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SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a mídia? São Paulo: Edições Loyola, 2002.

Capítulo 1: A textura da experiência (pp. 9-32). Capítulo 2: Mediação (pp. 33-43).

Capítulo 1: A textura da experiência

- “É impossível escapar à presença, à representação da mídia. Passamos a depender


da mídia, tanto impressa como eletrônica, para fins de entretenimento e informação,
de conforto e segurança, para ver algum sentido nas continuidades da experiência e,
também, de quando em quando, para as intensidades da experiência”. (p. 12)
- Estudar a mídia é fundamental porque ela faz parte de nossa vida cotidiana, estudar
nas dimensões social e cultural e também política e econômica.
- “sem atenção às formas e aos conteúdos, às possibilidades da comunicação, tanto
dentro do tido-como-certo de nossas vidas cotidianas como contra ele, não
conseguiremos compreender essas vidas”. (p. 14)
- A mídia como extensão do homem de que fala McLuhan tanto nos capacitam como
incapacitam.
- “O poder dessas instituições, o poder de controlar as dimensões produtivas e
distributivas da mídia contemporânea e a debilitação correlativa e progressiva de
governos nacionais em controlar o fluxo de palavras, imagens e dados dentro de
suas fronteiras nacionais são profundamente significantes e indiscutíveis, É um traço
fundamental da cultura da mídia contemporânea”. (p. 18)
- “Há uma tensão constante entre o tecnológico, o industrial e o social, tensão que
deve ser levada em conta se queremos reconhecer a mídia como, de fato, um
processo de mediação. Pois há poucas linhas diretas de causa e efeito no estudo da
mídia. As instituições não produzem significados. Elas os oferecem”. (p. 18)
- “É no mundo mundano que a mídia opera de maneira mais significativa. Ela filtra e
molda realidades cotidianas, por meio de suas representações singulares e
múltiplas, fornecendo critérios, referências para a condução da vida diária, para a
produção e a manutenção do senso comum. E é aqui, no que passa por senso
comum, que devemos fundamentar o estudo da mídia”. (p. 20)
- “A mídia nos deu palavras para dizer, as idéias para exprimir, não como uma força
desencarnada operando contra nós enquanto nos ocupamos com nossos afazeres
diários, mas como parte de uma realidade de que participamos, que dividimos e que
sustentamos diariamente por meio de nossa fala diária, de nossas interações
diárias”. (p. 21)
- “A mídia depende do senso comum. Ela o reproduz, recorre a ele, mas também o
explora e distorce”. (p. 21)
- “Nossa entrada no espaço midiático é, ao mesmo tempo, uma transição do cotidiano
para o liminar e uma apropriação do liminar pelo cotidiano. A mídia é do cotidiano e
ao mesmo tempo uma alternativa a ele”. (p. 25)
- as experiências são reais, até mesmo as midiáticas. Mas sob elas está o
inconsciente, que oferece uma via privilegiada para dentro dos territórios ocultos da
mente e do significado.

Capítulo 2: Mediação
- A mídia se estende para além do ponto de contato entre os textos midiáticos e seus
leitores. Ela envolve os produtores e consumidores numa atividade contínua de
engajamento e desengajamento.
- É difícil encontrar uma origem para o poder da mídia e também sair da cultura da
mídia. “Nossos próprios textos, como analistas, são parte do processo de
mediação”. (p. 34)
- Estudar a mídia implica um processo de desfamiliarização, de questionar o dado por
certo e recusar o óbvio e literal.
- A mediação é como a tradução: nunca completa, sempre transformativa, nunca
inteiramente satisfatória e sempre contestada. “É um ato de amor”, confiança,
agressão, apropriação e restituição. (p. 35) Nenhuma mediação pode ser perfeita.
- “A mediação é infinita, produto do desenredamento textual nas palavras, nos atos e
nas experiências da vida cotidiana, tanto quanto pelas continuidades da mídia de
massa e da mídia segmentada”. (p. 31)
- No momento em que os significados cruzam a soleira entre o mundo das vidas
mediadas e o da mídia viva, ergue-se uma nova realidade mediada, rompendo um
conjunto de experiências e afirmando outras.
- “Nossa preocupação com a mediação como um processo é, portanto, essencial à
questão de saber porque devemos estudar a mídia: a necessidade de focar no
movimento dos significados através dos limiares da representação e da experiência.
De estabelecer os lugares e fontes de distúrbio. De compreender a relação entre
significados público e privado, entre textos e tecnologias. E de identificar os pontos
de pressão”. (p. 43)

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