impulsiona a aprendizagem. (VYGOTSKY,
1988 apud SALLES, 2012, p. 11).

O conceito de ensino aprendizagem é abordado por Perrenoud (2007 apud


SALLES, 2012, p. 11), ao dizer que o ensino é um sistema de ações que transformam
as pessoas, suas competências, atitudes, suas representações. É um sistema que
influencia na mudança de atitudes a partir de um conhecimento significativo.
Belloni (2009, apud DIAS, 2015, p. 10), corrobora o conceito com as
afirmações de Perrenoud e acredita que a educação deve possibilitar não somente

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acúmulo de conhecimento, mas também a reflexão crítica sobre a utilização e
contribuição das informações produzidas para evolução do homem e da sociedade.
O autor afirma, ainda, que as correntes educacionais contemporâneas, como
parte da Declaração Universal dos Diretos Humanos, firmam a educação como a
adequação do homem ao meio em que ele vive, para que ele consiga aceitar,
compreender, reagir adequadamente às circunstâncias físicas, culturais e sociais de
seu ambiente. (BELLONI, 2009 apud SALLES, 2012, p. 11). Essa educação pode
permitir ao indivíduo desenvolver uma visão crítica, holística e independente.
Entretanto, Jonassen (2007 apud DIAS, 2015, p. 11), apregoa que o processo
ensino aprendizagem para aquisição do conhecimento na educação tradicional, reflete
uma educação objetivista, cujo ensino é usado para transmissão do conhecimento
sem experiências autênticas contestáveis, ou seja, não aplicável dentro de um
contexto. Para o autor, deve-se estimular o conhecimento a partir da perspectiva
construtivista, utilizando diálogos e provocando interações consigo mesmo e com
outro.
Na filosofia construtivista, o aprendizado não pode ocorrer independentemente
da experiência, desconsiderando que os seres humanos são observadores dos
acontecimentos da natureza.

“O conhecimento é estimulado pelo desejo de entender os fenômenos e


resulta do entendimento que fazemos das nossas interações com o meio
ambiente”. (JONASSEN, 2007, apud SALLES, 2012, p. 13).

Como afirma Litto (2009, apud DIAS, 2015, p. 11), na última década, ocorreram
mudanças significativas nas instituições educacionais e na sociedade brasileiras. A
sociedade industrial, centrada no trabalho, que privilegia o ensino, é suprimida por um
novo conceito, denominado sociedade da informação ou em rede, cujo foco está na
aprendizagem. Na sociedade em rede o processo de educação é mediado pelas
tecnologias da informação e comunicação. Mudam os papéis dos atores, o professor
é o mediador e o aluno é ativo na construção do conhecimento.

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7.1 Aprendizagem Significativa

Atualmente, num paradigma curricular inovador, a constituição do processo


de aprendizagem se norteia pelos princípios da autoaprendizagem e da Inter
aprendizagem, da aprendizagem que efetivamente agrega a prática
profissional com as presunções e princípios que a baseiam em todo o tempo
de formação. (MASETTO, 2011, apud DIAS, 2015, p. 11).

Segundo Ausubel (1963 apud MOREIRA, 2011, p. 1), aprendizagem


significativa é o processo através do qual um novo conhecimento se relaciona de
modo não arbitrário e substantivo à estrutura cognitiva do aprendiz. É em decorrência
da aprendizagem significativa que o significado lógico do material de aprendizagem
se transforma em significado psicológico para o aprendiz. Para esse autor (1963, apud
MOREIRA, 2011, p. 2), a aprendizagem significativa é a construção humana, por
excelência, para adquirir e conter a grande quantidade de ideias e subsídios
concebidos em qualquer campo da ciência.
Desse modo, são características básicas da aprendizagem significativa a não
arbitragem, que quer dizer o material virtualmente significativo se pauta de caráter
não-arbitrário com o conhecimento já existente na composição cognitiva do aprendiz;
e a substantividade, que por sua vez significa que o que é aliado à estrutura cognitiva
é a importância do novo conhecimento, das novas ideias, da qual o conceito ou a
mesma presunção podem ser expressos de diferentes maneiras, através de distintos
signos ou grupos de signos, equivalentes em termos de significados. Assim, uma
aprendizagem significativa não pode depender do uso exclusivo de determinados
signos em particular.
A essência da metodologia de aprendizagem significativa está no
relacionamento não-arbitrário e substantivo de ideias simbolicamente expressas a um
certo aspecto acentuado da composição de conhecimento do sujeito, isto é, a algum
conceito ou hipótese que já lhe é expressivo e adequado para interagir com a nova
informação. É dessa interação que surgem, para o aprendiz, os significados dos
materiais potencialmente significativos e que o conhecimento prévio se modifica pela
aquisição de novos significados, o que na perspectiva ausubeliana determina que o
conhecimento prévio é crucial para a aprendizagem significativa:

Para todas as finalidades práticas, a aquisição de conhecimento na matéria


de ensino depende da aprendizagem verbal e de outras formas de
aprendizagem simbólica. De fato, é em grande parte devido à linguagem e à

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simbolização que a maioria das formas complexas de funcionamento
cognitivo se torna possível. (AUSUBEL, 1963, apud DIAS, 2015, p. 11).

Segundo Ausubel (op. cit. p. 3), a estrutura cognitiva tende a organizar-se


hierarquicamente em termos de nível de abstração, generalidade e inclusividade de
seus conteúdos. Consequentemente, a emergência de significados para os materiais
de aprendizagem refletem uma relação de subordinação à composição cognitiva do
indivíduo. Esse tipo de aprendizagem é chamado aprendizagem significativa
subordinada.
A aprendizagem guarda uma repulsão de superordenação à composição
cognitiva quando o indivíduo aprende um novo conceito ou proposição mais
compreensiva que a possa subordinar, conceitos ou proposições já existentes na sua
estrutura de conhecimento. Esse tipo de aprendizagem, bem menos comum do que a
subordinada, é chamada de aprendizagem superordenada. Esse tipo de
aprendizagem é muito importante na formação de conceitos e na unificação e
reconciliação integradora de proposições claramente não relacionadas ou conflitivas.
Ausubel (1963), cita, não obstante, o caso da aprendizagem de conceitos ou
proposições que não são subordinados nem superordenados em relação a algum
conceito ou proposição, já existente na composição cognitiva. A esse tipo de
aprendizagem ele dá o nome de aprendizagem significativa combinatória. Ainda
segundo David Ausubel, se tivesse de reduzir toda psicologia educacional em um
único princípio, diria que o fator isolado mais importante o qual influencia a
aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece, ou seja, descubra o que ele
conhece e baseie nisso seus ensinamentos. (Ausubel, Novak&Hanesian, 1980).
No entanto para Lev Vygotsky (1987, 1988), o desenvolvimento cognitivo não
pode ser percebido sem alusão ao contexto social, histórico e cultural em que ocorre.
Para ele, o desenvolvimento cognitivo é a conversão de relações sociais em funções
mentais.
Segundo o supracitado autor, a aquisição de significados e a interação social
são inseparáveis, visto que os significados dos signos são construídos socialmente.
As palavras, por exemplo, são signos linguísticos, mas os significados das palavras e
dos gestos são carecidos socialmente, de modo que a interação social é
imprescindível para que um aprendiz adquira tais significados.

19
Contudo, a construção das aprendizagens significativas implica a vinculação
do que o aluno sabe com os conhecimentos novos, quer dizer, o antigo com o novo,
sugerindo que os alunos “realizem aprendizagens significativas por si próprios”,
deste modo, garantem-se a compreensão e a simplificação de novas aprendizagens
ao se ter um suporte básico na estrutura cognitiva prévia construída pelo sujeito.

8 ANDRAGOGIA: UMA NECESSIDADE PARA QUEM?

Fonte: redebemestar.com.br

A pedagogia originou-se no começo do século VII, na Europa. Surgiu nas


escolas de educação infantil e é utilizada até hoje. De acordo com De Carvalho (2010),
as crianças são seres dependentes que necessitam de cuidados constantes. Já os
adolescentes, são questionadores e os adultos acumulam certas experiências,
aprendem a aprender com os próprios erros e adquirem a consciência de que ainda é
necessário aprender. É nesse sentido que surge a Andragogia, que é um modelo de
ensino de adultos, onde a educação é de responsabilidade compartilhada entre
professor e aluno.
Paralelamente, o ambiente organizacional cada vez mais complexo e focado
na produtividade, exige que os colaboradores sejam muito bem treinados para
executar suas atividades de forma eficiente e sabendo dos riscos laborais a que estão
expostos. Concorda Tardif (2000), ao ressaltar que, tanto nas suas bases teóricas

20
quanto nas práticas, o conhecimento que profissionais adquirem no mercado de
trabalho são evolutivos e progressivos.
Tardif (2000) ainda afirma que o desenvolvimento constante de profissionais no
meio de trabalho necessita ser mantido através de formação contínua. Sendo assim,
é fundamental que colaboradores sejam treinados através de práticas de ensino
fundamentadas, como é o caso da Andragogia.
Em estudo publicado Oliveira (2010, apud BRESSIANI E ROMAN, 2016), pôde
ser observado que muitos cursos de treinamentos de profissionais adultos no
ambiente de trabalho não incentivam a aprendizagem e isso pode acarretar a falta de
sucesso desses trabalhadores. Sendo assim, a disseminação de metodologias de
ensino para adultos, como a Andragogia, é fundamental para o bom desenvolvimento
dos profissionais.

9 PRINCÍPIOS DA ANDRAGOGIA

Fonte: prezi.com

De acordo com Chan (2010), existem seis princípios da Andragogia. São eles:

Autoconceito do aprendiz: diferentemente da criança, o adulto se auto


responsabiliza por suas decisões, sobre sua vida. Ele sente a necessidade
de ser tratado como um ser humano que se autodirige. Ou seja, não aceita
imposição de vontades de outrem.
O papel da experiência do aprendiz: o aluno já carrega experiências pessoais
prévias, acumuladas ao longo da sua vida adulta. O adulto sente vontade de

21
aplicar essas experiências na sala de aula para participar do ambiente de
aprendizado.
Prontidão para aprender: os adultos se prontificam para aprender sobre
assuntos que precisam se tornar capazes de realizar.
Orientação da aprendizagem: os interesses dos adultos se direcionam para
o desenvolvimento de habilidades que são utilizadas em seu cotidiano
profissional.
A necessidade de conhecimento: os adultos precisam saber qual o motivo de
estarem aprendendo determinado conteúdo. Precisam ver sentido prático no
aprendizado. Com isso, querem que o aprendizado seja significativo do ponto
de vista prático.
A motivação para aprender: o adulto é guiado por motivações internas
(autoestima, maior qualidade de vida, desejo deter maior satisfação no
trabalho), as quais são mais importantes para eles do que as externas
(melhores empregos, promoções, salários maiores). (CHAN, 2010, apud
LIMA, 2019. p. 7).

Todo educador que se pretenda se aproximar dos preceitos Andragógico deve


atentar-se a estes princípios, tendo em vista que o aprendizado do adulto precisa ser
dinâmico e incluir as experiências dos alunos dentro da didática.
Profissionais em cargos de liderança costumam notar, normalmente que,
mesmo quando abordam assuntos importantes, as apresentações, mesmo que de boa
qualidade, nem sempre conseguem treinar de forma objetiva. Provavelmente, a forma
com que o conteúdo é passado carece de técnicas andragógica, muitas vezes, já que
a maioria das empresas segue, intencionalmente ou não, as diretrizes da Pedagogia
tradicional, onde o instrutor é o centro da aprendizagem.

10 O PERFIL E O PAPEL DO ANDRAGOGO

22
Fonte: esquerdadiario.com.br

O educador que utiliza as ferramentas, metodologias e princípios andragógicos


no desenvolvimento de suas atividades é chamado de Andragogo. Para que possa
fazer jus a este título, o profissional precisa utilizar técnicas que coloquem o aluno no
centro do ensino e não o professor, como acontece na Pedagogia.

A Educação Corporativa vem sido cada vez mais aplicada pelas


organizações, visando capacitar seus colaboradores. Mas nem sempre
conquista resultados, pois na maioria das vezes, ocorre é o uso da
pedagogia, que é voltada para crianças, no processo de desenvolvimento,
por isso o aprendizado não se consolida de forma eficaz (MERCÚRIO, 2017,
apud LIMA, 2019. p. 7).

Na pedagogia tradicional o professor é o centro detentor do conhecimento e os


alunos comportam-se de forma meramente passiva, assimilando aquilo que é exposto.
Já o perfil andragógico coloca os alunos como parte agregadora do conhecimento.

[...] “o modelo andragógico indica que uma grande parte da responsabilidade


do aprendizado é do próprio aluno, transformando o papel de professor em
facilitador de aprendizagem, conduzindo ao sucesso e estimulando
resultados” (MERCÚRIO, 2017, apud LIMA, 2019. p. 7).

Knowles (1986), ao defender o que chama de prática moderna da educação de


adultos, referindo-se aos contratos de aprendizagem que se deve fazer com os
aprendizes, sugere etapas, que podem contribuir para um caminhar dos pretendentes
a andragogos.
A primeira etapa que ele sugere é a etapa de diagnóstico das necessidades de
aprendizagem, baseia-se na definição do estado onde você está agora e onde você
quer estar; depois a especificação dos objetivos de aprendizagem, ou seja, definir o
que se quer aprender; posteriormente, sinaliza que deve haver a especificação dos
recursos e estratégias de aprendizagem; em seguida, especificação dos prazos, das
evidências de realização (quantitativas e/ ou qualitativas), da especificação de como
a evidência será validada; e, por fim, as etapas de revisão e execução do contrato e
a avaliação da aprendizagem.
Ou seja, para que os instrutores utilizem da Andragogia como técnica de
ensino, é importante que eles conheçam as características dos alunos e as suas
necessidades, pois, num ambiente andragógico, a vivência e as experiências dos

23
alunos são de suma importância para adotar uma metodologia de ensino útil a todos
os envolvidos.

11 ANDRAGOGIA: UMA ALTERNATIVA

Embora os professores não possuam controle sobre fatores relacionados


exclusivamente aos alunos, como aptidões, capacidades e desejos, é de sua
responsabilidade o conhecimento a respeito da disciplina ministrada bem como dos
recursos e das habilidades para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem.
Estabelecer um ambiente propício à interação, estimulando a participação de todos é
de fundamental importância.
Frente a este desafio, para Rechlinsk (2018) é necessário que se faça uma
preparação adequada dos professores para atuar no ensino técnico, como
orientadores de estudos, almejando a parceria entre professor e aluno na busca do
conhecimento. Diferenciando da pedagogia, ciência e arte de educar crianças, a
“Andragogia”, definida por Malcolm Knowles em 1970 como a arte e a ciência de
ajudar os adultos a aprender, na primeira edição do livro The modern practice of adult
education: andragogy versus pedagogo (DE AQUINO, 2007), se apresenta como
importante ferramenta que poderá ser utilizada no processo de ensino e
aprendizagem na educação de adultos.
Na sua grande maioria, os alunos do ensino técnico são adultos ou indivíduos
mais próximos da fase adulta, o que nos revela a necessidade de adequação dos
métodos utilizados visto que este aluno, sendo adulto, questiona o que está
estudando, para que e como poderá utilizar este conhecimento no futuro. Segundo Gil
(2007, p. 12-13), a Andragogia fundamenta-se nos seguintes princípios:

1. Conceito de aprendente. Este conceito é adotado como alternativa ao de


“aluno” ou “formando”. O aprendente, ou aquele que aprende, é autodirigido,
o que significa que é responsável pela sua aprendizagem e estabelece e
delimita o seu percurso educacional.
2. Necessidade do conhecimento. Os adultos sabem melhor que as crianças
da necessidade do conhecimento. Eles se sentem muito mais responsáveis
pela sua aprendizagem e pela delimitação do seu percurso educacional.
3. Motivação para aprender. O modelo andragógico leva em conta as
motivações externas, como melhor trabalho e aumento salarial, mas valoriza,
particularmente, as motivações internas, relacionadas com a sua própria
vontade de crescimento, como autoestima, reconhecimento, autoconfiança e
atualização das potencialidades pessoais.

24
4. O papel da experiência. Os adultos entram num processo educativo com
experiências bastante diversas e é a partir delas que eles se dispõem a
participar ou não de algum programa educacional. Por isso essas
experiências devem ser aceitas como fonte de recursos a serem valorizados
e partilhados e servir de base para a formação. Os conhecimentos do
professor e os recursos instrucionais, como os livros e as projeções, são
fontes que por si só não garantem o interesse pela aprendizagem. Devem ser
vistos como opções que são colocadas à disposição para a livre escolha do
aprendiz.
5. Prontidão para o aprendizado. O adulto tem uma orientação mais
pragmática do que a criança. O adulto está pronto para aprender o que decide
aprender. Ele se torna disponível para aprender quando pretende melhorar
seu desempenho em relação a determinado aspecto de sua vida. Sua relação
de aprendizagem é natural e realista; por isso ele se nega a aprender o que
os outros lhe impõem. Além disso, sua retenção tende a decrescer quando
percebe que o conhecimento não pode ser aplicado imediatamente. Assim,
convém organizar as experiências de aprendizagem de acordo com as
unidades temáticas que tenham sentido e sejam adequadas as tarefas que
os alunos são solicitados a realizar nos seus diversos contextos de vida. (GIL,
2007, apud RECHLINSK, 2018, p. 6).

Tomando como base os princípios da Andragogia poderemos nos valer de


metodologias ativas de ensino e aprendizagem que tenham como base, na forma de
desenvolver o processo de aprender, a utilização de experiências reais ou casos
simulados, que forneçam subsídios para a solução de tarefas essenciais da prática
profissional em diferentes âmbitos de atuação.

12 PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Fonte: novaescola.org.br

25
A globalização e a informatização dos conhecimentos, aliada às mudanças nas
exigências do mercado de trabalho, acabaram por promover a adoção de
metodologias ativas nas salas de aula das instituições de ensino. A metodologia
tradicional se revela insuficiente para a formação do profissional com habilidades e
conhecimentos para atuar no mercado de trabalho. (LIBÂNEO, 1994).
Todas estas mudanças impactam no papel do docente no processo de ensino.
O professor passa de transmissor de conhecimento a orientador de estudos, atuando
no processo de construção do saber e o aluno, no papel de protagonista,
responsabiliza-se pelo próprio aprendizado. Essa associação pela procura do
conhecimento é estimulada através da aplicação de metodologias centradas na
aprendizagem.
Podem ser considerados três fatores que influenciam na aprendizagem: o
aluno, o professor e o curso. Cada um destes fatores possui condicionantes
específicos que atuam no processo de aprendizagem (GIL, 2007).

12.1 Condicionantes no processo de ensino e aprendizagem

No que se refere aos alunos, as diferenças individuais, oriundas do nível


intelectual, das aptidões específicas e das habilidades previamente desenvolvidas
resultam em diferentes níveis de desempenho na sala de aula. Não podemos
esquecer que todas as práticas e experiências vividas por cada aluno fazem dele um
elemento único, que compõe a pluralidade de elementos de uma sala de aula.
A motivação do aluno também se apresenta como fator importante. Fator
pessoal e particular, a motivação é a necessidade, a ação que o impulsiona em busca
do sucesso no processo de aprendizagem. O aluno motivado tem mais interesse pelos
assuntos propostos e busca fontes alternativas como pesquisa, leitura, vídeos, para
satisfazer suas necessidades frente ao tema (GIL, 2007).
Rechlinsk (2018) afirma que é importante que o professor canalize a motivação
do aluno, ensinando a aprender, explorando suas habilidades e aptidões inerentes.
Ter amplo conhecimento a respeito do conteúdo da disciplina a ser ministrada pelo
professor é muito importante para o êxito do processo de ensino. Apresentar domínio
sobre o assunto permite ao professor explorar as formas de expor o assunto, bem
como relacionar a exemplos práticos de um universo regional ou local e responder a

26
questionamentos e dúvidas que surgem na sala de aula, incentivando o
desenvolvimento do raciocínio lógico do aluno para resolução de problemas práticos.
Cada vez que instigamos o aluno a aplicar os conteúdos em exemplos reais
relacionados a sua futura área de atuação, despertamos a necessidade de aprender
o assunto proposto, estimulando o processo de aprendizagem individual.

Deve-se ainda considerar as características pessoais de cada professor no


que se refere à metodologia de ensino utilizada, a facilidade de comunicação
e à interação estabelecida na sala de aula. Quando o professor cria um
ambiente agradável na classe, é natural que todos se sintam envolvidos e
motivados a participar e contribuir no processo de ensino e aprendizagem.
(RECHLINSK, 2018, p. 7).

A motivação do professor frente ao conteúdo influencia no desenvolvimento de


suas habilidades pedagógicas e consequentemente no aprendizado dos alunos.
A formação dos professores que atuam nos cursos técnicos, grande parte com
graduação em nível superior, não contempla as disciplinas de Didática, Metodologia
do Ensino, Psicologia da Aprendizagem e Prática de Ensino, sendo necessária a
complementação de sua formação em cursos de pós-graduação que contemplem
disciplinas de carácter didático-pedagógico, proporcionando o desenvolvimento de
habilidades essenciais para o exercício de suas atividades como professor.
Há uma grande variedade de cursos técnicos oferecidos por instituições de
ensino, em diferentes modalidades de funcionamento. Todos os cursos possuem
objetivos amplos que são definidos pelas escolas, baseados nas diretrizes
curriculares. Cada escola define, através de seus objetivos, o perfil do profissional
técnico que deseja formar.
Rechlinsk (2018) diz que para cada disciplina são formulados objetivos mais
específicos, que servirão de orientação para que o professor elabore seu plano de
ensino, definindo os conteúdos, metodologias e estratégias de ensino e técnicas de
avaliação. Com o plano de ensino adequado a cada disciplina, será possível
desenvolver nos alunos as habilidades e proporcionar a aquisição de conhecimentos
específicos definidos como objetivos em cada unidade de ensino. É necessário que
os objetivos da disciplina sejam claramente definidos pelo professor, a fim de elaborar
um plano de ensino adequado, proporcionando um aprendizado compatível pelos
alunos.

27
A forma como os cursos são organizados em relação às disciplinas, sua matriz
curricular, carga horária, recursos físicos disponíveis e o número de alunos
matriculados por turma também exercem uma influência expressiva sobre o
aprendizado.

Nos últimos anos houve uma proliferação de instituições de ensino com


funcionamento baseado nos princípios de uma empresa. São administradas
de forma a gerar lucros, oferecendo poucos recursos para que os professores
desenvolvam suas atividades com eficiência e tratando o aprendizado como
uma mercadoria que pode ser comprada pelo aluno (GIL, 2007, apud
RECHLINSK, 2018, p. 8).

De acordo com Rechlinsk (2018) as variáveis citadas acima revelam o quanto


pode ser complexo o processo que envolve a aprendizagem. Tratando-se do ensino
técnico, temos ainda que considerar a grande maioria de alunos adultos, com suas
expectativas e bagagem de conhecimentos adquiridos pela prática profissional e por
experiências próprias. Este aluno necessita de práticas pedagógicas que
proporcionem a apropriação de conhecimentos, facilitando o desempenho de suas
atividades no exercício da profissão.
Para uma educação baseada nos conceitos da Andragogia, devemos
considerar:

• Elaboração de diagnósticos de necessidades e interesses dos alunos;


• Definição de objetivos e planejamento das tarefas com a participação dos
estudantes;
• Estabelecimento de um clima cooperativo, informal e de suporte a
aprendizagem;
• Seleção dos conteúdos significativos para os estudantes;
• Definição de contratos e projetos de aprendizagem;
• Aprendizagem orientada para tarefas ou centrada em problemas;
• Uso de projetos de investigação, estudo independente e técnicas vivenciais;
• Valorização da discussão e da solução de problemas em grupo;
• Utilização de procedimentos de avaliação diretamente relacionados à
aprendizagem (GIL, 2007, apud RECHLINSK, 2018, p. 9).

A prática pedagógica do professor do ensino técnico poderá ser mais eficaz se


considerados os princípios andragógicos, onde o aluno é estimulado a desenvolver as
habilidades intelectuais, envolvendo raciocínio, compreensão, discernimento, análise
de fatos e tomada de decisões que o tornarão um profissional envolvido com realidade
do mercado de trabalho.

28
13 ANDRAGOGIA E INTERDISCIPLINARIDADE

Fonte: fabiocruz.com.br

A realidade de atuação como professores nos cursos técnicos exige cada vez
mais que tenhamos conhecimentos multidisciplinares, interligando as informações
transmitidas nas diversas disciplinas, a fim de formar um profissional e cidadão com
diversas competências e apto a atuar nas situações reais quando do exercício da
profissão no mercado de trabalho.
Baseando-se nos princípios da Andragogia, o aluno participa do planejamento
de aula, utilizando suas experiências como base para o aprendizado dos conteúdos
de interesse e aplicação imediatos. Cabe a nós, docentes, proporcionar meios a fim
de promover as sínteses entre os conhecimentos e informações dissociadas pela
multiplicidade de disciplinas.

Estabelecer vínculos entre os conteúdos, despertando no aluno o sentido de


unidade na diversidade, contribuindo para que o mesmo estabeleça uma
melhor compreensão da realidade que o tornará consciente da
responsabilidade pela produção do seu conhecimento são nossas funções
como tutores e mediadores do processo de ensino e aprendizagem. (LÜCK,
2003, apud RECHLINSK, 2018, p. 9).

O sujeito, quando envolvido no processo de aprendizagem, busca estabelecer


sentido para as questões com que se defronta, armazenando as múltiplas
experiências que vivencia para serem utilizadas e contribuir no processo de
atualização de sua formação como profissionais técnicos.

29
Na diversidade de conhecimentos dispostos em disciplinas dos cursos
técnicos, é natural que em alguns momentos do processo de ensino o aluno
não compreenda e questione determinados conteúdos, resultado de uma
visão fragmentada do todo que compõe sua formação. (LÜCK, 2003, apud
RECHLINSK, 2018, p. 9).

14 ANDRAGOGIA NO ENSINO

Para que seja possível a aplicação da andragogia no ensino em geral


primeiramente o profissional deve sair da redoma pedagógica, ou seja, toda a
formação acadêmica tem cunho e arraigo nos processos pedagógicos, já o processo
andragógico se baseia em outros atos, formas e atitudes de aplicabilidade em sala de
aula. Neiva (2011) cita que o profissional que utiliza da andragogia deve focar o adulto
como centro da discussão, até mesmo porque este aprende muito melhor na prática
e na experiência. Ainda segundo Neiva (2011) cita a importância de como deve ser
perpetuado o ensino para o público através do planejamento de uma ação
fundamentada em informações prévias, sempre tendo como priori atividades que
estabeleçam conexões entre os valores conceituais e atitudinais. Estimular a troca de
experiências é algo que deve ser contemplado desde o início da abordagem para que
a autonomia da aprendizagem seja eficaz e assim o processo se dê e logre sucesso
na aplicação.
A andragogia pode ser utilizada em vários momentos no ensino, não só em
turmas especiais ou cursos que visam capacitação ou melhora profissional de um
adulto, muito se fala da metodologia e formação dos professores que ensinam e tratam
com adultos no EJA (educação de jovens e adultos). Gomes (2011) em seu artigo
explicita a experiência de uma escola local da cidade de Pouso Alegre – MG que
utilizou das bases andragógicas como fonte de renovação e inovação educacional,
como resultado observaram que os alunos do EJA além de conseguir assimilar o
conhecimento passado de forma mais nítida obtiveram também uma diminuição na
evasão do público do meio educacional, pois, através da andragogia tornou o ensino
interessante como mostra na citação:

Sendo assim, se faz necessário que o Projeto Político Pedagógico, esteja


preocupado com a questão de uma educação de adultos baseado na
andragogia. Por isso, o gestor escolar neste processo, com suas atribuições,
têm um papel fundamental no sentido de desempenhar a função de agente
articulador entre professor-aluno-escola e comunidade, promover a

30
integração destas ao âmbito escolar, atentar-se às necessidades
apresentadas nesta integração para oferecer os subsídios necessários a
atendê-las, dando um caráter social e uma visão humanista na efetivação da
proposta pedagógica adotada pela instituição de educação supletiva.
(GOMES, 2011, apud VALLE, 2016, p. 7).

Chagas e Ferreira (2013) fala da importância de crer no aluno adulto assim


como é posta a fé no aluno infantil, pois, este ainda é capaz e quiçá com ação maior
de transformação do meio. Se com estímulos corretos e apropriados ao ensino destes
a transformação em um agente social e cidadão é tão gratificante quanto a formação
inicial.
Em suma a andragogia dentro dos meios de ensino seja EJA, ensino superior,
cursos capacitantes ou até mesmo de formação de profissionais para lecionar deve
vir com o intuito de ensinar a pensar no contexto, resumidamente, interpretar a
necessidade que se faz. Freire (2011, p.28) afirma que é tarefa do professor “não
apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo”. Freire nunca citou
em seus projetos e leituras sobre andragogia, mas os preceitos aos quais prega são
fundamentados nas bases andragógicas que prezam o respeito ao conhecimento do
aluno, participação dos mesmos na construção de um plano e do processo de ensino,
assim fazendo do aluno um ser ativo.

14.1 Andragogia no ensino superior

Focado nesta etapa tem se dois público que tomam esta etapa de formação o
primeiro são adolescente ingressantes do ensino-médio que por si só passam para a
fase adulta, sendo assim a prática de ensino e metodologia de abordagem deveria ser
diferenciada a etapa que seguem, logo, o segundo seriam os adultos que após muito
tempo retornam e retomam suas cadeiras nas universidades buscando formação, já
ricos em bagagem e cheios de experiência o ensino deve ser ainda mais instigador
para que não caia na repetição de um ensino visto a muitos anos atrás por eles.
Alvarez (2014) em seu estudo sobre aplicação e aproveitamento dos princípios da
andragogia por professores de línguas estrangeiras se propôs a pesquisar sobre a
formação destes docentes, uma vez que a demanda crescente tanto do estudo de
novos idiomas e ainda mais por adultos a fez refletir sobre a forma e abordagem
utilizada previamente aos profissionais que regem tal função, sendo assim, pesquisou

31
em várias instituições federais do país cursos na área de línguas e especialmente em
letras, pois, trabalham desde o ensino de novos idiomas até mesmo o letramento e
alfabetização do idioma nativo e como resultado observou que em nenhuma grade
curricular apresentava uma formação dita aos adultos especificamente citando a
andragogia. O profissional que almeja trabalhar com a formação deve estar dotado de
várias ferramentas para lidar com os diferentes públicos. Alvarez (2014) conclui sua
pesquisa afirmando que se faz necessário nos cursos especialmente de licenciatura
e de pós-graduação a inclusão de uma disciplina direcionada ao ensino de adultos
que elenquem as possibilidades e diferenças no ensino de jovens e adultos.
Em outro estudo Chagas e Ferreira (2013) buscaram na literatura técnicas e
maneiras de utilizar dentro dos processos andragógicos de uma forma mais prática
elencando assim formas como debates, mesa-redonda, pesquisas de campo, estudos
de caso e o uso de mídias corriqueiras para arraigo do ensino. Ainda citaram que as
dificuldades inerentes ao ser humano em especial o adulto em aprendizagem estão
diretamente focadas tanto nos aspecto físico, que demanda uma readequação ao
ensino do ensino superior, a parte de humanas que demanda o lidar com o saber e
até mesmo o tecnológico que pode ser um entrave para o adulto.
No ensino superior o adulto ou adolescente ingressante do ensino médio
tomam partido de participação não só no aprendizado de uma nova linha de profissão,
mas que podem se tornar também pesquisadores e fundamentadores dos materiais
que sempre estiveram expostos, sendo assim, a readequação postural de um ensino
de estudo é visível por parte dos mesmos e congruentemente a mesma readaptação
se dá ao lado do corpo docente que deve ser armar de estratégia e maneiras para
saber lidar com tais indivíduos, não apenas reproduzir a pedagogia vista em todos os
anos de sua formação prévia.

14.2 Aplicabilidade da andragogia para adolescente

A fase em que se denomina adolescência é também a transição não só física


a fase adulta, mas também, ideológica e cognitivamente, sendo assim o lidar com o
adolescente ou melhor, jovem adulto é diferenciado do lidar com o pré-adolescente
ou a criança. Os preceitos que devem reger o ensino destes é sem dúvida o preceito
de um futuro irrevogável, assim, tratando-os e creditando as responsabilidades e

32
deveres de um adulto, mesmo que ainda sem experiência da vida adulta propriamente
dita. Santo e Taglieber (2015) em seu texto buscam mostrar como o adolescente
ingressante na vida adulta passa por mudanças e através disto mostram que a
andragogia para jovens adultos é usual e aplicável devido a projeção de desafios, o
adulto ao aprender se posto à prova do que necessita sendo mediado por um
professor consegue buscar solução de problemas e conflitos o jovem adulto que ainda
não possui tal vivência se posto s suposições pode também criar o interesse na
resolução. Sendo assim Rossetti (2014) afirma que para aplicação do método
andragógico com jovens adultos é preciso ter então criatividade. A andragogia
demanda mais que somente o entendimento, mas também preparação e estudo dos
seus preceitos e aplicabilidade.

14.3 Aplicabilidade da andragogia para adultos que retomam estudos

Na atual circunstância é possível ver adultos retornando a estudos mesmo após


a aposentadoria. Vários meios de comunicação não só mostram como incentivam
também a prática do retorno dos estudos, acredita-se que o estudo em si além de
beneficiar o adulto psiquicamente pode a longo prazo auxiliá-lo na saúde física
evitando o sedentarismo e auxiliando na interação social.
Dentro da andragogia dar importância ao conhecimento prévio é a base do
sucesso de aplicação, apresentar novas experiências e sensações também são
ferramentas usuais, sendo assim o uso de novas tecnologias e até mesmo material
avançado é possível. De acordo com Mendes e Chagas (2013) a utilização de
materiais usuais no dia a dia associados com novas ferramentas de ensino pode
auxiliar o adulto a assimilar um novo meio de aprendizado.

O espaço de aprendizagem andragógico foge dos padrões pedagógicos, uma


vez que esse adulto que regressa aos estudos não está disposto a ficar
fadado a uma cadeira por horas, sendo assim, o espaço físico não é limitado
e as avaliações não são punitivas ou premiativas, são contínuas no intento
de detectar falhas passíveis de correção. (CAVALCANTI, 2005, apud VALLE,
2016, p. 7).

Em suma dar função e significância ao adulto que regressa ao estudo dentro


de um aspecto existencial e participativo é culminante a todo processo andragógico,
sendo assim o aprendizado se faz relevante e útil a quem o busca.

33
15 METODOLOGIAS ATIVAS APLICADAS À ANDRAGOGIA

Um dos maiores desafios de professores de cursos técnicos consiste em


promover a aprendizagem de conhecimentos específicos de forma prática,
proporcionando ao aluno suas aplicações no campo de trabalho de uma forma simples
e objetiva.
Os futuros técnicos de nível médio têm a necessidade de se apropriarem do
conhecimento de tal forma que sejam capazes de buscar soluções para os problemas
que possam encontrar no ambiente de trabalho. Além da agilidade e iniciativa de
busca de informações, o aluno precisa desenvolver sua capacidade de raciocínio,
discernimento e tomada de decisões frente aos imprevistos que surgem quando
desenvolvem trabalhos técnicos.
A grande diversidade que compõe o universo das salas de aula faze refletir
sobre como despertar o interesse e o envolvimento dos alunos frente a conteúdos que
nem sempre são de fácil entendimento e aplicação. Como promover a participação de
todos, visto que suas diferenças (idade, profissão, objetivos) são tão distintas?

15.1 Metodologias Ativas de Aprendizagem no ensino superior

A educação contemporânea demanda uma atitude de corresponsabilidade e


autogestão do processo de aprendizagem de docentes e discentes, o que tem levado
as instituições de ensino superior a procurar promover inovações didáticas que tornem
a aprendizagem significativa e que possibilite aos discentes “aprender a aprender”. A
busca e desenvolvimento de metodologias ativas de aprendizagem, nas quais os
discentes sejam autônomos e possam participar ativamente das atividades em sala
de aula, tem sido objeto de pesquisas nesta área. Nos últimos anos as metodologias
de aprendizagem ativa têm recebido atenção especial, sendo muitas vezes
percebidas como uma mudança radical em relação ao ensino tradicional, o que tem
atraído a atenção de docentes à procura de alternativas para os métodos tradicionais
de ensino e também das instituições de ensino superior. Ao mesmo tempo em que as
metodologias ativas encontram fortes defensores no ambiente acadêmico que
buscam por alternativas para os métodos tradicionais, por outro lado, alguns céticos
consideram tais metodologias mais como um modismo educacional.
34
Prince (2004) aborda que a aprendizagem ativa se trata de um método de
ensino que envolve os alunos no processo de aprendizagem, exigindo que eles se
preparem para uma atividade de aprendizagem significativa e pensem sobre o que
estão fazendo. Em outras palavras, refere-se a um processo pelo qual os alunos
participam de atividades, como leitura, escrita, discussão ou resolução de problemas
que promovem a síntese, análise e avaliação do conteúdo de classe.
Ainda de acordo com o autor citado, embora a definição para atividade de
aprendizagem ativa possa incluir atividades tradicionais como as tarefas a serem
realizadas fora do ambiente de sala de aula – tais como as tarefas intituladas de “lição
de casa” – na prática, este método de ensino refere-se a atividades que são adotadas
dentro da sala de aula.
Neste sentido, pode-se inferir que os elementos principais de uma
aprendizagem ativa são alunos ativos e o seu envolvimento no processo de
aprendizagem, método este que contrasta com a aula tradicional onde os alunos
recebem passivamente informações de um instrutor.
Pinto et al. (2012) abordam que o aluno contemporâneo diante das
competências éticas, políticas e técnicas exigidas, deve ser capaz de autogerenciar o
seu processo de formação. É neste contexto que pesquisadores têm procurado
desenvolver metodologias ativas de aprendizagem que possam conduzir à autonomia
do discente e ao autogerenciamento e corresponsabilidade pelo seu próprio processo
de formação.
De acordo com os autores mencionados, algumas das metodologias ativas de
aprendizagem que podem ser mencionadas são:

1. a aprendizagem cooperativa; 2. a aprendizagem baseada em


problemas; 3. a aprendizagem entre pares; e 4. a utilização de métodos
de caso e simulações. Tais metodologias são algumas das abordagens
que promovem uma aprendizagem ativa. (PINTO, 2012, apud GODOI,
2016, p. 341).

Especificamente em relação à aprendizagem entre pares, esta pode ser


considerada como uma aprendizagem colaborativa, a qual conforme aborda Prince
(2004), refere-se a qualquer método de ensino no qual os alunos possam trabalhar
juntos, em pequenos grupos, para alcançar um objetivo comum, tendo como elemento
principal nesta aprendizagem a ênfase na interação entre os alunos, ao invés de uma

35
aprendizagem como uma atividade solitária. É neste sentido que se traz para a
presente discussão o Peer Instruction, ou simplesmente aprendizagem entre pares,
como sendo representante de uma das metodologias ativas de aprendizagem.

16 ANDRAGOGIA NO BRASIL E A FORMAÇÃO ANDRAGÓGICA

Dentro das licenciaturas evidentemente é mostrado o poder de ação e forma


da pedagogia, no entanto, a andragogia demanda formação e entendimento sem
espelhamento da outra metodologia. No Brasil são as áreas em que a andragogia se
encontra desde formação continuada, EJA, cursos superiores, preparatórios, ensino
à distância. Massonetto (2015) é coordenador adjunto e professor doutor do curso de
medicina do Centro Universitário São Camilo e acerca da formação do médico vista
pela andragogia afirma que:

Os adultos também se espelham em seus líderes e necessitam de seus


exemplos de atitudes, ideias e comportamentos. A excelente formação
médica somente ocorrerá com bons exemplos no dia a dia do estudante
durante todo seu curso. Com estes referenciais será construído nosso corpo
docente. (Massonetto, 2015, apud VALLE, 2016, p. 10).

A andragogia como dito antes não se restringe a espaço físico assim como o
aprendizado não acontece somente em uma sala de aula, dentro das academias de
ginástica é possível verificar o mesmo Rabelo e Garcia (2006) apresentaram um texto
em que contextualizava a pedagogia e andragogia dentro do salão de musculação,
averiguando através de referenciais teóricos e aplicação de questionário como se dá
o aprendizado de alunos jovens e alunos adultos e idosos, como conclusão afirmam
que cabe a academia entender quais são as necessidade e formas de aprendizagem
dos seus alunos e como cabe a cada um seja pedagogia aos jovens e andragogia aos
adultos. Através desta e varia outras pesquisas então é possível averiguar que no
Brasil a andragogia e a crescente educação de adultos faz com que os cursos se
remodelem e juntamente os profissionais. Segundo Bellan (2008):

Os estímulos são respostas dos efeitos, complicado de entender, mas


simples de visualizar, se com o direcionamento correto dentro da andragogia
a resposta esperada é propiciada de forma congruente ou até melhor que a
esperada, sendo assim, a interação entre aluno e professor na verdade se

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torna um laço que para funcionamento ótimo cabe a ambos os lados se
ajudarem. (BELLAN, 208, apud VALLE, 2016, p. 11).

Abaixo um quadro proposto por Bellan (2008) relacionando as atitudes e


respostas dentro do âmbito andragógico.

Fonte: (BELLAN, 208, apud VALLE, 2016, p. 11).

A andragogia já entendida como a forma de ensino para o adulto é facilmente


explicada como uma maneira de aplicação do ensino que visa ocupar espaço como
algo significativo para que então a informação passada seja assimilada e logicamente
sintetizada pelo aluno.
Os processos andragógicos distinguem os papéis tanto do aluno como do
professor diferentemente dos papeis habituais onde o aluno aprende e o professor
ensina, visto que nessa modalidade, o aluno segue aprendendo, entretanto, detém
conhecimento prévio, experiências e verdades próprias assim o novo professor

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andragógico deve guiar e significar de tal maneira a informação para que ela possa
ser de tamanha necessidade ao aluno.

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