Você está na página 1de 11

Direito Administrativo

Lei nº 8.429/92
Professor Ismael Noronha
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)
Professor Ismael Noronha

Sumário
MAPA 1 - DO PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA 3
ADENDO - EXEMPLO DE DESRESPEITO DO PRINCÍPIO DA MORALIDADE 4
MAPA 2 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A IMPROBIDADE 5
QUESTÕES DOS MAPAS 1 E 2 6

MAPA 3 - DOS SUJEITOS PASSIVOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 7


MAPA 4 - DOS SUJEITOS ATIVOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 1 8
MAPA 5 - DOS SUJEITOS ATIVOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 2 9
QUESTÕES DOS MAPAS 3 A 5 10

MAPA 6 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 1 11


MAPA 7 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 2 12
MAPA 8 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 3 13
MAPA 9 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 4 14
MAPA 10 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 5 15
MAPA 11 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 6 16
MAPA 12 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 7 17
MAPA 13 - DA TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 8 18
QUESTÕES DOS MAPAS 6 A 13 19

MAPA 14 - DAS RESPONSABILIDADES 23


MAPA 15 - DAS PENAS - 1 24
MAPA 16 - DAS PENAS - 2 25
MAPA 17 - DAS PENAS - 3 26
MAPA 18 - DA DISCRIMINAÇÃO DAS PENAS EM CADA CASO - 1 27
MAPA 19 - DA DISCRIMINAÇÃO DAS PENAS EM CADA CASO - 2 28
MAPA 20 - DOS CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DAS PENAS 29
QUESTÕES DOS MAPAS 14 A 20 30

MAPA 21 - DA DECLARAÇÃO DE BENS DOS AGENTES PÚBLICOS 32


QUESTÕES DO MAPA 21 33

MAPA 22 - DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE - 1 34


MAPA 23 - DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE - 2 35
QUESTÕES DOS MAPAS 22 E 23 36

MAPA 24 - DO PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE - 1 37


MAPA 25 - DO PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE - 2 38
MAPA 26 - DO PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE - 3 39
MAPA 27 - DO PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE - 4 40
MAPA 28 - DO PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DO ATO DE IMPROBIDADE - 5 41
MAPA 29 - DA PRESCRIÇÃO 42
QUESTÕES DO MAPAS 24 A 29 43

SIMULADO 46
GABARITO 49

_2
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

1 - DO
MAPA PRINCÍPIO
1 - DO DA MORALIDADE
PRINCÍPIO ADMINISTRATIVA
DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA

1. Da Previsão Constitucional da Moralidade


como Princípio da Administração Pública

CF - Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

ADI 2.661 - A atividade estatal, qualquer que seja o domínio


institucional de sua incidência, está necessariamente subordinada à
observância de parâmetros ético-jurídicos que se refletem na
consagração constitucional do princípio da moralidade
administrativa . Esse postulado fundamental, que rege a atuação do
poder público, confere substância e dá expressão a uma pauta de
valores éticos sobre os quais se funda a ordem positiva do Estado.

2. Moral Administrativa x Moral Comum

A moralidade administrativa difere da comum, por ser jurídica e permitir


NOÇÕES invalidar os atos administrativos que não atentem a esse princípio. Hely
GERAIS Lopes Meirelles diz que a moral comum é imposta ao homem para sua
conduta externa e a moral administrativa é imposta ao agente público
para sua conduta interna a fim de atingir o tão almejado bem comum.

O princípio da moralidade administrativa deve ser observado


não só pelos agentes públicos, como também pelos particulares
ao se relacionarem com a Administração Pública

3. A moralidade como requisito de validade do ato administrativo

Se a conduta praticada for imoral será possível declarar a


invalidade de determinada ato administrativo, a qual pode ser
feita pela própria administração (autotutela) ou por controle
judicial, inclusive mediante ação popular (CF Art. 5º, LXXIII)

4. Do princípio da moralidade como norma de eficácia plena

ST RE 570.392 - O princípio da moralidade administrativa tem


aplicabilidade imediata independente de lei. Destaca-se, também, que
NÃO é privativa do chefe do Poder Executivo a competência para a
iniciativa legislativa de lei sobre nepotismo na administração pública

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

_3
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)
ADENDO - EXEMPLO DE DESRESPEITO DO PRINCÍPIO DA MORALIDADE
ADENDO - EXEMPLO DE DESRESPEITO DO PRINCÍPIO DA MORALIDADE

Nepotismo

a. Definição

Etimologicamente, este termo se originou a partir do latim


nepos, que significa literalmente “neto” ou “descendente”.

Nepotismo é um termo utilizado para designar o favorecimento de parentes


ou amigos próximos em detrimento de pessoas mais qualificadas, geralmente
no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos públicos e políticos.

b. Da jurisprudência

STF - SV 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau , inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia
ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.

NOÇÕES
Uma aplicação concreta - STF MS 27.945 - Servidor efetivo do Poder Executivo,
GERAIS
que exerce função comissionada em Tribunal, ao qual seu irmão é vinculado
como juiz. (...) Não se faz necessária comprovação de "vínculo de amizade ou
troca de favores" entre o irmão do impetrante e o desembargador federal de
quem é assistente processual, pois é a análise objetiva da situação de parentesco
entre o servidor e a pessoa nomeada para exercício de cargo em comissão ou de
confiança na mesma pessoa jurídica da administração pública que configura a
situação de nepotismo vedada, originariamente, pela Constituição da República

CUIDADO: STF Rcl 28024 - Em regra, a proibição da SV 13 não se aplica para


cargos públicos de natureza política , como, por exemplo, Secretário
Municipal. Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra
sumulada e garantido a permanência de parentes de autoridades públicas em
cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura nepotismo.

Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se


tratando de cargo político caso fique demonstrada a inequívoca
falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de
qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado.

c. Veda-se, inclusive, o nepotismo cruzado (favores trocados)

STF - MS 24.020 - Um juiz, para garantir um cargo em comissão para


sua esposa, nomeou como sua assessora a nora de outro magistrado, o
qual por sua vez nomeou como sua assessora a esposa daquele juiz

PROFESSOR ISMAEL NORONHA


_4
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

MAPA 2 - CONSIDERAÇÕES
2 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
INICIAIS SOBRE
SOBRE A IMPROBIDADE
A IMPROBIDADE

Probo - caráter íntegro; honrado, honesto, reto

1. A probidade administrativa como corolário da Moralidade

AP 409 - A probidade administrativa é o mais


importante conteúdo do princípio da moralidade

STJ REsp 1.500.812 - A improbidade é a ilegalidade tipificada e qualificada


pelo elemento subjetivo da conduta do agente (DOLO OU CULPA)

2. Da definição de improbidade administrativa

STF AO 1.833 - Atos de improbidade administrativa são aqueles que, possuindo


natureza civil e devidamente tipificados em lei federal , ferem direta ou
indiretamente os princípios constitucionais e legais da administração pública,
independentemente de importarem enriquecimento ilícito ou de causarem
prejuízo material ao erário; podendo ser praticados tanto por agentes públicos
(improbidade própria), quanto por particular - pessoa física ou jurídica - que
induzir, concorrer ou se beneficiar do ato (improbidade imprópria)

a. Improbidade administrativa própria:


o agente público age sozinho;
3. Dos tipos de
Improbidade b. Improbidade administrativa imprópria: o
NOÇÕES agente público age em conjunto com o particular
GERAIS Administrativa

4. Dos elementos constitutivos do ato de improbidade administrativa

a. Sujeito É a entidade contra a qual é praticado


passivo o ato de improbidade administrativa

b. Sujeito É o agente público ou terceiro que induza,


ativo concorra ou se beneficie da conduta improba

c. Conduta É a conduta, comissiva ou omissva do


improba sujeito ativo contra o sujeito passivo

d. Elemento É o dolo ou culpa que deve OBRIGATORIAMENTE


subjetivo estar presente na conduta do sujeito ativo

5. Consequências constitucionais do ato de improbidade administrativa

a. Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade


administrativa importarão, sem prejuízo a. a suspensão dos direitos políticos
da ação penal cabível e na forma e b. a perda da função pública
gradação previstas na lei 8.429/92:
c. a indisponibilidade dos bens e

d. o ressarcimento ao erário

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

_5
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

QUESTÕES DOS MAPAS 1 E 2 10. (FGV/2018) Os atos de improbidade praticados por


qualquer agente público, servidor ou não, contra
1.( ) (IDECAN/2017) O princípio da moralidade exige que a a administração direta, indireta ou fundacional de
administração e seus agentes atuem em conformidade qualquer dos Poderes do Estado de Santa Catarina
com princípios éticos aceitáveis socialmente. serão punidos na forma da Lei nº 8.429/92, que se
aplica em todos os níveis da federação.
2.( ) (AOCP/2018) Uma atuação segundo padrões Nesse contexto, o ato de improbidade administrativa
éticos de probidade, decoro e boa-fé caracteriza a tem natureza de ilícito:
moralidade administrativa.
a. criminal, passível de sanções como a suspensão
3.( ) (FGV/2018) Os atos administrativos, além de dos direitos políticos e a perda da função pública,
regidos pelo preceito da legalidade, devem ser que são aplicadas pelo juízo criminal;
analisados sob os aspectos da lealdade, da boa-fé b. administrativo, passível de sanções como a perda
e da honestidade, conforme previsto no princípio da função pública e o ressarcimento ao erário,
da moralidade. que são aplicadas mediante regular processo
administrativo;
4.( ) (UNIFAP/2018) O exercício da moralidade implica c. disciplinar, passível de sanções como a perda da
saber distinguir não só o bem e o mal, o legal função pública e a proibição de contratar com o
e o ilegal, o justo e o injusto o conveniente e Poder Público, que são aplicadas mediante regular
o inconveniente, mas também o honesto e o processo administrativo;
desonesto. d. cível, passível de sanções como a suspensão dos
direitos políticos e a perda da função pública, que
5.( ) (CESPE/2018) Os atos da administração pública são aplicadas pelo juízo cível;
devem obedecer não somente à lei jurídica, mas e. político, passível de sanções como a suspensão
também a padrões éticos. Tal característica dos direitos políticos e a proibição de receber
se refere ao princípio da moralidade, sendo benefícios ou incentivos fiscais, que são aplicadas
esta pressuposto de validade de todo ato da pela respectiva casa legislativa.
administração pública.

6.( ) (MPE/BA/2018) De acordo com o entendimento


do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prática
do nepotismo nas nomeações para cargo em
comissão, de confiança ou de função gratificada, é
correto afirmar que excepcionalmente, é possível
a análise da configuração da prática vedada de
nepotismo em hipóteses que atinjam ocupantes de
cargos políticos, desde que, em análise concreta,
além do parentesco, seja verificada troca de
favores ou fraude à lei.

7.( ) (CONSUPLAN/2018) O princípio da moralidade


administrativa não se confunde com a moralidade
comum.

8. (CESPE/2018) À luz da CF, os atos de improbidade


administrativa poderão acarretar o(a)

a. suspensão dos direitos políticos.


b. disponibilidade dos bens.
c. cassação de direitos políticos.
d. suspensão da função pública.
e. ressarcimento ao erário, o que inviabiliza a
persecução penal.

9.( ) (CESPE/2018) A ideia de probidade administrativa


equivale à de moralidade, na medida em que ambas
se relacionam à honestidade na administração
pública, sendo, por isso, exigidas do agente público
a observância dos princípios éticos e a consciência
dos valores morais.

_6
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

3 -3DOS
MAPA SUJEITOS
- DOS PASSIVOS
SUJEITOS DOS
PASSIVOS ATOS
DOS DEDE
ATOS IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Da previsão na lei

Art. 1° Os atos de improbidade serão punidos na


forma desta lei quando praticados por qualquer
agente público, servidor ou não , contra

a. a administração direta (União, dos Estados, do


Distrito Federal, dos Municípios, de Território)

b. a administração indireta ou fundacional


(Autarquias, Fundações Públicas, Empresas
Públicas e Sociedades de Economia Mista)

c. empresa incorporada ao patrimônio público

NOÇÕES d. de entidade para cuja criação ou custeio


GERAIS
o erário haja concorrido ou concorra

i. com mais de 50% do patrimônio


ou da receita anual
ii. com menos de 50% do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, neste caso, a
sanção patrimonial à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos (art. 1º, parágrafo único)

e. entidade que receba subvenção, benefício ou


incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público
bem como daquelas limitando-se, neste
caso, a sanção patrimonial à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos (art. 1º, parágrafo único)

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

_7
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

MAPA 4 - DOS
4 - DOS SUJEITOS
SUJEITOS ATIVOS
ATIVOS DOSDOS ATOS
ATOS DE IMPROBIDADE
DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
ADMINISTRATIVA -1 -1

Da previsão na lei - Art. 2º e 3º

a. Agentes políticos - Os agentes políticos, com exceção do


PRESIDENTE DA REPÚBLICA, estão sujeitos a uma dupla
normatividade em matéria de improbidade com objetivos distintos,
podendo ser punidos com base na Lei 8.429/92, quanto pela lei do
impeachment (1.079/50). O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
responderá, apenas, com base na Lei do Impeachment.

STJ AgRg no REsp 1425191 - Os agentes políticos municipais


(prefeitos) se submetem aos ditames da Lei de Improbidade
Administrativa - LIA, sem prejuízo da responsabilização política e
criminal estabelecida no Decreto-Lei n. 201/1967.

STJ REsp 1.191.613 - Entende o STJ que os membros do


Ministério Público estão sujeitos tanto à legislação própria - em
que há demissão em razão de ação específica de demissão,
proposta pelo chefe da respectiva instituição (LC 75/93 e Lei n.
8.623/93) - quanto à Lei n. 8.429/92. Assim, as legislações
coexistem e ambas podem resultar em perda do cargo público
NOÇÕES
STF Pet 3240 - Destaca-se, ainda, que o foro especial por
GERAIS
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em
relação às infrações penais comuns não é extensível às
ações de improbidade administrativa . O foro por prerrogativa
de função é previsto pela Constituição Federal apenas para as
infrações penais comuns, não podendo ser estendido para
ações de improbidade administrativa, que têm natureza civil.

b. Agentes públicos (inclusive parlamentares) e aqueles


que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta

Art. 2° Reputa-se agente público , para os efeitos desta lei, todo


aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração , por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

STJ Resp 118.6787 - Notários e registradores estão abrangidos


no amplo conceito de "agentes públicos", na categoria dos
"particulares em colaboração com a Administração"

PROFESSOR ISMAEL NORONHA


_8
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

MAPA 5 - DOS SUJEITOS ATIVOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 2

5 - DOS SUJEITOS ATIVOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - 2

Da previsão na lei - Art. 2º e 3º

c. Particulares que participaram do ato ou dele


se beneficiaram - As disposições desta lei são
aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra
para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

STJ - AgRg no AREsp 574500 - Mas CUIDADO:


É inviável a propositura de ação civil de
improbidade administrativa exclusivamente
NOÇÕES contra o particular, sem a concomitante presença
GERAIS
de agente público no polo passivo da demanda.

STJ AgRg no REsp 1421144 - Nas ações de


improbidade administrativa, não há
litisconsórcio passivo necessário entre o agente
público e os terceiros beneficiados com o ato
ímprobo. (De acordo com o CPC, há litisconsórcio
necessário, quando, por disposição de lei ou pela
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir
a lide de modo uniforme para todas as partes)

d. As pessoas jurídicas que participem ou se


beneficiem dos atos de improbidade sujeitam-se
à Lei 8.429/1992 ( STJ. REsp 1.122.177)

PROFESSOR ISMAEL NORONHA

_9
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

QUESTÕES DOS MAPAS 3 A 5 15. (TRF 3ª Região/2018) A Lei nº 8.429, de 1992, dispõe
sobre as sanções a que se submetem os agentes
11.( ) (CESPE/2018) Os atos de improbidade públicos nos casos de prática de ato de improbidade
administrativa atingem apenas entidades administrativa. As disposições dessa lei são aplicáveis:
integrantes do Poder Executivo.
a. Exclusivamente aos indivíduos que, mediante
12. (VUNESP/2018) João e Maria trabalham no remuneração, exercem mandato, cargo, emprego
Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN de algum ou função na administração pública direta, indireta
Estado-membro da Federação Brasileira. Maria trabalha ou fundacional.
no balcão, no atendimento ao público, enquanto José b. Exclusivamente aos indivíduos que, sem
trabalha com processos e tem acesso ao sistema de remuneração, exercem mandato, cargo, emprego
dados, fazendo inclusões e alterações de informações, ou função na administração pública direta, indireta
como a pontuação da Carteira Nacional de Habilitação. ou fundacional.
João e Maria conversam e decidem atuar ilicitamente. c. Exclusivamente aos indivíduos que,
Se algum cidadão se apresentasse querendo dar baixa independentemente de remuneração,
em sua pontuação indevidamente, sem preencher os exercem mandato, cargo, emprego ou função
requisitos legais, Maria afirmaria que conseguiria fazer na administração pública direta, indireta ou
isso, mediante o pagamento de R$ 500,00. Se o cidadão fundacional.
concordasse com essa prática, Maria passaria o pedido d. Também aos indivíduos que, mesmo não sendo
a João, que faria a alteração no sistema, dando a baixa agentes públicos, induzam ou concorram para a
na pontuação, dividindo, os dois, o resultado da prática prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem
ilícita. Certo dia, José, na qualidade de cidadão, solicita a de forma direta ou indireta.
Maria que diminua seus pontos, que já haviam atingido
a quantia de 62. Maria impõe a condição do pagamento 16. (VUNESP/2018) A Lei n° 8.429/92 estabelece
ilegal e José aceita. José retorna com o dinheiro e, quando que constitui ato de improbidade administrativa,
vai entregá-lo a Maria, é flagrado pela Corregedoria do importando enriquecimento ilícito, auferir qualquer
DETRAN. No que tange à responsabilização pela Lei tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
de Improbidade Administrativa, é correto afirmar que exercício de cargo. Sabendo-se que Josué (empresário)
poderá(ão) responder no polo passivo da demanda: concorreu com Gilson (funcionário público federal)
para a prática de ato de improbidade administrativa,
a. João e Maria, na qualidade de agentes públicos, e enriquecendo-se ambos ilicitamente, é correto afirmar
José, porque, mesmo não sendo agente público, que as disposições da Lei n° 8.429/92
concorreu para a prática do ato de improbidade.
b. João e Maria, pois a Lei de Improbidade a. não são aplicáveis a Josué, pois este não é agente
Administrativa atinge somente agentes públicos, público.
ainda que em sentido amplo. b. são aplicáveis a Josué, inclusive com previsão de
c. Maria, pois José não responde por não pertencer causa de aumento de pena por ser agente estranho
aos quadros da Administração, e João não havia à Administração Pública.
recebido sua parte, portanto não se poderia c. são aplicáveis a Josué, no que couber, mesmo não
caracterizar enriquecimento ilícito. sendo agente público, pois concorreu com Gilson
d. Maria e José, porque, mesmo não sendo José para prática de ato de improbidade, todavia não
funcionário público, ele participou ativamente da atingem, de maneira alguma, seus sucessores.
ilicitude, inclusive tomando a iniciativa da prática d. são aplicáveis a Josué, no que couber, mesmo não
ímproba e instigando Maria a se beneficiar da sendo agente público, pois concorreu com Gilson
proposta; João não recebeu nenhuma vantagem, para prática de ato de improbidade, observando-se
então não responde. que, em razão do enriquecimento ilícito, podem ser
atingidos seus sucessores até o limite do valor da
13.( ) (CESPE/2018) Além dos servidores públicos, herança.
são considerados sujeitos ativos de atos de e. são aplicáveis a Josué, no que couber, mesmo não
improbidade administrativa os notários e sendo agente público, pois concorreu com Gilson
registradores, que podem sofrer as penalidades para prática de ato de improbidade, observando-se
previstas na 8.429/92. que, em razão do enriquecimento ilícito, podem ser
atingidos seus sucessores independentemente do
14. (CESPE) Situação hipotética: Sávio, profissional limite do valor da herança.
liberal, induziu Jorge, servidor público, a cometer ato de
improbidade administrativa, mas não concorreu para 17.( ) (QUADRIX/2018) Os atos de improbidade
tal prática e não se beneficiou dela. praticados contra o patrimônio de entidade que
( ) Assertiva: Jorge poderá ser responsabilizado pelo receba subvenção, fiscal ou creditícia, de órgão
ato ímprobo, mas Sávio estará isento de punição, público não estão sujeitos a penalidades previstas
por não ter sido beneficiado com a conduta de Jorge. na Lei n.º 8.429/1992.

_10
Direito Administrativo (Lei 8.429/92)

GABARITO
1 V 16 d 31 V 46 V 61 V 76 F

2 V 17 F 32 V 47 V 62 c 77 a

3 V 18 V 33 F 48 F 63 d 78 e

4 V 19 d 34 V 49 F 64 c 79 c

5 V 20 b 35 c 50 c 65 b 80 e

6 V 21 d 36 c 51 a 66 c 81 V

7 V 22 d 37 V 52 b 67 d 82 a

8 a 23 c 38 V 53 c 68 c 83 c

9 V 24 a 39 c 54 e 69 c 84 V

10 d 25 e 40 e 55 e 70 d 85 a

11 F 26 d 41 c 56 e 71 V 86 F

12 a 27 F 42 e 57 V 72 c 87 a

13 V 28 a 43 F 58 d 73 a 88 e

14 F 29 F 44 F 59 F 74 a 89 c

15 d 30 F 45 F 60 d 75 b 90 V

_49

Você também pode gostar