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PROPRIEDADES DOS

FLUIDOS
Professor: Valterlin da Silva Santos
Definição de Fluido
⚫ “Um fluido é uma substância que se deforma
continuamente quando submetida a uma
tensão de cisalhamento, não importando o
quanto pequena seja essa tensão.” (Victor
Streeter)

F
Definição de Fluido
⚫ Uma força de cisalhamento é a componente
tangencial da força que age sobre a
superfície, e dividida pela área, dá origem a
tensão de cisalhamento média sobre a área.
⚫ Tensão de cisalhamento num ponto é o valor
limite da relação entre a força de
cisalhamento e a área quando a área tende a
zero. F
Lei de Newton da Viscosidade

 Para que possamos entender o valor desta lei,


partimos da observação de Newton na
experiência das duas placas:

v
v = constante

V=0
Experiência das Placas

⚫ Coloca-se uma substância entre duas


placas.
⚫ Sendo fixa a placa inferior, aplica-se uma
força F na superior, que exerce uma tensão
F
de cisalhamento 𝜏 = na substância entre as
A
placas.
⚫ Se a força F movimenta a placa superior
com uma velocidade constante (não nula),
conclui-se que a substância entre as placas é
um FLUIDO.
Experiência das Placas
⚫ O fluido em contato com uma superfície
sólida tem a mesma velocidade que a
superfície; isto é, não há escorregamento
(Princípio de Aderência).
⚫ Cada partícula fluída move-se paralelamente
a placa e a velocidade varia de v = 0 na
placa fixa até v = V na placa superior.
v
v = constante

V=0
Experiência das Placas
⚫ Mantendo-se outras grandezas constantes,
temos que F é diretamente proporcional a V
e é inversamente proporcional a y ( distância
entre as placas).
Experiência das Placas
⚫ A velocidade angular também pode ser
escrita dv/dy, pois tanto V/y como dv/dy
expressam a variação da velocidade dividida
pela distância ao longo da qual a variação
ocorre.
⚫ Sendo que dv/dy é mais geral, pois continua
válida nas situações na qual a velocidade
angular e a tensão cisalhante variam com a
velocidade V.
Lei de Newton da
viscosidade
Newton observou que:
⚫ após um intervalo de tempo elementar (dt) a
velocidade da placa superior era constante;
⚫ a resultante na mesma é zero;

⚫o fluido em contato com a placa superior


origina uma força de mesma direção, mesma
intensidade, porém sentido contrário: a força
responsável pelo movimento;
⚫ Esta força é denominada de força de
resistência viscosa - F
Força de resistência viscosa

F =   Acontato F dF
= =
A dA

Onde  é a tensão de
cisalhamento determinada pela lei
de Newton da viscosidade.
Constante de
proporcionalidade da lei de
Newton da viscosidade:

A constante de proporcionalidade da lei de


Newton da viscosidade é a viscosidade
dinâmica ou absoluta, ou simplesmente
viscosidade - 

dF dv dv
=  = 
dA dy dy
Lei de Newton da Viscosidade
⚫ Temos então a Lei de Newton da
Viscosidade:

𝑑𝐹 𝑑𝑣
𝜏= =𝜇×
𝑑𝐴 𝑑𝑦

𝜏 = tensão cisalhante
µ = viscosidade dinâmica
Gradiente de velocidade
⚫ Para desenvolver este cálculo é necessário se
conhecer a função v = f(y)
⚫ Considerar v = f(y) sendo representado por uma
parábola
y

v
v = constante

V=0
Simplificação da Lei de Newton da
viscosidade

⚫ Esta simplificação ocorre quando consideramos a


espessura do fluido entre as placas (experiência das
duas placas) o suficientemente pequena para que a
função representada seja uma função linear

y
v = cte

y
Fluidos Newtonianos e Não-
Newtonianos
⚫ Fluido Newtoniano: existe um a relação linear
entre o valor da tensão de cisalhamento e a
velocidade de deformação resultante (μ =
constante).
⚫ Fluido Não-Newtoniano: não existe um a
relação linear entre o valor da tensão de
cisalhamento e a velocidade de deformação
resultante.
Fluidos Newtonianos e Não-
Newtonianos

Onde temos:
A = fluido newtoniano
B = fluido não-newtoniano
C = plástico ideal
D = substância pseudoplástica
Viscosidade
⚫ É a propriedade associada à resistência que o
fluido oferece à deformação por cisalhamento;

⚫ Pode-se dizer que a viscosidade corresponde ao


atrito interno nos fluidos devido, basicamente, às
interações intermoleculares, sendo, em geral,
função da temperatura;
Viscosidade Absoluta

 é a viscosidade absoluta ou dinâmica,


ou simplesmente viscosidade

Sistema SI ....................N.s/m2 ou Pa.s


Viscosidade Absoluta
⚫ Nos líquidos a viscosidade é
diretamente proporcional à força de
atração entre as moléculas e a
viscosidade diminui com o aumento da
temperatura;

⚫ Nos gases a viscosidade é diretamente


proporcional a energia cinética das
moléculas e a viscosidade aumenta com
o aumento da temperatura.
Massa específica
É a razão entre a massa do fluido e o
volume que contém essa massa
(pode ser denominada de densidade
absoluta)
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚
𝜌= =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉

Sistema SI........................Kg/m3
Massa específica
⚫ Massa Específica de alguns Fluidos

Fluido  (Kg/m3)
Água destilada a 4 oC 1000

Água do mar a 15 oC 1022 a 1030

Ar atmosférico à pressão 1,29


atmosférica e 0 oC
Ar atmosférico à pressão 1,22
atmosférica e 15,6 oC
Mercúrio 13590 a 13650

Petróleo 880
Viscosidade Cinemática

É o quociente entre a viscosidade absoluta


e a massa específica do fluido

𝜇
𝜈=
𝜌

Sistema SI ................................. m2/s


Peso específico
- É a razão entre o peso de um dado
fluido e o volume que o contém;
-O peso específico de uma substância é
o seu peso por unidade de volume;

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝐺
𝛾= =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉

Sistema SI...........................N/m3
Peso Específico

⚫ Relação entre massa específica e peso


específico.

𝐺 𝑚×𝑔
𝛾= = =𝜌×𝑔
𝑉 𝑉

g = aceleração da gravidade
Massa específica e peso específico para a água.
Volume Específico
É definido como o volume ocupado pela
unidade de massa de uma substância, ou
seja, é o inverso da massa específica.

1 𝑉
𝑉𝑆 = =
𝜌 𝑚

Sistema SI............................ m3/Kg


Densidade Relativa

É a relação entre a massa específica de


uma substância e a de outra tomada como
referência (𝜌0 )

𝜌
𝛿=
𝜌0
Densidade Relativa

Para os líquidos a referência adotada


é a água a 4oC

Sistema SI...............ρ0 = 1000kg/m3


Densidade Relativa

Para os gases a referência é o ar


atmosférico a 0oC

Sistema SI.............. ρ0 = 1,29 kg/m3


Capacidade Térmica
⚫ É uma característica do corpo;
⚫ A capacidade térmica corresponde à quantidade
de calor (recebida ou cedida) que leva a uma
variação na temperatura do corpo;
⚫ É dada pela relação da quantidade de calor
recebida por um corpo e a variação de temperatura
sofrida pelo mesmo. É representada pela letra C e
é medida em calorias por grau Celsius (cal/°C) ou
caloria por Kelvin (cal/K).
Propriedades dos fluidos:

Quociente entre a quantidade de Calor fornecida


ao corpo e o correspondente acréscimo de
temperatura;

Q
C=
dT
Sistema SI ..................... J/K (joule por Kelvin)

1 cal = 4,18 J
Calor Específico
⚫ Ao contrário da capacidade térmica, o calor
específico não é característica do corpo, mas sim
característica da substância;
⚫ Corresponde à quantidade de calor recebida ou
cedida por 1 g da substância que leva a uma
variação de 1°C na temperatura do corpo em
questão;
⚫ É dado pela relação da capacidade térmica do
corpo pela sua massa;
⚫ É representado pela letra c (minúscula) e é medido
em cal/g .°C ou cal/g . K;
Calor Específico
O calor específico é a capacidade térmica de um corpo
por unidade de massa.

C 1 Q
c= =
m m dT

Sistema SI ............................ J/Kg.K (Joule por


quilograma e por Kelvin)
Gás Perfeito
⚫ Gás Perfeito é definido como uma substância
que satisfaz a lei do gás perfeito (abaixo) e
tem calores específicos constantes:
𝑃 ∙ 𝑉𝑆 = 𝑅𝑔𝑎𝑠 ∙ 𝑇
onde:
P= pressão absoluta
Vs= volume específico;
Rgas = constante do gás;
T = temperatura.
Constante dos Gases
Gás Perfeito
⚫ Gases reais a pressões abaixo da crítica e a
temperatura acima da crítica tendem a
obedecer a lei dos gases perfeitos.
⚫ Aumentando-se a pressão, aumenta-se a
discrepância, que se torna acentuada perto
do ponto crítico.
Leis de Charles e de Boyle
⚫ A lei do gás perfeito abrange a lei de Charles
e a lei de Boyle
⚫ Lei de Charles: a pressão constante, o
volume de uma dada massa especifica é
proporcional a sua temperatura
⚫ Lei de Boyle: a temperatura constante, a
massa específica é diretamente proporcional
à pressão.
Gás Perfeito
⚫ O gás perfeito deve ser cuidadosamente
diferenciado do fluido perfeito;
⚫ Um fluido perfeito não tem viscosidade e é
incompressível;
⚫ O gás perfeito tem viscosidade e pode
portanto sofrer tensões de cisalhamento, e é
compressível seguindo a lei dos gases
perfeitos.
Módulo de Elasticidade Volumétrica

⚫ Na maioria das aplicações, os líquidos


podem ser considerados incompressíveis;
⚫ Mas nas situações onde existem variações
bruscas ou elevadas na pressão, a
compressibilidade torna-se importante,
⚫ A compressibilidade dos líquidos e dos gases
também se torna importante quando se tem
variações de temperatura.
Módulo de Elasticidade Volumétrica

⚫ Considerando uma porção de fluido encerrada


num recipiente, e que, estando submetida a
uma pressão (p), ocupa o volume (V) a dada
temperatura;
⚫ Aplicando sobre este fluido uma pressão
adicional (dp), ocorrerá uma variação de volume
(dv) de sinal contrário ao de (dp);
Módulo de Elasticidade Volumétrica

⚫ Ou seja, para um acréscimo de pressão


ocorrerá um decréscimo de volume e vice-
versa;

⚫ Estabelece-se a relação:

𝑑𝑃
𝜀=− (Pa)
𝑑𝑉ൗ
𝑉
O sinal negativo significa que a pressão
sempre produz uma diminuição do volume.
Coeficiente de Compressibilidade
Cúbica
⚫ É definido como o inverso do módulo de
elasticidade volumétrica, ou seja:

1 𝑑𝑉ൗ𝑉
𝐶𝑐 = = − (Pa-1)
𝜀 𝑑𝑃
Pressão de Vapor
⚫ De acordo com a teoria cinética molecular as
moléculas são dotadas de energia suficiente
para romper as forças de atração
intermoleculares;

⚫ Por isto, são capazes de movimentar-se no


interior da porção líquida em que se
encontram imersas;
Pressão de Vapor
⚫ As forças de atração intermoleculares
conseguem ainda mantê-las ligadas à porção
líquida;

⚫ Por essa razão, os líquidos possuem a forma


dos recipientes que os contém, mas seus
volumes são praticamente constantes
Pressão de Vapor
⚫ Se deixarmos certa porção de
líquido dentro de um recipiente,
algumas de suas moléculas
conseguirão, em certos instantes,
obter velocidade, direção e sentido
adequados e serão capazes de
vencer as forças de atração
intermoleculares;

⚫ Evidentemente com o passar do


tempo, todas as moléculas líquidas
terão adquirido tais condições e o
líquido evaporar-se-á
completamente;
Pressão de Vapor
⚫ Se o recipiente estiver tampado
as moléculas de vapor
passarão a bombardear as
paredes do recipiente, a tampa
e a inteface ar-líquido;

⚫ Determinadas moléculas
conseguirão em certos
instantes, obter velocidade,
direção e sentido adequados e
serão capazes de penetrar a
interface ar-líquido, retornando,
então ao estado líquido ;
Pressão de Vapor
⚫ Após certo tempo, o número de moléculas que
passa do estado líquido para o estado de vapor
será igual ao número de moléculas que passa
do estado de vapor para o estado líquido;
⚫ Atinge-se então o equilíbrio dinâmico;
⚫ A pressão resultante dos choques entre as
moléculas de vapor com as paredes do
recipiente, sua tampa e a superfície líquida
denominamos pressão de vapor.
Pressão de Vapor
⚫ Quanto maior a temperatura, maior será a
pressão de vapor do líquido;
⚫ Quando a pressão de vapor do líquido torna-se
igual à pressão reinante sobre a superfície
líquida, o líquido entra em ebulição;
⚫ Isto significa que as forças de atração
intermoleculares não são mais capazes de
segurar as moléculas líquidas.
Pressão de Vapor
⚫ Existem duas formas de fazer com que um
líquido entre em ebulição:

⚫ Aumentar a temperatura, aumentando a energia


cinética das moléculas e, portanto aumentando a
pressão de vapor: quando a pressão de vapor do
líquido atingir a pressão reinante sobre sua superfície
= ebulição;

⚫ Diminuir a pressão reinante sobre a superfície do


líquido: quando essa pressão atingir a pressão de
vapor do líquido=ebulição
Pressão de Vapor
Pressão de Vapor
Pressão de Vapor
Pressão de Vapor
Tensão Superficial
⚫ É a tensão que se desenvolve na interface entre
um líquido e um gás, ou entre dois líquidos
imiscíveis;
⚫ A origem da tensão superficial está nas forças
intermoleculares do líquido que faz com que se
crie uma espécie de membrana elástica em sua
superfície.
Tensão Superficial
⚫ A questão da molhabilidade dos líquidos se
explica pela diferença entre as forças de atração
moleculares do líquido entre si (forças de
coesão) e as forças de atração do líquido pelo
sólido em contato com o líquido (forças de
adesão).
Tensão Superficial

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