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Mecânico de Usinagem

para Moldes Plásticos

Caderno de Informação Tecnológica – Elementos de máquina


e Conjuntos mecânicos
Sumário

1. Elementos de máquinas............................................................................................................................. 7
1.1. Elementos de fixação............................................................................................................................ 7
1.1.1. Roscas........................................................................................................................................ 7
1.1.2. Sentido de direção da rosca....................................................................................................... 8
1.1.3. Parafusos.................................................................................................................................... 9
1.1.4. Porcas....................................................................................................................................... 18
1.1.5. Cupilha ou contra pino.............................................................................................................. 22
1.1.6. Arruelas.................................................................................................................................... 22
1.1.7. Chavetas................................................................................................................................... 26
1.1.8. Chaveta de cunha..................................................................................................................... 27
1.1.9. Rebites...................................................................................................................................... 31
1.2. Elementos de transmissão................................................................................................................... 33
1.2.1. Polias........................................................................................................................................ 34
1.2.2. Correias.................................................................................................................................... 36
1.2.3. Engrenagens............................................................................................................................ 39
1.2.4. Mancal de deslizamento........................................................................................................... 44
1.2.5. Mancal de rolamento................................................................................................................ 46
2. Conjuntos mecânicos............................................................................................................................... 49
2.1. Embuchamento.................................................................................................................................... 49
2.2. Embuchamento por travamento mecânico.......................................................................................... 50
2.2.1. Embuchamento por prensagem longitudinal.............................................................................50
2.2.2. Embuchamento por meio térmico............................................................................................. 51
Caderno de Informação Tecnológica – Elementos de Máquina e Conjuntos Mecânicos

Introdução

O Caderno de Informação Tecnológica – Elementos de Máquina e Conjuntos Mecânicos deve ser utilizado
para o desenvolvimento da unidade curricular Usinagem em Máquinas Convencionais.

O docente deve utilizar os temas tratados neste caderno de acordo com o que está previsto na ementa da
unidade curricular.

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1. Elementos de máquinas

1.1. Elementos de fixação

Toda montagem de máquinas, equipamentos e dispositivos é realizada com o emprego de elementos de


fixação. Neste material serão abordados parafusos, porcas, arruelas, chavetas, cupilha e rebites, por
serem de aplicação mais comum.

1.1.1. Roscas

Inicialmente, para tratar sobre parafusos e porcas, é necessário apresentar as roscas, como segue:
As roscas podem ser externas ou internas, como pode ser visualizado na ilustração a seguir.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.71

As roscas permitem a montagem e a desmontagem de peças.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.52

Permitem, também, movimento de peças. O parafuso que movimenta a mandíbula móvel da morsa é
um exemplo de movimento de peças.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.52

Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às roscas
e condicionam sua aplicação.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.53

1.1.2. Sentido de direção da rosca

Dependendo do sentido da direção dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas ainda
podem ser à direita ou à esquerda. Na rosca à direita, o sentido de giro no aperto é horário, conforme
a figura a seguir.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.53

Na rosca à esquerda, o sentido de giro no aperto é anti-horário.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.53

1.1.3. Parafusos

Parafusos são elementos de fixação empregados na união de peças que podem ser montadas e
desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar os parafusos que as mantêm unidas.

Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e do tipo de acionamento.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.71

O corpo do parafuso pode ser cilíndrico ou cônico, totalmente roscado ou parcialmente roscado.
A cabeça pode apresentar vários formatos, porém, há parafusos sem cabeça.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.62

Há uma enorme variedade de parafusos que podem ser diferenciados pelo formato da cabeça, do
corpo, do perfil da rosca e da ponta.
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Parafusos passantes

Esses parafusos atravessam de lado a lado, as peças a serem unidas, passando livremente nos
furos. Dependendo do projeto, esses parafusos, além das porcas, utilizam arruelas e contra porcas
como acessórios. Os parafusos passantes apresentam-se com cabeça ou sem cabeça.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.62

Parafusos não passantes

São parafusos que não utilizam porcas. A função da porca é desempenhada pelo furo roscado, feito
numa das peças a serem unidas.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.63

Parafusos de pressão

Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida pelas pontas dos parafusos
contra a peça a ser fixada. Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça ou não.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.63

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Parafusos prisioneiros
São parafusos sem cabeça com rosca em ambas as extremidades, sendo recomendados nas
situações que exigem montagens e desmontagens frequentes.

As roscas dos parafusos prisioneiros podem ter passos diferentes ou sentidos opostos, isto é, um
horário e o outro anti-horário. A segunda peça é apertada mediante uma porca e arruela, aplicadas à
extremidade livre do prisioneiro. O parafuso prisioneiro permanece no lugar quando as peças são
desmontadas.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.63

Segue um quadro-síntese com características da cabeça, do corpo, das pontas e com a indicação
dos dispositivos de atarraxamento.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.65

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A seguir, um quadro com a ilustração de alguns tipos de parafusos em sua forma completa e sua
respectiva descrição.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.65

Ao unir peças com parafusos, o profissional precisa levar em consideração quatro fatores de extrema
importância:

 profundidade do furo;
 profundidade do furo roscado;
 diâmetro do furo passante;
 comprimento útil de penetração do parafuso

Esses quatro fatores se relacionam, conforme mostram as figuras e a tabela a seguir:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.69

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Em que: passante
 Ø = diâmetro do furo
 d = diâmetro da rosca
 A = profundidade do furo
 B = profundidade da parte roscada
 C = comprimento de penetração do parafuso
 d1 = diâmetro do furo passante

Fatores a considerar ao unir peças com parafusos:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.67

Parafuso de cabeça sextavada

É um tipo de parafuso muito utilizado na indústria graças à força que pode ser suportada durante a
montagem ou desmontagem de um conjunto mecânico. É de fácil aquisição no mercado e de
construção simples.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.67

Em desenho técnico, esse parafuso é representado da seguinte forma:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.67

Em que:

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 d= diâmetro nominal do para fuso


 k= altura da cabeça
 s= medida entre as faces paralelas do sextavado
 e= distância entre os vértices do sextavado
 L= comprimento útil
 b= comprimento da rosca
 R=raio de arredondamento da extremidade do corpo do parafuso

Aplicação

Esse parafuso pode ser usado em peças com furo roscado ou furo passante com auxílio de porca e
arruela.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.69

De cabeça cilíndrica com sextavado interno (Allen)

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.69

Em desenho técnico, esse tipo de parafuso é representado da seguinte forma:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.69

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Em que:

 A = d = altura da cabeça do parafuso


 E = 1,5.d = diâmetro da cabeça
 t = 0,6.d = profundidade do encaixe da chave
 s = 0,8.d = medida do sextavado interno
 d = diâmetro nominal do parafuso

Aplicação

Esse tipo de parafuso é utilizado em uniões que e

Esses parafusos são fabricados em aço e tratados termicamente para aumentar sua resistência à
torção.

Geralmente, esse tipo de parafuso é alojado em um furo cujas proporções estão indicadas na tabela
mais à frente.

Parafuso sem cabeça com sextavado interno

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.70

Em que:

 d = diâmetro nominal do parafuso


 t = 0,5d=profundidade do encaixe da chave
 s1 = 0,5d=medida do sextavado interno

Em desenho técnico, esse tipo de parafuso é representado da seguinte forma:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.70

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Aplicação

Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado para travar elementos de máquinas. Esses parafusos são
fabricados com diversos tipos de pontas, de acordo com sua utilização. Veja a seguir:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.70

As medidas dos parafusos com sextavado interno seja com e sem cabeça, e o alojamento da cabeça
são especificadas na tabela a seguir.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.71

Parafusos de cabeça com fenda

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.71

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Em desenho técnico, esse tipo de parafuso é representado da seguinte forma:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.71

Em que:

 diâmetro da cabeça do parafuso = 2d


 largura da fenda =0,18d
 profundidade da fenda = 0,29d
 medida do ângulo do escareado = 90º

Aplicação

São fabricados em aço, aço inoxidável, inox, cobre, latão, etc.


Esse tipo de parafuso é muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços e nas
quais a cabeça do parafuso não pode exceder a superfície da peça.

Parafuso de cabeça redonda com fenda

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.72

Em desenho técnico, a representação é feita como mostra a figura a seguir:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.72

Em que:

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 Diâmetro da cabeça do parafuso = 1,9d


 Largura da fenda =0,18d
 Profundidade da fenda = 0,36d
 Raio da circunferência da cabeça = d

Aplicação

Esse tipo de parafuso é também muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços.
Possibilita melhor acabamento na superfície e é fabricado em aço, cobre e ligas, como latão.

Parafuso de cabeça cilíndrica boleada com fenda

Em desenho técnico, a representação é feita como mostra a figura a seguir:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.72

Em que:

 Diâmetro da cabeça do parafuso = 1,7d


 Raio da cabeça = 1,4d
 Comprimento da parte cilíndrica da cabeça = 0,66d
 Largura da fenda = 0,18d
 Profundidade da fenda = 0,44d

Aplicação

São utilizados na fixação de elementos nos quais existe a possibilidade de se fazer um encaixe
profundo para a cabeça do parafuso e há necessidade de um bom acabamento na superfície dos
componentes. Trata-se de um parafuso cuja cabeça é mais resistente do que as outras de sua
classe. São fabricados em aço, cobre e ligas, como latão.

1.1.4. Porcas

Porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica geralmente metálica, com um furo roscado no

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qual se encaixa um parafuso ou uma barra roscada. Em conjunto com um parafuso, a porca é
amplamente utilizada na união de peças.

Abaixo se verifica uma porca como elemento de fixação.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.85

As porcas são fabricadas de diversos materiais: aço, bronze, latão, alumínio e plástico. Há casos
especiais em que as porcas recebem banhos de galvanização, zincagem e bicromatização para
protegê-las contra oxidação (ferrugem).

O perfil da rosca varia de acordo com o tipo de aplicação que se deseja. As porcas usadas para
fixação geralmente têm roscas com perfil triangular, como mostra o exemplo abaixo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.86

As porcas para transmissão de movimentos têm, geralmente, roscas com perfis trapezoidais,
quadrado, dente de serra e redondo. No exemplo a seguir, é apresentada aplicação de uma porca de
perfil trapezoidal.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v.1 pg.86

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Para aperto manual, são mais usados os tipos de porcas borboleta, recartilhada alta e recartilhada
baixa.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v.1 pg.88

Para casos que exigem aplicações com efeito estético, acabamento e boa fixação, as porcas cega
baixa e cega alta podem ser aplicadas.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v.1 pg.88

Para ajuste axial (eixos de máquinas), são usadas as seguintes porcas:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.89

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Veja a seguir uma aplicação da porca para ajuste axial em conjuntos mecânicos.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v.1 pg.88

A seguir, os tipos mais comuns de porcas.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.89

Certos tipos de porcas apresentam ranhuras próprias para uso de cupilhas. Utilizamos cupilhas para
evitar que a porca se solte com vibrações.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.90

1.1.5. Cupilha ou contra pino

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.16

A cupilha ou contrapino é uma haste ou arame com forma semelhante a de um meio-cilindro,


dobrado de modo a fazer uma cabeça circular, e tem duas pernas desiguais. Introduz-se a cupilha
num furo na extremidade de um pino ou parafuso com porca castelo.
As pernas da cupilha são viradas para trás e, assim, impedem a saída do pino ou da porca durante
vibrações das peças fixadas.

Exemplo de aplicação de cupilha

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.90

1.1.6. Arruelas

A arruela é um disco metálico com um furo no centro. O corpo do parafuso passa por esse furo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.17

As arruelas têm a função de distribuir igualmente a força de aperto entre a porca, o parafuso e as
partes montadas, assim como de impedir o afrouxamento da porca em mecanismos sujeitos às
vibrações e às variações de temperatura. Em algumas situações, também funcionam como
elementos de trava. Os materiais mais utilizados na fabricação das arruelas são aço, cobre e latão.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.93

Existem vários tipos de arruelas. As mais comuns são: lisa, de pressão, dentada, serrilhada,
ondulada, de travamento com orelha e arruela para perfilados. Para cada tipo de projeto, existe um
tipo ideal de arruela.

Arruela lisa

Além de distribuir igualmente o aperto, a arruela lisa tem, também, a função de melhorar os aspectos
do conjunto.
Por não ter elemento de trava, a arruela lisa é utilizada em órgãos de máquinas que sofrem
pequenas vibrações.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.94

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Arruela de pressão

A arruela de pressão é utilizada na montagem de conjuntos mecânicos, submetidos a grandes


esforços e a grandes vibrações. Ela funciona, também, como elemento de trava, evitando o
afrouxamento do parafuso e da porca. É muito empregada em equipamentos que sofrem variação de
temperatura (automóveis, prensas, etc.).

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.94

Arruela dentada

Muito empregada em equipamentos sujeitos a grandes vibrações, mas com pequenos esforços,
como eletrodomésticos, painéis automotivos, equipamentos de refrigeração etc.

Os dentes inclinados das arruelas formam uma mola quando são pressionados e se encravam na
cabeça do parafuso.

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.Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.95

Arruela serrilhada

A arruela serrilhada tem, basicamente, as mesmas funções da arruela dentada. Apenas suporta
esforços um pouco maiores. É usada nos mesmos tipos de trabalhos que a arruela dentada.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.95

Arruela ondulada

A arruela ondulada não tem cantos vivos. É indicada, especialmente, para superfícies pintadas,
evitando danos ao acabamento provenientes do aperto.
É construída a partir de uma chapa fina em aço com alto teor de carbono, a fim de aumentar o efeito
mola produzido por sua superfície.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.95

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Arruela de travamento com orelha

Utiliza-se essa arruela dobrando-se a orelha sobre uma borda da peça. Em seguida, dobra-se uma
aba da orelha envolvendo um dos lados da porca.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.96

Arruela para perfilados

É uma arruela muito utilizada em montagens que envolvem cantoneiras ou perfis em ângulo. Devido
ao seu formato de fabricação, esse tipo de arruela compensa os ângulos e deixa perfeitamente
paralelas as superfícies a serem parafusadas.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.96

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A seguir, alguns tipos de arruelas:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.97

1.1.7. Chavetas

É um elemento mecânico fabricado normalmente em aço que se interpõe numa cavidade entre
engrenagens, polias ou volantes ao eixo. Em geral, sua forma é retangular ou semicircular e tem por
finalidade unir dois elementos mecânicos.

Na ilustração a seguir se verifica uma chaveta instalada em um eixo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.18

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O desenho a seguir detalha a função da chaveta.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.105

As chavetas se classificam em: chavetas de cunha; chavetas paralelas e chavetas de disco.

1.1.8. Chaveta de cunha

As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma de suas faces é inclinada,
para facilitar a união de peças.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.105

As chavetas de cunha classificam-se em dois grupos: chavetas longitudinais e chavetas transversais.

Chavetas longitudinais

São colocadas na extensão do eixo para unir roldanas, rodas, volantes etc. Podem ser com ou sem
cabeça e são de montagem e desmontagem fácil.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.106

Sua inclinação é de 1:100 e suas medidas principais são definidas quanto a: altura (h); comprimento
(L); largura (b). As chavetas longitudinais podem ser de diversos tipos: encaixada, meia-cana, plana,
embutida e tangencial. Veremos as características de cada um desses tipos.

Chaveta encaixada

Sua forma corresponde à do tipo mais simples de chaveta de cunha. Para possibilitar seu emprego, o
rasgo do eixo é sempre mais comprido que a chaveta.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.106

Chaveta meia-cana

Sua base é côncava e com o mesmo raio do eixo. Sua inclinação é de 1:100, com ou sem cabeça.
Não é necessário rasgo no eixo, pois a chaveta transmite o movimento por efeito do atrito. Desta
forma, quando o esforço no elemento conduzido for muito grande, a chaveta desliza sobre o eixo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.106

Chaveta plana

Sua forma é similar à da chaveta encaixada, porém, para sua montagem não se abre rasgo no eixo.
É feito um rebaixo plano.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.107

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Chaveta embutida

Essa chaveta tem os extremos arredondados, conforme se observa na vista superior a seguir. O
rasgo para seu alojamento no eixo possui o mesmo comprimento da chaveta. A chaveta embutida
não tem cabeça.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.107

Chaveta tangencial

É formada por um par de cunhas, colocado em cada rasgo. São sempre utilizadas duas chavetas, e
os rasgos são posicionados a 120º. Transmitem fortes cargas e são utilizadas, sobretudo, quando o
eixo está submetido à mudança de carga ou golpes.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.107

Chavetas transversais

São aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos e retilíneos alternativos.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.108

Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanentes, sua inclinação varia
entre 1:25 e 1:50. Se a união se submete a montagem e desmontagem frequentes, a inclinação pode
ser de 1:6 a 1:15.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.107

Chavetas paralelas ou linguetas

Essas chavetas têm as faces paralelas, portanto, não têm inclinação. A transmissão do movimento é
feita pelo ajuste de suas faces laterais às laterais do rasgo da chaveta. Fica uma pequena folga entre
o ponto mais alto da chaveta e o fundo do rasgo do elemento conduzido.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.108

As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma de seus extremos, eles podem ser
retos ou arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem a chaveta ao eixo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.109

Chaveta de disco ou meia-lua (woodruff)

É uma variante da chaveta paralela com formato semicircular.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.109

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É comumente empregada em eixos cônicos por facilitar a montagem e se adaptar à conicidade do


fundo do rasgo do elemento externo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.109

O ajuste da chaveta deve ser feito em função das características do trabalho. A figura mostra os três
tipos mais comuns de ajustes e tolerâncias para chavetas e rasgos.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.109

1.1.9. Rebites

A fixação por meio de rebites é aplicada em situações específicas, determinadas em projetos


mecânicos, em que a união dos elementos será permanente. Normalmente a rebitagem é indicada
para peças em que a soldagem não é possível por questões técnicas ou de custo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.19

O rebite possui um corpo cilíndrico e uma cabeça. É fabricado com vários tipos de materiais, entre os
quais: aço, alumínio, cobre ou latão. É usado para a fixação permanente de duas ou mais peças.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.15

Os rebites unem rigidamente peças ou chapas e são muito aplicados em estruturas metálicas, de
reservatórios, caldeiras, máquinas, navios, aviões, veículos de transporte e treliças.

A fixação das pontas da lona de fricção do disco de embreagem de automóvel é feita por rebites.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.20

A rebitagem é realizada por processos manuais ou mecânicos, podendo os rebites serem instalados
a frio ou a quente. A quantidade de rebites, o tipo, o material, bem como a sua distribuição no plano
são determinados nos projetos mecânicos, por meio de cálculos que consideram os esforços
atuantes na união.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.14

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.36

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Caderno de Informação Tecnológica – Elementos de Máquina e Conjuntos Mecânicos

O quadro a seguir mostra a classificação dos rebites em função do formato da cabeça e de seu
emprego em geral.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.21

1.2. Elementos de transmissão

Os sistemas de transmissão presentes em máquinas e equipamentos transmitem força e movimentos.


Há casos em que estes sistemas também são aplicados na transformação de movimentos. São muitos
os elementos de transmissão e apoio empregados nestes sistemas e neste material serão abordados as
polias e correias, engrenagens, e os mancais de deslizamento e de rolamento.

A seguir um exemplo de transmissão de um movimento de rotação.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.16

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Caderno de Informação Tecnológica – Elementos de Máquina e Conjuntos Mecânicos

A seguir é possível ver um exemplo de transformação de um movimento de rotação em retilíneo.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.64

1.2.1. Polias

As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas correias.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.27

Polia plana e polia abaulada

A superfície pode ser plana ou abaulada. A polia plana conserva melhor as correias, enquanto a polia
com superfície abaulada as guia melhor.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.28

As polias apresentam braços a partir de 200 mm de diâmetro. Abaixo desse valor, a coroa é ligada
ao cubo por meio de discos.

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Caderno de Informação Tecnológica – Elementos de Máquina e Conjuntos Mecânicos

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.28

Polia trapezoidal

A polia trapezoidal recebe esse nome porque a superfície na qual a correia se assenta apresenta a
forma de trapézio.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.29

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.29

O quadro a seguir mostra alguns exemplos de polias e, ao lado, a forma como são representadas
em desenho técnico.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.31

Material das polias

Os materiais que se empregam para a construção das polias são ferro fundido, aços, ligas leves e
materiais sintéticos. A superfície da polia não deve apresentar porosidade, pois, do contrário, a
correia irá se desgastar rapidamente.

1.2.2. Correias

As correias mais usadas são as trapezoidais e as planas. A correia em “V” ou trapezoidal é inteiriça,
fabricada com seção transversal, em forma de trapézio. É feita de borracha revestida de lona e é
formada no seu interior por cordonéis vulcanizados para suportar as forças de tração.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.31

O emprego da correia trapezoidal ou em “V” é preferível ao da correia plana pois:

 praticamente não apresenta deslizamento;


 permite o uso de polias bem próximas;
 elimina os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas (planas).

Existem vários perfis padronizados de correias trapezoidais:

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.32

Outra correia utilizada é a correia dentada, para casos em que não se pode ter nenhum
deslizamento, como no comando de válvulas do automóvel.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.33

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Material das correias

Os materiais empregados para fabricação das correias são couro, materiais fibrosos e sintéticos à
base de algodão, viscose e náilon e material combinado (couro e sintéticos).

Sistema de transmissão por polias e correias

Na transmissão por polias e correias, a polia que transmite movimento e força é chamada de polia
motora ou condutora. A polia que recebe movimento e força é a polia movida ou conduzida. A
maneira pela qual a correia é colocada determina o sentido de rotação das polias. Assim, temos:

No sentido direto de rotação a correia fica reta e as polias têm o mesmo sentido de rotação;

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.33

No sentido inverso de rotação a correia fica cruzada e o sentido de rotação das polias inverte-se;

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.34

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Transmissão de rotação entre eixos não paralelos.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.34

1.2.3. Engrenagens

Engrenagens são rodas com dentes padronizados que servem para transmitir movimento e força
entre dois eixos. Muitas vezes, as engrenagens são usadas para variar o número de rotações e o
sentido da rotação de um eixo para o outro e, também podem ser utilizadas em sistemas de
transformação de movimentos.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.57

A seguir é possível notar as partes de uma engrenagem.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.58

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As ilustrações a seguir mostram alguns tipos de engrenagem.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.58

Os dentes são um dos elementos mais importantes das engrenagens.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.59

Para produzir o movimento de rotação, as rodas devem estar engrenadas. As rodas se engrenam
quando os dentes de uma engrenagem se encaixam nos vãos dos dentes de outra.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.59

As engrenagens trabalham em conjunto. Um mesmo conjunto pode ter engrenagens de tamanhos


diferentes.

Quando um par de engrenagens tem rodas de tamanhos diferentes, a engrenagem maior chama- se
coroa e a menor chama-se pinhão.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.60

Os materiais mais usados na fabricação de engrenagens são: aço-liga fundido, ferro fundido, cromo-
níquel, bronze fosforoso, alumínio e náilon.

Engrenagens cilíndricas de dentes retos

Os dentes retos são paralelos entre si e paralelos ao eixo da engrenagem.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.60

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Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais

Os dentes helicoidais são paralelos entre si, mas oblíquos em relação ao eixo da engrenagem. E,
neste caso, os eixos são paralelos.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.61

As engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais também transmitem rotação entre eixos reversos
(não paralelos). Elas funcionam mais suavemente do que as engrenagens cilíndricas com dentes
retos e, por isso, o ruído é menor.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.61

Engrenagens cônicas

Têm forma de tronco de cone. As engrenagens cônicas podem ter dentes retos ou helicoidais.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.62 Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.62

Engrenagens helicoidais para rosca sem fim

Entre as engrenagens helicoidais, a engrenagem para rosca sem fim merece atenção especial. Essa
engrenagem é usada quando se deseja uma redução de velocidade na transmissão do movimento.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.63

Os dentes da engrenagem helicoidal para rosca sem fim são côncavos, porque são dentes curvos,
ou seja, menos elevados no meio do que nas bordas.

No engrenamento da rosca sem fim com a engrenagem helicoidal, o parafuso sem fim é o pinhão e a
engrenagem é a coroa.
No exemplo verifica-se o emprego de coroa para rosca sem fim.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.64

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Cremalheira

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É uma barra provida de dentes destinada a engrenar uma roda dentada. Com esse sistema, pode-se
transformar movimento de rotação em movimento retilíneo, e vice-versa.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 2 pg.64

1.2.4. Mancal de deslizamento

Geralmente, os mancais de deslizamento são constituídos de uma bucha fixada num suporte.
Esses mancais são usados em máquinas pesadas ou em equipamentos de baixa rotação, pois a
baixa velocidade evita superaquecimento dos componentes expostos ao atrito.
Os mancais de deslizamento possuem adequações para suportarem esforços radiais, axiais ou
mistos, conforme as especificações do projeto.

Abaixo, um exemplo de mancal de deslizamento.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.134

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Esquema de esforço radial

Esquema de esforço axial

Esquema de esforço misto

Em geral, as buchas que compõem o mancal são corpos cilíndricos vazados que apoiam os eixos.
Estas buchas são construídas de metal antifricção, como bronze, latão ou outras ligas metálicas. Em
alguns casos podem ser construídos de materiais plásticos. A lubrificação aplicada entre o eixo e o
material antifricção, formando um filme lubrificante, evita o contato direto entre os dois metais,
durante as rotações do eixo.

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Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.134

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1.2.5. Mancal de rolamento

Quando for necessário um elemento para suportar maior velocidade e menor atrito em um sistema
de transmissão, o mancal de rolamento é o mais adequado.

Os rolamentos são classificados em função dos seus elementos rolantes. A seguir são mostrados os
tipos de esferas, de roletes e de agulhas.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.135

O anel externo é fixado na carcaça, enquanto o anel interno é fixado diretamente no eixo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.136

As dimensões e as características dos rolamentos são indicadas nas diferentes normas técnicas e
nos catálogos de fabricantes.

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Rolamentos radiais

Suportam cargas radiais e impedem o deslocamento no sentido transversal ao eixo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.137

Rolamentos axiais
São submetidos a cargas axiais. Impedem o deslocamento no sentido axial ao eixo.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.137

Rolamentos mistos

Suportam tanto carga radial como axial. Impedem o deslocamento tanto no sentido transversal
quanto no axial.

Novo telecurso Elementos de Máquinas v. 1 pg.138


Conforme a solicitação, os rolamentos apresentam uma infinidade de tipos para aplicação específica,
como máquinas agrícolas, motores elétricos, máquinas, ferramentas, compressores e construção
naval.

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2. Conjuntos mecânicos

Conjunto mecânico é o nome atribuído à montagem de peças fixas ou móveis na composição de máquinas,
equipamentos e dispositivos. Em um conjunto mecânico é natural a presença de elementos de fixação, de
transmissão e de apoio.

Neste material serão tratados os embuchamentos, empregados na construção dos elementos de apoio do
tipo mancal de deslizamento.

Abaixo é possível visualizar um conjunto mecânico.

2.1. Embuchamento

O embuchamento consiste em introduzir uma bucha em um alojamento, com a finalidade de


proporcionar um ponto de sustentação e deslizamento para um eixo.

As buchas são elementos mecânicos de baixo coeficiente de atrito e, quando se desgastam, são
facilmente substituídas sem danificar o mecanismo principal, possibilitando assim uma reparação mais
econômica.

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2.2. Embuchamento por travamento mecânico

2.2.1.Embuchamento por prensagem longitudinal

Este tipo de embuchamento é obtido mediante a aplicação de uma força longitudinal na bucha, por
meio de prensas, dispositivos ou de pancadas de martelo. O ajuste ideal para este tipo de montagem
indica que os afastamentos devem possibilitar a interferência entre a bucha e peça a ser embuchada
e, consequentemente, o travamento da bucha.

O exemplo a seguir é relativo ao embuchamento realizado em prensa.

Neste outro exemplo o embuchamento é executado utilizando-se um dispositivo, no qual o


prensamento é obtido por meio de acionamento da porca.

A ilustração a seguir mostra o embuchamento feito por meio de pancadas com o martelo e com a
aplicação de um elemento de proteção para a bucha, como um pedaço de madeira ou de um
material mais macio do que o da bucha.
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2.2.2.Embuchamento por meio térmico

Este tipo de embuchamento é caracterizado por dilatação ou contração.

No embuchamento por dilatação o alojamento da bucha é aquecido a uma temperatura determinada,


acima da temperatura ambiente, provocando a dilatação da dimensão do furo. Desta forma, a bucha
é introduzida no alojamento sem interferência. Quando o alojamento se arrefece, na temperatura
ambiente, o furo retorna à dimensão inicial pressionando a bucha transversalmente, causando a
interferência e promovendo a fixação dos elementos.

No embuchamento por contração a bucha é arrefecida a uma temperatura determinada, abaixo da


temperatura ambiente, provocando sua contração dimensional. Desta forma, a bucha é introduzida
no alojamento sem interferência. Quando a bucha retorna a temperatura ambiente, as suas
dimensões voltam ao estado inicial pressionando o alojamento transversalmente, causando a
interferência e promovendo a fixação dos elementos.

Nas duas formas de embuchamento, a integridade estrutural dos materiais da bucha e do alojamento
deve ser mantida, bem como as geometrias e as dimensões originais devem ser preservadas. Desta
forma, as temperaturas e os tempos de manutenção na condição térmica seguirão especificações
técnicas de projeto.
Os meios para a obtenção das temperaturas também podem variar. Exemplos mais comuns:

 Aquecimento - forno, aquecedor por indução, maçarico etc.


 Resfriamento – freezer, gelo seco, nitrogênio líquido etc.

O emprego de qualquer um dos tipos de embuchamento apresentados segue as especificações do


projeto e orientações técnicas de folhas de processo. Há casos de manutenção ou fabricação não
seriada em que não se possui especificações para o embuchamento e, desta forma, o tipo de
embuchamento deve ser determinado por uma análise técnica.

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Material elaborado, organizado e revisado para o Curso de Aprendizagem Industrial Mecânico de Usinagem, estruturado com base na
Metodologia SENAI de Educação Profissional: SENAI – DN, Brasília, 2013.

Elaboração, organização e revisão:


Escola SENAI “Ary Torres” – CFP 1.12
 Eduardo de Lélis Santos
Escola SENAI “Hermenegildo Campos de Almeida” – CFP 1.22
 Clayton Processo dos Santos
Escola SENAI “Eng. Octávio Marcondes Ferraz” – CFP 602
 Fernando Reinaldo dos
Santos Núcleo de Supervisão Educacional
 Edilson Rafael Milaré
 Luiz Alberto Castaldelli
 Marcio Antonio Barbosa
 Mário Minoru
Kitazawa Gerência de Educação
 Daniela Falcão Rocha
 Márcio José do Nascimento
 Regilene Ribeiro Danesi

Parte das ilustrações foram alteradas ou feitas por:


 Clayton Processo dos Santos – CFP 1.22
 Sylvio Roberto Scatolin Junior – CFP 5.12

Elaborado, organizado e revisado com base nos materiais:

 SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelo Comitê Técnico de
Tecnologia dos Materiais em 2007.
 SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelo Comitê Técnico de
Processos de Usinagem em 2008.
 SENAI.SP. Tecnologia Aplicada II – Caminhão betoneira cara chata. 1998, atualizado pelas unidades escolares do
SENAI em 2010.
 SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelas unidades escolares do
SENAI em 2011.

As seguintes revisões dos materiais acima foram consideradas:

Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2008 e 2009


 Carlos Alberto Dal Ri
 Carlos Eduardo Binati
 Eduardo Gavira Bonani
 José Roberto da Silva
 Ladislau Luiz Marinho
 Leandro Caccalano
 Rogério Augusto Spatti
 Ronaldo Pereira da Silva

Unidades Escolares do SENAI-SP/2009


Conteúdo técnico atualizado por docentes das Unidades Escolares com critérios definidos pela Gerência de Educação do SENAI-SP em
concordância com a Ditec 010 v.6 – Diretrizes para a produção de material didático impresso.

Unidades Escolares do SENAI-SP/2010

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Conteúdo técnico atualizado por docentes das Unidades Escolares com critérios definidos pela Gerência de Educação do SENAI-SP em
concordância com a Ditec 010 v.6 – Diretrizes para a produção de material didático impresso.

Unidades Escolares do SENAI-SP/2011


Conteúdo técnico avaliado por docentes das Unidades Escolares com critérios definidos pela Gerência de Educação do SENAI-SP em
concordância com a Ditec 010 v.6 – Diretrizes para a produção de material didático impresso.

Créditos dos materiais de referência:

Elaboradores:
 Abilio José Weber
 Adriano Ruiz Secco
 Alfredo Marangoni
 Benjamin Prizendt
 José Ari de Lima Nelson Cruz Paiva Sebastião Luiz da Silva
 Regina Célia Roland Novaes
 Selma Ziedas

Ilustradores:
 Gilvan Lima da Silva
 José Joaquim Pecegueiro
 José Luciano de Souza Filho
 Leury Giacomeli

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