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PROPRIEDADES

TÉRMICAS
INTRODUÇÃO

• Para caracterizar o comportamento térmico e físico do


sistema, são definidas propriedades térmicas de material.

• Como será visto posteriormente, essas propriedades


caracterizam as matrizes condutância [K] e capacitância [C]

• As principais propriedades térmicas são:

– Condutividade Térmica
– Calor Específico
– Densidade
CONDUTIVIDADE TÉRMICA

• A condutividade térmica (K) define a capacidade do


material transmitir calor por condução.

• A partir da Lei de Fourier, pode-se dizer que:

Qx
Kx  
T x 

• A condutividade térmica é uma propriedade direcional.


– O material pode apresentar valores de condutividade específicos
para cada uma das três direções cartesianas.
– De uma forma geral, os materiais apresentam comportamento
isotrópico para a condutividade.
CONDUTIVIDADE TÉRMICA

• O fluxo de calor por condução é diretamente proporcional à


condutividade.

• Como a condução é um fenômeno molecular:


– Condutividade: Sólidos > Líquidos > Gases
– Em sólidos, quanto mais regular a estrutura cristalina, maior a
condutividade.

W W
• Unidade: ou
m  C m K

– Observe que a variação de graus Celsius e Kelvin é a mesma; logo


os valores numéricos para ambas escalas são iguais.
– Por exemplo: 60 W / m.°C = 60 W / m.K
CONDUTIVIDADE TÉRMICA

Condutividade Térmica
Material
(W / m K)
Aço Carbono 60,5
Aço Inoxidável 15,1
Água 0,604
Aluminio 237,5
Ar 0,26
Borracha 0,16
Bronze 64
Cerâmica 4,5
Chumbo 35
Cobre 400
Concreto 0,72
Ferro 79
Ferro Fundido 83
Latão 111
Ouro 315
Polietileno 0,4
Prata 429
Titânio 21
Vidro 1,4
CONDUTIVIDADE TÉRMICA

• Deve-se destacar que a condutividade térmica pode ser


bastante influenciada pela temperatura em alguns
materiais.
CALOR ESPECÍFICO

• O calor específico (c) define a quantidade de energia


necessária para que o material aumente sua temperatura.
– Com base na energia E, massa m e variação de temperatura T
tem-se:

E
c 
m  T

J J
• Unidade: ou
kg  C kg  K
CALOR ESPECÍFICO

• Na prática o calor específico dificilmente apresenta um


valor constante, sendo afetado pelas variáveis de estado
do sistema.
– O calor específico pode apresentar valores diferentes para as fases
líquida e sólida, usados para o cálculo de entalpia.

• O calor específico pode ser definido para condições de


pressão constante (cp) ou volume constante (cV).
– Para meios sólidos, foco de estudo de análises pelo MEF, os
valores de cp e cV são praticamente os mesmos.

• Também é influenciado pela variação de temperatura.


CALOR ESPECÍFICO

Calor Específico
Material
(J / kg K)
Aço Carbono 434
Aço Inoxidável 480
Água 4179
Aluminio 951
Ar 1007
Borracha 1
Bronze 420
Cerâmica 800
Chumbo 129
Cobre 385
Concreto 780
Ferro 447
Ferro Fundido 165
Latão 162
Ouro 129
Polietileno 2300
Prata 235
Titânio 522
Vidro 750
DENSIDADE

• A densidade (), também denominada massa específica,


representa uma relação entre a massa m e o volume V do
material.
m
 
V

• Também é utilizada para análises estruturais, onde a


contribuição da massa é fundamental ou na presença de
carregamentos inerciais.

kg
• Unidade:
m3
– Normalmente sua dependência com a temperatura é desprezível.
DENSIDADE

Densidade
Material
(kg / m3)
Aço Carbono 7850
Aço Inoxidável 7750
Água 997,4
Aluminio 2689
Ar 1,1614
Borracha 1190
Bronze 8890
Cerâmica 4900
Chumbo 11336
Cobre 8933
Concreto 2300
Ferro 7870
Ferro Fundido 7200
Latão 8600
Ouro 19300
Polietileno 930
Prata 10500
Titânio 4500
Vidro 2500
ENTALPIA

• A entalpia está associada à energia total do sistema.


– Com base na energia interna U, pressão p e volume V tem-se:

H  U  pV

• É possível também estabelecer uma relação entre a


variação de entalpia de um sistema e a transferência de
energia.
H  Q

– Se H > 0 : sistema absorve energia (processo endotérmico)


– Se H < 0 : sistema libera energia (processo exotérmico)
ENTALPIA

• A entalpia também pode ser definida com base no calor


específico e densidade do material.
– Essa abordagem é normalmente usada para calcular uma curva de
entalpia, para avaliação de problemas térmicos avançados como
transformação de fase.

H
H   c dT
Delta H, calor latente

Ts Tl T
ENTALPIA

• Cálculo da curva de entalpia:


– Para T < Ts:

H  cs T  T0 

cs = calor específico na fase sólida


T0 = temperatura inicial de referência (normalente nula)

– Para T = Ts:

Hs  cs Ts  T0 
ENTALPIA

• Cálculo da curva de entalpia:


– Para Ts < T < Tl:

H  Hs  c* T  Ts 

L cs  cl
c *
 cmed  cmed 
Tl  Ts 2

cl = calor específico na fase líquida


L = calor latente
ENTALPIA

• Cálculo da curva de entalpia:


– Para T = Tl:

Hl  Hs  c* Tl  Ts 

– Para T > Tl:

H  Hl  cl T  Tl 
DEFINIÇÃO DE PROPRIEDADES NO ANSYS

• No WorkBench Mechanical modelos de material podem ser


criados no ambiente Engineering Data.

• Para cada material, as propriedades podem ser definidas


como constantes ou função da temperatura.
DEFINIÇÃO DE PROPRIEDADES NO ANSYS

• No Mechanical APDL, modelos de material são definidos


pelo menu indicado abaixo.

Comandos APDL:
MP, MPTEMP, TB, TBDATA, TBTEMP
DEFINIÇÃO DE PROPRIEDADES NO ANSYS

• O Engineering Data não permite a definição da entalpia; ela


deve ser criada por meio de uma macro APDL.
– IMPORTANTE: internamente, o ANSYS reconhece valores
específicos de entalpia (ou seja, em J / m3).

• Todas as demais propriedades podem ser configuradas da


mesma forma.
– IMPORTANTE: ao trabalhar com sistemas baseado em milímetros,
observe que a condutividade é definida em ton.mm / s3.°C.

Unidades em metros Unidades em milímetros


PROPRIEDADES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO

• Para uma caracterização completa do material, todas as


propriedades devem ser definidas.

• Entretanto, é possível simplificar a modelagem de material,


entrando apenas com as propriedades fundamentais para a
análise de interesse.

• Independente do caso analisado, a condutividade térmica


é obrigatória!
– Sem a condutividade, não será possível estimar os fluxos de calor
através do sistema.
– O ANSYS informa uma mensagem de erro caso a condutividade
não seja definida.
PROPRIEDADES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO

• Em simulações de regime permamente (steady-state), não


há armazenamento de energia.

• Além disso, como o equilíbrio é avaliado, não são


considerados gradientes ao longo do tempo.

• Essas considerações fazem que o termo de capacitância


seja desprezível.

• Logo, para esse tipo de análise, não é necessário definir


calor específico e densidade.
PROPRIEDADES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO

• Por sua vez, em simulações transientes esse termo é


fundamental, dessa forma torna-se necessário definir o
calor específico e a densidade.
• Em vez dessas propriedades, pode-se definir a entalpia,
em especial para casos de transformação de fase.
• Na ausência dessas propriedades, o programa exibe um
aviso.
– A simulação pode ser rodada, porém corpos com o material
incompleto não serão capazes de armazenar energia.
DETALHES SOBRE TRANSFORMAÇÃO DE FASE

• É importante lembrar que uma malha de elementos finitos


de uma análise térmica é estática.
– A geometria permanece inalterada durante toda a simulação.

• Dessa forma, deve-se observar se esse comportamento é


aplicável para o estudo de transformação de fase.
– Usando o MEF, normalmente é avaliada apenas a transformação
entre as fases líquida e sólida.
– É comum considerar também que o material está completamente
contido em uma região fechada.

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