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Neonazismo
O termo refere-se à inspiração nos ideais do nazismo - movimento
político-ideológico que surgiu na Alemanha de 1933 a 1945, e seus
princípios eram o nacionalismo exacerbado, o racismo, o antissemitismo
e o anticomunismo - e a tentativa de continuar com essa corrente
política de extrema-direita, que surgiu após o final da Segunda Guerra
Mundial.
O Neonazismo é condenado por todos os países e, em alguns, é
inclusive considerado crime. Porém, embora ocorra proibição desta
prática, ela continua sendo exercida de forma clandestina, e para que
obtenham sucesso ao executá-la, eles escondem da comunidade a sua
real ideologia. Realizam suas reuniões em nichos formados por
simpatizantes.
As características dos grupos neonazistas podem variar, porém, as mais
frequentes são os discursos de Adolf Hitler e a devoção à sua imagem,
a supremacia branca, xenofobia, a simbologia variada do nazismo
alemão, o nacionalismo exacerbado, o antissemitismo, o racismo, o
anticatolicismo, o ódio em relação aos comunistas, estrangeiros,
nordestinos, índios, ciganos e a comunidade LGBTQ+.
Atualmente, com a expansão da era da informática, também é possível
encontrar grupos xenófobos e de inspiração neonazistas nas redes
sociais. São grupos que negam a derrota da Alemanha pelo Exército da
União Soviética no final da Segunda Guerra Mundial e pretendem
formar o Quarto Reich, dando continuação aos princípios de Adolf Hitler.
Entretanto, existem alguns grupos neonazistas chamados de
negacionistas, que buscam pela liberdade do movimento, e devido a
isso, apresentam-se contra o racismo e realizam discursos contra o
próprio nazismo, com a tentativa também de diminuir o impacto de terror
que os nazistas já causaram um dia. Os neonazistas negacionistas
negam que o holocausto - genocídio de judeus durante a Segunda
Guerra Mundial, em que foram aprisionados em campos de extermínio
pelo regime nazista, onde eram levados a câmaras de gás para
morrerem por asfixia e morreram 6 milhões de pessoas - realmente
existiu, argumentando que não houve perseguição e que o número de
judeus mortos durante a guerra não passou de 500 mil pessoas.
Os grupos neonazistas, assim como foi no nazismo, aproveitam-se de
oportunidades e momentos para conquistar e dominar a mente da
sociedade de países que estão passando por dificuldades, como o
desemprego, poucas oportunidades de trabalho, crescente
criminalidade, entre vários outros contextos nacionais. Eles depositam a
culpa desses problemas em agrupamentos que desejam condenar,
como imigrantes, refugiados e estrangeiros. Isso foi o que ocorreu no
discurso de Hitler, na época do nazismo, ele aproveitou-se de um
período em que o país estava enfrentando grandes problemas
econômicos-sociais e precisava do auxílio de alguém que chegasse
para solucioná-los.
O grande diferencial do neonazismo é o uso de outra abordagem para
divulgar seus ideais. Por exemplo, quando defendem suas ideias ao
clamar por uma “salvação nacional”, considerando-se “libertadores” que
valorizam a pátria e dela se orgulham, ou seja, o uso de palavras
eufemistas para atrair adeptos, mascarando a verdadeira origem de
seus ideais.
Apesar de originarem-se na Alemanha, em decorrência do Nazismo, o
neonazismo ocorre na atualidade em escala global e apresenta
elementos dependendo da região em que está sendo praticado. Porém,
sempre baseados no preconceito referente à nacionalidade, raça, sexo,
religião ou ideologia.
Neonazismo na Europa
Na Europa, diversos grupos neonazistas surgiram a partir dos anos 70,
e atualmente com a crise econômica, esse número tem aumentado
muito.
Na Alemanha, antigo recinto do nazismo, existem grupos neonazistas,
sendo estes os que mais idealizam a superioridade da raça branca e
todos os princípios de Hitler. Lá foi implantado em 1964 o Partido
Democrático Nacional da Alemanha (NPD), um partido político
neonazista, a despeito de as ações nazistas terem sido proibidas
atualmente no país.
Na Inglaterra, foi fundado em 1970 a “Frente Nacional”, um partido
político composto por membros brancos e que estão relacionados com
outros grupos neonazistas espalhados pelo mundo. Um dos principais
grupos neonazistas também situa-se na Inglaterra, os Skinheads. O
grupo Skinheads foi desenvolvido no país em 1960 por jovens de classe
média baixa que, em primeiro momento não viabilizavam ideais
nazistas, porém, na década seguinte houve um retrocesso econômico e
uma fragilização na relação com imigrantes, e em razão disso, o grupo
se uniu com o partido “Frente Nacional”, que promovia a superioridade
branca. A partir de então, passaram a se identificar oficialmente como
um grupo neonazista. Estes obteram mais popularidade a partir de
1980, época em que começaram a praticar vandalismo e violência
contra negros, homossexuais, judeus e imigrantes latinos.
Neonazismo no Brasil
No Brasil, as atividades neonazistas começaram a surgir nos anos 80.
Segundo a Lei Brasileira n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989 que “Define
os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor”, o nazismo é
citado no Artigo 20:
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou
gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.”
Símbolos Neonazistas
Cruz Celta
Muitos grupos nacionalistas pegaram a cruz celta, originalmente um
símbolo religioso do cristianismo na Irlanda e na Britânia, e
transformaram-na em um símbolo que representa movimentos
ultranacionalistas e supremacistas vinculados com o neonazismo.
Cruz Celta
Símbolo SS
A Schtuzstaffel era conhecida como a polícia de segurança nazista e
esteve diretamente ligada com ações realizadas no Holocausto. O
símbolo da SS no uniforme nazista utilizava uma letra rúnica (forma de
escrita utilizada pelos nórdicos vikings). O símbolo utilizando as
inscrições rúnicas era ϟϟ.
Símbolo SS
Número 88
Muitos grupos neonazistas têm utilizado o número “88” como forma
codificada de referir-se a “HH”, sigla usada para “Heil Hitler”, saudação
utilizada pelos nazistas. Muitos também utilizam o número “18” para
“AH” ou Adolf Hitler e “28” para “Blood and Honour”, frase utilizada por
neonazistas cujo significado é “Sangue e Honra”.
Outros símbolos utilizados pelos neonazistas são o “sol negro” e um
outro símbolo rúnico conhecido como Odal.
88 significa "Heil Hitler"
Supremacia Branca
A Supremacia Branca é um conjunto de ideais que defendem a
superioridade natural do homem branco em relação a outras raças,
tendo o argumento dessa defesa, falsas evidências científicas. Os
Supremacistas idealizam o racismo nos âmbitos sociais e atualmente
têm forte ligação com os neonazistas.
A crença na supremacia branca foi utilizada como argumento para
justificar a colonização das Américas, África e Ásia, assim como a
escravidão, instituição que vigou no continente americano por cerca de
três séculos. Os especialistas afirmam que a supremacia branca é uma
concepção extremista, racista e que está presente em grupos e
movimentos de extrema-direita.
Então, os supremacistas brancos realizam sempre discursos que
expressam ódio contra populações indígenas, africanos e seus
descendentes, e, em casos de supremacistas que se alinham com
neonazistas, os judeus também se tornam alvo desses discursos.
Defendem teorias da conspiração, como a ideia do “genocídio branco”,
que trata a miscigenação da população como uma forma de extinção
dos brancos.
Os grupos de supremacia branca não se caracterizam e nem se
assumem como racistas, pois acreditam ser naturalmente superiores e
merecedores de maior respeito, do que outros grupos humanos. Dessa
forma, não acreditam estar cometendo nenhum tipo de preconceito, e
sim, idealizando um fato.
Essa crença se estabeleceu com a chegada dos europeus à América, a
violência da colonização e os horrores da escravidão eram
ideologicamente justificados com base nessa ideia. A partir do século
XIX, o discurso supremacista buscou, por meio da ciência, criar uma
narrativa que comprovasse a superioridade do homem branco, porém
essas tentativas nunca foram aceitas pela comunidade científica
internacional. Além disso, os ideais supremacistas brancos foram e são
usados na manutenção de desigualdades sociais e de leis racistas,
preservando os privilégios da população branca.
A Ku Klux Klan é, ainda hoje, um dos grandes exemplos de organização supremacista que
existiram na história.
Símbolo de ok
Tradicionalmente, esse gesto feito com as mãos é utilizado em países
como os Estados Unidos como uma referência à palavra ok. Entretanto,
nos últimos anos, grupos de supremacistas brancos passaram a usá-lo
como uma referência a WP, sigla para White Power, termo que significa
“poder branco” e é amplamente usado por supremacistas.
Nos últimos anos, o sinal de ok, feito com a mão, foi apropriado pelos supremacistas e
transformado em um gesto racista.
Copo de Leite
O ato de consumir leite também tem sido apropriado por supremacistas
para propagar a crença deles na superioridade do homem branco.
Muitos grupos supremacistas também têm usado o consumo do leite
como uma forma de passar adiante os seus ideais.
Liberdade de Expressão na Internet
A realização da maioria das coisas é hoje facilitada com o decorrente
avanço da tecnologia que nos proporcionou a famosa Internet. Com ela
tudo é mais fácil e acessível, e acredito que ela seja sim um instrumento
que contribui muito para a vida das pessoas no cotidiano,
principalmente para estudos e trabalho, e claro, um recurso para a
liberdade de expressão. O problema de tudo isso, são as pessoas
erradas resolverem utilizar esse recurso.
Nas mãos da pessoa certa, até as redes sociais têm algo construtivo
para absorver e aprender, mas nas mãos da pessoa errada, uma
imensidão de palavras pode não fazer sentido nenhum.
E é da mesma forma que acontece com a liberdade de expressão. Nas
mãos da pessoa certa, a internet pode ser sim um âmbito para mostrar
novas concepções para o mundo, expor ideias, se pronunciar contra
algo do cotidiano, manifestar-se em defesa de algo, tudo de forma
prudente.
Mas nas mãos da pessoa errada, a internet pode ser um mundo infinito
de possibilidades para discriminações, xingamentos e desrespeito.
Atualmente vemos isso frequentemente por estarmos vivendo um
período em que a sociedade é extremamente presente na internet.
Facilmente consegue-se criar uma rede social, e inclusive sem
identificar-se, e publicar algo vergonhoso de alguém ou fazer
xingamentos, e isso repercutir.
E assim pode ser para grupos sociais que almejam espalhar pelas
nações, a idealização de algum sistema ou partido político, utilizam a
internet como uma ferramenta de maldade para fazerem seus discursos
da forma mais atraente possível, para convencer o maior número de
pessoas possíveis a serem seus adeptos.
Em concordância com a opinião exposta acima, Ilderlandio Teixeira
(2020) afirma que a sociedade prossegue com hábitos antigos e dão
palpites inadequados que não se adequam à ética e a moral.
Teixeira discorre sobre o “Marco Civil da Internet” (MCI), que tem como
fundamento o respeito a liberdade de expressão do usuário em suas
exposições nas redes sociais e a garantia de poder praticá-las, e de que
suas comunicações privadas e armazenadas, sendo invioláveis e
sigilosas perante a terceiros não autorizados. E discorre sobre a LGPD
“Lei Geral da Proteção de Dados”, lei que também garante as
manifestações dos usuários via redes sociais.
Porém, além das leis que garantem a prática da Liberdade de
Expressão na Internet, há necessidade de controle, justamente por
haver muitas expressões de opinião e troca de informações que incitam
a violência, a intolerância e o abuso de poder. Até porque Liberdade de
Expressão é um direito humano, mas abusar do poder desse direito,
infringe outros direitos humanos, direito à vida, à intimidade, à
igualdade, à segurança, à propriedade, isto é, direitos da personalidade.
Em função disso, segundo o IDP BLOG, estas são as seguintes
jurisprudências sobre a temática:
Retirada de Publicação da rede mundial de computadores (Internet);
Divulgação de imagem e texto com expressões agressivas e
desrespeitosas; Ponderação; Direito fundamental a liberdade de
expressão vs direito fundamental à intimidade, prevalência do último;
Abuso de direito; Violação aos direitos da personalidade.
Referências
SILVA, Daniel Neves. “Neonazismo”; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/os-neonazistas.htm Acesso em: 02 de Julho
de 2022
MERELES, Carla. “As faces do neonazismo na atualidade”; Guia do Estudante.
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/atualidades-vestibular/
as-faces-do-neonazismo-na-atualidade/ Acesso em: 02 de Julho de 2022
“Neonazismo: A Influência do Nazismo na Atualidade”; Toda Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/neonazismo-a-influencia-do-nazismo-na-atualidade/
Acesso em: 02 de Julho de 2022
ARAÚJO, Felipe. “Neonazismo”; Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/sociedade/neonazismo/ Acesso em: 02 de Julho de
2022
SILVA, Daniel Neves. “Neonazismo”; História do Mundo. Disponível em:
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/neonazismo.htm Acesso
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CARLA. “Neonazismo: o rosto do nazismo na atualidade”; Politize. Disponível em:
https://www.politize.com.br/neonazismo/ Acesso em: 02 de Julho de 2022
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“Liberdade de expressão na internet: até onde vai?”; IDP Blog. Disponível em:
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Acesso em: 02 de Julho de 2022