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Ministério da Educação

Secretaria da Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal Catarinense - Campus Avançado Sombrio

CURSO: Técnico em Hospedagem Integrado ao Ensino Médio


DISCIPLINA: Sociologia
PROFESSORA: José Leocádio Cabral Neto
TURMA: 3° H
ALUNA: Amanda Pereira

O Neonazismo e os Supremacistas Brancos

Neonazismo
O termo refere-se à inspiração nos ideais do nazismo - movimento
político-ideológico que surgiu na Alemanha de 1933 a 1945, e seus
princípios eram o nacionalismo exacerbado, o racismo, o antissemitismo
e o anticomunismo - e a tentativa de continuar com essa corrente
política de extrema-direita, que surgiu após o final da Segunda Guerra
Mundial.
O Neonazismo é condenado por todos os países e, em alguns, é
inclusive considerado crime. Porém, embora ocorra proibição desta
prática, ela continua sendo exercida de forma clandestina, e para que
obtenham sucesso ao executá-la, eles escondem da comunidade a sua
real ideologia. Realizam suas reuniões em nichos formados por
simpatizantes.
As características dos grupos neonazistas podem variar, porém, as mais
frequentes são os discursos de Adolf Hitler e a devoção à sua imagem,
a supremacia branca, xenofobia, a simbologia variada do nazismo
alemão, o nacionalismo exacerbado, o antissemitismo, o racismo, o
anticatolicismo, o ódio em relação aos comunistas, estrangeiros,
nordestinos, índios, ciganos e a comunidade LGBTQ+.
Atualmente, com a expansão da era da informática, também é possível
encontrar grupos xenófobos e de inspiração neonazistas nas redes
sociais. São grupos que negam a derrota da Alemanha pelo Exército da
União Soviética no final da Segunda Guerra Mundial e pretendem
formar o Quarto Reich, dando continuação aos princípios de Adolf Hitler.
Entretanto, existem alguns grupos neonazistas chamados de
negacionistas, que buscam pela liberdade do movimento, e devido a
isso, apresentam-se contra o racismo e realizam discursos contra o
próprio nazismo, com a tentativa também de diminuir o impacto de terror
que os nazistas já causaram um dia. Os neonazistas negacionistas
negam que o holocausto - genocídio de judeus durante a Segunda
Guerra Mundial, em que foram aprisionados em campos de extermínio
pelo regime nazista, onde eram levados a câmaras de gás para
morrerem por asfixia e morreram 6 milhões de pessoas - realmente
existiu, argumentando que não houve perseguição e que o número de
judeus mortos durante a guerra não passou de 500 mil pessoas.
Os grupos neonazistas, assim como foi no nazismo, aproveitam-se de
oportunidades e momentos para conquistar e dominar a mente da
sociedade de países que estão passando por dificuldades, como o
desemprego, poucas oportunidades de trabalho, crescente
criminalidade, entre vários outros contextos nacionais. Eles depositam a
culpa desses problemas em agrupamentos que desejam condenar,
como imigrantes, refugiados e estrangeiros. Isso foi o que ocorreu no
discurso de Hitler, na época do nazismo, ele aproveitou-se de um
período em que o país estava enfrentando grandes problemas
econômicos-sociais e precisava do auxílio de alguém que chegasse
para solucioná-los.
O grande diferencial do neonazismo é o uso de outra abordagem para
divulgar seus ideais. Por exemplo, quando defendem suas ideias ao
clamar por uma “salvação nacional”, considerando-se “libertadores” que
valorizam a pátria e dela se orgulham, ou seja, o uso de palavras
eufemistas para atrair adeptos, mascarando a verdadeira origem de
seus ideais.
Apesar de originarem-se na Alemanha, em decorrência do Nazismo, o
neonazismo ocorre na atualidade em escala global e apresenta
elementos dependendo da região em que está sendo praticado. Porém,
sempre baseados no preconceito referente à nacionalidade, raça, sexo,
religião ou ideologia.
Neonazismo na Europa
Na Europa, diversos grupos neonazistas surgiram a partir dos anos 70,
e atualmente com a crise econômica, esse número tem aumentado
muito.
Na Alemanha, antigo recinto do nazismo, existem grupos neonazistas,
sendo estes os que mais idealizam a superioridade da raça branca e
todos os princípios de Hitler. Lá foi implantado em 1964 o Partido
Democrático Nacional da Alemanha (NPD), um partido político
neonazista, a despeito de as ações nazistas terem sido proibidas
atualmente no país.
Na Inglaterra, foi fundado em 1970 a “Frente Nacional”, um partido
político composto por membros brancos e que estão relacionados com
outros grupos neonazistas espalhados pelo mundo. Um dos principais
grupos neonazistas também situa-se na Inglaterra, os Skinheads. O
grupo Skinheads foi desenvolvido no país em 1960 por jovens de classe
média baixa que, em primeiro momento não viabilizavam ideais
nazistas, porém, na década seguinte houve um retrocesso econômico e
uma fragilização na relação com imigrantes, e em razão disso, o grupo
se uniu com o partido “Frente Nacional”, que promovia a superioridade
branca. A partir de então, passaram a se identificar oficialmente como
um grupo neonazista. Estes obteram mais popularidade a partir de
1980, época em que começaram a praticar vandalismo e violência
contra negros, homossexuais, judeus e imigrantes latinos.

Neonazismo nos Estados Unidos


Nos Estados Unidos o neonazismo tem se expandido cada vez mais. É
lá que surgiu o famoso grupo neonazista “Ku Klux Klan (KKK)”, formado
por protestantes extremamente racistas e adeptos da supremacia
branca, que será devidamente apresentado posteriormente no presente
trabalho.
O caso mais recente de neonazismo aconteceu em Charlottesville, no
estado da Virginia, nos Estados Unidos. No dia 12 de agosto de 2017
muitas pessoas saíram nas ruas protestando contra a presença de
negros, homossexuais, imigrantes e judeus. Carregavam tochas,
bandeiras dos confederados, faziam saudações nazistas e gritavam
palavras de ordem, como “Vocês não vão nos substituir”, direcionadas
para imigrantes, “Vidas Brancas Importam”, em contraposição ao
movimento negro Black Lives Matter; e “Morte aos Antifascistas”, já que
o nazismo e o fascismo eram, e agora nesse período “neo” dos
movimentos, ainda são similares e, de certa forma, associados. Alguns
se vestiam com armaduras e tinham cacetetes nas mãos. Essa
passeata reuniu centenas de pessoas que eram contra a retirada da
estátua de um general confederado, chamado Robert E. Lee, que lutou
pelo Sul dos Estados Unidos na Guerra Civil, e devido a isso, o
consideram um símbolo histórico de ideais como a supremacia branca.
Foi um movimento que causou tensão e violência, principalmente por
conta de grupos que se manifestaram contra os neonazistas, como o
grupo “Black Lives Matter” (em português, “Vidas Negras Importam”).
E como este é um país no qual a apologia ao nazismo não é
considerada crime, existem inúmeros grupos neonazistas por lá. White
Aryan Resistance-WAR, Aryan Nations, Stormfront, Skynheads, etc.

Neonazismo no Brasil
No Brasil, as atividades neonazistas começaram a surgir nos anos 80.
Segundo a Lei Brasileira n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989 que “Define
os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor”, o nazismo é
citado no Artigo 20:
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou
gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.”

A maior parte dos grupos neonazistas que existem no Brasil estão


localizados nas regiões Sul e Sudeste, especialmente no Rio Grande do
Sul, Paraná e Santa Catarina, além de terem se expandido também nas
últimas décadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de
Janeiro e Distrito Federal. São formados por jovens brancos e, na
maioria dos casos, homens com ensino superior.
Como mencionada, existe uma lei que proíbe a glorificação do nazismo,
sendo assim, os grupos neonazistas que existem no Brasil atuam da
forma mais clandestina e disfarçada possível, sem muitas informações
divulgadas dos mesmos. Suas condutas são realizadas conforme são
os ideais dos outros grupos neonazistas, sendo os principais um ódio
muito grande contra migrantes internos, sobretudo os da região
Nordeste, a xenofobia contra determinadas nacionalidades que migram
para o Brasil, como venezuelanos, bolivianos e haitianos.

Símbolos Neonazistas

Cruz Celta
Muitos grupos nacionalistas pegaram a cruz celta, originalmente um
símbolo religioso do cristianismo na Irlanda e na Britânia, e
transformaram-na em um símbolo que representa movimentos
ultranacionalistas e supremacistas vinculados com o neonazismo.
Cruz Celta

(Créditos da imagem: Eugenio Marongiu / Shutterstock)


Cruz de Ferro
Era uma honraria militar que a Alemanha concedia aos seus soldados
até o final da Segunda Guerra Mundial, mas, após essa guerra, diversos
símbolos que possuíam alguma associação com o nazismo foram
proibidos na Alemanha. Muitos grupos neonazistas utilizam a cruz de
ferro com uma suástica no meio para fazer uma associação imediata
com o movimento.
Cruz de Ferro

(Créditos da imagem: Militarist / Shutterstock)

Símbolo SS
A Schtuzstaffel era conhecida como a polícia de segurança nazista e
esteve diretamente ligada com ações realizadas no Holocausto. O
símbolo da SS no uniforme nazista utilizava uma letra rúnica (forma de
escrita utilizada pelos nórdicos vikings). O símbolo utilizando as
inscrições rúnicas era ϟϟ.
Símbolo SS
Número 88
Muitos grupos neonazistas têm utilizado o número “88” como forma
codificada de referir-se a “HH”, sigla usada para “Heil Hitler”, saudação
utilizada pelos nazistas. Muitos também utilizam o número “18” para
“AH” ou Adolf Hitler e “28” para “Blood and Honour”, frase utilizada por
neonazistas cujo significado é “Sangue e Honra”.
Outros símbolos utilizados pelos neonazistas são o “sol negro” e um
outro símbolo rúnico conhecido como Odal.
88 significa "Heil Hitler"

(Créditos da imagem: Divulgação UOL)

Supremacia Branca
A Supremacia Branca é um conjunto de ideais que defendem a
superioridade natural do homem branco em relação a outras raças,
tendo o argumento dessa defesa, falsas evidências científicas. Os
Supremacistas idealizam o racismo nos âmbitos sociais e atualmente
têm forte ligação com os neonazistas.
A crença na supremacia branca foi utilizada como argumento para
justificar a colonização das Américas, África e Ásia, assim como a
escravidão, instituição que vigou no continente americano por cerca de
três séculos. Os especialistas afirmam que a supremacia branca é uma
concepção extremista, racista e que está presente em grupos e
movimentos de extrema-direita.
Então, os supremacistas brancos realizam sempre discursos que
expressam ódio contra populações indígenas, africanos e seus
descendentes, e, em casos de supremacistas que se alinham com
neonazistas, os judeus também se tornam alvo desses discursos.
Defendem teorias da conspiração, como a ideia do “genocídio branco”,
que trata a miscigenação da população como uma forma de extinção
dos brancos.
Os grupos de supremacia branca não se caracterizam e nem se
assumem como racistas, pois acreditam ser naturalmente superiores e
merecedores de maior respeito, do que outros grupos humanos. Dessa
forma, não acreditam estar cometendo nenhum tipo de preconceito, e
sim, idealizando um fato.
Essa crença se estabeleceu com a chegada dos europeus à América, a
violência da colonização e os horrores da escravidão eram
ideologicamente justificados com base nessa ideia. A partir do século
XIX, o discurso supremacista buscou, por meio da ciência, criar uma
narrativa que comprovasse a superioridade do homem branco, porém
essas tentativas nunca foram aceitas pela comunidade científica
internacional. Além disso, os ideais supremacistas brancos foram e são
usados na manutenção de desigualdades sociais e de leis racistas,
preservando os privilégios da população branca.

Supremacia Branca nos Estados Unidos


Os supremacistas relacionam sua ideia de identidade nacional com
“pureza racial”, sendo assim, nos Estados Unidos só é norte-americano,
para um supremacista, o indivíduo que é branco.
Os Estados Unidos são um dos grandes exemplos quando se estuda o
supremacismo branco. Esses princípios eram fortes nesse país e
ganharam nossa expansão após a derrota na Guerra Secessão e o fim
da escravidão causaram uma reação.
Uma das reações ocasionou as “Leis Jim Crow”, que estipulavam o
afastamento entre brancos e negros em locais públicos. Assim,
estabeleceram-se escolas para negros, banheiros para negros,
restaurantes para negros. Além disso, estabeleceram-se proibições para
casamentos inter-raciais e impuseram-se limitações para dificultar o
acesso dos negros ao voto. Tudo isso visava afastar a população afro-
americana dos locais frequentados por brancos, princípios que
permaneceram até 1960.
Além desse grupo supremacista, na mesma época surgiu um grupo
terrorista que, até hoje, é considerado o maior grupo supremacista da
história, o “Ku Klux Klan (KKK)”. Surgiu na Tennesse, entre os anos
1865 e 1866, estes defendiam a segregação racial e pregavam o ódio
contra a população afro-americana. Andavam encapuzados e
perseguiam a parcela da população negra nos locais onde atuavam.
Assim, era comum que seus membros destruíssem as residências de
negros, assim como promoviam espancamentos e enforcamentos
públicos de afro-americanos. Até americanos brancos que os criticavam
eram alvo da sua violência.
Suas vestimentas características são: trajes brancos, como camisolas,
chapéus pontiagudos em forma de cones, apesar com buracos para os
olhos. Com essas roupas, buscavam assustar as pessoas e manter o
anonimato de seus membros.

A Ku Klux Klan é, ainda hoje, um dos grandes exemplos de organização supremacista que
existiram na história.

(Créditos da imagem: Mark Reinstein e Shutterstock)


Símbolos Supremacistas

Símbolo de ok
Tradicionalmente, esse gesto feito com as mãos é utilizado em países
como os Estados Unidos como uma referência à palavra ok. Entretanto,
nos últimos anos, grupos de supremacistas brancos passaram a usá-lo
como uma referência a WP, sigla para White Power, termo que significa
“poder branco” e é amplamente usado por supremacistas.
Nos últimos anos, o sinal de ok, feito com a mão, foi apropriado pelos supremacistas e
transformado em um gesto racista.

(Créditos da imagem: Mark Reinstein e Shutterstock)


Algiz
O símbolo conhecido como algiz é um símbolo rúnico (alfabeto utilizado
pelos vikings) e possui associação com a palavra vida. Com o
surgimento do nazismo, o símbolo passou a ser utilizado como um
sinônimo para o termo ariano, que designa o tipo ideal de ser humano
na ideologia nazista. O algiz está muito presente em grupos
neonazistas.
"O símbolo rúnico passou a ser visto por muitos supremacistas como um símbolo de pureza racial."

(Créditos da imagem: Mark Reinstein e Shutterstock)

Copo de Leite
O ato de consumir leite também tem sido apropriado por supremacistas
para propagar a crença deles na superioridade do homem branco.
Muitos grupos supremacistas também têm usado o consumo do leite
como uma forma de passar adiante os seus ideais.
Liberdade de Expressão na Internet
A realização da maioria das coisas é hoje facilitada com o decorrente
avanço da tecnologia que nos proporcionou a famosa Internet. Com ela
tudo é mais fácil e acessível, e acredito que ela seja sim um instrumento
que contribui muito para a vida das pessoas no cotidiano,
principalmente para estudos e trabalho, e claro, um recurso para a
liberdade de expressão. O problema de tudo isso, são as pessoas
erradas resolverem utilizar esse recurso.
Nas mãos da pessoa certa, até as redes sociais têm algo construtivo
para absorver e aprender, mas nas mãos da pessoa errada, uma
imensidão de palavras pode não fazer sentido nenhum.
E é da mesma forma que acontece com a liberdade de expressão. Nas
mãos da pessoa certa, a internet pode ser sim um âmbito para mostrar
novas concepções para o mundo, expor ideias, se pronunciar contra
algo do cotidiano, manifestar-se em defesa de algo, tudo de forma
prudente.
Mas nas mãos da pessoa errada, a internet pode ser um mundo infinito
de possibilidades para discriminações, xingamentos e desrespeito.
Atualmente vemos isso frequentemente por estarmos vivendo um
período em que a sociedade é extremamente presente na internet.
Facilmente consegue-se criar uma rede social, e inclusive sem
identificar-se, e publicar algo vergonhoso de alguém ou fazer
xingamentos, e isso repercutir.
E assim pode ser para grupos sociais que almejam espalhar pelas
nações, a idealização de algum sistema ou partido político, utilizam a
internet como uma ferramenta de maldade para fazerem seus discursos
da forma mais atraente possível, para convencer o maior número de
pessoas possíveis a serem seus adeptos.
Em concordância com a opinião exposta acima, Ilderlandio Teixeira
(2020) afirma que a sociedade prossegue com hábitos antigos e dão
palpites inadequados que não se adequam à ética e a moral.
Teixeira discorre sobre o “Marco Civil da Internet” (MCI), que tem como
fundamento o respeito a liberdade de expressão do usuário em suas
exposições nas redes sociais e a garantia de poder praticá-las, e de que
suas comunicações privadas e armazenadas, sendo invioláveis e
sigilosas perante a terceiros não autorizados. E discorre sobre a LGPD
“Lei Geral da Proteção de Dados”, lei que também garante as
manifestações dos usuários via redes sociais.
Porém, além das leis que garantem a prática da Liberdade de
Expressão na Internet, há necessidade de controle, justamente por
haver muitas expressões de opinião e troca de informações que incitam
a violência, a intolerância e o abuso de poder. Até porque Liberdade de
Expressão é um direito humano, mas abusar do poder desse direito,
infringe outros direitos humanos, direito à vida, à intimidade, à
igualdade, à segurança, à propriedade, isto é, direitos da personalidade.
Em função disso, segundo o IDP BLOG, estas são as seguintes
jurisprudências sobre a temática:
Retirada de Publicação da rede mundial de computadores (Internet);
Divulgação de imagem e texto com expressões agressivas e
desrespeitosas; Ponderação; Direito fundamental a liberdade de
expressão vs direito fundamental à intimidade, prevalência do último;
Abuso de direito; Violação aos direitos da personalidade.

Síntese sobre o Filme “A Onda”


Naquele colégio, aquela semana ofereceria matérias alternativas além
das aulas habituais, onde os alunos poderiam escolher e se inscrever
em qual matéria gostariam de participar. Os alunos mal imaginavam que
naquela semana mudaria tudo.
O filme inicia com um professor que chega na escola e é recebido com
uma surpresa, a matéria que ele gostaria de ministrar na semana
alternativa, já tinha sido selecionada por outro professor. Ele ficou
furioso, pois não queria lecionar Aristocracia, mas sim Anarquia, a
matéria que foi priorizada por outro professor.
Mesmo descontente, foi para a sala iniciar sua aula. Ele começa a
realizar perguntas aos alunos para levantar hipóteses do que é
realmente a Aristocracia e qual seu contexto histórico. Só que ele
enxerga nos alunos, uma oportunidade de liderá-los e discipliná-los
além do apropriado.
Logo após o intervalo, ele distribui as carteiras da sala de maneira
diferente, troca os lugares de todos e começa a idealizar princípios na
mente dos alunos. Ele começa a persuadi-los sobre uma ideia de serem
superiores aos outros, “o governo dos melhores”, assim como o
significado literal de “Aristocracia”. Para haver esse governo, teriam de
possuir um comandante supremo da nação, o “Führer”, assim como
Hitler era no Nazismo. Ele deixou a turma livre para manifestações, mas
todos acharam conveniente que ele fosse o Führer, e assim se fez. Ele
sendo o Führer, ordenou que todos deviam falar apenas quando ele
autorizasse e que levantassem para falar na presença dele, e deviam
chamá-lo de senhor. Ele começa a fazer um movimento de marcha e
ordena que todos repitam, cada vez mais rápido e forte, afirmando que
aquele movimento fazia bem para as articulações e para a
movimentação sanguínea. Assim como Hitler, ele tentava persuadi-los
de maneira atrativa, não revelando suas verdadeiras intenções. Então
quando estavam fazendo o movimento ele fala “e na verdade esse
movimento também tem outro objetivo, a sala do professor que ensina
Anarquia fica aqui embaixo, e eu quero que o teto caia sobre a cabeça
de nossos inimigos”. Esse é um momento em que um “nacionalismo
exacerbado”, é evidenciado, como se eles fossem superiores e aqueles
que não fazem parte do grupo deles, são inimigos e não merecem
respeito.
A turma começou a contar para amigos de toda escola a interessante
aula sobre Aristocracia que estavam tendo. Muitos ficaram curiosos e
mudaram de turma, ou seja, estavam obtendo cada vez mais adeptos.
Na segunda aula, por meio de votação diante das sugestões de todos,
decidiram que o nome de seu grupo seria “A Onda”. Criaram um
uniforme onde todos da Onda deveriam usar para se identificarem, que
ficou decidido que seriam camisas brancas. Criaram site, símbolo,
materiais que continham o novo símbolo, saudação e muito mais. Em
poucas horas, a cidade estava toda carimbada com o símbolo da Onda,
pois os alunos, sem a concepção ou apoio do professor, saíram por
conta própria nas ruas a noite pichando aquele símbolo.
Brigas entre eles começaram a surgir, pois alguns, bem poucos,
conseguiram enxergar que aquilo estava ultrapassando os limites e
decidiram parar, mas os integrantes da Onda escolheram permanecer
nela e abandonar qualquer pessoa que não quisesse participar, mesmo
que fosse um amigo, pois naquela altura, o nacionalismo exacerbado já
estava sendo aplicado. O professor começou a perceber que a tranquila
e doce relação que ele tinha com a esposa, já não era mais a mesma,
pois ela, que também trabalhava no colégio em que ele lecionava,
percebera que as coisas estavam indo longe demais, inclusive porque
os comentários dos outros professores se espalhavam por toda a
escola.
Mas o número de adeptos só crescia, só aumentava. A situação já
estava fora do controle do próprio Führer, pois já tinha sido dominada
por aqueles jovens inconsequentes. A semana já estava chegando ao
fim e iria haver uma competição de polo aquático na escola. Integrantes
da Onda ficaram em frente à escola e só deixavam entrar quem ao
menos fizesse a saudação deles. Haviam duas meninas que desde o
início foram contra a Onda, elas foram impedidas de assistir a
competição, mas entraram por outro lado e conseguiram chegar até lá.
Levaram com elas, impressões com exteriorizações contra a Onda,
como forma de manifestação e tentativa de convencê-los a parar com a
Onda. Isso causou revolta e as arquibancadas foram tomadas por uma
extrema confusão. Após isso, um aluno também foi até a casa do
Führer, para convencê-lo de uma vez por todas a impedir que a Onda
continuasse.
A semana chegou ao fim, e o professor solicitou que todos os adeptos
escrevessem sobre o que aprenderam na semana em que participaram
de uma espécie de Governo Aristocrático, e depois reuniu todos no
auditório.
Iniciou um discurso expressando alegria com os andamentos dos
últimos dias e afirmou que a Onda continuaria. Os alunos que pediram a
ele para que ordenasse o fim da Onda, ficaram espantados. Mas na
verdade a intenção dele era outra. Ele iria se pronunciar positivamente
em relação a Onda, até que algum aluno que fosse contra,
apresentasse revolta e ele pudesse realizar uma demonstração. Até que
isso aconteceu. Um aluno manifestou-se o chamando de louco e
alegando que a Onda precisava parar. Então o professor falou “peguem
esse traíra, nosso inimigo, e o tragam até aqui”. Três alunos fizeram o
pedido e quando chegaram em cima do palco com ele, que foi levado
arrastado, ao lado do professor, o mesmo disse “e agora o que fazemos
com ele? O que acham de o espancarmos fazendo ele sangrar até a
morte?” - Nesse momento, todos olharam com espanto - “Não
percebem o que estamos fazendo? Acreditemos que éramos melhores
que todos e excluímos quem foi contra nossas ideologias, nós os
ferimos, e nem imagino do que seríamos capazes. Devo desculpas a
vocês, fomos longe demais, eu fui longe demais, mas agora a Onda
acabou!”
Todos estavam espantados ouvindo-o falar, quando um aluno, um dos
meninos que mais levou a sério as idealizações da Onda, desde o
início, manifestou-se inconformadamente. A mente dele estava tomada
por uma paixão agravada ao grupo da Onda, como se nada mais
importasse pra ele, nem a sua própria vida. Ele pegou uma arma, fez
ameaças, mas não feriu ninguém além de si mesmo. Ele tirou a própria
vida ali na frente de todos. O filme é encerrado com o professor sendo
levado para a cadeia.

Reflexões sobre o filme:


O filme nos faz refletir sobre as questões idealizadas nos regimes
totalitários, como o nazismo e fascismo, e atualmente no neonazismo e
no movimento de supremacia branca, e claro, associadas a Aristocracia
- matéria mencionada no filme – que significa “o governo dos melhores”.
O professor realizava discursos atraentes escondendo as reais
intenções, isso nos lembra o fato de que Hitler aproveitou-se de um
momento em que a Alemanha estava desamparada enfrentando
dificuldades extremas, para dominar a mente da nação. No caso do
filme, o professor foi idealizando a eles que eram melhores do que a
outra turma, que certos movimentos faziam bem para o corpo e para a
saúde, enquanto na verdade eram movimentos conservadores, além de
serem discursos atrativos porque a maioria dos jovens eram
desamparados de carinho e atenção em suas vidas pessoais, fazendo
com que depositassem toda a sua paixão na Onda.
Além disso, o filme não evidencia tanto as exclusões em relação aos
comunistas, negros e judeus, mas exterioriza principalmente, o
nacionalismo exacerbado, onde pra eles a Onda era superior a qualquer
classe ou grupo. E, em decorrência disso, nos lembra um pouco
também sobre a xenofobia - desconfiança, temor ou antipatia por
pessoas estranhas ao meio daquele que as ajuíza, ou pelo que é
incomum ou vem de fora do país - pois se realizarmos uma
comparação, nesse cenário não se trata de imigrantes de outro país,
mas sim a questão de que, as pessoas que não fossem adeptas da
Onda, não teriam os mesmos direitos de respeito e inclusão nos
âmbitos sociais.

Referências
SILVA, Daniel Neves. “Neonazismo”; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/os-neonazistas.htm Acesso em: 02 de Julho
de 2022
MERELES, Carla. “As faces do neonazismo na atualidade”; Guia do Estudante.
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/atualidades-vestibular/
as-faces-do-neonazismo-na-atualidade/ Acesso em: 02 de Julho de 2022
“Neonazismo: A Influência do Nazismo na Atualidade”; Toda Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/neonazismo-a-influencia-do-nazismo-na-atualidade/
Acesso em: 02 de Julho de 2022
ARAÚJO, Felipe. “Neonazismo”; Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/sociedade/neonazismo/ Acesso em: 02 de Julho de
2022
SILVA, Daniel Neves. “Neonazismo”; História do Mundo. Disponível em:
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/neonazismo.htm Acesso
em: 02 de Julho de 2022
CARLA. “Neonazismo: o rosto do nazismo na atualidade”; Politize. Disponível em:
https://www.politize.com.br/neonazismo/ Acesso em: 02 de Julho de 2022
“Neonazismo”; Mundo Educação. Disponível em:
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Julho de 2022
SILVA, Daniel Neves. “Supremacia Branca”; Brasil Escola. Disponível em:
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%20Klan. Acesso em: 02 de Julho de 2022
TEIXEIRA, Ilderlandio. “LGPD e a liberdade de expressão na internet”; Jus.com.br.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/85630/lgpd-e-a-liberdade-de-expressao-na-
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“Liberdade de expressão na internet: até onde vai?”; IDP Blog. Disponível em:
https://direito.idp.edu.br/blog/direito-digital/liberdade-de-expressao-na-internet/
Acesso em: 02 de Julho de 2022

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