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CLlfTORD T.

MÖEGÄN —
(X
H-W-W

COMO ESTUDAR
CLIFFORD T. MORGAN e JAMES DEESE

Ilustração:
BOB GILL

Tradução:
EQUIPE DA LIVRARIA FREITAS BASTOS

Supervisão:

JOAO LUIZ NEY

LIVRARIA FREITAS BASTOS S . A


RIO DE JAN EIRO — R. Sete de Setembro, 113
SAO PAULO — R. 15 de Novembro, S2/66

1970
Título srcinal'
HOW TO STUDY

Direitos reservados em língua portuguêsa


pela Livraria Freitas Bastos S. A.
Library of Congress Catalog. Card. N.° 57-12909

Quarta edição em português. 1970


Tiragem: 5.000 exemplares

© Copyright 1 957 by the McGraw-Hil l Book Company, Inc.


All righ ts reserv ed.
STE livro foi escrito especialmente
para o crescente número de estudantes
que continuam os estudos após termi
narem o ginásio. Destina-se a todos os
que estudam ou se propõem estudar, em
regime de tempo integral ou parcial,
em qualquer estabelecimento de ensino
superior.
O livro é um guia prático em méto
dos de estudo. Apresenta instruções es PREFACIO
pecíficas para planejar e u_sar__g_tempo
de estudo,
um tirandoo
livro didático, máximo partido
sumariando de
e tomando no do ginásio e pretende continuar a es
apontamentos, e preparando-se_ para_ se tudar após o término do curso secundá
submeter ..a exa raes.. Também fornec e rio, deve, sem perda de tempo, ler e
orientação para lidar com problemas es assimilar as técnicas aqui apresentadas.
peciais, como estudar línguas estrangei- Aconselhável também lerem seus pais o
ras, escrever temas e relatórios, e rçsol- livro, a fim de que possam dar-lhe ajuda
ver problemas de matemática. O progra e compreender alguns dos problemas aca
ma de estudo aqui delineado está basea dêmicos que terá de enfrentar.
do em anos de pesquisa educacional e foi Aprender a estudar não é coisa fácil:
rigorosamente experimentado em milha mister muito trabalho para consegui-lo.
res de estudantes. Sabemos que dá re Não pouparemos esforços para mostrar o
sultado. que pode você fazer a fim de se tomar
Todos os anos, incrível número de melhor estudante. Mas você terá de fazer
estudantes se vê em dificuldade acadêmi algo mais do que ler o livro às pressas:
ca simplesmente
técnicas de estudo.porque desconhece
Alguns as
fracassam; haverá de aplicar-se rios exercícios que
nele encontrará, e fazer as demais coisas
outros sentem-se desencorajados e per que lhe são especificamente indicadas.
dem o interêsse, e outros prosseguem, Após isso, deverá manter sempre o
frustrados e insatisfeitos com o seu pro livro à mão, servindo-se dêle para refe
gresso acadêmico. Além disso, mesmo rência, à medida que os problemas forem
alunos muito competentes precisam co surgindo. Procure a seção que trata do
nhecer algo mais acêrca da maneira de seu problema, e tente, com o máximo
estudar eficazmente. Pode-se utilizar este empenho, levar a cabo a aplicação do re
livro de duas maneiras: quer num curso médio prescrito, Poderá custar-lhe meses
regular sôbre como estudar, quer para — possivelmente anos — pôr em prática
aprender sozinho um bom conjunto de tôdas as técnicas de aperfeiçoamento
hábitos de estudo. aqui sugeridas. Mas se você se devotar in
Embora nunca seja tarde demais tensamente a tal objetivo, será generosa
para se aperfeiçoarem os pendores de es mente recompensado.
tudo (valiosos no mundo do trabalho co
tidiano e na escola), nunca será bastante Clifford T. Morgan
cedo para se começar. Se você é um alu- James Deese
sumário
PREFACIO $4
UM : O ESTUDO BEM SUCEDIDO .................................................................................... f
Quem pode melhorar
A arte de estuda r — Quão ef icien te é vo cê? Co mo sã o seus ap on ta men tos? ■
Pode você ler? Como se prepara? Conhecimentos básicos.
A fa cu ld ad e é diferent e — Pa drões de trab alho . Ago ra é po r sua conta. Pressã o
dos pais. Habilidade e interêsse. Superestimar-se.
Motivação para o trabalho da faculdade — Falta de motivação. Sucesso aca
dêmico e vocacional. A importância dos graus. A satisfação no estudo. Como
estudar menos. Empregos de meio expediente.
DOIS: EXECUTAR O TRABALHO . .............................
. ........ ........................................ 22
A im po rt ância de um ho rá rio — Um ho rá rio ec on om iza tempo. Faç a com que
cada hora conte. Quando estudar. Estudar para as aulas de explanação.
Estudo para os cursos de leitura em voz alta.
Como fazer e revisar um horá rio— Quaft to tempo? Como dist ribui r seu tempo.
Um exemplo. Revisando o horário.
Como usar seu tempo — É você um dribladòr? Onde estudar. Condições físicas.
TRÊS: A ESTRATÉGIA DO ESTUDO 35
Pesquisa — Pesquisando um livro. Pesquisando um capítulo.
Pergunta — As suas perguntas. As perguntas do autor. Leia. Leia ativamente.
Anot e os têrm os im porta ntes. Leia tudo.
Recita ção — O valor da recitação. Quan to se deve repeti r para si mesmo.
Quando ler em voz alta.
Revisão — Pesquisa. Reler. O tempò para as revisões.
QUATRO: LER MELHOR E MAIS DEPRESSA ................................... ......................... 45

Ler com uma finalidade — Aprender a idéia mestra. Extrair pormenores im


portantes. Outras finalidades da leitura.
Use os olhos — As pausâs dos olhos. Economizar tempo.
Como aperfeiçoar sua leitura — Deixe de falar consigo mesmo. Leia “unidades
de pensamento”. Pratique 1er mais depressa.
Construindo um vocabulário — Preste atenção às palavras novas. Use palavras
novas. Disseque as palavras.

CINCO: COMO TOMAR APONTAMENTOS .................................. .........................


65
Como m anter os apon tamentos <— Apontam entos desordenados. O cad erno de
apontamentos bem ordenados.
8 Como Estudar

Sublinhar e esboçar cadernos — Sublinhar. Por que tomar notas? Métòdos de


esboçar. Conteúdo dos apontamentos, Como escrever sumários.
Como tomar apontamentos das aulas — Pesquisando, perguntando, escutando.
Como conseguir a organização. Como rever e revisar.
Notas sôbre a pesquisa — Apontamentos-sumários. Como usar os cartões ou
fichas. Como tomar notas em fichas.

SEIS: COMO SE SUBMETER A EXAMES .......................


....................... ...............

Como se preparar para os exames — A revisão final. Horário das revisões. Como
rever. Tipos de exames. A atitude em relação a um exame.
Com o fazer exames objetivos Como pesqu isar . Conheça as regras funda me n
tais. Responda primeiro às perguntas fáceis. Analise os modificadores. Se
lecionando palavras-chaves. Como ler perguntas de escolha múltipla. Lei
tura de outros tipos de pergunta. O curso é o contexto. Como concluir o
exame. ■ ■ ■ ■
Como fazer exames tipo ensaio —- Planejamento do seu tempo. Cumpra as ins
truções. Esboços. Seja explicito. Boa letra e boa linguagem. Aprendendo
com os exames.
SETE: COMO ESCREVER TEMAS E RELATÓRIOS .......... .......................................

Gramática e redação — Pontuação. O uso dos erros. Ortografia.


Ajud as pa ra redigir.
Como usar a biblioteca — Fontes estatísticas. Informação biográfica. Enciclo
pédias. Livros. Periódicos. Extratos. Informação em geral.
Como redigir uma prova — Escolha do assunto. Como reunir o material. Esbôço.
Escrevendo a prova.
OITO: COMO ESTUDAR LfNGUAS ESTRANGEIRAS ............................. ........

A in trod uçã o geral — M an tenha- se em dia no tra ba lho. Rec itaç ão ; Co mo apr en
der a gramática. Pensar numa língua,
Técnicas para o estudo de uma língua — Estudar por frases e sentenças. Disse
cando palavras. Palavras cognatas. Utilize fichas. Traduções justapostas.
Generalidade.

NOVE: PROBLEMAS DE MATEMÃflÇA ....... ........ ..........

Estude suas aptidões básicas.


Aritm ét ica — Pr op orções. Potên cia s e raízes. Lo garitmos. A ré gu a-d e-c álculo .
Números significativos.
Álgebra — Números nega tiv os. Adiçã o e su btra ção. M ultiplicaç ão e div isão.
Como resolver os p roblemas — Problemas pára casa . Os pr oblemas nos exames.
Como usar gráficos e quadros — Gráficos. Tabelas.
DEZ: COMO OBTER AJUDA E AJUDAR OS OUTROS ................ ........ ............

Para além dos compêndios — Livros de trabalho e temas. Leituras extras. Filmes
educativos. Os arquivos da comunidade estudantil.

Como conseguir ajuda — Outros estudantes. Professores. Conselheiros de fa


culdade. Ajuda de fontes especiais. Quando você estiver em dificuldade.
As man eiras do es tuda nt e — O com po rt am en to na sala de aula. Co nf er ên cia s.
S e você estuda numa faculdade, ou
pretende fazê-lo, se freqüenta cursos no
turnos, ou, de fato, está adquirindo qual
quer tipo de educação formal, êste livro
lhe interessa. É quase certo que você não UM
sabe, acêrca do estudo; tanto quanto de
veria, pois poucos estudantes sabem.
Estudar —- aprender — é uma arte e
um pendor. É uma arte que você deve
praticar para conseguir o que provàvel-
mente deseja— ser forma do por u m
curso superior, o que não significa, em si,
grande coisa (exceto talvez para alguns
diretores de pessoal), mas tem alto sig
nificado para muitas coisas extremamen
te importantes. E você pode conseguir a
maior parte destas coisas, apenas por O ESTUDO BEM SUCEDIDO
meio dos estudos que faz. O simples tra
balhar como estudante, porém, não ga
rantirá o seu sucesso na faculdade mais
do que o lascar um bloco de pedra fará litarão a fazer melhores estudos e em me
de você um escultor. Como na maioria nos tempo do que o que empregou no
das coisas dêste mundo, existem meios de
estudar bons, habilidosos e eficientes, O exame dos problemas dos alunos
como também existem meios maus, desa de faculdade revela que o estudo ineficaz
jeitados e dispendiosos. Se você atentar é um dos maiores e mais persistentes óbi
bem nos descobrirá
velmente seus hábitos
quedeháestudo, provà-
uma porção nós
ces que
sabemos:
afetam
os oestudantes
' estudante.que
Uma
reconhe
coisa
de coisas que está fazendo muito mal. A cem ser o estudo mal feito um dos seus
finalidade dêste livro é ajudá-lo a desco problemas, podem ser ajudados. E péla
bri-las e ensiná-lo a fazê-las melhor. Se utilização de um processo de análise sis
tal finalidade fôr conseguida — e acredi temática, aplicado ao problema do estu
tamos que o será — êle será de mais uti do, você pode encontrar meios de estudo
lidade para você do que qualquer outro mais eficazes do que os que qualquer
livro que use na faculdade. simples estudante até hoje tenha conce
bido. É isso o que êste livro tentará fa
Quem pode melhorar — Êste não é zer: descrever os métodos modernos de
precisamente um livro para o mau estu estudo resultantes dos exames e pesqui
dante. Todos os que chegam à faculdade, sas realizados iio setor do ensino, e des
não importa quão bons possam ser, têm crevê-los de maneira que voCê possa uti
muito o que aprender sôbre como estu lizá-los em seu trabalho.
dar. Assim, mesmo que você já seja um O bom, como o mau estudante só têm
bom estudante, encontrará neste livro a lucrar com o aperfeiçoamento da efi
um número de ensinamentos que o habi- ciência em seus hábitos de aprendizagem.
10 Como Estudar

Valor dos programas “Como Estudar” A A R TE DE EST UDAR


Sobe a média 1
graus-pontos dos O que vem a ser estudar? Pode você
SS estudantes com 1 pensar que é o que faz quando se senta
curso de “Como
r i Estudar” com um livro escolar a fim de se prepa
rar para a próxima aula ou exame. Em
ii parte é isso, mas somente em pequena
*! be parte. Estudar é o esforço integral de
aprender, esforço êsse realmente coroado
<0 g de êxito apenas quando você aprende.
OfJ Para que tenha você idéia apropriada de
s A|
«g Comparativamente,
cai a média daquele suas deficiências e dé todas as coisas que
43 S a quem não foi o estudo eficaz compreende, leia e res
Sg ministrado o curso.
ponda às perguntas do inventário “Quão
bom estudante é você?” Repisaremos os
Comparação de média de grau entre estudan- pontos de modo geral nos parágrafos sub-
tes do sexo ma sculino subme tidos a prov a na .. , 1 0
Universidade de Stanford, com breve curso de sequentes.
“ Como Estudar” e os sem tal cur so (Baseado
no “Effective Study Methods” de S;L. Sharp, Quão eficiente é você? — A arte de
Jornal de Educação^Superior, 14:271, estudar começa com a maneira como
você conduz a sua vida. Um fabricante
não iria muito longe se esperasse que os
O mau estudante sente mais a necessida- seus operários ficassem sem materiais,
de porque está no limiar do fracasso, mas, Para então adquirir nôvo estoque. Assim
algumas vêzes, o bom estudante pode lu- também, não irá bem o estudante que es-
crar mais do que êle, se aprender as téc- pere até às vésperas de uma prova ou
nicas de estudo corretas. Muitas universi- exame a fim de começar a estudar,
dades oferecem cursos especiais sôbre es- Se você administrasse suas finanças
sas técnicas. No princípio, visavam sò- pessoais da mesma maneira que tantos
mente aos estudantes em apuros. Com o estudantes cuidam dos seus estudos, bem
tempo, porém, verificou -se que os melh o- cedo estaria em apertos (talvez voc ê o
res estudantes também se podiam benefi- faça, e nesse caso está em apertos). Se
ciar, e freqüentemen te eram êles, na ver - você não poupa parte de sua mesada ou
dade, os que mais lucravam. Vejam-se os do que ganha para as necessidades fixas,
resultados
estudar no de
gráfum
ico dêsses programas como
aqui reproduzido. ficará no mato
turalmente, sem
pedi r cachorro.
dinheiro Poderá, na-
emprestado
Não importa, pois, quão bem você para se livrar de apuros; mas, em maté-
ache que estuda; provavelm ente tirará ria de cultura, pedir emprestado não é
proveito da leitura dêste livro. Há nêle possível. Ninguém lhe pode emprestar
alguma coisa que lhe proporcionará bons um nível intelectual ou conhecimen to que
dividendos. Se voc ê já está conseguindo você teria adquirido mercê do seu esforço
notas altas, será difícil que possa elevar de aprender.
a sua média; no entanto, o que talvez seja Para manter-se em dia nos estudos,
mais importante, poderá conseguir êsse voc ê tem de programar o seu tempo. Tem
nível com mais satisfação e valor dura- de estabelecer de antemão um plano para
douro, Se está conseguindo algo menos do o dia, a semana, e até o períod o letivo,
que graus máximos, poderá obter êsses Ao levantar-se, de manhã, já d eve ter
benefíci os e ainda uma chance muito ra- idéia perfeita do que vai fazer durante 0
zoável de elevar a média, especialmente dia, a fim de pode r desincumbir-se da ta-
nas matérias que lhe causam mais preo - refa de modo satisfatório. E terá de fazer
cupação. o mesmo, olhando para diante, acêrca dos
O Estudo Bem Sucedido \\

itens mais importantes do programa edu nejar um horário, um programa, para o


cacional, tais como sabatinas, exames e seu caso especial, mostrando-lhe como re
provas escritas do período letivo. Sem tal visá-lo, à luz de sua própria experiência
programação, você não disporá do tempo em utilizá-lo.
necessário pára o estudo que lhe cabe Além de programar, a arte de estu
realizar. Habilidades de estudo não serão dar também compreende um número de
de grande utilidade se você não tiver dis coisas que você talvez não tenha levado
pregá-las.
posto o tempo de forma que possa em te paraa sério;
muito não perder
chegarasà aula
instruções
pontualmen
do pro
Programar seu tempo não é exata fessor relativas a estudos e exames, não
mente distribuir, numas tantas horas, suprimir mais aulas do que as que lhe
uma semana de estudo, ou mesmo estar-se são de todo impossível freqüentar, achar
seguro de que o trabalho será feito a um bom lugar para estudar, livre de dis
tempo. Há razões definidas para se faze trações, que disponha de boa iluminação,
rem as coisas em determinado tempo: equipamento, e outras facilidades físicas
para se estudar alemão ou química em para a execução do trabalho, saber quan
certa hora do dia e não em outra. Não do e onde fazer ao professor as perguntas
podemos estender-nos nessas razões aqui; a respeito do trabalho, evitar as interfe
mais tarde, porém, ajudá-lo-emos a pla rências nas horas de suas tarefas, resistir

QUAO BOM ESTUDANTE £ VOCÊ?

Leia
ponda cuidadosamente
honestamente, cada uma
escrevendo das ou
“Sim” seguintes perguntas,
“Não" na margem eà aesquerda
elas res
da pergunta. Quando tiver terminado, veja a explicação para o número
de pontos no fim do texto.
1 . Lembra-se de alguma coisa que 0 impe 13. Costuma laze r apontam entos em form a
ça de produzir o seu melhor trabalho? de rascunho quando lê?
2. Estuda você normalmente todos os dias 14. Costum a tentar r esumir o que l ê em
no mesmo lugar? sentenças e parágrafos curtos?
Pode você dizer de manhã como vai 15. Depois de ler um capítu lo e de fazer
aplicar o seu dia? apontamentos sôbre o mesmo, costuma
4. Há alguma coisa em cima de sua mesa escrever um sumário dêsse capítulo como
que possa distrair-lhe a atenção? um todo?
5. Quando estuda, passa você freqüente 16. Costuma sentar-se e estudar à noite an
mente por cima dos gráficos e tabelas tes dos exames?
do seu livro? 17. Ao pre parar-s e para o exame, tinta m e
6. Faz você freqüentemente mapas e dia morizar 0 texto?
gramas para representar pontos em sua 18. Quando decora alguma c oisa, c ostuma
leitura?
Quando encontra uma palavra que não 19. fazê-lo de uma
Costuma, só vez?
vez por outra, analisa r o seu
conhece, costuma realmente consultar 0
dicionário? tra balho p ara de sco brir onde p o d e
8. Costuma passar por cima de um capítulo achar-se ainda fraco?
antes de 0 ler cuidadosamente? 20. Costuma f reqüentem ente escr ever uma
9. Costuma ler de relance um capítulo, resposta a uma pergunta e ver então que
olhando para os títulos dos parágrafos, ela parece ser a resposta a alguma ou
antes de 0 ler com cuidado? tra pergunta do exame?
10 . Costuma ler o sumário no fim de um 21. Tenta conscientemente usar os elemen
capítulo antes de o ler? tos que aprende no curso para ajudá-lo
11. Reúne os apontamentos sôbre um as em seu trabalho em qualquer outro
sunto no mesmo todo? curso?
12: Costuma tomar os seus apontamentos 22. Costuma f azer apontam entos na aula
em forma de, rasc unho? tão rapidamente quanto possa escrever?
Há alguns anos Luella Cole Pressey fêz perguntas, como as acima, a
cinqüenta bons estudantes e a cinqüenta maus estudantes na Universidade
Estadual de Ohio. Os bons estudantes, com mais freqüência do que os
maus,
nãò, (5)responderam a elas
não, ( 6 ) sim, com o( se
(7) sim, 8 ) segue:
sim, (9)(1)sim,
Não,
(10)(2)sim,
sim,(11)
(3) sím,
sim, (12)
(4)
sim, (13) sim, (14) sim, (15) sim, (16) não, (17) não, (18) não, (19) sim,
( 2 0 ) não, ( 2 1 ) sim, ( 2 2 ) não.
12 Gomo Estudar

a tentações de adiar o estudo, obter e se lembrado? Lê os quadros e tabelas im


guir as direções para a execução do tra pressos no livro? Ós títulos dós mesmos?
balho relativo a cada curso, possuir o ma O que faz quando começa a ler pela pri
terial necessário para a tomada de apon meira vez um exercício? E quando o aca
tamentos e mantê-lo acessível e em boa ba de ler? (Alguns estudantes fecham o
ordem. Alguns dêsses pontos podem ser livro e começam a ler outra coisa). Quan
óbvios, outros não. Mesmo quando reco tas vêzes lê você determinado exercício?
nhecê-los importantes, talvez não consi Quando? Lê um livro escolar da mesma
ga fazer o que deve em relação a eles. forma que um romance? Lê trechos sôbre
Por issó, é possível que possa precisar de química exatamente como os lê sôbre an
ajuda para realmente fazer as coisas mais tropologia? Se não, qual a diferença?
óbvias.
A fim de indicar o que elas exata Como se prepara? Agora, finalmente,
mente são, vamos formular uma série de façamos algumas perguntas sôbre como
perguntas. Leia com cuidado cada uma você se prepara para as aulas e exames.
delas e procure dar-lhes resposta. Desta Procede você à leitura de tarefas marca
forma será capaz de ver o que discutire das antes ou depois de ir para a aula?
mos depois e onde lhe será possível tirar Se você costuma ler antes apenas em al
proveito dêste livro. guns cursos, quais são êles e qual a razão
disso? Vai você à aula com perguntas
Como são seus apontamentos? — para as quais desejaria respostas? Com
Considere o problema da tomada de que freqüência revê você a leitura e os
apontamentos
leitura. Toma navocê
sala-de-aula e durante
apontamentos? Al a apontamentos?
Fá-la da mesmaQuando
maneirafazcoma tôdas
revisão?
as
guns estudantes não o fazem. Que tipo de matérias, ou revê diferentemente cada
apontamentos toma? Acha que são apro uma delas? Por quê? O que prova um
priados? Conserva você ainda a impressão exame escrito? E um exame objetivo?
de que o professor lhe faz perguntas nos Como efetuaria você a revisão das maté
exames sôbre matérias que não foram rias para êsses tipos diversos de teste?
tratadas nas aulas ou na leitura? Se con Fica com falta de tempo ao fazer exa
serva, isso é provàvelmente pelo fato de mes? Por quê? Costuma cometer em exa
serem inadequadas suas notas. Procure mes erros ridículos que Jhe custam nota
concentrar-se em tudo que estiver errado ruim? Quais são êles? Por que julga que
em seus apontamentos e na maneira de os comete? As argüições e sabatinas num
poder melhorá-los. Algumas sugestões a curso, ajudam-no elas a preparar-se para
êsse respeito você encontrará no Capítulo os exames e a fazê-lo melhor? Senão,
Cinco. por que razão? (Deveriam).
Pode você ler? Eis uma “pergunta tas. Por
Nemenquanto,
o melhorbastam essas
estudante perguna
conhece
estúpida” — dirá você; “naturalmente resposta para tôdas elas; quando pensa
que posso ler”. E realmente pode. Mas já que sim, está freqüentemente errado. Va
pensou alguma vez em saber se o faz mos responder a tôdas neste livro, e ain
bem? Algumas pessoas lêem tão mal, que, da mais, porquanto elas não abrangem, de
em comparação com outras que lêem bem, maneira alguma, todos os itens importan
podem considerar-se pràticamente analfa tes no estudo eficaz.
betas. Já alguma vez pensou sôbre quão
rápido pode ler? Até que ponto lhe será Conhecimentos básicos. Há um proble
possível ler mais ràpidamente? (Quase ma geral, que não mencionamos, com re
tôda a gente pode ler mais depressa do ferência ao estudar com eficácia. Trata-se
que o faz sem ter de treinar para isso). de uma deficiência no que chamaremos
Quanto pode voc ê lembrar daquilo que “conhecimentos básicos”. São elas as ha
lê? (A maioria dos estudantes não se lem bilidades que o aluno deveria trazer con
bram de logo
mesmo maisapós
da metade do que
terminar leram,
a leitura). sigo quando
lizmente, vem tal
porém, paranão
a faculdade.
ocorre. UmaInfe
de
Pode decidir sôbre o que vale a pena ser las ficou implícita acima, na pergunta a
O Estudo Bem Sucedido 13

respeito de quão rapidamente você lê. lafrios. Essa deficiência é uma séria des
3eja qual fôr o padrão por que o pudes vantagem no trabalho universitário. Êles
sem fazer, a maioria dos estudantes são podem ser capazes de passar em História,
Leitores abaixo dá crítica. Lêem de ma- Francês ou Literatura, embora retardados
ieira não só lenta, mas também incorre em matemáticas, mas normalmente se
ta. Movem os lábios, rememoram as pa exige pelo menos um dos cursos de ciên
lavras, e fazem outras coisas que lhes im cias. Além disso, muitas outras matérias*
pedem a compreensão do que estão lendo como Psicologia, Ciência PíSítica e Eco
2
os tornam mais lentos, Isso é algo que nomia, utilizam pequenas exemplifica
se nos afigura difícil remediar em um li- ções com números e símbolos. Mesmo que
m>, e pode requerer treinamento espe êles atravessem, sem cair, os cursos supe
cial; mas podemos ajudar a pessoa que se riores, andando sôbre a corda bamba, gra
sente apenas moderadamente prejudicada ças aos precários conhecimentos de Ma
por suas precárias habilidades de leitura. temática, terão de enfrentar dificuldades
Outro importante conhecimento con quahdo se iniciarem na vida prática, ou
cerne ao vocabulário. Não se pode espe mesmo quando precisarem de adminià-
rar que os estudantes conheçam tôdas as trar as suas finanças pessoais. Êsse conhe
palavras que vão encontrar na faculdade, cimento é, portanto, algo que os estudan
pois aprender o sentido de palavras mais tes devem adquirir e urge fazer algo,
;écnicas e abstratas é parte da bagagem caso dêle necessitem.
ie conhecimentos que se adquire na ins- Temos tentado dizer-lhes, aqui, por
;rução universitária. E alguns professores que quase tôda a gente que está agora fa
2
autores
sáveis por de livros didáticos
palavras sãodemasia-
e sentenças respon zendo
sitário ou pretende
precisa fazer
saber trabalho
mais univerde
a respeito
iamente longas e complicadas. Mas al como estudar. Esperamos havê-los con
guns estudantes, por uma razão ou outra, vencido, porquanto experiências colhidas
iesconhecem o significado preciso de pa em pesquisas com estudantes têm reve
lavras que todos os alunos de faculdade lado que muitos dêles necessitam saber
têm obrigação de conhecer. É de sur mais acêrca dêsse assunto. Sabemos, além
preender a freqüência com que, durante disso, que quase todos os que precisam
um exame, êles se dirigem ao professor aperfeiçoar seus hábitos de estudo podem
para lhe perguntar o significado de uma realmente fazê-lo. Cada pessoa possui a
/ariedade de palavras elementares (para sua própria combinação de deficiências,
a professor). Êsses discípulos não fizeram seja em organizar um programa, seja em
3o dicionário o amigo do peito que deve técnicas específicas de estudo ou em co
ser. São como manetas e pernetas que se nhecimentos básicos. Em capítulos subse
arrastam pelas salas-de-aula e livros es qüentes, tentaremos mostrar o que pode
colares, sem aprender o sentido de muito você
Nessefazer a fim danemos
ínterim, de contornar tal óbice.
algumas bases
io que lêem e ouvem, simplesmente por
que não compreendem realmente as pa úteis ao trabalho acadêmico e considera
lavras que estão sendo usadas. Você pode remos a motivação para executá-lo.
ser um dêsses aleijados, mas felizmente
ilguma coisa pode ser feita para conser A FACULDADE É DIFERENTE
tar êsse defeito. No ginásio, os seus condiscípulos pro
A aritmética simples e a matemática vavelmente constituam um grupo repre
elementar é uma terceira habilidade na sentativo razoável da juventude america
}ual numerosos estudantes universitários na, razão por que o ritmo e padrões da
são deficientes. A deficiência é particular educação foram ajustados para o estudan
mente séria para o estudante de curso te médio, não para o superior, e o traba
científico, mas prejudica também os das lho que você, por conseguinte, fêz foi ba
artes liberais. Muitos alunos não sabem seado no que se esperaria do estudante
solucionar simples problemas de multipli médio. Como muita gente, você terá des
cação e divisão, e uma equação algébrica coberto que poderia andar com muito
slementar como y = a + bx dá-lhes ca pouco trabalho, ou mesmo, se trabalhou
14 Como Estudai

com razoável intensidade, a concorrência


não lhe foi tão dura assim e você não teve
de ser excepcionalmente eficiente a res
peito de estudar.
Padrões de trabalho—- Ora, qual é a si
tuação na íaciildade? Apenas cerca de 30
por ceritO dos estudantes que terminam o
ginásio vão para a faculdade. Se bem que
haja algumas exceções, costumam ser os
melhores estudantes ginasiais. Certamen
te, estudantes superiores, rrluito mais do
que os maus, vão para a faculdade. Agora
você pertence a um time da primeira li
nha. Todos os que o cercam são compa
nheiros que foram estudantes de mérito
reconhecido, ou pelo menos estudantes
muito bons, quando no ginásio. Você pode
ter sido o orador oficial da sua turma gi
nasial, mas há normalmente dezenas de
oradores oficiais numa classe de calouros
acadêmicos. Na faculdade, ritmo e pa-
drõs de educação
po superior são ajustados
de estudantes, nãoa àummédia
gru
que se conhece no ginásio. O tipo de tra
balho que merecia, no ginásio, um grau
A ou B pode ser agora, na faculdade, fà-
cilmente classificado com grau C, D ou
mesmo E.
Muitos jovens que se matriculam no dêie era abrangida pela aula, e o trabalho
curso superior não avaliam o que dêles se de casa, fácil para o bom estudante, podia
espera. E porque não se preparam para ser feito em um ou dois períodos postos
uma fase de estudo muito mais : árdua, de lado para estudo. Você graduou-se, em
acabam desapontados e desencorajados grande parte, pelo que fêz na aula, e pelo
com o medíocre aproveitamento. Eis por trabalho de casa, feito de um dia para
que acreditamos ser êste livro especial outro. Talvez tenha realizado umas pou
mente útil para o estudante de ginásio e cas provas escritas periódicas, e executa
o do vestibular. Se tal aluno puder for do tarefas,
critério; masa seu
longotrabalho,
prazo, aem
seugeral,
próprio
foi
mar idéia real das responsabilidades por
enfrentar, suas possibilidades de perma regulado pelo compasso da rotina das au
necer na faculdade, gostar dela e de ser las diárias. Tudo isso é invertido na fa
nela bem sucedido aumentarão conside culdade. Você passa relativamente poucas
ravelmente. Você ficaria surpreendido se horas na aula, e, exceto nos casos de tra
soubesse quantos desistem da formatura. balho de laboratório e de sabatinas, não
Muitos dêles são tão competentes como os recebe muita classificação pela freqüên
que conseguem colar grau, e, não raro, cia às aulas. Em vez de ter uma ou duas
um pouco de conhecimento de como do horas de trabalho em casa para cada cin
minar seus problemas de estudo tê-los-ia co ou seis horas de aula, cabe-lhe agora
mantido na faculdade até o fim. duas ou três horas de trabalho externo
para cada hora de aula. Não há quaisquer
Agora é por sua conta. Além da concor períodos de estudo nos quais você não te
rência e dos padrões de trabalho, há ou nha outra alternativa senão estudar. Em
tra grande diferença entre o ginásio e a vez disso, há horas entre as aulas que você
faculdade. No ginásio, o trabalho foi mui pode, à vontade, empregar com vantagem
to bem delineado para você. A maior parte ou desperdiçar inteiramente. No todo, não
O Estudo Bem Suce dido 15

se lhe exige que faça trabalho em casa, algo melhor do que o que vêm alcan
diàriamente e o tenha pronto para a aula çando. • *
seguinte. Em vez disso, são-lhe confiados Assim, parte da dificuldade reside no
alguns exercícios, e ninguém vai fiscali fato de não compreenderem os pais a di
zar se você os executa ou não no decorrer ferença entre ginásio e faculdade, razão
da semana, do mês, ou mesmo durante por que sugerimos leiam êste livro, para
todo o ano letivo. Ocasionalmente pode- melhor avaliarem os problemas que os fi
-se-lhe exigir uma sabatina ou argüição, lhos estão enfrentando. ,
mas, na maioria dos cursos, se você afun
da ou flutua é coisa que depende de como Habilidade e interesse. Existe igualmente
você se sair de um, dois ou três exames. outro fator importante. A ambição bem
, Tudo isso significa que você é deixa intencionada, mas mal orientada, leva al
do inteiramente por sua conta; é agora guns pais a mandarem para a faculdade
tratado como adulto a quem se podem muitos jovens que, por habilidade e inte-
dar algumas direções gerais e a respon rêsses, não pertencem a tal meio. É inevi
sabilidade de decidir, por si mesmo, como tável que alguns jovens não tenham ne
e quando fará o que lhe cabe fazer. Essa nhum interêsse em se dedicar a objetivos
situação radicalmente diversa exige que intelectuais ou à vida universitária. Pre
você sustente uma motivação a longo pra ferem êles talvez ser mecânicos, mari
zo e uma sábia aplicação do tempo. Mui nheiros, agricultores, etc. Nada que con
tos estudantes de faculdade simplesmente denar essas pretensões, pois a sociedade
não estão preparados para tal responsabi precisa tanto do tipo de pessoas qué não
lidade. vão parasuperior.
cultura univèrsidades, como os
Além disso, dejovens
gente de
Pressão dos pais. Sofrer a mudança formação universitária não têm o mono
abrupta do ginásio para a faculdade é, pólio da felicidade ou do prazer no traba
por si mesmo, um problema bastante sé lho que fazem. O rapaz ou môça realmen
rio para o estudante, mas, de modo geral, te mais interessados em outros planos
não é tudo. Há muitos outros fatores que não o de ir para a faculdade, não de
agravantes, um dos quais, muitíssimo fre vem ser contrariados em seus propósitos.
qüente, é a pressão que sôbre êle exer Os pais, não raro, nada compreen
cem os pais. Muitas espécies de pais exis dem acêrca de hereditariedade da habili
tem, quase todos bem intencionados; mui dade mental. Muitos estudantes não pos
tos, porém, não colaboram para que a suem o equipamento mentaf necessário
adaptação do estudante à vida universi para a vida universitária; outros são fi
tária seja coisa fácil. lhos de pais que também freqüentaram
faculdades ou desejam desesperadamente
Em primeiro olugar,
não comprendem os pais, amiúde,
qüe acabamos de ex ter filhos doutores.
sàriamente, .Não para
ser motivo deve isso,
culpasneces-
ou
plicar. Não avaliam que a concorrência na vergonha: trata-se simplesmente de um
faculdade é mais aguda, que mais eleva dos fatos da vida a que se não pode esca
do é o padrão de trabalho e que seus fi par, fato esse que os próprios estudantes
lhos não estão adequadamente prepara devem estar preparados para aceitar. Não
dos para a mudança. Sentiam-se orgulho estamos dizendo isso com o fito de desen
sos de que fossem seus rebentos tão bons corajar estudantes, mas tão-somente com
estudantes no ginásio. Acostumados a ve o de ajudá-los a enfrentar seus problemas
rem ás e bês na ficha do ginásio, podem de estudo de maneira mais realística. «
ficar bastante aborrecidos quando as pri
meiras notas dos filhos na faculdade des Superestimar-se. Ao considerar suas pos
cerem bastante de nível. No melhor dos sibilidades de sucesso na faculdade, há
casos, perguntam por que seus herdeiros ainda outro ponto que convém ter em
não estão indo melhor, se continuam a es mente. Os estudantes, de maneira geral,
forçar-se tanto quanto devem, e por aí são muito maus juizes das próprias habi
adiante. Nos casos piores, ameaçam reti lidades, inclusive dos próprios traços pes
rá-los da faculdade, se não conseguirem soais. Alguns superestimasse, outros
16 Como Estudar

subestimam-se, mas a maior parte tende .cento, no máximo, conforme o item, se


*a superestimar-se. Para prová-lo, citare consideraram no baixo nível dè 20 por
mos uma pesquisa, em larga escala, que cento, enquanto 35 a 60 por cento se clas
abrange classes inteiras de ginasianos e sificaram no rol do que deverá ser 20 por
acadêmicos. A todos foi pedido que se cento. Como é óbvio, não desejaram êles
classificassem a si mesmos em certo nú admitir quão deficientes poderiam ser em
mero de itens — rapidez na leitura, vo alguns aspectos, e preferiram mirar-se
cabulário, habilidadeena
tamentos, ortografia tomada —
gramática de eapon
que através
O de óculos côr-de-rosas.<
fato, porém, não é verdad eiro em
cada um se colocasse em um de três gru relação a todos. Algumas pessoas são jui
pos: o superior, de 20 por cento, o médio, zes razoàvelmente bons de si mesmas, ou
de 60 por cento, e o baixo , de 20 por tras superestimam-se em demasia, en
cento. As classificações foram anônimas; quanto outras tendem a subestimar-se
assim, não teriam êífes de enganar a nin com exagêro. Em um estudo, cêrca de
guém, exceto a si mesmos. Se fôssem 40 por cento julgaram-se na categoria
bons na autoclassificação, esperava-se correta, 40 por cento atribuíram-se méri
que o índice se apresentaria no mesmo tos exagerados, enquanto 20 por cento
nível, isto é, 20 por cento para o superior, subestimaram as próprias habilidades.
60 para o médio e 20 para o mínimo. Mas (Veja a tabela na página seguinte, onde
não foi êsse o resultado a que chegaram. pode classificar suas habilidades e inte-
O que se verificou foi que somente 8 por rêsses).

AUTOCLASSIFICAÇAO DE TRAÇOS E HABILIDADES


Verifiqu e, no s espa ços ab aixo , on de voc ê pe ns a hon es ta m en te es tar
colocado, segundo os traços e habilidades indicados. Após, discuta as suas
classificações com outras pessoas que o conheçam bem — estudantes, ami
gos, pais, conselheiros — e então poderá verificar onde se superestimou ou
subestimou.

Quinto Média Quinto


superior três quintos inferior

Na velocidade na leitura de livros didáticos

Na habilidade para compreender os livros didáticos

Na habilidade para tomar apontamentos

Na preparação geral para a faculdade

No volume de tempo empregado no estudo

Em não desperdiçar tempo

Em hábitos de trabalho

Em vocabulário (palavras que conheço e uso)

Em gramática e pontuação

Em ortografia
■ Em pendores para as matemáticas
O Estudo Bem Sucedido YJ

Que deverá alguém fazer quando não em seus cursos — p elo men os em alguns.
consegue classificar corretamente seus Sentem que deveriam estar levando o seu
próprios traços e habilidades? Atualmen trabalho de faculdade mais a sério. Fre
te costumam-se fazer muitos testes nos qüentemente julgam-se culpados da falta
graus inferiores e, em muitos casos, ao de não estudar, mas não sabem como
entrar-se na faculdade. Quando possível criar motivação para fazê-lo, o que cons
saber a categoria de alguém, deve isso ser titui uma desvantagem fatal para o estu
anotado e avaliado. Para se processar a do eficaz. Não lhe podemos oferecer mo
avaliação, porém, o estudante terá sem tivação, mas atalvez possamos dar-lhe algo
pre de considerar a população que se sub que o ajude desenvolvê-la.
meteu ao teste, isto é, as pessoas com
quem concorreu. No ginásio, em um teste Falta de motivação. Por que é a motiva
de inteligência, talvez você atingisse o ní ção um problema para os estudantes de
vel de 90 por cento, o que significa que faculdades? Em parte, porque há enormes
excedeu em 90 por cento os estudantes diferenças entre ginásio e faculdade,
testados. No entanto, essa mesma classi como já tivemos ocasião de demonstrar.
ficação, comparada com a dos estudantes Quando alguém insiste muito para que
da faculdade, poderia atingir apenas o ní você faça seus deveres, dificilmente será
vel de 50 por cento. Significa isso que necessário qualquer esforço interior. Tôda
50 por cento de seus companheiros de fa a motivação vem de fora. Na faculdade,
culdade podem fazer melhor do que você, essas pressões externas não são tão gran
quando somente 10 por cento dos seus des, e cabe a você a inteira iniciativa de
condiscípulos do ginásio o conseguiram. se atirar ou não ao trabalho.
É, portanto, mais garantido estudar, se Outra razão diz respeito aos propósi
possível, como a sua habilidade se salien tos vocacionais. A maioria dos estudantes
ta em sua própria faculdade ou na fa que vão para a faculdade expressam al
culdade que pretende freqüentar. Para gum tipo de propósito vocacional. Dese
tanto, o estudante deve dirigir-se ao con jam ser médicos, advogados, engenheiros,
selheiro de seu ginásio ou à consultoria vendedores, homens de negócio, e assim,
da racuidade, se houver. Desde a guerra por diante. Tais objetivos, no entanto,
qüe cada vez mais faculdades têm insti são bastante vagos e com freqüência se
tuído escritórios ou clínicas onde os estu acham em processo de mutação. Poucos
dantes podem submeter-se a testes e re estudantes estão absolutamente seguros
ceber conselhos sobre os problemas esco do que pretendem ser, e ainda menos têm
lares. Em tais departamentos existem qualquer idéia do que devem fazer na fa
conselheiros especializados, que sabem culdade a fim de se prepararem para as
não apenas como dar e interpretar testes, vocações escolhidas. O conselho vocacio
mas também comoacadêmicas
das qualificações reunir todo eo pessoais
quadro nal
tandono rapidamente,
ginásio e na efaculdade estáajudará
sem duvida aumen
do estudante. Os testes, em si mesmos, muitos estudantes a decidir-se um pouco
longe estão de ser infalíveis. (Em parte mais cedo sôbre o'que desejam ser; inevi-
por esta razão, as agêncjas que os prepa tàvelmente, porém, muitos outros conti
ram muitas vêzes não deixam o estudan nuarão vagos e indecisos. De fato, é de
te saber o que eles fizeram num teste). Os veras difícil para êstes saber o em que
conselheiros sabem disso, mas sabem tam estão realmente interessados, e na indeci
bém como considerar todos os lados do são poderão continuar, até que tenham
problema do estudante e ajudá-lo de ma freqüentado a faculdade por bastante
neira que possa resolver seu caso pessoal. tempo. Na verdade, uma das coisas que
ela deveria fazer por você seria ajudá-lo
MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO a desenvolver seus propósitos. Mesmo
DA FACULDADE assim, a escolha,vocacional se torna difí
cil, especialmente nos cursos das artes li
A motivação é o mais
Nãosério
raro,problema
berais, muito gerais da
e muito distantes
de muitos estudantes. êles pa problemas práticos vocação. (Veja dos
a
recem não demonstrar qualquer interêsse relação na página dezenove, que podè aju-
18 Como Estudar

dá-lo a organizar o seu pensamento ou habilidade nata; não se deve, portanto, li


motivação). gar muito para êsse fato. Outras razões,
Pouco podemos fazer neste tipo de li porém, devem oferecer alguma motivação
vro a fim de ajudá-lo a cristalizar seus para o estudo eficaz. Os empregadores fi
fins vocacionais. Em pàrte, porque isso é cam impressionados com as notas e ofe
trabalho seu, algo que você mesmo deve recem melhores oportunidades de emprê-
rá decidir; em parte, porque é coisa que go aos que atingiram médias de níveis
leva tempo. Se você está vacilante e in elevados.
certo e houver serviços de conselho dis Ainda mais importante, porém: os
poníveis, sirva-se dêles. Quanto mais de mesmos hábitos e conhecimentos que in
pressa você souber o que deseja e o que fluem no sucesso do aluno na faculdade,
pode fazer, tanto mais depressa será ca também promoverão seu sucesso na vida
paz de se devotar ao trabalho da faculda prática. De fato, os hábitos de trabalho
de com firme propósito. Com intenção ensinados neste livro não estão, de ma
definida, achará muito mais fácil adotar neira alguma, confinados ao trabalho da
os hábitos e conhecimentos necessários ao faculdade. Quase tôdas as pessoas treina
estudo eficaz e sucesso acadêmico. das em faculdades estão exe rcend o fun- ,
ções onde exatamente os mesmos conhe
Sucesso acadêmico e vocacional. Embora cimentos são exigidos: ler ràpidamente,
decidir o que você pretende fazer seja de mas compreender e relembrar o que le
ver seu, nós podemos ajudá-lo um pouco ram, saber programar seu tempo, tanto
na decisão a tomar, apontando-lhe algu como o faz um bom estudante, e “fazer
mas
do quecoisas
você pretenda
verdadeiras
fazer.
e Se,
independentes
por exem exames
pondam ' as
quase diàriamente,
perguntas quando
de seus res
fregueses,
plo, você está interessado em conseguir empregados óu sócios. Sua necessidade de
uma boa renda, atente cuidadosámente hábitos de estudo eficientes é a mesma
nos seguintes fatos: que tiveram quando estudantes de fa
Os que obtêm os melhores graus nas culdade. A maioria das pessoas sabe como
faculdades são em geral os que conse é importanté na vida prática o ser efi
guem melhores rendas mais tarde, na ciente no trabalho, e muitas desejariam
vida prática. O membro da F. B. K, por ter começado mais cedo o esforço de
exemplo, é quem costuma ganhar consi adquirir hábitos e habilidades positivos.
deravelmente mais do que os outros li Esta a razão mais forte que çonhécemos
cenciados em geral E as pessoas que go para aquisição de bons hábitos de traba
zam do prestigio de figurarem no Quem lho no colégio, antes que seja demasiada
é Quem tiveram, em média, melhores no mente tarde.
tas na faculdade do que os que não atin
giram tal distinção.
tas; pesquisas sôbreTêm sido feitas
indivíduos, em mui
seus A importância
qualquer dosdegraus.
intenção Se você numa
se matricular nutre
vários grupos, e todos mostram correla escola profissional, o que estamos dizen
ção bastante acentuada entre notas da fa do sôbre graus é de grande importância.
culdade e sucesso posterior. Por exemplo, Será o fator que, provàvelmente, decidirá
há alguns anos, o antigo presidente da se você deve ou não matricular-se em Di
American Telephone and Telegraph Com- reito, Medicina ou noutra escola gradua
pany, Sr. Walter Gifford, escreveu um ar da! Quando você se matricula em tais fa
tigo em Harpers Magazine, no qual acen culdades, esteja certo de que os seus
tuou que a capacidade de ganhar dos em graus são examinados meticulosamente,
pregados de sua companhia demonstrava porque a experiência deinonstrou que os
uma relação muito íntima com as notas bons graus são o melhor indício de su
que tinham conseguido na faculdade. cesso. Embora algumas pessoas com “pis
Há, sem dúvida, várias razões para tolões” possam ser admitidas com médias
que assim seja. Uma, naturalmente, é que medíocres, isso não acontece com muita
vencem melhor, na faculdade como na freqüência. A maioria das escolas gradua
vida prática, os que possuem mais talen das e profissionais tem de duas a dez vê-
to. Pouco se pode fazer em matéria de zes mais candidatos do que o número que
O Estudo Bem Sucedido 19

MOTIVAÇÃO PARA A FACULDADE


0 questionár io abaixo desti na-se a ajudá -lo a pensar sôbre a motivação
e a dar-lhe alguma luz sôbre a mesma. Leia do princípio ao fim cada
grupo de itens; depois classifique-os pela ordem de importância, usando
1 para a frase que se ajusta melhor ao seu caso, 2 para a frase seguinte,
segundo o mesmo critério, e assim por diante.
I. Vim (ou irei ) para a faculdade porque: III.
Minha motivação para a forma tura é a
Sei o que quero ser, e a preparação su
------
seguinte:
perior é necessária para isso. Provar a mim mesmo que estou apren
------

A fa m ília desejou, em bo ra eu nã o o de
------ dendo alguma coisa.
sejasse. Obter uma boa recomendação de em-
------

Pensei que fôsse muito divertido.


------ prêgo.
Desejei possuir maior conhecimento e
------ Dar satisfação à família.
------

compreensão do mundo em que vivo. Fazer melhor do que os meus concor


------

Muitos dos meus amigos vieram e eu de


------ rentes. .
sejei estar com êles. Gozar da reputação de ser bom estu
------

■ Desejei afastar-me de casa.


------ dante.
- <
Interesso-me muito por atletismo e pelas
------
— Ser resp eit ado p elo s meus pr ofe sso res .
atividades estudantis.
Um grau universitário parece indispen
------ IV . Algumas vêzes não estudo quando d evia
sável nos dias atuais. porque:
—— Gosto de estudar e estou particular Preocupo-me com problemas pessoais.
------

mente interessado em algumas matérias. —— Simplesmente não posso


ressado por certas sentir-me inte
matérias.
II. Quero obter graus suficientemente bons ,
que me garantam permanecer na far Estou por demais envolvido em ativida
------

culdade des extracurriculares.


para satisfazer as exigências do licencia-
----- -
-— Estou afetado por doença e saúd e pre
' mento cária.
para me deixar participar de atividades
------ —— Sinto-me distraído por coisas que acon
extracurriculares tecem em torno de mim.
para figurar no quadro de honra e ofe
------ — Tenho a t end ênc ia d e p ôr de lad o o me u
recer-me especial reconhecimento trabalho.
-— - conse guir posição proe minente na fa —— Sinto-me fàcilmente tentado a fazer coi
culdade. sas mais interessantes.

podem aceitar. Só podem, portanto, acei nal. Pode-se aprender muito e adquirir
tar os melhores. Em muitos setores, difi uma educação realmente útil sem mister
cilmente
dia alguém em
B é tomado comconsideração
menos do que a mé
para ma de
gensgraus altos, e algumas
que produzem os ás podemdas engrena
ter es
trícula. Algumas escolas chegam a pro tado concentradas com tal empenho em
clamar orgulhosamente que raras vêzes fazer somente á necessário para a obten
admitem alguém com nota inferior à mé ção de graus, que perderam parte valiosa
dia A. Se, portanto, você é um dos que de sua educação. No conjunto, entretan
pensa que pode seguir estudos avançados to, os graus indicam o que se aprendeu,
depois da faculdade, deve compreender pelo menos nos cursos, e o que se poderá
que as médias aí obtidas serão de supre conseguir no futuro. De fato, muitas pes
ma importância e, assim, exercerão seu quisas científicas evidenciam que êles
efeito. predizem, tão bem ou melhor do que
Os graus, naturalmente, não são a qualquer outro índice, o sucesso dos indi
única medida do valor de um homem ou víduos em estágios de ensino mais avan
do seu sucesso acadêmico. Quase todos os çados e no mundo da atividade diária.
professores na escola pública ou na fa Assim, embora possamos nutrir alguma
culdade
cessário. osÊles
descrevem comoapenas
constituem um mal ne
medida reserva acêrca
zões para de graus,e êles
se trabalhar boas são boaspara
coisas ra
um tanto imperfeita do sucesso educacio- conseguir.
20 Como Estudar

A satisfação no estudo. Naturalmente, há Antes de mais nada, diga-se que o


outras razões, além de graus, para se es que conta não é o quanto você estuda,
tar interessado em melhorar as técnicas mas o quão bem o faz. Quando os estudan
de estudo. Aprender pode ser coisa muito tes estão divididos em grupos de acôrdo
divertida, e saber o que aprender e como com o tempo dedicado ao estudo, verifi
aprender torna o esforço ainda mais in ca-se que entre aquêles que estudam mais
teressante. Se você é capaz de ràpidamen- —- além de trinta e cinco horas por sema
te ler Um livro e sabe como selecionar os na, digamos — alguns obtêm realmente
pontos principais e lembrá-los, você vale piores graus do que outros. Isto não
muito mais. Além de adquirir conheci significa necessariamente possuam êles
mentos úteis e interessantes, você experi fraca habilidade acadêmica; não há estu
menta uma sensação de satisfação e sente dante que não conheça alguém que, con
o orgulho do artesão por seu trabalho. quanto seja relativamente brilhante, e
Embora não possa ver o que fêz, sabe que estude dia e noite, não consegue, por
conseguiu alguma coisa digna do esforço qualquer motivo, os graus que deveria
despendido. Conseguindo-o uma vez, está conseguir. Os psicólogos educacionais que
em melhor posição de o conseguir de fizeram pesquisas com estudantes estão
nôvo. Você pode ler v cada vez mais, e bastante convencidos de que o fator pri
aprender cada vez mais. O aprender tor mordial é a qualidade, não a quantidade
na-se, portanto, um processo excitante e do tempo empregado no estudo. Embora
agradável, não uma experiência monóto
na e estéril. Se você se aplicar no desen os
vel casos
é quedifiram uns' dosseja
você também outros, o prová
dos que po
volvimento dos métodos de estudo aqui deriam fazer mais em menos tempo, se
descritos, podemos quase garantir que aprendesse como.
virá a gostar do estudo e não a detestá-lo
como muitos estudantes. Empregos de meio expediente. Juntamen
te com êste ponto, traremos êste que lhe
Como estudar menos. Outro pensamento causará surprêsa: Os estudantes de fa
que pode impulsionar a súa motivação culdade que trabalham em geral conse
para aprender a maneira de como estudar guem graus tão bons ou melhores do que
é êste: Bons hábitos de estudo são alta os que não trabalham. Em alguns casos,
mente eficientes e permitem se consiga inclusive, são êles nitidamente superiores.
mais, em menos tempo. O tempo que você Há provavelmente várias boas razões
economiza fica para ser empregado em para que a comparação apresente êste re
outrosdemisteres
cipar na faculdade,
mais atividades como
sociais parti
e extra- sultado. Os estudantes
para custear que atrabalham
os estudos têm possibili
curricularès, ou talvez estudar coisas que dade de ser mais altamente motivados do
lhe são particularmente interessantes. Se que os outros. O pafgar algumas de suas
você é dos que precisam ganhar parte do próprias contas faz com que lhes pareça
que lhe é necessário para a vida acadêmi mais importante conseguir algo pelo seu
ca, terá mais tempo para o trabalho, de esforço. Atiram-se, assim, com mais em
modo que não interfira êle no seu sucesso penho aos estudos. Outra razão pode ser
escolar. Podemos tranqüilamente fazer a de serem forçados a programar o tempo
essas promessas porque elas ja foram de disponível com mais sabedoria do que os
monstradas. Em muitas universidades di outros estudantes. Como o trabalho de
ferentes, os estudantes treinados nos mé meio expediente é feito dentro de um ho
todos aqui explanados, conseguem em ge rário, os estudantes que trabalham de
ral melhores graus com menos tempo gas vem também programar suas horas de es
to em estudo do que os outros estudantes. tudo, se o quiserem fazer. Não podem
Considerem-se ainda dois outros fatôres desperdiçar inutilmente o tempo. E admi
que foram provados: nistrar o tempo, como dissemos, e mostra-
O Estudo Bem Sucedid o 21

DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO APLICADO EM ESTUDO As curvas mostram as


horas de estudo por se
mana para grandes
números de estudantes
s numa universidade es
te tadual, durante as três
n
a quartas partes de um
d
u
t
ano acadêmico. Todosos
s estudantes foram matri
e
e culados em aulas
“como estudar”. dé
Note-se
d
a grande variante em
m
volume de estudo; al
e
g
guns alunos estudaram
ta somente três ou quatro
n horas por semana, e al
e
cr guns outros tanto como
e cinqüenta e cinco ho
P
ras. Note-se também os
esforços, de certa forma
mais consideráveis, dos
estudantes do outono.
(De C. Bird e D. M. Bird
— Aprender mais pelo
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 Estudo Eficaz — Apple-
ton - Century - Crofts,
Horas de estudo durante a semana Nova Iorque, 1945, p. 56)

remos em pormenor mais adiante, é fa ao ponto de onde começamos: Não é tanto


ceta importante do estudo eficaz. Uma quantas horas você estuda, mas a manei
razão final deve ser simples, embora ra como usa aquelas de que dispõe. Exce
amiúde assim não seja compreendido. Das to em circunstâncias fora do comum, há
tantas horas de uma semana há tempo su tempo bastante para trabalhar, estudar, e
ficiente para trabalhar, gozar muitas ati procurar divertimento, desde que se sai
vidades sociais, e ainda dispor de muito ba como dividi-lo para as três coisas. (Até
tempo para estudar, se elas forem inteli parece que tal tempo não existe!) — mas
gentemente usadas. Isso nos leva de nôvo nós o provaremos no capítulo seguinte.
S e você é um representante típico da
vasta maioria de estudantes, há de expe
rimentar pelo menos uma, se não mais,
idas seguintes dificuldades: Primeiro, não DOIS
faz tanto trabalho de estudo quanto de-
veria, Não é que não tente, ou mesmo
que não se dedique às atividades de
estudo, mas, de uma forma ou de outra, EXECUTAR
não consegue realizar tanto como deve qu
pode. Segundo, desperdiça tempo passan
do de uma matéria para outra. Tenta es-
tudar demasiadas coisas no mesmo dia ou
\até na mesma hora. Por isso, é tão desor
ganizado, que não se fixa numa matéria o
' necessário para obter algum resultado. Fi
nalmente, tem dificuldade em se .devo tar TRABALHO
ao trabalho. Está-se preparando sempre
ipara estudar, mas, por variados motivos,
to tempo passa antes que você realmente
se decida a iniciar a tarefa. Üm horário economizá tempo, O primei-
Tôdas essas dificuldades são aspectosro remédio — algo talvez de utilidade
um tanto diferentes do mesmo problema. para tôda a gente — é estabelecer um ho
Quando você estuda, simplesmente não rário para estudo. Um horário bem pla
consegue utilizar o tempo e aplicar-se de nejado proporciona tempo. Faz com que
forma que possa realizar algo de concre você evite vacilar acêrca da tarefa que
to. Conquanto possa ser você um estudan deve executar em seguida. Permite-lhe
fazer a coisa certa no tempo certo, a fim
te que supõe
afinco, estudar muito
há probabilidades de eestar
com desper
grande de evitar precipitações sôbre o que estu
diçando o tempo. De fato, se você estuda dar.
do em
Reduzirá muito o tempo desperdiça
vacilações. Se delineado com crité
durante mais horas do que os colegas, é rio, proporcionará tempo onde é êle ne
muito provável que metade ou mais do cessário, impedirá que você estude uma
tempo empregado seja um desperdício. matéria mais do que deve, e o fará des
pender tempo onde realmente precisa fa
A IMPORTÂNCIA DE UM HORÁRIO zê-lo. Com o horário assim organizado,
você verificará que dispõe de mais vagar
Felizmérite, êsses males têm remédio. para aquilo que dêle necessita, bem assim
A receita, porém, é constituída não de para as coisas indépendentes do estudo
uma terapêutica, mas de várias. E há tô propriamente dito.
das as coisas que você pode empreender
por si mesmo. Nem tudo lhe oferecerá re Faça com que cada hora conte. Por fim,
sultados, mas você deve oferecer-lhe os
“ melhores esforços até que encontre a naturalmente,
horário que melhor
você consegue
lhe convém
organizar
às horaso
•jideal combinação para seus hábitos e ha de aula, trabalho de laboratório, emprêgo
bilidades pessoais. de meio expediente e assim por diante.
Executar o Trabalho 23

Nós podemos apenas mostrar-lhe o que sidades. Caso contrário, os estudantes es


fazer para conseguir tal objetivo. Come tão sempre julgando-se atrasados, esgo
cemos com o exemplo dado no quadro que tam as energias em certa matéria a fim
se segue. Trata-se de um horário-modêlo de recuperar o tempo perdido, o que, por
para um estudante cuja tarefa é razoavel sua vez, fá-los atrasar em outros tra
mente pesada. Nêle se acham incluídas as balhos.
seguintes matérias: economia, psicologia, Há outras razões importantes a fim
alemão, literatura inglêsa e química or
gânica (compreendendo, esta, laboratório de se planejar
nadas matérias.umÊlehorário para determi
lhe permite designar
e conferências). Êsse estudante, outros- para matérias “fáceis” menos tempo do
sim, tem um emprego que lhe exige duas que para as “difíceis”. Também distribui,
horas nas tardes de todos os dias da se em vez de acumular o tempo de estudo.
mana. Têm os psicólogos realizado enorme!
Note-se, antes de mais nada, que o hq- quantidade de pesquisas sôbre a maneira U
rário está planejado para períodos de de “controlar o tempo de estudo”, e essas [
uma hora. Uma razão para isso é que pesquisas também sublinham a necessi-;
muitos dos intervalos entre as aulas de dade da distribui ção de tempo. Qu er isso f
qualquer estudante têm a duração de dizer que, â longo prazo, você aprendériá
uma hora. Essas horas vão-se somando, e muito mais e lembrar-se-ia melhor de
somente se as usar adequadamente pode quanto estudou, se gastasse oito horas
êle evitar o desperdício de grande parte distribuídas a longos espaços, estudando
da semana. Razão mais importânte, porém, alguma coisa, do que se passasse oito ho-!
refere-se à psicologia
cólogos sabem, por do trabalho. Os
experiência psi
colhida ras consecutivas
mente, fazendo
há o melhor o mesmo.
tempo Final- ''
pára estudar"
em pesquisas, quê as; pessoas conseguem determinada coisa, dependendo do que -
realizar melhor o trabalho se o faz inten seja. Certas matérias deveriam ser estu
samente durante um período de tempo ra dadas em certas horas e não era outras.
zoável, e depois descansando ou mudando Como boa regra geral, o período de
para outra qualqüer tarefa. Para todo in estudo para alguma matéria deye aproxi-
divíduo, há um ciclo ótimo de labor e des mar-se do séu período de aula. Isso hãó
canso, de acordo com a espécie de traba significa que todo o tempo da tal matéria
lho. Para o exigido pelo estudo, e para o deve ser programado assim, mas somente;
aluno típico, um período de quarenta a parte dêle. Â regra pode mesmô ser sub
cinqüenta minutos, seguidos de mais ou dividida em duas partes: se o tempo de
menos dez de descanso, é o que se consi aula é sobretudo devotado a explanação.!
dera ideal. Conseqüentemente, uma hora em vez de o ser a leitura em voz alta, de
usada criteriosamente está bem perto da ve-se arranjar um freríodo de estudo ime
melhora unidade
para maior partede tempo recomendada
do estudo diatamente
universi quase após.leitura
tôda para Entretanto,
em vozsealta,
a aula
pro-]éh
tário. grama-se um período de revisão logo
antes da aula. Alguns cursos são de ma
IQuando estudar.Note-se também que as neira bastante, acentuada: ou tudo expo-!
jhoras no horário estão delineadas para as- sicão ou tudo leitura em voz alta. Outros
’suntos específic os, não apenas para “ estu são mistos. Você deve organizar o horá
dar”. Isso, em parte, visa a economizar rio de acôrdo com isso.
tempo que se podia desperdiçar vacilando
a respeito do que fazer, e em parte para Estudar para as aulas de explanação. Que
garantir que o aluno tenha consigo todos faz você num período dè estudo imedia
òs materiais necessários ao mister de' cada tamente depois de uma explanação? Revê
dia. (Não estar preparado para estudar é os apontamentos tomados em aula, pro
uma das razões mais comuns de desperdí curando assegurar-se. antes de tudo, de-
cio de tempo). Também se verifica, pro que os compreende. Não conclua que as
gramando horas para estudar determina similou tudo apenas porque foi capaz de
das matérias, que se pode trabalhar em seguir todos os principais tópicos expos
ícada uma delas, de acordo com as neces tos pelo professor em aula. É fácil cair
24 Como Estudar

TIPO DE HORÁRIO PARA ESTUDANTE DE FACULDADE


Êste modêlo de horário destina-se aos estudantes cujas tarefas são apenas
moderadamente pesadas. Note-se que as horas de aula são designadas
para matérias específicas e o tempo destinado a estudo atinge cêrca de
vinte e cinco horas semanais. O estudante tem um emprêgo que o ocupa
dez horas por semana.

HORA SEGUNDA TÊRÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

7-8 Vestir-se Ves tir- se Ve stir-s e Ve stir -se Ves tir -se
Café Café Café Café Café

8 -9 'Econ. aula Est. Econ. Econ. •aula Est. Psicol. Econ. a ula Ves tir-se

9-10 Est. Alem. Lit. Ingl. Est. Alem. Ingl. aula Ést. Alem. Quím. Orgân.
aula aula

10-11 Alem . aula Est. Alem. Al em . aula Est?* Alem . Al em . aula Qu ím . Org ân .
lab. ,

11-12 Psicol. aula Est. Alem. Psicol. aula Est. Alem. Ps icol. aula Quí m. Orgân.
ou Psicol. ou Psicol. lab.

12-13 A lm ôço A lm ôç o A lm ôç o Lab. cont. ou


A lm ôç o A lm ôç o almôço

13-14 Quím. Organ, Estudo ou ; Quím. Orgân. Estudo ou . Quím . Orgân. A lm ô ço ou


aula recreio aula recreio aula recreio

14-15 Est. Quím. Est. Psicol. Estudo Est. Psicol. Est. Quím. Recreio
Orgân. Orgân.

15-16 Est. Econ. ROTC ou Est. Econ. ROTC ou Est. Quím. Recreio ou
At let ism o At let ism o Orgân. . Estudo

16-17 Empregado Empregado Em pregado Empregado Empregado Recreio •

17-18 Empregado Empregado Empregado ' Empregado Empregado Recreio

18-19 Jantar Jantar Jantar Jantar Jantar Jantar

19-20 Est. Ingl. Est. Quím. Est. Ingl. Estudo de Recreio Recreio .
Orgân. matéria estudo de
atrasada preparação ou
Biblioteca biblioteca

20-21 Est. Ingl. Est. Quím. Est. Ingl. Recreio


Orgân.
21-22 Recreio

nessa ratoeira e enganar-se a si mesmo, lhe afiguram importantes. Você pode fa


pensando que aprendeu mais do que real zer isso enquanto a explanação ainda lhe
mente conseguiu. está fresca na mente; mas o trabalho lhe
1 Quase sempre, a menos que o profes parecerá sem esperança, se deixar o tem
sor seja de organização fora do comum e po correr e com êle a sua lembrança. Ao
você um campeão de tomada de aponta rever seus apontamentos, você pode tam
mentos, é conveniente revê-los ou reescre bém reorganizá-los a fim, de torná-los
vê-los. Ao fazê-lo, elimine quaisquer dê- mais legíveis, melhor ordenados, e em
les que agora parecem triviais ou sem im- condição mais útil para as revisões subse
íportância, e desenvolva aquêles que se qüentes.
Executar « Trabalho 25

f Que faz você quando um período de a andar trôpego durante todo o curso. Em
jestudo é colocado precisamente antes de matérias como línguas e matemática,
juma aula? Se a aula é uma explanação, onde o conhecimento e habilidades se
jvocê pode rever a matéria de que trata a processam pari passu, as conseqüências
jexplanação. As aulas exigem freqüente- de má preparação podem ser calamitosas.
ímente que os estudantes leiam o livro di- Se um aluno não se prepara a tempo, êle
Idático a elas referente, antes da exposi não sabe o que está passando na aula e
ção, especialmente nos mais amplos cur mostra-se hesitante em responder a per
sos preparatórios. No entanto, os alunos, guntas por receio de revelar sua ignorân
em sua maioria, não fazem isso, pois nin cia. À medida que as coisas se vão tor
guém exerce controle sôbre êles a tal res nando piores, êle vai-se afobando cada
peito. A preparação é, não obstante, boa vez mais, tanto no estudo externo como
regra de estudo eficaz, pois quanto mais na aula, porquanto nãô acompanhou a
você souber sôbre o assunto de que fala o matéria dada anteriormente. O estudante
professor, tanto mais aprende em aula e preparado, ao contrário, tira proveito de
tanto melhores seus apontamentos geral cada passo dado. Outrossim, deixa de ter
mente se tornam. Você sabe, melhor do mêdo ou de ficar aborrecido durante a
que ninguém, o que é importante ou não aula. Sabendo o que se está passando e
no seu «aso, entre as coisas que o lente sentindo-se apto na matéria, êle acha o
expõe, e tem probabilidades de ser capaz estudo interessante, e até excitSnte. Pode
de identificar a terminologia técnica que participar dos trabalhos de aula e satis
êle não explicar. fazer-se com seu progresso. Abre, assim,
Estudo para os cursos de leitura em voz caminho no mais
o de possuir difícil dos
suficiente problemas
motivação —
e inte-
alta. Se uma aula é sobretudo constituída rêsse no estudo.
de leitura em voz alta, como muitas dos
cursos de línguas o são, você pode usar o COMO FAZER E REVISAR UM
período de estudo antes da aula a fim de HORÁRIO
se exercitar na leitura. Se a matéria é das
que você pode assimilar no espaço de Já explicamos por que um horário de
uma hora de maneira segura, êsse pode estudo deve ser delineado em horas, e
ser o seu principal período de estudo. Em certas matérias devem ser estudadas ime
muitos casos, porém, essa hora não será diatamente antes ou depois dos seus pe
suficiente, e você não deverá correr o ris ríodos de aula. Chegamos agora à questão
co de que ela o seja. Para se garantir, de saber como se pode arranjar tempo
você deverá repassar a matéria respecti para assuntos particulares. Como planeja
va mais cedo e usar o período de estudo você e revisa um horário de estudo? Di
para revisão
daquilo e paraprèviamente
que tenha leitura em assimila
voz alta zemos planeja
plesmente não epode
revisa porque um
organizar você horá
sim
do. Dessa forma, você distribui o estudo e rio no. comêço de um período letivo, nem
conseguirá afinar-se para uma boa exe mudá-lo apósr^Deve você revisá-lo à luz
cução durante a aula. Conseqüentemente, de sua experiência durante o período. De
você não só fará o máximo na aula, como qualquer maneira, precisa elaborá-lo, e é
provavelmente conseguirá tirar-lhe o me 'você mesmo que o deverá fazer.
lhor proveito. Em vez de depender dela
para iniciar o que já devera ter feito por Quanto tempo? O volume de horas desti
seu próprio esforço, você pode agora con nadas a certas matérias dépende, natural
tar com ela para aprimorar os dois terços mente, do total de tempo de estudo que
do trabalho já executado. você julgue necessário organizar. Esta é'p
A propósito, embora seja dito aos uma facêta altamente individual do pro- !
alünps, durante todo o curso, ser conve blema: você mesmo "dev e avaliar suas
niente que estejam preparados, a verda possibilidades e hábitos de estudo. A<;
de, é que de maneira assaz freqüente êles maioria dos estudantes, como demonstra-«
não aprendem a praticar a. máxima. Não mos no último capítulo, tendem a supé- s
se preparar no tempo apropriado equivale restimar a própria inteligência, rapidez.
26 Como Estudar

de leitura, habilidade para trabalhar etc.


Portanto, deixo a seu critério o problema
de determinar o quanto você ppde conse
guir em um certo espaço de tempo, es
pecialmente se a sua ambição é elevada.
Certifique-se, pois, de haver organizado
bem o tempo para a sua principal taréía
na faculdade, que é estudar.
, Não se exceda no zêlo, porém. Deixe
1quantidades de tempo realísticas para co-
' ímer, dormir e descansar. O repouso é es
sencial, não apenas porque você deve per seu programa escolar. Boa regra geral é
manecer sossegado e saudável a fim de considerar que uma a duas horas de tem
conseguir o máximo na faculdade, mas po de estudo são exigidas para cada aula
- também porque o tempo de lazer bèm de exposição ou de leitura em voz alta.
aplicado é parte essencial da educação Você pode modificar isso, de acôrdo com
superior. Nas fábricas e escritórios — o que sabe a respeito da provável difi
bem como nos estudos — quando as pes culdade que vai sentir nos seus cursos.
soas tentam trabalhar em excesso — di E a estimativa dessa dificuldade, você a
gamos, cinqüenta e cinco a sessenta horas fará levando em consideração sua expe
por semana — não só se tornam menos riência e treinamento anteriores. Se o es
felizes e menos eficientes, como também, tudo de línguas tem sido sempre relati
de hábito*
não fazem menoç
trabálhasseiri do que Éfariam
em demasia. se
por isso, vamente
difíceis asfácil
ciências,
para você,
arranje
e relativamente
tempo para
pelo menos em parté, que os estudantes estas. Se sièntir que obteve boa preparação
“ pé-de-b oi” , alguns dêles pelo menos —- para um curso, mas deficiente para outro,
os que trabalham de trinta e cinco a cin estabeleça itrnaOmaneira dè ajtistar tal di
qüenta horas por semana — não conse ferença, Isso, naturalmente, é conselho
guem tão bons resultados quanto os que bastante óbvio, e os estudantes, em süa
■ ;trabalham menos. Há exceções, natural-- maioria, lèvam tais pontos em considera
mente, mas não se considere uma delas, ção ao escolherem os cursos e ao se pre
até que o tenha provado. Se você apren pararem para êles. O que, porém, não fa
der a trabalhar eficazmente com um ho zem, e você deve fazer, é pensar cuidado
rário de trabalho mais curto, talvez de- samente nessas e em outras questões, no
pois venha a ser capaz de labutar mais início, e incorporar seus cálculos no ho
dura e longamente, se necessário. Come- rário de estudo.
çar tentando fazer o máximo, porém, Quando tiver prontos os melhores
muitas
de tudo;vêzes conduzimportante
e é mais a total desistência
trabalhar cálculos
rios a respeito
cursos do trabalho
vão exigir, que osentãoi
estará você vá
com um horário moderado que funciona, apto para preencher todos os dados do ho
do que com um que acaba em pandarecos, rário provisório. Ao decidir onde colocar
por exageradamente ambicioso. períodos de estudo para diferentes maté
rias, tenha em mente o €fue se disse sobre
, jComo distribuir seu tempo. Tratemos ago a conveniência de serem programados |
ira dos pormenores do horário. Use as pá- uns para antes da aula, outros para!
. ginas que encontrará no fim do livro depois.
. para êsse propósito (elas podem ser reti
radas com o emprêgo de uma régua). Co Um exemplo. Para ilustrar o processo de
mece com o “Horário de Trabalho Provi organizar um horário, considere o gráfico
sório”. Logo que saiba quando começarão apresentado na página n.° 27. O estu
* ias aulas de laboratório, preencha as pá dante distribuiu um total de vinte e três
ginas. A seguir, escreva o volume de tem- horas por semana para estudar. Além
s;«tinas
po quediárias.
você gaEstao comendo e no utraspara
tempo necessário ro- disso, arranjou
adicionais serem espaço parano seis
utilizadas horas
estudo de
estudar cada uma das várias matérias do matérias em atraso ou na revisão para
Executar o Trabalho 27

UM DIÁRIO DO TEMPO

A fim de descobrir com o você está agora empregando seu tem po e aju
dá-lo a desenvolver um horário realístico para seu próprio uso, você deve
ter o comando do seu tempo durante pelo menos uma semana. Faça dela'
o protótipo da semana de horário regular de aulas e estudo. Transporte
èste livro com você ou desenhe alguns quadros em cartões que possa usar

EXEMPLO SEGUNDA-FEIRA TÊRÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA

At ivi da de At é Te mp o Ativ . Até Te m po At iv . At é Tempo A ti v. At é Te m po

D & c m ü ft, y ,3 o &<?


7)SS 0 /& S

fh q -d h n ê ç ú - 8,lá o,ao
ft u x M ò 9 ,c o 0 ,h s

A x i£ a ,
io) CO 1,00
T e r n fe Ê t/ v fa i iO / z £ o, a s
1 1 ,0 0 0,33
/fá ã 12,00 t,oe
f l ô n é 'ç & J 2 ,S 5 0,25
13,00 0/3S
íoak t6 ,c c 3,00
T /L o 1 h » 0 i& - (8/CCa,co
T a n jp fr { fa te * / 8,30 0,30

^ejJjÚÂa- t919,00 0,30


S a r ifo /c
,2 o o,ao
!%c. acfis Ô^S
eo,so 0,3S
88,00 1,10
Jádtm çáe' 23,IS /, /s
<7éi£à£3> 2Z?C 0,ts
J>etyrtiA, . — — ■'
28 Como Estudar

para o caso. Siga o exemplo à esquerda do quadro como guia para seguir
a carta. Cada vez que comece uma atividade., escreva-a na coluna indi
cada; e quando a termine, anote a hora no retângulo ao lado da mesma.
Subtraia cada tempo anotado do seu conseqüente e anote a diferença no
retângulo da coluna conveniente. Assim, terá você o tempo gasto em cada
atividade.

QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA SÃB AD O DOMINGO

Ativ. At é Tempo At iv. At é Tempo At iv. At é Tempo At iv. A té Te m po

v..:


Executar o Trabalho 29

SUMARIO DE TEMPO DIÁRIO

Adicion e as fraçõ es de tem po registra da s em seu Di ário pa ra ca da ativi


dade e escreva os totais nos espaços abaixo. Assim você será capaz de ver
exatamente onde o seu tempo está sendo empregado e providenciar no
sentido de usá-lo mais proveitosamente.

At ivi da de Segunda Têrça Quarta Quinta Sexta Sábado Total da


semana

Dormir

Refeições

Au las

Estudo

Trabalho

Social

-
Recreação

Ati vid ade s


ao ar livre

Tempo livre

Miscelânea

TOTAL

exames. Essas horas “opcionais”, porém, de maior espaço de tempo para escrever
não estãò rotuladas, pois serão usadas o relatório laboratorial.
quando surgir ocasião de fazê-lo. Das restantes matérias, acha êle que
Dos cinco cursos que está fazendo, o Alemão deve ser a mais difícil, já por
êle pensa que a Química Orgânica será a que não foi bora em línguas, já porque
matéria mais difícil, pois inclui laborató êsse curso tem fama de ser um dos mais
rio e exige relatórios sôbre os trabalhos difíceis e êle também sabe que há muito
nêle realizados. Além disso, a Química trabalho mnemónico e tradução para fa
nunca foi coisa fácil para êle. Por êsses zer. Para essa matéria, portanto, êle des
motivos, distribuiu seis de suas vinte e tina cinco horas e duas mais que podem
três horas para o estudo dessa disciplina. ser utilizadas para ela, ou pára Psicolo
Três delas êle as colocou imediatamente gia, se necessário. Das cinco horas re
após as horas das três aulas semanais. A gularmente programadas, êle dispõe três
quarta foi colocada nas sextas-feiras, precisamente antes das três aulas sema
como preparação para o laboratório aos nais de Alemão, por tratar-se sobretudo
sábados. As últimas duas êle as designou de aulas de leitura em voz alta, durante
para têrça-feira à noite, a fim de dispor as quais talvez seja convidado a traduzir.
30 Como Estudar

Ao planejar a utilização do tempo Naturalmente, essa é uma primeira


para as outras três disciplinas, êle acha aproximação do volume total de tempo
que Economia será talvez a mais fácil. necessário para estudar é do total distri
Descendente de uma família de negocian buído para cada curso. A fim de se garan
tes, andou bem no ginásio, e tem lido co tir, êle podia reservar, digamos, seis ho
piosamente revistas de negócios. Além ras extras disponíveis, para o caso de fi
disso, segundo rumores, o texto é consti car provado ser baixo algum de seus cál
tuído
sor dádeênfase
leituramuito
bastante fácil às
especial e oexplana
profes culos. Delas,
quando sem se
os exames dúvida, êle precisará,
aproximarem, e tal
ções. Êle, portanto, designa três horas se vez em outras ocasiões. Além do mais,
manais, mais ou menos o mínimo, para poderá usá-las a seu talante. Essas horas
estudar Economia, e coloca duas delas tão extras são escolhidas e anotadas, no ho
perto quanto possível do após-aula. rário, como recreação ou estudo.
Não pode fazer nada melhor do que Totalizando seus cálculos, êle espera
isso, se tem de dar prioridade à Química estar em aula ou no laboratório cêrca de
Orgânica e ao Alemão, as duas discipli dezessete horas por semana; estudando,
nas que mais o preocupam. de vinte e três a vinte e nove horas por
Até aqui, êle não deu demasiada semana; e trabalhando, dez horas sema
atenção à tarefa de planejar tempo para nais, no seu emprêgo de meio expediente.
a literatura inglêsa, pois é-lhe fácil estu Já é uma boa dose, mas ainda lhe resta
dar essa matéria em qualquer hora. O es rão algumas horas disponíveis. Não
sencial nesse curso será ler ràpidamente lhe será necessário queimar o óleo da
grande Êsse
terior. número de páginas
material não tem de de
leitura ex
ser lido meia-noite, pois,
planejar estar livrenaporverdade, êle22pode
volta das ho
em pormenor eomo num livro didático, ras tôdas as noites, á fim de espairecer
nem será difícil compreendê-lo. O aluno num teatro, cinema ou outra recreação.
somente terá de o ler e apanhar-lhe o Êle dispõe de horas de lazer para refei
sentido, a fim de estar preparado para ções sossegadas durante o trabalho; e de
discussão em classe. Para tanto, êle dis tempo para algum exercício; e começando
pensa um par de horas durante duas tar no sábado à tarde, todo o seu fim-de-se
des da semana para empreender tal ta mana está livre. Algumas vêzes, igual
refa. mente, poderá pensar em gozar fora uma
Resta a Psicologia. Êle nunca teve ou duas noites por semana. Embora o ho
quaisquer cursos sôbre a matéria, já que rário exija mais estudo do que a maioria
de modo geral ela não é ensinada nos gi dos estudantes realmente faz, ainda
násios. Supô-la muito difícil, mas os rela assim proporciona bastante folga em com
tórios dizem que não. Além do mais, de paração com o horário de um médico,
acôrdo com o esbôço do curso recebido no advogado ou homem de negócios, ou
primeiro dia de aula, sua principal tarefa aquêle que o próprio estudante terá pro-
é estudar o livro didático da matéria. As vàvelmente de adotar quando estiver
explanações, segundo o professor, desti- bem lançado em sua carreira.
nar-se-ão sobretudo a explicar e ilustrar
o livro, razão pela qual êle se decide a Revisando o horário. ^Seu primeiro horá-
conceder para Psicologia, como no caso rio para o semestre não deve ser o últi
de Economia, o mínimo de três horas por mo. Há sempre a possibilidade de que te
semana, distribuindo-as nos espaços que nha sido planejado tempo de mais ou de
ainda estão vazios ha parte da manhã e menos para as várias atividades. Talvez
da tarde. Êle, no entanto, não está certo tenha sido você muito pouco realista
de que isso seja o bastante, como não sa quanto ao total de tempo por gastar em
bia se cinco horas por semana seriam su estudo. Acima de tudo, pois, seja realista.
ficientes para Alemão. Por isso mesmo é Seu horário não será de nenhuma utili
que põe de lado duas horas que podem dade se estiver tão falho de realismo, que
ser usadas para Alemão ou Psicologia, de você não possa de maneira alguma se
pendendo da maneira como as coisas mar gui-lo na prática. Faça-o, portanto, de
charem nesses cursos. modo que possa ser utilizado e — talvez
Executar o Trabalho 31

depois você comece a adquirir hábitos de obrigação era estudar literatura inglêsa
trabalho — revisado, a fim de se tornar das sete às dez horas. Resolvido a efetuar
mais condizente com seus objetivos. o estudo de acôrdo com o horário, sentou
Quando você tiver obtido hábitos re à escrivaninha pontualmente às sete ho
gulares de estudo, já não necessitará de ras. Primeiro, descobriu que o lápis pre-
seu horário como incentivo. Poderá então cisavá ser aparado, antes que começasse
usá-lo simplesmente como um plano con a tarefa. Atravessou o corredor e foi à
veniente para as suas atividades se sala de um amigo que tinha apontador.
manais. Lá, deparou-se^êle com uma interessante
Fornecemos-lhe quatro folhas para discussão acêrca dos méritos dos Fords e
que você use nas revisões que tenha de Chevrolets. Aí ficou absorvido por algum
fazer em seu horário. Talvez precise de tempo até que se lembrasse que deveria
mais. Se assim fôr, poderá mesmo arran estar estudando Inglês. Voltou ao quarto,
jar outras. Provavelmente não deverá mu quando se lembrou de que havia um bom
dar o seu horário mais do que uma vez programa de rádio no ar. Com um poucò
cada duas semanas: e em geral não mais de pensar favorável, convenceu-se que
freqüentemente do que cada três ou qua também seria fácil estudar Inglês tanto
tro semanas, pois você deverá saber como com o rádio ligado, quanto com êle des
jdeterminado horário funcionou durante ligado. .Pouco depois, dividida a atenção
|uma ou duas semanas, antes de revisá-lo. entre rádio e livro, acabou por se distrair
|E sem dúvida não fará revisões drásticas. com um retrato sôbre a mesa que lhe tra
:apagando tudo, logo de uma vez. As mu- zia agradáveis lembranças do último fim-
|danças devem ser feitas em apenas umas de-semana. E assim prosseguiu. Chega
poucas horas de cada vez. Do contrário, ram as dez horas, tempo de sair para um
;você ficará de tal maneira confuso, que cachorro-quente e nada de trabalho feito.
acabará não tendo horário algum. Quan- Essa maneira de “driblar” o tempo é
;do conseguir um que funcione bem, com o principal obstáculo para o estudo eficaz.
|ou sem umas tantas modificações de pou Inúmeras pesquisas com estudantes mos
ca monta, trace o Horário de Trabalho traram ser essa a pura realidade; e se
Final que encontrará no fim do livro. você está há muito na faculdade, sem dú
Cumpre-nos, a propósito, mencionar vida o terá testemunhado. Caso seu pro
que você deve ter o horário à mão, para blema seja êsse, e provàveLmente o é,
a êle recorrer com facilidade como refe tente resolvê-lo lenta e cuidadosamente.
rência. Tenha-o em lugar onde possa vê-lo Pode ser resolvido, mas exige prática e
várias vêzes durante o dia e, assim, con- determinação.
servá-lo como um lembrete do que deve Comece por tornar curtos seus perío
ir fazendo. Bom lugar é a primeira pági dos de estudo, planejando breves espaços
na do
jseu caderno companheiro.
constante de apontamentos,
Outro,que será
se você de descanso
vez de tentare estudar
relaxamento entre seguidas,
três horas êles. Era
; efetuar a maior parte do seu trabalho no sem nada conseguir, empregue uma hora
|quarto, é a parede, acima da mesa ou num de cada vez. É bem mais importante tra
! ponto igualmente visível. balhar com eficiência durante curtos pe
ríodos, do que programá-los longos e dei
COMO USAR SEU TEMPO xá-los esvair-se em adiamentos sem fina
lidade. Se você estabelecer um modesto
Muitos estudantes estabelecem um alvo para o próprio uso, ser-lhe-á muitoj
horário e acabam por achá-lo de pouca mais fácil acertar na môsca. Não achará
utilidade porque não podem fazê-lo fun tão difíceis as perspectivas, e advirãoj
cionar. Parecem não conseguir fazer o que., mais probabilidades de fazer o que pre
êle determina. Embora comecem com as tende. Nesse caso, terá, pelo menos, reali
melhores intenções, não conseguem real zado algo. Se necessário, restrinja os pe
mente estudar quando deveriam. ríodos a, digamos, vinte minutos, e tire
deliberadamente dez de folga. Aí volte ao
É você um dribládo r? Eis o que aconte trabalho de nôvo para outros vinte mi
ceu, por exemplo, a certo estudante cuja nutos. Na verdade, use qualquer sistema,
32 Como Estudar

a seu livre arbítrio, que o faça trabalhar Alguns estudantes, porém, queixam-
durante determinado período preestabele se de que se sentem sem conforto na bi
cido. Essencial é que realmente trabalhe blioteca. Talvez a razão seja não estarem
quando deve fazê-lo. realmente motivados para estudar, ou re
À medida que se fôr habituando a ceiam estar perdendo o tempo agradável
um horário fácil, pode gradualmente al do dormitóiro ou da agremiação. Também
terá-lo.. Importante é que êle o faça con / pode ser isso devido ao fato de que estu
estudarão.
centrar-se integralmente
Conseguindo isso
enquanto
e experi
estádo que
dar em noambiente
meio familiar.
estranho
E as
é bibliotecas
mais difícil
mentando a satisfação que provém do tra são, na verdade, lugares estranhos para
balho , concentrado, você poderá então muitos estudantes. O remédio, natural
alongar os períodos de estudo. Mesmo mente, é familiarizar-se com a biblioteca,
assim, talvez êles não devam ser dema de forma que ela venha a tornar-se lugar
siado grandes. Mesmo aquêles que são normal para quantos a procuram. Se en
proficientes no estudo e nos esforços cria tão você se decidir a estudar na biblioteca
dores e capazes de se manter no trabalho e fôr lá apenas quando realmente preten
horas a fio, habitualmente precisam de de estudar, logo verá que ela é um bom
pequenos intervalos em cada hora para lugar para se conseguir trabalhar.
se poderem manter alerta e repousados, e Embora as bibliotecas sejam de fato
)assim pod erem tirar o máxim o proveito bons lugares de estudo, alguns alunos po
idos períodos de trabalho. dem, e costumam fazê-lo, estudar eficaz
mente em outros lugares — quartos,
conseguiriam vencer seus problemas de tambémde
Onde estudar. Os estudantes sem dúvida bancos jardins, ônibus
o conseguirá, e trens. apren
se realmente Você
estudo mais facilmente se os colegas co der a estudar. Se ainda está aprendendo
operassem. Infelizmente, porém, a maio a arte, porém, mais prático será escolher
ria dos alunos nos seus apartamentos, uma biblioteca ou lugar semelhante, e
suas agremiações ou no próprio lar, tra gradualmente ir-se acostumando a traba
balham em horários diferentes e não são lhar em ambientes mais suscetíveis de
mais disciplinados do que você no cumpri distração.
rem suas obrigações. Êles irrompem no
quarto e começam uma discussão, ou no Cada vez mais, os dormitórios, pon
tam algo interessante que se está passan tos de reunião e centros de estudantes
do ao alcance do ouvido, e a tentação é estão estabelecendo lugares, apropriados
por demais irresistível. Na guerra contra para o estudo, que sejam sossegados e
o esbanjamento do tempo, os companhei bem delineados para tal propósito. Se
ros de dormitório, amigos e parentes são você tiver qualquer preconceito especial
nossos maiores
Por isso adversários.
mesmo, é preferível encontrar, contra
será umasbombibliotecas, um dêsses lugares
substituto.
para o estudo, algum lugar onde outros
o não possam perturbar. Numa faculda Condições física s. As bo as condições fí si
de, o melhor é provàvelmente a bibliote cas de estudo podem ajudá-lo considerà-
ca, perto dos fundos e virado para a velmente em seus esforços para trabalhar
parede, e não perto da porta. As bibliote de modo eficaz e conseguir o que deseja.
cas são criadas para isso e regidas por Ò melhor lugar para se estudar é a mesa
normas contra a conversação e outras dis ou escrivaninha, nito a cama, que é de
trações. Protegem, pois, o estudante con masiadamente convidativa ao relaxamen
tra êle mesmo, pois lá não existem rádios to e não se harmoniza com o tipo de tra
para ligar, nem retratos de namoradas balho que é o estudo. Sentar-se erecto e
para olhar, e deixam a pessoa um tanto manter os músculos razoávelmente ten
embaraçada, quando surpreendida a so sos pode exigir mais esforço, mas na rea
nhar de olhos abertos. Não é surprêsa, lidade nos mantém alerta e na disposição
portanto, indicarem as pesquisas que os para a tarefa.
alunos que estudam em bibliotecas obtêm Uma simples escrivaninha é melhor
melhores graus do que os outros. para o estudo do que outra decorada com
Executar o Trabalho 33

O estudo é mais provei


toso numa. escrivaninha
sem decorações, que sem
pre distraem a atenção.

CORRIGINDO AS MAS CONDIÇÕES DE ESTUDO


Considere sensatamente cada uma das perguntas abaixo e escreva as res
postas pertinentes a cada uma. Então imagine o que pode fazer a respeito
de cada coisa que esteja errada em suas condições de trabalho. Tome nota
delas e comece a corrigir as dificuldades.

Coisas que estão erradas O que fazer para corrigi-las

Da mesa ou através da janela, que vê você


que o possa distrair?

Que música, conversa, ou outros ruídos estão


perturbando seu trabalho?

O que há devocê
quando errado com sua posição e postur a
estuda?

Está certo de que a luz é apropriada? O que


há de errado nela?

É o seu espaço para trabalho suficientemente


amplo e bem distribuído?

Que materiais para o estudo eficaz não lhe


estão à mão?

A que ho ra s do dia lhe é mais difíc il estuda r?


Por quê?

Que preocupações ou interêsses especiais o


distraem do trabalho?
34 Como Estudar

recordações e retratos. Além de propor quando elas o vêem, verificarão que você
cionar espaço onde possamos espalhar o está estudando e haverá menos probabi
trabalho, está livre de influências para a lidade de o interromperem.
distração, que fàcilmente nos levam a di Boa iluminação que inunde comple
vagações e ao esbanjamento de tempo. tamente a área de trabalho é também
Ponha retratos, rádio e troféus em outro condição importante para o estudo eficaz.
lugar do quarto, de forma não os veja Se tiver de se curvar e cerrar os olhos
quando estuda. Pela mesma razão, uma para ver bem o seu trabalho, logo você
escrivaninha voltada para a parede nos ficará cansado e abandonará a tarefa. Por
protege contra a distração melhor ao que isso, luz adequada, confortável e agradá
outra voltada para a janela ou para a vel manterá viva a motivação, tornando
porta. Você não vê as pessoas passarem e, o estudo labor mais estimulante.
V a m o s admitir que você tenha organi
zado um horário, encontrado um bom
lugar, e deseje estudar. Está sentado à
mesa de uma biblioteca ou junto a uma
escrivaninha, tem à mão todos os mate
riais e sabe o que pretende estudar du TRÊS
rante a próxima hora. O problema, agora,
é fazer o melhor uso possível dela. Nesse
espaço de tempo, você quer aprender tan
to quanto lhe seja possível; quer apren A ESTRATÉGIA DO
der as coisas importantes e deixar de lado
as triviais, e quer lembrar-se do que es
tudar.
meio deVamos,
realizarpois,
com descobrir
êxito tal oobjetivo.
melhor ESTUDO
Cada estudante, naturalmente, tem a
sua maneira e técnica no tratar de algu
ma matéria. Dois alunos, ambos proemi
nentes, estudarão muitas vêzes as mes
mas matérias de maneira algo diferente.
Isso é coisa de esperar, pois técnicas di curso de estudo eficaz. O programa da
versas são ajustáveis a pessoas diferen Survéy Q 3R foi eficientemente pôsto à
tes. Há, não obstante, regras gerais para prova. Demonstrou não apenas poder des
o estudo eficiente. As pessoas proficientes crever o que os bons estudantes fazem,
mas também ser guia seguro para aper
t o estudo fazem uso dessas mesmas re-
ras, de uma ou outra maneira, conscien
te ou inconscientemente.
feiçoar, de modo eficaz, o trabalho que
todos os estudantes, bons ou maus, podem
Elas poderão diferir bastante, sobre fazer. Êste capítulo tratará em pormenor
tudo nosdepositam
em que seus estilosconfiança
individuais
nase diferen
no grau de cada um dos seus Jjpnco passos:
tes regras. PESQUISA
Que regras são essas? A Universi PERGUNTA
dade de Ohio, em programa cuidadosa LEIA
mente organizado para analisar e resol RECITE
ver os problemas acadêmicos dos estu REVEJA (*)
dantes, descreveu tais regras com simpli
cidade, condensadas na fórmula seguinte: PESQUISA
Survey Q 3R. Repita essa frase várias vê
zes para si mesmo, a fim de decorá-la; O primeiro dos cinco passos é a pes
trata-se de boa máxima para realizar um quisa. Ela mostra que você deve ter ima-

(* ) Em ingles: surve y, quest ion, read, recite, review — razao de ser


da formula. (Nota do tradutor).
36 Como Estudar

livro, mais significativo se tomará o


quanto êle contém em suas páginas.
V » V)»l**<**.>|CXXKX<xk>K/fX*XX,|tK1WXXxiOtW<K)<»>i(* Para concluir a pesquisa do livro
como um todo, há duas coisas mais por
* S fazer. Uma é folheá-lo; outra, ler os su
/* * % / w " \ £ "* ■ "% I
X
mários dos capítulos (se houver). Em duas
*
<
ou três horas você poderá virar tôdas as
páginas de um livro didático substancial,
X
*
* relanceando os olhos pelos cabeçalhos e
ocasionalmente lendo as sentenças debai
xo dêles. E vale bem, porque isso o faz
*< sentir o pêso do-livro e ter uma percep
«
ção da maneira como está organizado em
seu conjunto. Se êle tem sumários, leia-os
todos como parte de sua pesquisa inicial.
gem tão exata quanto possível de tudo o A visão panorâmica que se consegue com
que vai estudar, antes de começar o tra essa maneira de proceder é de incalculá
balho com minúcias. Tal perspectiva é vel valor.
importante no estudo, pela mesma razão Pesquisando um capítulo. Passemos agora
por que as péssoas consultam os mapas da pesquisa inicial para o que você faz
, antes de seguir caminhos estranhos, ou os quando senta para ler determinado capí
jogadores de gôlfe percorrem o terreno tulo. Essa pesquisa será feita com mais
de
um uma nova partida
engenheiro antes doexame
faz meticuloso jôgo, do
ou cuidado do que a anterior, e agora con
centrando a atenção nos títulos.
terreno antes de construir a estrada. Em Quando os autores, em sua maioria,
qualquer caso, a pessoa quer conhecer escrevem livros didáticos, costumam dar-
aquilo em que se vai meter, antes de ini se a grandes penas para sintetizar suas
ciar a tarefa, precisa conhecer a perspec palavras sob vários títulos. De fato, o
tiva geral antes de tomar decisões im tempo que gastam planejando os títulos,
portantes acêrca dos pormenores. colocando-os nos lugarfes devidos, e re
digindo-os de forma que lhe digam tanto
Pesquisando um livro. Eis tarefa que quanto possível, é sem dúvida um bom
deve fazer-se por fases, desde as peque pedaço do tempo que gastam em escre
nas às grandes. Quando você péla primei ver. R&zem isso, em parte, para o estu
ra vez apanha um livro, coisa boa seíá dante poder saber o que esperar, à me
analisá-lo inteiramente. Comece por ler o dida que vai lendo — em outras pala
prefácio, pois nêle o autor lhe dá ime
diatamente idéia da razão por que escre vras,
tarde, pesquisa — revisão
fazer uma e em parte, parafacili
com mais mais
veu a obra e o que nela tentou realizar. dade. Na maioria dos livros didáticos difi
Lendo o que o autor tem a dizer, você cilmente se encontrará uma página sem
pode déscobrir que espécie de livro é, a título.
quem se destina, ou não se destiná. Po No entanto, muitos estudantes igno
derá até dizer-lhe que preparação e co ram os títulos, e tentam ler os livros di
nhecimento são necessários para ler o li dáticos da mesma madeira que lêem ro
vro. De qualquer maneira, o prefácio mances. Quando assim procedem, desco
normalmente oferece alguma imagem cla nhecem muito do cuidadoso trabalho do
ra do que se vai ler. autor, e, mais importante, jogam fora as
O que vem a seguir no livro é a re vias mais significativas e úteis para o
lação do seu conteúdo. Olhe-a, percorre-a conteúdo do livro.
lenta e sensatamente, descubra nela tan Preceito importante, então, é usar os
to quanto possa a respeito do que o livro cabeçalhos. Éles lhe mostram a organiza
contém.
à medidaAlém disso,
que vai repita essa
progredindo na operação
leitura. ção
está do autor, edizem-lhe
reunido, comoclaro
tornam mais o material
o modo
Quanto mais você penetra no conteúdo do como os tópicos se harmonizam e seguem
A Estratégia do Estudo 37

uns aos outros. O mais significativo é que suas trilhas. Em segundo lugar, porque
êles deixam evidente o que vai ser o sabemos que os métodos de pesquisa pa
principal assunto de cada secção. Quando gam bons dividendos. Em vários progra
você acaba de ler um capítulo, deve ter mas, em que milhares de alunos aprende
localizado certos pontos relacionados com ram a usar os métodos de pesquisa, êles v
o título. Qualquer outra coisa será de im têm conseguido, pelo presente sistema,
portância secundária ou sem importância. resultados magníficos em sua habilidade

ção àTambém
ordemaconselhável é prestar
dos títulos.A maioriaaten
dos para
térias.compreender e aprender novas ma
livros didáticos usa duas ou três or
dens. Êste, por exemplo, tem duas: títu PERGUNTA
los principais em linhas separadas e títu
los laterais que se ligam ao texto geral. O Q na Survey Q 3R significa per
Há um ou mais títulos laterais sob cada gunta (question, no inglês), e salienta a
título principal, e essa disposição lhe diz importância de fazer perguntas para
quais os tópicos subordinados aos princi aprender. A maioria das coisas dignas de
pais. Livros didáticos há que ainda assi serem lembradas em livros didáticos ou
nalam outro tipo de cabeçalho (mais abai na vida, mais geralmente, são as respon
xo), indicado por lêtra diferente, ordinà- tas a algumas espécies de perguntas.
riamente em itálico. Referem-se a subtí Além disso, as pessoas parecem lembrar-
tulos subordinados a outros, os quais, por se melhor do que aprenderam através de
sua vez, se subordinam ao título princi perguntas, do que das coisas que acaba
pal. Observe os tipos de cabeçalhos adota ram As
de ler ou memorizar.
perguntas ajudam a aprender,
dos, pois êles são a chave para a estrutura
do assunto que você está estudando. pois nos fazem pensar naquilo que quere
Já lhe falamos com minúcias a respei mos saber acêrca do que estamos lendo
to dos títulos, porque você deve usá-los em ou estudando. Dão uma finalidade à nos
vários estágios no processo de estudo. Ini sa leitura. Pessoa com pergunta é pessoa
cialmente, quando faz uma pesquisa ge com propósito. As respostas às próprias
ral do livro; a êles recorre de nôvo, como perguntas nos causam impressão, pois
parte de cuidadoso exame de cada capí tornam mais significativo aquilo que es
tulo. A primeira coisa que se faz, ao apa tamos estudando, e nós sempre lembra
nhar um livro didático para ler um capí mos alguma coisa melhor quando tem
tulo, é percorrer seus títulos. Dessa for para nós significado muito específico.
ma, fica-se geralmente conhecendo aquilo As suas perguntas. Se você fizer uso da
de que vai tratar e preparado, pois, para técnica de perguntar, ao ler êste livro já
o queolhadela
uma o espera. É também
á algumas dasboa idéia dar
sentenças do deve ter um número de perguntas acêrca
desta secção: Por que abriu o autor um
capítulo, aqui e ali, e observar algumas título a respeito de perguntas? O que têm
das ilustrações e quadros. elas a ver com o estudar? Que utilidade
Além disso, se houver sumário, leia-o tem? Como posso usá-las ao estudar? Per
como parte de sua pesquisa. Êle lhe dará guntas de quem? De onde vêm? Como
os pontos mais importantes do capítulo, sei quando são respondidas? São essas al
antes que os pormenores comecem a tu gumas das perguntas que você podia ter
multuar a perspectiva geral. formulado agora. Delas, umas já estão
Isso encerra o que temos a dizer so parcialmente respondidas, e se você as ti
bre a fase da Survey Q 3R. Estendemo- ver em mente descobrirá que o resto se
nos no assunto e demos-lhe ênfase por responderá dentro em breve.
duas razões: primeiro, porque sabemos, Quem faz as perguntas? A melhor
por experiência e observação sistemática, fonte é você mesmo. Você é quem está
que a maioria dos estudantes não fazem
suficiente trabalho de pesquisa. Adquiri tentando aprender
perguntar. Cada veze que
será você
bèneficiado
vê um tíem
ram o hábito de penetrar na mata, sem tulo, as perguntas sobrevêm-lhe de pron
primeiramente obterem um mapa das to , à mente. P elo menos, você deve per
38 Como Estudar

guntar-se o que significa a palavra ou locar-se do terreno. Quando você tiver


frase. Se lhe conhece a definição, segun cultivado em sua mente a maneira de
do o dicionário, ficará curioso a respeito formular perguntas, pode simplesmente
do seu sentido no presente contexto. pensar que as está fazendo a você mesmo,
Neste momento você poderá estar-se durante a pesquisa, e, mais tarde, ao ler
indagando: “Sei que deveria estar fazen o capítulo. Com o tempo, essa arte se tor
do
isso.perguntas, mas não
Como adquirir talestou habituado
hábito?” A res a na de atalformular
passa maneiraperguntas
arraigada,espontanea
que você
posta a esta, como a tantas outras per mente. Elas o invadem, à medida que
guntas, é: “ Necessita de prática” . Saben você vai prosseguindo na leitura; e à pro
do que as perguntas são ajudas para o es porção que vão sendo respondidas, as res
tudo, você deve começar praticando a postas suscitam novas perguntas, sem que
técnica em tudo o que estuda. Primeira você conscientemente tente esboçá-las.
mente, para salientar o método, você
pode formular perguntas quando pesqui As perguntas do autor. Você pode conse
sa um capítulo, ou percorre os títulos, ou guir alguma ajuda em adquirir hábitos
dá uma olhadela às sentenças e parágra de perguntar em livros didáticos e ma
fos dos tópicos. Isso é laborioso e conso nuais. Os autores, às vêzes, fazem per
me muito tempo para ser feito como de guntas como parte de sua técnica de en
ver regular, mas poderia fazer você des sino, e, em alguns casos, começam cada

O HABITO DE FAZER PERGUNTAS DURANTE O ENSINO


Aqui está um pa rá gra fo -m od êlo de um m an ua l (A rden N. Fran dsen, “ How
Children Learn”, McGraw-Hill, Nova Iorque, 1957, pág. 414). Os tipos de
pergunta que voçê desejaria formular a respeito dêste material estão es
critos à mão.
2. Agrupa men to hom ogêneo . Plano para ajustam ento das diferenças
individuais na habilidade mental dos alunos da mesma idade, aplicável
em grandes escolas, é o de classificar as crianças em cada grau dentro de
segões de acordo com os QI. Se a frequencia da escola e bastante ampla.
tres seçoes üe iguaí tamanho podem ser arranjadas em cada gràu, classi-
íicand o-se nas seção ma is elevada os alunos cujos Q I (.quoc ientes de inte
ligência) são 108 ou mais altos; no meio da seção, crianças com QI de 93
até 107, e na seção mais baixa os alunos cujos QI vão de 60 a 92. Para
'essas três seções de cada grau, agora mais homogêneo com respeito ao QI,
deverá existir currículos diferenciados. O grupo médio deve progredir atra
vés
devedosercurso com o currículo
enriquecido. E para normal.
o grupo Para o grupo
inferior, deve superior,
consistir odocurrículo
mínimo
essencial e visar a objetivos acadêmicos mais limitados.

Aq ui está ou tro pará gra fo da mesma fo n te (pág s. 414 e 415). Ex peri


mente escrever suas próprias perguntas. Veja como se comparam às per
guntas relacionadas na página 40.

O agrupamento homogêneo foi inventado e bem cedo tornou-se po


pular na história dos testes de inteligência nas escolas. Deveres unifor
mes, recitações gerais e outras atividades conduzidas pela classe como um
todo são consideradas mais fáceis de dirigir quando os alunos estão agru
pados homogêneamente. Em geral, a pesquisa da habilidade do agrupa
mento revelou-se “uma realização ligeiramente superior e um ajustamento
pessoal melhor” para grupos homogêneos, do que para heterogêneos (77).
Barthelmess e Boyer (5) encontraram para os grupos equacionados dos
alunos do quarto grau uma vantagem de 12,8 meses para as classes ho
mogêneas
10,4 meses.durante o ano
Sorehson, no escolar,
entanto,enquanto
consideraasa heterogêneas conseguiram
evidência avaliativa sôbre
a habilidade do agrupamento “longe de ser adequada” (77, pág. 237). E
pelo menos em um estudo comparativo (23), a vantagem em sucesso de lei
tura para os alunos do quinto e sexto graus foi ligeiramente superior para
o grupo de mais amplo QI do que para o grupo de margem mais estreita.
A Estratégia do Estudo 39

capítulo com uma relação de perguntas mente (revisão) ou ser recomendado a


que serão respondidas no corpo do capí outrem (leitura em voz alta e exame).
tulo. Esteja atento para elas e use-as. Al A despeito do fato de os estudan
guns livros didáticos apresentam listas de tes despenderem relativamente demasia
perguntas no fim de cada capítulo. Tal do tempo tentando ler, muitos não sabem
assunto constitui, em geral, a parte mais fazê-lo tão bem como deviam. De modo
negligenciada do livro, pois os estudantes geral, êles se perdem enquanto estão len
não
deve avaliam seU valor,
lê-las como parte ao
de estudar. Você
sua pesquisa do; consomem
deando em redor,tempo imenso vagabun
nas paragens da trivia
de capítulo, e relê-las. Aplicadas dessa lidade; nunca notam os marcos dos con
forma, as perguntas ajudam-no a estudar ceitos e das conclusões. Raramente pou
o capítulo, fornecendo-lhe um meio de se cos estudantes conseguem dominar a arte
autotestar. Se você se testar a si mesmo, da leitura.
antes que o professor o faça, andará mui Estudaremos êste ponto um pouco
to melhor quando tiver de enfrentar um mais tarde, quando a êle dedicamos um
exame formal. capítulo inteiro. É de fato necessário um
Pare agora um instante. Ao começar capítulo para explicar como se deve ler,
a ler esta seção, fêz você uma pausa pois há numerosas coisas que observar
para fazer perguntas? O que são as per quando se lê. Se tentássemos discuti-las
guntas do autor? Estão elas no livro? aqui, seríamos afastados da nossa trilha
Onde? Onde as respostas? principal. Assim, tudo o que faremos ago
ra é dar-lhe umas poucas indicações que
Atualmente muitos
são complementados peloslivros
livrosdidáticos
de tra pertencem
do método ao conjunto
Survey Q 3R.dos cinco passos
balho do estudante, que se pode obtçr se
paradamente. Com freqüência, o livro de Leia ativamente. Quando você ler com
trabalho contém várias espécies de per objetivo de estudar, não o faça passiva
guntas, algumas para emprêgo no estudo mente, como se estivesse absorvido por
e na revisão, e outras que são amostras um romance dê aventuras. Tais romances
do tipo de exame que você pode esperar são para entertenimento, escritos sem
que lhe caiba. Quando tais perguntas es qualquer preocupação de se fazerem lem
tão disponíveis, faça delas o uso mais brados nos pormenores. A maioria dos
completo possível. Aprender mais depres manuais, por outro lado, possui estrutu
sa, estudar com mais prazer e obter me ras que devem ser estudadas. Você não
lhores graus são coisas praticamente ga pode limitar-se a percorrê-las; deve ficar
rantidas! alerta com o que o cerca em cada passo
do caminho. Para evitar a leitura passi
LEIA: va, leia para responder às perguntas que
a si mesmo formulou ou àquelas que o
A parte seguinte da Survey Q 3R é professor ou autor formularam. À medida
ler (read, no inglês). É a parte que exces que prosseguir, insista no desafiar a si
sivo número de estudantes coloca em pri mesmo para garantir que compreende o
meiro lugar, por suporem erradamente que está lendo.
que estudar é sobretudo fazer correr os De quando em quando, faça-se lem
olhos pelos livros didáticos. O livro é, na brar da sua tarefa: compreender e lem
turalmente, para ser lido, mas isso não brar o que lê. Se o fizer, não mais dei
é a primeira, a última, nem mesmo ne xará escapar aquela queixa tão familiar
cessariamente a parte mais importante — “Esqueço o que leio tão logo acabo de
do estudo. É apenas o passeio pelas ma ler.”
tas, depois de o terreno ter sido vistoria A propósito, alguns dos romances
do e a trilha traçada por perguntas. Ha •-realmente importantes merecem o mes
bilita a pessoa a assinalar as grandes ár
vores e os pontos de interêsse, de forma mo
vrostipo
didáticos,
de leitura
conquanto
que sealgumas
dedica das
aos re
li
que possam ser encontrados mais tarde comendações específicas para evitar a
quando o passeio é feito mais apressada leitura passiva, que você enpontrará nes-
40 Como Estudar

ta seção, não se apliquem à leitura de é bem verdade, e o mesmo se pode dizer


romances e novelas. dos quadros. Embora êstes não sejam tão
fáceis de compreender como as figuras,
Anote os têrmos importantes. Tome es também têm uma história a contar, se
pecialmente nota de quaisquer palavras você se der ao trabalho de os ler e com
ou frases que se apresentem em itálico. parar cuidadosamente as diversas colu
Os autores usam-nas, nos títulos, para nas que os compõem.
realçar os têrmos
os conceitos importantes,
eprincípios. São umbem como
aviso RECITAÇAO
para que paremos e prestemos atenção
— aqui está algo mais impo rtante doqüe É um velho e bem estabelecido meio
o resto que o autor escreveu. Repita êssesde aprender e examinar. Antes que os li
têrmos para si mesmoalgumas vêzes. vros fôssem inventados, e nas paragens
Certifique-se de que sabe como os sole do mundo, onde são êles ainda raros, êste
trar (os'professores ficam um pouco immétodo é o principal meio de aprendiza
pacientes com alunos que não podem so do. O professor diz alguma coisa a seus
letrar, mesmo as palavras mais impor alunos e então faz-lhes perguntas sôbre
tantes), e de que anotou e compreendeu o que aprenderam. Êles respondem oral
o que. se diz a respeito dêles. mente, recitando. É maneira de ensinar
particularmente eficaz quando algo pre
Leia tudo. Igualmente, quando você lê, cisa ser aprendido pela rotina. Nós todos
leia tudo. Isso quer dizer quadros, gráfi o fizemos provavelmente, uma vez ou ou
cos e outras ilustrações, bem como o tex tra, nos graus inferiores da escola públi
to propriamente dito. Êles estão no livro ca, ao memorizar a tabuada, ao aprender
com um propósito, e não apenas para o catecismo na igreja, ou mesmo apren
tornar a página atrativa ou preencher es dendo línguas estrangeiras na faculdade.
paço. Os autores de livros didáticos nunca
dispõem de espaço suficiente para cobrir O valor da recitação. O que os estudan
tudo o que desejam expor, e quando tes, em sua maioria, não avaliam, no en
usam o seu espaço precioso com legendas tanto, e que a recitação é também pro
e ilustrações, fá-lo por pensarem que elascesso eficaz de aprendizagem enquanto se
ensinarão melhor do que as palavras. lê um livro. Desde que você simplesmen
Realmente assim é, s evocê as usar de te leia um livro, tem a pretensão de pen
modo adequado. Algumas vêzes, um mero sar que o compreendeu e pode lembrar-se
relance pela ilustração lhe dirá com cla do que leu. É fato bem desagradável —
reza o de que trata uma página inteira como sem dúvida deve ter descoberto
do livr
um o. Emdeoutros
veículo casos, que
informação ela constitui
não podeuma
lembraveznecessariamente
ou outra —■ quede do
você
tu o não
que se
ser expressa fàcilmente em palavras, nãojulga fácil comprender e lembrar. E o
importa quantas se usem na tentativa. único meio que de fato pode achar a fim
Lembre-se do velho adágio — “uma fi de se lembrar do que está lendo é o reler
gura vale mil palavras”. Por vêzes issoem voz alta. Êsse método é que lhe pode

SUAS PERGUNTAS

Espécies de perguntas que você pode fazer ao estudar o trecho da


página 38.

1. Quando foi emprega do pela primeira vez 3. Qual foi o resultado ger al da pes quisa
o agrupamento homogêneo? sôbre o agrupamento homogêneo?
4. Existe prov a suficiente da superiorid ade
2. Quais serão suas vanta gens? geral do agrupamento homogêneo?
A Estratégia do Estudo 41

revelar a própria ignorância, e essa fimé de que se avaliasse o quanto êles


uma das várias razões por que a leiturase podiam lembrar, em tempos diferentes,
em voz alta constitui tão eficiente modo
das passagens de prosa que haviam lido.
de aprender. Nesse estudo, alguns dos grupos, porém,
eram “grupos de leitura em voz alta”.
Para se certificar de que compreende
e se pode lembrar, interrompa periodicaÊles reproduziram o que podiam lembrar
mente a leitura e tente recordar-se do de suas leituras: dois grupos imediata
que
podeleu. Nesse ponto,
interrogar-se por oexemplo,
sôbre que leuvocê
mente após ae leitura
duas vêzes)
até outros (um dêsses
grupos recitou
em tempos
então. Tente lembrar-se dos principais tí posteriores. Quando testado três semanas
tulos e das principais idéias de cada ca mais tarde, o mesmo grupo que reprodu
pítulo. Pode você oferecer uma sinopse zira a leitura em voz alta, lembrava-se de
da sua leitura sem folhear de nôvo as pá80 por cento do que sabia quando termi
ginas lidas? Procure fazêlo; depois, con nou a leitura, mas o grupo que não havia
fira se está certo e verifique se abrangeu reproduzido emvoz alta, não conseguiu
tudo. Em caso negativo, anote as omislembrar-se de mais de um sexto disso.
sões e erros. Então, um pouco mais tarde, Eis outra maneira de expor êsses resulta
repita o processo. dos: o grupo não recitador esqueceu mais,
A regra geral é, pois, como se segue: em um dia, do que o grupo recitador, em
À medida que vai lendo, pare, a inter sessenta e três dias! Essa diefrença se
valos, a fim de reproduzir asubstância deve a uma recitação relativamente breve
de cada seção ou capítulo mais imporapós a leitura.
tante. Quando fizer a revisão pa ra exa
mes, leia novamente em voz alta uma Quanto se deve repetir para si mesmo.
parte substancial do estudo que realizou. Quanto tempo deve você despender em
Não pense, todavia, que isso é simrepetição para si mesmo? Isso depende
plesmente uma regra boa, mas bastante do que você está estudando. Se o as
casual. A recitação pode tornar-se a ra sunto em foco não lhe move o interêsse
zão principal de como você consegue reou não é bastante claro em seu sentido,
lembrar-se. Se você lei uma passagem dea repetição deve subir a90 ou 95 por
prosa, como esta, do princípio ao fim, as cento do seu tempo de estudo. Se, por
possibilidades de conseguir lembrar-se, exemplo, você tem de aprender algumas
quando terminar, não são maiores do que regras, itens, nomes, leis ou fórmulas, en
50 por cento dos pontos mencionados. tão a repetição será a parte mais impor
O processo do esquecimento foi-se fir tante do seu estudo. Por outro lado, para
mando, mesmo enquanto você estava lenmaterial bem organizado, apresentado
do. Êle continua,
trabalho destrutivo,naturalmente, em tar
e um dia, mais seu
em formaoudeFilosofia,
História narrativa, qual ocorre
é necessária em
menos
de, você não se lembrará de mais de 25 repetição. Nesse caso, a tarefa pode cons
ou 30 por cento. A pós isso, a memóriatituir 20 ou 30% do tempo de estudo. Para
vai-se enfraquecendo mais lentamente,os manuais de Psicologia, Economia,
pois há menos para perder, mas ao fim Ciência Política e semelhantes, algo na
de duas semanas você se lembrará pro- ordem de 50 por cento é boa estimativa,
vàvelmente de não mais que uns 10 por embora mesmo nessas matérias os livros
cento do que leu. possam variar um pouco em “clareza de
Essa é a marcha do esquecimento, sentido”.
quando você não relê em voz alta. A per Disto você pode estar certo: o tempo
centagem realmente retida depende do despendido na leitura em voz alta é de
quanto você lê, do tipo de matéria que grande proveito. Em um programa de es
leu, e das diferenças individuais que ca tudo, por exemplo, os estudantes que gas
percentagens
racterizam a habilidade
indicadas acima,
de memorizar.
porém, fo
As
taram até
leitura em 80
vozpor
alta,
cento
conseguiram
do seu tempo
melho
em
ram as conseguidas num teste a que se res resultados do que os que passaram o
submeteram milhar s, a mesmo tempo a ler sem recitar. Outros-
es de ginasiano
42 Como Estudar

VALOR DA RECITAÇÃO nha acabado um capítulo é normalmente


esperar muito: você já estaria pouco se
A
D
A
guro do conteúdo dos capítulos. O esque
R
B
cimento começou a fazer o seu serviço.
M Por outro lado, parar para ler em voz alta
E
L
E
após cada parágrafo ou cada dois, pode
R fracionar o material em pedaços sem li
A
I
R gação. Em
trecho prosa como
compreendido a dêste
entre dois livro,
títuloso
É
T
A é provàvelmente a melhor parcela. Cada
M
vez que você vir nôvo título aparecer,
A
D pare e leia em voz alta o material da se
ção que acabou de ler. Faça o mesmo
M
E
G
para cada título lateral então, duplique
A
T quando chegar a um título principal.
N
E
C
Além de melhorar sua memória e
R
E
economizar seu tempo, a leitura em voz
P alta oferece outros benefícios: um dêles
DIAS APÓS A LEITURA é o de servir para manter a sua atenção
na tarefa. Enquanto está simplesmente
Cada linha cheia representa o esquecimento lendo, você pode estar atento apenas com
de um grupo de estudantes ginasianos. Todos “meia mente”, até verificar que seus
os grupos
um leramdiferentes
dêles teve o mesmo oportunidades
material mas para
cada olhos se movem ao longo das linhas sem
recitar o que tinha aprendido. Os números in que você aprenda coisa alguma. Por ou
dicam a quantidade de recitações de cada gru tro lado, você sem dúvida não poderá
po. A linha cheia em cima, por exemplo, re dormir de olhos abertos enquanto tenta
presenta um grupo que fêz três recitações, relembrar-se de alguma coisa. Em segun
uma imediatamente após a leitura, a segunda
sete dias mais tarde, e a terceira sessenta e do lugar, permite que você corrija seus
três dias depois (copia do de H. F. Spitzer , erros, Mostra-lhe onde você deixou de en
“Studies in Retention”, Journal ofEducatio- tender alguma coisa ou a compreendeu
nal Psychology, 30:641-656, 1939). mal. Se você observar êsses erros en
quanto lê em voz alta, ficará sabendo
sim, esteja também certo de que o tempo que pontos oferecem maior dificuldade à
gasto na recitação é realmente tempo eco . sua memória ou compreensão. Pode, en
nomizado. O volume de matéria que você tão, concentrar-se nêles quando, mais tar
consegue recordar graças a essa leitura é de, reler ou revisar o material.
tão grande,
tempo, que lhe
mais tarde, poupará
quando tiver bastante
você de REVISÃO
reler o material e a revê-lo para um
exáme. O quinto e último preceito do méto
do Survey Q 3R é a revisão. Não precisa
Quando ler em voz alta. Quando deverá mos salientar-lhe a importância, pois a
você ler em voz alta? Esperar até que te maioria dos estudantes a pratica, espe-
INTERPRETAÇÃO DOS GRÁFICOS
O gráfico anterior é bastante complicado, e por êsse motivo constitui bom
exercício no estudo e interpretação dos gráficos. Aqui vão algumas per
guntas que você poderia fazer e responder, estudando-o. Escreva abaixo
suas respostas:
1. Quanto foi retido a pós uma leitura do 4. Qual a forma geral de uma curva do es
material? quecimento? Como a muda a leitura em
2. O que representa a linha trace jada ? voz alta?
3. Quando é que a leitura em voz alta pro
duz seu maior benefício? Quando não é
praticamente benéfica?
A Estratégia do Estudo 43

cialmente antes de um exame. Há, porém, voz alta cada uma das seções, deve ime
alguns comentários que merecem fazer-se diatamente voltar atrás para rever o que
acêrca do que é revisão, e sôbre quando leu. Isso significa tentar ler em voz alta
deve ser feita. os pontos importantes do capítulo inteiro
e reler o necessário para se auto-exami-
Pesquisa. Certamente, a revisão não é, nar. Também significa ler de nôvo e ler
em verdade, muito distinta das outras em voz alta as notas que você tomou
coisas de de
a junção quetôdas
se tratou antes.
elas. É, Dedefato,
antes maisé (veja Capítulo Cinco). Essa primeira revi
nada, umâ pesquisa, pesquisa mais daqui são pode ser razoavelmente breve, pois
lo que se supõe ter feito, do que daquilo houve pouco tempo para esquecer; e
que vamos fazer! Procede-se da mesma como salientamos, deve constituir-se so
maneira que para a pesquisa srcinal, £x- bretudo de leitura em voz alta.
ceto que pode ser combinada com outros Ser-lhe-á vantajoso, porém, fazer
passos da Survey Q 3R. Quando você, uma ou duas revisões mais, entre essa
agora, passa os olhos pelos títulos do li primeira e a final, para um exame. Essas
vro, pode perguntar-se o que êles signi revisões, intercaladas normalmente, de
ficam e o que lhes é subordinado. Depois vem dar mais ênfase ao reler do que à
de cada um dos títulos, você pode ler em
voz alta os pontos que prèviamente leu e leitura em voz alta. Servem para lembrar
que espera lembrar. alguns dos bons pontos, ou exemplos que
acompanham os principais pontos que
Reler. Você
conferir devtem
o que e relèr
feitobastante a fimsede
e verificar você fixou na
dámente, noscabeça.
apontamentos e, presumi-
não omitiu algumà coisa ou se tem a me A revisão final, aquela a que se pro
mória em condições. O mesmo ocorre cede precisamente antes do exame, deve,
quando você revê os sumários. Em vez de como a primeira, dar ênfase à leitura em
os ler, como fêz no comêço, você agora vêvoz alta. Será mais intensiva, e habitual-
se os pode ler em voz alta, e ainda auto-ménte o é. Nela você repassa tudo aquilo
examina-se, lendo de nôvo, para ver até que é de sua responsabilidade saber num
que ponto sabe bem o que está nos sumá exame, prestando especial atenção ao ma
rios. Ao fazer a revisão, você repassará terial mais antigo, o qual ficou, por mais
também os apontamentos que tem feito tempo, sujeito áo processo do esqueci
no livro e na aula. (Nada dissemos ainda mento. Planeje seu horário de maneira
acêrca de tomar apontamentos, assunto que possa rever todo o material, e não dê
que reservamos para o Capítulo Cinco). o tempo por esgotado quando atingir
mais ou menos o meio. Não será necessá
O tempo para as revisões. Se você acom rio dizer, embora muitos estudantes pre
panhou bem os primeiros quatro precei cisem ser relembrados, que o trabalho de
tos da Survey Q 3R, não terá muita difi revisão não se deve amontoar nas últimas
culdade em saber o que fazer quando poucas horas antes do exame. Tal prática
revê. Poderá, talvez, não saber exata torna a tarefa final demasiado árdua. E
mente quando deve rever e com que fre nunca lhe proporciona, por ocasião dos
qüência. Pelo menos, a maior parte dos exames, aquêle domínio da matéria que
estudantes não o sabem: revêem nas ho você poderia ter adquirido com umas
ras erradas, e não revêem o bastante. De poucas revisões, em períodos bem espaça
modo geral esperam até a véspera de um dos uns dos outros.
exame para iniciar uma revisão. Eis aí, Os cinco passos da Survey Q 3R fo
sim, boa oportunidade para uma revisão ram tentados com milhares de estudan
final, mas não para a primeira. tes de faculdade, nos programas Como
A primeira vez que se deve rever é Estudar. Os alunos que os aprenderam e
imediatamente depois de se ter estudado tas
aplicaram ao estudo
vêzesmelhoraram
suas
alguma coisa. Por exemplo, depois que — algumas enormemente — no
e
você tiver lido um capítulo, relendo em encontraram no labor intelectual satisfa
44 Como Estudar

ção que nunca haviam experimentado. de ser tratado de modo diferente da Físi
Você também pode melhorar, mesmo que ca, e o Inglês tem uma combinação di
já seja estudante razoavelmente bom. versa da Psicologia. Em capítulos poste
Há maneiras variadas de equilibrar
riores voltaremos a tratar de alguns dos
os métodos da Survey Q 3R para aplicaproblemas acerca de como estudar maté
ção a cursos particulares. O Francês tem
rias tão diversificadas.

SUMARIANDO UM CAPÍTULO
Para praticar o que temos estado a ensinar, é agora o momento de ler em
voz alta o que se leu neste capítulo. Faça dêle, no espaço abaixo, uma
sinopse; faça-o em forma de esbôço, com abundância de espaço entre as
linhas. Quando tiver escrito tudo o que puder recordar, repasse o capitulo
e veja o que omitiu ou o que não pôde compreender bem. Então faça os
aditamentos apropriados e as correções na sinopse.
QUATRO
fUASE todo estudante em idade uni
versitária já terá lido muito nos últimos
dez ou onze anos, durante duas ou três
horas por dia. Na faculdade, terá de ler LER MELHOR
mais do que isso.
No entanto, é fato bem sabido que os
alunos de faculdade, em sua maioria, não
sabem como ler bem. A maioria lê dema
siadamente devagar, gasta tempo em ex
cesso, e não aprende, nem de longe, tanto
quanto podia e devia.
Algo pode ser feito para remediar a
situação; algo formado,,em grandeparte,
pela necessidade de aprender como estu E MAIS DEPRESSA
dar. Muitos dos conselhos já dados pro
vam nossa convicção de que você pode
ou deve aprender a ler melhor, mas poutrês, ou quatro vêzes, cada vez com obje
co dissemos a êsse respeito até então, tivo diferente. Procure, pois, conhecê-lo
porque pretendíamos voltar ao assunto, de antemão e efetue a leitura de acordo
para tudo dizer, num só lugar — aqui. com êle.
Como verá, você pode aumentar sua velo
cidade na leitura em ampla margem, pro- Aprender a idéia mestra. Um dos propó
vàvelmente dobrá-la, e saber muito mais
quando tiver terminado de ler. sitos na leitura é aprender a idéia mestra
daquilo que lê. Tudo o que deseja você,
LER COM UMA FINALIDADE ao terminar certo trecho é uma sentença
que expresse seu ponto essencial, que o
Há o tipo de estudante que, diante sintetize. Esta é uma das coisas, mas ape
de um dever por cumprir, diz com seus nas uma, que você pretende fazer quando
botões: “Tenho de ler êste capítulo”. Senestuda; é a coisa que procura mesmo no
ta-se, então, e lê o capítulo — lê, simples primeiro estágio do estudo — a pesquisa.
mente. Tudo o que êle lê é lido da mesA í você examina títulos e desliza pelas
ma maneira, seja Inglês, História, Quími sentenças a fim deconseguir cap tar os
ca e por aí afora. Avança através das sen principais tópicos e as idéias do capítulo.
tenças como um homem em esforçada É também o que você procura quando se
labuta, e quando termina exclama: “Já dispõe a ler seus deveres mais cuidado
o li.” samente. Mesmo que você pretenda mais
Isso não é correto, em hipótese algudo que as idéias, é essencial que elas se
ma. Há diversas maneiras de ler, como jam colhidas; de outra forma, nada mais
diversas as matérias para ler, e diversas terá perfeito sentido ou serábem lem
as velocidades de leitura. O modo como brado.
cada umAo
leitura. lê estudar
dependedeveres
da sua da
finalidade na
Isso Como
faculdade, achadovocê
depende localasdeidéias
onde mestras?
quer ex
você deve “ler” o mesmo material duas,traí-la — capítulo, seção, subseção ou pa
46 Como Estudar

rágrafo. Comecemos com o parágrafo, por dos conseguem aprender mais depressa.
ser a menor unidade. O que se diz, em Por outro lado, se dissermos “a pessoa
geral, do parágrafo é que êle contém, que lê ràpidamente, aprendendo cada li
de fato, uma idéia, e somente uma. A nha em três ou quatro relances, sem in
maioria dos autores de livros didáticos terromper para divagar, é tipicamente a
sabe disso, e tem por hábito pôr uma pessoa que aprende muita coisa em breve
idéia em cada um dos seus parágrafos. espaço de tempo”, você pode eliminar a
Sua Talvez
tarefa évocê
descobri-la.
se lembre de um velho maior
sair-separte
com dessas
“o leitor
palavras,
rápido tradüzi-las
é habitual e
preceito acêrca de escrever: comece um mente o assimilador ráp ido” , como sua
parágrafo com uma sentença, explique o idéia mestra.
tópico que ela contém, ilustre-a, dê-lhe Devemos assinalar, de passagem, que
apoio com outras sentenças, e finalmente você pode encontrar parágrafos nos quais
remate com uma sentença-sumário. Con a idéia mestra não está explícita em sen
seguir que a sentenea-tópico, a sentença- tença simples, ou mesmo de qualquer ou
idéia, seja a primeira de um parágrafo, tra forma. Isso não acontecerá amiúde em
nem sempre, porém, é praticável ou dese livros didáticos, mas ocorrerá em litera
jável. Algumas vêzes deve haver uma tura descritiva e em ficção. Um escritor
transição, uma sentença introdutória, en de novelas, por exemplo, gasta um pará
tre a idéia do último parágrafo e a que grafo descrevendo, com minúcia, o ves
se lhe segue. Tal sentença mostra ao es tuário dos personagens: êle indicar-lhe o
tudante como uma idéia tem conexão com tipo, sem o fazer abertamente, deixando
outra, mas não deve ser confundida com à imaginação do leitor a identificar a per
a idéia principal. Vêzes há em que o sonalidade do personagem através de
autor retém a idéia-mestra até por moti uma vívida descrição. Nesse caso, você
vos artísticos. não pode encontrar quaisquer sentenças
Ao procurar a idéia principal, não ou grupos de palavras que exprimam
procure sempre uma sentença inteira, urria idéia principal; terá simplesmente
pois há probabilidade de que seja ela ape de estabelecer seu próprio sumário para
nas parte da sentença. Pode ser consti o parágrafo. Tenha isso em mente quando
tuída da oração principal, ou fráse de estiver estudando literatura e, mais ge
uma sentença, e você pode em regra con- ralmente, qualquer escrito descritivo. Al
densá-la, em mente, com um par de pala gumas vêzes, um escritor de ficção habi
vras. Para perceber o que queremos di lidoso pode usar essa técnica de espalhar
zer, apanhe um dos seus livros escolares a idéia essencial através de um parágrafo
e localize algumas sentenças com idéias completo, a fim de sugerir imediatamente
principais.
tivos Tente jogar
e advérbios fora lhe
que não alguns adje o
alterem muitas
nagem ou coisas diferentes em
acontecimento sôbre
suaumhistória.
perso
sentido, e mantenha apenas o sujeito, Crie o hábito de encontrar a idéia
verbo e complemento. Se você se lembrar principal em cada parágrafo que leia.
das palavras-chaves, poderá sempre for Quando julgar tê-lo feito, confira sua con
necer, você mesmo, as palavras de apoio.
clusão e mantenha a idéia em mente en
Quando fizer isso, no entanto, não o quanto continua a ler, e compare-a, espe
faça com demasiada liberdade e facilida cialmente, com a sentença-sumário. Se ti
de. Algumas vèzes os adjuntos são essen ver dúvidas a respeito de sua seleção, re
ciais ao sentido. Se dissermos, por exem
plo. o leitor rápido é habitualmente o leia o parágrafo, dessa vez olhando-o
aprendedor rápido” , não se pode omitir o bem, para se certificar de que captou a
“habitualmente”. Não queremos dizer que idéia correta. Lembre-se, porém, que nem
leitores rápidos sejam sempre aprendedo- sempre pode encontrá-la numas poucas
res rápidos, ou que leitura rápida é sinô palavras dadas; talvez tenha de refra
nimo de aprendizagem rápida. Queremos seá-la com palavras suas (uma boa prá
dizer que, tipicamente, amiúde, na maioria tica, afinal de contas) , para a captar com
das vêzes, ou na média, os leitores rápi exatidão.
Ler Melhor e Mais Depressa 47

Considere, a seguir, como achar as coisas, porque não aprenderam a locali


idéias de mais amplo escopo do que as zar nem uma nem outra. Realmente. ,a
que estão em cada parágrafo, isto é, as idéia principal segue de mãos dadas-íom
idéias principais das seções e capítulos. o pormenor importante; uma sem o outro
Se você tiver feito bem a pesquisa, pro- equivale a uma estrutura sem apoio. A
vàvelmente terá boa idéia geral do que dificuldade é que cada caso tem de ser
trata cada seção, antes que tenha'lido o reconhecido pelo que é, e não ser confun
rém,
capítulo
acrescentar
e prossiga
quea leitura.
os autores
Deve-se,
devotam,
po dido
triviais.
com outros nem com matérias mais
via de regra, certos parágrafos, perto do O que vem a ser pormenor impor
comêço e ao fim de cada seção, a uma ex tante? É a base para a idéia mestra. Ha
pressão da idéia mestra dos parágrafos bitualmente é um fato, ou conjunto de
intermediários (veja, por exemplo, os pri- fatos, mas relevante em relação à idéia
meiros dois parágrafos sob o título desta mestra. Pode ser um elemento em foco,
seção, Ler com uma Finalidade). Qual um exemplo da idéia mestra, como é,
quer trecho de prosa possui uma hierar muitas vêzes, o caso em livros didáticos;
quia de idéias: uma idéia geral para o tre ou a prova que torfia a idéia mestra dig
cho completo^ várias secundárias, subor na de confiança ou aceitação; ou simples
dinadas aquela, e assim sucessivamente mente o liame da idéia mestra a algo
até à ideia mestra do parágrafo. mais concreto. No caso de uma narrativa,
Os estudantes, em sua maioria, lêem pode ser a seqüência dos acontecimentos
os deveres pelo menos uma vez, o que na história.
deve ser bastante
principais, mas depara localizar
certa formaasmuitas
idéias O que é impíortânte é, admissivel-
delas não são reconhecidas quando da lei mente, matéria de julgamento, e não é
tura. Se os estudantes lêem para captar fácil encontrár duas pessoas que estejam
as idéias principais, podem desenvolver de inteiro ácôrdo em todos os itens. Na
consideravelmente a compreensão para maior parte dos livros didáticos concre
aquilo que lêem e, por conseguinte, ele tos, encontrados no setor das ciências na
var seus graus nos exames. Acrescente-se turais e sociais, há habitualmente, pelo
que o ler para apreender as idéias prin menos, um pormenor importante associa
cipais é fator essencial para resumir, pois do com tôda a idéia mestra. Se o estu
um resumo consiste de tópicos e idéias dante o procura, é quase certo que o en
principais de determinado trecho. E re contrará. Vêzes há, porém, em que tan
sumir, como veremos no capítulo seguin tos são os pormenores, que se torna difí
te, é sistema de incalculável valor para cil selecionar o mais importante. No en
a leitura e revisão de um assunto. tanto, aquêle ou o conjunto daqueles que
Extrair pormenores importantes. A se o autor salienta, pela linguagem ou pelo
gunda magna finalidade da leitura é lo espaço que lhe reserva, é de hábito o
calizar os pormenores importantes. Por mais importante. Outro critério é o quão
que os estudantes nem sempre são capa intimamente o pormenor está ligado à
zes de fazer isso, são propensos a pensar idéia principal. É isso o melhor exemplo
que os professores procuram maliciosa da idéia? A melhor prova? Ou é apenas
mente pormenores triviais ou sem impor mais um exemplo ou simplesmente mais
tância para sôbre êles fazer perguntas um item de prova ou apoio à idéia? Tes
nos exames. Essa queixa, no entanto, é tado assim, será habitualmente fácil dis
muitas vêzes uma racionalização para a tinguir dos outros o pormenor importante
leitura mal feita. A desculpa é freqüente: ou pormenores importantes. Se o estu
“ Capto a idéia mestra, mas não posso re dante se lembrar apenas de um porme
cordar os permenores.” Embora um estu nor importante para cada idéia principal,
dante ocasional possa ser bom no esforço mas captar tôdas as idéias principais, é
de recordar as idéias principais sem os certo que merecerá a classificação A no
pormenores importantes, os estudantes, próximo exame (veja, adiante, Analisan
em sua maioria, são maus em ambas as do, os Parágrafos),
48 Como Estudar

A primeira vez que você lê uma pas Uma é o ler a fim de encontrar res
sagem, deve concentrar-se nas idéias posta para determinadas perguntas. Ex
principais, e anotar tantos pormenores plicamos no último capítulo que formu
importantes quantos lhe seja possível. Na lar perguntas é fator essencial no estudo
segunda vez, poderá simplesmente rever eficaz. Você deve ir pensando nas per
e certificar-se sôbre as idéias principais, guntas à medida que progride em sua lei
mas concentrar-se na localização e me tura; elas lhe são sugeridas pelos títulos
morização
Na terceira de pormenoresúltima
e, porventura, importantes.
vez que eachar
pelasa coisas que
resposta você
para umalê. pergunta,
Quando você
isso,
fizer tal leitura, poderá fazê-lo para re por seu turno, suscitará mais perguntas
ver ambas as coisas. que o guiarão para diante. Não nos dete
remos mais nesse ponto, já que o fizemos
Outras finalidades da leitura. Descreve em local à parte.
mos duas finalidades principais que se Outra finalidade que você poderá, al
devem ter em mente quando se procede gumas vêzes, ter em mente, é o avaliar a
à leitura de deveres incluídos no material importância do que lê. Isso é sumamente
de um livro didático: apreender as idéias aconselhável quando você está lendo ma
mestras e fixar pormenores importantes. térias controvertidas, entrevistas, novas
Há ainda outras finalidades que o devem histórias, e outras coisas que não podem
animar na leitura que fizer. Falaremos ser reconhecidas pela simples aparência.
de três. É também de variável utilidade para as

ANALISANDO PARAGRAFOS
Eis aqui d uas passagens de um l ivro introdutório à botânica (“Botan y:
Principies and Problems”, de Edmund W. Sinnott e Katherine S. Wilson,
5.a ed., Mc-Graw-Hill, Nova Iorque; 1955). Na primeira, analisamos as pa
lavras e frases do parágrafo para ilustrar o que dissemos no texto. A se-

A CÉLULA DA PLANTA. Células são


minúsculas unidades, das quais a maior é
escassamente visível ao ôlho desarmado,
e algumas das menores, tão minúsculas
são, que se exigem os altos podêres dp
microâcópio para as distinguir. Na maioria
dos tecidos das plantas elas variam de
aproximadamente 0,1 a 0.01 mm em diâ
metro,a de
lhões 15 maneira que cêrca
bilhões seriam de 15numa
contidas mi
polegada cúbica! Uma fôlha ordinária
consiste de muitos milhões de células, e
uma árvore contém bilhões. As células
das bactérias são muito menores, algumas
delas medem cêrca de 0,0003 mm de lar
gura, avizinhando-se do limite da visibi
lidade através de um microscópio com
posto. As células maiores, como as da
polpa da melancia, podem atingir quase
um milímetro de diâmetro. É difícil pen
sar em têrmos dêsses minúsculos sêres, e
uma das dificuldades que o botânico deve
enfrentar é a de observar, na sua expe
riência ordinária com plantas, fatos que o
microscópio lhe mostra naquelas estrutu
ras minúsculas.
Ler Melhor e Mais Depressa 49

coisas que se estudam. Quando você lê chegou êle àquelas conclusões? Onde es
um livro didático pode, sem dúvida, na tava você errado? Até que ponto estava
turalmente, como é em geral o caso, estar errado? Por quê? Em suma, seja crítico.
certo de que o escritor sabe o de que está Avalie cuidadosamente as afirmações do
falando. Por outro lado, você verificará autor. Quando mais não seja, será êste
que o que se escreve em livros didáticos, pelo menos um meio de manter-se alerta,
especialmente de Psicologia, Educação e selecionar idéias principais e pormenores
Ciências Sociais, muitas vêzes não se har importantes, è fazer com que exerçam
moniza com suas crenças e preconcep- impressão sôbre você. Com a mente assim
ções. Quase sempre você está errado, e preparada, você aprenderá mais. Mais
certo o autor. Corrigir suas idéias é parte importante ainda, estará treinando para
da sua educação. a leitura de outros materiais controverti
Para tirar o máximo partido de suas dos e formando, a respeito dêles, sua pró
oportunidades, porém, você não deve ab pria opinião. Aprenderá “como usar a ca
sorver essas correções passivamente. Pelo beça” , e não simplesmente a engolir o que
contrário, quando ler, leia com a finali diz o autor.
dade de comparar o que o livro diz com Finalmente, outra finalidade da lei
o que você pensava ou acreditava. Quan tura é aplicar o que se lê aos próprios
do houver diferença, pergunte-se logo por problemas e ao mundo em que se vive.
que motivo o autor vai contra seu ponto- O escritor não tem o espaço ou inclinação
de-vista. Qual a evidência? Por que razão para indicar aplicações para tudo que es-

gunda, destina-se a servir-lhe de prática. Veja se apreende a idéia prin


cipal, os pormenores importantes e o sumário. Sublinhe as palavras im
portantes e escreva seu diagnóstico no espaço reservado à margem.

FOTOSSÍNTESE. A atividade principal


das folhas verdes é o fabrico de alimen
tação extraída de certos materiais inorgâ
nicos simples — dióxido de carbono e
água — pela energia derivada da luz.
Êsse processo de fotossíntese é fundamen
tal na natureza, porque não é apenas fun
ção essencial das próprias plantas verdes,
mas também se torna de suprema impor
tância
ser para os
a única animais
fonte final edeo alimento
homem, no
por
mundo. O alimento é um armazém de
energia e de materiais construtores do
corpo para os sêres vivos. Nas partes ver
des das plantas, a energia átiva, ou ciné
tica — neste caso a energia da luz — é
convertida numa forma latente ou poten
cial — prontamente disponível para os
organismos vivos usarem na manutenção
de suas atividades; e sòmente nas plantas
verdes são também produzidos os mate
riais orgânicos de que se constituem os
corpos das plantas e dos animais. As com
plexas mudanças metabólicas que mais
tarde se processam no mundo orgânico
são simplesmente elaborações dos produ
tos primários da fotossíntese.
50 Como Estudar

creve. Além disso, você vive no seu mun As pausas dos olhos. Quando você lê um
do e tem sua própria experiência e seu trecho de um escrito impresso, seus olhos
próprio conhecimento. Afinal de contas, movem-se ao longo das linhas. Você sabe
a utilidade de qualquer coisa que você lê disso, mas talvez não saiba que êles se
depende de sua capacidade de aplicá-la movem em rápidos pulos, com interrup
— tal é sua responsabilidade. Se voc ê co ções intermediárias. Você, de fato, nada
meçar a pensar sôbre o que aprende no pode perceber enquanto os olhos se estão
Segundo Ciclo e como aplicá-lo, será mais movendo. Se pudesse, teria a visão de um
tarde capaz de dar à sua instrução muito traço manchado, qual um chicote a vibrar
melhor aplicação. ràpidamente. E isso lhe seria tão impor
Aplicar o que se lê pode constituir tuno, que você não o agüentaria. O cére
coisa muito pessoal. No caso dêste livro, bro tem um mecanismo para anular essa
assim o esperamos. Êle não foi escrito, parte da atividade ótica. Quando o seu
como o são os livros didáticos, para lhe ôlho salta de um lado para o outro na li
ensinar idéias mestras ou pormenores im nha, êsse mecanismo evita que a percep
portantes, como único objetivo, mas sim ção do movimento seja registrada no cé
para ajudá-lo. À medida que o fôr lendo, rebro. Por isso você não distingue a man
seu. objetivo primordial deve ser o de ve cha móvel que de outra forma veria. O
rificar o que nêle existe aplicável ao seu ponto importante é que você percebe as
caso. Algumas coisas, aplicáveis nesse, palavras apenas quando seus olhos estão
não o serão naquele estudante, porque parados, não quando se movem.
cada um tem as suas próprias deficiências O ôlho é feito de tal forma, que vê
na maneira
para ensinar, de
os estudar.
elementosSelecionamos,
que muitas muito mais
êle está claramente
mirando o que fixa,
diretamente. Se o você
que
pessoas precisam conhecer, mas sua apli olha para a palavra “tu do” , voc ê vê tô-
cação é problema delas. Você deve de das as lêtras que a compõem de maneira
cidir ou descobrir como êste livro lhe absolutamente clara. E pode ver também
pode ser de utilidade. Pois a finalidade as palavras situadas em ambos os lados
de ler para aplicar o que você lê ao caso dela, mas já não as vê tão nítidas, porque
particular de cada um é sumamente acon sua imagem incide numa parte do ôlho
selhável no que concerne à leitura dêste não tão sensível como a que reflete a pa
livro. lavra “tudo”. A verdade, no entanto, é
que você as pode ver e compreendê-las,
USE OS OLHOS se o tentar. O número de palavras que se
distingue com uma só mirada constitui o
Você sabe, naturalmente, que lê com “campo de reconhecimento”. Se você vê
os olhos, mas é provável não saiba com apenas uma, seu campo de reconhecimen
exatidão
você o que
lê. Não estão
pode ser fazendo êlesporquando
censurado isso, to
do. éSeuma
vê palavra,
duas ou aliás,
três e,bastante
algumas reduzi
vêzes,
pois a atividade dos olhos é tão intrinca mais, seu campo de reconhecimento é
da e minuciosa, que só pode ser observa maior. As pessoas com amplos campos de
da com ajuda de equipamento especial. reconhecimento têm mais probabilidades
Um dos aparelhos é uma câmara-ôlho de de ser bons leitores.
tal maneira concebida, que pode fotogra Há algumas diferenças entre bons e
far a parada e o jmovimento dos olhos maus leitores, mas talvez a mais impor
treinados em determinado trecho da lei tante se refira ao campo do reconheci
tura. Câmaras-ôlho dêsse tipo foram usa mento. O mau leitor só vislumbra uma
das para registrar o movimento ocular de palavra em cada mirada. Conseqüente
dezenas de milhares de leitores, entre mente, é um leitor palavra-por-palavra.
maus e muito bons. Dos dados obtidos, sa Tem de fazer pausa para cada palavra da
bemos que o controle do ôlho é bastante linha. E isso significa grande número de
importante na leitura. De fato, você não pausas. Para uma linha como esta, lá se
pode esperar ser leitor eficaz, a menos vão dez pausas. É evidente que êle não
que aprenda a usar os olhos eficiente pode ler muito depressa, pois está prega
mente. do a cada palavra. Em vez de correr pela
Ler Melhor e Mais Depressa 51

O MOVIMENTO DO ÔLHO AO LER

Na figura está um oftal-


mógrafo usado para fo
tografar o movimento
dos o l h o s ao lerem .
(American Optical Co.).
5 •: '-e. O filme mostra um re
Thje kjitten •jilled
p| atjthej veil and jvreath gistro dos movimentos
3- - 5.- 6 7 8 , 9 :
do ôlho feito com tal
instrumento. (New York
4

jrf jíl ow er s jvij;h tjer cunnijig p^ws . Jü ijtl e by


University Testing and
; i '. . 3 .4 ■
■- s. . . 6 T
Ad visemen t Cen ter). As
LÍtj:ie sh^ drewjthem to thej edge of thejbjox. linhas em tipo de im
prensa mostram
rença entre a dife
um bom leir-
32 1,4 5 7 8 9 II 10 1 7.

^h^jjcitten j p|illedj at th| ve jl ajadjwre ath


tor e um mau. Cada
barra vertical acompa
» 2 - 3, 4 6 8 5 II I3 7ia 9 14 nhada de um número
of|fl|wers \jith hejr |un|u^ paws||ljJittl| by representa uma fixação.
6 10 7 13 II 8 14 9 16 17 215 O bom leitor faz relati
lijttjle ^he drjw th* m vamente poucas fixa
ções e não retraça a
linha.

linha, êle coxeia através dela em passos limite para a possível brevidade de uma
difíceis. pausa. Não se pode, em média, fazer os
Mas os bons leitores não fazem isso. olhos parar e recomeçar de nôvo em me
Aprenderam
média de duas a focar, em palavras.
ou mais cada relance,
Fazema nos demínimo
tempo 1/5 de necessário
segundo, para
que é,perceber
assim, eo
isso utilizando-se das palavras que podem compreender as palavras vistas numa
ver; aprenderam a ampliar seu campo de pausa. Os maus leitores, porém, não redu
reconhecimento (mais adiante, neste capí ziram o seu tempo de pausa a êáse míni
tulo, mostraremos como você também mo. Êles mantêm os olhos em cada pausa
pode fazer o mesmo). Resultado é que não mais tempo do que precisam. A economia
precisam fazer nem metade das pausas nesse caso não é habitualmente tão gran
que o mau leitor faz, pois passam para a de quanto a conseguida com a redução do
linha seguinte duas vêzes mais depressa número de pausas, mas pode ser apreciá
do que o mau leitor. O aperfeiçoamento vel. O bom leitor, que faz o menor núme
do campo de reconhecimento reduz. o tem ro possível de paradas, economiza sem dú
po da leitura para metade. vida um têrço ou mais do tempo gasto em
paradas pelos maus leitores.
Economiz ar tempo. Os bons leitores tam- Outra característica dos maus leito
bém têm um par de outras vantagens so res
vez édeque êles retraçam
avançarem todo oseus passos.
tempo, Em
muitas
bre os maus. Em primeiro lugar, não se
detêih tanto tempo numa pausa. Há um vêzes retrocedem. Seus olhos descem
52 Como Estudar

meio caminho para outra linha e, então, meço. O mau leitor, coitado, gasta tanto
movem-se umas tantas palavras para trás, tempo movendo os olhos para trás e para
onde estiveram antes. (Êsses recuos são a frente, que terá esquecido o que leu
chamados “regressões” ou “movimentos quando chegar ao fim da sentença. Ler
regressivos”). Tal hábito ocorre, em par.te, mais depressa, sem repassagens, ajuda
porque êles não estão alerta quando lêem realmente a compreensão do bom leitor.
e, portanto, não comprendem as palavras
Seja-nos lícito, antes que prossiga
pára
cia o que olharam.
sentido Perdem quando
das palavras com freqüên
fazem mos para mostrar-lhe como se pode aper-
pausa, mesmo que tenham olhado corre feiçoar sua maneira de ler, introduzir
tamente para elas. Se vão’ mais longe aqui uma precaução importante, m a s
numa linha ou sentença e acham que a assaz negligenciada. A fim de qüe seja
não comprenderam, têm de voltar e apa você bom leitor, é mister ter bons olhos
nhar o que perderam. Em parte, no en ou bons óculos corretivos. Se assim não
tanto, as regressões nada mais são do que fôr, as palavras em tôrno daquela para
maus hábitos adquiridos em leitura titu- que você está olhando estarão manchadas
beante. O leitor não está lendo com uma e você não as poderá perceber fàcilmente.
finalidade; está satisfazendo ócios. Por Se você não se submeteu 'a um rigoroso
isso, seus olhos passeiam para a frente e exame de olhos recentemente, aconselha
para trás, sem qualquer alvo, tal como o mo-lo que o faça. Não se arrisque, em
faz a sua mente. hipótese alguma, a que seus olhos possam
Êsses movimentos regressivos são não
do-seestar em quaisquer
de que boas condições.
mínimosCertifican
defeitos
desnecessários e esbanjadores de tempo.
Há ocasiões, mormente em leituras muito serão prontamente corrigidos, você terá
técnicas, que até o melhor leitor tem de oportunidade de ler em grande forma. As
voltar para conferir alguma coisa, mas êle vantagens que tirará disso, em tempo eco
o faz muito pouco. Daí o economizar um nomizado e melhores graus obtidos, serão
“tempão” avançando sem parar. Outra enormes, comparadas com o dinheiro e o
vantagem dêle: movendo-se para a frente, tempo exigidos para cuidar do assunto.
com boa velocidade, vai bem depressa, Antes de ler a próxima seção, suge
bastante para não esquecer, quando atin rimos que faça os testes de leitura cons
ge o fim da sentença, o que estava no co- tantes de Quão Depressa Pode Você Ler?

QUAO DEPRESSA PODE VOCÊ LER?

Encontram-se a seguir duas breves seleções que você poderá usar para
conseguir uma idéia tôsca sôbre quão depressa pode ler. Antes de as ler,
apanhe um relógio com um ponteiro de segundos para que possa controlar
você mesmo o tempo. Quando estiver pronto para começar, anote o tempo
exato no título da passagem, desta maneira:
(hora) 7: (minu to) 23: (segundo) 15

Então leia a passagem tão depressa quanto lhe fôr possível. Não, porém,
tão depressa que não possa compreender e lembrar o que leu, porque você
desejará certificar-se sôbre a compreen são do _ texto que lhe fornecem os
para cada passagem. Quando terminar a leitura, anote por escrito a hora
exata na base da passagem. Então vá diretamente para o teste de com
preensão. Não olhe pra trás, para a passagem, enquanto estiver fazendo
o teste. Você deve conseguir fazer aproximadamente todos os itens que
estão
não leunocom
texto (nove bastante.
cuidado pelo menos).
Você Se perder
pode achardemasiados
um relativoitens é de
índice porque
sua
velocidade na leitura comparando a tabela seguinte com o tempo que
gastou para ler a passagem:
Ler Melhor e Mais Depressa 53

-PASSAGEM 1 PASSAGEM 2 Velocida de de leitura


s
I
Segundos Minutos Segundos palavras por

6 58 7 5 80
5 34 5 40 100
4 38 4 43 12 0
3 58 4 3 140 f
3 16 3 20 1701
2 47 2 50 200
2 19 2 22 240
1 59 2 - 1 280't
1 ' 44 1 46 320
1 32 - 1 .-V. 34 360
1 23 1 25 400

PASSAGEM 1
Tempo do início

A cris e ed uc ac ional neste país está pi o cuito aberto, na qual os programas levados
rando ràpidamente. Por volta de 1965, as ao ar podem ser sintonizados por qualquer
matrículas nas escolas secundárias ultrapas pessoa de posse de um receptor adequado, e
sarão 70 por cento o nível atingido.há apenas ( 2 ) irradiações em circuito fechado, em que
três anos. Em 1970, devemos aguardar dois os programas são “canalizados” para as sa-
estudantes do Segundo Ciclo para um que las-de-aula por cabos diretos e não podem ser
temos agora. , recebidos por pessoa de fora.
Essa maré montante de estudantes é er£- Alguns dos prog ram as em circ ui to ab erto
frentada por uma escassez aguda e crescente na TV educativa srcinam-se em estações co
de professores. Já temos a menos, presente me rciais . regulares. Filadélfia, por exem plo,
mente, cêrca de 2 0 0 . 0 0 0 , e, dentre os que pos vem irradiando, há nove anos, programas es
suímos, aproximadamente 90.000 deixaram de colares através de canais comerciais da loca
atender até os mínimos padrões para a obten lidade. Mais de 900 receptores de televisão fo
ção do certificado de professor. Em centenas ram instalados em salas-de-aula. Êste ano, a
de escolas, as matérias importantes não s|o N B .C.. começou uma sér ie de i rradi ações
ensinadas. Quarenta e cinco por cènto de educativas através de sua rêde.
nossos ginásios não oferecem nenhunía lín
gua estrangeira; 23 por cento não lecionam A m aio ria' dos pr og ra m as em circuito
Física ou Química, 24 por cento não dão Geo aberto para salas-de-aula, porém, provém de
metria. Ao nível do Segundo Ciclo precisamos estações postas a êssé serviço pela Comissão
de recrutar 500.000 novos professores nos pró Federal de Comunicações, para uso exclusivo
ximos doze anos, se pretendemos manter mes do ensino.foram
qüências Duzentas e cinqüenta
reservadas, e oito
tornando fre
teorica
mo as proporções atuais de estudantes de fa
culdade. mente possível uma rêde nacional de emisso
Existe uma crescente convicção de que o ras educativas. Vinte e quatro de tais emisso
problema pode, dentro de certa medida, ser ras estão agora operando. Deverão funcionar
aliviado pelo recurso extremo à televisão. Até trinta antes do fim de junho. O não haver
ao presente, as experiências na TV educacio muito mais em serviço agora é devido, em
nal, realizadas neste país (EE.UU.), foram parte, a dificuldades no levantamento de fun
modestas em número (não mais do que cin dos, e, em parte, ao fato de a maioria delas
qüenta estabelecimentos de ensino tomaram trabalhar na freqüência superalta, para a
parte), porem mostraram ser mais poderosas qual existem poucos receptores adaptados.
e mais plasticas em seus usos do que muitos Más é a respeito dessas freqüências reserva
imaginam presentemente. Tão encorajadores das que alguns dos mais impressionantes
foram os resultados que o Fundo para o Pro exemplos da TV educativa têm sido desenvol
gresso do Ensino decidiu aplicar $968.000 para vidos.
o mais extenso projeto já realizado na TV A ex pe riên cia de Pittsbur gh co m eç ou em
educativa. A começar do próximo outono, será 1955 e atraiu a atenção da nação inteira. O
proporcionada instrução de sala-de-aula em ensino diário pela televisão é ministrado em
oito cidades dos Estados de Oklaoma e Ne-
braska. leitura do quinto
fia-História. Vinte grau,
e òitoAritmética
classes eme Geogra-
vinte e
A TV ed uc at iva po de tomar um a das duas três estabelecimentos de ensino diferentes
formas tecnológicas: ( 1 ) irradiação em cir estão participando. Lições de vinte minutos
54 Como Estudar

pela televisão são ministradas por professo a fim de permitir a comparação dos resulta
res peritos, com períodos vários destinados a dos nas classes pela TV com os obtidos por
continuar a matéria com professores em. sa- estudantes a quem se ensinam as mesmas ma
la-de-aula. Grupos de controle foram criados térias em condições ordinárias.
Hora do término

(Extraído de “The Case for TV in Education”, de Charles A. Siepmarin,


The New York Times, 2 de ju nho de 1957, co m perm iss ão do ed itor ).

TESTE DE COMPREENSÃO DA PASSAGEM 1

Marque cada afirmação como verdadeira


ou falsa.

1. Por volta de 1970 deve mo s esperar 7. A Comissã o Fe de ra l de Comun ica r


cinco estudantes do Segundo Ciclo ções reservou 2 0 0 freqüências para
para cada um que temos agora. a TV educativa.
2. A presente escassez de professores 8 . Quase tôdas as freqüências reserva
das para a TV educativa estão sen
2 0 0 000
3. é de cêrca ede seis por
Quarenta . cen
. to de no s do usadas.
Muitas emissoras de TV educativa
sos ginásios não oferecem nenhu irradiam em freqüênciá ultra-ele-
ma língua estrangeira. vada.
- 10. Pittsburgh está levando ao ar li
4. Cêrca de cem estabe lecimen tos de ções diárias para os segundos graus
ensino participam agora de progra pela TV.
mas de TV educativa. 11 . Na experiência de Pittsburgh há
5. O Fundo para o Progresso do Ensi um dispositivo para aulas de conti
no apóia a maioria dêsses projetos. nuação, ministradas na sala, por
professores.
6 . Alguns program as de TV educativa 12. As liç ões pela TV em Pittsbur gh
em circuito fechado srcinam-se de têm a duração de cêrca de 20 m i
emissoras comerciais. nutos.
A ch av e pa ra class ifi ca r as pergun tas é co m o segu e: (1) F, (2) V, (3) V,
(4) F, (5) F, ( 6 ) V, (7) V, ( 8 ) F, (9) V, (10) F, (11) V, (12) V. Você deve
acertar pelo menos nove; de outra forma, você leu a passagem demasia
damente depressa para compreendê-la.

PASSAGEM 2
Tempo de início.
Se alguma vez existiu designação pouco Tal circunstância singular não impede
apropriada, essa é a de “visão normal”. “Vi que alguém procure ter melhorada a visão.
são normal” é absolutamente anormal, um É um axioma, entre os oculistas, de que cedo
estado de perfeição teórica tão raro, só en Ou tarde todos precisam de óculos. Só nos
contrado em menos de 2 por cento dos adul Estados Unidos, cêrca de 75 milhões de indi
tos. E mesmo êsses 2 por cento podem estar víduos usam êsses acessórios visuais e gastam
certos de a perderem, à medida que vão fican 300 milhões de dólares nêles por ano.
do velhos. Tôdas as outras pessoas vêem o Já no século XIII foi decidido que lentes
mundo através de vários graus de opacidade ópticas constituíam o melhor meio de corri
e distorção, coisa a que muitas delas se tor gir os menores defeitos da visão ordinária.
naram tão acostumadas, que qualquer outro Durante os 700 anos seguintes nada foi feito
estado lhes pareceria intolerável. Como re para modificar essa básica crença médica. Os
sultado, muitos médicos oculistas, ao recei únicos aperfeiçoamentos largamente aceitos
tarem óculos, evitam dar aos pacientes uma têm sido de ordem técnica: meios mais pre
“visão normal” por receio do efeito perturba cisos de medir as deficiências oculares, me
dor que poderia causar. lhores métodos de polir as lentes e, recente-
Ler Melhor e Mais Depressa 55

mente, as lentes de contacto, que se ajustam Isso é conseguido por duas lentes fixas e duas
diretamente ao globo ocular. ajustáveis, duas chapas sensíveis não mais
A m aior ia dos desvios não técn icos da largas do que colher de sopa, e uma compli
tradição ocular tém sido proposta por excên cada e imensa série de nervos de controle
tricos ou personagens de pouco valor, sem qüe fornecem uma imagem mental da cena
apoio das autoridades médicas reconhecidas. que está sendo focada.
A fren te do ôlho , um a ca m ad a cu rva de
O assalto mais recente dessa natureza foi proteína transparente, chamada córnea, é uma
o feito pelos advogados do “treino visual”. É poderosa lente fixa comparável à de uma câ
uma habilidades
das teoria radical que pugna
visuais; pelodos
a maioria exercício
espe mara comum. No ato de ver um objeto, a
córnea se refrange, ou se curva deixando en
cialistas ou oftalmologistas deploram, mas trar os raios da luz, condensando a imagem
está ela tendo crescente aceitação entre os e encaminhando-a através da pupila, A área
optometristas, praticantes não médicos, que colorida em tôrno da pupila é a iris, que con
testam a Visão e receitam o exercício* confor tém pequenos músculos, que alargam ou con
me o caso. traem a pupila, conforme a luz seja fraca
O artigo seguinte trata, não das doenças ou intensa.
dos olhos, mas da ordinária visão imperfeita Diretamente depois de passar através da
—aquela de que sofrem 98 por cento da po pupila, os raios de luz são trabalhados por um
pulação. Qualquer pessoa com vista precária aparelho formidável constituído das lentes
— o que significa dizer tôdas as pessoas — cristalinas. Por meio de ajustes automáticos
deve saber como funcionam os olhos e como ditos “acomodação”, essas lentes mudam de
suas deficiências podem ser melhor corri espessura e curvatura a fim de focar a ima
gidas. gem na retaguarda do ôlho, a retina, onde
Compreender o processo dá visão não é os raios de luz focalizados ativam seis milhões
matéria simples. O sistema visual humano é de terminais de nervos responsáveis pela côr,
espantosamente complicado, autofocador, uma brilho e pormenor, e 12 0 milhões de outros
espécie
tinada ade fornecer
câmara instantaneamente
com duas cavidades des
filmes terminais
e à luz pálida. Êles servem deaofilme
de nervos sensíveis movimento
fotográ
revelados em côr natural e três dimensões. fico, no ôlho.
Hora do término:.
(Transcr ito d e “The Unending Search for “ Normal” Vision”, d e R i
chard Carter, Life, 27 de maio de 1957. Com permissão de Time, Inc).

TESEE DE eOMPR ÉENSA O DA f ASSAGEM 2


Marque cada afirmação como verdadeira ou falsa.

1. A visã o norm al é usufruída po r m e- r - 7 . O artigo vai tratar das moléstias


nos de 2 por cento de todos os -j
adultos. 8
doscórnea
. A olhos. é como a lente fixa numa
2. Muitos of talmologistas, ao receita câmara fotográfica.
rem óculos, evitam dar aos pacien-
tes visão normal. 9. A compreen são do proc esso da visãó
3. É axioma entre os médicos oculis é matéria relativamente simples.
tas dizer que cedo ou tarde todo s K[)_ 10. Antes de passar através da pupila,
precisam dê óculos. os raios de luz são trabalhados pe
4. As pessoas nos EE.UU. gastam cêr- las lentes cristalinas.
ca de 10 0 milhões de dólares por ^ 1 1 . Os rai os de luz focad os ati vam 6
ano em óculos. milhões de terminais de nervos sen
■<3> 5. Nos 700 anos passados, a opinião sívei s à Côr, ao b rilho e ao po r
médica acêrca da maneira de cor menor.
rigi r a visão mudou radicalmente. ,
6. O “treinamento visu al” tem mais X - 12. Há 120 milhõ es de outros terminais
aceitação entre os oftalmologistas de nervos que constituem o filme
do que entre os optometristas. fotográfico do ôlho.

(I) V,
A ch
(2)avV,e (3)
pa raV, cl(4)
assF,
ificaçã
(5) F,
o das
( 6 perg
) F;un(7)
tas F,.acim
( 8a) éV, a (9)
queF,se (10)
seguF,
e:
(II) V, (12) V. Você deve ter acertado pelo menos nove vêzes. Caso con
trário, você leu a passagem demasiado depressa para a necessária
compreensão.
56 Como Estudar

COMO APERFEIÇOAR SUA LEITURA pressa para que pare de mover os lábios.
Não obstante, tentando deliberadamente
Com algum conhecimento de como os lér mais depressa, você pode ver-se livre
olhos o servem na leitura, você está apto da mania de mover os lábios. Depois de
a melhorar sua maneira de ler. Ofere ter feito isso durante algum tempo, des-
cer-lhe-emos, em primeiro lugar, alguma , cobrirá que lh e é possível ler mais de
orientação pára você obter melhor e mais pressa, sem dispêndio de muito esforço.
rápida
elementos leitura; depois para
específicos lhe indicaremos
aperfeiçoa Leia “ unidades de pensamento” . Outra
mento. maneira de melhorar a leitura é a da con
centração sôbre unidades de pensamento.
Deixe de falar consigo mesmo. Sem dúvi A unidade da qual as sentenças são cons
da, a razão por que muita gente lê pala truídas é a palavra; as palavras, por sua
vra por palavra reside no fato de ter. vez, agrupam-se, constituindo as unidades
aprendido a ler em voz alta. As crianças de pensamento, as mais naturais unida
que aprendem o bê-a-bá fazem isso, o que des para còmprçensão do sentido de uma
as ajuda a começar. Mais tarde, natural sentença, pois é possível assimilar cada
mente, aprendem a ler em silêncio, mas uma delas com sum relance.
o fazem em geral falando para si mes
mas. Continuam a mover os lábios quan O que* vem a ser unidade de pensa
do lêem e prosseguem fazendo todos os mento? Um substantivo e seu adjetivo;
movimentos da leitura oral, sem emitirem um verbo com seu adv érbio; •uma frase
qualquer som. prepositiva; um pronome relativo associa
Muitas vêzes você pode saber se uma do a um verbo; o artigo co m o nome que
pessoa ainda está falando para si mesma, êle individualiza. São essas as magnas
observando se move os lábios ou não. Se unidades de pensamento em uma senten
os move, demonstra isso que se trata de ça. Por exemplo, na última senténçâ, as
leitor lento; se uma pessoa lê com a mes unidades de pensamento principais po
ma velocidade com! que fala, está lendo diam ser subdivididas desta maneira:
mais vagarosamente do que pode e deve. “ São essas — as magnas — unidades de
A fala ordinária é emitida à razão de 100 pensamento — em uma sentença.” Cada
a 125 palavras por minuto. Os bons lei par ou grupo de palavras pertence ao
tores devem ler, à razão de 200 ou mais mesmo todo, e o bom leitor abrange um
palavras, o material de livros didáticos grupo em um relance. Você não precisa
difíceis, e até 600 pálavras por minuto, ler cada palavra nessa sentença; pode fa
material fácil, como histórias. Ninguém zê-lo em quatro lances.
•pode com essa velocidade, mover os lá
bios. Se você é um dos que movem os lá p queNão é precisodenecessàriamente
é unidade pensamento parasaber
ser
bios, quando lêem, precisa acabar com capaz de lhes dar atenção. De fato, o que
êsse mau hábito. ela é depende da dificuldade do material
Para desenvolver a habilidade de ler e de até que ponto você está familiariza
sem mover os lábios, duas coisas há que do com êle. A primeira vez que você lê
você pode fazer: primeiro, colocar o dedo material mais ou menos difícil e estra
sôbre os lábios. Isso não apenas lhe mos nho, poderá ter de absorvê-lo em unida
tra quando você os moveu, chamando-lhe des bastante pequenas. Ao ler pela segun
-a atençao para a falta, mas também age da vez o mesmo material, ou algo com a
como um freio sobre eles, evitando que se qual já esteja um tanto familiarizado,
movimentem, como acontece, quando você você pode agrupar mais palavras em cada
fala. A melhor cura, porém, é praticar a unidade de pensamento. O bom leitor
leitura rápida. Tente ler tão rapidamente, consegue a média aproximada de duas pa
que não haja tempo para mover os lábios. lavras em uma unidade, para material di
Êsse conselho,
radoxal: admitimos,
queremos que vocêé um
paretanto pa
de mo fícil,
fácil. eDizemos
três ou “médias”
mais, emporque
material
nemmuito
to
ver os lábios a fim de que leia mais de das as unidades têm a mesma extensão.
pressa, e aconselhamo-lo a ler mais de Algumas vêzes, tem ela apenas uma pa-
Ler Melhor e Mais Depressa 57

lavra; mais freqüentemente, abrange duas, de regra, 500 palavras, mas você terá de
e algumas vêzes, três ou quatro. Fator descontar possíveis ilustrações ou outro
importante é tentar ler mais de uma pa material que não seja parte do texto. Cer
lavra de uma vez e fazê-lo em têrmos do tifique-se, também, no caso do Reader’s
agrupamento natural de palavras em uni Digest, de que não haja mudança no ta
dades de pensamento. manho das páginas, nas linhas, colunas,
ou tipo de lêtra.
Pratique ler mais d epressa. Ver-se livre Selecione um artigo que lhe inte
do movimento labial e concentrar-se nas resse. Apanhe um relógio e anote o tem
unidades de pensamento não será, por si po, até segundos, quando começar a ler.
só, fazê-lo ler apreciàvélmente mais de Leia tão rapidamente quanto lhe seja
pressa, mas apenas uma ajuda nesse sen possível, procurando, outrossim, captar o
tido. O único caminho seguro para aper sentido do texto. Quando tiver terminado,
feiçoar a velocidade de leitura é prati anote novamente a hora. Veja a diferença
cá-la tão fielmente e por tão largo espaço entre os dois tempos, dividindo por ela o
de tempo, que se torne hábito arraigado. número de palavras, a fim de conhecer a
Você não pode praticar em ataques e sua média de velocidade de palavras por
partidas, pois tenderá a voltar, nos inter- minuto; registre-a na carta fornecida
meios, aos velhos hábitos. Deve estabele para isso. Para se certificar de sua com
cer um programa sistemático que não preensão, pergunte a si mesmo o que foi
seja
menteinterrompido até quea arte.
conseguido dominar tenha real que leu;seaíapreendeu
rificar volte a leraso idéias
artigo principais
para ve
Em primeiro lugar, deve empregar e os pormenores importantes. Caso nega
um período especial, cada dia, em treina tivo, provàvelmente leu demasiado de
mento de leitura rápida. Será em qual pressa para sua atual habilidade. Não
quer hora, desde que você possa contar deixe que isso o aborreça. Insista na ten
com êle, e não haja possibilidade de que tativa. Apenas procure* ao mesmo tempo,
Outras atividades interfiram. Sugerimos, concentrar-se em conseguir as idéias prin
porém, que tal período seja justamente cipais e os pormenores importantes.
antes de você ir para a cama, por isso Se você está usando o Reader’s Digest
que com êle se pode sem dúvida contar. ou outra revista que tenha artigos bas
Presumimos seja a hora em que você tante curtos, provàvelmente lerá três ou
acabou de estudar e pode concentrar-se quatro artigos cada noite. Márque o tem
em alguma coisa mais durante algum po cada vez que o fizer, e registre a mé
tempo.
pouco deÉ leitura
tambémextra,
boa ocasião para um dia
não obrigatória. fazeremo mesmo
palavrascada
por noite,
minuto. Continue
durante duasa
Imagine ter de gastar cêrca de meia hora semanas, escolhendo sempre artigps que
— certamente nunca menos de 10 a 15 se equivalham em dificuldade. Praticar
minutos — na sua prática de leitura - com material fácil é a melhor maneira de
rápida. se ver livre de seus velhos hábitos de ler
Antes de tudo, escolha alguns mate tudo com a mesma velocidade.
riais leves, relativamente fáceis, o tipo Depois de praticar tôdas as noites
de material que você usaria com prazer, com êsse material fácil, você deve atingir
como, por exemplo, a revista Life ou o certa média mínima de palavras na lei
Reader’s Digest. O ultimo é particular tura rápida, dentro de um par de sema
mente indicado, já por conter muitos ar nas. Poderá verificar o fato através do
tigos curtos, cada um dos quais pode ser registro de suas médias anteriores. Isso
lido em poucos minutos, já porque suas não é provàvelmente o melhor que possa
páginas
lhe mostrasãoràpidamente
bastante uniformes, o que
quantas palavras fazer após tomar-se bom,
é suficientemente um leitor
por eficaz, mas
enquanto.
você leu. Uma página inteira do Reader’s Então será tempo de começar a praticar
Digest, com êste tipo de lêtra, contém, via com material mais difícil, algo que se pa-
58 Como Estudar

reça mais com os livros didáticos de seu ções de um manual de laboratório, a tí


estudo. tulo de experiência, leia-as passo a passo,
Nesse estágio, sugerimos que volte a muito lentamente, certificando-se de não
atenção para periódicos como a Saturday ter perdido nenhum pormenor. Você terá
Review, o mensário The Atlantic ou Har? de julgar por si mesmo quão rápido pode
per’s Magazine. Estas puplicaçÕes contêm andar, mas deve esperar ler coisas dife
interessantes artigos informativos; no en rentes em velocidades diferentes.
tanto, o estilo de escrever é mais comple Seu objetivo, naturalmente* é conse
xo. As palavras são maiores, mais longas guir ler corri toda a velocidade possível.
as sentenças, e mais complicado o con Quer dizer que você deve certificar-se de
teúdo. Ô nível de dificuldade se aproxi que está compreendendo o que lê, isto é;
ma ao dos livros didáticos. Sugerimos que não está sacrificando a compreensão à ve
arranje vários exemplares de uma dessas locidade. Se tentar empurrar-se em ex
revistas e continue a exercitar tôdas as cesso, certo perderá algo da compreensão,
noites, lendo os artigos. Conte as pala o que não é razão, contudo, para retornar
vras numa coluna especial ou página do aos velhos hábitos de le r palavra po r pa
texto para que saiba quantas há na pági lavra. Mister reduzir a velocidade um
na. Pelo resultado você pode com facili pouquinho, porque não se pode aumentar
dade estimar o número de palavras nas a velocidade de leitura de um momento
outras colunas e páginas distribuídas sob para outro: O trabalho tem de ser feito
títulos ou outro material. Continue então por fases, tal como um dactilógrafo ou
a sua
ler tãoleitura como o quanto
ràpidamente fêz antes, tentando
possível e estenógrafo gradualmente
número de palavras aumentam
que podem bater ouo
mantendo o controle de sua velocidade. apanhar. Mas procure estar certo de que
Ao mesmo tempo que estiver exe a maior rapidez possivelmente alcançada
cutando êsses exercícios de leitura notur não sacrifique a compreensão do que es
na, você deve, naturalmente, tentar ler os tiver lendo. Se ficar patente que está an
seus deveres regulares com mais rapidez. dando depressa demais, poderá sempre
Aconselhamos exercícios separados, a fim reler o material na sua velocidade máxi
de que possa ter um tempo regular diário ma, para descobrir o que perdeu na pri
para se treinar e seguir um plano de lei meira vez. Isso provará ser bastante mais
tura do material dentro do mesmo nível eficiente do que continuar arrastando-se
de dificuldade. O objetivo primordial, na sua média antiga.
embora não o único, dêsses exercícios, é Gostaríamos de insistir, no caso de
ajudá-lo a estudar mais eficazmente. Por ter você algumas dúvidas, no fato de que
isso, não deve desperdiçar tempo; aplique essas instruções que estamos dando são'
suas habilidades
das aos de leitura De
estudos regulares. já aperfeiçoa
fato, tanto realmente eficazes. É difícil conseguir
dados de pessoas que treinaram na arte
quanto seja possível, deve tentar cons de ler mais depressa por - esforços pró
cientemente ler cada vez com mais efi prios, pois em regra não nos é possível
ciência sempre que ler qualquer coisa, medir suas médias antes e depois do trei
seja o que fôr. namento. Existem, no entanto, centenas
Quando conseguir ler,seus deveres de de casos nos quais os estudantes, depois
estudo mais depressa, lembre-se que a ve de seguirem o conselho dado aqui, comu
locidade da leitura varia muito com o nicaram ter aumentado muito a sua velo
tipo de material que está lendo. Você cidade de leitura, normalmente de 50 a
deve ler mais ràpidamente História, Lite 100 por cento. Em cursos dados a milha
ratura e Filosofia —- matérias mais narra res de alunos do Segundo Ciclo e outras
tivas, onde as idéias principais são as coi pessoas, quase todos os que trabalharam
sas importantes a conseguir. Material melhoraram algo, e a média de aprovei
maise técnico,
do contém que é rigorosamente
muitos frasea
pormenores impor tamento
cação da chegou
rapidezperto
com do
quenível
liamdeantes
duplido
tantes, deve ser lido mais devagar. Por treinamento. As pessoas matriculadas em
exemplo, se você estiver lendo as instru tais cursos têm naturalmente a vantagem
Ler Melhor e Mais Depressa 59

Use êste mapa para manter o controle do seu progresso na prática


diária de ler mais depressa. Quanto às instruções, veja o texto (para
achar a média, multiplique o número de páginas pelo número de palavras
por págin a e então divida jiel o tem po). .-

REVISTA OU LIVRO PÁGINAS TEMPO MÉDIA

;/ '< ■ -

. •' •
60 Como Estudar

detser acompanhadas pelo instrutor e im tudo. O sentido de uma sentença inteira


pulsionadas pelo curso. Não obstante, pode depender da. nova palavra que lhe
mesmo assim devem treinar-se a si pró não é familiar. E justamente nessa sen
prias. Apenas praticando, fora da aula, o tença pode estar a idéia principal ou
que lhes recomendou o instrutor que fi os pormenores importantes. Mesmo que
zessem em classe e em livros, poderão de assim não seja, talvez a nova palavra
fato melhorar. Você pode fazer o mesmo. possa aparecer alhures como palavra-cha
ve numa idéia ou pormenor. E sé você
CONSTRUINDO UM VOCABULÁRIO pretende ler eficazmente, precisa conhe
cer bem tôdas as palavras que ler, sejam
Se você quer ser um ^stu^nte de palavras-chaves ou não. Por isso, cultive
primeira categoria, deve prestar atenção as palavras novas. Use-as como trampo
a outro importante fator tão lamentàvel- lim, em rumo de melhor leitura e com
mente negligenciado ■— seu vocabulário. preensão.
Muitos testes com estudantes de diversos Tão logo haja localizado uma pala
níveis, incluindo o Segundo Ciclo, indi vra nova, ou mesmo de sentido nôvo, ou
cam que os bons estudantes quase sempre ainda, alguma que você pensa conhecer,
possuem um vocabulário melhor do que mas não está disso seguro, a primeira coi
os maus estudantes: podem não apenas sa a fazer é procurá-la num dicionário.
definir mais palavras do que os maus, Em resumo, adquira o hábito do dicioná
como também discriminar-lhes o sentido. rio. Tenha sempre um à mão quando es
Isso os ajuda a ler mais depressa, pois tuda, e não seja parcimonioso no usá-lo.
percebem os significados das palavras Uma vez que compreenda o sentido de
num relance, sem pensar, e, por conse uma palavra nova, torna-se ela proprieda
guinte, terminam compreendendo melhor de sua; sua, para ser compreendida e usa
aquilo que leram. Assim, parte da apren da. Se você é um mau estudante, mais do
dizagem de como estudar e ler mais de que ninguém necessita adquirir o hábito
pressa é o esforço em tentar dominar as do dicionário, mas também os bons estu
palavras que se lêem. Há várias maneiras dantes não podem prescindir dêle. Artis
de fazer isso. tas de nomeada, provàvelmente com me
lhor domínio do idioma do que a maioria
Preste atenção às palavras novas. A pri das pessoas, possuem, não raro, meia dú
meira coisa a fazer é procurar e ouvir as zia de dicionários para fins diferentes e
palavras novas. Quando vir uma palavra mantêm-nos ao alcance da mão. Êles estão
nova ou encontre outra cujo significado amiúde procurando o significado de pala
lhe é apenas vagamente familiar, não vá vras novas e até de palavras que têm
adiante, pensando poder prosseguir sem usado todos os dias, mas cujo èmprêgo
ela. Isso não é apenas preguiça, é com- precisa ajustar-se a determinadas finali
suicídio no que concerne ao es dades literárias.
MEMÓRIA, s. f. Lat. memória. Faculdade de con
servai* idéias ou noções adquiridas. / 2 .; Remi*
niscência. / 3. Celebridade. / 4. Rememoração,
lembrança, recordação. / 5. Fama, nome, cré
dito, reputação. / 6. Monumento levantado
O QUE PODE VOCÊ APRENDER NUM DICIONÁRIO para comemorar os feitos de alguma pessoa
ilustre, ou algum acontecimento notável. / 7.
Rol, fatúra ou nota de despesas que o crédor
envia ao devedor para sua lembrança. / 8, Èsr
pécie de requerimento suplemèntar era que se
Eis aqui a reprodução do verbête Memó *recorda a petição primitiva; memorial. / 9. Do
cumento em que a parte expõe a sua defesa ou
ria, coniorme aparece no grande e Novíssimo o seu pedido e que junta aos autos. / 10. Co:-
Dicionário da Língua Portuguêsa, de Láude- - memoração de um santo o u a oração ém qu e
ela se faz no ofí cio do dia. / 11. Anel que se
lino Freire. Dá-nos êle a pronúncia da pala dá para conservar a lembrança de alguma
vra, nos casos duvidosos, indica a categoria pessoa-ou comemorar aígum fato. / 12. Nota
diplomática que o representante de uma nação
gram atical (s. = substantivo) e a etimologia. apresenta ao govêrno junto do qual está acre
ditado com a exposição de qualquer fato. / 13.'
A segu ir, define a pa la vr a e ap rese nta um a Dissertação sôbre um objeto científico ou lite- .
série de sinônimos. O estudante deve habi rário, destinada já a ser enviada a uma corpo
ração, a uma academia, a uma escola ou ao
tuasse a ler com atenção o dicionário, o que govêrno, já a ser publicada pela imprensa.
/ 14. Vestígio ; qualquer sinal que faç a reco r
lhe enriquece consideravelmente o vocabulá dar algum fato. / 15. Apontamento para lem
rio e a cultura geral. brança.
Ler Melhor e Mais Depressa 61

Use palavras novas. Além dé consultar o Os autores de livros didáticos costu


dicionário para olhar o significado de pa mam dar a definição de uma palavra téc
lavras vagamente compreendidas, faça p or nica quando pela primeira vez a utilizam.
incorporá-las ao seu vocabulário de tra Essa é uma das maneiras de saber o que
balho. Será aconselhável escrever qual tal palavra significa. Algumas vêzes, po
quer dessas palavras num cartão ou pe rém, o escritor não o faz, ou por esqueci
daço de papel, que guardará para tal fi mento ou por presumir que você conheça
nalidade.
que estejaNo decorrer
lendo de qualquer
por duas ou três dia em
horas, o têrmo por tê-lo já encontrado na sua
preparação anterior. Ou talvez êle o te
você poderá compilar uma relação de vá nha dado, mas você o perdeu, vindo a
rias dúzias de palavras. Se não tiver um reencontrá-lo mais tarde no livro. Em
dicionário à mão quando as encontrar pela qualquer destes casos, procure primeiro
primeira vez, não deixe de verificar o seu no glossário do livro, se êle o tiver; se
significado, na primeira oportunidade. Se não, use o índice, e procure a palavra e o
tiver à mão o dicionário quando as encon que abaixo estiver escrito como definição,
trar, escreva-as assim mesmo. Depois, ao ou, em vez disso, qualquer explicação ex
fim do dia ou na ocasião que julgar con tensiva do vocábulo em questão.
veniente, releia-as para se certificar de Se tal expediente não lhe proporcio
lhe haver assimilado o significado. Se nar uma boa definição da palavra, expe
ainda ficar indeciso, leia-as de nôvo para rimente um dos seus livros didáticos mais
reavivar a memória. Depois da revisão, elementares na matéria, e vá de nôvo ao
poderá jogar fora a relação. índice. Caso ainda não esteja plenamente
Ao construir dessa maneira o seu vo esclarecido, recorra à qualquer dicionário
cabulário, tenha em mente as diferenças especial para a matéria. Há sempre um
entre palavras comuns e técnicas. As pri ou mais dicionários para quase tôdas as
meiras são mais encontradas na literatu matérias técnicas, e você poderá ordinà-
ra, história, jornais e revistas, no descre riamente encontrá-los na biblioteca, na
ver e interpretar coisas de interêsse ge seção relativa à especialidade, como por
ral. Encontram-se tôdas no dicionário. As çxemplo, Psicologia, Química, Economia,
palavras técnicas são usadas para expri e aí, manuseando o fichário para “dicio
mir conceitos, leis, e significados espe nários” , ou fazendo o oposto, procurand o
ciais de determinada matéria. Você en primeiro “dicionário” e depois a matéria.
contrá-las-á em grande número nas ciên
cias naturais como Biologia, Química e Alguns livros didáticos possuem um
Física, mas também em bom número em glossário no fim. Trata-se de um dicioná
outras matérias, inclusive Literatura, Lín rio dos
vro. Nãotêrmos importantes
o omita. usadosa no
O autor deu-se li
imen
guas, História e Ciências Sociais. A maior
parte delas você não encontrará no dicio sas penas no seu preparo, precisamente
nário de trabalho, pelo menos até que sjj
para que você pudesse, com facilidade,
tornem de tal maneira proeminentes e encontrar as definições corretas dos têr
importantes na vida quotidiana, que pre mos técnicos usados no livro.
cisem ser conhecidas por qualquer pessoa Nunca será demais salientar a impor
instruída (tornam-se, nesse caso, palavras tância da assimilação de têrmos técnicos
gerais). Não há dúvida que você póderá no estudo eficaz. Em alguns cursos, me
encontrar numerosos termos técnicos em tade ou mais da matéria está recheada de
um dicionário enciclopédico — liv ro que têrmos. técnicos e só poderá ser aprendida
oferece muita informação diversificada, com o conhecimento de tal terminologia.
além da estritamente pertinente às defi Os estudantes de primeira categoria qua
nições —- mas o tamanho e custo de tal se sempre conhecem algum meio de rela
livro tornam-no, de ordinário, mais útil cionar e estudar êsses têrmos. Algumas
na biblioteca do que na mesa dos estu vêzes êles dispõem de um lugar separado
dantes. nos livros onde costumam escrever os têr-
62 Como Estudar

mos técnicos, à medida que os vão encon Outro meio de melhor compreen
trando durante o eurso. Outras vêzes, der as palavras é usar um dicionário eti
apenas sublinham as palavras nos seus mológico ou histórico, que-déeompõe a pa
apontamentos. Não importa como o façam, lavra em seus elementos de formação, tal
eles querem poder possuir uma relação como descrevemos no processo acima,
bastante completa de têrmos, de que des mostrando-lhes o significado srcinal. Tal
conhecem os significados, a fim de re dicionário também freqüentemente nos
vê-los sistematicamente antes de um exa diz quando a palavra
ra introduzida foi pela
na língua, e o vez
queprimei
signifi
me. Você também deve fazer isso.
cava naquele tempo. Bons exemplos te
Disseque as palavras. Você pode fazer mos nós de dicionários etimológicos. Se
muito para desenvolver a sua perícia no não está você familiarizado com êles, po
significado de palavras, prestando atenção derá provàvelmente encontrar um na sua
à estrutura das mesmas e à sua história. Universidade ou na biblioteca local. Gaste
A língua portuguêsa, e especialmente a meia hora com êle, procurando qualquer
parte que deriva do latim, é constituída palavra que lhe interesse. Ficará sur
de certos elementos, que se combinam de preendido de ver como a coisa é interes
várias maneiras para formar as palavras sante, pois cada palavra tem uma histó
que agora usamos. Em geral, os elemen ria, e outra mais atrás dela. Você gostará
tos são de três espécies: prefixos, sufixos de aprender tantos pormenores enquanto
e raiz. Cada um dêles tem um significado
válido para tôdas as palavras onde apa vai fazendo
seu progresso na construção do
vocabulário.
rece. Se você conhecer latim (e esta é
uma das melhores razões para o conhe
cer), poderá adaptar cada elemento para I?
o português, juntar os elementos, e assim
chegar a uma idéia bastante satisfatória
.do que realmente significa a palavra.
Mesmo sem conhecer latim, os significa
dos e elementos são demasiado constan
tes, de modo que você os aprenda utili
zando apenas o português.
Num quadro separado, fornecemos al
guns dos prefixos e sufixos mais comuns.
Estude-lhesuma
encontrar o sentido,
palavra enova,
então, quando
tente deci
frá-la através do conhecimento dos prefi
xos e sufixos. Também fornecemos breve
relação de raízes das palavras mais co
muns. Se você puder reconhecer os pre
fixos e sufixos, pode decompor a palavra
e fazer-lhe aparecer a raiz. Então poderá
juntar os três significados para conseguir
a “ tradução” de tôda a palavra. Devemos
avisá-lo, porém, que o processo nem sem
pre lhe dá o sentido preciso das palavras.
Tal sentido já foi muitas vêzes modificado
através do uso no tempo. A tradução dos
elementos apenas o ajuda a fixar o sen
tido da palavra ou a torná-la coerente, se-
guíido o prisma de sua evolução histórica.
Ler Melhor e Mais Depressa 63

PREFIXOS E SUFIXOS COMUNS


Os prefixos e sufixos que se seguem ocorrem freqüentemente nas pa
lavras portuguêsas. Todos estão relacionados e definidos em qualquer bom
dicionário. Você pode ajudar-se a construir um maior vocabulário, se fizer
o mesmo que aí está em outros sufixos e prefixos que lhe ocorram.

PREFIXOS SIGNIFICADOS EXEMPLOS


ab, abs, a, au separação, privação, acaba abdicar, abstrair, avocar,
mento auferir
ad, a aproximação adstringir, acender
ambi, am dualidade, movimento cir ambívio, amputar
cular
ante antecedência anteceder
bi dualidade bípede
com, con, cor, co companhia, reunião compelir, consílio, corrom
per, cogitar
de movimento para baixo, se decrépito, débil
paração

dis, dir, di separação distribuir, dirimir, diferir


ex, e movimento para fora, ele excremento, emergir
vação
in,ir,i negação inválido, ignóbil, irreverente
in, ir, i interioridade incutir, irromper, inato
pre precedência preâmbulo
pro,prod avanço próspero, pródigo
re, repetição, recuo recusar, recuperar
sub,su submissão subsidio, sufocar
trans mudança, ultrapassagem transportar

SUFIXOS SIGNIFICADOS EXEMPLOS

al,
ar relação genial, mortal, familiar
ante profissão, atributo amante, viajante
ente agente presidente
ão,arão, aumento lobão, casarão
mente modo rudemente
vel atributo notável, legível, solúvel
íssimo qualidade superlativa boníssimo
izar mudança de estado suavizar
oso qualidade bondoso
ista profissão, seita dentista, budista
ivo ação, qualidadé normativo, festivo
ense _ naturalidade cabo-friense
inho, zinho diminuição. lobinho, lobozinho
64 Como Estudar

ALGUMAS RAIZES LATINAS E GREGAS COMUNS

A seguinte list a, de dez pa lavras latina s e dua s gregas, fo rn ece raízes


para milhares dé palavras portuguêsas. Exemplos extraídos do excelente
livro Dicionário de Raízes e Cognatos da Língua Portuguêsa, de Carlos
Góis (3.a edição — 1945).

RADICAL DA PALAVRA SIGNIFICADO EXEMPLO

capio tomar, segurar captura, capaz


duco conduzir educar, condução
fácio 7 faz er ~~ ~ ------- façanha, fácil
fero transportar, carregar fértil, ferrífero
grapho escrever grafia, ortografia
logos palavra, conhecimento lógica, epílogo
mitto mandar transmitir, emitir

plico dobrar multiplicar, dúplice


pono colocar compone nte, po(n)en te
tendo estender tenda, estender

teneo segurar, ter tenaz, tenente

specio observar, ver especular, espe (c) táculo


E DIFÍCIL dizer o que mais atrapalha
os estudantes nos seus esforços para rea-
lizar o trabalho do Segundo Ciclo de
estudos. Programa de trabalho, ação de
acôrdo com um plano de estudo preesta
belecido, leitura com um objetivo, leitura
rápida, todos êsses são fatores positivos.
Assim também outros elementos; e, u iq

dêles é tomar, guardar e usar bons apon


tamentos, tanto de deveres de leitura
como de lições orais. Ao falar a centenas
de estudantes que andaram mal nos exa
mes, verificamos que uma das mais fre
qüentes e óbvias deficiências nos seus
métodos de estudo relaciona-se com a to
mada de apontamentos ineficaz ou com 0
fato de os não fazerem. Essa a razao por
que estamos dedicando um capítulo a essa
facêta do estudo.

Gomo manter os apontamentos. Em pri


meiro lugar — e não se trata de coisa tri- em pedaços de papel de diversos tama-
vial — apresentam-se os problemas de sa- nhos, êle não pode fàcilm ente fplheá-los
ber que tipo de caderno se deve usar e para encontrar o que deseja,
como nêle ordenar os apontamentos. Há também outro tipo de estudante,
sério no que concerne ao tomar os apon-
Apontamentos
dantes agarramdesordenados. Algunsdeestu-
quaisquer pedaços pa- atamentos,
guardar que
boasconscientemente
notas. Êle vai àse papela-
dispõe
pel que necontram à mão, pequenos ou ria e compra um jôg o de cadernos com
gráhdes, com linhas ou sem elas, furados capa. Escreve nêles assiduamente, página
ou não. Depois de rabiscarem suas notas após página, como se estivesse redigindo
em tais papeluchos, colam-nos no livro, co- um diário. Tudo entra no caderno à me-
cam-nos numa pasta, ou simplesmente os dida que êle vai ouvindo. Embora não
deixam espalhados sôbre a mesa. Mais seja êle nem de longe tão mau como o
tarde, quando se aproxima o exame, o colega que rabisca as notas em esquisitos
estudante, vítima de tais atos, lança-se pedaços de papel, mesmo assim enfrenta
frenèticamente à procura das notas. Es- dificuldades com o arranjo de seus apon-
quece onde as colocou, ou mesmo pode tamentos. Suas notas tomadas em lições
encontrá-las, mas já sem as reconhecer, orais são seguidas pelas extraídas do li-
pois estão sem rótulo. Eventualmente, êle vrò, umas e outras versando matérias in-
poderá juntar os apontamentos e colocá- teiramente diferentes , dentro da ordem
los em algum tipo de pasta, mas aí já em que êle as tomou. Se reescreve os
perdeu uma porção de tempo valioso em apontamentos das aulas, como amiúde é
tal processo. E porque estão rabiscados necessário, as notas revisadas aparecem
66 Como Estudar

várias páginas separadas dàs srcinais, no classe. Os professores poucas vêzes per
primeiro espaço que êle encontra dispo manecem no horário planejado, e, mesmo
nível. Como conseqüência, êle não man que o façam, podem dedicar mais de uma
tém coisa alguma em ordem de seqüência hora para ministrar uma lição. Melhor
lógica, e começa a folhear e a refolhear o entender-se por lição um tópico corres
caderno de trás para a frente e da frente pondente mais ou menos a um capítulo
para trás procurando localizar o que lhe do livro. Normalmente, você sabe quando
um professor termina um tópico e inicia
interessa. * outro, mesmo que êle não seja, de certa
O caderno de apontamentos bem orde forma, o tipo de professor de quem se
nado. O remédio para ambos êsses males possa tomar notas com facilidade. Come
é usar um caderno de fôlhas sôltas, do çando cada capítulo ou tópico numa nova
tipo de três argolas, pois permite que as página, você pode economizar tempo mais
páginas sejam ràpidamente transferidas tarde ao dispor às notas em qualquer or
de um lugar para outro, ou postas de dem que deseje e ao reescrevê-las, quan
lado, se necessário. Você deve arranjar do necessário.
um caderno com divisores tabulares dis Também se certifique de que rotulou
tintos, sendo um para cada assunto que cada conjunto de apontamentos. Para os
está estudando, e escrever de maneira apontamentos da aula, escreva no cimo da
simples ou imprimir cada matéria na eti- página a data e depois breve explicação
quêta do divisor. Guarde no fim do ca do tópico. Para os apontamentos tirados
derno uma abundante reserva de papel do livro, escreva o número do capítulo
limpo
pre detraçado
que estáa régua. Certifique-se
utilizando o tipo de sem
papel (ou grupo
ria. É mesmode páginas) e ofazer
preferível títuloisso
da para
maté
apropriado para o caderno. Mantenha-o cada página simples de apontamentos (à
em seu poder sempre, na classe ou quan semelhança dos livros que possuem cabe
do estiver estudando. Faça dêle um com çalhos no tôpo das páginas), a fim de que
panheiro constante, durante as aulas e as possa sempre saber, num relance, de que
horas de estudo. Assim terá sempre à matéria tratam as notas.
mão tôdas as suas notas, que podem ser Certifique-se igualmente de que man
mantidas em perfeita ordem sem qual tém tôdas as notas no caderno. Se, por
quer dificuldade. qualquer motivo, você estiver sem ele
O tamanho ideal para tal caderno quando tiver de tomar notas, faça-o em
talvez seja o que tem as dimensões de fôlha de papel separada, mas não deixe
uma “carta”, isto é, de páginas de 8 Y2 po de passá-las para o caderno na primeira
legadas, como as usadas em máquinas de oportunidade. Outrossim, cada vez que
escrever para a correspondência comer você fôr para a sala de aula ou tiver de
cial regular.
espaço Isso permite
para qualquer abundância
tipo de apontamende estudar determinado assunto, lembre-se
de que tôdas as notas para essa matéria
tos, e acomodará todos que você tomar devem estar dispostas na ordem correta.
num período semestral. Nada lhe custa pràticamènte fazer isso,
Como êsse caderno terá de suportar mas custar-lhe-á mais tarde muito incô
um manuseio constante, não barganhe modo não o haver feito.
quando 0 comprar. Pague um pouco mais,
e compre um com capa bastante forte. Os SUBLINHAR E ESBOÇAR CADERNOS
cadernos de papel fino podem desgas
tar-se e até perder as capas, antes que Muitos estudantes não tomam apon
você chegue ao fim de um período. tamentos quando lêem os manuais. Limi-
Mais algumas palavras de conselho tam-se a sublinhar passagens no livro.
sobre como conservar os apontamentos. Isso é realmente útil, mas não tem o
Comece as notas para um capítulo nôvo mesmo extraordinário valor que repre
numa página nova. De maneira semelhan sentam os apontamentos ordenados num
te, proceda com âs que se referem às li caderno. Consideraremos primeiro, nesta
ções orais. Por “ lição ” , porém , não se en seção, quando e como sublinhar, e então
tenda necessàriamente hora na sala de o que é e como esboçar.
Como Toma r Apontamentos 67

A propósito, o fato de tantos estudan


tes sublinharem de maneira sumamente
indiscriminada, e a tinta, é digno de ser
considerado, ao comprar-se um manual de
segunda mão. Se êsse fôr seu caso, insista
em que lhe dêem um livro que não tenha
sido sublinhado; se não fôr possível, é pre
ferível comprar
desvantagem um livro
de alguém nôvo, pois
o distrair ou dea
sorientar com os sublinhados que fêz é
por demais séria para ser compensada
pela pequena soma economizada na com
pra do livro usado.
Ora, como dissemos, o ato de subli
nhar tem também seu lugar, mas deve
ser praticado com inteligência, no mo
mento oportuno, e de acôrdo com um pla
TÍ TÜ LO no. O plano é êste: primeiramente, exa
mine o capítulo; depois formule a si mes
mo perguntas sôbre êle è tente responder
a elas à medida que vai lendo. Nessa pri
t um uÁ meira leitura será preferível não subli
nhar. A medida que responda às pergun
tas ou vá localizando idéias mestras e
W W M F O pormenores importantes, ponha um sinal
Sublinhar. O protótipo da prática do mau de conferência òu parênteses à margem
estudante é diante de um texto, sentar-se, das .linhas aparentemente importantes.
lê-lo desordenadamente, e, então, pôr uma Na releitura, procure idéias mestras c
linha sob as palavras proeminentes, quan pormenores importantes e também têr
do julga ter encontrado algo importante. mos técnicos. Essas as partes que precisa
Êle faz isso sem pesquisar o capítulo sublinhar.
nem fazer perguntas. O resultado é um Mesmo quando fizer a segunda lei
acerio-desacêrto das passagens que sele tura cuidadosamente, nào sublinhe às
cionou, as quais representam , aquilo que sentenças á medida que as vá lendo, mas
o estudante considera de seu interêsse ou apenas depois de ter lido um ou dois pa
que supõe ser importante, sem qualquer rágrafos de cada vez. Então, retroceda e
base firme paira
felizmente, julgar
êle fica se o atrapalhado
depois é ou não. In decida exatamente
sublinhar. o queusejulga
Como guia, as que devede
marcas
com o que fêz. Pensa que avaliou mal os conferência ou parênteses prèviamente
pontos importantes, mas os emprega mais traçados. Se agora não se lhe afigurarem
tarde quando se prepara para o exame. como importantes os pontos que marcou,
Corre então o risco de ter perdido muitos sinta-se à vontade em mudar de opinião.
dos pontos importantes e escolhido outros De qualquer maneira, selecione com cui
sem valor. Ao rever a matéria, não lhe dado o que pretende sublinhar, fazendo-o
ocorre conferir as passagens que subli so depois de ter lido tôdas as sentenças
nhou, a fim de verificar se o fêz correta vizinhas.
mente; e se o faz, acha-se diante da difi Não sublinhe sentenças por atacado.
culdade de apagar as linhas e substi Muitas das palavras nas sentenças que
tuí-las por outras, especialmente se subli contêm a idéia mestra ou o pormenor im
nhou a tinta, como tantos estudantes to portante são, como dissemos antes, rela
lamente fazem. Quando se apresenta em
exame, confiado nas passagens que subli tivamente
fique qüaisdespidas de importância.
são, e deixe-as Veri
de lado. Subli
nhou, é quase certo que estudou muita nhe apenas determinadas palavras e fra
coisa desacertadamente. ses que considere essenciais, a fim de que,
68 Como Estudar

COMO SUBLINHAR UM LIVRO DIDÁTICO

A passag em segu inte ilu stra o uso de su blin ha m en to rela tiv am en te p e


queno para apreender os pontos importantes numa série de parágrafos
(De “Economics” de Paul A. Samuelson,' 3.a ed., McGraw-Hill, Nova Iorque,
pág. 43).

CAPITAL, DIVISÃO DO TRABALHO E DINHEIRO

para a nova ou líquida formação de capital, na qual o consumo corrente


é sacrificado para fomentar a produção futura.

CAPITAL E PROPRIEDADE PRIVADA

Os bens de capital físicos são importantes em qualquer economia


porque ajudam o aumento da produtividade. Isso é tanto verdade no co
munismo soviético como o é no nosso próprio sistema. Mas há uma dife
rença importante. Em geral, as pessoas privadas possuem as ferramentas
da produção no nosso sistema capitalista.
O que é a exceção no nosso próprio sistema — propriedade governa
mental dos meios de produção — é a regra num estado socializado onde
a propriedade produtiva é possuída coletivamente. Os resultados de tais
bens de capital acumulam-se para o govêrno e não para os indivíduos
diretamente. O governo então decide como tal renda deve ser distribuída
entre os indivíduos. O govêrno comunista também decide quão ràpida-
mente os recursos devem ser investidos em nova formação de capital:
E quanto o consumo presente deve ser reduzido a fim de acrescentar ao
total das fábricas o equipamento e os estoques produtivos de bens ne
cessários se a produção futura deve ser elevada.
Em nosso sistema os capitalistas particulares obtêm juros, dividendos,
ou lucros, ou rendas e “foyalties” sôbre os bens de capital que êles forne
cem. Cada pedaço de terra e cada fração de equipamento possui um “tí
tulo de propriedade” que pertence a alguém diretamente ou se pertencer
a uma corporação, então indiretamente êle pertence aos acionistas par
ticulares a quem pertence a corporação. Além disso, cada tipo de bem de
capital tem um valor em dinheiro no mercado. Por isso, cada direito ou
título de propriedade sôbre um bem de capital também possui um valor
no mercado. Uma ação ordinária da General Electric é cotada a certo
preço, um título da New York Central a outro preço, uma hipoteca de
uma casa é avaliada em certa quantia, o título para uma casa e lote de
terreno é avaliado pelo mercado de imóveis em certo nível, etc.
Claramente, ao fazer-se um censo do capital total do país, devemos
evitar uma contagem dupla falaciosa. Ninguém poderia ser tão tolo a
ponto de declarar que o seu capital total era $ 2 0 .0 0 0 , se possuía uma casa
de $10,000 na Main Street e escondido no colchão um título de $10,000
para essa casa. Nem tampouco três irmãos que possuíssem uma pequena
corporação para fabricar torradoras elétricas jamais teriam a ilusão de
que o milhão de dólares das ações da companhia podiam ser adicionados
ao milhão de dólares, dos bens de capital (máquinas fabris, arame etc.)
tomados pela corporação.
Êsses casos são bastante simples para suscitarem confusão e não ne
cessitam ser mais discutidos nesse ponto. É bastante assinalar que o têrmo
comum “capital” tem muitos significados diferentes. Pode referir-se a um
bem do capital; pode referir-se a um título, ação, escritura etc., ou qaal-
quer documento que represente um direito a um bèm de capital, que
produza renda. Freqüentemente, nas conversas da vida cotidiana, é .. .
Como Tomar Apontame ntos 69

quando voltar mais tarde para o trabalho aprende o mesmo, mas despindo-o de tô
de revisão, possa ler apenas as palavras das as palavras extras que o autor usou
sublinhadas e compreender prontamente simplesmente para ilustrar e explicar os
as idéias, os pormenores importantes e as seus pontos. Se o rascunho é bom, a maior
definições. • parte da revisão pode ser apenas questão
Se você seguir essas regras, provavel de comprovar o que de fato nêle há.
mente não sublinhará tanto nem tão des E como você mesmo o escreveu, a possi
necessariamente como o fazem muitos es bilidade de que o saiba ou possa ràpida-
tudantes. Em média, mais ou menos meia mente reaprendê-lo é boa. Então o subli-
dúzia de palavras por parágrafo será o nhamento que você fêz no livro serve
suficiente, embora o número total de para preencher pormenores e para lhe
penda da natureza da matéria. Terá assim oferecer o fraseado correto dos pontos co
sublinhado o melho r conjunto . de pala lhidos nos apontamentos. Qualquer relei-
vras, e em exame não se achará naquela tura nesse ponto serve simplesmente para
situação de “ter estudado as coisas erra reavivar-lhe a memória ou tornar claro o
das” . Sublinhe levemente. Liv ro demasia sentido dos apontamentos. Você não se
damente sublinhado é difícil de ler e al perderá no mato por não conseguir ver
gumas vêzes confuso. Uma linha fina e as árvores.
leve feita com lápis duro é o bastante.
Métodos de esboçar. Qual o melhor meio
Po r que tomar notas? Para a maioria das de rascunhar? Como se sai você nesse tra
matérias, embora possivelmente nao para balho? O principal, ao efetuar o rascunho,
tôdas elas, você deverá também tomar
notas separadas, em forma de esbôço, do é fazer
bôço do um apanhado
autor. Se êle da estruturaliberal
se utilizou do es
material contido no livro. Há várias boas mente de títulos, como o fazem tantos
razões para assim proceder: autores, você pode armar a estrutura
Em primeiro lugar, êsse trabalho for do seu rascunho servindo-se da ajuda
çá-lo-á a participar ativamente no proces dêsses títulos. Lembre-se, no entanto, que
so de estudo. Se você resolver anotar bre a maioria dos títulos nos livros didáticos
vemente o que o autor diz, não pode evi não são sentenças, mas apenas umas pou
tar que o que êle diz se torne parte do cas palavras-chave. São o que chamamos
seu proprvo processo mental. Nao pode titulos-tópicos: o tipo que uma pessoa usa
ludibriar-5e á si mesmo de saber o que quando já sabe, e sabe muito bem, o que
leu. Você tem de encontrar a estrutura vai dizer. As notas que um professor usa
do contexto e dêle extrair as idéias prin has aulas são provàvelmente dêsse tipo,
cipais e os pormenores importantes. E pois tudo o de que êle necessita é de al
deve aprendê-los — pelo menos temporà- gumas palavras como lembrete do que
riamente
pel. — multiplicada
Daí ser a fim de os passar paradeo re
a chance pa deve expor aos alunos.
cordar o que leu. Um estudante, por outro lado, deve
Numerosas pesquisas, a propósito, usar títulos para aprender e relembrar
provam que recordamos muito meUior as coisas, e não simplesmente para se lem
coisas que fizemos ativamente do que brar de coisas que já sabe. É aconselhá
aquelas que meramente experimentamos. vel, portanto, que o estudante faça sen
Por isso, a leitura em voz alta é tão va tenças dos títulos encontrados no livro
liosa ajuda para o estudo. De fato, tomar didático. Tendo encontrado a idéia prin
apontamentos e um meio de forçar al cipal da seção subordinada a um título,
guém a ler em voz alta para si mesmo. êle deve reescrever o título para que
Uma segunda razão importante para contenha esta idéia principal. Alguns es
tomar notas na leitura de deveres é o tudantes, com excelentes memóírias, con
fato de tal trabalho facilitar a revisão e seguem progredir sem fazer isso; mas a
torná-la mais efetiva. Se você esboçar menos que você saiba ser um dos poucos
cuidadosamente
para um páginas
três ou quatro capítulo, reduzirá
o que cobre que
tura podem, mellior será
de sentenças, usar uma estru
não meramente tópi
vinte ou trinta de um livro. Agora você cos, ao escrever seus rascunhos.
70 Como Estudar

RASCUNHANDO UM CAPITULO

Eis aqui um rascunho do Capítulo Três. Ilustra a maneira geral como os


rascunhos dos capítulos (ou aulas) devem ser escritos.
Data. 15 de outubro
Fonte: “Como Estudar”, Capítulo Três, A Estratégia do Estudo.

Os bons métodos de estudo podem ser su IV. Recitação é uma ajuda bem estabel eci da
mariados sob cinco regras, condensadas no para ajudar a aprender.
‘slogan” Survey Q 3R, que significa Pesqui A. De ve ser fe it a en qu ant o lendo um li -
sa (Survey), pergunta (question) ler, recitar, vrq a fim de- lembrar o que se leu.
rever: B. O vol ume da recitação depende do
I. Pesquisar proporciona a imagem geral tipo de material.
do que mais tarde será estudado em 1. Até 90 ou 95 por cen to do estudo
pormenor. para memorização sem conexão,
A. Prim eir o, pesqu ise to do o liv ro material não muito inteligível
1. Leia o prefácio , preâmbulo, e ou tal como regras, itens, leis ou
tros tópicos dirigidos ao leitor. fórmulas.
2 . Estude o qua dro do conteúdo. 2. Tão po uco como 20 ou 30 por
3. Folhe ie o livro. cento para material bem organi
a. Leia os sumários. zado, tipo história, tal como lite
b. Relan ceie os títul os e sen- ratura, história, ou filosofia.
tenças-tópicos. C. A recitação deve ser feita como se
B. Antes de ler cad a capítulo, pesquise- o. segue: .
1. Releia
Dê umao vi sta nos títulos . 1
2. sumário. 2 ..
seçãogeral
em por , seção, ao ler
imediatam umdepoi
ente livro,s
II. Perguntas ajudam a aprender dando um do primeiro aprendizado.
objetivo à leitura. V. A revis ão cons ist e do s passos ac im a e de
A. Insis ta em form ula r as suas próp ria s
perguntas. mais o seguinte:
1. Prime iramen te, escreva-as. A. es pe cialm en te reex am e dos títulos e
2. Mais tarde faç a isso me ntalm en sumários.
te até que se torne um hábito B. Releitura, mas primariamente exa
arraigado. minar a si mesmo sôbre até que
B. Use pergun tas feitas pelo autor ponto você pode recitar.
1 . no manu al; C. Deve ser feito nestes tempos:
2. num livro de traba lho do estu 1 . Imed iatam ente depois de estud ar
dante, se o houver. alguma coisa, quando deve ser
[II. Para ler mais eficazm ente, você d eve fa razoavelmente breve e consistir
zer o seguinte: principalmente de recitação.
A. Leia ativam en te, não pa ssiva men te, 2. Uma ou duas vêzes entre a pri
perguntando-se periodi camente o que meira e última revisões, quando
aprendeu. deve dar ênfase à releitura.
B. Note especialmente os têrmos impo r 3. Intensivamente numa revi são fi
tantes. nal na preparação para um exa
C. Leia tudo, incluindo m apas, gráficos me, quando deve dar ênfase à
e outro material ilustrado. recitação.

Logo que compreenda a ordem dada tendo espaço bastante na linha para es
Délo autor aos seus títulos e possa arran- crever as notas. Se, por outro lado, não
íar outros, você deve indicá-la em seus entrar o suficiente, não saberá o que está
ipontamentos por dois meios simples. Um salientado e ficará confuso sôbre a ordem
í escrever uma ordem debaixo da outra, dos títulos. O indicado para essas “ entra
ilguns espaços mais para dentro do papel. das” é um espaço de duas ou três letras,
\ mais alta ordem dè títulos começa na ou cêrca de meia polegada.
sua margem esquerda, seguindo-se-lhe a A óutra maneira de indicar a estru
próxima, indicada mais para a direita, e tura em seu rascunho é usar um sistema
issim sucessivamente.
iemais Nãomeio
nem de menos êsse exagere nem
de salien consistente
ros de marcar
as ordens pôrHá
diversas. lêtras ou ou
duas núme
três
tar um título do outro. Se você, para tal maneiras diferentes de fazer isso, e se
jfeito, entrar muito no papel, acaba não você já adota uma que usa com proveito,
Como Tomar Apontamentos 71

não há necessidade de a abandonar. Se estruturados, nos quais a relação das coi


ainda não o fêz, sugerimos que use alga sas entre si é com facilidade observável
rismos romanos (I, II, III...) para a or num relance.
dem mais alta de títulos, lêtras maiús Conteúdo dos apontamentos. O que inclui
culas (A, B, C . ..) para a segunda ordem, você nos apontamentos? Já dissemos que
números.arábico s (1, 2, 3, . . . ) para a ter títulos-tópicos devem ser refraseados para
ceira ordem, e lêtras minúsculas (a, b, incluir as idéias principais das seções por
c,
site. ..)
de para a quarta
ordens ordem.
adicionais, Casousar
poderá neces
pa êles abertas. Além
e pormenores disso, idéias
importantes principais
integrarão cada
rênteses em tôrno dos numerais, por nível do título. Sistema que recomenda
exemplo, (1), para a ordem seguinte, e mos é o de construir o esbôço com idéias
parênteses em tôrno das lêtras minús principais em diferentes níveis, e então
culas, por exemplo (a), para uma ordem acrescentar, após cada uma delas, quer
ainda inferior. como sentenças adicionais ou em parênte
Se você usar ambos os sistemas indi ses, quaisquer pormenores que considere
cados, disporá de esboços perfeitamente relevantes. Definições, que são pormeno-

TRÊS MANEIRAS DE SUMARIAR UMA HISTÓRIA

Eis uma descrição do mesmo acontecimento em três maneiras. Verifique


como diferem em ordem, estilo e conteúdo.
A histór ia do jo rn al como resultante de um curto-circuito no mo
tor de ventilação da fornalha a óleo, sob con
A fa m ília do Sr. e Sra. Jo hn Doe, de trato de serviço mantido pela Springdale Fuel
Millvale Road, escapou miraculosamente de Company.
ser ferida e possivelmente de morrer na noite Rèlatórío pormenorizado do estado do
de ontem, quando o frenético ladrar do cão motor segue apenso no Relatório B. Não hou
da ‘fa mília despertou a ate nção de Mr . Doe. ve ferimentos pessoais em decorrência do in
Havia irrompido um incêndio no porão, que cêndio ou ação do departamento de incêndios.
invadiu a casa com fumo e chamas. A famí
lia escapou através de uma janela do segun Carta da Sra. Doc à sua mãe
do andar. James Doe, de 8 anos, e Jane Doe,
de 1 0 , foram tratados contra a inalação de Querida mãe,
fumo no City Hospital. Acredita-se que o in
cêndio começou no motor defeituoso de uma Uma coisa terrível aconteceu a noite pas
fornalha. O interior da residência sofreu con sada. Nossa casa pegou fogo! Todos estão sal
sideráveis danos. vos e o corretor de seguro diz-nos que os
prejuízos estão completamente cobertos pela
O relatório do corretor de seguros nossa
tos valiosos,
apólice.naturalmente,
Perdemos umamásporção
damosdegraças
obje
A residê ncia na Millv ale Roa d, 210, de ao céu por não havermos sido feridos. Todos
propriedade do Sr. John e Sra. Mary Doe, se estamos gratos a Skippy. Foi êle que nos
gurada sob Apólice N.° 218.956, sofreu danos acordou dando o alarma justamente quando
causados por fogo e água conseqüente ao ata a fumaça já penetrava escadas acima. Todos
que ao incêndio ocorrido na noite de 15 de nos safámos a tempo; penso que teríamos
ju n h o de 1957, Os da nos do im óv el, mob iliár io morrido sufocados se nos tivéssemos demora
e objetos pessoais, segurados sob a apólice do mais. Como pode imaginar, estamos todos
acima citada, estão anexos ao Relatório A. cansados e aborrecidos. Escreverei amanhã
A de clara çã o resu lta nt e da investigação feita com mais pormenores.
pelo Inspetor de Incêndios da Cidade de Afetu os am en te,
Springdale estabeleceu a srcem do incêndio Mary
Essas versões dizem coisas um tanto quanto diferentes, mas também dife
rem no estilo e palavras que lhes são características. O jornal usa expres
sões como “miraculosamente”, e começa logo por narrar o salvamento da
família pelo cão (um pouco dramatizada pela substituição de “ladrar”
por “dar o alarma”, que teria sido mais precisa). O prosaico corretor de
seguros menciona primeiro o enderêço e o número da apólice e então
sobriamente menciona os fatos de interêsse para a companhia. A carta é
informal e não bem organizada; salienta os sentimentos pessoais e condi
ções da família mais do que os fatos.
72 Coma Estudar

res muito importantes, podem também lizmente é o caso da maioria dos estu
ser inseridas entre parênteses, depois que dantes), faça um esforço especial para
você tenha fixado a idéia principal. Algu melhorá-la quando tomar apontamentos
mas vezes, naturalmente, uma definição do livro. Talvez praticando nessa ocasião
é a idéia principal, e como tal deverá ser você possa aprender a escrever com cla
rascunhada. reza suficiente que permita ao professor
Acrescentamos um aviso geral: escre ler suas notas; você ficaria surpreendido
va de modo bem legível, a fim de que se soubesse quanto isso vale em têrmos
seja cápaz de ler seus apontamentos mui de pontos-grau.
tos dias após havê-los rascunhado. Mes O fazer esboços de apontamentos do
mo gente que possui boa lêtra fica algo material do livro ajudá-lo-á a compreen
apressada quando toma notas e mais tar der o que lê e, pòr conseguinte, a sabê-lo
de não consegue ler os próprios gatafu na época do exame. Há, no entanto, al
nhos. Não há qualquer vantagem em se guns tipos de material para os quais você
apressar com sacrifício da legibilidade, não deve fazer rascunhos, tal o caso,
pois as notas legíveis lhe são tão valiosas obviamente, de alguns estágios no apren
mais tarde, que o tempo gasto em elabo dizado de uma língua estrangeira, espe
rá-las ser-lhe-á plenamente retribuído. Se cialmente onde a tarefa é aprender voca
a sua lêtra é mesmo difícil de ler (infe bulário, ou o caso da tradução literal de

UM SUMARIO
Para ilustrar a redação de sumários, damos abaixo um, extraído do Capí
tulo Quatro, Ler Melhor e Mais Depressa. Comparem-se as afirmações
neste sumário com os títulos e idéias principais do capitulo. Também, por
referência ao resumo-modêlo da página 70, note-se em que pontos um
sumário difere de um resumo.
A m aioria dos estuda ntes do Se gu ndo Para aperfeiçoar mais a sua eficácia na
Ciclo (pré-universitário) não pode ler bem; leitura, seguir as seguin tes práticas: ( 1 ) ler-
despende muito tempo e não aprende o que sem mover os lábios, pois o movimento dos
deveria aprender. Prestando, porém, atenção lábios reduz a média de velocidade de leitura
aos seguintes pontos, êles normalmente me para um quarto do que el a seria; ( 2 ) apren
lhorarão muito tanto na rapidez de leitura, der a ler em unidades de pensamento — com
como na compreensão. o agrupamento natural de palavras em frases
Tôda a leitura deve ser feita com os se de duas, três ou quatro palavras; (3) pratica r
guintes objetivos em mente: ( 1 ) apanhar a a leitura mais rápida, devotando um período
idéia principal de cada parágrafo, subseção e especial cada dia aos exercícios, começando
seção principal; ( 2 ) selecionar pormenores im por matérias fáceis e mantendo um registro
portantes, afirmações que explicam, provam dos certificar-se
sa, progressos; de(4)que
ao compreende
ten tar l er omais
que depres
leu
ilustram ou exemplificam as idéias principais;
(3) responder a p erguntas feitas pelo profes — a compreensão nunca deve ser sacrificada
sor, autor, e o próprio estudante; (4) avali ar pela rapidez.
a leitura em têrmos do que o leitor, por outro A ha bilid ad e pa ra ler rapida men te e re
lado, sabe e acredita; e (5) aplicar a leitura cordar o que é lido depende de uma grande
á vida diária do estudante e à sua compre extensão dé vocabulário. Você deve esforçar-se
ensão do mundo. constantemente em construí-lo, salientando o
Quando uma pessoa lê, move os olhos pela seguinte: ( 1 ) procure e ouça sempre novas pa
lavras — palavras não familiares ou cujos
linha em rápidos pulos intercalados com pau sentidos estão nebulosos — e consultar sôbre
sas, durante as quais ocorre tôda a percepção. elas o dicionário; ( 2 ) certifique-se de que usa
A fi m de com an da r a sua vista m ais eficien rá novas palavras na próxima oportunidade
temente, há tr ês coisas a fazer: ( 1 ) aumentar de estudar, falar, ou escrever. Dê especial
o seu campo de reconhecimento, absorvendo atenção aos têrmos técnicos no manual, no
duas ou três palavras ao mesmo tempo, e tando as suas definições quando pela primeira
não apenas uma; ( 2 ) tentar não se demorar vez apareceu, e procurando-os em glossários,
tanto numa pausa, reduzindo ao mínimo o dicionários e outros livros didáticos; (3) disse
temp o dea parada
do para ; (3) omtempo,
frente todo anter os olhoslhes
nunca giran que as
xos, palavras
sufixos nos seus
e raízes; onde componentes:
seja possível, prefi
pro
permitindo olhar para trás ao longo da linhá. cure a sua história para verificar como são
Deverá também verificar se os olhos estão bons derivados do Francês, Latim, Grego ou de ou
ou se possui os óculos corretivos indicados. tras línguas.
Como Tomar Apontamen tos 73

uma passagem, Alguns manuais, parti ça-tópico. As outras sentenças no pará


cularmente no setor das ciências físicaâ, grafo podem então ser as idéias princi
já se apresentam na forma de resumo e pais das subseções subordinadas à seção
pouco lhe valerá a péna copiar um resu mais importante. Escrever um tal esbôço
mo de um livro. Em tais circunstâncias, é uma forma de recitação e tem todos os
use outras técnicas, que não o resumo. benefícios por nós já descritos. É também
Descreveremos algumas para o estudo das uma boa prática para fazer exames do
línguas no próximo capítulo. Onde o livro tipo ensaio, no qual é necessário organi
já é praticamente um resumo, você fará zar sucintamente os pontos principais
melhor se der ênfase ao sublinhamento e numa pergunta ou tópico.
se se aplicar mais à recitação do que ao
resumo. COMO TOMAR APONTAMENTO
DAS AULAS
Como escrever sumários. Há outros exem
plos nos quais você deve fazer aponta Os estudantes, em sua maioria, sabem
mentos, mas não necessàriamente na for que devem fazer apontamentos em aula,
ma de resumo. Muitas vêzes, ao ler lite quando mais não seja para agradar ao
ratura, por exemplo, você não está lendo professor, mas muitos não sabem como
para certos pontos específicos, mas, em proceder. Fazem êles ou demasiados ou
vez disso, quer uma sinopse, ou sumário, muito poucos, e não tomam os melhores.
ou mesmo uma interpretação do que leu. Tomar apontamentos em aula é uma arte
Nesse caso, a sua melhor maneira de to que deve ser desènvolvida pela prática.
mar apontamentos é anotar pontos im
portantes à medida que vai lendo; então, É tarefa que
Também requertrabalho
implica esforço eadicional
mente viva.
de
ao terminar, você pode redigir um sumá pois da aula, a fim de pô-los em ordem e
rio que dê a essência da história. Consi não raro reescrevê-los. Mas quando fei
dere qual a interpretação que o autor tos com eficiência, em aula, podem ser a
está tentando transmitir acêrca da histó chave de notável aperfeiçoamento aca
ria que escreve. Há muitos meios de con dêmico.
tar uma história (digo três meios de su- Muito do que dissemos na seção an
mariar uma história). Por que o autor a terior se aplica tanto a apontamentos de
conta da maneira como o faz? Está êle aulas como a notas tiradas do manual. De
tentando transmitir um sentimento ou fato, o plano de estudo de tôda a Survey
atmosfera? É êle irônico? Por que o é? Q 3R é aplicável às aulas, mas não em
Há igualmente outra ocasião para re todos os pormenores.
digir sumários. Ocorre no caso dos ma
nuais não possuírem sumários no fim dos Pesquisando, perguntando, escutando. Na
capítulos. sumários,
fornecem Alguns autores, de fato,quenão
porque pensam o turalmente
aula não se
de antemão, pode que
a menós pesquisar uma
o professor
estudante lucrará mais fazendo-os êle o faça para você, coisa com que poucos
próprio, embora perca o benefício de um concordam. Muitos instrutores, porém,
sumário ao examinar o capítulo. Por isso, costumam dar algo como uma pré-indica-
se o seu manual é dêsse tipo, valha-se da ção do que vão expor. Quando o fizer,-es
oportunidade para aprender alguma coisa teja alerta e tome notas muito ràpidamen-
escrevendo-lhe o sumário. te dos pontos que, segundo o professor,
Não t<nte escrevê-lo, sem que primei serão mencionados. Isso será a prática
ramente esboce o material. Então, depois mais parecida com a pesquisa que você
de rever o esboço e usá-lo como guia, es poderá conseguir para tirar o máximo
creva uma série de parágrafos, em regra partido da pré-indicação, procure tais
com uma ou duas páginas de extensão, apontamentos freqüentemente, enquanto a
sumariando o capítulo. Você sem dúvida aula prossegue. Assim você sabe o que es
fará melhor se deixar cada parágrafo perar, e ter melhor idéia do que é impor
significar um item muito importante no tante e do que não o é.
seu esbôço. A idéia principal de uma se O questionário da Survey Q 3R é
ção, de fato, pode tornar-se a sua senten também indicado nas aulas. Se possível,
71 ru m o ffctiiifnr

antes de ir para a sala de aula, pense nas do de dizer algo duas vêzes, é porque êle
perguntas baseadas nos seus deveres de julga ser isso importante. Ou pode êle es
leitura no manual e no que o professor sencialmente dizer a mesma coisa de duas
disse a última vez» Tão logo esteja aco ou três maneiras diferentes, o que consti
modado na carteira, ponha o caderno à tui uma espécie de repetição, e essa pode
mão (veja página 55) e se concentre no ser a sua deixa. Quando um professor, a
que vai acontecer na aula. Prepare-se certa altura, expõe devagar alguma coisa,
para perguntar e raciocinar, e continue a especialmente como se desejasse que você
fazê-lo durante tôda a aula. Você está ali a fixe, o que êle diz é sem dúvida impor
para essa finalidade, não para gastar o tante. Ou se a sua voz muda de tom ou
tempo; e quanto maior esforço você des se eleva para dar ênfase ao seu depoi
pender, maior será o proveito. mento, êsse fato indica uma parte impor
Durante a aula, naturalmente, você tante.
não lê. Se o fizer, vai perder muito com Os professores têm estilos diferentes,
-------

isso. Ali você ouve, e ouve com o máximo e podem usar quaisquer dessas insinua
de atenção. Como não há títulos nem ções, combinando-as de diversas manei
oportunidade de voltar atrás em seus ras. Tão logo você comece a seguir um
apontamentos para um auto-exame, pro curso, estude o seu professor cuidadosa
cure certificar-se que está assimilando e mente, para descobrir qual seu estilo pes
avaliando tudo. Muito daquilo que o pro soal e como êle deixa transparecer as su
fessor expõe serve apenas de apoio aos gestões. Para tal fim, é muitas vêzes útil
seus pontos principais e não necessita ser que você compare seus apontamentos
lembrado, exatamente
grafo escrito como
muitas das num pará
palavras estão com os de
discuta outrosdodois
o estilo alunos, Seus
professor. e comcole
êles
ali apenas para apoiar objetivos. Mas gas podem ter captado sugestões que você
você deve escutar tudo para saber o que não percebeu, e vice-versa.
é importante ou não. De qualquer maneira você deve estar
ordenando o sentido daquilo que o pro
Como con seguir a organização. De uma fessor diz, e fazer os apontamentos se
forma ou outra, você deve compreender gundo tal organização. Faça-o tentando
e anotar a organização daquilo que o pro identificar os principais pontos do profes
fessor diz em aula. Isso equivale à anota sor. Procure as idéias principais e logo
ção dos títulos num livro. Somente que depois os pormenores importantes com
ali você deve muitas vêzes imaginar por elas identificados, tal como faz ao ler o
si mesmõ quais devem ser os títulos. Al manual. Se escutar cuidadosamente, veri
guns professores usam o quadro-negío ficará que há parágrafos na exposição do
para escrever os tópicos sôbre os quais professor tal qual no livro. Sua tarefa é
discorrem. Se isso acontecer, será ótimo. condensá-los em frases simples e senten
Servirá para lhe fornecer o esquema dos ças que incluam as idéias principais e os
apontamentos. Se tal não ocorrer, você pormenores importantes. Você deve fazer
deve, de algum modo, delinear ou apa isso com palavras próprias, não com as do
nhar o resumo por iniciativa própria. Al professor, de maneira que venha garan
gumas vêzes, isso é quase impossível e tir que de fato compreende o que êle está
você terá de escrever tudo o que lhe pa dizendo. Por outro lado, se êle lhe der
reça importante e ordenar suas notas uma definição técnica ou afirmar alguma
após a aula. coisa com a evidente intenção de a tor
Mesmo o professor mais desorganiza nar um depoimento preciso, você deve es
do, porém, lhe dá muitas sugestões para crevê-la literalmente.
a sua organização, desde que você saiba Algumas vêzes lhe é difícil organizar
reconhecê-las e usá-las. Uma dessas su os apontamentos de aula à medida que os
gestões pode ser a explicação “O ponto vai tomando, e mesmo estar sempre certo
ou “Lembrè-se
principal é êste.disto...”.
. . ” , ou Outra
“ Anotesugestão
isto.. . ” , ao
tes.tentar
Nessedeterminar
caso, você éoslevado
pontosaimportan
tomar co
casual pode ser a méra repetição de uma piosamente notas desorganizadas, só para
afirmação; se o professor se dá ao cuida não perder o compasso do professor. Não
Como Tomar Apontamentos 75

o faça, a menos que não possa evitar. Se Não recomendamos que o faça desneces-
jam quais forem as circunstâncias, porém, sàriamente, pois pode perder tempo com
não gaste demasiado tempo na tentativa isso. Alguns estudantes conseguem apa
de tomar apontamentos perfeitos e bem nhar notas claras e bem organizadas, bas
organizados, porque perderá a essência tando apenas repassá-las depois, fazen
daquilo que o professor expõe. Pode-se do inserções ocasionais ou eliminando
quase dizer que qualquer tipo de apon passagens. Talvez seja melhor que os es
tamento é melhor do que nenhum. No tudantes não incluídos nessa categoria
entanto, quanto melhor organização hou reescrevam os apontamentos quase por
ver nos apontamentos, tanto mais úteis completo. Mesmo os melhores estudantes
êles virão a ser. podem ter de reescrevê-los, quando o es
A questão de saber quantos se deve tilo do professor desafie tôdas as tentati
tomar depende, de certa maneira, da pes vas de se poder organizar o que êle diz
soa que os toma, de sua habilidade em lo durante a aula.---------
calizar os pontos principais, e da rapidez Você terá de decidir por si mesmo
com que escreve. Também depende do quando e o que dever á reescre ver. Se
professor e do número de pontos que êle achar conveniente fazê-lo, será melhor
oferece. Alguns professores explanam que o faça, pois, se lhe fôr possível orga
muito numa hora de aula, outros relati nizar com mais clareza o que escreveu,
vamente pouco. Muitos alunos conseguem sair-se-á muito melhor mais tarde. E nisso
melhores resultados tomando muitas no terá oportunidade de se beneficiar com
tas, enquanto outros conseguem fazê-lo valiosa leitura em- voz alta.
se não está
tomando bastante
certo menos.
da quantidade
Será preferível,
ideal,
zer acêrca
Eis quase
de apontamentos
tudo que precisávamos
em aula, mas
di
errar anotando em demasia, porque você não deixaremos de dar ênfase ao fato de
poderá reduzir os apontamentos feitos, serem aplicáveis aos apontamentos da
selecionando os mais úteis. aula outras coisas que mencionamos sô
bre a fórmula da Survey Q 3R. Faça sua
Como reve r e revisar. A revisão, na primeira revisão e reescrita logo após a
fórmula da Survey Q 3R, é ainda mais aula. Algum tempo mais tarde, reveja li
importante para as notas de aula do que geiramente as notas de nôvo. Então, nos
o é para a leitura dos manuais. Os seus dois ou três dias antes do exame, reve
apontamentos de aula, áo contrário dos ja-as do princípio ao fim.
do livro, são incompletos, imperfeitos, e
não tão bem organizados. É, portanto, ne NOTAS SÔBRE A PESQUISA
cessário revê-los, cuidadosa e freqüente
mente, a fim de recordar, e os ler tanto Além de fazer regularmente aponta
quanto puder,
inexorável lutando assim A
do esquecimento. contra
sua aprilei mentos sôbre os manuais
terá oportunidade de tomar eoutras
aulas,notas:
você
meira revisão deve ser feita imediata leituras externas, relatórios do livro, pro
mente após a aula ou dentro de umas vas escritas do pèríodo, e até questioná
poucas depois. Nessa ocasião, muito do rios escritos sôbre pesquisas para fazer.
que o professor disse ainda está nítido em Quase tudo isso exigirá que você adapte
sua mente, e você pode recordar coisas os métodos de fazer apontamentos que já
essenciais não constantes de suas notas. descrevemos, mas existem circunstâncias
Poderá mesmo corrigir erros que foram nas quais será melhor fazer algo bem di
cometidos pelo fato de você ter escrito às ferente.
pressas ou antes de ter compreendido o
que escreveu. Se esperar muito para re Apontamentos-sumários. Na maioria dês-
ver as notas, você poderá fàcilmente aca ses casos especiais, você não precisará de
bar dizendo, como tantos outros, “meus esboçar o que leu. A exceção mais impor
apontamentos de aula simplesmente não tante talvez sejam os relatórios. Se você
têm sentido”. lê um livro e sôbre êle faz um relatório,
É preferível, às vêzes, reescrever pode ser preciso fazer alguma espécie
completamente os apontamentos de aula. de esbôço, o qual, porém, não necessita
76 Como Estudar

NOTAS SÔBRE A PESQUISA

Eis três cartões demonstrativos de apontamentos tomados de artigos.


Notem-se a forma das citações e os tipos de sumários escritos.

•& &JVOL(Mkyu f*' 8.—* ^


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J2Avx JíJ&ÍU/»-*
Como Tomar Apontamentos 77

ser, nem de longe, tão pormenorizado mesma ordem em que os leu. Além disso,
como os resumos feitos do material do li quando começar a escrever a sua prova,
vro manual ou das aulas. Preferivelmen alguns artigos serão usados mais vêzes
te, o seu esbôço deve incluir apenas uma que outros.
ou duas ordens de títulos com as idéias Êsses dois pontos têm implicação im
principais. Aquilo com que você termina portante: exigem que você seja capaz de
assemelhar-se muito a qualquer outro es organizar e reorganizar mais tarde os
bôço, exceto no fato de ser mais breve e apontamentos na seqüência que melhor
menos pormenorizado. sirva ao seu propósito. Conseqüentemen
Para a maior parte dos outros casos, te, êles fazem com que seja desaconselhá-
os apontamentos concluídos apresentarão vei tomar notas em folhas de papel da ma
a fôrma de sumários. Enquanto você está neira que você as toma em aula ou quan
lendo, anotará, de modo breve os rudi- do usa o livro. Para êsse fim, o uso de
mentos de um esbôço; quando terminar, cartões ou fichas é mais aconselhável.
porém, tomá-los-á como guia e redigirá Se você dispuser de um cartão e nêle
um sumário dos pontos principais da lei escrever tôdas as notas sôbre cada artigo
tura. O tamanho e pormenor dependem do que leia, poderá mais tarde manusear e
volume de leitura, daquilo que o profes ordenar êsses cartões a fim de mantê-los
sor o aconselhou a fazer, e do seu obje em qualquer seqüência que se ajuste à
tivo quando lê. Uma vez redigido o su organização do seu trabalho. Os autores
mário, você- poderá normalmente jogar que escrevem livros didáticos ou artigos
fora as anotações rudimentares que fêz acadêmicos enfrentam êste problema em
durante a leitura. ampla escala,de
ge milhares o qual algumas
artigos, vêzesinvarià-
e quase abran
Como usar os cartões ou fichas. Em ou velmente êles fazem todos os apontamen
tras ocasiões, é aconselhável fazer aquilo tos em cartões.
que se pode chamar “ pesquisa da leitura” . Na papelaria você provàvelmente po
Com um tópico geral para sôbre êle es derá encontrar todos os tamanhos de fi
crever ou aprender, você consulta alguns chas para qualquer finalidade. As fichas
livros ou lê certo número de artigos dife menores medem 3 por 5 polegadas; o ta
rentes em revistas, jornais ou outros pe manho seguinte, 4 por 6, e os maiores,
riódicos. Não discutiremos precisamente 6 por 9 polegadas. Para o maior número
agora como você encontrará os materiais de finalidades, tanto a ficha de 3 por 5
que lerá ou como você escreverá uma pro como a de 4 por 6 são boas. Você não
va nêles baseado, pois tais matérias serão pode inserir muitas notas num espaço
tratadas no Capítulo Oito. Por enquanto, de 3 por 5; e como é melhor assinalar tô
estamos apenas interessados em ensinar a das as notas nos dois lados da ficha, a
você como usar as notas para tal pesquisa
de leitura. que tem a medida de 4 por 6 é habitual
mente a preferida. Você decidirá, porém,
Um aspecto dêsse tipo de leitura é na base da tarefa que se propõe realizar.
que você não sabe com precisão que vo Tenha, sobretudo, em mente que, se você
lume dela usa até que tenha acabado estiver lendo alguns artigos, a fim de
de ler quase todos os elementos de pes pesquisar determinado tópico, deve tomar
quisa na biblioteca. O tópico que tinha as suas notas em fichas, não em papel
em mente quando começou o trabalho de caderno. A propósito, boa idéia é pos
pode tornar-se demasiado extenso, ou al suir um fichário no qual você possa orde
guns dos artigos podem revelar-se dema nar e manter as fichas.
siadamente superficiais ou sem importân
cia para a sua finalidade. Outro aspecto Como tomar notas em fichas. A primei
da pesquisa de leitura é que você não ra coisa que se escreve numa ficha é a
sabe tampouco, à medida que lê, como referência correta. Se a fonte de infor
organizará a sua prova. Isso começa a vir mação é üm livro, a referência deve con
à tona apenas quando você está perto de sistir do nome ou nomes do autor (es),
terminar a leitura. Indubitàvelmente você incluindo tôdas as iniciais dadas no título
não usará os artigos em seu trabalho na da página, o título do livro, o nome do
i-diloi, a dáta de Copyright (não a data da faça, porém, faça-o sendo uniforme atra
ultiir.j edição). Embora você talvez não vés de todo o trabalho que executar.
necessite disso, deve também incluir o Que tipo de notas escreve você em
número de páginas de conteúdo frontal, seus cartões? Em geral, breves sumários.
indicadas por algarismos romanos, e o to O que você considera importante no arti
tal das páginas de numeração normal. Se go depende do seu propósito em fazer a
a fonte de informação fôr uma revista ou pesquisa na biblioteca e também, natu
jornal, a referência correta deve incluir ralmente, do seu próprio julgamento. A
o nome do autor (es), título do artigo, sua tarefa é extrair as idéias principais e
nome do jornal, o ano, o número do vo pormenores relevantes para a sua finali
lume, e as páginas onde o artigo começa dade. Se você perder algumas delas a pri
e acaba. Dê-se âo cuidado de anotar êsses meira vez que ler o artigo (coisa que
dados sem cometer êrro, pois tanto você acontece, às vêzes, aos mais competentes
como alguém mais poderão usar a refe escolastas), sempre tem a referência no
rência mais tarde crentes de sua fideli seu cartão e pode voltar a consutlar o ar
dade. tigo. A maior parte das vêzes, porém, um
A maneira exata pela qual você rela extrato ou sumário cuidadosamente escri
ciona a informação numa lista de referên to servirá à sua finalidade.
cias varia de um campo para outro. Cada Quando tôda a sua leitura tiver ter
grupo profissional ou, algumas vêzes, de minado, você poderá manusear os car
terminado jornal, tem suas maneiras pró tões, fazendo notas rudimentares numa
prias de regular as citações. Você seguirá íôlha de papel através das quais você
as adotadas pelo
trabalhando, e o setor
modosôbre
maiso certo
qual está
de pode fazer
escrever no um
seu esbôço
ensaio. do que usando
Então, pretendeas
determinar tais costumes é olhar para as suas notas rudimentares como chave para
referências no fim dos capítulos ou arti êsse esbôço, você pode selecionar os seus
gos lidos. Se elas não tornarem claro o cartões e coordená-los de forma que se
sistema, siga a forma do “World List of aproximem da disposição em que você os
Periodicals”, um grande volume que pode deseja para consulta. Como você deve
ser encontrado na sala de leitura de quase agir nesse trabalho é assunto que consi
tôdas as bibliotecas. O que quer que você deraremos mais tarde, no Capítulo Sete.
T ENDO lido o título dêste capítulo,
você poderá exclamar — “Ah! isto é o
que desejo saber: como fazer os exa SEIS
mes.” Você pode mesmo nutrir a espe
rança de que conhecemos uma maneira
de passar nos exames sem ter de estudar.
Isso é um toque de mágica, no entanto,
que nenhum psicólogo foi capaz de rea
lizar ainda. Nem o deve fazei*, pois a fi
nalidade básica dos exames é medir o COMO SE
grau de eficácia com que você de ante
mão
seguiuseospreparou para êles.
nossos conselhos Se de
a fim vocêaper
já SUBMETER
feiçoar os seus hábitos de estudar, fêz o
quanto é necessário ao seu preparo para
os exames. Há ainda aglümas indicações
que lhe forneceremos para que você con A EXA ME S
siga plena eficiência nos exames.
COMO SE PREPARAR PARA
OS EXAMES milando à medida que estudava. Essa re
visão deve ser mais intensiva do que
A única regra geral boa para fazer os qualquer outra por, você feita, desde que
exames é “ Esteja Preparado” . Isso signi começou a rever a matéria logo após ha
fica estar preparado para o tipo e escopo vê-la estudado. Deve, porém, ser uma re
de exame a que se deve submeter e para visão è não uma tentativa de aprender as
tôdas as perguntas
formuladas, quepara
não apenas lhe algumas
possam ser
de coisas que você deveria ter aprendido
antes. Se justamente antes dos exames
las. Significa possuir um domínio comple você ainda está lendo o material pela pri
to da matéria, não uma vaga noção, e tê-la meira vez e tomando notas sôbre êle, já
tão bem organizada que você dela possa está sèriamente nas condições dè “entrar
tratar seja qual fôr a maneira como se pelo cano”. Estará tentando fazer por de
lha exija. Significa estar repousado, emo mais coisas diferentes de uma só vez e
cionalmente estável e calmo, e no auge de em brevíssimo tempo. Se bem que você
suas condições mentais. Vamos examinar possa ser bastante brilhante para se ar
êsses pontos mais detidamente. ranjar desta maneira, o fato é que fará
muitíssimo melhor se já tiver feito a lei
A revisão final. Se você fêz seu estudo tura e os apontamentos e apenas neces
como devia, o preparar-se para um exa site de lhes fazer uma revista.
me é sobretudo questão de revisão. Você . Em algumas matérias, voc ê pode que
revê as notas
manual, que principais
as idéias tomou nae aula e do
os porme rer, a especialmente
novas, essa altura, fazer
para algumas notas
a revisão. Se
nores importantes que sublinhou no livro houver muito material para cobrir e co
e as listas de têrmos técnicos que foi assi- piosa abundância de apontamentos, você
80 Como Estudar

pode fazer um conjunto de notas-sumá- Horário das revisões. Ao contrário do que


rios, em três ou quatro páginas, que cons fazem os estudantes em sua maioria, ou
tituirão a essência do material mais por pensam que devem fazer, o período de
menorizado. Ao formulá-làs, você nelas revisão antes de úm exame não precisa
destilará as idéias e dados mais impor ser longo. Para os exames orais sema
tantes, recorrendo ocasionalmente ao li- nais, não deve ir além de uns poucos mi
vro-manual para verificar um ou outro nutos; para os exames de meio de ano, so
ponto. Terminará isso com uma síntese mente duas ou três horas; e para um exa
do sumário.
ficar-se Dessa
de ter maneira,
assimilado os poderá
pontos certi
real me final,nocinco
mente, a oito horas.
pressuposto Isso,
de que natural
você pre
mente importantes e terá então alguma cisa apenas de uma revisão. Seüs perío
coisa para repassar ràpid'amente antes do dos, acrescente-se, devem ser bastante
exame, além de obter as vantagens da curtos, uma hora ou hora e meia, com
releitura adicional. _____ intervalos para descanso e recreio. Se

HORÁRIO DE REVISÃO PARA EXAMES FINAIS

Planeje cuidadosamente o tempo dedicado à revisão para os exames finais.


Escreva os dias da semana nos espaços no tõpo das colunas. Depois es
creva nos quadrados as matérias específicas que você planeja estudar
edurante
recreio.cada hora do dia. Deixe, porém, tempo razoável para as refeições
Como se Submete r a Exames 81

você trabalhar com demasiado rigor na grama regular com o estudo de outras
. revisão de grande quantidade de maté matérias. Em vez disso, ponha de lado al
rias, acabará ficando confuso e na reali gumas das horas regularmente designa
dade recordará menos do que se seguir das para determinada matéria e algumas
um horário menos árduo. das horas “opcionais” do seu horário.
Você deve planejar períodos defini Além do mais, pode, se necessário, tomar
dos para revisão do horário de estudo, tal umas. poucas horas que de outra maneira
como programou as horas regulares de
estudo. Trate de saber, quanto antes, se destinariam
contudo, ao recreio, sempois
muito rigorosamente, o fazer,
essas
quando uma sabatina ou exame serão da
dos. Então faça breve análise do seu ho horas são neecssárias para mantê-lo em
rário de estudo para uma semana ou duas boa forma e evitar que exagere no tra
antes do exame, especificando as horas balho de revisão.
determinadas para revisão. Não perturbe ísso nos leva a outro assunto sôbre
as horas de que necessita para seu pro- o qual muitos estudantes necessitam de

HORARIO PARA PERÍODO DE EXAMES FINAIS

.Quando você conhe cer o seu horário de exames fi nais, inscreva -o no


mapa. Depois disso, escreva as matérias específicas que revisará nas horas
disponíveis. Certifique-se, porém, novamente, de que sobrará tempo sufi
ciente para refeições e recreio.
82 Como Estudar

conselho: não vale a pena passar, durante dia anterior, tirar as primeiras horas da
longo período, sem comer, sem dormir, e noite para entretenimento, e ir para a
sem um período regular de recreio, a fim cama cedo.
de estudar sofregamente para os exames.
Ficar acordado metade da noite ou mes Como rever. Durante ò trabalho de revi
mo a noite inteira parece ser a coisa que são para um exame, você deve reduzir a
você admite, se está atrasado em seu tra releitura ao mínimo. Em vez de rever
balho, mas pagará (e pesadamente) por você deve dar ênfase à recitação. Ao rever
de tôda a acuidade mental no exame; não um capítulo, tente recordar-se das idéias
isso. Em primeiro lugar, você não disporá principais sem recorrer aos apontamen
pode organizar material ou lembrar-se tos. No final, confira-os com aquilo de
dêle tão bem numa prova escrita, nem se que se lembrar. Sob cada título principal
mostrará tão afiado em discriminar as do capítulo, faça a mesma coisa: tente re-
respostas corretas e erradas de um teste cordar-se dós pontos a êle subordinados,
objetivo- Também precisa mais tarde de e compare os resultados com os aponta
compensar o sono perdido, com as conse mentos. Se houver algo difícil de recor
qüências de interrupção do horário de dar ou que você não compreenda bem,
trabalho, supressão de aulas, e atraso em volte atrás no seu caderno e releia a pas
suas outras tarefas. Tudo isso é coisa que sagem que abrange tais elementos. Eis
se transforma num círculo vicioso. Uma mais ou menos tudo que deve fazer no
vez que você começa sofregamente a es que se refere à releitura. Se tentar fazer
tudar para os exames, deixando outros muito mais do que isso, despenderá tanto
esforçar-se
estudos e descanso
cada vezprejudicados,
mais a fim tende
de pôra tempo
pontos aimportantes
reler, que ou
perderá
cairá de
na vista os
desorien
tudo em dia, e assim nunca consegue sair tação, com pouco benefício para o esforço
do círculo. empregado.
Naturalmente, é bonito falar de como Um conselho mais será útil, se você
você se “desmantelou” em vésperas de o seguir fielmente; de outra forma, ape
exame, gabar-se do quão poUco dormiu e nas servirá para desorientá-lo. Trata-se
como conseguiu sobreviver a cafe e outros de prever perguntas que lhe poderão ser
estimulantes. Acontece até que muitos feitas no exame, Interrogue a si próprio
estudantes dão-se mais a bravatas do que à medida que revê: “É isso algo que pode
ao tal superesfôrço, mas o fato e que constituir pergunta?” “Foi dada ênfase a
qualquer parcela dêsse estudo frenético isso?” “Como poderia ser feita uma per
acarreta resultados ineficientes e prejudi gunta sôbre êsse tópico?” Outrossim, pro
ciais. Escute as gabolices dos colegas de cure tirar partido das insinuações forne
estudo com um pouco de ceticismo, e or
ganize a sua própria vida para que seja cidas pelosdiretamente
“palpites” professores. ou
Alguns dão certos
indiretamente
organizada e eficiente.
acêrca de perguntas específicas que pro-
Você deve, portanto, fazer todo o vàvelmente virão a fazer. Tais insinua
possível para viver uma vida normal du ções podem ser vislumbradas na impor
rante o tempo de preparação para exa tância que um professor atribui a certos
mes. Faça as refeições, durma, distraia-se pontos, ou no tempo em que se deteve
e desempenhe as outras tarefas pontualr em determinado tópico. Talvez estejam
mente. Você pode e deve trabalhar um implícitas no conselho que êle deu a
pouco mais duramente do que de hábito, respeito do estudo para exames.
mas não permita que êsse esforço ponha
tuao a perder. Se você fêz razoável volu De uma forma ou de outra, você terá
me de revisão, uma boa noite de sono asse- Condições de prever grande número de
gurar-lhe-á mais pontos num exame do que perguntas que subseqüentemente serão
permanecer indormido para além das ho feitas nos exames. Como você as previü,
ras
mais.normais, tentando
De fato, mais aprender um pouco
aconselhável, para já se exercitou
portanto, para as
preparado. respostas,
Mais tarde, seestando,
o exa
essa época, é rever duas ou três horas no me não foi final, você poderá estudar as
Como se Submeter a Exames 83

perguntas não previstas, e usará suas da. Entre os dois tipos, há, naturalmente,
omissões como guia para futuros exames. outras possibilidades, como o acabamento
Devemos salientar, porém, que tal de um teste, no. qual você apenas contri
conselho pode ser desorientador, se você bui com uma palavra, uma frase ou uma
o executar e msentido errado, isto é, ten breve declaração. Nessa caso, também,
tando adivinhar demais as perguntas que embora o exigido não saliente a sua ha
o professor poderá fazer e estudando so bilidade para organizar vultosa informa
mente aspara
lizadas coisas
as que você supõe
perguntas. sejamdessa
Variante uti ção,recordar.
de evidencia, no entanto, sua capacidade
maneira de se concentrar sôbre o assunto Deve você estudar de maneira dife
é estudar apenas as coisas que caíram nos rente para êsses. tipos de exame? A res
exames do período anterior ou dos dois posta tanto pode ser “ Sim” , como “ Não” .
últimos períodos. Se você assim se limitar Você se prepara, até certo ponto, de ma
aos poucos itens que, segundo seu pare neira diversa para cada modalidade, mas
cer, constituirão a matéria para pergun não tanto como alguns alunos supõem. Os
tas, talvez tenha a sorte de acertar em al examès objetivos parecem mais fáceis
guns, mas na maioria dasvêzes estará porque exigem que você apenas selecione
bastante errado, o que lhe diminuirá a (ou adivinhe) a resposta correta. Conse-
nota consideravelmente. Poucos professo qüentemente. os estudantes muita3 vêzes
res procuram ignorar êsse jôgo de adivi não estudam tanto para essas provas
nhação. A maioria dêles trabalha de ma como para as de ensaio. É, porém, tão di
neira bastante árdua para fazer pergun fícil conseguir boas classificações em um
tas que não podem ser previstas com fa tipo de exame como no outro, pela sim
cilidade. Portanto, quando você procura ples razão de que todos os estudantes pos
prever as perguntas que lhe poderão ser suem as mesmas vantagens ou desvanta
feitas, assinale tôdas, não apenas umas gens. Na média, portanto, um estudante
poucas que voce espera ou antecipa serão termina na mesma relativa posição —- e
feitas. De outra forma, você poderá aca isso habitualmente com mais ou menos o
bar murmurando às famosas palavras fi mesmo tipo de classificação — tanto num
nais : “ Estudéi à matéria errada .” exame como no outro.
Os estudantes também acham que os
Tipos de exáme. Geralmente falando, os exames objetivos tendem a salientar os
exames que você presta no Segundo Ciclo pormenores mais do que os exames de en
incidem mais ou menos numa de duas ca saio. Tal maneira de ver, porém, é em
tegorias. Uma é o exame objetivo. Êsse grande parte uma ilusão. Deve-se ao fato
não requer que você escreva coisa algu das explicações pormenorizadas de um
ma. Tudo
certas o que você
afirmações estãotem de decidir
certas é se
ou erradas exame
a face, objetivo se lhes apresentarem
mas o estudante que faz umaface
pro
qual entre as várias afirmações é a ver va escrita raramente avaliará com preci
dadeira, ou como as afirmações devem são quantos pormenores deveria ter sabido
ser relacionadas. Tal exame salienta sua para fazer uma boa prova. Se você achar
capacidade para reconhecer as respostas que os exames objetivos costumam abran
corretas, não a sua habilidade para recor ger pontos triviais, compare o próximo
dar ou organizar as respostas. O outro tipo exame dêsse tipo que fizer no futuro com
é a prova escrita, na qual você deve re os títulos e passagens importantes do seu
cordar aquilo que aprendeu. É-lhe feita livro manual ou dos apontamentos. Veri
uma pergunta e você deve escolher e or ficará que êles correspondem muito bem,
ganizar o material que considera melhor e são êsses os pontos que você deve co
para a resposta. Em outros casos, tal como nhecer, se estiver organizando uma per
em Matemática e em Física, também lhe gunta de ensaio. Na realidade, em ambos
pedem que resolva certos problemas. Tal os tipos de exame, o professor tenta tes
como os ensaios, os problemas salientam tar o seu conhecimento de idéias princi
a sua capacidade para recordar, mais do pais e pormenores importantes. Você
que para reconhecer, a matéria aprendi deve, portanto, estudá-los, não importa o
84 Como Estudar

tipo de exame a que tenha de se sub de alguma maneira, se deve sobreviver.


meter. Aguardam os testes tremendo de mêdo, e
A principal diferença entre os dois muitas vêzes sentem-se terrivelmente
tipos não é tanto de pormenores como de transtornados antes e durante o ato. Essa
organização. Você simplesmente não tem atitude negativa e temerosa é infelizmen
chance de organizar o seu conhecimento te reforçada pelo fato de os graus depen
em exames objetivos, mas tem-na no teste derem dos exames. O estudante que não
de ensaio. Assim, é perfeitamente claro está andando muito bem pode fàcilmente
que dê maior atenção ao problema de or sentir que o exame é um machado em po
ganização -quando se prepara para um sição de o decepar de alto a baixo e lan
teste escrito. Isso quer dizer um pouco çá-lo fora da vida acadêmica.
mais de recitação para o capacitar a lem Não há de fato nenhuma necessidade,
brar-se, através de esbôço, o que apren na maioria dos casos, de assumir essa ati
deu. Por outro lado, não negligencie por tude para com os exames. Se se cultiva
completo a organização quando estudar ram bons hábitos de estudo, há de se an
um teste objetivo. Algumas questões se dar suficientemente bem para não temer
rão fraseadas de tal forma, que testarão a possibilidade de ser “ expeli do” , e aguar-
o seu conhecimento e comprensão da re dar-se-á um exame com ar de confiança
lação entre várias partes do material. e previsão. O exame, afinal de contas, dá
Não há por que negar que o exame ao estudante a chance de mostrar o que
objetivo coloca um prêmio mais elevado sabe e receber a recompensa pelo traba
no reconhecimento do que na recordação. lho que tem feito. Os que se realizam no
A nossacoisas
muitas memória
que énão
tal, podemos
que reconhecemos
recordar. comêço
cada umdos cursos são
aprender oportunidades
alguma coisa sôbreparaseu
Êsse fato leva a esta conclusão: ao estu estado de preparação e corrigir-se de
dar-se para um exame objetivo, devemos quaisquer deficiências nêles demonstra
tentar estar preparados para reconhecer das. Tirando partido disso, o estudante si
pontos sôbre os quais não seria exigida a tua-se em posição melhor a fim de estu
nossa recordação num exame escrito. Isso dar eficazmente para os exames finais e
significa que a revisão final antes de um nêles se sair bem. Em vez de considerar
exame objetivo deve incluir mais relei bicho-papão o professor que dá muitas sa
tura do texto e, particularmente, dos batinas, os alunos deveriam ser-lhe gratos
apontamentos, e um pouco menos de reci pelo fato de se dar êle a tanto trabalho
tação do que a que seria apropriada para para ajudá-los no estudo.
um exame escrito.
Embora t a i s diferenças existam, Uma das coisas desagradáveis acêrca
cumpre-nos salientar que você não deve dos exames é que os estudantes freqüen
ser
ção. levado a extremos,
As revisões devem na sua prepara
incluir alguma temente sofrem que
e desalentados, cólicas
nãoe podem
ficam tão tensoso
mostrar
releitura e alguma recitação. Você apenas que realmente valem. Esquecem coisas
faz um pouco mais de uma ou de outra, que sabiam poucos dias antes, cometem
conforme o tipo de exame. Outrossim, as erros infantis, e perdem todo o senso do
revisões devem salientar o conhecimento que é importante e do que não é.
das ideias principais e dos pormenores Provàvelmente, o melhor remédio
importantes. para essa moléstia é o estar preparado. Se
voce se apresentar num exame com aquê-
A atitude em relação a um exame. Logo le grau de preparação que sempre dese
discutiremos os pontos relativos aos exa jou, nao necessita ficar transtornado.
mes, mas antes de tudo diremos alguma Fará o melhor que puder, e isso é tudo.
coisa sôbre as emoções e atitudes a êles
referentes. Êsse ponto é revestido de algo psico
Os estudanteis são levados a enca lógico. Muito estudante não avalia que o
rá-losentre
ram còmoossejulgamentos
fôssem êlesdaatos queprova
vida, figu sentir-se
um exame“reduzido a pedaços”
é Com freqüência durante
um álibi que
ções a que se não pode escapar e às quais, criou para si mesmo. Êle fica para expio-
Como se Submeter a Exames 85

dir não somente por não estar: preparado COMO FAZER EXAMES OBJETIVOS
— êle sabe disso — mas porque precisa
não se sentir responsável por êsse fato. Seu plano, ao submeter-se a um exa
O “teste da ansiedade” é não raro uma me objetivo, é algo diferente do que seria
defesa infantil que o estudante cria dian para um exame do tipo de prova escrita.
te da possibilidade de ter que aceitar a
culpa da própria falta de preparação. Como pesquisar. Quando voçê apanha um
Além do bom preparo, há algumas teste objetivo,
lance primeiro
as páginas examine
para ver de tipos
quantos re
outras coisas que você pode fazer a fim diferentes de perguntas estão sendo usa
de dominar a excitação ou estado de an dos: certo-errado, escolha múltipla, ajus
siedade. Uma é conceder-se todo o tempo tar...? Veja quantas há de cada tipo, e
necessário para fazer o que precisa antes idealize como dividir o tempo durante o
do exame, e ainda chegar lá antes de to exame. Habitualmente, quando o profes
car a campainha, ão se deixe levar pela sor usa mais de um tipo de perguntas ob
precipitação isso agrava sua tensão e jetivas, costuma segregar as de um tipo
desorganiza-o ainda mais. Uma segunda numa parte claramente rotulada. Exami
coisa é deixar relaxarem-se deliberada nando essas partes no início; você sabe o
mente os músculos antes do exame e en que são e, assim, o que esperar.
quanto o aguarda. Não tente fazer revisão
no último minuto, folheando nervosamen Conheça as regras fundamentais. Agora
te o caderno de apontamentos no livro. c o m e c e a ler a primeira parte. Ela
Não
acêrcaentre em discussão
de certo com osque
ponto excelente colegas
en deve conter algumas
cuidadosamente, instruções.
e certifique-se de Leia-as
que as
controu em seus apontamentos; isso só compreendeu (você ficaria surprêso se
serve para transtorná-lo. Lembre-se de soubesse quantos alunos não as compreen
que não pode fazer nada que valha a dem). Indique as respostas exatamente
pena em tão breve espaço de tempo; tudo como especificado nas instruções. Se o
que pode conseguir com uma revisão fre não fizer, pode causar grandes dificulda
nética e atabalhoada ao apagar das luzes des ao professor, e, o que é mais impor
é confundir-se com pormenores e ficar tante, perder pontos tão-só porque as res
ainda mais excitado. Em vez disso, passe postas não se apresentam claras ao pro
os poucos minutos que precedem um exa fessor. ■ ■
me numa palestra amena, lendo um jor Outrossim, quando você responde às
nal, ou fazendo algo que desvie os pensa perguntas em cada parte do exame, pro
mentos do “problema”. cure ter certeza de haver compreendido
as regras para a classificação, pois elas
que você
A última
pode fazer
coisa para
e a mais
estar importante
em forma determinam a sua estratégia ao fazer o
é ter um plano de ação. Já foi repetidas teste. Se não houver penalidade contra o
vêzes demonstrado que as pessoas que sa “palpite”, anote êsse fato, e então prossi
bem o que fazer e com© o vão fazer, em ga com a intenção de responder a tôda e
emergências, raramente se transtornam qualquer pergunta. De outra forma, você
ou se deixam tomar pelo pânico. O mesmo estaria arriscado a perder pontos por não
se aplica às provas. Você está, sem dúvi haver respondido a algumas perguntas.
da, a par dos exames que vai enfrentar. Se houver correção para chance, anote
tal regra. Num teste “certo-errado”, por
Há sempre uma maneira sensata de pro exemplo, você tem 50% de chance de
ceder em relação a cada um dêles. Des conseguir respostas corretas por “palpi
cubra-a, e esteja preparado para executar te” . Na correção por chance, um instrutor
o seu plano tão logo receba o sinal de pode reduzir um ponto numa resposta er
ação. Descreveremos êsses planos adiante. rada e dar apenas um ponto de crédito
O ponto importante, todavia, é que com
um plano definido em menté você pode paràuma
por fazerresposta
isso é classificar
correta. (Uma
as provas
fórmula
to
manter-se calmo e com sangue-frio e, des mando o número certo menos o número
sa maneira, fazer justiça a si mesmo. errado). Tal coisa, na realidade, não é
86 Como Estudar

uma penalidade por haver-se respondido e de cujas respostas não está seguro, de
de palpite, mas apenas uma correção por vem ser conferidas e deixadas para de
chance. Mesmo nesse caso a estratégia pois. Não permita que elas o desanimem.
ainda deve ser adivinhar e conseqüente Se lutar, você perderá tempo precioso e
mente responder tôdas as perguntas, pois mais tarde terá de atender às pressas às
na média os “palpites” tendem a ser mais outras perguntas, errando naquelas a que,
certos do que errados. Por outro lado, se de outra maneira, responderia certo. Em
a regra de
nalidade classificação
pela é aplicar
resposta dada por “ certa pe ,
palpite” vez disso,
posta, quando
ponha um não
sinalesteja certo da res
de conferido na
digamos reduzir dois pontos na resposta margem, à altura da pergunta. Quando
errada e dar somente um pela resposta tiver resolvido tôdas as fáceis, poderá
certa, então você deve adotar uma estra voltar para responder a essas. Sabendo
tégia conservadora: somente dará respos quanto tempo lhe resta e quantas pergun
tas quando estiver razoàvelmente conven tas duras aguardam resposta, você poderá
cido de-serem certas. distribuir o tempo devidamente para lhes
Os mesmos princípios aplicam-se a dar atenção.
outros tipos de exame objetivo. É possível A razão básica para essa estratégia é
classificá-los de forma que não haja ne bastante simples. Nos exames objetivos,
nhuma penalidade por adivinhação, ou tôdas as perguntas do mesmo tipo valem
que haja. A fórmula é via de regra dema habitualmente a mesma classificação.
siado complicada para ser facilmente ex Você não consegue mais crédito pela per
plicada num exame. Por isso o professor gunta difícil do que pela fácil. Portanto,
não raro a reduz
há penalidade a simples
contra regra: “Não
a adivinhação”, ou não se deixe
permitir atrapalhar
que elas reduzam pelas
suasdifíceis ou
possibili
“ Não responda de palpite, pois as respos dades de obter pontos respondendo às fá
tas erradas sofrerão penalidade.” Qual ceis. Sabemos por experiência que êsse
quer que seja a instrução dada, procure plano de enfrentar perguntas objetivas
compreendê-la e segui-la fielmente. pode auferir bom número de pontos; no
entanto, muitos estudantes ainda não o
Responda primeiro às perguntas fáceis. aprenderam.
Tendo compreendido bem as instruções,
você deve prosseguir lendo e responden Analise os modificadores. Há uma arte de
do às perguntas. No entanto, esteja pre ler e decidir sôbre a resposta correta às
parado a fim de separar algumas pergun perguntas objetivas, e você pode melho-
tas fáceis para você, e outras, difíceis. raf os seus resultados no exame apren
Proceda com essas perguntas de maneira dendo-a e praticando-a. Os pontos seguin
diferente. As que são relativamente fá tes devem ajudá-lo a conseguir o melhor
ceis você deve responder tão logo as tenha possível nessas perguntas.
lido cuidadosamente e esteja seguro da As pereuntas “ certo-errado” são em
resposta. As que você julga mais difíceis geral formuladas tomando-se duas coisas
ou qualidades e estabelecendo a relação
entre ambas. A essência da afirmação
poderia ser “A s rosas são vermelhas” ,
“ As atitudes são aprendidas” , ou “ O mer
cado de ações estourou.” Qualquer afir
mação como essas está normalmente certa
durante determinado tempo e errada em
outras ocasiões. Não se pode exigir que
você responda a coisas tão ambíguas. O
professor nunca tem a intenção de que
você o faça. Êle está interessado em saber
se você
cias sabe quando
alguma coisa é eouemnão
queverdade.
circunstân
Por
isso, a afirmação é habitualmente forneci
da com modificadores que você deve exa
Como se Submeter a Exames 87

minar cuidadosamente. Lembre-se que no Alguns estudantes chegaram à con


Capítulo Quatro (página 46) nós lhe dis clusão de que certas palavras constituem
semos que separasse os modificadores es intrinsecamente uma afirmação verda
senciais quando selecionasse as idéias, deira ou falsa. Sabem que é difícil cons
principais e Os pormenores importantes. truir afirmações verdadeiras com pala
Há, naturalmente, um número infi vras como “ não” , “ nunca” , “ cada” ou ou
nito de possíveis modificadores, mas tros modificadores vagos. Portanto, assi
grande
séries seguintes:
quantidade dêles cai em uma das nalam
quer quecomo
elasfalsas
ocorram.
tais Mas
afirmações,
essa é onde
uma
prática perigosa, pois os professores co
Tudo, maioria, algum, nenhum, nhecem êsses truques tão bem quanto os
todo, nada... alunos — habitualmente ainda melhor.
Sempre, habitualmente, algumas Por conseguinte, êles afastam-se de pro
vezes, nu nca . . . pósito de afirmações que podem ser res
Grande, muito, pouco, nenhum... pondidas corretamente procurando recur
Mais, igual, menos... so nesses simples modificadores extre
Bom, mau . mos. Por outro lado, êles podem, por vê-
É, não é. zes, construir afirmações com essas pala
vras que são, de fato, verdadeiras. Em al
Se você recorrer a um dessas séries guns casos, especialmente em ciências na
ou a um que signifique essencialmente o turais, afirmações abruptas não qualifica
mesmo que um dêsses, a melhor maneira das são verdadeiras. Tais afirmações pre
de
ver testar se a afirmação
a possibilidade é verdadeira
de substituir pelos oué judicarão
que não as(eestáassim deve pelo
julgando ser) seu
o estudante
próprio
tros membros na série. Se a substituição mérito.
produz ümâ afirmação melhor do que a As melhores afirmações “ certo-erra-
que você tem, ajpergunta é falsa. Caso "■ dõ*’ são, via de regra, de uma oração, mas
contrário, a pergunta é verdadeira. Veja ocasionalmente podem ser formadas de
mos, como exemplo, “Algumas rosas são duas orações. Nesse caso elas são de fato
vermelhas.” As afirmações alternativas duas afirmações, e não apenas uma. Se
seriam “Tôdas as rosas são vermelhas”, você encontrar êsse tipo de pergunta, jul
“ A maioria das rosas são vermelhas” , e gue cada uma das orações em separado.
‘■ Nenhuma rosa é vermel ha” , obviamente Se uma é errada, mesmo que a outra pa
menos verdadeiras, e “Algumas rosas são reça certa, marque-a. Normalmente, po
vermelhas” teria, pois, de ser verdade. rém, ambas são ou certas ou erradas.
Selecionando palavras-chaves. Essa ma Como ler perguntas de escolha múltipla.
neira de analisar
de utilidade modificadores
nos exames, emboradeve ser
as ver Essas
“ certo-eperguntas são bàsicamente
rrado” , organizadas do tipo
em grupos.
dadeiras perguntas sejam normalmente Uma frase ou oraçáo-pilôto no comêço da
mais complicadas do que os exemplos da pergunta combina-se com três ou mais
dos. Nem sempre dará resultado, mas, dê formas terminais para estabelecer afirma
ou não, deve ajudá-lo a encontrar a pala ções diferentes. Algumas vêzés as pergun
vra ou palavras essenciais numa afirma tas estão construídas de tal maneira, que
ção. E essa palavra sempre existe. Talvez qualquer número de afirmações numa
não seja um adjetivo ou advérbio, mas pergunta pode ser certo ou errado. Então
será uma palavra ou grupo dé palavras a pergunta é realmente constituída de vá
nas quais a verdade ou falsidade da afir rias afirmações “certo-errado”, e tudo o
mação se toma patente. que explicamos acima deve ser aplicado.
Tôdas as outras palavras da afirma Certifique-se, porém, de que leu as ins
ção podem formar uma declaração que truções cuidadosamente, de maneira que
seja' verdadeira ou falsa, dependendo da possa responder às perguntas exatamente
palavra ou palavras-chaves. Procure a como devem ser respondidas.
chave e não se importe com as possíveis De modo mais típico, a perguntá de
exceções às outras palavras da afirmação. múltipla escolha difere da “certo-errado”
gg Como Estudar

EXERCÍCIO COM PALAVRAS-CHAVES

O quest ionári o, que se segue (extraído de “ Introduction to Psy chology ” , de


Clifford T. Morgan, McGraw-Hill, Nova Iorque, 1943, pág. 2), foi especifi
camente delineado tanto para os estudantes que tiveram um curso em
psicologia como para aquêles que o não tiveram. Ilustra a importância das
palavras-chaves em perguntas objetivas. Leia-o, separando as palavras-
chaves e escrevendo-as no espaço reservado à frente. Na maioria dos casos,
há apenas
três. Indiqueuma palavra-chave,
também na colunamas, nuns sepoucos
à direita de cásos,
você acha que aháafirmação
duas ou
é correta ou errada. Quando tiver terminado, consulte a página 89 para
ver a resposta correta.

1. Os gênios são usualmente mais esquisito s


do que as pessoas de inteligência média.
2. Somente os sêre s humanos, não os ani
mais, possuem a capacidade de pensar,
3. Muito do compo rtamen to hum ano é ins
tintivo.
4. Os aprendi zes lentos record am -se melhor
do que aprenderem do que os rápidos.
5. As pessoas inteli gentes form am a maio
ria de suas opiniões raciocinando logi
camente.
6. Um psicólogo é uma p essoa treinada
para psicanalisar as pessoas.
7. Você pode medir muito bem uma pesso a
numa entrevista.
8 . Quando uma pessoa trabalha durante
muitas horas, é melhor fazer poucos lon
gos descansos do que vários curtos.
9. O est udo d as matem áticas exercita a
mente para que uma pessoa pense mais
logicamente em outras matérias.
10. Os gr aus d as univers idades têm p ouc o a
ver com as carreiras no comércio.
11. O álcool, em pequenas doses, é estimu
lante.
12. Há nítida distinção entre um a pessoa
normal e uma mentalmente enfêrma.
13. Preconceitos são sobretudo devidos à
falta de informação.
14. Con corrência ent re pessoa s é caract erís
tica da maioria das sociedades humanas.
15. O aspecto de um emprêgo mais impo r
tante para os empregados é o salário
que recebem.
16. É possível classificar as pessoas m uito
bem em introvertidos e extrovertidos.
17. A puniç ão é ordinàriamente o melhor
meio de eliminar o comportamento in
desejável das crianças.
18. Olhan do de perto a expressão de uma
pessoa, você pode dizer muito bem qual
a emoção que ela está experimentando.
19. Quanto mais elevados são os objetivo s
qué uma pessoa deseja atingir na vida,
mais certeza há de que os alcançará e
mais feliz será.
20. Se uma pessoa é honesta com você, pode
usualmente dizer-lhe quais são os seus
motivos.
Como se Submeter a Exames 89

pelo fato de apenas uma alternativa, en ter orações inteiras semelhantes às afir
tre tôdas as do grupo, poder ser selecio mações do tipo “certo-errado” e do tipo
nada. Por isso, sua tarefa é assinalar a “múltipla escolha”. No último caso, tente
alternativa mais próxima da verdade do localizar palavras-chaves e testá-las, como
que as outras. É uma questão relativa, sugerimos para as questões daqueles tipos:
não uma questão de verdade ou falsidade Outro processo de pergunta usado
(certeza ou êrro). Êsse fato dita certas comumente em grandes cursos é o de
táticas ao cuidar-se da pergunta.
Leia cuidadosamente tôda pergunta e nece
completar
uma afirmação
a pergunta. muito
Êssesemelhante
sistema for
à
localize as alternativas que são claramen do tipo “ certo-er rado” , exceto que uma
te erradas. Para se ver livre delas, risque palavra ou frase são omitidas e você deve
o numero ou lêtra que precedem as afir preencher o espaço com elas. Quando res
mações erradas. Agora, concentre-se nas ponder a tais perguntas, escolha suas pa
que podem estar certas. Leia-as novamen lavras cuidadosamente, pois o professor
te, anote e experimente as palavras-cha tem em mente algo bem específico: um
ves, como o faria numa afirmação do tipo têrmo técnico, uma palavra-chave em al
“ certo-erra do” , e compare os itens, para guma idéia principal ou pormenor impor
ver o que se afigura mais próximo da tante. Tente descobrir a resposta que
verdade. Logo que tiver tomado uma de realmente cabe no caso. Por outro lado,
cisão, assinale a resposta no espaço apro se você não puder atinar com a resposta
priado, e prossiga com a pergunta seguin pedida, escreva alguma coisa que repre
te. Se não puder decidir-se, assinale-a e sente o seu melhor “ palpite” . De modo
deixe-a até quesepossa
tarde, quando voltar nas
concentrar a ela mais
pergun geral, tais respostas,
exatamente embora obtêm
o que é requerido, não sejam
cré
tas mais difíceis. dito completo ou parcial.
Leitura de outros tipos de pergunta. Mé O curso é o contexto. Um pouquinho de
todos semelhantes podem ser aplicados ao conselho a respeito dos testes objetivos
processo de ajustar as perguntas. Leia to parece ser necessário, já que tivemos nu
dos os itens a serem ajustados em uma merosas ocasiões de o dar a estudantes na
pergunta a fim de conseguir um meio de época de exames: Lembre-se sempre que
avaliar as possibilidades que está enfren o contexto das perguntas é o curso que
tando. Então pegue no primeiro item à es voce esta tirando. Ao responder a uma
querda e leia os da direita, até encontrar, pergunta, pergunte-se a si mesmo como
um que você esteja certo de ser o mais tal pergunta deveria ser respondida à luz
ajustável. Se não estiver certo, deixe o do seu manual ou daquilo que a respeito
item de lado e veja o seguinte. A prática foi dito em aula. Se possível, identifique
geral é a de preencher primeiramente to sua srcem, pelo manual ou apontamen
dos os ajustes de que esteja certo. Isso, tos de aula. Se não puder fazê-lo, faça um
então, reduz o número de possibilidades esforço de memória para se lembrar de
para os ajustes difíceis e simplifica a ta alguma coisa relevante que aprendeu no
refa. Algumas perguntas ajustáveis con curso. Não responda de acordo com a re
sistem só de palavras ou frases breves vista ilustrada mais recente que tenha
para serem ajustadas. Outras podem con lido, ou com sua opinião pessoal, ou de

RESPOSTAS PARA O EXERCÍCIO COM PALAVRAS-CHAVES

As pa lavras -ch av es pa ra ca da pe rg unta sã o: (1) us ua lm en te, (2 ) somen te,


não, (3) muito, (4) melhor, (5) maioria, ( 6 ) psicanalisar, (7) muito bem,
( 8 ) melhor, (9) em outras matérias, (10) pouco, (11) estimulante, (12) ní
tida, (13) sobretudo, (14) maioria, (15) mais importante, (16) muito bem,
(17) ordinàri amente, melho r, (18) mu ito bem, (19) mais certeza, mais
feliz, (20) usualmente. Tôdas as afirmações são erradas. A razão por que
o são pode ser verificada no livro de onde foram tiradas, ou, muito pro-
vàvelmente, em qualquer curso geral de psicologia.
90 Coma Estudar

acôrdo com algum outro curso que esteja pecífica de elementos. De outro lado, estão
tirando. Algumas vêzes isso pode suge as perguntas “discussão”, exigindo que
rir-lhe uma resposta diferente, pois tôdas você cubra matéria bastante ampla e o
as respostas são relativas a um dado con faça de maneira extensa. No Capítulo
texto e a determinada fonte de informa Nove teceremos considerações que in
ção. Ò professor, ao estruturar, as pergun cluem problemas importantes a êsse res
tas, não pode ser responsável pelos hábi peito.
tos pessoais de esperar
razoàvelmente leitura do
quealuno, mas pode
você responda Planejamento do seu tempo. Ao fazer
nos têrmos do curso que lhe está minis exames-ensaios, ainda mais do que no
trando. caso dos testes objetivos, você deve pla
nejar e distribuir o seu tempo. Mesmo
Como concluir o exame. Dissemos que que você não seja um estudante proemi
você deve ler do princípio ao fim um nente, possui suficiente conhecimento
exame objetivo, responder às perguntas para escrever muito mais tempo do que
fáceis e voltar atrás, mais tarde, para tra aquêle que lhe é permitido, e pode esten
tar das difíceis. Quando você começar a der-se em certas perguntas sôbre as quais
trabalhar com estas, veja o tempo dispo tem melhor conhecimento. Por isso, se
nível e distribua-o por quantas ainda não fôr cuidadoso, poderá gastar demasia
precisa responder. No entanto, nesse pla do tempo em determinadas perguntas e
no, deixe algum tempo para releitura terminar por dispor de tempo reduzido
final da prova. Antes de devolvê-la, você para outras. Se fizer isso, você fatalmen
ate,deve ler do
a fim de princípio
verificar ao
se fim
não.novamen
cometeu te conseguirá
perguntas, poisgrau baixo em
o professor semalgumas
dúvida
alguns descuidos, como dar resposta dife espera que você organize seu tempo de
rente da que queria, ou deixar alguns •modo que dê a cada pergunta a parcela
itens sem resposta. de atenção que ela merece.
Quando da releitura, você. será cer Pára imprimir o equilíbrio necessá
tamente tentado a mudar algumas das rio aò seu exame, leia tôda a prova de
respostas. Temos bom conselho a dar-lhe princípio ao fim, antes de começar a es
a êsse respeito. Se sentir que uma res crever. Veja quanto tempo pode gastar
posta deve realmente ser mudada, mu em cada pergunta. Se êle não estiver es
de-a. Mas se hesitar entre duas respostas, pecificado, faça uma estimativa dè quan
não sendo capaz de se decidir, não mude to você julga dever gastar em cada per
a resposta já dada. Muitas pesquisas nesse gunta, e trate de observá-la ao responder
sentido demonstraram que, quando você as questões.
está adivinhando, seu primeiro “ palpite” , Se o exame lhe oferecer opções, per
baseado numa: leitura cuidadosa, tem pro mitindo-lhe responder a algumas pergun
babilidades de ser o melhor. Se você tas e omitir outras, tome uma decisão do
muda suas respostas, já agora bastante que vai fazer logo no início. Escolha e
inseguro de si mesmo, há grandes possi marque as perguntas sôbre as quais está
bilidades de que esteja errado. Lembre-se, certo de que vai responder. Se estiver em
pois: a primeira adivinhação é provàvel- dúvida quanto a algumas, deixe-as de
mente a melhor. lado até que possa deter-se nelas de nôvo
um pouco, para tomar uma decisão. Cer-
COMO FAZER EXAMES TIPO ENSAIO tifique-se de que numerou corretamente
cada pergunta respondida.
Usaremos o têrmo “ ensaio” para nos
referirmos a qualquer exame no qual as Cumpra as instruções. Perguntas-ensaios,
próprias perguntas são relativamente bre como as objetivas, têm as suas palavras-
ves e a maior parte do seu trabalho con chaves. Mas, nesse caso, as palavras-cha
siste em redigir as. respostas para elas. Os ves são realmente instruções que o orien
exames-ensaios podem consistir, de um tam nas respostas. São elas habitualmente
lado, de perguntas para “ respostas-curtas” , do tipo “relacione”, “ilustre”, “exempli
que exigem de você uma lista bastante es fique” , “ compare” , “ esboce” . Cada uma
Como se Submeter a Exames 91

PALAVRAS IMPORTANTES EM PERGUNTAS DE


EXAME-ENSAIO

Os têrmos seguintes aparecem freqüentemente no fraseado de perguntas


para exame-ensaio. Você deve conhecer o seu significado e responder de
acôrdo. (A lista e o sentido das definições, embora não as palavras exatas,
foram adaptadas de “Learning More by Effective Study”, de D. M. Bird,
Ed. Appleton-Century Crofts, Nova Iorque, 1945, págs. 195-198).

Compare Ilustre
Procure qualidades ou características que Use uma figura, foto ou diagrama, ou esem-
se assemelhem. Saliente semelhanças éntre plo concreto para explicar ou tornar claro
elas, mias :em àlgüns casos também mencio-_ um problema.
ne as diferenças. 7
Interprete
Contraste Traduza, dê exemplos, solucione ou comen
Saliente as dessemelhanças, diferenças ou te um assunto, normalmente dando o seu
impr obab ilidade s de c o i s a s , qualidades, ju lg am en to sôbr e êle.
acontecimentos ou problemas.
Justifique
Critique ' Prove ou dê razões para decisões ou con
Expresse o seu julgamento sôbre o mérito clusões, extraindo pontos para se tornar
ou verdade dos fatores ou pontòs-dè-vista convincente.
mencionados. Comente igualmente suas li
mitações e bons pontos. Relacione
Como no enumerar, escreva por itens uma
uma série de afirmações concisas.
Defina
Dê sentidos concisos, claros e autorizados. Esboce
Não dê pormenores, mas certifique-se de Organize uma descrição subordinada a pon
estar dando os limites da definição. Mostre tos principais e pontos secundários, omitin
como aquilo que está definindo difere das do pormenores de menos importância e sa
coisas nas outras classes. lientando o arranjo ou classificação das
coisas.
Descreva
Reconte, caracterize, esboce, ou relate èm Prôve
seqüência ou maneira dé história. Estabeleça que determinada coisa é verda
de, citando evidencia com fatos ou ofere
Diágrahia cendo razões claras e lógicas.
Dê um desenho, carta, plano ou resposta
gráfica. Usualmente você deve rotular o Relate
diagrama. Em alguns casos, acrescente Mostre como as coisas estão relacionadas
curta explanação da descrição. ou têm conexão entre si, ou como uma
causa é como a outra.
Discuta
Examine, analise cuidadosamente, e dê ra Reveja
zões pró e contra. Seja completo e forneça Examine um assunto criticamente, anali
pormenores. sando e comentando afirmações importan
tes para serem feitas a seu respeito.
Enumere
Escreva, em relação ou em esbôço, dando Afirm e
os pontos concisamente, um por um. Ap resente os po nto s pr incip ais, em breve e
clara seqüência, omitindo pormenores, ilus
trações ou exemplos.
Av alie
Av alie cuidad os am en te o prob lema, cita nd o Sumarie
vantagens e limitações. Saliente a avaliação Exponha os pontos ou fatos principais de
das autoridades e, em menor grau, sua ava maneira condensada, como o sumário de
liação pessoal. um capítulo, omitindo pormenores e ilus
trações.
Explique
Torne
reza o claro, interprete
material e exponha
que apresenta. com cla
Forneça ra Trace
Em oforma
itinerário
narrativa descreva o progresso,
zões para as diferenças de opinião ou re desenvolvimento ou acontecimentos históri
sultados, e tente analisar as causas. cos, partindo de algum ponto de srcem.
92 Como Estudar

delas significa algo diferente das outras, ganizar, e esta é uma das maneiras de
e o professor escolheu a que desejava, mostrar com clareza sua capacidade de
por motivo especial. Os estudantes sen- organização. Além disso, o examinador
tem-se tentados a “ escrever em torno” de que corrige grande quantidade de provas
um assunto e a dizer o que sabem acêrca fica um pouco fatigado tendo de trilhar
disso, quer se lhes tenha sido pedido ou parágrafos e respostas sem fim. Êle pro
não. Fazem-no especialmente quando não cura todos os recursos que tornem mair
éstão preparados para
as palavras-chaves fazer deIsso,
ordènam. fato no
o que
en fácil seu
sabe. Vocêtrabalho de dizer
tem, portanto, o probabili
mais que voeê
tanto, é um esbanjamento de tempo, pois dade de obter crédito pelo seu conheci
o professor em geral não considera o que mento, se o expressar em forma de es
êle não pediu e acha que o estudante bôço bem organizado, do que se se alon
está fugindo à questão que lhe foi apre gar demasiado. —
------

sentada. Você deve, portanto, anotar a


palavra-chave na pergunta, e então cin- Seja explícito. Os estudantes cometem
gir-se ao que ela implica, tanto quanto comumente o êrro de exprimir os seus
lhe seja possível. Se fôr um “relacione”, pontos em linguagem incompleta e de es
não comente ou exemplifique, exceto perar que o examinador saiba exatamen
eventualmente, como meio de acrescentar te o que pretendem dizer.
informação pertinente à sua relação; se Algumas vêzes escolhem as suas pa
êle diz “ ilustre” , ilustre, apenas, mas não lavras sem cuidado, e o examinador, não
relacione, nem comente, nem compare ou sendo uma pessoa que lê a mente alheia,
o que quer que seja. não está certo de que o estudante de fato
sabe o que está dizendo ou se está blefan
Esboce. Quando estiver certo que com do. Por essa razão, é importante repisar
preende o que se lhe pede numa pergun cada ponto que você apresente. Expli
ta, será melhor que esboce em sua mente que-o tão precisamente quanto possa a
os pontos principais que vai usar na res primeira vez, mas então forneça uma
posta. Você pode rascunhar o esbôço co ilustração ou um pormenor iirjpprtante
locando palavras-chaves na parte supe que seja relevante ou alguma coisa que
rior da página, à direita. Então use-o deixe claro que você conhece o assunto
como guia, ao redigir a resposta. Quando sôbre que está versando. Assim você pode
tiver terminado, risque o rascunho, para convencer o examinador, enquanto de ou
que não seja tomado como parte da res tra maneira pode deixar de conseguir
posta. O examinador não se importa, pois crédito por algo que você realmente co
êle espera que os bons alunos façam nhece.
exatamente isso. Se no
arrisca-se a divagar você não rascunhar,
assunto e sair dos . Elaborar
no entanto, nãoo éseu ponto dessa
a mesma coisa maneira,
que “ en
trilhos algures. Poderá, na pressa, esque cher lingü iça” . Os estudantes com fre
cer um ou dois dos pontos importantes. qüência respondem de maneira bizarra,
Fazendo primeiro um esbôço, poderá es ou dizem coisas de várias maneiras dife
crever uma resposta muito mais coerente rentes, só para ornamentar respostas re
e sucinta. veladoras de enorme pobreza. Os exami
É boa idéia, igualmente, escrever sua nadores, tend o lido centenas de provàs,
resposta em algum tipo de esbôço. Não descobrem logo êsse tipo de truque e
deverá êle ser demasiado parcimonioso, nunca se mostram magnânimos para com
nem consistir de sentenças incompletas, o autor. É melhor ser breve do que fazer
porque o examinador então não saberá floreados com irrelevâncias. Dessa forma
o que se quer dizer. Você pode indicar o você não revela sua ignorância nem dá a
seu esbôço, porém, usando números para impressão de pretender blefar.
os seus pontos principais e possivelmente
lêtras para pontos
zendo pequenas subordinados,
entradas à direita ou fa
do pa Boa leira
dade por edemais
boa lingua gem.deUma
grande quanti
estudantes
pel. Parte da finalidade de uma pergünta- apresenta uma lêtra horrível. Torna-se
ensaio é testar a sua habilidade para or quase impossível ler os escritos de alguns
Como se Submeter a Exames 93

dêles, enquanto outros se lêem com difi pesquisa, por exemplo, um grupo de exa
culdade. Se você está nesses casos, tente minadores graduaram duas vêzes as mes
dar um jeito para melhorar. Pode ser que mas provas, uma vez quando foram difí
nunca consiga escrever claro, com lêtra ceis de ler, e outra quando foram repas
bonita, mas pode ao menos tornar-se legí sados em lêtra clara. As instruções dadas
vel. E é importante que isso aconteça, a êles foram para que não levassem em
pois os professores são de opinião que conta a lêtra ao chegar o momento de atri
um estudante
legível; deveé escrever
não lhes possível de
dar maneira
crédito buir os graus.
signados Não obstante,
às provas legíveis osforam
grausmais
con
por algo que não conseguem ler. Alguns elevados do que os atribuídos às provas
professores tentam, a duras penas, deci lidas com dificuldade, embora os dois con
frar garranchos, mas outros não têm pa juntos tivessem exatamente as mesmas
ciência alguma pára tal suplício e sumà- respostas. Se a sua lêtra é difícil de ser
riamente desclassificam ou reduzem a lida, lembre-se de que ela poderá ser a
classificação da prova que não conseguem causa da diferença entre um C e um D,
ler ou que lêem com dificuldade. Numa ou um A e um B. E isso não é pouco. Se

COMO ORG ANIZA R RESPOSTA S PA RA EXAME-ENS AIO

Eis abaixo dois exemplos de respostas curt as a um a pergunta-ensaio.


Leia-as
com o nosso
para comentário
ver o que pensa
no fim.delas,
A pergunta
e então é:compare
Quais os
o seu
resultados
julgamento
im
portantes da revolução (inglêsa) de 1688?

Primeira resposta 3. Nova sociedade políti ca. O importante re


sultado geral da revolução e da vitória do
Parlamento foi o comêço de longa era na
Farei um sumário dos resultados mais qual o poder político na Inglaterra foi di
importan tes da revoluçã o sob três aspectos -. vidido entre os camponeses e a classe dos
negociantes.
1. A vitória do Parlamento. O resultado mais
direto da revolução de 1688 foi a vitória Segunda resposta
do Parlamento no conflito entre êle e a
Coroa que tinha prevalecido em todo o A revo luçã o de 1688 fo i m uito im portan te.
século XVII. O Parlamento, por declarar o Tão importante que algumas vêzes é chamada
trono vago por causa da deserção de de “revolução gloriosa”. O Parlamento ga
James II para a França, finalmente esta nhou e promulgou muitos atos contra o rei,
beleceu que o rei governava por escolha e convidou William e Mary a governar a In
do povo e do Parlamento e não por di glaterra juntos. William e Mary ainda tive
reito divino. O Parlamento estabeleceu ram de lutar, no entanto, especialmente na
uma Carta de Direitos que declarava que Irlanda, onde James II foi afinal derrotado.
o rei não estava acima dá lei, mas se William e Mary cooperaram com o Parla
achava êle próprio sujeito à lei. Nos pri mento; por isso não houve muitas dificulda
meiros anos do reinado de William e des entre o rei e o Parlamento. James II era
Mary, muitos atos adicionais promulgados muito impopular por ser católico, e o Parla
reduziram os podêres da Coroa. mento providenciou para que nenhum cató
lico pudesse jamais ser rei, embora também
2. O fim do con flito reli gioso. A própria re tornasse as coisas mais fáceis para os discor
volução não terminou inteiramente com dantes. Êsse foi o fim do Direito Divino dos
as dificuldades religiosas do século XVII, reis na Inglaterra, embora no comêço o país
mas o Parlamento passou um Ato de To fôsse governado mais pela aristocracia e pelos
lerância que trouxe um fim a muitas das ricos negociantes. A verdadeira democracia
dificuldades dos discordantes. Os católi não veio senão muito mais tarde, razão por
cos, porém, ainda ficaram sujeitos a mui que a revolução de 1688 não foi completa
tas restrições das liberdades civis. mente democrática.

Note que as duas respostas diferem mais em organização do que no con


teúdo. A primeira não é perfeita, mas é equilibrada, clara, e baseada em
fatos. A segunda é muito mais fraca por ser vaga, desorganizada e cheia
de irrelevâncias inconsistentes.
94 Como Estudar

você tem, portanto, lêtra difícil de deci qualquer êrro ao marcar o seu papel e se
frar, urge que faça algo para melhorar há algo que possa ser reclamado. Aí então
tal situação. põe o papel de lado e não mais pensa nêle.
Você também deve dar-se ao cuidado Algumas vêzes os erros na classificação
de escrever em bom português, isto é, usar realmente acontecem, e o estudante deve
gramática, pontuar rigorosamente, e não chamar a atenção do professor para êles.
cometer erros ortográficos. Além de dar Mais importante, porém, será estudar sua
boa
para impressão,
uma leituratudo
fácil isso
e atéé para
importante prova cuidadosamente,
aprender porquanto,
a per fazen
do-o, poderá muito acêrca de
feita compreensão do que está procuran suá preparação passada e de como se deve
do transmitir. Para o examinador, a gra preparar para o exame futuro.
mática ruim implica pensamento confuso Onde você cometeu erros ou perdeu
e desorganizado e domínio insuficiente do pontos, consulte as suas notas ou livro
assunto. A má ortografia, especialmente para ver exatamente como isso aconteceu.
no caso de palavras importantes, reflete Interpretou você alguma coisa errada
não apenas leitura descuidada, mas tam mente durante o curso? Deixou de tomar
bém conhecimento e compreensão inade os apontamentos sôbre algum ponto im
quados da matéria. Por isso, é natural portante? Deixou de anotar os modifica
que até erros dessa espécie influam na dores importantes? Leu mal as pergun
sua classificação, independente da vonta tas? Essas e outras interrogações podem
de do examinador. Assim, na pressa de ser respondidas pelo estudo meticuloso da
escrever uma resposta, nunca se esqueça
de observar as regras elementares do bom sua
zer àprova.
tona Dessa
falhas maneira, você pode
características tra
nos seus
português.
hábitos de estudo e então trabalhar para
Aprendendo com os exames. Encerrare corrigi-las. T o d o s nós provavelmente
mos êste capítulo sôbre como fazer exa aprendemos mais corrigindo nossos pró
mes, salientando o fato de que você pode prios erros do que o fazemos com nossos
aprender muito com êles. Quando o estu sucessos, e uma prova de exame (papel)
dante típico recebe de volta a sua prova, é um registro de erros. Você será esperto
êle olha para ver se o professor cometeu se souber tirar partido disso.
capítulos anteriores explicam muito
bem os problemas gerais do estudo pré-
universitário. Mas você travará contato
com matérias específicas das quais ainda SETE
não tratamos. Nos poucos capítulos se
guintes, tentaremos dar-lhe orientação sô-
bre a maneira de resolver certos proble
mas especiais que sem dúvida se lhe COMO ESCREVER
atravessarão no caminho. Começamos
neste capítulo com a redação de temas e
relatórios.

tirar Aummaioria dosredação,


curso de calouros é finalidade
cuja obrigada a TEMAS
é ajudá-lo a aprender a escrever com pre
cisão e com inteligibilidade. Se você cola
borar, será via de regra bem sucedido.
Normalmente, num curso dessa natureza,
você redige alguns temas ou composições, E RELATÓRIOS
e o professor encarrega-se de corrigi-los,
não tanto com a finalidade de lhe dar no
tas, mas com a de lhe fazer ver o que está
errado.
municar alguma coisa às outras pessoas.
Para muitos estudantes, essa coisa de Até mesmo um relatório de vendas se
escrever temas é algo de odioso e frustra- apresenta melhor se vazado em boa lin
dor. Para alguns que não se saem bem na guagem. Em resumo, você pode e deve
emprêsa ela é como uma condenação para
a carreira acadêmica. Aquêles que se li aprender
rar a escrever
o máximo bem,
partido da sesua
pretende ti
formação
mitam a atravessar o curso, ascendem às universitária.
classes mais elevadas apenas para verifi Neste capítulo tentaremos fornecer
car que terão de escrever mais temas e alguma ajuda para a redação das provas
relatórios. Achando a tarefa desagradável, do fim do período e de temás. Não dire
põem de lado a redação até ao fim do mos tudo que pode ser dito a respeito da
tempo e então fazem-na às pressas e ina arte de redigir, porque a maioria de vocês
dequadamente, com conseqüências desa- tirarão algum dia um curso de composi
lentadoras para si mesmos e para os pro ção, e também existem muitos manuais
fessores. onde podem encontrar ajuda aquêles que
Tal desconforto e fracasso não tem dela necessitam.
por que existir. Alguns de vocês tornar-
se-ão escritores profissionais, mas justa GRAMÁTICA E REDAÇAO
mente cêrca de metade dos que concluem
a faculdade descobrirá que nos empregos A finalidade principal da redação é a
e posições que ocuparem haverá necessi de dizer algo às pessoas, a de estabelecer
dade de escrever bastante bem para se co comunicação por escrito. A diferença bá-
96 Como Estudar

sica entre boa e má redação reside em E isso é tudo. Não há de ser complicado
como ela comunica o que o escritor pre nem se esforçará por recordar regras de
tende dizer. Naturalmente, alguma reda gramática confusas e obscuras. Você
ção é literatura, e a literatura possui fi aprende umas poucas regras simples, e as
nalidade tanto estética como informativa. aplica de maneira sensata. Acima de tudo,
Muito poucos de vocês terão de se preo indagar-se-á a cada passo: “Será isso mes
cupar com redação literária, no entanto; mo que estou escrevendo o que realmente
a principal tarefa é aprender como escre pretendo dizer?”
ver clara e eficientemente.
Aí é que entra a gramática. Por vê- Pontuação. A pontuação é a coluna ver
zes os estudantes têm idéia de que foi ela tebral da boa redação, e podemos usá-la
inventada com o simples propósito de os para lhe mostrar quão sensata a boa gra
“ chatear” e de lhes tornar a vida escolar mática pode ser. O surpreendente é que
intolerável. Relativamente a certos pontos qualquer pessoa pode pontuar com acêrto,
insignificantes de gramática, a idéia não bastando-lhe pensar um pouco. O propó
está muito errada. As regras de gramática sito do ponto final e do ponto-e-vírgula é
que você na certa irá aprender num bom separar as idéias diferentes, de forma que
curso moderno de composição são, porém, você as possa assimilar sem as confundir
realísticas e práticas. Sua principal fina com outras idéias.
lidade é a de ajudá-lo a escrever e falar O ponto é o marco de pontuação bá
eficazmente e a compreender algo acêrca sico, e você o emprega quando tiver com
da língua que você tem usado tôda a sua pletado uma idéia. Por exemplo, pode-se
vida.
A boa redação é construída sôbre os ali fazer
“PARE”.umaAí sentença
está uma de uma
idéia só palavra.
completa ex
cerces da boa gramática. E as regras da pressa numa só palavra.
boa gramática provêm da boa redação. Quando é que se sabe ser completa
É tão simples como isso! Se alguma coisa uma idéia? Em primeiro lugar, o simples
está clara, fácil de entender e não confu falar alto já ajuda. A sua entonação muda
sa, está gramaticalmente correta. “Ah — no fim da sentença, e você faz uma pausa.
dirá você — uma afirmação como Vocês A mudança de entonação e a pausa são
certamente não têm um cachorro amigo um meio de se colocarem pontos finais no
é clara e fácil de compreender, mas está que se está falando. Assim, você poderá
gramaticalmente errada. De fato, tal afir colocar os pontos onde a entonação cai e
mação talvez seja tolerável, por ser colo você faz uma pausa. Tal processo nem
quial. É o tipo de coisa que muitos dizem sempre funciona, mas estabelece o fato
e todos entendem. importante de que a pontuação na redação
O ponto importante, porém, é que é tão fácil como a pontuação na lingua
uma língua falada, muitas vêzes, não pa gem falada. Você pontua constantemente
rece bem quando impressa, por ser ina- quando fala, sem sequer se aperceber
propriada .para uma audiência heterogê disso. A dificuldade é que muita gente
nea. A boa redação gramatical é apropria não tem bastante experiência na pontua
da para a ocasião. Na língua escrita as ção escrita, é carece de autoconfiança.
pessoas habitualmente não esperam ex As vírgulas são usadas pàra separar
pressões como “ vocês tem” ou um adjeti idéias relacionadas entre si. Se uma idéia
vo modificando um verbo (*). A língua depende de outra, devem ficar separadas
escrita é mais formal do que a falada, so por vírgula (tais como as idéias nesta sen
bretudo porque é mais exata e precisa. tença estão). As vírgulas também separam
Assim, quando você escreve um tema ou palavras para ênfase ou enumeração
ensaio, tenta ser um pouco mais formal. (quando você está ouvindo coisas), do

(*) No texto inglês: He sure ain’t . . . onde s ure, adjetivo, está por surel y (certa
mente), advérbio. Em português, porém, certo = certamente não é apenas coloquial, como
no inglês, mas clássico.
Como Escrever Temas e Relatórios 97

mesmo modo qíie se usa a pausa quando O uso dos erros. Tôda a gente comete
se quer realçar alguma coisa. erros de gramática. Isso é apenas outra
Naturalmente, muitas pessoas se mos forma de dizer que a redação da maioria
tram atrapalhadas com as regras formais de nós pode passar por algum trabalho de
da pontuação, muitas delas apenas tradi aperfeiçoamento. Algumas pessoas, po
cionais. Se você de fato tem dificuldade rém, cometem erros em assuntos bastante
em pontuar, ou se vai escrever a gente elementares, e essas são geralmente as
muito rigorosa acêrca da maneira correta pessoas que sentem dificuldades ao escre
de escrever, será melhor que procure um ver temas e ensaios. Se você ignorar as re
manual de composição ou gramática e dê gras básicas da gramática, torna o que es
uma olhadela nas regras de pontuação. creve difícil de ser lido e deixa a impres
Não perca de vista, porém, o propósito da são de ser ignorante e, de fato, não muito
pontuação: manter as idéias separadas e, inteligente. Com freqüência, no entanto,
dessa forma, tornar as coisas fáceis de ler os estudantes ignoram as regras básicas
e compreender. Algumas vêzes é muito porque não têm o hábito de examinar
lindo (e útil) usar variações elegantes na cuidadosamente o que escrevem. Tome
pontuação. Mas se pretende empregar al mos, por exemplo, a matéria da concor
gumas das mais complicadas regras, man dância entre sujeito e verbo.,
tenha sempre em mente o propósito bá Quase todos entre vocês podem reco
sico da pontuação. nhecer que “êles não se importa” não é

AS GRAMATICAS PODEM AJUDA-LO NA PONTUAÇÃO

Qualquer compêndio gramatical exara as principais regras de pontuação,


havendo ainda manuais exclusivamente de pontuação, nos quais êste ca
pítulo da Gramática está versado de maneira mais desenvolvida.

PONTUAÇAO
Os principais sinais de pontuação e seus nomes
vírgula — travessão [] colchetes
ponto-e-vírgula ? ponto-de-interrogação - hífen ou traço-de- união
dois-pontos ! ponto-de-exclamação .. reticências
ponto-final O parênteses ” aspas
Os principais empregos dêsses sin ais estão explicados nos com pêndios.
A pr ática po de ser va ria da co m o, por ex em plo, se ver ifica com

O PONTO-FINAL signativas de equipamento, e um grande nú


mero de abreviaturas compostas são preferi
O ponto-final é usado no fim de uma velmente escritas — sem pontos e sem espa
sentença, ou qualquer expressão que tenha ços. Ex.: UNRRA; UNESCO; ONU;
sentido completo, sem entonação interrogati
va ou exclamativa. Exemplos: A sociedade é As reticê nc ia s po dem ser in di ca da s po r
uma onda. As ondas movem-se para a frente, uma séri e de pontos separados. Comum ente
mas a água de que são compostas, não. A três , ma s há quem também Use quatro (ou
mesma partícula não se levanta do vale para cinco), quando a omissão de palavras cons
a serrania. titui uma sentença completa.
O ponto é usado depois de uma abreviatura São usados também para indicar omis
Sr. Pedro Antunes; Dr. Ney; Ten.-Cel.; sões
menteintencionais, palavras
subentendidas: ilegíveis
“Usa-se, ou fàcil-o
outrossim,
E. U. A. Exceções: abreviat uras dos nomes ponto-e-vírgula, além de... também quando
compostos de organizações internacionais e a simples vírgula pode carrear confusão.”
agências do govêmo, abreviaturas oficiais de “Quem não tem cão...”
98 Como Estudar

COMO ESTA VOCÊ DE GRAMÁTICA?

Para testar seus conhecimentos gramaticais suprima dos parênteses o que


ju lg ar in correto. As res posta s corret as vã o no ro da pé desta pá gi na (* ).

1. Ou o men ino ou o pai (estará, estarão) 6 . Entre (eu, mim ) e ela nada ocorreu.
presente (s). 7. Eu e tu (partirei, partiremos).
2. A
as maioria
aulas. dos alunos (faltou, faltaram) 8 . Tu
reis)e hoje.
teu pai (seguirás, seguirão, segui
3. Ninguém (ri u-se, se riu) do f ato. 9. Nem um nem outro (ser á, serão) a pro
4. Algum de nós (deve, devem os) part ir. veitado (s) para as vabas.
5. Alguns de vós (devem , deveis) partir . 10. Sou eu quem (deseja, desejo).

boa linguagem (e a maioria pode Colocar boa redação, mas é uma das mais impor
o dedão exatamente no que está errado; tantes.
se não podem, então a coisa está ruinzi- Essa a razão para o título desta se
nha mesmo com o que vocês escrevem e ção. Realmente não pretendemos dar-lhe
há que fazer algo para consertar isso). uma lista dos “dez erros mais comuns em
A forma correta seria “ êles não se impor-- gramática” , mas apenas mostrar que v ocê
tam” e é correta porque um sujeito no pode fazer uso dos seus erros a fim de
plural exige o verbo no plural. que, corrigindo-os, aperfeiçoe sua redação.
sujeito
Muitos
e o verbo
estudantes
concordarem,
deixam denãofazer
por o procure
Quando
saberalguém
semprelhe
qualcorrigir
a maneira
um êrro,
cer
que sejam ignorantes, mas porque são ta e, ainda mais importante, saber por que
bastante descuidados e não lêem cuidado cometeu o êrro. Essa é a única maneira
samente o que escreveram. Há muitos que de você aprender a usar corretamente o
escreveriam “êsse grupo de pessoas esta idioma. Habitue-se a ler com cuidado o
vam de pé na esquina” , porque, sem pen que escreve, a fim de poder corrigir os
sar, fariam o verbo “estavam” concordar próprios erros. Verá que< isso é de fato
com “ pessoas” , sem ver que o sujeito da interessante. Mas, acima de tudo, se não
sentença é “ êsse grupo” , exigind o a con compreender a razão poK que cometeu
cordância no singular. determinado êrro ou por que a correção
Pequenos erros como êsse não são foi feita, tente descobri-la. Se o não fizer,
tão terríveis assim por si mesmos, mas os continuará em séria desvantagem através
professores preocupam-se com êles porque de todo o curso.
os alunos que os cometem são habitual Esqueça a idéia de que a gramática
mente os que Poderá
como devem. não sabem
você,a língua tão bem
por exemplo, édas
umsóconjunto
para lhecaprichoso
amargurardeosregras cria
estudos. Na
identificar sempre o sujeito de uma sen realidade, elas provêm da maneira como
tença? Ou será que confunde o sujeito você e outras pessoas escrevem e falam.
com qualquer substantivo, ou com qual Conhecê-las ajuda-o a escrever e falar
quer parte dà sentença que meramente como outros ó fàzem e a compreender o
modifica o sujeito? que dizem. Se você tivesse um processo
A verdadeira finalidade do estudo exclusivamente seu de falar e escrever,
da gramática não é evitar erros triviais, isso seria ótimo, mas ninguém o com
mas evitar escrever coisas despidas de preenderia. Fazendo a sua fala e escrita
clareza, que não fazem sentido para nin de acordo com as das outras pessoas é que
guém, exceto você. Saber algo de gramá lhe será possível fazer-se compreender
tica não é a única coisa importante em por elas.

(*) Respost as corretas: 1 (estará ou est arã o); 2 (faltou ou fa ltar am ); 3 (se riu );
4 (deve); 5 (deveis ou devem); 6 (mim); 7 (partiremos); 8 (seguireis); 9 (será ou serão);
10 (deseja).
Como Escrever Temas e Relatórios 99

Ortografia. Uma brev e mas enfática pa dos com palavras assim grafadas. O estu
lavra sôbre ortografia. Como estudante dante que espera bons resultados nas pro
pré-universitário você tem o dever de gra vas não pode deixar dè conhecer bem a
far corretamente tôdas as palavras. Isso ortografia.
inclui não apenas as palavras comuns .que
-tôda a gente usa, mas também as mais ra AJUDAS PARA REDIGIR
ras e mais técnicas (inclusive nomes) en
Os professores e outras pessoas po
contradas
Para no decorrer
escrever sempre do estudo superior.
corretamente, você dem mostrar-lhe como falar e escrever
deve fazer o seguinte: Primeiro, seja cui melhor, mas aperfeiçoar, a longo prazo,
dadoso. Gs estudantes amiúde escrevem sua gramática é algo que só você pode
errado palavras cuja grafia conhecem fazer. Como a maioria das habilidades, a
bem apenas porque são descuidados; es gramatical só se consegue pela prática.
crevem às pressas e não prestam atenção Se você se preocupar com a redação ape
ao que estão escrevendo. Em segundo nas quando estiver prestes a escrever um
lugar, preste atenção à grafia de novas tema ou uma prova periódica, não me
palavras e nomes que vá encontrando du lhorará muito. Para obter habilidade gra
rante os estudos. Certifique-se de que matical, você deve fazer da gramática mo
pode grafar quaisquer dos nomes ou pa tivo de constante preocupação.
lavras importantes dos livros didáticos ou Podemos dar algumas sugestões que
das fontes que usa para fazer suas pro o ajudarão nesse mister. Em primeiro lu
vas e apontamentos. Em terceiro lugar, gar, você deve possuir e usar um bom di
use
tenhao dicionário. Em qualquer
a mínima dúvida ocasião
sobre como que
grafar cionário. Há várioslhe
vez seu professor ,dêles excelentes
tenha e tal
recomendado
determinada palavra, procure-a no dicio algum. Se ainda não, você poderá inves
nário. Finalmente, familiarize-se com as tigar quais os disponíveis na sua livraria,
regras da grafia, especialmente para as e acêrca do assunto consultar o professor.
terminações especiais das palavras. Você Mas apenas possuir um dicionário
pode encontrar essas normas nas gramá não é o bastante, porém. Adquira o há
ticas e também em dicionários. bito de consultá-lo em tôdas as oportuni
Palavras ortogràficamente erradas são dades. Ficará surpreendido com 0 volume
pfensas sérias. Distraem a atenção do lei de informação que nêle encontrará. Em
tor porque chocam pelo aspecto, fazendo-o primeiro lugar, naturalmente, os dicioná
interromper para verificar o que está er rios já lhe mostram como grafar as pala
rado, quando sua única preocupação de vras, e muitos de nós, aliás, achamos ne
veria ser o sentido do que está lendo. cessário a êles recorrer, a miúdo, com tal
A ortografia
bolo também
do preparo é tida
cultural como
de um um sím
indivíduo; objetivo.
rão Em segundo
o significado das lugar, êles élhecomo
palavras da
se você não escreve grafando com corre usá-las. Uma das melhores coisas que
ção, dá a impressão de ser analfabeto ou você pode fazer a fim de aperfeiçoar
quase isso. Finalmente, um professor en seus hábitos de estudo é tornar-se um ca
cara a grafia errada de palavras e no çador de significados. Quando encontre
mes especiais como sinal de que o estu você uma palavra que 0 intriga, ou o uso
dante não conseguiu de fato dominar o estranho de alguma que lhe é familiar,
assunto sôbre o qual está escrevendo. consulte o dicionário. Verificará que o
Certo estudante obteve nota baixa escre uso regular de um dêles dispensará a lei
vendo sôbre “Jú lio César” ; de Shakes- tura de um manual difícil e obscuro.
peare, em prova muito boa, sob outros Você também encontrará grande
aspectos, porque repetidas vêzes escreveu quantidade de miscelânea nüm dicionário.
erradamente o nome de Marco Antônio. Contém, de hábito, um sucinto mas ade
Nem todos os professores aplicariam se quado sumário de gramática. Em muitos
melhante penalidade — se bem que o dicionários há uma sinopse (procure essa
êrro fôsse imperd oável — mas todos se palavra no dicionário — ficará provavel
sentem descontentes e mal impressiona mente surpreendido) e uma relação dos
} Como Estudar

UMA PAGINA DE DICIONÁRIO

Do Prof. Júlio Minhan, Dicionário Moderno da Língua Portuguêsa,


tomo III, Editora Científica, Rio de Janeiro, GB.

PALATOFAR1NGEO PALEOLÍTICA

PALATOFARÍNGEO, adj. Alusivo ao PALC O, s. m. A parte do teatro onde


palato e à faringe. os atores representam; proscênio. /Fig.
PALATOLABIAL, adj. 2 gên. Concer Lugar onde se passa algum fato trá-
nente ãò palato e aos lábios. gicõ ou imponente. /Ant. Leito por
PALATOLING UAL, adj. 2 g ên. — Re tátil.
ferente ao palato e à língua. PÁL EA, s. f. — Bot. Pequena bráctea
PALATOPLASTIA, s. f. — Med. Ope do capítulo das compostas.
ração cirúrgica para restaurar uma PALE ÁCEO, adj. — Bot. Que é da na
parte destruída do palato. tureza da palha; designativo dos ór
PÁLAyi, s. m. Língua dos persas, na gãos vegetais que são providos de
Idade Média , palha.
PALAVRA, s. f. Som articulado de PALEANTROPOLOGIA, s. f. Antro
uma ou mais sílabas e com uma sig pologia do homem primitivo.
nificação; vocábulo; têrmo; dição ou PALEARQUEOLOGIA, s. f. Estudo ar
frase; afirmação; fala; faculdade que queológico dos objetos pertencentes
a espécie humana tem de exprimir aos homens pré-históricos.
as suas idéias por meio da voz; ora PAL EÁRT ICO , adj. Designativo das
ção;: discurso;, declaração; promessa regiões zoológicas situadas ao N. do
verbal; permissão de falar; doutrina. Tr ópico de Câncer, e dos animais
/Dar a palavra a: permitir que al próprios dessas regiões.
guém fale. /Empenhar a palavra: o- PALEET NOLOG IA, s. f. Ciência que
brigar-se por promessa. /Palavra de trata das raças humanas pré-históricas.
honra: afirmativa ou promessa sob a PALEIFORME, adj. 2 gên. Que tem
sua honra. /Pedir a palavra; solicitar aspecto ou forma de palha.
permissão para falar. /Pessoa de pa PALEJAR , v. i. — Bras. Empalidecer;
lavra: a que cumpre o prometido. ter côr pálida.
/Tira r a palavra da bôc a de alguém: PALÊM ON, s. m. — Astron. Constela
antecipar-se cm dizer o que essa pes ção boreal. /Zool. Gênero de crustá
soa ia declarar. /Tomar a palavra ou ceos em que se inclui o camarao.
da palavra: começar a falar,. /Oltima PALENTE, adj. 2 gên. Poes. Que se
palavra: decisão final. /Loc. ad v. •— mostra pálido; pálido.
De palavra: de viva voz; não por es PALEO, pref. Elemento que entra na
crito. /S . m. Promessas vagas; dis composição de várias palavras com a
cursos vãos. /Medir as palavras; fa significação de antigo.
lar com prudência, tomar cuidado no PALEOBOTANICA, s . f. Estudo dos
que diz. (Nessa acepção também se diz vegetais fósseis.
pesar
palavrasas palavras).
duvidosas;/Meias palavras:
circunlóquios. PALEOUiOGRAFIA,
das plantas fósseis.s. f. Descrição
/Palavras inteiras: palavras claras. PALEOFITOLOGIA, s. f. Estudo das
/Interj. Vo z que exprime afirmação. plantas fósseis.
PALAVRAÇÃO, s. f. Sistema de apren PALEOFOBIA, s. f. Horror às coisas
der a ler palavra por palavra. antigas.
PALEÓFOBO, adj. e s. m. Que, ou o
PALAVRADA, s. f. Palavra obscena, que tem paleofobia.
grosseira; bravata. PALEOGÊNEO, adj. — Geol. Desig
PALAVRÃO, s. m. Palavrada; palavra nativo dos depósitos terciários mais
grande e de pronúncia difícil; têrmo antigos.
equívoco; vocábulo empolado. PALEOGRAFIA, s. f. Arte de decifrar
PALAVREADO, s. m. Palavrório; lo escritos antigos, especialmente os di
quacidade; lábia; grande porção de plomas manuscritos da Idade Média.
palavras sem nexo nem importância. PALÈÓGlRAFÒ, s . m. Aquêle que é
PALÁVREADOR (ô), adj. e s. m. Que, versado em paleografia.
ou o que palavreia. FALÉOLA, s. f. —• Bot. Es cama em
PALAVREAR, v. i. Falar muito e levia tôrno do ovário de certas plantas gra-
namente. /V . t. Falar, dirigir a pala míneas.
vra. PALEOL ÍFERO, adj. — Bot. Que tem
PALAVRÓRIO, s. m. O mesmo que paléolas.
palavreado. PALE OLÍT ICA, s. f. — Geo l. Primeiro
PALAVROSO (ô), adj. Prolixo em pa período da idade da pedra; idade da
lavras que pouco exprimem; loquaz. pedra lascada.
1099
Como Escrever Temas e Relatórios 101

A biblioteca é o lugar adequado para


■ fliíirrrm 111! \f você colhêr os materiais de que necessita.
linvn HliiuníiV] w mu Quaisquer de nós dela nos valemos uma
V» li Ui/ ou outra vez; mas se você nunca se sub
1 meteu a uma prova periódica antes, po
4M 1Ü11 III 1
derá não saber tudo que uma biblio
IV) 111, 11V. I 'l)j 1 (t
W )| teca, mesmo pequena, pode fazer por
ilHlulIm Illl

.iu i rn l\\ |) !\\ 1In


m li você. Se você
biblioteca paranada mais ou
estudar, fêz pedir
do que
umir lià
ilmDM vro, ou ler seus deveres, não sabe real
mente como usá-la. Por isso, vamos dizer-
lhe algo a respeito das coisas que você
encontrará na biblioteca & que são abso
lutamente essenciais para a realização de
boas provas de fim de período.
nomes e principais obras de autores famo A espinha dorsal de qualquer biblio
sos. Tôdas essas coisas são muito úteis. teca universitária é o conjunto de seus
Além de um dicionário, é aconselhá catálogos. Podem ser êles constituídos de
vel ter à mão um bom livro sôbre grama- volumes de consulta proibida, com tí
tica. Seu manual de composição servirá, e tulos como “United States Statistical
bem provável, para êsse fim; mas se quer Abstracts Aprender a usar êsses livros é
parte essencial da educação universitária,
comprar
consulte oalguma coisa
professor, que muito eficiente,
lhe recomendará e poderá ser uma das partes a que você
uma gramática, onde você encontrará re será mais grato um dia.
gras acompanhadas de numerosos exem Nesses volumes de referência é que
plos do uso correto e incorreto da língua. se procuram informações acêrca de tópi
Se voce se propõe realmente fazer cos tão complicados, que mal se sabe onde
um pouco de redacáo, ou se sentir que de começar. Se você já sabe que artigos es
fato gostaria de dominar o idioma, é in pecíficos ou livros quer ler para determi
dispensável, então, um dicionário mais nada prova, não terá muita ocasião de re
substancioso ou mesmo um enciclopédico. correr aos livros de referência. Numero
Finalmente, para completar a coleção, po sas vêzes, porém, você vai sentir-se tão
derá acrescentar livros especializados ver perdido, que êles serão a sua única espe
sando sôbre estilística, concordância, di rança. Nesta seção vamos descrever al
ficuldades de linguagem, etc., livros êsses guns dêles e dizer-lhe para o que são usa
que você encontrará na mesa de quase dos e por que usá-los.
tôda a gente
editores que escreve
das revistas muito,dedesde
mercantis máquios Fontes estatísticas. Se você procura in
nas e ferramentas, até aos críticos lite formação estatística sôbre matérias de in-
rários. terêsse geral, o primeiro lugar para con
sulta é uma das coleções comuns de in
COMO USAR A BIBLIOTECA formação estatística. O “The World Al-
manac” e o “Information Please Alma-
Quando você escreve um tema ou nac” são dois dêsses livros. Você já ouviu
uma composição breve, talvez não neces sem dúvida falar dêles numa ou noutra
site muito de material como artigos ou li ocasião, mas talvez não tenha realmente
vros que já não tenha à mão. Ó que notado quanto nêles pode encontrar. De
você recorda da sua experiência pessoal fato, são tão úteis e tão baratos, que vale
pode ser o bastante. As provas periódicas, realmente a pena comprar um dêles. Se
porém, são em geral diferentes. Exigem não possui um, porém, encontrá-los-á na
que você efetue alguma pesquisa, a fim biblioteca. Dificilmente haverá um assun
de aprender algo que não conhecia antes. to, de tempo ou de geografia, de “base
Em verdade, essa é uma das utilidades ball” ou de música, que não se encontre
reais das provas periódicas. em ambos. Possuem excelentes índices, e
102 Como Estudar

se você deseja saber alguma coisa a res guas. Um verbête numa enciclopédia pode
peito da produção de ferro em lingotes ou dar-lhe uma boa introdução geral a deter
museus de arte, sem dúvida encontrará o minado tópico e algumas vêzes inúmeros
que deseja depois de uma breve procura pormenores igualmente. Tais artigos têm
no índice. bibliografias bem selecionadas, que cons
O “The Reports of the United States tituem bons começos para leitura de mais
fôlego no campo em questão.
Census” e o são
Abstracts” “Themais
United States Statistical
especializados, mas
se você está escrevendo qualquer coisa Livros. Se você deseja descobrir alguns
acêrca das condições econômicas, educa livros sôbre o assunto de seu trabalho, o
ção, ou problemas sociais, são fontes fun “United States Catalog” deve ser o pri
damentais de informação. meiro. Êle relaciona os livros pelo nome
do autor, título e assunto, e dá uma rela
Informação biográfica. Se estiver interes ção de todos os livros publicados nos Es
sado em informação sôbre gente impor tados Unidos que ainda estão no prelo.
tante, há uma biblioteca inteira de livros É mantido em dia com o seu “Cumulative
biográficos de referência que se pode Book Index” e um suplemento regular. Se
usar. Para estadistas americanos, escrito você está procurando uma citação exata
res, e outros personagens importantes já de um livro e conhece apenas o autor,
desaparecidos, há o “Dictionary of Ame você achará essa fonte ainda mais conve
rican Biography”. Para preeminentes in- niente do que o catálogo da biblioteca.
glêses,
da há uma série
“Dictionary de referência
of National chama
Biography”; Periódicos. Se você estiver procurando
Para pessoas ainda vivas, tais como con um artigo numa revista, jornal, ou diário
gressistas, juizes, oficiais públicos, escri muito importante, precis ará do “ Reader’s
tores etc., existem vários “Who's Who”. Guide to Periodical Literature” e do “In
Os “Who’s Who” (Quem é quem) pròpria- ternational Index of Periodicals’’. O “The
mente ditos contêm informação sobretudo Reader’s Guide” cobre artigos em revistas
sôbre inglêses. O “Who’s Who in Ame populares e jornais menos técnicos; o “ In
rica” é a fonte de informação biográfica ternational Index” abrange artigos em
geral mais conhecida para americanos vi jornais mais técnicos no setor de humani
vos. Além dêsses, há numerosos livros es dades, artes e ciências. Se os artigos ou
pecializados, tais como “Who’s Who in editoriais dos j ornais são o que v ocê pre
Education” ou “American Men of Scien tende, o mensário “New York Times In
ce”, com informações sôbre pessoas em dex” é a fonte.
campos especiais. Êsses livros constituem
interessante leitura ociosa. Você ficaria Extratos. Se você estiver trabalhando
surprêso com o número de pessoas que num campo bastante especializado, deve
você conhece, na sua cidade natal ou na provàvelmente consultar os seus extratos;
Universidade, que constam das páginas são sumários de artigos e livros escritos
dêsses livros. no setor durante qualquer determinado
ano. Usualmente aparecem com o tí
Enciclopédias. Se você deseja pesquisar tulo “Biological Abstracts, Chemical Abs
sôbre qualquer tópico especial, como im tracts”, e assim por diante. Cada volume
perialismo ou matemática grega, o lugar anual contém um índex, e nêle você pode
para iniciar é uma boa enciclopédia. A procurar determinado assunto ou a obra
mais conhecida enciclopédia americana (a de certo autor.
despeito do nome) é a Encyclopaedia Bri- Ali você encontrará, indicadas por
tannica, mas para muitos fins outras uma série de números, tôdas as referên
o oras como a Encylopsedia Americana são cias publicadas em um ano sôbre 0 tópico
igualmente
sua boas
biblioteca ou talvezvocê
é grande, melhores. Se a
encontrará em questão,
do êstes ou pelo
números seu autor.
no volume, vocêProcuran
achará
um número enorme de enciclopédias de uma citação completa do artigo ou livro
quase todos os países e em tôdas as lín e um curto sumário do que nêle se en
Como Escreve r Temas e Relatórios 103

contra. Como pode imaginar, êsses extra sunto demasiado limitado, ou um outro
tos são indispensáveis aos estudiosos « talvez muito emocionalmente carregado
pesquisadores em geral. Também podem para você. (O professor e outras pessoas
ser muito úteis para você, se aprender provàvelmente não compartilharão os pre
como são e como usá-los. conceitos que você revela quando escreve
sôbre assuntos controvertidos ou emocio
Informação em gera l. Você há de ter ve nalmente pesados). No entanto, melhor do
rificado,
fícil a esta de
o trabalho altura,
caçarnão ser muito
o mais di
obscuro que dizer-lhe
lar-lhe o que
dos meios deve
para evitar, um
encontrar serábom
fa
assunto do mundo, se souber como usar assunto.
um livro de referência. O número de li Um dos melhores meios para se achar
vros e artigos publicados cada ano é es- tópicos úteis e importantes é manusear os
pantoso, mas por meio de obras de refe índices de manuais e livros já escritos sô
rência, extratos e índices, você pode des bre o assunto. Suponhamos, por exemplo,
cobrir a agulha no palheiro, isto é, nessa que você está freqüentando curso de ge
enorme massa de material. Aprender a nética humana e quer escrever algo a res
usar êsses livros de referência põe todo o peito da relação entre raça e genética.
mundo da matéria impressa à sua disposi Procure um livr o como “ Genetics and the
ção, e aumenta enormemente os seus co Races of Man” , de Boyd, e percorr a o ín
nhecimentos. De fato, aprender a usar dice. Há probabilidades de que encontre
essas fontes especiais é um dos mais va verbêtes que lhe darão algumas idéias
para a prova. Só para praticar, apanhe
. liosos
numa elementos
educação superior.
que se pode conseguir um manual que lhe esteja à mão, e veja
quantos tópicos interessantes para uma
redação você pode encontrar em apenas
COMO REDIGIR UMA PROVA alguns minutos. Outro índice que você
pode usar na busca de idéias é um dos ex
Agora diremos algumas palavras a tratos sôbre assuntos especializados, da
respeito de como redigir uma prova. Dir- queles já mencionados anteriormente. Os
lhe-emos o que deve ser a prova de um índices dêsses volumes sugerem assuntos
estudante, os passos a serem seguidos na importantes de que vale a pena tratar;
sua redação e algo a respeito da forma procurando no sumário a que os índices
como deve ela apresentar-se. fazem referência, você pode ver que arti
gos e livros existem sôbre determinado
Escolha do assunto. Normalmente, você tópico.
tem alguma liberdade na escolha do as Para alguns tipos de prova, natural
sunto
No paradea temas
caso prova que
paralhecomposição,
fôr designada.
não mente,
mas outroêssedará.
sistema não dará por
Um professor, resultado,
exem
raro você dispõe de liberdade completa plo, manda os seus alunos de engenharia
para escrever a respeito de qualquer coisa escrever artigos sôbre o desenho de arti
que lhe interesse. Mais amiúde, porém, gos domésticos. O estudante deve encon
deve escolher um tópico dentro dos limi trar alguma coisa ordinária, como um fo
tes do curso que está fazendo. gão, uma pia ou um instrumento manual,
Selecionar um assunto é uma das coi e descrever o que acha nêles errado, sob
sas mais difíceis no que respeita ao redi o ponto-de-vista técnico, e como poderiam
gir uma prova. Se você escolhe um dema ser melhorados. Aqui o truque é achar
siado trivial, ou grande demais, muito algum objeto que realmente necessite de
pessoal Ou demasiado controvertido, arris aperfeiçoamento. O propósito do profes
ca-se a ter dificuldades. A. maioria dos sor não é tanto fazer o aluno redesenhar
professores preveni-lo-ão acêrca dos em o objeto, mas sim alertá-lo para os pro
pecilhos
escolher que
um tópico
você terá
muito
de grande
transpor,
ou como
mui da vida decotidiana.
blemas engenharia
Se em
vocêcoisas
tivesse
comuns
um
to difícil. Poderá ser também prevenido tópico como êsse, sôbre o que escolheria
sôbre a possibilidade de escolher você as escrever?
104 Como Estudar

Aquilo que pretendemos 'assinalar é Primeiro, você tem de conseguir al


que a sua experiência na vida diária está guns antecedentes para o tópico escolhi
cheia de coisas às quais você pode aplicar do. O seu professor provàvelmente o au
os conhecimentos que adquiriu na educa xiliará nessa tarefa, e pode esclarecer ou
ção universitária. Êsses muitas vêzes são limitar o assunto, bem como sugerir lei
excelentes assuntos para as provas do fim tura sôbre .antecedentes. Em muitos ca
de período. sos, tal leitura fornecerá uma bibliogra
Outra entre
a conexão fonte de idéias
vários para provas
assuntos em queé fia que oEmconduzirá
leitura. a outro
outros casos vocêmaterial
terá de de
di
você está interessado. Suponhamos um rigir-se aos extratos ou autras fontes bi
graduado em psicologia tirando um curso bliográficas e reunir pacientemente as re
de estética. Por que não considerar uma ferências de que necessita. Nuns poucos
prova sôbre as propriedades do desenho de casos, a única coisa que você pode fa
—e expressão na arte abstrata e as catego zer é usar tudo que lhe esteja à mão, des
rias que os psicólogos usam em testes pro de os catálogos da biblioteca até aos índi
jetivos? Êsses tipos de tópicos não são ces de periódicos.
fáceis de fazer, mas quase sempre são in Já dissemos, no Capítulo Cinco, algo
teressantes, tanto para você como para o a respeito do uso de fichas para apontar
professor. mentos de pesquisa. Durante a redação da
Escolher um tópico provavelmente prova de fim de período, usar fichas é a
interessante para o professor é, a propó melhor maneira de proceder. Você porá
sito, boa regra fundamental. Você pode cada referência em uma ficha, de forma
fazer algumas insinuações sôbre os inte- que possa ordenar e reordenar as fichas
rêsses dêle na sua área especial de trei da maneira que lhe convier. Das notas
namento e das coisas que o entusiasmam nas fichas pode-se escrever um esboço.
na aula. Se não estiver muito certo sobre
quais seus interêsses, tente, pelo menos, Esbôço. Muito poucas pessoas são capazes
selecionar uma importante área sôbre a de escrever sôbre assunto complicado sem
qual escrever de preferência alguma coisa esbôço. As que podem, só o fazem por
tão trivial, que possa interessar a muito terem gravado o esbôço na cabeça. Ao
pouca gente. Fazemos essa sugestão não preparar um, pense primeiro nas duas,
para encorajar bajuladores, mas como um tres ou quatro principais divisões, os pon
exemplo do princípio geral de que se deve tos principais ou tópicos que você quer
sempre considerar os interêsses da au abranger. A melhor maneira de começar
diência ou do leitor tanto na escolha dos é escrever êsses títulos em pedaços de pa
tópicos, como na maneira de os tratar, pel separados, a fim de que haja espaço
Como reunir o material. Depois de esco suficiente
sob para principais,
tais títulos preencher abaixo.
escreva Então,
os pon
lhido o assunto, você está pronto para tos específicos que tem em mente. Depen
reunir o material. Onde deve começar dendo do quanto a sua prova seja compli
essa tarefa depende do assunto sôbre que cada, você desejará estender o esbôço, in
vai escrever, da extensão e complexidade troduzindo-lhe eventualmente títulos de
da prova, bem como do tipo da mesma. terceira e quarta ordem. Um tema sim
Pára algumas provas, há necessidade de ples será sem dúvida sumariado por uma
pouca leitura; para outras, há de se pro ou duas classes de títulos. Sob a última
ceder a um trabalho completo de pesqui ordem, você poderá rascunhar notas e
sa na biblioteca. O primeiro tipo de pro lembretes acêrca do que discorre.
v a — para o qual você neces sita de pouca Depois que você começar a escrever,
leitura — tem possibilidades de versar é provável pretender revisar o esbôço.
matéria bastante individual, e nós não di Faça-o de tal forma, que êle, no final,
remos muita coisa a êsse respeito. Mas possa servir como uma espécie de quadro
podemos
como dizermaterial
reunir algo, porém,
para umaacerca de
prova de conteúdo para o seu tema. Na verdade,
você desejará conservá-lo sob a forma de
com extensa bibliografia. títulos através de tôda a prova.
Como Escrever Temas e Relatórios 105

Escrevendo a prova. Muito pou ca gente portante. Se você demorar muito mais do
se pode arranjar sòmenté com uma ver que uns poucos dias. para prosseguir, es
são daquilo que escreve. De modo geral, quecerá em parte o que escreveu, e me
o primeiro rascunho é necessário. Você lhor será que leia a prova no jeito que
desejará escrevê-lo pelos apontamentos outra pessoa o faria.
das fichas, dispostos na ordem do seu es A forma de sua versão final é muito
boço. Tente fazê-lo o mais aproximada importante. Se possível, deverá ser dati
mente possível
planejou, mas nãoda seforma finalmuito
preocupe que você
com lografada.
de Também,
um ensaio a menos
discursivo sôbreque se trate
algum as
o modo exato de colocar as idéias no pa sunto de sentimento ou opinião, deve ser
pel, mas sim com escrevê-las de fato. De organizado em seções, correspondendo
pois de as ter diante de si, você poderá cada uma delas ao título do seu esbôço
organizá-las com mais facilidade. final. Tôdas as afirmações devem ser ou
Ponto importante a lembrar ao escre cuidadosamente documentadas ou clara
ver o primeiro rascunho é deixar bas mente indicadas como suas. Quando você
tante espaço para a correção. Se você cita referências (como deve), faça-o de
escrever a máquina — e arranjar-se-á acôrdo com o sistema habitual. Na maio
melhor se puder datilografar até o sèu ria dos assuntos, é costume usar rodapés
primeiro rascunho — de ixe p elo menos para as citações, mas em algumas das
dois espaços entre as linhas e talvez mes ciências e usado um sistema diferente.
mo três. Se escrever à mão primeiro no Seja meticuloso e cuidadoso com as cita
rascunho, faça-o em linhas alternadas. ções. Certifique-se de que separou clara
Depois de tê-lo escrito, examine-o mente tôdas as citações e que estão fiéis.
imediatamente, a fim de introduzir as A propósito, nos apontamentos feitos em
correções necessárias. Depois, ponha-o de cartões seja muito cauteloso no indicar a
lado por algum tempo: êsse é um passo fonte da transcrição. Se o não fizer, você
importante. Muitos estudantes deixam de esquecerá e terá possibilidade de consi
aplicar o tempo suficiente para escrever derar, como suas, palavras de outrem.
as provas, de forma que devem fazer os Isso pode causar-lhe muitas dificuldades.
rascunhos e a versão final, tudo de uma Finalmente, faça uma cópia em car
virada. O tempo entre esta e aquêles per- bono de tôdas as provas importantes. Seu
mite-lhe aprofundar-se na matéria, de tal professor poderá desejar uma cópia para
maneira que muitas das coisas que se lhe
afiguravam difíceis ou obscuras no pri o arquivo; por essa e outras razões, duas
meiro rascunho podem mais facilmente cópias serão muito úteis. Algumas vêzes
sér corrigidas. as provas de período podem revelar-se
como de autêntico valor. Costumam aju
muitoQuando você reescrever
cuidadoso. Ao chegar aaprova,
essa seja
fase, dar as pessoas a iniciar-se em carreiras.
seja bastante meticuloso na ortografia, Não raro sobem à categoria de disserta
gramática e pontuação. Pergunte-se a si ções do nível de formatura em filosofia.
mesmo — “Está o que acabo de escrever E de quando em quando, são dignas de
bem claro, convincente e interessante?” . publicação tais como se apresentam. Ten
É nesse ponto que maior delonga entre a te fazer a sua de maneira que se revista
versão srcinal e a final se torna bem im de valor para si e para outras pessoas.
CREUJT fácil ler a língua, mas bastante difícil,
CtlATTE compreendê-la falada, e vice-versa. Ou
TKAiCl^E. tros encontrarão maior dificuldade ao
compor pensamentos nessa língua, e. ain
OITO da outros no traduzi-la. Você terá de
descobrir por si mesmo aquilo em que
encontra maior facilidade e o que lhe dá
COMO ESTUDAR maiores dores de cabeça. E ao ler as su
gestões abaixo, descobrirá que umas são
muito mais aplicáveis do que outras aos
seus problemas pessoais em aprender
LÍNGUAS uma língua estrangeira.

MME! Mantenha-se em dia no trabalho. Embora


ESTRANGEIRAS não o recomendemos, você podera atra
sar-se em Economia, História, Biologia ou
Literatura e mais tarde recuperar-se. Es
tará, no entanto, em maus lençóis se se
atrasar numa língua estrangeira. Por con
O estudo de uma língua estrangeira seguinte, preparação regular e diária das
oferece alguns problemas bastante sin lições e deveres marcados é absolutamen
gulares. A sua função não é exatamen te necessário, mesmo que você não pre
te compreender e lembrar o que leu ou tenda senão passar no curso.
ouviu; deve aprender as habilidades de
falar e escrever uma língua nova. Se você A razão é que aprender uma língua
realmente deseja aprender uma língua estrangeira constitui tarefa que se pro
nova, deve
torne dedicar-se
tão familiar a ela
como os até que se
hábitos de lhe
se cessa porpéetapas,
ficar de antes tal
de como um obebê
ensaiar deve
primeiro
vestir ou dirigir um automóvel. Neste ca passo. V©cê®séeve*»e©nhe®er - o significada
pítulo, sugerimos alguns dos meios de en das ™.palavras antes ade -poder usá-las -em
frentar tal emprêsa, meios êsses com
muitas possibilidades de se tornarem fru alguma coisa sôbre a ordem das palavras
tíferos. Discuti-los-emos sob dois títulos antes de poder usá-las ou traduzi-las em
gerais: a introdução geral e técnica do es sentenças mais complexas. Deve conhe
tudo de línguas. cer as várias formas que uma palavra
pode tomar antes de fixar os tempos
A INTRODUÇÃO GERAL e a relação de uma com outra, em ora
ção ou sentença. Por essas razões, você
Diferentes estudantes terão, sem dú deve manter-se em dia, aprendendo os
vida, problemas diversos ao estudar lín passos mais elementares que são um pré-
guas estrangeiras. Isso é verdade em tô- requisito para os mais avançados. Se
das as matérias, mas particularmente no assim não fôr, achar-se-á na situação de
estudo de línguas. Alguns acharão algo não poder fazer o próximo dever e de
Como Estudar Línguas Estrangeiras 107

não saber o que se está passando na aula. fessores de línguas tentam ensinar-lhe a
Por isso, em línguas estrangeiras, é du estrutura da nova língua de forma que
plamente importante que você se cinja ela se lhe torne como que uma segunda
apenas a um programa de estudo. natureza. Se você conhece as regras de
gramática em uma língua, pode construir
Recitação. Todos os passos nas técnicas sentenças por si mesmo nessa língua, bem
de estudo que já assinalamos (Capítulo como compreendê-la, quando outras pes
Três) mas
gua, são aplicáveis
um, a leitura
ao estudo
em voz
de alta,
uma lín
re soas Há
falam ou escrevem.
várias cois^*que com freqüência
veste-se de particular importância. Não pravoeaaa dâíiculdadfts. nos alunos no que
se pode aprender uma língua sem isso, e se refere à gramática de uma língua es
a maneira mais fácil de fracassar num trangeira. A prime ira é que muitos es?
curso de línguas estrangeiras é ignorar queceram ou nunca souberam os rudi-
êsse requisito. Em verdade, 8ô por eenlo mentos gramaticais da própria língu^ ra
ou mais do seu tempo, especialmente nos zão por que ficam confusos quando os
estágios iniciais do estudo de uma língua, professores de espanhol, francês, ou in
devem ser aplicados® em leitura em voz glês falam de tempos, modos, possessi
alta ou recitação. vos, declinações, gerúndios e particípios.
Você sabe, naturalmente, que não Acham que a gramática de uma língua
pode dominar uma habilidade qualquer, estrangeira é um contra-senso, um com
como tênis, datilografia, ou tocar corne pleto mistério. A razão é esta: não co
tim, sem praticar. Tal como jogar tênis nhecerem o significado dos têrmos gra
ou escrever
língua a maquina;
é tarefa falar bem
que só através uma
da prática omaticais na supõe
professor própria
quelíngua, ao passo
conhecem. que
Se você
você pode conseguir. Portanto, quando se acha nessa dificuldade ao aprender
você enceta o aprendizado de uma língua, uma língua estrangeira, poderá contornar
será bom que ao mesmo tempo se prepare suas deficiências à medida que vai estu
para um trabalho intenso. Se apenas se dando, com a ajuda de um simples dicio
devotar pela metade à tarefa, é muito nário e um pouco de trabalho.
prová vel que venha a perder tempo Nun- Quase sempre os estudantes encon
ca®poderá ir muito longe sem»f>ratica — tram têrmos gramaticais pela primeira
e prática quer dizer recitação. vez ao estudar uma língua estrangeira.
Na verdade, há três coisas distintas Eis aqui um exemplo: Poucos daqueles
que você*ideve«»GulM*iar ao aprender umaq u e estudam gramática inglêsa têm
língua. Antes de mais nada, deve apren probabilidade de deparar expressões
der a lê-la etraduzi-la. Em segundo lu como “um substantivo no dativo’’ ou “um
gar,. compreender
ouve; a^nguaquando«a
finalmente, deve aprender a falar pronome
lhantes. noIssoacusativo”,
porque a e sintaxe
outras inglêsa
seme
fteléagHa» A maioria dos estudantes ame habitualmente se evidencia pela posição
ricanos interessa-se pela primeira habi das palavras, e muito raramente se em
lidade, mas com o aumento do comércio pregam flexões de caso em palavras es
externo e o movimento de funcionários peciais, para mostrar as relações grama
americanos em outros países, entender ticais. No entanto, em muitas outras lín
uma língua e falá-la é coisa que se vai guas os casos são freqüentes. Daí a van
tornando cada vez mais importante. Se tagem de se saber nomear e falar sôbre
ao aprender uma língua você der ên o dativo, por exemplo, o que é indiciado
fase à recitação, estara praticando as três por determinada terminação em nomes
habilidades, pois que tôdas estão incluí e pronomes. Nada há de misterioso acêr-
das quando você recita. ca do dativo; exerce apenas a função de
objeto indireto. Na sentença “êle deu-me
Como aprender a gramática. Nos estabe o livro”, o “me” está no dativo.
lecimentos de ensino americanos, a maio Quando quer que você se depare com
ria dos cursos de línguas estrangeiras dá novos têrmos gramaticais numa língua es
o máximo de ênfase à gramática. Os pro trangeira, procure logo compreendê-los.
108 Como Estudar

Você pode ordinàriamente fazer isso me meio como tôdas as palavras são usadas
lhor, se aprender a que tipo de afirmação numa língua, mas há sempre exceções
em inglês se refere determinado têrmo para atrapalhar. Portanto, existem subs
gramatical. tantivos irregulares e verbos irregulares,
Em geral os estudantes memorizam que não seguem regras gerais das flexões
as categorias gramaticais de uma nova' ou das conjugações. A única coisa que se
língua sem lhes atribuírem nenhum ver pode fazer em tais casos é decorar. Deve
dadeiro sentido. Assim êles aprendem as mos recitá-los — não apenas em listas,
declinações de um tipo de substantivos mas em frases e sentenças — até que se
alemães com exemplo “nominativo, das tornem uma segunda natureza em nós.
Haus; genitivo, des Hauses; dativo, dem Assim seremos capazes de empregá-los
Hause; e acusativo, das Haus”. Tais estu em sentenças e reconhecer uniformemen
dantes podem martelar listas como essa te a todos quando os vemos impressos.
para os exames, mas quando têm de em
pregar êsses casos diferentes e como são Pensar numa língua. Na realidade, você
aplicados nas sentenças — o que deman não precisa necessàriamente conhecer gra
da compreensão do que significam — fi mática para aprender uma língua. Todos
cam no mato sem cachorro. aprendem a língua-mãe dessa forma. Um
Problema comum a tôdas as línguas bebê começa por aprender os sentidos das
são as irregularidades. Os gramáticos bem palavras usadas pelos outros ao seu redor,
que tentam criar regras que englobem c e mais tarde usa-as em sentenças, pro
curando imitar os outros e sendo por êles
corrigido.
to antes deQuando vai para
aprender a lera eescola e mui
escrever —
até então sem gramática — êle tem um
bom comando da língua comparado com
o do estudante que estuda uma língua
estrangeira durante um par de anos.
Tudo, pois, sem gramática e sem ler nem
escrever.
A criança aprende uma língua dessa
maneira simples, porque pratica e pratica
a mesma até poder pensar nela. Infeliz
mente, é algumas vêzes possível colocar
estudantes do Segundo Ciclo na posição
de um bebê, onde são obrigados a confiar
exclusivamente na língua que está sendo
aprendida. Se os professores de línguas
fizessem a coisa à sua maneira, fariam
exatamente isso, pois sabem que viver e
pensar com uma língua tôdas as horas do
dia é a única maneira de a dominar ràpi-
damente e bem. Em escolas especiais or
ganizadas para professores de línguas,
para pessoal militar e outros cujo objeti
vo principal é dominar uma língua, o en
sino normalmente salienta êsse meio de
aprender.
Embora o estudante do Segundo Ci
clo não possa em regra obter o mesmo
tipo de treinamento, pode, contudo, apren
der uma oimportante
conseguir lição dêle. 0Para
mais^rápido-pF©gress se
*n#»es-
tudo da língua, êle deve fazer o possívej
Como Estudar Línguas Estrangeiras 109

a fim de praticá-la e«iasá-Ia pensando ape traduzindo as palavras estrangeiras. Gra-


nas aeta. Pode p?#eurar estrangeiros qae dativamente, porém, vai abandonando a
falam aquela mesma língua e conversai tradução e começando a pensar na nova
eom êles; e obter jornais em língua es língua. Durante a passagem de um está
trangeira e lê-los com regularidade; e gio para o outro, achará úteis algumas
tentar compreender os filmes estrangei das seguintes sugestões:
ros que estão sendo exibidos. Ou então,
pelo do
gas menos,
mesmo pode combinar
curso fixaremcom
um os cole
horário Estudar por frasesde e um
meiras semanas sentenças.
curso deNas pri
língua
em que possam conversar exclusivamente estrangeira, os estudantes quase sempre
na língua que lhes interessa. Dessa forma, traduzem palavra por palavra. Isso está
usar e compreender a língua estranha certo para o tipo de sentenças elementa
pode aos poucos tornar-se uma segunda res que você assimila em tal estágio, mas
natureza e o aluno já não há de trope não dará resultado quando as coisas se
çar em cada palavra enquanto a estiver forem complicando. No entanto, muitos
aprendendo. estudantes persistem nessas traduções,
Pensar numa língua significa não palavra por palavra, através de todo o
apenas ser nela fluente, e sabê-la bem, curso. Para uma língua como o Espanhol
mas constitui algo ainda mais fundamen é menos possível venha o fato a lhe cau
tal. S ignifica já não ter de “ traduzi-la” . sar dificuldades (porque sua gramática e
Ocasião virá em que você há de com sintaxe são muito semelhantes ao Portu
preender o sentido das palavras e senten guês), do que em línguas como o Latim e
ças estrangeiras sem as traduzir. Afinal o Alemão, de sintaxe algo diferente da
de contas, você não lê em sua língua tra nossa. Um estudante do segundo ano em
duzindo, isto é, você não converte as pa Alemão pode facilmente ficar perdido
lavras em outras para as poder com tentando encontrar o caminho, palavra
preender. Em vez disso, aprendeu a asso por palavra, através do cipoal aparente
ciar as palavras com objetos, aconteci mente impenetrável da sentença alemã,
mentos e qualidades, de forma que elas pois sua sintaxé é tão diferente, que fa
lhe sugerem um sentido direto. O mesmo rão pouco sentido, se traduzidas literal
se deve fazer ào estudar uma outra lín mente as palavras. O estudante deve
gua. Quando o conseguir, compreenderá aprender a pensar segundo a ordem de
as palavras estrangeiras e usá-las-á sem palavras da língua que estuda, e a apa
necessidade de versão ou tradução em hi nhar o sentido da sentença como um todo,
pótese alguma. Como conseqüência, a si sem atender às palavras específicas que
mesmo poupará enorme trabalho, qual c não entende. E mesmo estando concentra
de ir de
versa. umao domínio
Terá língua para outralíngua,
da nova e vice-o do em aspalavras
mente relaçõesisoladas, deveoutras,
dessas com ter emo
que, afinal de contas, é o seu objetivo; sentido do conjunto, a fim de as traduzir
e isso lhe causará íntima satisfação, bem corretamente.
como lhe proporcionará boas notas duran Você descobrirá por si mesmo que
te o curso. êsse é o único meio de traduzir sentenças
complicadas. Se não puder fazer melhor
TÉCNICAS PARA O ESTUDO DE do que uma tradução palavra-por-palavra,
UMA LÍNGUA está malzinho e precisa ajuda. Não lhe
podemos dizer exatamente quais as suas
Da mesma forma que você deve cami dificuldades, pois que elas são sempre di
nhar antes de correr, assim também não ferentes para diferentes indivíduos. Difi
pode começar logo raciocinando numa ou culdade freqüente, porém, é a de não
tra língua, tanto mais que deve prosseguir possuir, o estudante, os elementos básicos
no ritmo relativamente lento que caracte de um vocabulário, tais como pronomes
riza o tipo de curso de língua estrangeira relativos ou verbos irregulares, que de
no Segundo Ciclo. Por conseguinte, terá vem ser tão bem decorados, que passam
de começar a pensar na própria língua, a ser como uma segunda natureza nêle
110 Como Estudar

Outros estudantes não conhecem a sin pmefiSSô^^e#n®teaw © voeabuláap. En


taxe ou ordem de palavras suficiente quanto aprende uma língua, você está
mente bem e são incapazes de dizer onde sempre acrescentando palavras à sua co
estão elas numa sentença. Essa é uma di leção. De modo geral, achará necessário
ficuldade típica dos estudantes de lín procurar uma palavra no dicionário e de
gua alemã. Assim, numa sentença como pois lembrar-se dela. Poupará muito do
“ Haben Sie den Bauer gese hen, der auf seu trabalho, no entanto, se tentar de
dem Wagen
deiro que se sass?”
sentou(Viram vocêsum
no carro?), o fazen
estu compor as palavras
do dos seus e determinar
elementos. o senti
Já sugerimos que
dante confuso pode tentar traduzir der fizesse isso para a confecção do vocabu
como um artigo definido, em vez de pro lário de sua própria língua (vej a página
nome relativo. Um exemplo de problema 62), e quase o mesmo se aplica ao estudo
semelhante em francês é a sentença “ Elle de uma língua estrangeira.
a reçu les fleurs que lui ont envoyces des As línguas são compostas de dife
a*nies” (“Ela recebeu as flôres que ami rentes maneiras, mas a maioria delas,
gas lhe enviaram”), onde o estudante como o Inglês, tem palavras-raízes às
mau observador pode ler o pronome que quais outras palavras ou partes de pala
(objeto direto) como se fôsse qui (sujeito), vras sé ligam. Se você aprender os senti
destruindo assim o sentido da sentença. dos gerais dos afixos (prefixos e sufixos),
Olhando bem tôda a frase e relacionando poderá em regra saber o significado de
as palavras entre si, você não cometeria uma palavra que nunca viu, simples
êrro de tal natureza. mente dissecando-a em sua raiz e afixos.
Mesmo que não lhe consiga o sentido pre
Dissecando palavras. Existem, natural ciso dessa maneira, o processo no mínimo
mente, tempo e -lugar devidos para pres vai ajudá-lo a recordar-se do seu signifi
tar atenção a palavras individuais. Um é cado, uma vez que tenha aprendido.
quando - você lê uma sentença, mas não
pode apreender-lhe o sentido, por não Palavras cognatas. Lembre-se também
estar seguro a respeito de uma ou mais que muitas das palavras das línguas eu
palavras. Outra, naturalmente, está no ropéias são semelhantes às palavras em

USO DE PALAVRAS COGNATAS

Ab aixo há dois tre chos, um em inglês (ext ra ído de Th e Philoso ph y of


Grammar, de Otto Jespersen), outro em francês (do livro Cours de Lin
guistique
gua Générale,
que voce ignora.deÀFerdinand de fôr
medida que Sausure).
lendo, Selecione o trecho
escreva, numa da línas
coluna,
palavras parecidas com vocábulos nossos; numa segunda coluna, coloque
as palávras portuguêsas que você presume corresponderem àquelas, e fi
nalmente, na terceira coluna, a tradução que julgue acertada. No final,
confronte suas respostas com as dadas nas páginas 114 e 115.

Syntactic categories L’agglutination


We are now in a position to return to A cô té de l’ana logie , dont no us venous
the problem of the possibility of a Universal de marquer l’importance, un autre facteur
Grammar. No one ever dreamed of a univer intervient dans la production d’unités nou
sal morphology, for it is clear that all actually velles: c’est l’agglutination.
found formatives, as well as their functions Auc un au tre m ode de fo rm ation n ’entre
and importance, vary from language to lan sérieusement en ligne de compte: les cases
guage to such an extent that everything des onomatopées et celui des mots forgés de
about them must be reserved for special toutes pièces par un individu saris interven
grammars, with the possible exception of a tion de l’analogie, voir même celui de l’éty-
few generalities on the rôle of sentence- mologie populaire, n’ont qu’une importance
stress and inton ation . , minime ou nulle.
(op. cit. pág. 52). (op. cit. pág. 242).
Como Estudar Línguas Estrangeiras m

Português. Isso é verdade porque nossa geira em um lado de um cartão e a sua


língua tem as suas raízes históricas plan teadução-noanverso. (Na verdade, você
tadas mormente no Latim. Por conse até pode comprar tais fichas já impres
guinte, muitas palavras dessa língua fo sas). Você pode testar-se percorrendo as
ram levadas para o Inglês, Francês, etc. palavras enquanto faz traduções. Quando
As formas srcinais vão-se modificando enguiçar, lembre-se da tradução correta,
freqüentemente, como é natural, durante consultando o verso da respectiva ficha.
sua
melhantes
evolução,
em mas,
significado
não obstante,
e aparência
são se
às Isso pode
usado com constituir
critério. prática frutífera se
suas descendentes. Se você procurar tais Primeiro, você deve preparar seus
palavras parecidas chamadas “cognatas” próprios cartões. Além de aprender com
(as que têm raiz comum), achará a tradu isso, as fichas próprias serão mais úteis
ção muito mais fácil. do que as da coleção alheia. Segundo,
Para ilustrar o que queremos dizer, deve conservar reduzido o seu monte de
pegue num lápis e num pedaço de papel fichas em uso. Certifique-se de que assi
e estude as sentenças que aparecem no milou bem um conjunto delas, antes de
exercício ao lado — O Uso de Cognatos. lhes acrescentar outras. Quando estiver
Verificará, logo, poder chegar bem perto certo de uma palavra, ponha de lado a
do significado de muitas palavras em lín respectiva ficha. Dessa forma, poderá
guas que nunca estudou. manter o monte em tamanho adequado
Deve ser, porém, prevenido de que para fácil manuseio.
as palavras cognatas podem fazê-lo ficar Quando tiver de traduzir passagens
desorientado, e que não pode confiar ce mais difíceis, boa idéia é fazer uma ficha
gamente nas semelhanças aparentes de cada vez que precisa verificar uma pala
palavras estrangeiras com palavras por- vra. Mesmo que isso seja tudo o que você
tuguêsas. Algumas vêzes uma palavra es faz, bem cedo terá um bom acervo de
trangeira parecesse muito com uma nos fichas. Portanto, arranje periodicamen
sa, porém tem significado bem diferente. te algum tempo a fim de estudá-las. Per
Isso pode acontecer ou por coincidência corra-as talvez diàriamente. Cada vez que
de forma, ou porque palavras cognatas, reconhecer a palavra, ponha uma marca
que derivam de um berço comum, têm na ficha; se dela não se lembrar, ponha-
gradativamente mudado de sentido atra lhe um zero. Quando tiver somado cinco
vés de séculos de uso. Mesmo quando os marcas favoráveis num grupo, sem zeros,
significados de palavras cognatas são se há possibilidade de que não torne a es
melhantes, poderá haver tão finas nuan-. quecê-la. Poderá então pôr a ficha de
ças de diferença entre elas, que não se lado.
podeparece
que traduzi-las
óbvia.com precisão da
È, portanto, boamaneira
regra Há conseguir
Quando outra maneira de usar
ler uma as efichas.
língua esti
olhar bem para tôdas as palavras, pelo ver aprendendo palavras mais complica
menos uma vez, para conferir-lhe o sen das e abstratas com muitos significados
tido exato, mas somente depois de haver diferentes, sera aconselhável escrever
tentado apreendê-lo baseado na aparente frases inteiras, nao apenas simples pala
semelhança com vocábulo nosso. Dessa vras, em suas fichas. Isso o ajuda a pen
forma, usará sua relação cognata pára lei sar em unidades mais amplas e á usar as
tura em voz alta e mais tarde como um palavras em contexto, que é sempre o me
sistema para recordar mais fàcilmente lhor apoio para seu significado. As coisas
seus significados exatos. que não podem ser lembradas de todo,
quando tomadas por si mesmas, talvez o
Utilize fichas. Como assinalamos, há uma sejam fàcilmente, quando associadas com
grande tarefa de memorização no es outras.
tudo de línguas, e os estudantes sempre . Os estudantes algumas vêzes costu
tentaram muitas técnicas para tornar tal mam fazer anotações entre linhas ou na
esforço mais fácil e mais eficiente. Téê* margem dos trechos que estão traduzin
mca comum 4»escrever«sa»palavEa«<estoa®- do. Isso é mais fácil do que usar fichas,
1X2 Como Estudar

mas não è, em geral, o melhor que se Uma objeção ainda mais séria ao
“ trot” é a de que êle prejudica o pensa r
deixa a tradução inteiramente à vista na língua estrangeira. Quando você atin
quando você está lendo as palavras es ge o estágio em que pode usá-los i deve
trangeiras, o que torna virtualmente im estar fazendo progresso na habilidade de
possível ler sem ver a tradução. Muito pensar na língua estrangeira e deve evi
melhor é que consiga você mesmo o sig tar, tanto quanto possível, traduzi-la. Os
nificado e recorra
quando falhar — umà argumento
tradução para
apenas
as a“trots”,
pensarcomo é óbvio,
na outra não na
língua; o encorajam
realidade,
^fichas. (2) Desviando sua atenção para a fazem precisamente o contrário.
tradução, há a natural tendência de con Uma objeção final a muitos “trots”
tinuar pensando na própria língua mais é que êles constituem tão livres e fáceis
do que na estrangeira. Como você even traduções, que o estudante nunca chega
tualmente quer saber os significados de a conhecer os significados exatos das pa
palavras estrangeiras sem as verter, é lavras e frases que está lendo. A tradu
melhor não recorrer ao Português mais ção livre pode ser muito vantajosa quan
do que lhe seja estritamente necessário. do o tradutor conhece precisamente o que
está traduzindo, mas constitui muito mau
Traduções justapostas. Nas classes avan professor quando oferecido a uma pessoa
çadas de línguas, onde você estará lendo que não possui grande habilidade em pri
livros ou passagens extensas da literatura meiro lugar.
. estrangeira, é de modo geral possível pro Por essas razões, os professores de
curar traduções
malmente de têrmos
chamamos “ponies”a ou
que“trots”
infor línguas nutremsôbre
te reservado um ponto-de-vista
o valor dos bastan
‘‘trots”
(*). Em alguns casos, o “ trot” fornec e ou recursos semelhantes para tradução.
traduções justalineares (ou nas entreli Alguns chegam mesmo a reprovar o estu
nhas) — palavras portuguesas entre as li dante que os usa. Por outro lado, há oca
nhas do texto estrangeiro. Em outros, con siões em que pode ser útil ler uma ver
siste do texto estrangeiro em uma página são brasileira de alguma coisa que você
e a tradução na página ao lado. Embora, pretende traduzir. O melhor sistema,
em princípio, devam êles ajudá-lo a apren nesse caso, será seguir conscienciosamen
der a língua, constituem, no entanto, como te as instruções dadas pelo professor da
costümam ser ordinàriamente usados, de matéria.
trimento para o progresso no estudo.
As traduções nas entrelinhas pos Generalidade. Há algumas técnicas espe
suem a desvantagem que mencionamos ciais para aprender línguas, bem como di
ou próximo
atrás: palavras
dasportuguêsas
linhas do texto
escritas
estran
entre cos especiais
ferentes modalidades
de gramofone
de aspara
ensinar.
ajudá-lo
Dis
geiro que se está lendo. Também lhe tor a aprender tais línguas estão geralmente
nam a vida muito mais fácil. O. estudante disponíveis em casas comerciais especia
não tem de imaginar coisa alguma nem lizadas, ou podem ser comprados por
de olhar para a tradução uma só vez: Por reémbôlso postal (são anunciados com
isso, priva-se da oportunidade da recita certa regularidade em jornais e revistas).
ção e do conhecimento preciso de uma Se você, matriculado num curso de lín
palavra que êle alcança, procurando-a no guas da universidade, se dispõe a utili
dicionário. Isso também se estende às tra zá-los, melhor será que consulte o seu
duções na página ao lado, embora, nesse professor a respeito, a fim de que êle o
caso, você leia sem olhar para a tradução, oriente. Seu conselho nessa matéria de
se assim o desejar. penderá das habilidades que demonstra

(* ) Têrmos usados pelos americanos, para os quais não temos correspondentes.


Com o Estttdar Línguas Estrangeiras 113

no curso e das técnicas especiais que em tes de ciência apenas para a leitura de
prega no ensino da língua estrangeira. literatura técnica sôbre as matérias que
Alguns cursos dão realce à leitura da estudam. O seu professor salientará as
língua estrangeira; outros, à conversação. técnicas que foram mais ajustáveis às fi
Uns evidenciam a gramática, enquanto nalidades do curso que está tirando.
outros não o fazem. Alguns exigem com Alguns estudantes ficam muito de
preensão muito precisa das palavras, ao sencorajados no estudo de uma língua es
passo que outros permitem traduções bas trangeira e dizem que não têm vocação
tante livres.
nalidade Também
precípua há cursos
de preparar os com a fi
estudan para alguma
para tanto. coisa
Naturalmente, as aptidões
como o estudo de lín

EMPRÊGO DE COGNATAS

As listas que se segu em contê m a m aior ia das pa lavras cogn at as dos tr e


chos da página 111. Como a semelhança de palavras e suas srcens histó
ricas é até certo ponto matéria de julgamento, sua lista pode ser algo
diferente da

Palavra inglesa Palavra portuguesa Tradução


semelhante

position posição posição


return retorno retornar
problem problema problema
possibility possibilidade possibilidade
universal universal universal
grammar grama gram atica
morphology m orfologia m orfologia
clear claro claro,evidente
actually atual atualmente
formative formativo formativo

functions funções funções


importance importância importância
vary vário variar
language linguagem língua
extent extenso extensão
reserved reservado reservado
special especial especial
possible possível possível
exception exceção exceção
generalities generalidades generalidades
sentence sentença sentença
intonation entonação entonação
114 Gomo Estudar

guas diferem de indivíduo para indivíduo. tudo de uma língua .estrangeira. Afinal
Provàvelmente, no entanto, um grau de contas, como afirmou certa vez Mark
muito maior de variação entre os estu Twain, até os bebês franceses aprendem
dantes de nível universitário, que ten a falar francês. Sua tarefa é aprender
dem a ser bastante parecidos em aptidões uma língua, e o único modo como a pode
básicas, é devido aos hábitos e técnicas executar é procurar adquirir o máximo
de estudo, e conhecimentos anteriores Ex de prática que lhe fôr possível. Se você
ceto talvez nas matemáticas, coisas como acha que tem aptidão medíocre para lín
hábitos
tantes emde matéria
trabalho alguma
não sãodomais
queimpor
no es guas, do
delas deve
quededicar mais tempo
a quaisquer outras ao estudo
matérias.

nossa, mas ser boa, apesar disso. Note quão freqüentemente o palpite ba
seado em semelhança está correto na substância. Observe também como,
em alguns casos, as semelhanças são enganadoras.

Palavra francesa Palavra portuguêsa Tradução


semelhante

agglutination aglutinação aglutinação


analogie analogia analogia
nous nos nós
marquer marcar marcar
importance importancia importância
un um / um ;
autre outro outro
facteur fator fator
intervient intervém intervém
production produção produção
unités unidades unidades
nouvelles novei nova, novél
aucun algum algum
mode modo modo
formation form ação form ação
entre
sérieusement entre
sèriamente entra
sèriamente
en em em
ligne linha linha
compte conta conta
cases casos casos
onomatopées onomatopéias onomatopéias
et e e
toutes todos tôdas
pièce peça peça, parte
-par para por
individu indivíduo indivíduo
intervention intervenção intervenção
même mesmo mesmo
étymologie etimologia etimologia
populaire popular popular
minime
nulle mínimo
nulo mínima
nula
4
M u it o salunos conseguem ir bem em
seus estudos, desde que os cursos na
da tenham a ver com números. Há os c
que acham a Química interessante e não
demasiadamente difícil, exceto no que NOVE
respeita aos cálculos que são obrigados a
fazer; há os que fazem boa figura em
Biologia, até chegarem à Genética, quan
do então surgem fórmulas matemáticas e
cálculos especiais. E as coisas vão-se tor
nando cada vez mais difíceis, e sempre
para tais estudantes; atualmente, em cur
sos
trosde Psicologia,
setores Economia,
das ciências e muitos
sociais, ou
as fórmu
las e o raciocínio matemático vão-se tor
PROBLEMAS DE
nando as ferramentas básicas para se
aprender. Se você tem dificuldades em
números e fórmulas, está fazendo a coisa MATEMÁTICA
errada em tentar evitar contato com êles.
Um pouco de trabalho ajuda-lo-á a lidar
com êsses problemas de modo muito mais
eficaz. Você talvez nunca chegue a ser
um matemático, mas pelò menos poderá Numa das páginas que se seguem
aprender alguns dos princípios elementa damos alguns exemplos de problemas de
res da Matemática. aritmética elementar. Você naturalmente
indagará o que têm a ver uma adição,
Nada há de misteriosamente difícil subtração, multiplicação e divisão com
acêrca
que vão de
bemnúmeros. Muitos têm
em Matemática estudantes
grande um livro destinado a alunos do ensino su
perior. Se o fizer, pergunte a si mesmo
dificuldade em outras disciplinas, tais se você pode, por exemplo, somar e sub
como língüas e Literatura. As dificulda trair ràpidamente e sem se enganar. Al
des com uma ou outra matéria (como guns alunos de curso superior ainda so
matemáticas ou línguas) são ordinaria mam contando pelos dedos; se você faz
mente resultantes de deficiências no es isso também, tem possibilidade de come
tudo passado, mas você pode corrigi-los, ter erros nas quatro operações, e deve
se o tentar. manter-se alerta quando tiver de fazer
cálculos simples.
Estude suas aptidões básicas. As pesqui Se você encontra dificuldades com
sas mostram que muitas das dificuldades divisões grandes, com soma ou subtração
que os estudantes enfrentam com núme de frações, poderá prestar atenção às re
ros decorrem de um aprendizado defi gras da página 118. Aí achará instruções
ciente,
riam terda adquirido
falta de base, enfim,primária
na escola que devee sucintas para
mentares comonumerosas habilidades
essas. Se não ele
souber algu
no ginásio. mas delas, pratique utilizando os exem-
116 Como Estudar

pios. E se com êstes tiver dificuldades, mas vêzes o problema é sugerido da se


fixe para você mesmo um programa de guinte maneira:
problemas, digamos, com a multiplicação
e divisão de frações. Poderá achar ajuda 4:7::5:x
para tal programa em livros especifica Escrito dessa maneira, lê~se: “Quatro
mente escritos para o estudante que é está para sete, como cinco está para x” .
fraco na habilidade matemática. Também Em geral, êstes são os nomes dados às
poderá
ou Matemática
pedir ao seu
que professor
lhe dê algumas
de Ciências
su partes da proporção:
7 e 5, meios. 4 e para
As regraS x sãosolucionar
extremos;a
gestões. proporção, isto é, descobrir a quantidade
desconhecida, são:
ARITMÉTICA
1. Dados dois extremos e um meio, mul
Em disciplinas como Física e Quími tiplique aquêles e divida o produto
ca, terá dé fazer repetidamente os tipos por êste.
de problemas aritméticos de que estamos
falando. Outrossim, em tais cursos preci 2. Se são dados um extremo e dois
sará de outras aptidões especializadas; meios, multiplique os meios e divida
nesta seção descreveremos algumas delas. o produto pelo extremo.
Proporções. Na Química, um dos cálculos Preste atenção ao problema que lhe
mais comuns é feito pelas proporções. demos, para o qual se aplica a regra dois,
Proporção é uma
mais frações, igualdade
numa entreseduas
das quais ou
desco pois são conhecidos um extremo e dois
meios. Portanto, você resolveria o proble
nhece um dos membros (numerador ou ma da seguinte maneira:
denominador), que se tenta descobrir qual
é. Em outras palavras, deve-se descobrir 7X 5
o número que está faltando em uma das
frações. Por exemplo: 4/7 =± 5/x. Algu

PRATIQUE PROBLEMAS
Você deve ser ca pa z de resolve r os segu intes pr ob lem as rà pida m en te sem
erros e sem marcar o papel, exceto para as respostas. Se você errar ou
recorrer ao contar ou rascunhar, precisa praticar os fundamentos da
Ar itmética (a da pt ado de “ Th e Arith m et ic Kno w ledg e of Graduate
Students”, de J. S. Orleans e Julie L. Sperling, Journal of Educational
Research, 48:177-186, 1954).
Adicione: Multiplique

3 18 10 18 48 37 11 310 20 X 1 1/4 15 X 110 8X 33


8 6 8 12 5 11 15 22 11 X 0,67 5 X 1,21 2 X 216
6 10 4 11 21 25
_ _ 4 43 —
Divida:
120 1,2 13,6
70 10 50
183 400 276
Subtraia
32 150
48 100 54 163 3,28 110,08 111,10 150 276
15 46 21 93 0,05 15,71 34,21 (Ex.: = 50; 92)
Problemas de Matemática \Y J

ALGUMAS REGRAS PARA CALCULAR FRAÇÕES

Definições 3 1 3 x 13 1X 7 39 7 46

1. Fraç ão é uma ou mais partes i guais em 7 + 13 91 + 91 91 + 91 91


que alguma coisa pode ser dividida.
Exemplos: 5. Se o numerador é maior d o que o deno
minador, mude para um número misto.
Exemplo:
.3
4 23 2
— = 3—
7 7
1
2. As frações escrevem -se — ou 1/2. Subtração de frações
2
3 .—O número de baixo é o denom inador. ------
1. Tôdas as regras são as mesm as da adição,
4. O número d e cima é o numerador. exceto a regra 4.
5. Números mistos são números inteiros
acrescidos de frações. Exemplos: 2 . Para a regr a 4, subt raia em vez de somar
os numeradores.
3 1/2 2 2/3 1 39 7 32
Adi cion ar fraç õe s 7 13 13 91 91 91
1. Para somar frações, os denominadores Multiplicação de frações
1 1
devem ser todos iguais. Assim, — 2e — 3 1. Para mu ltiplicar fraçõ es, multiplique os
numeradores e os denominadores. Escreva
não podem ser somados até que 2 e 3 se o resultado como uma fração. Exemplo:
ja m mudados.
3 5 15 5 2 10 1

2. Para fazer denom inadores igu ais, ache o 4 7 28 65 30 3


menor número (o mínimo múltiplo co
mum) que possa ser dividido exatamente 2. Para multiplicar um núm ero intei ro por
por todos os denominadores. uma fração, multiplique p inteiro pelo
numerador e coloque o resultado sôbre o
Pa ra 2 e 3 é 6 denominador. Exemplo:
” 7 e 13 é 91 (7 x 13 = 91)
” 2 , 8 e 9 é 72. 2 10 1
5 X
Nota: Em muitos casos, você terá difi 3 3
culdade de achar o menor número por Divisão de frações:
observação. Ache o menor número pelo
qual possa dividir tantos números quan 1. Multiplique a primeira fra ção pelo inver
tos possível e o multiplique pelo (ou pe
los) número não incluído na divisão. Eis so da fração divisora. Exemplo:
um exemp lo: Deseja-se o m .m .c. de 2 , 3,
6 , 7, 8 , 9. Todos, exceto 7, podem ser
4 1 4 3 12
exatamente divididos por 72. O mínimo
denominador comum é, portanto, ...... 9 3 9 X 1 9 9
72 x 7 = 504. 2. Números inteiros pode m ser escritos ha
forma de fração com 1 como denomina
dor. Exemplo:
3. Multiplique o num erador pelo núm ero de
vêzes que o denominador srcinal cabe
no mínimo múltiplo comum. Exemplo: 3=
1
1 1 1X3 1X2 3 2 Portanto, para dividir uma fração por um
— + — + —+— inteiro, escreva o inteiro como fração e
2 3 6 6 6 6 inverta. Exemplo:
4. Some o s nu meradores e coloque o mínimo 4 4 3 4 1 4
múltiplo comum como denominador da
soma. Exemplo: 9 9 1 9 3 27
118 Gomo Estudar

35
o que daria e, finalmente, extraindo
------
cúbica de 27 é escrita -\f27, cuja solu
4 ção é 3.
os inteiros, 8 3/4. Quadrar números é fácil, se você co
nhecer a multiplicação, mas muita gente
Tente executar alguns exemplos de tem dificuldade em achar as raízes qua
dradas. Felizmente, tabela de raízes qua
ámbos os tipos do problema. Se achar que dradas podem ser fàcilmente adquiridas,
apenas um
preender os par de exemplos
princípios, o fará
não pare aí; com
con razão por que você, via de regra, não tem
trabalho no calculá-las (veja alguns
tinue a praticar, até que as regras e sua exemplos).
aplicação se tornem para você uma se Algumas vêzes você encontrará po
gunda natureza. tências com sinais negativos, como 3 '2.
Aqueles entre vocês que se lembram da
Outra coisa de que você precisa cer álgebra do ginásio reconhecerão ser isso
tificar-se de saber fazer é dispor os pro 1 1
blemas na forma correta. Eis a seguir úm a mesma coisa que — ou —
problema-modêlo de proporções: “Uma 32 9
polia com 20 polegadas de diâmetro faz Outra dificuldade que se lhes apre
sentará é virem uma potência
300 rotações por minuto e está ligada por 3 12. Como m ultiplica voc ê um como esta:
número
uma correia a outra com 15 polegadas de uma vez e meia por si mesmo? A manei
diâmetro. Qual a velocidade desta polia?
Eis a solução: ra
aos delogaritmos,
solucionarassunto
o problema é recorrer
da próxima sub
seção.
15 : 20 :: 300 : X
Logaritmos. Os logaritmos são um achado
Assim se dispõe a proporção porque para os engenheiros e físicos, pois tornam
a polia menor fará mais rotações do que possível resolver cálculos muito complica
a maior, justamente por ser menor. Teria dos de maneira extremamente fácil. Se,
portanto, você vier a ter de enfrentar as
voce resolvido êste problema imediata suntos científicos^ desde a Física à Es
mente? tatística, será melhor familiarizar-se com
as tábuas. O logaritmo de um número é
Potências e raízes. A potência de um nú a potência à qual outro número (chamado
mero é obtida multiplicando-se êsse nú base) deve ser elevado para produzir o
mero por si mesmo, uma ou mais vêzes. número dado. A base mais comumente
Assim, 3 ao quadrado, ou 32, quer dizer usada é 10. Nesse caso, o logaritmo de
3 X 3, ou seja, 9. O número de vêzes 100 será 2, pois 10 (que é a base) elevado
que você multiplica um número constitui à segunda potência (102) é 100, o que em
seu expoente. O expoente no problema geral é enunciado assim:
acima é 2, e é escrito à direita e um pou log. 100 = 2
co acima do número. Os expoentes podem Se você multiplicar 10 por si mesmo três
ter qualquer valor, mas a regra é sempre a vêzes, eleva-o à terceira potência (103) ou
mesma. Assim , 33 significa 3 X 3 X 3 = 27. 1.000. Assim, log. 1.000 = 3. Os logarit
mos de potências simples de 10 são fáceis.
A raiz de um número é constituída Fora dêsses casos, porém, você tem de re
de cada um dos números iguais cujo pro correr ás tabelas para parte da resposta;
duto equivale ao número considerado. a outra parte é fácil de obter. Suponha
Assim, a raiz quadrada de 9 é 3. O sinal mos o log. de 200. O log. de 100 é 2, e o
para uma raiz quadrada é ~\J~Q (que tam de 1.000 é 3. O log. de 200 está, pois,
bém pode ser escrito assim: 9 1/2. Tal entre 2 e 3. Êsse é um princípio geral;
como a potência, o índice da raiz também o logaritmo de 2.000, conclui-se, é algo
deve ser indicado. Por exemplo, a raiz entre 3 e 4 (veja se pode dizer por quê).
Problemas de Matemática H 9

COMO ACHAR OS QUADRADOS E AS RAÍZES QUADRADAS

Eis a amostra de uma tabela de quadrados e raízes quadradas. Note como


é fácil encontrar a resposta. Para números muito grandes, cujas raízes
devam ser extraídas, comece na coluna de quadrados e, caso necessário,
interpole entre os números no quadro (Extraído de “Statistics for Students
of Psychology and Education”, de Herbert Sorensen, McGraw-Hill, Nova
Iorque, 1936, pág. 348).

Número Quadrado Raiz quadrada Número Quadrado Raiz quadrada

721 51 9841 26.8514 761 57 91 21 27.5862


722 52 12 84 26.8701 762 5806 44 27.6043
723 52 27 29 26.8887 763 58 21 69 27.6225
724 52 41 76 26.9072 764 58 36 96 27.6405
725 52 5625 26.9258 765 58 52 25 27.6586
726 52 70 76 26.9444 766 58 67 56 27.6767
727 52 85 29 26.9629 767 58 82 89 27.6948
728 52 99 84 26.9815 768 58 98 24 27.7128
729 53 14 41 27.0000 769 59 13 61 27.7308
730 53 29 00 27.0185 770 59 29 00 27.7489

731 53 43 61 27.0370 771 59 44 41 27.7669


732 53 58 24 27.0555 772 59 59 84 27.7849
733 53 72 89 27.0740 773 59 75 29 27.8029
734 53 87 56 27.0924 774 59 90 76 27.8209
735 54 02 25 27.1109 775 60 06 25 27.8388
736 54 16 96 27.1293 776 60 21 76 27.8568
737 54 31 69 27.1477 777 60 37 29 27.8747
738 54 46 44 27.1662 778 60 52 84 27.8927
739 54 61 27 27.1846 779 60 6 8 4 1 27.9106
740 54 76 00 27.2029 780 60 84 00 27.9285

741 54 90 81 27.2213 781 60 99 61 27.9464


742 55 05 64 27.2397 782 61 15 24 27.9643
743 552049 27.2580 783 61 30 89 27.9821
744
745 55 35
55 50 36
25 27.2764
27.2947 784
785 61 46
61 625625 28.0000
28.0179
746 55 65 16 27.3130 786 61 77 96 28.0357
747 558009 27.3313 787 61 93 69 28.0535
748 559504 27.3496 788 62 09 44 28.0713
749 561001 27.3679 789 62 25 21 28.0891
750 56 25 00 27.3861 790 62 41 00 28.1069

751 56 40 01 27.4044 791 62 56 81 28.1247


752 565504 27.4226 792 62 72 64 28.1425
753 567009 27.4408 793 62 8 8 4 9 28.1603
754 56 85 16 27.4591 794 63 04 36 28.1780
755 57 00 25 27.4773 795 63 20 25 28.1957
756 57 15 36 27.4955 796 63 36 16 28.2135
757 573049 27.5136 797 63 52 09 28.2312
758
759 5760
4581
64 27.5500
-27.5318 799798 63016 8 0 4
6384 28.2489
28.2666
760 57 76 00 27.5681 800 ' 64 00 00 28.2843
120 Como Estudar

COMO USAR UMA TABUA EME LO® ARWMOS

Ac he os prim eiros três alg arism os do seu núm er o na eo luna da es


querda; então mova-se pela fila para a coluna encabeçada pelo quarto
algarismo do seu número. O registro é a mantissa. Forneça as caracterís
ticas contando um menos do que o número de algarismos para a esquerda
da vírgula. Se o seu número tem menos de três algarismos, junte zeros
trazendo-o para três e olhe a mantissa na coluna zero. Abaixo está uma
amostra de uma tábua parcial de logaritmos (extr. de “MATHEMATICS...”,
por Myron F. Rosskopf, Harold í>. Aten e William D. Reeve, Nova Iorque,
1955, pág. 411, McGraw-Hill, ed.K

TABUA DE MANTISSAS COM CINCO DECIMAIS


1 '
Partes
N .° 0 1 2345 6 7 8 9 Proporcionais

250 39 794 811 829 846 863 881 898 9Í5 933 950 18
251 967 985 *002 *019 *037 •054 *071 *088 *106 *123 1 1.8
252 40 140 157 175 192 209 226 243 261 278 295 2 3 .6
253 312 329 346 364 381 398 415 432 449 46 6 3 5 .4
254 483 500 518 535 552 569 586 603 620 637 4 7 .2
255 654 671 688 705 722 739 756 773 790 807 5 9 .0
256 824 841 858 875 892 909 926 943 960 976 6 10.8
257 993 *010 *027 *044 •061 *078 *095 •111 •128 *■145 7 12.6
258 41 162 179 196 212 229 246 263 280 296 313 8 14.4
259 330 347 363 380 397 414 430 447 464 481 ,9 16.2
260 497 514 531 547 564 581 597 614 631 647 17
261 664 681 697 714 731 . 747 764 780 797 814 1 1. 7
262 830 847 863 880 896 913 929 946 963 979 2 3 .4
263 996 *012 *029 •045 •062 «078 •095 *111 *127 *144 3 5 .1
.264 42 160 177 193 210 226 243 259 275 292 308 4 6 .8
265 325 341 357 374 390 406 423 439 455 472 5 8 .5
266 48S 504 521 537 553 570 586 602 619 635 6 10.2
267 651 667 684 700 716 732 749 765 781 797 7 11.9
268 813 830 846 862 878 894 911 927 943 959 8 13.6
269 975 99>1 *008 *024 *040 •056 *072 *088- *104 *120 9 15.3

270 43 136 152 169 185 201 217 233 249 265 281 16
271 297 313 329 345 361 377 393 409 425 441 1 1. 6
.272 457 473 489 505 521 537 553 569 584 600 2 3.2
273 616 632 648 664 680 696 712 727 743 759 3 4 .8
274 775 791 807 823 838 854 870 886 902 917 4 6 .4
275 933 949 965 981 996 *012 *028 *044 •059 *075 5 8 .0
276 41091 107 122 138 154 170 185 201 217 232 6 9 .6
277 248 264 279 295 311 326 342 358 373 389 7 11.2
278 404 420 436 451 467 483 498 514 529 545 8 12.8
279 560 576 592 607 623 638 654 669 685 700 9 14.4

280 716 731 747 762 778 793 809 824 840 855 15
281 871 886 902 917 932 948 963 979 994 *010 1 1. 5
282 45 025 040 056 071 086 102 117 133 148 163 ' 2 3 .0
283 179 194 209 225 240 255 271 286 301 317 3 4 .5
284 332 347 362 378 393 408 . 423 439 454 469 4 6 .0
285 484 . 500 515 530 545 561 576 591 606 621 5 7.5
286 637 652 667 682 697 712 728 743 758 773 6 9 .0
287 788 802 818 834 849 864 879 894 939 924 7 10.5
288 939 954 969 984 *000 •015 *030 *045 *060 •075 8 12.0
289 46 090 105 120 135 150 165 180 195 210 225 9 13.5

290 240 255 270 285 300 315 330 345 359 374 14
291 389 404 419 434 449 464 479 494 509 523 1 1. 4
292 538 553 568 583 598 613 627 642 657 672 2 2 .8
293 687 702 716 731 746 761 776 790 805 820 3 4 .2
294 835 850 864 879 894 909 923 938 953 967 4 5 .6
295 982 997 *012 *026 *041 *056 *070 *085 *100 *114 5 7 .0
296 47 129 144 159 173 188 202 217 232 246 261 6 8 .4
297 276 290 305 319 334 349 363 378 392 407 7 9 .8
298 422 436 451 465 480 494 509 524 538 553 8 11.2
299 567 582 596 611 625 640 654 669 683 698 9 12.6
300 712 727 7-11 756 770 784 799 813 828 842

Partes
N .° 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Proporcionais
n
Problemas de Matemática 121

Mas qual o valor exato do log. de


200? É 2,30103. Como se acha isso? A
primeira parte, 2, é chamada “ caracte
rística” , e sempre se pode calcular: é
igual ao número de algarismos da parte
inteira do número dado menos uma uni
dade. A outra parte, 30103, é chamada
“ mantissa” , que se procura nas tábuas,
da qual lhe damos pequena amostra. Mas
você pode achar uma muito facilmente,
e dela precisará, se fôr fazer quaisquer
cálculos complicados. Parte de uma tábua
apa rece na página 121. O que você deve —
fazer é procurar o número dado (200)
na tábua para saber qual sua mantissa.
Para outros números, digamos 263, ha meros um pelo outro, poderá achar o re
verá uma mantissa diferente, mas a ca sultado através dos logaritmos {isto é o
racterística é a mesma. O logaritmo de que uma régua-de-cálculo faz para você).
263 é 2,41996. Escrito em expoente, seria Assim, 200 X 263. Acha-se a soma dos
102,41996
logaritmos (2,30103 + 2,41996), que é
Suponhamos que se quer encontrar o 4,72099. Vê-se numa tabela o número
logaritmo de 2,63.
10 é 1; assim, a Você sabe que odolog.
característica log.de de de
(isto é, o antilogaritmo) a que correspon
a mantissa 72099 (que é 526). Como a
2,63 é 0 (1 menos o número de algarismos característica é 4, o número proeurado
para a esquerda da vírgula). A mantissa deve ter 5 algarismos, isto é, 52600 (526
é exatamente a mesma que a de 263. Isso acrescido de 2 zeros).
suscita um ponto importante a respeito Agora estamos prontos para lhe mos
da leitura de tabelas de logaritmos. A trar como achar 3 u . A regra é a seguin
mantissa é sempre a mesma se os alga te: para achar a potência de qualquer nú
rismos específicos são os mesmos. Assim, mero, multiplica-se o logaritmo dêsse
as mantissas de 2 .630, 263, 26,3 e 2,63 são número pela potência e acha-se o antilo
tôdas- iguais. Os logaritmos dêsses núme garitmo do resultado. Assim, 3 1,2 pode ser
ros seriam, respectivamente: achado assim: 1,2 X log- 3, isto é,
3,41996 / 2,41996 / 1,41996 e 0,41996. 1,2 X 0,47712 = 0,572544. Como algumas
Que dizer do log. de 0,263? O prin tabelas de logaritmos dão apenas cinco
cípio, naturalmente, é o mesmo. Mas a
característica será menor do que zero, e decimais, contorna-se
mindo o algarismo final;a procura-se,
situação supri
pois,
cria alguns problemas especiais por causa o antilogaritmo de 0,57254. A resposta
dos números negativos (o log. de 0,263 é será 3,74 (contornando). Assim, 3 1-2=3 ,74
habitualmente escrito 9.41996 — 10). Se (aproximadamente).
você vai lidar com problemas que envol O propósito desta seção não foi me
vem logaritmos de números menores que ramente explicar-lhe como usar logarit
1, deve adquirir um volume de álgebra mos, mas mostrar-lhe que o seu princípio
e estudar o assunto com mais minúcias. não é difícil de entender. Se você os vem
Se foi capaz de compreender o que disse evitando por toda sua vida lance agora
mos aqui, não deverá ter dificuldade com mão de um compêndio de matematica e
um manual completo de logaritmos. tente aprendê-los.
Você poderá fazer grande número de
cálculos com logaritmos, o que constitui A régua-de-cálculo. Os logaritmos são
um dos seus empregos. Por exemplo, se empregados numa régua especial chama
você quer multiplicar dois grandes nú- da régua-de-cálculo (*). Esta, na sua for-

(* ) Slid e rule ou élip stick, para os am ericanos. (Nota do tra dutor).


122 Gomo Estudar

ma mais simples, consiste de duas “ré Sol e a Terra, ou a velocidade da eletri


guas- marcadas com escalas de, logarit cidade, quantos algarismos se deve usar
mos, de forma que as distâncias entre e cómo contornar a sua resposta? Para
cada marca na escala são relativamente decidir tal questão, você tem de saber
as mesmas que os logaritmos dos núme quantos algarismos em seu número são
ros da escala. Porque você soma logarit significativos, isto é, quantos são razoà-
mos quando deseja multiplicar os corres velmente dignos de confiança e quais os
pondentes arttilogaritmos e os subtrai duvidosos.
quando deseja dividir, a régua-de-cálculo Se você está fazendo uma medida
possibilita-o a multiplicar e dividir sim numa experiência ou exercício, a regra é
plesmente pela adição e subtração os nú não registrar mais do que uma decimal.
meros nas duas escalas, o que se faz des- Por exemplo, se você está efetuando uma
—lizando uma escala ao longo da outra. ---- medida com um instrumento tão primiti
Como você podé fazer a multiplica vo como um metro de madeira ordinário,
ção e divisão tão fácil e rigorosamente provàvelménte registrará seu resultado
numa régua-de-cálculo e todos os estu com dois algarismos, como 4,2 metros,
dantes universitários devem algumas vê pois só estaria absolutamente certo de
zes executar tais cálculos, acreditamos que era mais próximo de 4 do que de 3
que nenhum dêles esteja desprovido de ou 5, mas não estaria tão seguro de que
uma régua dessas. Há variados tipos de fôsse mais próximo de 4,2 do que 4,1 ou
réguas-de-cálculo para diferentes finali 4,3- Ao escrever 4,2 você indica estar
dades. caras;
pouco As mais simples
as mais são relativamente
complicadas, porém, 2certo de 4, e mas
décimos, um tanto
considera duvidoso
quaisquer dos
algaris
são algo mais caras. Se você não é estu mos além disso como sem sentido. Se dis
dante de ciências e não tem necessidade pusesse de uma medida mais precisa, di
de fazer cálculos além de simples multi vidida em centímetros e decímetros, você
plicações e divisões, uma das mais sim poderia exprimir a mesma medida como
ples servirá. As mais completas réguas- 4,22 metros, já agora certo de 4,2, mas
-de-cálculo permitem o cálculo até de duvidoso do algarismo dos centímetros.
funções especiais, como senos e tangentes Há também uma regra para a adição,
dos ângulos. Se você estuda Ciências ou subtração, multiplicação e divisão de nú
Engenharia, deve comprar um dos mode meros significativos. Você não deve es
los apropriados a êsses campos especiais crever algarismos além da primeira colu
de estudo. O professor do curso respecti na que contém o número duvidoso.
vo pode, sem dúvida, sugerir-lhe o me Assim, se você juntar 4 libras de impu
lhor modêlo. Pode-se aprender a maneira rezas a 3,4365 libras de ouro, o resultado
de usar cada uma das réguas-de-cálculo será 7,4 libras de mistura. Quando a Sua
lendo cuidadosamente as instruções que certeza acêrca do pêso das impurezas não
a acompanham. Em alguns livros de Ma vai além de 4 libras, a precisão do pêso
temática, você encontrará explicações dó ouro não é de nenhuma significação,
para os muitos “truques” que poderá rea pois você não pode estar mais certo do
lizar com uma das mais complicadas total do que está a respeito do compo
réguas. nente com o mínimo de certeza. (Lem
bre-se de que “ uma cadeia não é mais
Números significativos. Quando você exe fort e do que o seu elo mais frági l” ).
cuta cálculos com números, terá sempre Quando você multiplica ou divide
de decidir quantos números deverá usar, números, segue o mesmo princípio. Nesse
já quando começa a solucionar o proble caso, êle recomenda que você continue a
ma, já quando prossegue através dos di operação até que não tenha mais algaris
versos estágios. Quando se trata de deci mos do que o fator que tem menos alga
mais, a questão
considerar é saber
os números comseuma,
vocêduas
tem ou
de rismosmultiplica
você significativos.
4 por Se,
6,273por(presumindo
exemplo,
tantas cásâs. Também, ao lidar com gran que 4 é o máximo de sua precisão), a res
des quantidades, como a distância entre o posta é 25 e não 25,0920, pois você tinha
Problemas de Matemática 123

apenas um algarismo significativo em 4, tem, isso significa que ela estêve 8o abai
e não deve ter mais do que isso no pro xo de zero. Os números negativos aumen
duto. tam na direção oposta à dos números
Quando você abandona algarismos ou positivos:
os contorna para o número adequado de
algarismos significativos, segue a regra —5 —4 — 3 —2 — 1 0 1 2 3 4 5
de elevar qualquer algarismo de uma uni
dade quando
maior êle édeixando-o
que cinco, seguido desem
algarismo
modifi Há inúmeros
números casos em
negativos. Porqueexemplo,
se podem
se usar
eu
cação, nos demais casos. Por exemplo, devo Cr$ 30 mil mais do que o que
para contornar 7,46639 para dois algaris possuo, posso dizer que o meu ativo são
mos significativos, fica-se com 7,5; se o —Cr$ 30 mil.
número fôsse 7,4499, ter-se-ia 7,4.— Há Há de se ter cuidado quando somar e
uma regra especial para contornar o al subtrair números negativos, pois é muito
garismo seguido de 5: se êle é ímpar, ele fácil somá-los quando se deve subtraí-los
ve-o de 1; se é par, abandona-se o 5 e êle e vice-versa. Se você olha para a série
não sofre modificação. de números acima, verá que a diferença
Essas regras têm duas importantes entre —3 e 2 é 5 e não 1. Menos óbvio
conseqüências. Primeira: fazem com que talvez é o fato de —3 subtraído-de 2 ser 5
você não se iluda sôbre a exatidão de e não — 5, e 2 subtraído de — 3 ser 5, não
suas medidas e cálculos; pôr dè lado alga ( + ) 5.
rismos não significativos é simplesmente
um ato de se ver livre de algo em que Adição e subtração. As regras para a adi
não se pode confiar. Segunda: poupam- ção e subtração algébricas, ou a adição e
lhe trabalho desnecessário e reduzem a subtração de números negativos e positi
possibilidade de êrro que existe ao fli- vos, são muito simples, e não devem
dar-se desnecessàriamente com longas causar-lhe nenhum embaraço, se você é
fileiras de algarismos. cuidadoso. Aqui estão elas:
ÁLGEBRA 1. Se todos os números num problema
A maioria dos estudantes está fami são inteiramente negativos ou intei
liarizada com as operações elementares ramente positivos, as regras ordiná
de álgebra, mas será bom refrescar-lhe a rias da aritmética servem. Somam-se
memória para que você as reconheça não os seus valores absolutos e persiste o
apenas num curso de matemática, mas mesmo sinal.

onde quer que você venha a necessitar


delas. 2. Para somar dois números opostos em
sinal (um positivo e outro negativo),
Números negativos. Em aritmética usa acha-se a diferença entre êles e dá-se
mos o sinal menos para a subtração. ao resultado o sinal do maior. Assim,
Assim, quando você lê se você quer somar 3 e —7, a res
posta é —4. Suponhamos que você
100 ganhou Crf 3.000 no prado de corri
— 25 das, mas teve de pagar Crf 7.000
para poder entrar. Você saiu perden
do Crf 4.000. Ou, para expressar de
sabe que está subtraindo 25 de 100. Em outra maneira, a soma algébrica dos
álgebra, no entanto, o sinal menos é usa seus ganhos e despesas nas corridas
do para indicar números cujos valores é —Cr$ 4.000.
são inferiores a zero. São os números ne
gativos..
com êles,Tôda a gente
porque está nos
aparecem familiarizada
boletins 3. Para se subtraírem
em sinal, mude o sinalnúmeros opostose
do subtraendo
meteorológicos. Quando lemos que a tem então some. Assim, a diferença entre
peratura foi — 8 em Caxias do Sul on 8 e — 3 é 11. Por exemplo, se a tem-
124 Como Estudar

peratura é de 8° esta manhã em Ca —3 0 + x = 5


xias do Sul e —3o em Lajes, é 11° x = 5 + 30
mais frio neste do que naquele lugar. x = 35
Isso é uma subtração algébrica.
Nota. Se você quer achar a diferença Para a regra 2:
entre dois números positivos, a regra
é a mesma: A diferença entre 13 e 8 x
------
é 5; você mudou o sinal de 8 e fêz 10 = 5
a soma algèbricamente. Similarmen
te, a diferença entre 12 e 16 é 4 x = 5 X 10
(— 12 e 16).. x = 50
Terá ocasião, em cursos de física ele
4. Se você tem de somar uma série de mentar, de lidar com equações simultâ
números que possuem sinais diferen neas, usadas quando o problema tem
tes, você acha separadamente as so duas ou mais incógnitas. Lendo a seção
mas simples dos números positivos e sôbre equações simultâneas num livro de
dos números negativos e então acha álgebra do ginásio, você poderá reavivar
a soma algébrica das somas parcela as regras a fim de utilizá-las.
das. Assim, se você deseja somar A trigonometria elementar é algo
5, 3,— 1, 6, — 2, — 7 e 8, achará mais que você achará útil para a física
a soma de —5, —-1, —2 e —7, que introdutória e matérias semelhantes. Pelo
é—
A 15, edea soma
soma — 15 ede173, é6 2.e 8,que é 17. menos, você usar
sabe e pode deve propriamente
certificar-se dé
as que
rela
ções que existem entre os lados de um
As operações de adição e subtração triângulo reto, isto é, as funções trigono
algébricas são muito fáceis, mas os estu métricas. Estas relações são quantidades
dantes algumas vêzes têm dificuldade em tais como o seno e o co-seno.
perceber quando devem ser elas aplica Nenhum dêsses elementos é verda
das. Observe os problemas nos quais os deiramente difícil. Se você foi capaz de
números podem ser positivos e negativos; compreender ás últimas poucas páginas
então certifique-se de que os está solu dêste livro, não terá realmente proble
cionando da maneira correta. mas com qualquer espécie dé matêmática
elementar, tal como trigonometria ou ál
Multiplicação e divisão. Se você vai estu gebra da universidade. Muitos estudantes
dar -Física ou Estatística elementares, me temem tanto as matemáticas e os núme
lhor será rever as poucas outras opera ros, que nunca se dão uma chance razoá
ções fundamentais de álgebra. Deve ar vel de descobrir até que ponto poderiam
ranjar um compêndio de álgebra do gi sair-se bem nessas matérias.
násio e assegurar-se de que pode somar
e subtrair polinómios (expressões como COMO RESOLVER OS PROBLEMAS
2x — y, que têm dois ou mais têrmos),
fazer multiplicações e divisões algébricas, Se você souber um pouquinho de
e solucionar equações de valôres numé matemática, sentiu-se provavelmente im
ricos. paciente ao ler a seção precedente. Ago
Êste último ponto reveste-se de es ra, porém, chegaremos a alguns pontos
pecial importância, e a maioria dos pro da solução de problemas que devem ser
blemas simples inclui apenas duas re úteis para todos. Nesta seção, faremos al
gras elementares: (1) Você pode .mover gumas sugestões sôbre o que deverá fazer
qualquer têrmo de uma equação para o para enfrentar os problemas que encon
membro oposto, mudando-lhe o sinal; e trará na sua rotina de estudo.
(2) quando
membro da um têrmopode
equação, é divisor em um
ser transposto, Problemas para casa. Primeiramente, o
como fator, para o outro membro: Assim, que é mais importante: faça todos os pro
para a regra 1: blemas que lhe forem marcados. Alguns
Problemas de Matemática |25

estudantes iião o fazem porque, dizem, os saiba a que recorrer para tal informação.
professores não os classificam na base dos Para o problema em foco a informação
seus problemas diários. Ainda que nin são os pesos atômicos do carbono e oxigê
guém o fiscalize sôbre o seu trabalho diá nio, que são 12 e 16, respectivamente.
rio, e seja você classificado pelos exames Você pode agora fixar uma proporção:
finais, a única forma de se preparar para 24/12 = x/44 . O problema dá-lhe 24 gra
enfrentá-los satisfatoriamente no tempo mas de carbono, e você fornece o 12 e o
devido é fazer
giosamente. Se seus
vocêdeveres diários reli
fica resolvendo os 44 paradeoscarbono
dióxido pesos relativos de carbono
(o 44 provém da com e
problemas como parte de sua rotina diá binação de 12 para carbono e duas vêzes
ria, não terá nenhuma dificuldade por 16 para o oxigênio). Resolvida a propor
ocasião dos exames. Nem tampouco terá ção, obtém-se a resposta, 88.
de recorrer a desculpas de que o profes _____O problema exemplifica os três pas
sor escolheu umas “perguntas complica sos essenciais na solução de problemas:
das” para você. Primeiro, você deve possuir o modêlo
Um problema é realmente uma per correto, ou molde, para a solução, o que
gunta. Já vimos quão valiosas são as per deve ter aprendido se de fato assimilou
guntas quando se aprende. Os problernas, 0 material relevante. Em seguida você
portanto, também são importantes para adapta ao modêlo os dados ■ fornecidos
estudar — não apenas espinhos para evi pelo problema e outros que pode obter
tar. Constituem êles oportunidades que no caderno das notas de aula. Finalmen
você tem de aplicar o que vem apren te, resolve as incógnitas.
dendo e de testar a si mesmo, acêrca Para encontrar o modêlo apropriado
do quanto sabe sôbre o que tem estudado. ao problema e verificar se de fato o fêz
Se você tiver problemas marcados num com acêrtõ, tire partido dos exemplos
compêndio ou manual de laboratório, normalmente fornecidos nos livros. Al
deve bendizer a oportunidade de usá-los guns problemas já elaborados para você
em estudo eficaz. aparecem pràticamente em todos os livros
Quando tiver estudado determinado de ciência e engenharia. Êles podem for
dever e estiver preparado pará resolver necer modelos para você resolver primei
os problemas nêle compreendidos, sua ro problemas de estudo, e, mais tarde,
primeira tarefa é verificar se compreen problemas de exame.
deu o problema. Para qualquer problema, Quando, porém, dizemos que há um
você deve estar certo do que já terá modêlo para cada problema, não temos
aprendido ou será capaz de achar ràpida- em mente afirmar que você pode ou deve
mente, ou o que é que está tentando des sempre fazer um que já foi feito para
cobrir.
te Para
que há umtantò, tenha
modêlo parasempre
todo oem men
proble você. Os modelos
princípios são derivados
e você deve de leis e
sempre compreen
ma. Um modêlo é como um molde; se der aquêles que servem de base a deter
você pode ajustar o seu problema dentro minado modêlo. Algumas vêzes você terá
do respectivo molde, pode fàcilmente re de criar seu próprio modêlo formulando
solvê-lo. Para ilustrar, tomaremos um o problema em têrmos de princípios que
problema simples de química elementar. você aprendeu e fixando-lhe, você mes
O problema é o seguinte: com 24 gra mo, a fórmula ou diagrama capaz de re
mas de carbono, quantas gramas de dió solver o problema. Em cursos elementa
xido de carbono sè pode fazér? Se você res você habitualmente receberá exem
souber um pouco de química, o modêlo plos de fórmulas específicas que servirão
correto, ou molde, para o problema ocor- de modelos para a solução de problemas,
rer-lhe-á imediatamente: C + 0 2 = C 02. mas nos cursos mais avançados talvez lhe
O próximo passo é colocar os números peçam que desenvolva o seu próprio mo
corretos na fórmula a fim de resolver o dêlo ou fórmula. Você poderá fazê-lo se
problema. A pessoa que lho desse fá-lo-ia compreender os princípios fundamentais.
presumindo tenha você aprendido o que De qualquer maneira, você sair-se-á me
necessita para resolvê-lo, ou pelo menos lhor e poderá relembrar melhor o modêlo
126 Como Estudar

se se certificar de que compreendeu o delas e então certifique-se de que sabe os


raciocínio dos modelos que use. modelos (nesse caso, equações das rea
ções) e os números (pesos atômicos). As
Os problemas nos exames. Se você estuda sim procedendo, você estará preparado
todos os problemas dos deveres diários para que qualquer professor possa inter
mas ainda se queixa de que os dos exa rogá-lo normalmente.
mes são “diferentes”, ou problemas in Um dos azares em exames que con
trincados, isso simplesmente
você não está significa
apto a perceber tôdasque
as sistemtrabalhe
você de problemas é exigirem
depressa. êles que
Os estudantes
mudanças que podem ocorrer num pro submetidos a tais exames estão sempre
blema de modo que o faça par ecer di descobrindo que só conseguem completar
ferente. um têrço ou metade dos problemas apre
Assim, no exemplo que tomamos da sentados. Ou quando conseguem tudo, co
química elementar, há várias maneiras metem erros triviais em aritmética. As
de se enunciar o mesmo problema: Em conseqüências são muitas vêzes desastro
vez de perguntar quanto dióxido de car sas, pois o professor de modo geral só con
bono pode ser feito de um tanto de car sidera os problemas feitos corretamen
bono, pode-se perguntar quanto dióxido te; e a diferença entre o estudante lento
de carbono pode ser feito com um tanto e o rápido, ou entre o cuidadoso e o des
de oxigênio, ou quanto carbono ou oxi cuidado, pode equivaler à diferença entre
gênio seriam necessários para produzir reprovação e aprovação. Velocidade, ve
dada quantidade de dióxido de carbono. locidade com precisão, é mais importante
Todos êstes são meios diferentes de apre nesse tipo de exame do que em quais
sentar o mesmíssimo problema. Você usa quer outros.
nêles o mesmo modêlo e a mesma infor O tempo pode ser perdido porque o
mação. A única diferença consiste na lo estudante não possui os conhecimentos
calização da incógnita na proporção. básicos para efetuar o seu trabalho cor
A fim de preparar-se para problemas reta e rapidamente. Ou porque está o alu
diferentes (para aprender como deve con no perd ido tentando compreen der; aquilo
tornar perguntas intrincadas!), pratique de que trata o problema. Se você melho
as alternativas de como um mesmo pro rar nesses aspectos, poderá conseguir fa
blema pode ser anunciado. Tome alguns zer mais problemas acertadamente num
exemplos-model os e pergunte a si mes exame. Além disso, no entanto, os estu
mo de quantas maneiras diversas qual dantes são via de regra muito lentos, por
quer problema pode ser apresentado. Se que não praticaram o método de traba
fizer isso com freqüência, achará não ser lhar depressa.
fácil Naturalmente,
surpreender-se outra
nos exames.
maneira de A melhor,
culdade maneira
é execütar de vencer
os deveres a difi
marcados
apresentar problemas semelhantes é tro para casa como sé já se tratasse de exa
car os elementos a êle referidos. Você mes. Quando você estiver pronto para fa
pode, por exemplo, receber um problema zer um problema, controle o tempo ã me
no exame a respeito do ácido sulfúrico, dida que o vai executando com a ra
em vez de dióxido de carbono. Se você pidez exigida. Mais tarde poderá verificar
estiver preparado para essas perguntas,/ o que faz em ritmo mais lento. O ponto
não se achará em nenhuma dificuldade. importante no caso, como no que respeita
Poderá conseguir isso fazendo listas de a ler depressa, é a prática de trabalhar
coisas específicas suscetíveis de mudar com mais rapidez. Se você a cultivar, ve
em qualquer problema sem alteração do rificará que não se arrastará tão devagar
modêlo. e sentir-se-á em casa como se estivesse
Por exemplo, quando você encontrar fazendo um exame.
o problema sôbre o dióxido de carbono, Isso nos traz ao caso de planejar o
já terá feito uma série de reações, tais tempo que lhe é concedido para fazer um
como produzir ácido sulfúrico, hidróxido exame. Pesquise sempre determinado
de sódio, água etc. Rascunhe uma lista exame antes de o enfrentar. Se tiver
Problemas de Matemática 127

quaisquer escolhas a fazer, decida de an orçamento do governo para 1950, uma


temão quais os problemas de que tratará. outra para 1951, e por aí adiante até ao
Calcule quanto tempo deve despender em presente. Gráficos dêsse tipo transmitem
cada um, a fim de evitar gastar demasia informação ràpidamente e dão impressão
do em qualquer dêlès. Concentre-se nos mais nítida de alguma coisa do que a que
fáceis primeiro e deixe os difíceis para se pode obter pela leitura de números.
o fim. Por essa razão, são êles largamente usa
Em exames do tipo-problema é espe dos em revistas não técnicas e em jornais
cialmente importante que deixe um pou Não são, todavia, de grande utilidade na
co de tempo para examinar suas respos solução de problemas.
tas. Se houver muitos cálculos por fazer, Pará essa finalidade, o gráfico qu^
deixe tempo suficiente para os conferir você usa tem mais possibilidade de ser
com atenção. Isso pode revelar erros tri uma linha representando uma relação
viais que sem dúvida o impediriam de funcional entre duas variáveis. Em outras
fazer excelente figura nos exames. pálavras, êle dirá a mesma coisa que uma
equação e fornecerá os resultados de re
COMO USAR GRÁFICOS E QUADROS solver uma equação para um número de
valores diferentes de cada variável. No
Para solver muitos dos problemas grafico seguinte, por exemplo, a linha
que encontrar, você há de precisar um reta representa a equação y = a -J- bx,
gráfico ou uma tabela. De fato, você ne onde a = 2 e b = 1/2. S e você t iver
cessita fazer isso simplesmente para ler e quaisquer cálculos que se liguem a tal
compreender muitos
ciências naturais dos seusDaí
e sociais. deveres nas
ser essen equação, pode do
ples consulta ler gráfico.
as respostas pelaquer
Se você sim
cial que se conheça o uso de gráficos e saber a quanto equivale o y quando
tabelas. x = 2, consulte o gráfico e verá rà pida
mente que a resposta é 3. Pode fazer a
Gráficos. Os mais simples são os gráfi mesma coisa com qualquer outro valor
cos de barras, que mostram, pela altura de x.
de suas colunas, o número ou total de Veja como o gráfico está traçado.
certa quantidade. Uma barra pode dar o O valor de x é encontrado ao longo do

LENDO UM GRAFICO

Cada linha representa uma equação. Para qualquer equação dada, você
encontra oàvalor
constante de y onde
determina que corresponde a qualquer
a linha interceptará valor dex= x.0 Note
y quando e queque a
b determina a inclinação da linha.
12
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0 2 4 é a 10 12 14 16
X
128 Como Estudar

eixo horizontal, chama do “ abscissa” , e o pendente no eixo y (ordenada). Natural


valor de y ao longo do eixo vertical, a mente, uma vez que um gráfico está fi
“ ordenada” . Para achar uma resposta, xado, pode acontecer que você conheça
voc ê localiza o valor de x na abscissa, y e não x. Nesse caso, você pode ler o
traça uma linha imaginária a partir dêsse gráfico “ para a retaguarda” , começando
ponto para cima até que intercepte a li com y e encontrando o valor de x que se
nha — nesse caso uma linha reta — e f i intercepta com êle na linha.

rizontalmente
nalmente traceatravés
uma linha
da ordenada.
imaginária
O ho
va tramAlgumas das linhas
nos gráficos serão que
retas,se mas
encona
lor correspondente de y é a sua resposta. maioria delas é curva e representa ou
Embora a linha no gráfico possa ter qual tras fórmulas além de y = a + bx, que
quer forma, seja uma reta, seja uma é a fórmula da linha reta. Qualquer
curva complexa, a operação, simples, é a formula, porém, não importa quão com-
mesma para se lerem todos os gráficos plexa seja, pode ser marcada num gráfi
retangulares. co, desde que se conheçam (ou possam
Note que x está marcado na abscissa pressupor) os valores das constantes (tais
e y na ordenada. Esta é uma convenção como a ou b). As mudanças nas constan
entre cientistas, mas é importante porque tes apenas alteram a curva da linha ou o
há de regra uma razão para tanto. A ponto no qual ela intercepta a ordenada.
maioria das vêzes, quando você deseja Por exemplo, na equação y = a -f- bx,
representar a relação entre duas variá mudar o valor de b de 1/2 para 2 faz y
veis, uma delas é independente, e a ou aumentar quatro vêzes tão ràpidamente,
tra
numa dependente.
experiênciaA ou
variável independente
série de medidas é com respeito a x, como o fêz antes; a li
nha agora move-se para cima em curva
a que o experimentador faz variar ou da mais íngreme. Mudando a, no entanto, al
qual tem o comando e cujo valor êle pode tera o ponto no qual a linha intercepta o
fixar; e a variável dependente é a que êle eixo y. Quando a é 1, êste ponto é 1;
mede ou deixa “depender” da outra. quando é 2, é 2, e por aí adiante.
No problema do dióxido de carbono, Um gráfico expressa um conjunto de
acima, a variável independente é a quan cálculos de determinada fórmula. É su
tidade de carbono com que você começa mamente prático, porquanto, uma vez que
— a quantidade que usa — e a depen yocê dêle disponha, não necessita fazer
dente é o quanto de dióxido de carbono novos cálculos para cada mudança numa
se obtém pelo processo. Se você quisesse, dais variáveis. Tudo o que você tem a
podia traçar um gráfico para o mesmo fazer é ler a resposta pelo gráfico. Por
problema, que o possibilitaria ler a quan essa razão, muitos dados e funções exatas
tidade
ria de dióxido
cómeçando de qualquer
com carbono que se obte
quantidade são-lhe
bem comoapresentados na forma
em fórmulas. Usandode ográfico,
gráfi
dè carbono. À fórmula s eria y = a + bx, co, você pode contornar grande quanti
onde a = 0, b = 44/12 = 3,67, x = quan dade de trabalho desnecessário. Êles isão,
tidade de carbono, e y a quantidade de portanto, uma ajuda para fazer cálculos.
dióxido de carbono (veja gráfico). Você De modo geral vale a pena que você de
poderia resolver a equação duas vêzes, senhe os seus próprios gráficos quando
uma para 12 gramas dè dióxido de car tiver uma série de cálculos a fazer.
bono e novamente outra quantidade, como
36 gramas. Marque êsses dois pontos no Tabelas. Uma tabela pode ser usada para
seu gráfico, e então trace uma linha pas apresentar o mesmo tipo de informação
sando através dos dois pontos. Daí para fornecida por um gráfico, mas de manei
diante, usando o gráfico, você podia re ra diferente. Fornece-lhe a informação
solver o problema para qualquer quanti em números e não em linhas. Por essa
dade de carbono. razão, é mais precisa do que um gráfico.
O ponto importante é que tèíiiõs uma Um gráfico, em geral, não pode ser lido
convenção para demarcar a variável in em mais do que duas expressões sig
dependente no eixo x (abscissa) e a de nificativas, mas você pode pôr tantas íi-
Problemas de Matemática 129

COMO LER UMA TABELA

O valor de y para diferentes valôres de x em equações diferentes.

a + bx

X a = 2; b = l/2 a = 3; b = 1/3 y = x2 y = log.


0 2 3 0 T" 00
1 2,5 3,33 1 0
2 3 . 3,67 4 0,301
3 3.5 4 9 (1,477
. 4 4 4,33 16 0,602

5 4,5 4,67 ' 25 0,699


6 5 5 36 0,778
7 5,5 5,33 49 0,845
8 6 5,67 64 0,903
9 6,5 6 81 0,954 ;

10 . -r 7- 6,33 100 ' 1


11 - 7,5 : 6í67 : . 121 1,041
12 . 8 7 144 1,079
13 8,5 7,33 169 1,114
14 9 7,67 196 1,146

15 9,5 8 225 1,176


16 10 8,33 256 1,204

guras quantas deseje (presumindo que as y em 10^ — x ou y = log. x. Êsses são


tenha) numa tabela. Essa uma das razões simples exemplos, pois podíamos incluir
por que são elas, algumas vêzes, usadas na tabela qualquer conjunto de números
em lugar
Note outra
dos gráficos.
coisa numa tabela. A co para qualquer
relação entre yfórmula
e x. que represente ã
luna da esquerda é habitualmente um Note que a tabela dá números dis
conjunto de valores para a variável x, a tintos, não contínuos. Fornece somente
mesma assinalada na abscissa do gráfico. certos valôres de y para certos valôres
Então, cada coluna sucessiva, lida para a de x. Um gráfico, no entanto, pode ser
direita, representa os valores de y corres contínuo, pois nêle se lê cada valor de y
pondentes a x. De uma coluna para a ou
tra, apenas são mudadas as constantes ou para qualquer valor de x (qualquer que
a natureza da equação. Na tabela-modêlo se ajuste ao gráfico). Assim, o gráfico é
que acabámos de traçar, a primeira colu muito melhor quando se deseja um con
na y é um conjunto de valores para junto de cálculos para quaisquer e todòs
y = a + bx, onde a = 2 e b = 1/2 (os os valôres de duas variáveis. Por outro
mesmos valores de constantes na ilustra lado, a tabela é mais precisa: permite-lhe
ção dos gráficos). Na segunda coluna, as o grau de exatidão que você deseja. E

bconstantes
== 1/3. Na foram mudadas
terceira parademos
coluna, a = 3 ose mesmo que possa
lores você apenasusar
paraa certos
tabela,poucos va
de qual
valôres de y quando y = x 2; e na última quer maneira ela é melhor do que o grá
demos o logaritmo de x, isto é, o valor de fico.
130 Como Estudar

As tabelas também têm um par de culares. Se você tem relativamente pouco


outras vantagens. Você pode usá-las que ver com números e problemas de ma
quando as várias linhas que elas repre temática, talvez nunca venha a precisar
sentam estão misturadas, sobrepostas e de qualquer outra coisa que não tabelas
entrelaçadas de modo tal, que você não de logaritmos, raiz quadrada, juros (se
pode lê-las em forma gráfica. De maneira você economiza ou toma dinheiro empres
semelhante, você deve usá-las quando as
magnitudes de diversos conjuntos de tado), prêmio-seguro
um plano e de anuidade
dé aposentadoria). (para
Os compên
números são muito diferentes, impossibi dios de muitas matérias, porém, ■ empre
litando-o de mostrá-las, de modo adequa gam tabelas e gráficos para apresentar
do, no mesmo gráfico. Naturalmente, princípios e in formação baseados em fato s.
você também pode colocar nas tabelas in- Você deve, portanto, ser capaz de lê-las
formação que não pode traçar nos gráfi-
cos, tal como uma série de constantes sem dificuldade. Se você é um estudante
para substâncias diferentes ou outras coi de ciência ou engenharia, terá muito mais
sas não suscetíveis de representar em necessidade de tabelas e gráficos. Dese
equações. jará provavelmente comprar um livro de
Para usar tabelas e gráficos com efi tabelas matemáticas, e um manual ou
cácia, você terá de praticar usando as de dois de dados, fórmulas e constantes im
' que necessita para suas finalidades parti portantes no seu setor de estudo.
E s TE é o tipo do livro faça-o-você-
mesmo, destinado a mostrar como vo
cê pode ajudar a si mesmo a tornar-se
melhor estudante. Nós nos concentramos
nos aspectos mais formais do estudo uni
versitário — usando compêndios (livros
didáticos), fazendo apontamentos na aula,
é fazendo exames. Todavia, além disso, a
maioria dos estudantes algumas vêzes ob
tém ajuda de outras fontes, tais como es
boços (temas), arquivos especiais de exa
mes antigos, e pessoas várias como conse
lheiros e reitores.
vamos discutir de São
modoessas as neste
rápido coisascaque E AJUDAR OS OUTROS
pítulo.
PARA ALÉM DOS COMPÊNDIOS
o que é fundamental sôbre dado assunto,
Quando você está aprendendo uma e é possível que sejam de utilidade no
nova matéria, há uma grande variedade trabalho de revisão da matéria. Por ou
de coisas, além de aulas e compêndios, tro lado, como nem todos os cursos são
que o podem ajudar. Diremos uma pala padronizados, correm êsses livros o ris
vra ou duas a respeito de algumas delas, co de não serem guia de confiança para
em particular acêrca de livros de traba a matéria de determinado curso. Portan
lho, temas, arquivos da fraternidade (co to, você não os pode seguir cegamente.
munidade estudantil), e leituras exterio Talvez um dos melhores usos de re
res. Tentaremos dizer-lhe quando tais coi sumos seja para a revisão de matéria
sas lhe vão Ser úteis e quais suas limi mais elementar. Suponhamos que você
tações. está estudando física e experimenta difi
culdade em matemática. Uma sinopse de
Livros de trabalho e temas. Na maior álgebra do ginásio ser-lhe-á sem dúvida
parte das livrarias que servem às univer de grande utilidade.
sidades você encontrará alguns livros de Alguma coisa mais geralmente útil
provas antigas com títulos como “Temas são os liyros de exercícios dos estudan
de Química” , “ Tema da História Euro tes, ou manuais, especificamente escritos
péia” , e assim por diante. Um ou mais re pára acompanhar alguns dos seus com
sumos são publicados para cada curso in pêndios didáticos. Amiúde acompanham
trodutório regular e alguns para cursos os compêndios nos cursos introdutórios.
mais avançados. Êsses resumos são justa São recomendados para ajudá-lo a exer
mente o que diz o título: fornecem as citar a matéria do compêndio respectivo.
bases essenciais sem explanações exten O conteúdo varia, mas, tipicamente, êles
sas, São
ilustrações ou pormenores.
livros úteis, mas têm suas limi incluem projetos
para ilustrar especiais
e explicar e exercícios
o livro, rever as
tações. Ajudam o estudante a reconhecer perguntas, e algumas vêzes testar itens
132 Como Estudar

que oferecem prática para exames. De Finalmente, as leituras extras dão-


qualquer maneira, o autor que prepara lhe uma orientação em coisas que você
êsses livros auxiliares esforça-se por lhe deseja estudar por iniciativa própria. Se
dar os métodos que o ajudarão a ficar in você está indeciso sôbre se quer ou não
teressado na matéria e estudar de ma aprofundar-se mais numa matéria espe
neira eficaz. cial, um pouco de tempo gasto correndo
Por vêzes o seu professor exigirá o os olhos por algumas das referências ge
rais dadas num eompêndio introdutório
livro;sem
rá, em exigir;
outros casos,
ou talvez
êle odiga
recomenda
algo ou dir-lhe-á, em geral, se você deve prosse
nada sôbre o assunto. Não importa o que guir com seus planos ou não.
êle faça, você será esperto em descobrir Outro tipo de leitura extra deve ser
se há um livro auxiliar que acompanhe o mencionado: jornais e revistas que tra
seu compêndio. Se puder, examine um tem do assunto em sentido geral. Algu-
exemplar do livro auxiliar a fim de deter mas dessas publicações constituem leitura
minar a possibilidade de lhe ser êle de interessante e educativa. Por vêzes for
valia. Quase todos êles são de algum va necem informação e compreensão do va
lor, e alguns o ajudarão muito. : lor direto de um curso, mas é certo que
tornam o seu estudo formal mais interes
Leituras extras. Os compêndios e livros sante e revestido de sentido, fornecendo
auxiliares em geral fornecem a essência assim motivação e satisfação no estudo.
da leitura para muitos cursos. Com muita Por exemplo, se o seu interesse capital
freqüência, portanto, os professores mar está no negócio e na economia, existem o
cam tais leituras; e mesmo que determi “Wall Street Journal”, ‘'Barron’s” e “Bu
nado professor o não faça. e provável que siness Week”. Para o estudante de física,
as recomende; de qualquer forma, quase há o “Physics Today”; para o estudante
todo o compêndio terá relações de refe geral de ciência, o “Scientific Monthly”,
rências gerais no fim de cada capitulo. ou o “ Scientifi c American” ; para o estu
Em que medida são valiosas essas dante de história, o “ American Heritage” .
leituras? Deve você preocupar-se com Êsses são apenas uns poucos de exemplos
elas? Muitos, talvez a maioria, dos estu que de forma alguma esgotam a lista. Al
dantes não o fazem, a menos que se lhe guns podem ser conseguidos em bancas de
exija. O fato, porém, é que são coisas jornais ou no seu livreiro. Outros prova
como as leituras extras o que oferece pro velmente existem na biblioteca da sua
fundidade genuína à sua educação. universidade.
Em primeiro lugar, elas podem aju
dá-lo e ajudam-no a compreender melhor Filmes educativos. O cinema está sendo
o seuomissas
sas compêndio básico.didático,
no livro Falam-lhe de coi
e algumas usado
tico nacada vez mais ecomo
sala-de-aula, vocêauxiliar didá
sem dúvida
vêzes dão-lhe percepção bastante diferen verá que alguns serão exibidos nos cursos
te em algum tópico difícil, de forma que que freqüenta. O cinema pode ser um
você possa compreendê-lo com mais faci meio extremamente eficaz para aprender,
lidade. Mais do que isto, porém, elas po pois os filmes não apenas combinam os
dem acrescentar satisfação ao seu estudo melhores aspectos da explicação do pro
e suscitar nova curiosidade em você. fessor com o material visual do compên
Em alguns assuntos, particularmente dio, mas também pode apresentar expe
os de humanidades, as leituras extras for riências, demonstrações e acontecimentos
necem a verdadeira substância do apren reais que de outra maneira não seria exe
dizado. O compêndio é freqüentemente qüível trazer para as salas-de-aula. Por
apenas um esqueleto, no qual o instrutor essa razão, mais e melhores filmes de en
dependura o corpo da leitura. Ler acêrca sino estão sendo produzidos todos os anos,
de Platão
da filosofianum compêndio
é apenas umasôbre históriaà
introdução os
um quais
papel estão gradualmente na
mais preponderante assumindo
sala-de-
leitura do próprio Platão. aula.
Como Obter Ajuda e Ajud ar os Outros 133

Como você está acostumado a ver tor usa num compêndio, mas deve insis
mais diversão do que ensino pelo cinema, tir em procurar as idéias principais e os
sentir-se-á tentado a sentar-se para trás pontos importantes — com o ao ler os
e relaxar os músculos quando o filme é compêndios — e escrevê-los na primeira
exibido na sala-de-aula. Pelo menos, já oportunidade. Porque as imagens se mo
vimos muitos estudantes procederem as vimentam depressa num film e, é ainda
sim. Se você pretende aprender pelos fil mais importante rever e recitar o que foi
mes,
guma porém,
coisa que
tem de
deveencará-los
ser estudada
como altão apreendido
ção, do que imediatamente
o seria rever e após a proje
recitar apon
cuidadosamente como o manual ou os tamentos de aula ou do compêndio.
apontamentos de aula. De fato, como é
de modo geral possível acumular muito Os arquivos da comunidade estudantil.
mais informação e explanação num filme Para alguns membros da fraternidade, a
do que em idêntico volume de conversa biblioteca mais freqüentada e a leitura
ção ou leitura, você deve realmente pôr- extra mais familiar é aquela maravilhosa
se na ponta dos pés para dêle obter o coleção conhecida como “fraternity files”.
máximo. Os dormitórios e as cooperativas de estu
Filmes, como outras coisas, devem dantes também têm arquivos. De fato, a
ser examinados antes de exibidos. Você, existência dêsses arquivos está tão am
natürálmente, não pode fazer isso, mas o pliada, que muitos cursos superiores e
instrutor em geral o faz. Antes da proje professores conseguiram que os arquivos
ção, êle quase sempre lhe dirá qual o as dos antigos exames fôssem depositados
sunto do filme e porde
Faça apontamentos quesua
o está exibindo.
explanação tal na biblioteca do estabelecimento de ensi
no para que pudessem ser consultados por
como o faria da pesquisa que êle oferece todos os estudantes. Os antigos exames
daquilo que vai dizar numa lição. Além são provavelmente os maiores tesouros
disso^ você observará que a maioria dos guardados em tais coleções; os velhos en
filmes educativos têm a sua própria pes saios e notas do curso, temas e provas
quisa logo no comêço. periódicas e quase tudo o que se desejar
A maneira ideal seria você tomar pode nelas ser encontrado..
notas dèpressa e àvidamente enquanto o Poucas coisas há neste mundo que se
filme está sendo apresentado. Na prática, jam tôdas boas ou tôdas más, e isso se
no entanto, você nem sempre pode fazer aplica ao “fraternity files”. Algo bom
isso, porque talvez não seja capaz de ver pode ser dito a respeito dêles. Podem aju
aquilo sôbre o que está escrevendo (essa dá-lo, quando você está estudando para
é a principal desvantagem dos filmes). Se um exame, a obter boa idéia acêrca de
a luz
de lhe permite
o fazer; tomar notas,
caso contrário, tentenão deixe
fazer os comoque
tos serápodem
o exame,
caire anas
percorrer
provas.osÉpon
fre
apontamentos “na cabeça”. Recite para si qüentemente útil, também, observar os
mesmo os pontos importantes no decor apontamentos dos cursos de outrem, a fim
rer do filme. Terminada a projeção, ras de ver como organizaram o material e o
cunhe ràpidamente tudo o que possa que encontraram de bastante importante
lembrar. para ser escrito. Se um' estudante estêve
Uma palavra dè aviso. Já que os fil ausente da aula, precisa consultar tais
mes são imagens e fazem uso considerá apontamentos com o propósito de preen
vel de situações da vida cotidiana, você cher o que tenha perdido, È ao selecio
pode ter a impressão de que pouco há de nar idéias para provas e a maneira como
“técnico” ou específico para se tomar no devem ser escritas, você achará útil ver
tas. Isto, no entanto, é habitualmente as amostras do que outros fizeram no pas
uma ilusão, pois os filmes didáticos apre sado.
sentam de fato pontos definidos. Você não Até onde sirvam os propósitos men
precisa lembrar-se de todos os pormeno cionados, êsses arquivos são de utilidade
res de cada ilustração, tal como não toma para o estudante. Na prática, porém, não
notas de tôdàs as ilustrações que um au podem realmente fazer tudo isso muito
134 Como Estudar

bem. Em primeiro lugar, porque são “ve


lhos” . Contêm o que aconteceu no ú lti
mo período, no último ano, ou até em al
guns anos precedentes. Ocasionalmente,
haverá um professor que não tenha mu
dado de compêndio, de lições, ou que tal
vez não tenha alterado o seu método nos
exames; enalições
ensaios maioria dos alteração,
sofrem cursos, porém, os
os com
pêndios mudam periodicamente, e mesmo
se tudo isso não fôr muito diferente, os
exames mudam. Quase todo o professor
—que usa perguntas objetivas tem um sis
tema de organizar novas perguntas e tor
nar “rotativas” as velhas, de maneira que
não há dois exames com mais do que re
duzida percentagem das mesmas pergun
tas. Algumas vêzes, nos exames de ensaio,
um professor faz algumas pequeninas per
guntas ou velhas “ castanhas” que tendem
a espocar repetidamente, mas costuma
sempre apresentar também perguntas no
vas. Além do mais, as perguntas antigas mudança radical no pònto-de-vista ou mé
podem ser revestidas de nôvo fraseado, todo de ensinar determinado curso.
exigindo respostas urdidas de maneira Outro ponto criticável nos arquivos
diferente, ainda que, superficialmente, não oficiais de um curso é que êles são
possam parecer as mesmas de antes. de qualidade desconhecida. Você de fato
Tudo isso significa que você talvez não sabe até que ponto o material nêles
esteja desperdiçando seu tempo com ar existente é realmente bom. Além disso,
quivos de velhos exames, a menos que mesmo que você tenha alguma idéia de
saiba como usá-los adequadamente. Coisa sua qualidade, deduzida dás notas credi
que não se faz é tentar usá-los para pre tadas às provas periódicas, ainda assim
dizer o que cairá num exame. Sem dúvi não se podé avaliar até onde será rele
da, terá você uns poucos de palpites acer vante o material à disposição. No caso de
tados, mas é de esperar que para cada notas, você na realidade não dispõe de
um dêles seja você levado a não estudar nenhum meio para determinar até que
algo que não conste dos velhos exames. pontoProvavelmente,
serão elas boas.
a pior coisa dêsses
Baseado em que são velhos êsses ar arquivos é o fato de estimularem hábitos
quivos e que os cursos mudam, também maus de estudo. Dão-lhe um senso falso
se costuma usar as notas e provas dos an de segurança, e encorajam o estudo aos
tigos cursos. A maioria dos professores bocadinhos e desorganizado. Os arquivos
continuamente alteram o seus cursos de dos antigos exames podem ser-lhe um
muitas pequenas maneiras (mesmo que tanto úteis, se você os utilizar de maneira
ê l e s não tenham novos profe ssores). apropriada. Não confie cegamente na sua
Quando você confia demasiadamente nas capacidade de memorizar perguntas indi
notas dös antigos cursos, não sabe quanto viduais, mas tente, em vez disso, usar os
está perdendo do que é corrente no curso velhos exames como instrumentos para
A única maneira pela qual as notas e en um autoteste, através dos quais consegui
saios dos velhos cursos são úteis é quan rá idéia rudimentar do quanto sabe a
do colocadas
conjunto lado do
de notas a curso
lado com um bom
presentemen respeito
isso de determinada
deverá ser feito commatéria.
critério,Mesmo
pois
te ministrado. Mesmo nesse caso, elas po pode conduzi-lo também a realçar as coi
dem tornar-se perigosas, se houver uma sas erradas.
Como Obter Ajud a e Ajud ar os Outros 135

Em menor escala, as velhas provas e O estudo com outros colegas para um


notas são úteis para o mesmo propósito. exame pode ser valioso, se feito correta
Se você procurar as provas de períodos mente. Não confie, no entanto, em que
passados, preste sobretudo atenção no seja isso sua única ou principal prepara
tipo de correções feitas pelo professor. ção para os exames. Antes que entre num
Será capaz, assim, de evitar erros de for assunto com o colega, deve ter estudado
ma e estilo. Mas, acima de tudo, não use o material inteiramente por si mesmo. O
provas velhas e relatórios de laboratório estudo com outros estudantes deve so
para copiar. Fazê-lo é o caminho mais mente servir para revisão e conferência
certo para entender mal o conteúdo de daquilo que você já estudou.
um curso. Mais cedo ou mais tarde o pro O estudo em grupo carreia uma coisa
fessor vai descobrir que você de fato não importante: oferece boa oportunidade
compreende e que tem andado cegamente para a recitação, que é, afinal, seu aspec
a copiar trabalho alheio, quando então to mais valioso. Mas, além disso, permite
estará você em sérias dificuldades. Tudo que se corrijam uns aos outros, dando-
isso se junta e constitui um aviso de que lhes, outrossim, melhor previsão do que
não pode você confiar demasiado nos ar será um exame.
quivos. Êles podem ser úteis se você os
procurar com idéia de fazer realmente al Para ser eficaz, o grupo deve proce
gum trabalho e não apenas usá-los indis der ordenadamente. Quando se reúne
criminadamente; mas não dependa dêles pela primeira vez, há de discutir o plano
fazendo-os ocupar o lugar das boas técni de ação e fixar uma agenda, tal como
qualquer outra reunião o faria. Então os
cas de estudo. seus elementos devem revezar-se, dando
COMO CONSEGUIR AJUDA sumários orais dos pontos importantes.
Não se deixe afundar com argumen
Há ocasiões em que todo o estudante tos sôbre pequenos pontos, e, acima de
necessita da ajuda de outras pessoas. O tudo, não aceite como definitivo o que o
bom estudante é autòeonfiante, mas para colega diz acêrca de algo. Êle pode estar
planejar algum programa e saber o que errado. Habitue-se a conferir qualquer
estudar e o quanto dêle se espera, precisa ponto nôvo que provenha do colega.
da ajuda de outras pessoas. Discutiremos À parte estudar juntos para exames,
o problema de maneira ligeira nesta seção. há, naturalmente, outras ocasiões ém que
os estudantes podem ajudar-se mutua
Outros estudantes. Os estudantes aju mente. Se houver alguma coisa num curso
dam-se uns aos outros de numerosas ma que você não compreenda, e souber de
neiras. Você não pode, porém, colhêr de um colega que a entenda bem, peça-lhe
outros estudantes substancial informação que lha explique. Vale realmente a pena
acêrca de determinados assuntos. Algu que você mantenha etiquêtas dos seus
mas vêzes a informação é valiosa. Deve pontos fracos e da habilidade de outros
tomá-la, porém, com certa reserva. O jul companheiros, de forma que saiba quan
gamento dos estudantes não é infalível, e do e a quem pedir auxílio. Se, por outro
as coisas mudam de tempos a tempos. Es- lado, alguém lhe pedir ajuda sôbre deter
téj a preparado para ser o seu próprio con minado ponto, você deve estar pronto
selheiro em um curso, no que respeita às para, dentro de certos limites, lhe conce
decisões de como realizar o trabalho que der algum tempo. Além do gesto amisto
lhe compete. so, ajudar outras pessoas pode ser de uti
Os estudantes que estão freqüentan lidade para você, pois lhe dá chance de
do juntos determinado cürso devem tam exteriorizar o que sabe e, conseqüente
bém ocasionalmente comparar os aponta mente, recordar e compreender melhor os
mentos que fizeram. Dessa maneira po pontos acêrca dos quais discorreu. (É
derão
rificar,trocar idéias sôbre os
em colaboração, os pontos
mesmosimpor
e ve axioma
não corrente
existe melhorentre
modoosdeprofessores que
aprender uma
tantes e difíceis. matéria do que ensiná-la aos outros).
136 Como Estudar

Professores. Os professôres podem aju te que êle não tenha tornado claro ou
dá-lo de outras\ maneiras sem ser nas au algo que você não compreenda, não he
las. A coisa mais importante para obter site em lhe pedir esclarecimentos. Não se
ajuda do seu professor é não lhe pedir intimide, tampouco, em formular pergun
auxílio acêrca de algo que você deveria tas que lhe interessam ou a respeito
ter conseguido por si mesmo. Se você tem das implicações das coisas aprendidas no
faltado às aulas ou dormido demais, não curso. Os professôres gostam dos alunos
lhe peçaseque lhe repita o que deveria ter
interessados, e gostam
de ver estudantes particularmente
com inclinações inqui-
ouvido tivesse comparecido. Isso dei
xará impressão desfavorável no professor, sitivas que aprendem mais do que é exi
e é deselegante e injusto. Se você perde gido e desejam compreender o sentido
algum ponto, tente recuperá-lo pedindo a das coisas que aprendem. Se você souber
um dos companheiros que o ajude.— —— escolher o momento oportuno e evitar __

Evite pedir ao professor favores es aborrecer o. professor com perguntas ri


peciais ou não razoáveis. Não ouse, por dículas, poderá beneficiar-se imensamen
exempo, pedir-lhe que lhe empreste seus te de discutir os problemas com êle.'Êle,
apontamentos. Êsse tipo de pedido terá por sua vez, tem certeza de gostar e tirar
apenas o efeito de importuná-lo. A pro proveito da sua genuína expressão de in-
pósito ainda de favores especiais, acon terêsse no curso.
tece habitualmente o aluno pedir parafa
zer o exame mais tarde. Poucas coisas Conselheiros de Faculdade. Em muitos
hão de causar
vel num impressão
professor maise você
do que isso, desfavorá
será estabelecimentos de ensino
estudante é designado para superior, cada
um conselhei
sensato se evitar fazê-lo, exceto se abso ro de faculdade. Suas responsabilidades
lutamente necessário. variam de instituição para instituição. Em
Quando a época do exade se aproxi geral, porém, o dever dêle é ajudar o es
ma, os estudantes fazem todos os tipos de tudante com decisões a respeito dos pro
perguntas. Uma das mais tolas, e muitas gramas do curso e outros quaisquer pro
vêzes ouvida, é — “Quanto devemos sa blemas acadêmicos especiais. Até onde
ber?” A resposta, naturalmente, é — essa relação funciona na prática depende
“Tanto quanto possível”. É mais razoável tanto do aluno como do conselheiro.
fazer perguntas específicas a respeito de Antes de mais nada, faça por si tudo
suas responsabilidades pára o exame. o que possa fazer. Você deve ler o catá
Você poderia, por exemplo, perguntar: logo do estabelecimento para saber que
“Somos responsáveis por todos os nomes cursos são oferecidos; consultar as tabe
de pessoas mencionados no compêndio?” las para ver que cursos colidem uns com
Ou “Quanto realce será dado às datas?” os outros, e daí não poderem ajustar-se
(Ou derivações, fórmulas, experiências, ao seu próprio horário, e fazer o cálculo
etc.). O professor tem habitualmente boa- exigido a fim de determinar quantos
vontade em lhe explicar a sua política “ créditos” deve tomar ou está planejando
geral em tais matérias. Você, de certo, tomar em qualquer período determinado.
quererá saber que tipo de exame espe Até onde estiver certo do que vai fazer,
rar; se o professor não lho disser, per deve preparar você mesmo os documentos
gunte. exigidos para a aprovação e ação do con
Os professôres têm o tempo muito li selheiro. Em geral, dirija-se a êle somente
mitado. Portanto, tente conseguir a ajuda depois de ter estudado meticulosamente
dêles imediatamente antes ou depois da seus próprios problemas, aprendido tudo
hora regular da aula. Seja breve e faça-o o que puder sôbre êles, e ter as perguntas
à maneira de quem trata de negócios. específicas bem formuladas.
Não deixe que êsses conselhos, po Lembre-se, outrossim, que a tarefa
rém, o desanimem da intenção de formu do conselheiro é aconselhar e não tomar
lar legítimas e interessantes perguntas ao decisões que a você mesmo cumpre to
professor. Se houver um ponto importan mar. Êle lhe dará as informações que
Como Obter Ajuda e Aju dar os Outros 137

você não pode obter j>or si mesmo, bem que mais estudantes do que seria de es
como as opiniões baseadas no que êle perar fracassam em seus propósitos. Sa
sabe acêrca dos cursos e do seu valor bemos que êsses serviços especiais aju
para os objetivos que você tem em men dam a manter alguns estudantes em boa
te. No fim, porém, cabem a você as esco forma, os quais, sem essa ajuda, desisti
lhas a serem feitas entre os diferentes riam ou fracassariam. Se você estiver em
dispositivos dos cursos. Você não deve apuros, não deixe de procurar os servi
desejar que lhe digam o que fazer, nem ços ao seu dispor.
pedir ao conselheiro que decida sôbre ma
térias de interêsse, gôsto ou preferência Quando você estiver em dificuldades. Te
pessoais. \ mos certeza de que muito do que disse
Os estudantes muitas vêzes têm pro mos neste livro o ajudará a ficar fora de
blemas pessoais que podem, com razão, dificuldade no que concerne aos estudos.
ser levados ao conselheiro. Se você está Talvez você tenha adquirido o livro tarde
fracassando ou andando mal em qualquer demais, e dêle não tenha podido tirar
dos seus cursos, ou se tiver dificuldades proveito e ajuda para as dificuldades que
no estudo (o que não deve, depois de ler já enfrenta. Ou talvez se encontre em al
êste livro), ou mesmo se preocupações ou gum tipo de dificuldade a despeito de to
dificuldades pessoais atrapalharem seria dos os seus melhores esforços. Certamen
mente o seu trabalho, você deve ser capaz te e estudante excepcional e de sorte
de apresentar êsses problemas ao conse aquele que pode escapar de conhecer al
lheiro para dêle
ou orientação. Nãoconseguir alguma ajuda
espere demasiado, po guma Por
dade. vez isso,
mausalém
momentos na que
das coisas universi
já dis
rém, nem ocupe muito do seu tempo. Se semos até aqui, temos uns poucos de pon
você expuser seu problema claramente, tos sôbre conselho específico acêrca do
êle sem dúvida poderá ajudá-lo com al que fazer quando em uma das dificulda
guma sugestão útil, mas raramente será des peculiares aos estudantes de cursos
capaz de resolver seu problema. Isso é superiores.
coisa que só você pode fazer. Além disso, Suponhamos que você tenha traba
se você tiver sérios problemas pessoais e lhado duramente num curso, fazendo
emocionais, o típico conselheiro de fa tudo que sabe fazer e, no entanto, não
culdade não tem nem tempo nem conhe pode aprender o que deseja. Está fazen
cimento suficientes para resolver seu do trabalho medíocre, ficando atrasado,
caso. O máximo que talvez possa fazer é sem compreender a matéria, achando-a
mandá-lo a outro conselheiro ou a qual para além do que comporta a sua cabeça.
quer outra pessoa profissionalmente trei Que fazer, então?
nada para lidar com tais problemas. Nesse caso, você deve, antes de mais
nada, tentar diagnosticar o seu caso o
Ajuda de fontes especiais. Em certas oca mais cedo posisível. Não se arraste na espe
siões os estudantes necessitam de ajuda rança de ser melhor mais tempo do que
de fontes especiais. Você poderá precisar é preciso para dizer que algo está errado.
de algum trabalho remediador para re Não espere por nota negativa na hora do
solver sérias deficiências em conheci exame a fim de certificar-se de que tinha
mentos básicos como aritmética ou leitu boa razão de suspeitar muito antes.
ra. Ou poderá precisar de algum conselho Quando tiver conseguido uma boa idéia
pessoal e orientação. Nesses e em outros de que está em dificuldade, tente dar um
casos, você verá que há gente na sua ins jeito.
tituição especificamente designada para Para tomar alguma providência, você
ajudá-lo. É boa idéia descobrir que tipos tem de perceber, pelo menos rudimentar
de serviço especial estão ao seu dispor na mente, qual sua verdadeira dificuldade.
formauso
fazer de dêles
conselho, estudo
se tiver clínico, etc.,
necessidade. Taise Está ovocê
para inadequadamente
curso? Existe alguma preparado
coisa no
serviços existem porque a administração curso que lhe pareça particularmente er
do estabelecimento está dbnvencida de rada? É o seu vocabulário especial o que
138 Como Estudar

lhe causa apreensão? Tem você dificulda um curso para procurar a ajuda substan
de com cálculos, problemas ou trabalho cial que precisa. Mesmo bons estudantes.
de laboratório? Faça a você mesmo per descobrem que muitas vêzes há algumas
guntas como essas a fim de formular, tão coisas em um curso que êles têm difi
bem quanto lhe seja possível, aquilo que culdade de dominar. Se fizerem uma lista
possa estar errado. das coisas que os incomodam, êles fre
pode Seu problema
fazer seguinte
algo para é decidir
remediar se
as difi qüentemente
baixo, quandopodem percorrê-la
conseguem algunsdeminutos
alto a
culdades ou se deve considerar a possi do professor, e marcar as indicações que
bilidade de deixar o curso. Nesse ponto, os farão resolver a situação.
seu professor pode ser-lhe de valia. Se Suponhamos agora que você acompa
você a êle se dirigir, preparado para lhe nha bem um curso com uma hora de exa
dizer quais os seus problemas particula me ^u ^tu ^s^ ^e scõbr e^u ê esfá ^rõ du-
res, talvez êle possa orientá-lo sôbre que zindo trabalho pouco satisfatório, É pro
providências deve tomar você para resol vavelmente tarde demais para abandonar
ver seu caso. Talvez êle possa descobrir o curso sem alguma espécie de penalida
alguma coisa que você, de modo reitera de. O que dissemos através dêste livro
do, esteja fazendo errado. Êle pode desco- acêrca de como aprender com os nossos
brir-lhe uma fraqueza na preparação e próprios erros e notas más é particular
prescrever-lhe alguma leitura ou exercí mente apropriado aqui. Em vez de sofis
cio especial que o ajudem. Por outro lado, mar com a sua nota e pôr;de lado a prova
êle pode descobrir que você apenas en que a recebeu, é tempo de descobrir o
trou num curso que lhe é muito difícil que está especificamente errado. Se pu
— isso pode muito bem acontecer, por der. você deve percorrer a prova com ou
exemplo, quando os estudantes continuam tra pessoa, um bom estudante, para ver
uma língua estrangeira que estudaram se assim aprende qualquer coisa. Se não
anteriormente no gmasio -— e sugerir ou estiver ainda convencido de que sabe
tro, melhor para um estudante com seus onde estão suas deficiências, peça a seu
antecedentes. professor que reveja a prova com você.
Se você se der conta de sua difi Se tem realmente interêsse em melhorar,
culdade e procurar ajuda a tempo num os professores estão quase sempre dese
curso, poderá normalmente descobrir qual josos de despender um pouco a fim de lhe
o tipo de ação aconselhável. Se pode me mostrar o que deveria ter sido feito para
lhorar, descobrirá como. Se não há pers que a prova estivesse certa.
pectivas de poder melhorar, ainda é tem Algumas vêzes as coisas atingem tal
óposeu
para abandonar
programa semo desnecessária
curso e reorganizar
dor de ponto,
ser que de
capaz vocêsair
temdopouca esperança
atoleiro. de
Fêz mau
cabeça. Não é boa idéia, porém, abando trabalho durante todo o período e então,
nar um curso de modo abrupto e sem pro ao chegar ao fim, continua a fazer mau
curar conselho competente, especialmen trabalho. Em tal situação, talvez seja de
te se o curso é o exigido ou recomendado masiado tarde para conseguir elevar o
para o seu setor de estudo. Por essa ra seu grau, mas não é tarde demais para
zão, muitos estabelecimentos de ensino aprender alguma coisa que o ajude a evi
exige m a aprovação do profe ssor e do tar dificuldades semelhantes no futuro.
conselheiro de faculdade para a desistên Estudantes em demasia que receberam
cia de um curso — não por motivo de um grau final em um curso não se im
burocracia, mas para encorajar o estu portam de conferir suas provas, que po
dante a procurar ajuda na decisão que diam obter do professor, para ver onde
deve tomar. De qualquer maneira, é acon andaram errados. Em muitos casos deve
selhável obter o conselho antes de desis riam ter pedido para percorrer a prova
tir de um curso que você julga estar-lhe com o professor, não com qualquer pen
causando dificuldades. samento de conseguirem mudar a nota,
Você não precisa se achar em séria mas com a idéia de assinalarem as pró
dificuldade ou na iminência de desistir de prias fraquezas e erros. Se tivessem feito
Como Obter Ajud a e Aju dar os Outros 139

isso, poderiam preparar-se para uma boa AS MANEIRAS DO ESTUDANTE


arrancada no período seguinte e não se
arriscariam a novas dificuldades. Ao concluir êste livro sôbre como es
Algumas vêzes o empecilho pode re tudar, cumpre-nos dizer alguma coisa sô
sidir não em erros ou na fatura de coisas bre as maneiras do estudante. Elas têm
passíveis de corrigenda, mas, em vez dis grande influência no seu sucesso aca
so, em algo com raízes mais fundas. O es dêmico, bem como nas suas relações pes
tudante pode achar-se em dificuldades soais com os professôres e condiscípulos.
pessoais com outra pessoa, preocupando- O comportamento na sala-de-aula. Che
se demasiado com coisas alheias à vida gue à aula a tempo. Além das coisas que
acadêmica, e geralmente sentir-se incapaz você perde por chegar à aula tarde, êsses
de se aplicar da maneira que seria dese atrasos perturbam seus companheiros e o
jável. Se essa é a dificuldade, não é de professor. Uma vez na aula, desempenhe
natureza que o professor possa resolver. a sua parcela de atividades e seja um bom
Será, porém, tempo de tirar proveito de ouvinte. Se se trata de uma aula de dis
alguns dós serviços especiais que mencio cussão, beneficie-se em tomar parte nela.
námos antes, e particularmente dos ser Essa é a maneira como você aprenderá, e
viços do conselheiro psicológico. Se você em alguns casos os professôres sentem-se
se sente profundamente deprimido, ou aptos para o julgar pelo grau de interêsse
muito ansioso, ou esta amiúde metido em de sua participação. Se a aula é de con
dificuldades sociais, deve dirigir-se logo a ferência, seja um ouvinte atento e deli
tal conselheiro, ou, na falta dêle, a um cado. Quer você o compreenda ou não, o
psiquiatra. Não há nenhum proposito em professor é de modo geral sensível à ati
prejudicar o seu trabalho acadêmico e a tude da classe para com êle; uma sala
sua própria felicidade. Se está em difi cheia de estudantes desatentos, meio so
culdade emocional, vá de imediato con nolentos, não é uma visão inspirador a, e
sultar alguém profisisonalmente capaz de baixa o moral do professor. Finalmente,
ajudá-lo. não se apresse quando soar a campainha
Mencionaremos agora a possibilidade no fim da aula. Espere que o professor
de a dificuldade surgir porque você é termine, para então fechar seu caderno
uma “estaca redonda num buraco quadra de apontamentos e meter os livros de
do” (está no lugar errado). Talvez esteja baixo do braço.
tentando seguir um curso pelo qual de Ponto realmente fundamental, no
fato não
existir nutre
uma nenhumde interêsse.
variedade Pode
outros cursos que respeita a suas relações com o pro
fessor, é você executar seu trabalho com
pelos quais sinta você mais entusiasmo e pontualidade. Estar atrasado com deveres
nos quais se revele mais competente. E diários, provas periódicas, e tipos idênti
pode, também, estar fazendo esforços no cos de tarefa, é sinal de má organização
sentido de um objetivo vocacional para o sua. Alguns professôres, com razão, pu
qual não se acha indicado. Como conse nem os estudantes que chegam atrasados;
qüência, poderá estar tão mediocremente mesmo que isso não ocorra com você, não
motivado, que não pode agüentar o es ser pontual é coisa extremamente injusta
forço que êsse tipo de trabalho exige. de sua parte e dá mau reflexo do seu ca
Eis novamente um caso em que se impõe ráter.
ajuda profissional competente; procure
um psicólogo, conselheiro vocacional, ou Conferências. Como assinalamos antes, os
alguém equipado para ajudá-lo a encon estudantes têm oportunidades de pro
trar o objetivo vocacional e o curso de curar orientar-se com os professôres, que
estudos para o qual você se acha indi consideram tais consultas com os alunos
cado. parte de seu trabalho. Você deve, porém,
140 Como Estudar

lembrar-se de que o tempo do professor futura, você terá de respeitar a pontuali


é precioso. Além das aulas e da prepara dade de suas entrevistas com alguém, e
ção para elas, os membros da faculdade não é muito cedo para que você aprenda
têm centenas de tarefas que empreender: na universidade a ser rigoroso nos seus
muita leitura para estarem em forma compromissos.
como professores, reuniões profissionais Quando fôr admitido para uma con
por atender, cartas e recomendações que ferência, seja sucinto e claro. Não tropece
escrever, reuniões do comitê para assis nem gagueje, procurando pensar o que já
tir, e muitas outras diversas atividades deveria ter pensado antes de comparecer.
relacionadas com o funcionamento de um Cinja-se ao assunto que ali o levou; quan
estabelecimento de ensino. Em algumas do tiver terminado, expresse uma ou duas
instituições, a pesquisa constitui parte palavras amenas e cordiais, e siga o seu
substancial do trabalho dos professores. caminho. Se você não souber dizer quan
Tudo isso significa que você deve do acabou, esteja atento aos indícios. Se
tentar não esbanjar o tempo do professor. o professor mostra impaciência, se se cur
Se sua pergunta é breve, não o perturbe va para a frente em sua cadeira, se se le
em seu escritório interrompendo o que vanta ou lhe dá qualquer outro sinal de
êle estiver fazendo; tente aproximar-se que o tempo terminou, encerre o assunto
dêle exatamente antes ou após a aula, prontamente.
quando êle poderá atendê-lo ràpidamente. Se você souber conduzir a conferên
Não lhe faça perguntas tôlas ou outras cia com o professor à maneira do homem
cujas Não
saber. respostas você
lhe peça tem
para obrigação
fazer de
o que; você de
são negócios, êle conservará
muito melhor umapode
de você, o que impres
vir
mesmo, como jovem adulto que se respei a refletir em atenções quando acaso tiver
ta a si mesmo, deve ser capaz de fazer de escrever uma carta de recomendação
por iniciativa própria. Quando se tratar para você. Mais importante ainda, êle
de provas ou recomendações, apresente-as pensará nos estudantes em geral com
com a máxima antecipação possível. Mes mais bondade e sentir-se-á inclinado a ser
mo pequenas coisas como escrever seu de ajuda para êles. E terá mais tempo
nome ou subscritar um envelope são mo para fazer as coisas que precisa fazer a
tivos para desperdiçar tempo e dar abor fim de que seja um professor eficaz e à
recimento. Se você as pode fazer, não lhe altura de sua missão escolar.
peça que as faça em seu lugar. Raramente têm os estudantes a in
Se o seu problema exige realmente tenção de ser descorteses na sala-de-aula
uma conversa de vários minutos, não apa oü de importunar o professor. Costumam
reça sem ser esperado na sala do profes apenas ser impensados ou impacientes.
sor, a não ser que êle o tenha prèviamen- Êsses rápidos comentários sôbre as ma
te convocado ou anunciado as horas em neiras dos estudantes têm por finalidade
que pode receber alguém. Peça-lhe uma simplesmente constituir-se num lembrete
audiência, explicando o assunto que de para algumas das coisas que você pode
seja tratar, quando a pedir. Uma vez mar fazer a fim de tornar o estudo e o ensino
cada a audiência, não deixe de compare um pouco mais fácil — tanto para os con
cer na hora marcada. Mais tarde, na vida discípulos como para ps professores.
OUTRAS OBRAS PARA LEITURA E ESTUDO

Ar mstrong , W. H., “ Stu dy is Hard W ork” , McCallister, J. Ml: “Purposeful Reading in


Harper, Nova Iorque, 1956. College”, Appleton-Century-Crofts, Nova
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Bennett, M. E. “College and Life”, 3.a edição,
McGraw-Hill, Nova Iorque, 1952. McKown, H. C.: “How to Pass a Written Exa
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Lewis, N.: “How to Read Better and Faster”, Witty, P.: “How to Become a Better Reader”,
Crowell, Nova Iorque, 1944. Science Research, Chicago, 1953.
HORÁRIO PROVISÓRIO DE TRABALHO

Tempo Segunda Têrça Quarta Quinta Sexta Sábado

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UM G ip tí
O ESTtIBO

Aqui estão estratégias para bons estudantes, bem


assim para aqueles que experimentam dificulda
como
des com os estudos. Êste livro ajuda-lo-á a traçar
o seu programa de estudo de maneira mais eficaz estudar
e menos desperdiçadora do tempo. Mostra-lhe
como utilizar melhor o seu compêndio . . . como
ler e fazer apontamentos científica e eficiente
----

mente. Abrange problemas especiais, como: fazer


exames. . . estudar idiomas estrangeiros, . . estu
dar matemática. . . redigir temas e relatórios. . .
obter ajuda, Autotestes fornecem valiosos marcos
para avaliar o seu progresso, e espaços em branco
acham-se nêle incluídos para você delinear seus-
horários
estão de estüdo.
nitidamente Os maus
apontados e háhábitos de estudo
instruções sôbre
como obüèsos. boas.

Escrito p tó Cliffo rd T. 5Morgan, autor de uma


obra modelar, “ Introduction to Psycholo gy” , e
James Deese, autor de “The Psychology of
Learning”, êste livro pratico oferece-lhe auxílio
concreto no sentido de aumentar « seu aprovei
tamento acadêmico. Cóbre compreensivamente os
métodos usados para remediar as deficiências dos
CTirsos superiores e as técnicas de estudo.

É obra à qual você recorrerá muitas vêzes para a


solução de suas necessidades e problemas. . . para
sugestões frescas ou saber como produzir mais
trabalho em menos, tempo. . . para exemplos do
que dá resultados e do que os não dá. Use êste
liyro
-■•ti.
cômodo-dé «técnicas
• ;
práticas, siga—suas 'ins-
. £
trjuções, execute os exercícios que lhe oferece, e
torne-se um estudante mais bem sucedido. . .
obtenha melhores graus. . . aprenda mais em
menos tempo.

Você também pode gostar