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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPAC

Atividade correspondente à primeira etapa avaliativa apresentada à disciplina Bases


Epistemológicas da Psicologia do Curso de Graduação em Psicologia, como requisito
parcial avaliativo.
Professor Responsável: Helder Rodrigues Pereira
Leitura de texto e estudo dirigido do artigo “Contribuição a uma análise da Psicologia
(MALHEIRO, D. P.; NADER, R. M., 1987)”.

Por:
Andreza Alves Moraes
Antony Vitor do Nascimento Reis
Cristiane Moreira Silva Ribeiro
Gabriela Ferreira Picinini
Luciane Elias de Lima Marques

01) Comente esta crítica à ciência: "A ciência, como pesquisa metódica do saber, ao
mesmo tempo que maneira de interpretar o mundo, é, na realidade, uma instituição
que está, cada vez mais, integrada ao processo social, industrial e político."

Pensar em ciência como pesquisa metódica, nos remete a uma produção de


conhecimento embasado em “uma filosofia determinada, que professa o
experimentalismo sistemático, o que quer dizer, tudo o que for dito tem que ser
experimentado sistematicamente [...] todos que seguirem o sistema da mesma forma hão
de encontrar o mesmo resultado, isso é um processo científico. A ciência tem esse caráter
positivo” (informação verbal)1.

Recuperar a fala do Professor Helder dirigida aos alunos da disciplina Bases


Epistemológicas da Psicologia (2021) criou uma proximidade imediata ao presente artigo
no que tange a uma reflexão do espaço epistemológico da psicologia, apresentado como

1
(?)(2) Fala do Professor Helder Rodrigues Pereira na disciplina Bases Epistemológicas da Psicologia,
UNIPAC – 19 mar. 2021.
um possível caminho na busca de uma ciência relativamente autônoma e dissociada da
aparente neutralidade que o positivismo implica à produção de conhecimentos científicos.

Refletir criticamente o estudo da ciência, sendo gerado a partir de uma realidade


histórica, demanda entender que o ser humano tem a imprescindibilidade de se agrupar,
viver em sociedade; são entes sociais com suas necessidades e/ou questionamentos, que
surgem a partir do meio social, político e industrial no qual estão inseridos, sendo assim a
ciência um estudo que surge a partir das necessidades dos homens. Malheiro e Nader
(1987, p. 10) em uma abordagem sobre ciência, apontam que “Não há, hoje, como deixar
de levantar questões colocadas pela maneira como a pesquisa científica é
institucionalizada, organizada, financiada, orientada e utilizada pela sociedade em que se
insere”.

Deste modo, durante a leitura os autores nos levam a um trajeto crítico-reflexivo


sobre o desenvolvimento da ciência, como algo que não parte da neutralidade e sim de
práticas as quais os conhecimentos são construídos a partir de discursos ideológicos
integrados ao processo social, industrial e político.

02) Explique os pressupostos científicos do positivismo.

Os autores do artigo, ao objetivarem um percurso reflexivo sobre a prática


cientifico-profissional, frente à análise epistemológica, nos conduzem a um itinerário de
evolução histórica da psicologia, delimitando o seu espaço epistemológico como os
pressupostos, a definição do objeto e a função social.
A reflexão acerca dos aspectos supramencionados, nos leva de encontro à
formação das correntes teóricas da psicologia, alicerçada - em sua maioria - na filosofia
empirista, que orienta seus métodos e pressupostos fundamentais. Os aludidos
pressupostos remontam à necessidade de um sistema de crenças que se faz necessário
para garantir, objetividade, o conhecimento de uma ciência neutra e, somente assim,
capaz de conduzir o pesquisador à verdade. Tais ideias dão alicerce ao Positivismo, o
qual sustenta a experiência sensível da realidade como fator desencadeante da descrição
e da estipulação de leis a partir da repetição dos fenômenos.
Nesse sentido, o Positivismo estabelece um método baseado na radicalização do
empirismo, cuja extensão se dá sobre os fenômenos sociais. O autor advoga que tais
fenômenos deveriam ser reduzidos a leis gerais da natureza humana, não cabendo, portanto,
quaisquer discussões metafisicas. Por esse motivo, a produção científica ser descritiva e
não crítica à realidade.
Embora o Positivismo também possa ser vislumbrado “sobre uma vertente
epistemológica, ou seja, como uma escola filosófica, como uma corrente de pensamento
poderosa, forte, eloquente que deu abertura para várias formas de se compreender a
ciência” (informação verbal)² para Malheiro e Nader (1987, p.11) um recorte em que o
“empirismo, enquanto obstáculo epistemológico ao desenvolvimento das ciências sociais,
encarna-se em uma ideologia teórica – o positivismo” se faz necessário ao suscitar a
preocupação reflexiva em como os fatos são selecionados e interpretados e carregados
de pressuposições, investigando o sistema de crenças, procurando a natureza do saber
científico e suas limitações, pretende nos levar a superação desses conhecimentos em
direção a uma concepção e prática psicológica nova, a serviço da transformação social.

03) Comente sobre a crítica apresentada à Psicologia como ciência do


comportamento.

A discussão levantada, sobre a Psicologia como ciência do comportamento,


encaminha a uma analogia, que julgamos pertinente, em que o indivíduo seria uma
máquina submetida à sociedade da psicologia positivista, levando-o ao meio indiferente,
ou desconhecido, sendo incompreensível o sentido por qual existimos ou nos
comportamos.
Na teoria geral da conduta, conciliada a uma ideologia dominante, o indivíduo, é
incapaz de buscar novos interesses e ideias, fazendo com que o ser humano tenha maior
adaptabilidade no ambiente a qual está inserido. Deste modo, a psicologia atendo-se ao
estudo da conduta nega o caráter histórico e social do ser humano, reduzindo-o a um
objeto como outro qualquer, inserido na dicotomia organismo e meio. A teoria
evolucionista de Charles Darwin diz das espécies que tendem a se adaptar ao mundo,
assim como os indivíduos, pois submetidos a estímulos advindos das experiências
sensíveis, podem apresentar diferentes comportamentos visando adaptar-se. As ideias
impostas pelo capitalismo dominante, que ignora os fatos sociais assim como as classes
sociais, levam a sociedade a ser vista como algo “pronto”, ou seja, que não se altera.
Portanto, as normas e regras visam adaptar ao individuo ao sistema. O paradigma
positivista causa a alienação pelo fato de ser base da construção da psicologia, mantendo
assim, determinado padrão das adaptações dos indivíduos á sociedade.
A proposta de Malheiro e Nader (1987, p.13) é a superação desses conhecimentos
em direção a outra modalidade de prática psicológica em que a psicologia não deve ser
vista como a ciência do homem em geral, e sim a ciência do sujeito e de sua libertação,
para que desse modo, a transformação das relações sociais assuma os conceitos sobre o
homem e sociedade, gerando assim, uma nova concepção de ciência.

REFERÊNCIAS

MALHEIRO, D. P.; NADER, R. M. Contribuição a uma análise da Psicologia. Psicologia,


ciência e profissão, Brasília, v. 7, n. 2, p. 9-13, 1987. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931987000200003.
Acesso em: 2 abr. 2021.

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