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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Estado Sólido-Empacotamento

Ricardo Schneider

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


rschneider@utfpr.edu.br
A
L TEX Typesetting System
www.latex-project.org/

8 de março de 2022

- Versão atualizada (ou não) da aula aqui !


https://nuvem.utfpr.edu.br/index.php/s/taZ7iu278S2qrsG

Ricardo Schneider (UTFPR) Químca dos Materiais - UTFPR 8 de março de 2022 1 / 46


Sumário
1 Introdução
A rede de Bravais
Empacotamento
Células unitárias
2 Redes de Bravais
Célula Unitária convencional
Sistema cúbico - bcc
Sistema cúbico - fcc
3 Descrição do retículo
Índices de Miller e direções
Direções
Representação de Planos
4 Densidade: Linear, Planar e Volume
Densidade Linear
Densidade Planar
Densidade Volumétrica
5 Referências

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A rede de Bravais

Um conceito fundamental na descrição de qualquer sólido cristalino é o da rede


de Bravais, que especica o arranjo periódico no qual as unidades repetidas do
cristal esoa ordenadas. Existem duas denições equivalentes de uma rede de
Bravais.[1]

1) Uma rede de Bravais é um arranjo innito de pontos discretos com arranjo


e orientação que apresentam-se exatamente os mesmos, de qualquer um dos
pontos do qual o arranjo é vizualizado.

2) Uma rede de Bravais (tridimensional) é constituída por todos os pontos


com vetores de posição R
~ da forma

~ 1 = u~a + v~b + w~c


R (1)

OBS: Uma rede de Bravais bidimensional é também chamada de malha.

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A rede de Bravais

Como exemplo, vamos analisar a rede cúbica simples:

1) A rede cúbica simples (CS) pode ser estendida por três vetores primitivos
mutuamente perpendiculares de igual comprimento.

Os vetores primitivos são a1 =a


x, a2 =a
y e a3 =az onde a é o tamanho da aresta
de cada cubo. Estes vetores primitivos denem as operações de simetria de
translação da rede.

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Empacotamento de esferas

Como modelo real vamos utilizar esferas. Estas esferas no futuro serão nossos
átomos (em metais) ou íons (em cerâmicas), por exemplo. Algumas considera-
ções importantes sobre isso:

Considerações
Os átomos, moléculas e íons serão
considerados como esferas rígidas, assim as
partículas do cristal serão representadas como
tal.
Moléculas, íons e átomos, todos, não são
esferas rígidas
O empacotamento (eciência) determina
propriedades importantes do material, mineral
etc...
A disposição das esferas pode ser de esferas
idênticas ou diferentes

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Células Unitárias

Uma célula unitária de uma rede de Bravais é um volume do espaço que, quando
transladado por vetores da rede R
~ (não necessariamente todos), preenche todo o
espaço sem se superpor. Independentemente da natureza das forças envolvidas,
uma estrutura cristalina pode ser descrita com os conceitos:
i) o espaçamento da estrutura é o padrão de pontos que descreve o arranjo
dos íons, átomos ou moléculas.
ii) uma célula unitária é a menor fração microscópica conveniente dos
espaçamentos da estrutura que respeita:
1 quando movimentada em uma distância igual para uma dimensão
particular, em várias direções, fornece o espaçamento total da estrutura.
2 reete de forma mais idêntica possível: a forma ou a simetria do cristal
macroscópico. Antes de avaliarmos a distribuição tridimensional, iremos
avaliar um simples espaçamento em uma distribuição em duas dimensões
de uma estrutura

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Figura 1: Parte de uma representação de um empacotamento hexagonal, representação bidimensional de uma
estrutura cristalina mostrando quatro possibilidades de células unitárias. (a) triângulo equilateral, o qual não
gera uma a estrutura cristalina completa. (b) um losango (c) um retângulo, o qual gera a estrutura cristalina,
mas não reete a simetria do cristal macroscópico (d)um hexágono, que é a escolha da célula cristalina.

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Exemplo:

(a), (b) e (c) contém somente um ponto (círculo e círculo •)


A menor quantidade pontos possível deve ser escolhida por simplicidade.
(b) é mais indicada

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Trabalhando com esferas...

(a) formação de uma depressão (b) formação de uma depressão onde


onde é formado um espaço na é formado um espaço na forma de um
forma de um losango (vermelho). triângulo (azul).

Figura 2: Possibilidades de empacotamento de esferas no plano.

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(a) esferas dispostas justamente sobre (b) Outra possibilidade, esferas justa-
os buracos triangulares. O circulo em mente sobre as esferas da primeira ca-
vermelho mostra a posição onde as es- mada.
feras foram dispostas.

Figura 3: Representação das possibilidades de empacotamento da camada B. Obs: A


alocação das esferas na forma da gura 3(a) fornece a formação de um buraco
tetraédrico, a gura 3(b) leva a formação de um buraco octaédrico.

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AB → ABC e AB → ABA

ccp → fcc
Posição relativas das
esferas - ABCABC

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ABABAB → hcp
Hexagonal

1 1
× 2 + 2 × ( × 6) + 3 = 6
2 6
(2)

Posição relativas das


esferas - ABABAB

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Geometria das 14 redes de Bravais
Redes de Bravais : um arranjo innito
de pontos discretos que aparecem
exatamente na mesma posição indepen-
dentemente do ponto de onde o arranjo
é visto.[2]

~ = u~a + v~b + w~c


R (3)
Os valores de u,v e w podem ser qual- →
quer número inteiro (positivo ou nega-
tivo) incluindo zero. Figura 4: Rede de Bravais em duas
Com base na gura 4 podemos fazer: dimensões. Combinações lineares dos
vetores primitivos ~a e ~b, com
~ 1 = 3~a + 2~b
R (4) coecientes.
~ 2 = −2~a − ~b
R (5)

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Geometria das 14 redes de Bravais

A geometria tridimensional das 14 redes


de Bravais são denidas pelos três veto-
res de rede ~a, ~b e ~c. Na prática, no en-
tanto, os vetores de rede ~a, ~b e ~c são es-
pecicados por seis quantidades escala-
res conhecidas como parâmetros de rede. →
As dimensões da rede são dadas por a,
b e c, a magnitude dos vetores primiti-
Figura 5: Convenção tradicional
vos, e a orientação relativa dos vetores dos parâmetros de rede.[3]
descrita pelos ângulos α, β e γ , que são
denidos na gura 5 .
~b ] ~c ∴ α
~c ] ~a ∴ β
~a ] ~b ∴ γ

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Célula unitária e unitária convencional
Pode-se preencher o espaço com células unitárias não primitivas (conhecidas
simplesmente como cúlulas unitárias ). Uma célula unitária é uma região que
apenas preenche o espaço sem nenhuma sobreposição ao sofrer translação. A
célula unitária convencional é frequentemente escolhida por ser maior que a
primitiva (somente um ponto da rede) e por ter a simetria necessária. Para
cúbica de corpo centrado (bcc):

Figura 6: Primitiva de Figura 7: Célula unitária convencional.


Wigner-Seitz.
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Geometria das 14 redes de Bravais

6 Sistemas cristalinos
Cela Primitiva: Pontos
somente nos cantos.
Se consideramos esferas
em cada ponto do
arranjo de pontos, então →
teremos 1/8 de esfera em
cada canto.
e as outras 8 redes para
formação das 14 ?

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Células não primitivas - Cúbico

A célula unitária cúbica de corpo centrado (Body Centred Cubic, bcc):

8 células não primitivas.


Mais de um ponto
(esfera) por cela
Contém 1, 2, 3 ou 4
pontos no arranjo →
(a) cúbico primitivo (P)
(b) cúbico de corpo
centrato (I)
Podemos chamar (b) de uma célula não primitiva→ du-
plamente primitiva (possui dois pontos por cela). Coor-
denadas: (0, 0, 0) e ( 12 , 21 , 12 )

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Células não primitivas - Cúbico
A bcc pode ser vista como sendo formada pela adição à rede cúbica simples de
um ponto adicional B, no centro do cubo.[1]

Se a rede cúbica simples original é criada por vetores primitivos (ortogonais)

ab
x, ab
y, ab
z, (6)

então um conjunto de vertores primitivos pode ser:


a
a1 = ab
x, a2 = ab
y, a3 = (b
x+y
b+b
z) (7)
2
Exercício: Quais são as componentes que descrevem o ponto P?
−a1 − a2 + 2a3 R:

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Exercício

Encontre o conjunto de vetores (a1 , a2 , a3 ) para gura:

y+b
a1 = a2 (b z−x x+b
b); a2 = a2 (b b ); a3 = a2 (b
z−y b−b
x+y z) R:

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Células não primitivas - Cúbico

Adição de um ponto por


face
4 pontos (esferas) ao
total →
Cúbica de face
centratada (F)

Mostra a célula unitária com posições em


(0, 0, 0), ( 21 , 12 , 0), ( 21 , 0, 12 ) e (0, 21 , 12 ).

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Células não primitivas - Cúbico
A rede cúbica de face centrada (Face Centred Cubic, fcc) adiciona-se um ponto
para cada face quadrada.

Um conjunto simétrico de vetores primitivos para a rede fcc é


a
a1 = (b
y+b
z) (8)
2
a
a2 = (b
z+x
b) (9)
2
a
a3 = (bx+y
b) (10)
2

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Exemplo

Mostre que o ângulo entre quaisquer duas linhas (ligações) que ligam um sítio
da rede do diamante a seus quatro vizinhos mais próximos é 109◦ 28'.


O valor da aresta tetraédro é 2a/2.
Este tetraédro pode ser inserido dentro
de um outro cubo. O centro do cubo é
o centro do tetraédro também. O valor
da aresta do novo cubo a0 =a/2. O al-
tura do centro do cubo é dado por a0 /2,
ou seja em relação ao primeiro cubo é
a/4.

NOTA:Resolver de antes acessar a resolução em u https://youtu.be/k00GtKay9D8

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Células não primitivas - Tretragonal

Mudança dos parâmetros de cela

a = b 6= c
α⊥β⊥ →
γ = 90

a = b 6= c e α ⊥ β ⊥ γ = 90)
RESPONDA: Coordenadas da tetragonal I? ( , , ) e ( , , )?

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Células não primitivas - Tretragonal

Rede cúbica F alongada é uma rede idêntica a tetragonal I . Pontos escuros estão no plano do
papel e pontos não preenchidos são os pontos referentes a face em uma posição c/2 (cúbico
F). √
Os novos vetores ~a e ~b são rotacionados em 45◦ e menores por um fator de 22 .

Figura 8: (a) Vizualização de uma rede cúbica I distorcida (a = b 6= c). • em c = 0 e


◦ c = 21 . (b) Uma geometria idêntica é mostrada, mas com um diferente atribuição
aos vetores. Devido a isto a = b 6= c, e um ponto central em ( 21 , 12 , 21 ).

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Células não primitivas - Tretragonal

Sendo l o valor de a após a rotação:


 a 2  a 2
l2 = + (11)
2 2

a 2a
l = √ →→ l= (12)
2 2
Sendo af após a rotação: √
2a
l = af = (13)
2
e também (de maneira alternativa)

a
√ √
2 2a
sin 45 = 2
= → af = (14)
af 2 2

Assim, Tetragonal F = Tetragonal I. Os parâmetros para rede Bravais são


paresentados na Tabela 1

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Redes de Bravais
Tabela 1: Parâmetros para as redes de Bravais

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Sistema Trigonal
É importante lembrar que o retículo romboédrico (lattice symbol R - Tabela 1)
pode sempre ser expressado como uma célula hexagonal não primitiva com 3
pontos por célula. Portanto, é prático pensar na rede trigonal como um caso
especial da hexagonal.[2]

Figura 9: Representação da rede hexagonal (a) e trigonal (b)


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Aula Assíncrona
Índices de Miller e direções
Aula no u YouTube
Conteúdo da aula acima está na descrição do vídeo, mas é muito próximo ao
conteúdo aqui apresentado (slides seguintes)
Caso o link acima não funcione digite
https://youtu.be/sY9fpuT8dxM
Direções
Uma direção cristalográca é denida como uma linha entre dois pontos ou
vetores.[3]
Origem: [xyz] = [xi yi zi ] = [000] (por simplicidade)
Destino:[xyz] = [xf yf zf ]

r~j = xj~a + yj~b + zj ~c (15)


As orientações dos planos da estrutura cristalina são representadas de maneira
similar.
Os planos são expecícados por três índices de Miller (hkl)(entre parênteses).

Figura 10: Convenção tradicional dos parâmetros de rede.

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Direção
Determina-se um sistema de coordenadas (pode apresentar qualquer
direção)
O comprimento do vetor nas três direções (a, b, c) é determinado em
função dos parâmetros da célula unitária.

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Direção - Fora da origem (0, 0, 0)

Determina-se as coordenadas iniciais (xi , yi , zi )


Determina-se as coordenadas nais (xf , yf , zf ]
Vetor [xyz] → r~j = [xf − xi , yf − yi , zf − zi ]

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Direção - Fora da origem (0, 0, 0)

Para o sistema cúbico a = b = c


Usa-se a para os eixos → Somente sistema cúbico.[3]
Não é válido para outros sistemas onde a = b 6= c, ou a 6= b 6= c
Para indicar um direção negativa usa-se uma barra sobre o valor
Ex: [11̄0].

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Planos
Planos são identicados pelos índices de Miller
Três das faces denem por suas intersecções os eixos de coordenadas ou
cristalográcos. São elas: (OAC), (OAB) e (OBC).
A face (ABC) determina nos eixos de coordenadas segmentos
proporcionais aos parâmetros unitários (ou constantes axiais) a, b e c do
cristal.

Figura 11: Representação genérica de um plano ABC


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Planos
Os valores absolutos de a, b e c são ditermiandos por técnicas de
difração.[2]
No entanto, morfologicamente podemos determinar os valores relativos de
a : b : c (relação axial). E se dá na forma a : 1 : c
Os valores de m, n e p são as características númericas de A0 , B 0 e C 0 . Os
seus inversos depois de convertidos proporcionalmente em números
inteiros, constituem os índeces de Miller h, k, l da face, ou seja:
h : k : l = m−1 : n−1 : p−1 (16)

OA0 = ma (17)
0
OB = nb (18)
OC 0 = pc (19)
No exemplo: m = 2,
n=2ep=3
3

OBS: quando o plano é paralelo


(||) a um eixo o itercepto é no
innito(∞).[4][5]
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Exemplo:
OA0 = 1, 5a → m = 32
OB 0 = 2b → n = 2
OC 0 = 3c → p = 3
h : k : l são o inverso dos valores de m, n e p, respectivamente:
h : k : l = m−1 : n−1 : p−1
h : k : l = 23 : 12 : 13
h : k : l devem ser números inteiros, obrigatoriamente.
h : k : l = 23 : 12 : 13 ×(6) ou ×2 × 3
h : k : l = 12 6 6
3 : 2 : 3 →→ (432)
Para planos usamos (), assim é o plano (432).
Quando m, n e p interceptarem o eixo em valores negativos os índices devem
ser especicados com uma traço (h : k : l) sobre o respectivo índice de Miller.

OBS:
→ Quando o plano for paralelo (||) a um eixo, o respectivo índice de Miller é
zero (0).
→ A relação a : 1 : c é utilizada (geralmente) para representar as relações axiais
determinadas experimentalmente, que não é o caso e pode ser desconsiderada.

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Execícios: Encontre os índices de Miller[3]

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Representação de Planos - Plano (432)
Os valores para os índices (hkl) sempre são inteiros.
Planos paralelos são equivalentes.
Produto escalar: →
−u •→−
v = |A||B| cos θ◦ (Vericação para sistemas
ortogonais do paralelismo)
O produto vetorial fornece a intersecção de dois planos: →

u ×→

v = →

w

Tomamos o inverso:
h : k : l = 14 a 31 b 12 c
Representa-se estes valores dentro de
uma cela, mas
1 1 1 3
4 a 3 b 2 c 6= 2 a 2b 3c
cos θ◦ = 1 =⇒ θ◦ = 0 (paralelos!)
Observe que:
3 1 1 1

2 a : 2b : 3c = 6 4 a : 3 b : 2 c

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Recurso Digital - site Link
OBS: A apresentação formal do plano está incorreta, deve-se notar que um
índice negativo é representado por uma barra sobre o número. No entanto,
por motivos de programação deve-se entrar o sinal de menos (-) na frente do
numeral.

This simulation generates ima-


ges of lattice planes. To see a
plane, enter a set of Miller indi-
ces (each index between 6 and
-6), the numbers separated by a
semi-colon, then click viewor
press enter.

Figura 12: Site para visualização de planos. Neste


exemplo o plano (1 1 0) está representado.
https://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/miller_indices/lattice_draw.php
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Densidade Linear e Planar
densidade volumétrica - nº átomos dentro de uma célula unitária
densidade planar (plano) - (n° de átomos/nm2 )
densidade linear (direção) - (n° de átomos/nm)

A equivalência direcional está relacionada à densidade linear no sentido que,


para um material especíco, direções equivalentes possuem densidades lineares
idênticas. O parâmetro correspondente para planos cristalográcos é a densi-
dade planar e planos com os mesmos valores para a densidade planar também
são equivalentes.

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Densidade Linear

A densidade linear (DL) é denida como o número de átomos por unidade de


comprimento cujos os centros estão sobre o vetor direção para uma direção
cristalográca especíca:
número de átomos centrados no vetor direção
DL = (20)
comprimento do vetor direção

Exemplo: Calcule a densidade linear para a direção [100] na cela unitária bcc.

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Densidade Linear

Calcule a densidade linear para a direção [100] na cela unitária bcc em termos
do raio atômico R.
Econtrar o valor da aresta (a) para a cela bcc.

R: Para cela bcc o valor de a é


igual a:
4R
aresta = a = √ (21)
3

O número de átomos da direção [100] é igual a 1. Usando a equação 20


temos:

1 3
DL = 4R → DL = (22)
√ 4R
3

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Densidade Planar

A densidade planar (DL) é denida como o número de átomos por unidade de área, número
de átomos com os centros no plano:
número de átomos no plano
DP = (23)
área do plano

área = aresta2 = a2 (24)

Calcule a densidade planar no plano (100) na cela unitária fcc.

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Densidade Planar

Calcule a densidade planar no plano (100) na cela unitária fcc.


c2 = a2 + a2 = → c = 2a (25)
√ √
2a = 4R → a = 2R 2 (26)
Usando a equação 24 temos:

área = a2 = 8R2 (27)

Quantos átomos existem na face (100)? R: 2 átomos


Usando as equações 23, equação 24 e equação 27:
número de átomos no plano 2 1
DP = = → DP = (28)
área do plano 8R2 4R2

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Exemplo Resolvido
Calcule a densidade atômica planar (ρp ) em átomos/mm2 no plano (110) do
Fe-α com parâmetro de rede (a ) de 0,287 nm.
Resposta: A diaganol da face (f ) é dada por:


f 2 = a2 + a2 ∴ f = 2 × a (29)

A área do plano (110) é dada por:



A = f × a ∴ A = 2 × a2 (30)

Existem dois átomos no plano em questão, portanto:


2 átomos
ρp(110) = √ = 1, 72 × 101 (31)
2×a 2 nm2
Usando o valor de a do exemplo temos 1,7169 ×10 átomos/nm ou 1,7169
1 2

×1013 átomos/mm2 . Nota: nm 1


2
1
= 1×(10−9 )2 m2
1
∴ 1×(10−18 )m2 com o
prexo mm = mm2 = 1×(10−3 )2 m2 ∴ 1×(10−6 )m2 , bastanto dividir para
1 1 1

chegar no resultado. Uma forma alternativa é lembrar que 1 nm → 1 ×


10−6 mm ∴ 1 nm2 = 1 × 10−12 mm2 .
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Densidade Volumétrica
Propriedade física que relaciona a quantidade de massa por volume. O valor da
densidade é uma propriedade intensiva, não depende da quantidade do material.
Exemplo: O cobre (Cu0 ) que possui uma célula unitária do tipo fcc. O raio
para o cobre é 1,28 Å. Calcule a densidade.
Encontre o número de esferas
Encontre o valor da aresta (a)

V olume = a3 (32)

Use:
massa
ρ = = m/V (33)
volume
g
R: O valor experimental é de 8, 96 cm 3 . Erro de 0,7%.

63,54 g/mol
4 átomos × ( 6,02×10 23 átomos/mol ) g
Densidade (Cu0 ) = √ = 8, 90 3 (34)
(2 × (1, 28 × 10 ) 2)3 cm3
−8 cm

K
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Referências

N. Ashcroft, Física do Estado Sólido.


Cengage Learning, 1 ed., May.
J. Barrett, Structure and Bonding.
Wiley-RSC, 1 ed., May 2002.
W. D. Callister, Materials Science and Engineering: An Introduction, 4E, Interactive MSE.
Wiley, 4 ed., Feb. 1998.
D. R. Askeland and P. P. Phule, The Science .
and Engineering of Materials
Thomson-Engineering, 4 ed., Dec. 2002.
P. Atkins and L. Jones, Chemical Principles.
W. H. Freeman, fth edition ed., Dec. 2009.

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