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Controladoria-Geral da União
Secretaria Federal de Controle Interno
Sumário Executivo
Murici/AL
Introdução
Introdução
Este Relatório trata dos resultados dos exames Informações sobre indicadores
realizados sobre 5 Ações de Governo socioeconômicos do município
executadas no município de Murici/AL em sorteado:
decorrência da V01º Ciclo do Programa de
Fiscalização em Entes Federativos.
Informações Socioeconômicas
A fiscalização teve como objetivo analisar a População: 26710
aplicação dos recursos federais no Município Índice de Pobreza: 64,83
sob a responsabilidade de órgãos e entidades PIB per Capita: 3.901,23
federais, estaduais, municipais ou entidades Eleitores: 17083
legalmente habilitadas, relativas ao período Área: 424
fiscalizado indicado individualmente, tendo Fonte: Sítio do IBGE.
sido os trabalhos de campo executados no
período de 17/08/2015 a 26/08/2015.
Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao
Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e
registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de
questionários.
1. Introdução
2.1 Parte 1
Fato
Fato
trI
o
aliseC
n
/A
#
Recomendações:
Recomendação 1: Acompanhar as providências que serão adotadas pelo município de
Murici para dotar o quadro de nutricionistas do Pnae do quantitativo de profissionais
recomendado pelo Conselho Federal de Nutrição.
Fato
Mediante análise dos cardápios mensais para os alunos do ensino fundamental, do ensino
pré-escolar, da educação de jovens e adultos e do Programa Mais Educação, constatou-se o
descumprimento dos seguintes dispositivos da Resolução FNDE Nº 26, de 17 de junho de
2013, que “dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação
básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar – Pnae”:
“Art. 14 [...]
§2º Os cardápios deverão ser planejados para atender, em média, às necessidades
nutricionais estabelecidas na forma do disposto no Anexo III desta Resolução, de modo a
suprir:
[...]
IV - no mínimo 20% (vinte por cento) das necessidades nutricionais diárias quando ofertada
uma refeição, para os demais alunos matriculados na educação básica, em período
parcial”;
A tabela a seguir demonstra as diferenças entre a quantidade de calorias e nutrientes
constantes dos cardápios do Pnae Fundamental de Murici e as respectivas quantidades
recomendadas no Anexo III da referida Resolução. Verifica-se que o cardápio fornece, em
média, quantidades diárias de energia, carboidratos, cálcio, magnésio e zinco abaixo das
recomendadas:
Tabela – Comparação entre a quantidade de calorias e nutrientes recomendados pela
Resolução FNDE nº 26/2013, correspondentes a 20% das necessidades nutricionais diárias
e as quantidades oferecidas no cardápio da Educação Fundamental de Murici
Nutriente Faixa Valores de Quantidades oferecidas no cardápio
Etária Referência
Semana Seg Ter Qua Qui Sex Média
6-10 300 1ª 240,27 424,56 443,86 399,44 355,66 372,76
anos 2ª 511,20 443,86 302,95 302,20 338,48 379,74
Energia (Kcal)
11-15 435 3ª 289,23 666,24 606,34 443,86 424,56 486,05
anos 4ª 534,33 480,28 481,36 361,90 302,20 432,01
6-10 48,8 1ª 37,57 25,98 33,78 54,24 28,09 35,93
anos 2ª 73,89 33,78 55,24 28,94 56,05 49,58
Carboidratos (g)
11-15 70,7 3ª 48,72 99,47 80,55 33,78 25,98 57,70
anos 4ª 68,78 74,03 43,08 44,94 28,94 51,95
6-10 9,4 1ª 7,76 19,79 31,67 90,08 19,65 33,79
anos 2ª 9,91 31,67 9,13 18,24 11,40 16,07
Proteínas (g)
11-15 13,6 3ª 9,24 78,72 31,95 31,67 19,79 34,27
anos 4ª 12,90 27,67 32,42 15,00 18,24 21,25
6-10 7,5 1ª 7,09 7,33 19,29 31,67 13,47 15,77
anos 2ª 21,58 19,29 8,10 7,78 8,2 12,99
Lipídios (g)
11-15 10,9 3ª 6,86 15,99 23,01 19,29 7,33 14,50
anos 4ª 24,14 14,10 19,44 16,50 7,78 16,39
6-10 5,4 1ª
anos 2ª
Fibras (g) n.i. n.i. n.i. n.i. n.i. n.i.
11-15 6,1 3ª
anos 4ª
6-10 100 1ª 0 38,15 275,64 538,77 29,68 176,45
Vitamina A (µg anos 2ª 282 275,64 6,88 458,12 109,4 226,41
ou RE) 11-15 140 3ª 13,2 334,44 43,62 275,64 38,15 141,01
anos 4ª 42 43,62 449,64 364,77 458,12 271,63
6-10 7 1ª 0,26 11,13 14,11 51,98 12,66 18,03
anos 2ª n.d. 14,11 7,82 58,22 15 23,79
Vitamina C (mg)
11-15 12 3ª 0 58,48 56,36 14,11 11,13 28,02
anos 4ª n.d. 48,83 57,61 8,43 58,22 43,27
6-10 210 1ª 239,09 32,28 93,03 332,11 447,46 228,79
anos 2ª 200 93,03 237,80 60,29 171,64 152,55
Cálcio (mg)
11-15 260 3ª 233,48 71,41 373,94 93,03 32,28 160,83
anos 4ª 232,64 474,8 115,53 309,61 60,29 238,57
6-10 1,8 1ª 0,68 2,45 8,18 3,19 3,92 3,68
anos 2ª n.d. 8,18 0,26 3,92 1,4 3,44
Ferro (mg)
11-15 2,1 3ª 1,17 4,29 4,52 8,18 2,45 4,12
anos 4ª 0 3,99 9,98 1,98 3,92 3,97
6-10 37 1ª 25,77 25,94 26,91 12,67 38,07 25,87
anos 2ª n.d. 26,91 46,19 31,90 27 33,00
Magnésio (mg)
11-15 63 3ª 29,37 103,17 57,75 26,91 25,94 48,63
anos 4ª 21,25 44,87 26,91 12,67 31,9 27,52
6-10 1,3 1ª 0,32 2,1 0,77 2,1 3,25 1,71
anos 2ª n.d. 0,77 0,13 1,92 0,40 0,81
Zinco (mg)
11-15 1,8 3ª 0,12 11,24 3,21 0,77 2,10 3,49
anos 4ª 0 3,29 0,77 1,20 1,92 1,44
Legenda: n.i. = não informado no cardápio; n.d. = não disponível, segundo informação do cardápio.
Fonte: Resolução FNDE nº 26/2013 e cardápios da alimentação escolar do município de Murici, em 2015,
fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação.
“[...]
VI - no mínimo 70% (setenta por cento) das necessidades nutricionais, distribuídas em, no
mínimo, três refeições, para os alunos participantes do Programa Mais Educação e para os
matriculados em escolas de tempo integral”.
A Secretaria Municipal de Educação de Murici não comprovou que os alunos participantes
do Programa Mais Educação recebiam três refeições diárias. Pela análise dos cardápios,
constata-se que esses alunos recebem um lanche do cardápio do ensino fundamental e um
almoço, por conta do referido Programa.
“[...]
§4º A porção ofertada deverá ser diferenciada por faixa etária dos alunos, conforme as
necessidades nutricionais estabelecidas”.
Os cardápios e as fichas técnicas de preparação não contêm porções diferenciadas por faixa
etária.
“[...]
§9º Os cardápios deverão oferecer, no mínimo, três porções de frutas e hortaliças por
semana (200g/aluno/semana) nas refeições ofertadas, sendo que:
I - as bebidas à base de frutas não substituem a obrigatoriedade da oferta de frutas in
natura”;
Apenas o cardápio da Pré-Escola cumpre parcialmente o dispositivo, pois oferece duas
porções de fruta in natura por semana e um lanche com banana in natura, cortada em
rodelas, a qual se adiciona leite em pó, achocolatado em pó e açúcar, conhecido como
“Banana Saborosa”.
“[...]
Art. 16 Para as preparações diárias da alimentação escolar, recomenda-se no máximo:
[...]
V - 400 mg (quatrocentos miligramas) de sódio per capita, em período parcial, quando
ofertada uma refeição;
VI - 600 mg (seiscentos miligramas) de sódio per capita, em período parcial, quando
ofertadas duas refeições; e,
VII - 1.400 mg (mil e quatrocentos miligramas) de sódio per capita, em período integral,
quando ofertadas três ou mais refeições”.
Em todos os cardápios analisados, a quantidade média diária de sódio ultrapassa os limites
máximos estabelecidos neste dispositivo.
ato
/F
#
Relativamente aos nutrientes ofertados nos cardápios do ensino fundamental das escolas
municipais de Murici, a equipe de fiscalização da CGU não apontou sua ausência, mas sim,
as deficiências nos respectivos quantitativos, que podem levar a carências nutricionais.
Assim, por exemplo, conforme explicitado na tabela que compõe esta constatação, a
quantidade de carboidratos oferecida nos cardápios do ensino fundamental da rede
municipal de Murici, para os alunos na faixa etária entre 11 e 15 anos, é, em média, 30%
inferior à recomendada pela Resolução FNDE nº 26/2013. Dentro da documentação que
fundamenta a elaboração dos cardápios das escolas de Murici consta um breve resumo sobre
os nutrientes presentes na alimentação. Relativamente aos carboidratos, o texto informa que
são fontes e reservas de energia, além de matéria-prima para a biossíntese de outras
biomoléculas. Além disso, o texto detalha, em uma tabela, que a falta desses nutrientes
“afeta o funcionamento do cérebro”. Dessa forma, existe a necessidade do Município, sem
perder o foco nos testes de aceitabilidade, no controle da obesidade infanto-juvenil, da
hipertensão arterial e diabetes, como mencionou em sua manifestação ao Relatório
Preliminar, também buscar soluções no sentido de suprir as necessidades nutricionais
mínimas dos estudantes, de acordo com suas faixas etárias.
Quanto ao fornecimento de refeições aos alunos do Programa Mais Educação, em 2013 e
2014 os cardápios previam as três refeições, quais sejam: o lanche da manhã, o almoço e o
lanche da tarde. A partir de 2015 o cardápio do Programa passou a prever apenas o almoço,
conforme demonstram as cópias digitalizadas dos cardápios, apresentadas a seguir:
Foto – Cardápio da merenda escolar, relativo à 1ª semana, dos alunos do Mais Educação em Murici/AL,
durante o exercício de 2013, no qual havia a previsão de três refeições.
Foto – Cardápio da merenda escolar, relativo à 1ª semana, dos alunos do Mais Educação em Murici/AL,
durante o exercício de 2014, no qual havia a previsão de três refeições.
Foto – Cardápio da merenda escolar, relativo à 1ª semana, dos alunos do Mais Educação em Murici/AL,
durante o exercício de 2015, no qual havia a previsão apenas do almoço.
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o
aliseC
n
/A
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Recomendações:
Recomendação 1: Solicitar à Secretaria Municipal de Educação de Murici/AL que comprove
a adaptação dos cardápios de forma que os mesmos forneçam as quantidades mínimas
recomendadas pela Resolução FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, bem como comprove
que está fornecendo três refeições diárias para os alunos do Programa Mais Educação.
2.1.4. Deficiências nas instalações físicas, móveis e equipamentos das escolas podem
comprometer a boa execução do Pnae.
Fato
Foto – Escola Manoel Dubeux – Vista da parte dos Foto – Escola Manoel Dubeux – Refeitório localizado
fundos da cozinha, onde se constata a ausência de no pátio interno da escola, com apenas duas mesas.
telas de proteção nas janelas. Murici/AL, 18 de agosto Murici/AL, 18 de agosto de 2015.
de 2015.
Foto – Escola Gastão Tenório – Cozinha não coberta Foto – Escola Gastão Tenório – Detalhe do telhado
por laje ou forro, com paredes apresentando da cozinha, apresentando frestas que permitem o
infiltrações. Murici/AL, 19 de agosto de 2015. acesso de roedores e outras pragas, além de não
proteger da chuva. Murici/AL, 19 de agosto de 2015.
Foto – Escola Gastão Tenório – Vista das paredes da Foto – Escola Gastão Tenório – Refeitório
cozinha, onde se constatam infiltrações, bolores e inadequado para o número de alunos atendidos.
descascamentos. Murici/AL, 19 de agosto de 2015. Murici/AL, 19 de agosto de 2015.
Foto – Escola Otília Lopes – Cozinha não coberta por Foto – Escola Otília Lopes – Parede da cozinha com
laje ou forro. Murici/AL, 19 de agosto de 2015. infiltrações. Murici/AL, 19 de agosto de 2015.
Foto – Escola Otília Lopes – Banheiro desativado Foto – Escola Otília Lopes – Detalhe do armário
onde são guardadas as panelas, juntamente com o enferrujado onde as panelas são guardadas.
material de limpeza. Murici/AL, 19 de agosto de 2015. Murici/AL, 19 de agosto de 2015.
Foto – Escola Juvenal Lopes – Extensão Prof. Foto – Escola Juvenal Lopes – Extensão Prof.
Loureiro – Teto da cozinha sem laje ou forro. Loureiro – Caixa de gordura sob a pia da cozinha;
Murici/AL, 20 de agosto de 2015. fogão e geladeira apresentando pontos de ferrugem.
Murici/AL, 20 de agosto de 2015.
Foto – Escola Juvenal Lopes – Extensão Prof. Foto – Escola Juvenal Lopes – Extensão Prof.
Loureiro – Parede da cozinha com infiltração e Loureiro – Refeitório inadequado para o número de
panelas guardadas próximas ao chão, sujeitas à alunos atendidos. Murici/AL, 20 de agosto de 2015.
poeira. Murici/AL, 20 de agosto de 2015.
Foto – Escola Juvenal Lopes – Vista da cozinha e do Foto – Escola Juvenal Lopes – Melancias depositadas
refeitório, que dispõe de poucas mesas e cadeiras, diretamente no chão do depósito de gêneros
considerando o número de alunos atendidos. alimentícios. Murici/AL, 20 de agosto de 2015.
Murici/AL, 20 de agosto de 2015.
Foto – Escola Astolfo Lopes – Paredes do depósito de Foto – Escola Astolfo Lopes – Fogão apresentando
merenda apresentando infiltrações, bolores e múltiplos pontos de ferrugem. Murici/AL, 20 de agosto
descascamentos. Murici/AL, 20 de agosto de 2015. de 2015.
Foto – Escola Prof. Aurino Maciel – Vista da cozinha Foto – Escola Pedro Tenório - Depósito onde eram
e do refeitório, que dispõe de poucas mesas e guardadas as panelas e utensílios, apresentando tela
cadeiras, considerando o número de alunos atendidos. milimétrica bastante suja. Murici/AL, 24 de agosto de
Murici/AL, 20 de agosto de 2015 2015.
Foto – Escola Pedro Tenório – Sacos de laranja Foto – Escola Pedro Tenório – Grelha do fogão
depositados diretamente no chão do depósito onde apresentando diversos pontos de ferrugem. Murici/AL,
eram guardadas as panelas e utensílios. Murici/AL, 24 24 de agosto de 2015.
de agosto de 2015.
Foto – Escola Gov. Lamenha Filho – Parte da área ao Foto – Escola Gov. Lamenha Filho – Depósito de
redor da cozinha e depósito não apresenta drenagem estocagem dos gêneros alimentícios bastante estreito e
adequada, acumulando água e formando lama. ainda contendo uma geladeira e um freezer,
Murici/AL, 24 de agosto de 2015. dificultando a circulação dos funcionários. Murici/AL,
24 de agosto de 2015.
Foto – Escola Gov. Lamenha Filho – Sacos de laranja Foto – Escola Gov. Lamenha Filho – Vista do
depositados diretamente no chão do depósito de refeitório, que dispõe de poucas mesas e cadeiras,
gêneros alimentícios. Murici/AL, 24 de agosto de considerando o número de alunos atendidos.
2015. Murici/AL, 24 de agosto de 2015.
Foto - Escola N. Sra. das Graças – Vista da cozinha, Foto - Escola N. Sra. das Graças – Detalhe das telas
onde se constata a ausência de telas de proteção na milimétricas na entrada da cozinha, que necessitam de
lateral. Murici/AL, 24 de agosto de 2015. limpeza ou troca. Murici/AL, 24 de agosto de 2015.
Foto - Escola N. Sra. das Graças – Detalhe da grelha Foto - Escola N. Sra. das Graças – Vista do refeitório,
e “boca” do fogão apresentando múltiplos pontos de que dispõe de poucas mesas e cadeiras, considerando
ferrugem. Murici/AL, 24 de agosto de 2015. o número de alunos atendidos.. Murici/AL, 24 de
agosto de 2015.
Vale ressaltar que a Escola Astolfo Lopes estava funcionando em um prédio provisório,
tendo em vista que a sede da referida Escola havia sido cedida ao Instituto Federal de
Educação Ciência e Tecnologia de Alagoas – Ifal, mediante o Convênio nº 001, assinado em
26 de março de 2010, até que fosse construída a sede definitiva do Instituto. A referida
construção somente foi contratada em maio de 2013, mediante o Contrato 16/2013, com
vigência até 31 de agosto de 2014, sendo que, passado mais de um ano da data prevista para
a conclusão das obras estas ainda não restaram concluídas. Segundo informações obtidas
com a Diretora do Ifal em Murici, as referidas obras serão concluídas até o final de setembro
de 2015 e o prédio da Escola será devolvido até o final de outubro deste ano.
ato
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Recomendações:
Recomendação 1: Verificar na emissão do parecer técnico referente à análise da prestação de
contas do Pnae se o fato apontado foi corrigido.
Fato
7.6: Toda pessoa que trabalhe em uma área de manipulação de alimentos deve manter uma
higiene pessoal esmerada e deve usar roupa protetora, sapatos adequados, touca protetora.
Todos estes elementos devem ser laváveis, a menos que sejam descartáveis e mantidos
limpos, de acordo com a natureza do trabalho. Durante a manipulação de matérias primas
e alimentos, devem ser retirados todos os objetos de adorno pessoal.
Resolução RDC nº 216/2004:
4.2.7 Os funcionários responsáveis pela atividade de higienização das instalações
sanitárias devem utilizar uniformes apropriados e diferenciados daqueles utilizados na
manipulação de alimentos.
Foto - EMEF Manoel Dubeux – Merendeira sem Foto – EMEF Juvenal Lopes – Merendeira sem
utilizar touca, avental e sapato fechado. Uso de utilizar sapato fechado. Murici-AL, 20 de agosto de
“colher de pau” no preparo da refeição. Murici-AL, 2015.
18 de agosto de 2015.
Foto – EMEF Experidião Lopes – Pessoa que, Foto – EMEF Pedro Tenório Raposo – Merendeira
segundo informação do diretor era serviçal, sem utilizar sapato fechado. Murici-AL, 24 de agosto
utilizando a pia da cozinha e sem usar uniforme. de 2015.
Murici-AL, 18 de agosto de 2015.
Foto – EMEF Juvenal Lopes – Carne de frango, Foto – EMEF Astolfo Lopes – Refeição pronta,
retirada de sua embalagem original, sem guardada em geladeira, sem acondicionamento
acondicionamento plástico, sem indicar a data de apropriado. Murici-AL, 20 de agosto de 2015.
fracionamento e prazo de validade. Murici-AL, 20 de
agosto de 2015
Verificou-se que na escola Gastão Tenório os pratos e canecas dos alunos eram lavados em
um tanque de concreto, sem qualquer revestimento cerâmico, cujas paredes continham
infiltrações, descascamentos e bolores, além de estarem com a pintura bastante suja. O
tanque estava localizado em uma área aberta, com pleno acesso a roedores e demais pragas.
Foto – EMEF Gastão Tenório – Tanque utilizado na Foto – EMEF Gastão Tenório – Detalhe do tanque
lavagem dos pratos e canecas utilizados pelos alunos. utilizado na lavagem dos pratos e canecas utilizados
Murici-AL, 19 de agosto de 2015. pelos alunos. Murici-AL, 19 de agosto de 2015.
Ainda na escola Gastão Tenório, a serviçal estava acumulando a função da merendeira, que
se encontrava em licença maternidade. Dessa forma, a funcionária que executava a limpeza
da escola era a mesma que preparava as refeições e lavava as panelas e utensílios, pratos e
canecas;
Vale ressaltar que em nenhuma das escolas a visita ocorreu durante o horário das refeições,
de modo que não foi possível verificar como estas eram servidas, inclusive as bebidas (suco
ou achocolatado).
ato
/F
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Recomendações:
Recomendação 1: Verificar na emissão do parecer técnico referente à análise da prestação de
contas do Pnae se o fato apontado foi corrigido.
Fato
Pela análise dos quadros comparativos entre as quantidades que, segundo o controle de
estoque da Secretaria Municipal de Educação, teriam sido enviadas as escolas e as
respectivas quantidades recebidas, informadas nas guias de remessa, para os produtos
achocolatado, açúcar, charque, carne moída e peito de frango e pela análise das guias de
remessa do produto feijão, além da leitura das atas do Conselho Municipal de Alimentação
Escolar (CMAE) de Murici/AL, verifica-se que a distribuição dos produtos alimentícios não
seguiu um padrão uniforme ao longo do primeiro semestre de 2015, tendo em vista que
somente a partir da segunda quinzena de março é que o fornecimento passou a apresentar
certa regularidade para todas as escolas visitadas. Ainda assim, houve as seguintes falhas na
distribuição dos citados produtos:
a) ausência de distribuição de achocolatado para
i. a Escola Experidião Lopes, no mês de junho;
ii. a Escola Manoel Dubeux nos meses de julho e agosto;
iii. a Escola Nossa Senhora das Graças, nos meses de abril, maio e julho;
iv. a Escola Gov. Lamenha Filho, no mês de maio;
v. as escolas Astolfo Lopes e Aurino Maciel, no mês de julho;
vi. a Escola Pedro Tenório Raposo nos meses de maio e julho.
b) ausência de distribuição de açúcar para
i. as escolas Experidião Lopes, Gastão Tenório e Otília Lopes, no mês de junho;
ii. a Escola Astolfo Lopes, no mês de julho.
c) ausência de distribuição de charque para
i. as escolas Manoel Dubeux e Otília Lopes, no mês de julho;
d) ausência de distribuição de carne moída para
i. as escolas Experidião Lopes e Otília Lopes, no mês de junho;
ii. a Escola Manoel Dubeux, no mês de julho;
e) ausência de distribuição de peito de frango para
i. as escolas Experidião Lopes e Gastão Tenório, no mês de abril;
ii. a Escola Manoel Dubeux nos meses de julho e agosto;
iii. a Escola Otília Lopes nos meses de abril, maio e junho.
Consequentemente, houve falta de merenda ou, no mínimo, o não cumprimento dos
cardápios elaborados pela nutricionista nas escolas e nos meses citados. Tal constatação
também fica evidenciada nas atas do CMAE do mês de fevereiro/2015, onde consta a
informação de que “por causa da falha da merenda as crianças ou alunos são obrigados a
largar às 10h”, e abril/2015, onde consta a informação prestada pelo Secretário de Finanças
de Murici de que a demora no repasse dos recursos provocou o atraso no fornecimento da
merenda.
ato
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A análise das guias de remessa para as escolas, disponibilizadas pela Secretaria Municipal
de Educação de Murici/AL, para os produtos da amostra, no caso: carne moída, frango
inteiro, peito de frango, charque, feijão, açúcar e achocolatado revela que, para todas as
escolas que fizeram parte da amostra, os produtos feijão e charque somente foram
distribuídos no final da primeira quinzena de março/2015; o mesmo vale para os produtos
carne moída e peito de frango, no caso das escolas da área urbana que compunham a
amostra; enquanto o produto frango inteiro não havia sido distribuído, até o final da primeira
quinzena de março/2015, conforme demonstrado no quadro a seguir:
Quadro – Distribuição de parte dos gêneros alimentícios para as escolas municipais de
Murici/AL, constantes da amostra, no início do ano letivo de 2015.
Gastão Tenório (Jussara)
Experidião Lopes(Pacas)
Aurino Maciel
Pedro Tenório
Juvenal Lopes
Astolfo Lopes
Carne moída 9 6 11 3
20 a 27/fev.
Frango inteiro
Peito de frango 20 7 13 3
Charque
Feijão carioca
Gastão Tenório (Jussara)
Experidião Lopes(Pacas)
Aurino Maciel
Pedro Tenório
Juvenal Lopes
Astolfo Lopes
Datas Itens (Kg)
Charque 17,5 23 25 14 45
Feijão carioca 13 13 18 10 31
Açúcar 26 27 38 21 67
Achocolatado 6,2 20
Recomendações:
Recomendação 1: Considerar esse fato ao emitir o parecer técnico referente à análise da
prestação de contas do Pnae, aplicando as penalidades cabíveis.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
2.2.1. Controle químico de pragas vencido nas escolas e não realizado na Central de
Distribuição de Alimentos.
Fato
Fato
ato
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Fato
Foi realizada uma reunião com parte dos membros do Conselho Municipal de Alimentação
Escolar (CMAE) de Murici/AL, no dia 21 de agosto de 2015, onde foi mencionado que a
principal dificuldade do Conselho é o transporte para a zona rural, visto que o veículo
disponibilizado pela Prefeitura, além de não ser de uso apenas dos conselhos, ainda estava
em manutenção.
Os conselheiros também informaram que parte deles realizou uma capacitação on line,
promovida pelo FNDE e que não havia sido elaborado o Plano de Ação do Conselho para o
exercício de 2015.
Mediante leitura das atas do CMAE de Murici/AL, constata-se que o referido Conselho
procura exercer suas atribuições, fiscalizando, orientando e recebendo reclamações da
comunidade, conforme exemplificado a seguir:
Quadro – Resumo das principais atas do CMAE de Murici/AL, no período de janeiro/2014 a
julho/2015.
Data da Ata Resumo do Assunto
27/06/2014 Informa sobre visita realizada à escola localizada na fazenda Urucu, onde foi constatado o
descumprimento do cardápio, tendo sido prestadas orientações à merendeira e diretora.
22/08/2014 Informa sobre a visita realizada à Central de Distribuição de Alimentos, não tendo sido
detectadas irregularidades.
23/09/2014 Informa sobre documento do Ministério da Educação sobre supostas irregularidades nas
prestações de contas 2013 do PNAE em Murici/AL. Informa, também, que foram
solicitados extratos ao Banco do Brasil que se recusou a fornecê-los ao Conselho,
esclarecendo que este deveria solicitá-los diretamente ao setor financeiro da Secretaria
Municipal de Educação.
10/11/2014 Esclarecimentos sobre a análise dos documentos de prestação de contas relativos ao mês de
outubro/2013. Marcação de reunião para 28/1/2015, para discutir o melhoramento da
merenda para o ano de 2015, discutindo os seguintes temas: organização da cozinha e
cursos de capacitação; responsabilidade de cada um; programação e melhoria dos
cardápios e acumulação dos alimentos na escola. Marcada inspeção para o dia 25/11, para
verificação dos estoques e de eventuais sobras de gêneros a serem devolvidos para o
depósito central.
26/02/2015 Diretora de escola reclama sobre a falta de padrão na distribuição de alimentos: “chegam
os frios, mas as verduras demoram mais”. Outra diretora reclama que as frutas costumam
chegar na sexta, ficando estocadas durante o final de semana, podendo se estragar.
Informação de que, por falta de merenda em algumas escolas, as crianças ou alunos são
obrigados a largar às 10h. Informação de que houve uma compra emergencial para o mês
de março.
26/04/2015 Informa sobre reclamações de falta de merenda em algumas escolas, reconhecida pelo
secretário de finanças, que justificou ser por conta do atraso no repasse dos recursos.
Informa sobre pesquisa de preços de frutas e verduras realizada na Ceasa (Maceió) pelo
Presidente do Conselho, a nutricionista responsável técnica e uma servidora da Central de
Distribuição de Alimentos. Informação de que o mestre de obras da Prefeitura havia sido
acionado para realizar uma pequena reforma na despensa da Escola Pedro Tenório Raposo.
Informação de que os conselheiros encontraram muito papel e arquivos jogados próximos
ao depósito de merenda daquela escola, com risco de contaminação dos alimentos.
17/07/2015 Informa sobre a dificuldade de conseguir pessoas dispostas a participarem do Conselho.
Informa sobre o envio de ofícios com vistas a orientar os gestores escolares a coibir a
venda de lanches dentro das escolas atendidas pelo PNAE. Informação sobre possível
capacitação das cozinheiras pelo Sebrae.
A leitura das atas indica que não há registros sobre os resultados das análises das prestações
de contas do Pnae realizadas pelo Conselho, indicando que pode ser necessária uma
capacitação de seus membros para a plena execução dessas análises.
ato
/F
#
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que existe necessidade de aperfeiçoamento na
execução do Pnae no município de Murici/AL, especialmente no que se refere: à estrutura
das escolas; à atenção aos procedimentos e padrões de higiene, preconizados nos normativos
federais relativos à guarda de alimentos e preparação de refeições; ao controle dos estoques;
ao planejamento das compras e da distribuição da merenda; ao fortalecimento da atuação do
Conselho e ao incremento da transparência na aplicação dos recursos federais recebidos.
Ordem de Serviço: 201504505
Município/UF: Murici/AL
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: MURICI GAB PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 30.741.135,13
1. Introdução
Na consecução dos trabalhos foi analisada a aplicação dos recursos financeiros federais
repassados ao município, no período compreendido entre 01 de janeiro de 2014 a 31 de julho
de 2015, pelo Ministério da Educação.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Fato
ato
/F
#
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
Fato
ato
/F
#
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
Fato
Visando a verificação do cumprimento daquilo que estabelece inciso II, art. 30, da Lei nº
11.494, de 20 de junho de 2007, que preceitua que o Ministério da Educação atuará na
capacitação dos membros dos conselhos, solicitou-se, por meio da SF EDUC 001/2015, que
fosse apresentado comprovação das capacitações efetuadas por membros do Conselho de
Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – CACS/FUNDEB.
Em que pese o art. 30, II, da Lei nº 11.494/2007, dispor que “O Ministério da Educação
atuará: II - na capacitação dos membros dos conselhos”, deve-se ter em conta que tal
atuação não exclui a participação do Município na realização dessa tarefa, principalmente
em caso de ausência do MEC, haja vista que o Município é interessado direto na capacitação
dos seus conselheiros, com vistas a garantir melhoria da qualidade do controle social.
ato
/F
#
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
Fato
Tabela 1 – Pagamento de contas de energia do prédio utilizado pelo IFAL no ano de 2014
Matrícula/Nº C.U. Mês Valor
Janeiro R$ 2.586,77
Fevereiro R$ 2.311,15
1159681-3
Julho R$ 1.416,46
Outubro R$ 2.693,35
Total Geral R$ 9.007,73
Fonte: processos de pagamento fornecidos pela prefeitura municipal de Murici/AL
Sendo assim, conclui-se que foram efetuadas despesas incompatíveis com os objetivos do
FUNDEB no montante de R$ 112.976,53.
ato
/F
#
O gestor municipal sustenta que o pagamento das contas de energia do prédio da escola em
que funciona o IFAL com recursos do FUNDEB seria legal, considerando os termos do
convênio assinado pelo Município e o Instituto Federal.
Contudo, de acordo com as informações colhidas in locu, observou-se que o IFAL, dentro
do período fiscalizado, ocupou toda a escola, fazendo, inclusive, com que os alunos da
educação básica da Escola Astolfo Lopes fossem deslocados para outro prédio.
Desse modo, tendo em vista que de 01 de janeiro de 2014 até 31 de julho de 2015 (período
fiscalizado), o prédio foi de uso exclusivo do IFAL, não há como conceber a legalidade do
custeio de manutenção do referido imóvel com a utilização de recursos do FUNDEB,
notadamente se observado o disposto no Art. 21 da Lei nº 11.494/2007.
Esclareça-se que não se pretende aqui afirmar que a municipalidade não deva cumprir com
os termos conveniados. Na verdade, diante de tudo o quanto foi exposto, o que se busca é
que as obrigações conveniadas sejam custeadas com recursos próprios e não com a verba
destinada à manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública.
Já quanto aos serviços de contabilidade, o gestor afirma que “a mencionada empresa presta
serviços à contabilidade da educação e ao fundo municipal de educação”, contudo, não
apresentou nenhum documento que comprovasse essa afirmação.
Por outro lado, de acordo com a documentação analisada, a informação que se tem é que
houve uma “CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA EM CONTABILIDADE
PÚBLICA E SISTEMA”, de forma genérica, sem existir, portanto, especificação dos serviços
prestados, o que impede a análise sobre enquadramento nas atividades de manutenção do
ensino básico.
trI
o
aliseC
n
/A
#
Fato
Em análise ao extrato da conta corrente do FUNDEB do Município de Murici/AL verificou-
se que, no período sob exame, o gestor municipal realizou 23 transferências, no valor total
de R$ 3.784.927,16, movimentando recursos do programa sem identificação do beneficiário,
além de ter transferido outros R$ 17.472.695,76, em 123 transações, para contas de
titularidade de órgãos municipais (Prefeitura, Secretaria de Educação e Previdência Social
do Município de Murici) sem que se fossem apresentados os extratos de tais contas. Todas
essas transações com recursos do FUNDEB foram realizadas com crédito em contas que não
aquelas específicas do FUNDEB, em afronta às regras estabelecidas pelo Decreto n.º
7.507/2011 e pela Resolução CD/FNDE n.º 44/2011.
Chama atenção para duas transferências realizadas no dia 08 de maio de 2015 para contas da
Secretaria Municipal de Educação de Murici, na agência 3549 da Caixa Econômica Federal,
contas correntes nº 106 e 107, nos valores de R$ 212.000,00 e R$ 750.000,00,
respectivamente. Apesar de apresentados os extratos de tais contas, esses nada informam a
não ser o crédito e débito do valor total no mesmo dia (08 de maio de 2015). Impende
destacar que, apesar das ordens constituírem valores da mesma ordem de grandeza do
pagamento de salários, não parecem se tratar de transferências para remuneração de
servidores pelos seguintes motivos: são arredondados até a casa dos milhares; a folha de
pagamentos é realizada todos os meses no fim do mês; houve pagamento de folha de salários
tanto no dia 28 de abril quanto no dia 28 de maio 2015.
Destaca-se que, não havendo identificação de quem seja o beneficiário pela transação ou da
finalidade da transferência, o controle social e institucional dos recursos do programa resta
prejudicado.
ato
/F
#
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
“Diante do apontamento, a Secretaria Municipal de Educação detectou o seguinte:
Crédito (R$)
Banco Agência Conta Corrente
Razão Social
Beneficiário Beneficiário Beneficiário
2014* 2015**
2 69.971,68 -
272 (Conta –
235.140,13
Consignação) 50.997,50
104 3549
752 (Conta – Unimed –
64.480,03
Convênio Servidores) 14.659,69
Com relação a movimentação efetuada para a conta 6166-2 e 2-0, refere-se a transferência
de valores retidos a título de ISS das Pessoas Jurídicas e Físicas que prestaram serviços a
Secretaria de Educação.
Com relação a movimentação efetuada para a conta 16820-3, refere-se a retenção do INSS
descontado dos servidores.
Com relação a movimentação efetuada para a conta 10940-1 e 43-7, refere-se a retenção
do Regime Próprio de Previdência Social do Município descontado dos servidores.
março)
consignação )
“ A movimentação das contas correntes recebedoras dos recursos transferidos pelo FNDE,
nos termos desta Resolução, ocorrerá exclusivamente por meio eletrônico, no qual seja
devidamente identificada a titularidade das contas correntes de fornecedores ou
prestadores de serviços, beneficiários dos pagamentos realizados pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios”.
Fato
Como resultado do cotejamento das informações fornecidas pelo gestor local com os dados
extraídos da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS do Ministério do Trabalho e
Emprego para o exercício de 2014 foram encontradas possíveis acumulações ilegais de
vínculos empregatícios:
Tigre - Vigilância
01771692000134 44
***.479.604-** Patrimonial de Alagoas Ltda 84/88*
Todos os servidores listados nas tabelas acima acumularam carga horária semanal igual ou
superior a 70 horas. Esse dado levanta suspeita acerca do efetivo cumprimento da carga
horária de algum vínculo empregatício, uma vez que, para tanto, demandaria ausência de
descanso semanal (trabalhando inclusive aos domingos), e laborando 10 ou mais horas por
dia. Tal situação desrespeita, inclusive, qualquer limite de salubridade definido na legislação
celetista (art. 59, 66, 67 e 69 da CLT) ou estatutária federal (art. 19 e art. 74 da Lei 8112/90,
por exemplo).
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
“Diante do apontamento, a Secretária Municipal de Educação convocou os servidores
mencionados para adequassem ao que preceitua a legislação vigente, ademais os casos que
não existe possibilidade de adequação, a gestora da Secretaria Municipal de Educação
solicitou que os servidores, apresentassem carta de desligamento dos vínculos apontados na
fiscalização no prazo de 15 (quinze) dias ou seriam automaticamente desligados do quadro
daquela Secretaria.”.
m
x
E
d
U
ifestco
an
/M
#
Fato
Sendo assim, considerando a falta de comprovação da destinação dos bens adquiridos, tem-
se como consequência o fato de que também não há evidências de que tais despesas, que
totalizam R$ 50.658,18, foram utilizadas em atividades exclusivas de manutenção e
desenvolvimento da educação básica, como determina o Art. 21 da Lei nº 11.494/2007.
ato
/F
#
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
Ressalte-se que se trata de erros formais de natureza grave, uma vez que tal falha
inviabilizou a análise da devida destinação dos bens e serviços adquiridos. Apesar de o
gestor informar que os objetos contratados foram entregues em sua totalidade e não houve
nenhum prejuízo ao erário, não foi apresentado nenhum documento que pudesse sustentar a
referida alegação.
trI
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aliseC
n
/A
#
Fato
Tabela 10 - Dispensa indevida de licitação para compra de material para manutenção das
escolas.
DATA DA VALOR
FORNECEDOR CNPJ EMPENHO NOTA FISCAL
SOLICITAÇÃO (R$)
Aço Bompreço 11.449.511/0001-
20/01/2014 3.395,55 2014020000080 63327
Comercial Ltda 01
10/02/2014 Casa das Tintas Ltda 09.326.760/0001-49 5.000,00 2014020000072 27082
Eletro Silva Atacado
22/04/2014 02.636.828/0001-66 2.835,88 2014040000205 12344
EIRELI
22/04/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 1.016,75 2014040000204 320
DATA DA VALOR
FORNECEDOR CNPJ EMPENHO NOTA FISCAL
SOLICITAÇÃO (R$)
Eletro Silva Atacado
29/05/2014 02.636.828/0001-66 7.949,08 2014060000286 12706
EIRELI
Ionara Taisa Freire
25/06/2014 01.134.845/000-32 2.657,00 2014070000379 68
Melo - ME
Ionara Taisa Freire
29/04/2014 01.134.845/000-32 4.213,00 2014040000231 62
Melo - ME
07/07/214 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 3.877,40 2014070000380 329
14/07/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 4.102,25 2014090000497 328
Carajás Material de
07/08/2014 03.656/804/0001-31 1.400,00 2014080000425 1.179.017
Construção Ltda
Carajás Material de
07/08/2014 03.656/804/0001-31 800,00 2014080000424 1.179.018
Construção Ltda
Carajás Material de
07/08/2014 03.656/804/0001-31 6.285,80 2014080000426 1.179.036
Construção Ltda
03/09/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 919,40 2014090000498 335
05/09/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 2.458,00 2014100000549 338
05/09/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 1.099,40 2014100000550 339
03/11/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 1.844,10 2014120000638 355
03/11/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 603,30 2014120000637 354
15/04/2014 J. C. Tenório - ME 02.206.086/0001-39 3.146,45 2014040000200 319
Total em material para manutenção das escolas em 2014 53.603,36
Fonte: Empenhos e processos de pagamento fornecidos pela prefeitura municipal de Murici/AL.
Convém destacar que o resultado do exame limita-se ao escopo dos processos de dispensa
analisados, uma vez que não se estabeleceu critérios estatísticos quando da seleção da
amostra.
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro 2015, a Prefeitura de Murici apresentou os
seguintes esclarecimentos:
Entretanto, apesar do gestor justificar que as dispensas para a manutenção dos veículos se
deram em razão da preservação da garantia vigente relativas aos veículos, nenhum
documento foi apresentado para corroborar com essa afirmação. Pelo contrário, em pesquisa
realizada no site da empresa Volare/Marcopolo, marca dos ônibus que foram objeto das
dispensas citadas no campo fato, observou-se que o prazo máximo de garantia é de doze
meses, conforme se observa a seguir:
“2. PRAZO DE VALIDADE
2.1. A presente garantia para o Volare é concedida pelo período de 12 (doze) meses, sem
limite de quilometragem, ficando entendido que esse período corresponde a 3 (três) meses
de garantia legal, mais um período de 9 (nove) meses de garantia contratual.
2.1.1. A garantia terá início na data da emissão da Nota Fiscal de venda ao primeiro
proprietário.
2.1.2. Junto ao manual do Proprietário Volare esta anexado o Certificado de Garantia que
contém dados relativos ao primeiro comprador.
2.2. A garantia do Volare é concedida ao primeiro e aos subseqüentes proprietários,
mediante as condições e enquanto perdurar o período preestabelecido neste Termo de
Garantia.” – Disponível em < http://www.volare.com.br/pos-vendas/assistencia-
tecnica/manuais > Acesso em 08 Out 2015
Assim, considerando que o veículo de placa NMD – 8794 (notas fiscais nº 454 e 183) e o de
placa OHB-9990 (notas fiscais nº 455, 184, 457 e 185), foram adquiridos em 2010 e 2011,
respectivamente, e, ainda, que os serviços foram realizados no ano de 2014, ou seja, mais de
doze meses após a sua aquisição, a justificativa apresentada não se sustenta.
Fato
Para aferir o cumprimento da aplicação do limite mínimo de 60% dos recursos do FUNDEB
repassados ao Município na remuneração dos profissionais do Magistério em efetivo
exercício foram analisados, inicialmente, os valores da folha de pagamentos da parcela de
60% de todo o exercício de 2014, bem como dos meses de janeiro a julho do exercício de
2015. A tabela a seguir lista o total pago a título de remuneração de professores em efetivo
exercício do magistério em cada um dos 19 meses sob análise:
Fato
A documentação fornecida pelo gestor informa que no ano de 2014 foram gastos R$
247.502,60 com combustíveis destinados aos veículos da SEMED, volume este que foi pago
com recursos do FUNDEB. Já o valor apurado até 31 de julho de 2015 foi de R$
246.968,10.
“As planilhas de controle de abastecimento são elaboradas com base nos dados constantes
das guias de requisição de combustíveis (modelo anexo), e após o efetivo pagamento das
despesas o responsável pelos abastecimentos atesta os controles e as referidas guias são
inutilizadas.”
A situação se agrava se observado que, mesmo as planilhas sendo divididas por períodos, os
processos de pagamento analisados limitam-se a informar a espécie do combustível,
quantidade de litros e valor correspondente para pagamento, sem descrever os veículos,
responsáveis ou, pelo menos, o período a que se refere aquela aquisição de combustível
pleiteada.
ato
/F
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Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
Ressalte-se que, apesar do gestor afirmar que existia controle de combustível por meio de
guias de abastecimento, nenhum documento foi apresentado para sustentar essa alegação.
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Fato
Analisando os processos de licitações para a execução de obras e para a prestação de
serviços que envolveram recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, no período de 01 de
janeiro de 2014 a 31 de julho de 2015, verificou-se a existência de quatro processos de
reformas de escolas municipais, conforme a tabela abaixo:
De todos os processos analisados, notou-se que nenhum deles possui projeto básico ou
projeto executivo. Na verdade, o que se verificou foi que as solicitações das contratações
informadas na tabela acima foram baseadas tão somente em planilhas orçamentárias que se
restringem em descrever o item, a quantidade e a valor a ser contratado, o que viola os
artigos 7º e 8º, e seus parágrafos, da Lei 8.666/93.
Além disso, também percebeu-se que a Prefeitura de Murici não dispõe de qualquer
documento válido que comprove a execução dos serviços contratos, na medida em que os
boletins de medição apresentados limitam-se a replicar os itens das planilhas orçamentárias
dos contratos firmados, sem relatar qualquer atividade realizada, sem descrever o data dos
serviços e sem incluir imagens do antes e depois.
Portanto, tem-se que entre 01 de janeiro de 2014 a 31 de julho de 2015 foram gastos R$
569.454,76 dos recursos do FUNDEB com contratações de serviços de reformas das escolas
municipais de Murici, por meio de processos licitatórios desprovidos de Projeto Básico ou
Projeto Executivo, e, ainda, sem existir qualquer documento válido que comprove a
execução dos serviços contratos.
ato
/F
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Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
Por outro lado, da análise da documentação que foi disponibilizada à equipe de fiscalização,
quais sejam, processos de contratação, processos de pagamento e boletins de medição, não
consta nenhum projeto básico ou de execução.
trI
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Fato
Segundo foi apurado, após a enchente ocorrida no Munícipio de Murici no ano de 2010, que
causou grande destruição naquela cidade, aquele Município foi beneficiado pelo Estado de
Alagoas com a construção e o repasse de cinco escolas, de modo que três delas foram
entregues em 2012 e duas em 2014, conforme o quadro abaixo:
Quadro 1 – Escolas construídas pelo Governo do Estado de Alagoas e repassadas ao Município de Murici
Escola Ano do recebimento pelo Município
Escola Municipal Olival Lins de Melo 2012
Escola Municipal Manoel Doubex Leão 2012
Escola Municipal Esperidião Lopes de Farias 2012
Escola Municipal Juvenal Lopes Ferreira de Omena 2014
Escola Municipal Professor Aurino Maciel 2014
Fonte: Termos de Recebimento das Escolas fornecidos pela Prefeitura de Murici.
Ocorre que, analisando os processos de contratação de empresas para reformas das escolas
municipais, observou-se que os Convites nº 01/2014 (Contrato nº 01/2014) e 01/2015
(Contrato nº 01/2015) incluíram a Escola Municipal Professor Aurino Maciel como objeto
da contratação.
No tocante ao Convite nº 01/2014, verificou-se que a Escola Aurino Maciel teve como
objeto de reforma uma série de serviços que se coadunam com os defeitos identificados no
Termo de Recebimento e citados linhas acima (tais como os reparos no piso, no
revestimento de parede e teto, na coberta, na instalação elétrica, na instalação hidro sanitária,
nas esquadrias e nas pinturas), os quais geraram um custo de R$ 69.562,02, pagos com
recursos do FUNDEB.
Como dito, tais serviços eram de obrigação da empresa contrata pelo Estado de Alagoas para
construção da referida Escola e, portanto, jamais deveriam ter sido realizados pelo
Município de Murici.
Mas o que mais chama a atenção é o fato de que a solicitação de reforma foi feita no dia 03
de janeiro de 2014 e o contrato assinado em 27 de janeiro de 2014, ao tempo em que o
Termo de Recebimento da Escola Professor Aurino Maciel somente fora assinado em 20 de
fevereiro de 2014, ou seja, em data posterior à solicitação de reforma e à assinatura do
Contrato nº 01/2014, decorrente do Convite nº 01/2014.
Impende salientar que a Diretora da escola informou que desde a data da sua entrega (20 de
fevereiro de 2014) até a data da visita da equipe de fiscalização (26 de agosto de 2015)
nenhuma reforma foi feita na escola, o que implica na inexecução do objeto contratado por
meio dos Convites nº 01/2014 (Contrato nº 01/2014) e 01/2015 (Contrato nº 01/2015),
especificamente quanto às reformas propostas na Escola Professor Aurino Maciel.
Corrobora com esse entendimento o fato de que a Prefeitura de Murici não dispõe de
qualquer documento válido que comprove a execução dos serviços contratados, na medida
em que os boletins de medição apresentados limitam-se a replicar os itens das planilhas
orçamentárias dos contratos firmados, sem relatar qualquer atividade realizada, sem
descrever a data dos serviços e sem incluir imagens do antes e depois.
Entretanto, no dia 20 de agosto de 2015, em visita à citada escola, constatou-se que alguns
serviços contratos não foram prestados, haja vista a precariedade notória em que o imóvel se
encontrava.
Como exemplo, cita-se o Contrato nº 01/2014 que previu dentro do seu objeto a colocação
de forro PVC em 300m² da escola. Contudo, na visita in loco percebeu-se que a escola quase
em sua completude não possuía forro PVC, como se observa nas imagens a seguir:
Corredor de acesso ao Pátio de Recreio – Foto 1- Pátio de Recreio – Foto 2- Escola Astolfo Lopes, em
Escola Astolfo Lopes, em 20 de agosto de 2015. 20 de agosto de 2015.
Sala de aula 01 – Foto 3- Escola Astolfo Lopes, em Sala de aula 02 – Foto 4- Escola Astolfo Lopes, em
20 de agosto de 2015. 20 de agosto de 2015.
Segundo a Diretora da Escola, as únicas áreas que contam com forro de PVC são a cozinha,
a secretaria e a biblioteca, e tais forros não foram instalados nos anos de 2014 ou 2015.
Outro exemplo é o serviço de pintura previsto no Contrato nº 01/2015. Este serviço teria
sido prestado entre os dias 16 de janeiro de 2015 a 15 de fevereiro de 2015 (prazo
estabelecido no contrato), contudo durante a visita ao local, em 20 de agosto de 2015 (pouco
mais de seis meses após a execução do serviço), percebeu-se, mais uma vez, que,
notoriamente, o serviço não havia sido executado. É o que se vê nas seguintes imagens:
Entrada da Escola Astolfo Lopes – Foto 5- Escola Entrada da Escola Astolfo Lopes – Foto 6- Escola
Astolfo Lopes, em 20 de agosto de 2015. Astolfo Lopes, em 20 de agosto de 2015.
Paredes do Pátio de Recreio – Foto 7- Escola Paredes do Pátio de Recreio – Foto 8- Escola Astolfo
Astolfo Lopes, em 20 de agosto de 2015. Lopes, em 20 de agosto de 2015.
Paredes do Banheiro – Foto 9 - Escola Astolfo Paredes da sala de aula – Foto 10- Escola Astolfo
Lopes, em 20 de agosto de 2015. Lopes, em 20 de agosto de 2015.
Paredes do corredor de acesso aos banheiros – Foto Paredes do corredor de acesso às salas de aula –
11- Escola Astolfo Lopes, em 20 de agosto de 2015. Foto 12- Escola Astolfo Lopes, em 20 de agosto de
2015.
Além disso, a Diretora também informou que a escola não recebeu nenhum tipo de pintura
entre os anos de 2014 e 2015. Acrescentou, ainda, que nos anos de 2014 e 2015, a escola, na
verdade, não foi objeto de nenhuma reforma, limitando-se os serviços prestados nesse
período à troca de algumas instalações elétricas.
Como ocorre no caso da Escola Professor Aurino Maciel, corrobora com esse entendimento
o fato de que a Prefeitura de Murici não dispõe de qualquer documento válido que comprove
a execução dos serviços contratos, na medida em que os boletins de medição apresentados
limitam-se a replicar os itens das planilhas orçamentárias dos contratos firmados, sem relatar
qualquer atividade realizada, sem descrever o data dos serviços e sem incluir imagens do
antes e depois.
Por fim, considerando ser relacionado a ambos os casos, merece trazer aqui à colação um
registro de extrema importância feito na ata de reunião do Conselho de Alimentação Escolar
– CAE, de 26 de abril de 2015, in verbis:
“[...] Continua o presidente do CAE explicou que procurou o mestre Robson para
necessidade de uma pequena reforma na dispensa da Escola Pedro Tenório Raposo. Porem
o mestre Robson pediu a ele paciência porque só tem 03 (três) pedreiros para fazer todo o
trabalho da Prefeitura.[...]” (sic) – original sem grifo
Depreende-se, assim, do registro do CAE, que as reformas das Escolas de Murici são
realizadas exclusivamente por mestre de obras e pedreiros contratados pela própria
prefeitura. Tal situação reforça a tese de que as empresas contratadas dos Contratos nº
01/2014 e 01/2015 receberam recursos do FUNDEB em pagamento a serviços que não
prestaram.
ato
/F
#
Quanto às reformas da Escola Municipal Professor Aurino Maciel, por meio do Ofício n.º
96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou os seguintes
esclarecimentos:
Desta feita, o apontamento deu-se em razão de o nome da escola entregue pela Secretaria
de Estado da Educação ser o mesmo nome da antiga escola Professor Aurino Maciel.”
Em sua manifestação o gestor afirma que “todos objetos foram executados em conformidade
com os cronogramas de execução de obras”, contudo não trouxe nenhum novo documento
que pudesse elidir a constatação relatada pela equipe de auditoria.
Além disso, no que tange a Escola Professor Aurino Maciel, a municipalidade aduz que “a
reforma executada deu-se no prédio da antiga Escola Professor Aurino Maciel”. Todavia,
deve-se mencionar que o prédio da antiga Escola Professor Aurino Maciel é o mesmo
imóvel onde, desde 2014, está instalada a Escola Astolfo Lopes. Desse modo, considerando
tudo o quanto foi abordado no item 2 desta constatação, há de se convir que não houve
qualquer serviço de reforma prestado naquele imóvel.
Por sua vez, no que diz respeito às reformas da Escola Municipal Astolfo Lopes, o gestor
sustenta que tais serviços foram executados no antigo prédio em que funcionava a referida
escola, o qual, desde 2014, está sendo utilizado, com exclusividade, pelo IFAL.
Ocorre que, além de não existir nenhuma documentação válida que comprove a execução de
todos os serviços contratados, deve-se ressaltar que os recursos do FUNDEB não podem ou
poderiam ter sido utilizados para reforma de imóvel que não está sendo utilizado para o
desenvolvimento da educação básica. Caso houvesse a necessidade de reforma, em virtude
dos termos do Convênio nº 001/2010, firmado com o IFAL, o Município de Murici deveria
realiza-la por meio de recursos próprios.
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Fato
Por fim, ressalte-se que a Lei Municipal nº 473/2011, de 09 de novembro de 2001, instituiu
o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos dos Trabalhadores em Educação da Rede
Pública Municipal de Ensino, apresentando na época a adequação com o piso nacional,
entretanto, não foram apresentados novos normativos atualizando o referido valor, desta
forma, não foi possível verificar se o município esta cumprindo o plano o Plano de Carreira
e Remuneração dos profissionais do Ensino Fundamental e da Educação.
ato
/F
#
Por meio do Ofício n.º 96/2015, de 05 de outubro de 2015, a Prefeitura de Murici apresentou
os seguintes esclarecimentos:
“Diante do apontamento, a Gestora da Secretaria Municipal de Educação, informa a esta
Controladoria que anualmente o plano de cargos, carreiras e vencimentos implantado pela
Lei Municipal nº 473/2011, aplica o piso salarial de acordo com a Lei nº 11.738/2008, e
que a data base para revisão do PCCV acontece no mês de maio de acordo com Art. 63 da
Lei Municipal nº 473/2011, no que tange a servidora (...) de CPF ***.011.844-**, a
Secretaria informa que a mesma é CONTRATADA, assim a não se enquadra no PCCV, e
que sua contratação deu-se através do regime celetista para contratações temporárias.”
(grifos do original)
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Em que pese o gestor municipal informar que aplica o piso salarial, não foi apresentado
nenhum documento que pudesse elidir a constatação apontada.
“§2º Por profissionais do magistério público da educação básica entendem-se aqueles que
desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é,
direção ou administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação
educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas
diversas etapas e modalidades, com a formação mínima determinada pela legislação
federal de diretrizes e bases da educação nacional.”
3. Conclusão
1. Introdução
2.1 Parte 1
2.1.1. Atraso na execução das obras e ausência de providências por parte dos gestores
públicos.
Fato
As obras para construção das três creches (contratos nº 277/2014, 278/2014 e 279/2014),
conforme informado pelo fiscal de contrato, estão paralisadas desde o final de 2014, período
que coincide com o encaminhamento da última medição do contrato (17 de dezembro de
2014).
Apesar dos serviços paralisados por mais de oito meses, a única providência solicitada pelo
Fiscal de Contrato foi o envio de um e-mail, em 01 de junho de 2015, solicitando
esclarecimentos sobre a paralisação da obra.
A empresa informou que as obras encontravam-se paralisadas em virtude da existência de
uma defasagem de preço dos serviços e que estava pleiteando reajustamento de preço junto
ao FNDE. Informou também que, informalmente, o FNDE sinalizou negativamente ao
pedido de reajustamento e sugeriu que a empresa verificasse a possibilidade de reajuste de
preços junto aos Municípios.
Ainda na mesma cláusula contratual, a alínea “h” do parágrafo terceiro, estabelece multa de
0,03% por dia sobre o valor total contratado para construções concluídas com atraso,
conforme prazos estabelecidos no item 6.3.1 do projeto básico. Assim, considerando o início
das obras em 01 setembro de 2014 (primeira medição realizada em outubro de 2014) e o
cronograma de execução de 150 dias, a conclusão da obra deveria ter ocorrido em 29 de
janeiro de 2015.
Adicionando-se mais 30 dias para os imprevistos casuais de obra, temos uma data razoável
de conclusão do contrato 01 de março de 2015. Calculando-se o atraso da obra, tendo como
referência a data de elaboração deste relatório, 01 de setembro de 2015, tem-se 183 dias de
atraso, o que perfaz uma multa de 5,49% (183 x 0,03%) do valor contratual, resultando
respectivamente em R$ 76.043,75 (5,49% x R$ 1.385.132,10) e R$ 76.254,83 (5,49% de R$
1.388.976,90), totalizando R$ 152.298,60.
Assim, respeitado o direito da ampla defesa e do contraditório, compete aos Gestores adotar
as providências necessárias para o cumprimento das cláusulas contratuais estabelecidas e a
aplicação das sanções cabíveis.
ato
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“[...] no que tange aos descumprimentos contratuais a municipalidade irá adotar medidas
no sentido de apurar e aplicas as ações previstas no instrumento contratual.”
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Recomendações:
Recomendação 1: O FNDE deve acompanhar a adoção de providências pela gestão
municipal, para o cumprimento das cláusulas contratuais.
Fato
Durante a fiscalização, foram vistoriadas três creches de educação infantil nos dias 17 e 20
de agosto de 2015, todas com tipologias de Projetos Padrão do FNDE Escola ProInfância B
- Metodologia Inovadora, sendo executadas pela empresa MVC Componentes Plásticos
Ltda. (CNPJ nº 81.424.962/0001-70) no sistema construtivo modular Wall System.
a) Serviços preliminares
Em relação aos pagamentos dos serviços preliminares das creches MCMV 01 e 02,
verificou-se que os “Barracões provisórios (depósito, escritório, vestiário e refeitório) com
piso cimentado” foram executados com características distintas das especificações do
SINAPI. Enquanto o preço de referência considera barracão usual em folhas de pinho, com
utilização de concreto, mão de obra de carpinteiro, esquadrias, dobradiças, piso cimentado
etc; o barracão executado na obra utiliza folhas de alumínio, inexistindo esquadrias ou
quaisquer serviços de cimentação de piso. Ademais, os serviços pagos, no quantitativo de
120 m² (60 m² para cada obra), não são condizentes com os 83,03 m² (11,10m x 4,10m =
45,51 m² (MCMV 01) e 4,10m x 9,15m = 37,52 m² (MCMV 02)) evidenciados “in loco”,
resultando no pagamento a maior de R$ 6.149,62 ((120 m² - 83,03 m²) x R$ 161,96/m²).
Seguem fotos do barracão provisório na escola MCMV 01, sendo de características idênticas
nas três creches.
As formas de madeira para execução do radier foram pagas no quantitativo total do contrato
equivalente a 60,39 m². Contudo, calculando-se o quantitativo com base no perímetro e
espessura do radier, obtém-se 36,32 m² (363,21m x 0,010m = 36,32 m²). Nas Creches
MVCM 01 e 02, o pagamento de quantitativo 99,17% maior do que o efetivamente
executado resulta em um prejuízo total de R$ 1.318,07 (2 x (60,39m² - 36,32m²) x . R$
27,38/m²).
A fundação em radier apresenta variações expressivas em sua espessura, não tendo sido
disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Murici os projetos de fundações das creches.
Apesar da planilha orçamentária indicar uma espessura de 10 cm, durante vistoria “in loco”
constataram-se diversos pontos com espessura de 6cm e 8cm, conforme foto abaixo:
c) Superestrutura
d) Impermeabilização
ato
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No que diz respeito às irregularidades constatadas no item “a” referentes aos serviços
preliminares, a unidade fiscalizada alegou que havia sido executado um barracão em
madeira de pinho conforme as especificações do projeto, e que este havia se deteriorado,
havendo a necessidade da construção de um segundo barracão, alegação não acolhida em
virtude das evidências apresentadas a seguir.
Quanto aos serviços de fundação, item “b” da constatação, a unidade fiscalizada limitou-se a
informar que a erosão foi decorrente das fortes chuvas e que a paralisação da obra não
possibilitou o acabamento das bordas do radier, não apresentando justificativas referentes ao
cerne do apontamento que diz respeito a não execução da camada de pedra britada
subjacente à placa de concreto (lastro de brita). Portanto, permanece o registro de prejuízo
de R$ 3.283,54.
Em relação à espessura do radier, a unidade fiscalizada afirma que na região central o radier
possui espessuras superiores a 12 cm. Tal argumento contraria as normas da boa engenharia,
uma vez que o solo onde se encontra apoiado o radier, deve ser previamente compactado e
regularizado com brita e lastro de concreto, conforme consta no memorial descritivo do
projeto proinfância – tipo B: “O fundo da vala deverá ser recoberto com uma camada de
brita de aproximadamente 3 cm e, posteriormente, com uma camada de concreto simples de
pelo menos 5 cm”. Logo, um desnível de cerca de 4cm no centro da placa evidenciaria uma
falha grosseira de execução, sendo as consequências da mesmas de responsabilidade
exclusiva da contratada. Assim, as justificativas mostram-se insuficientes permanecendo o
registro de medição a maior de volume de concreto resultando em prejuízo de R$ 9.427,00.
Quanto ao pagamento da estrutura pultrudada, a unidade fiscalizada alega que a mesma foi
retirada pela empresa sem aviso prévio, tendo comunicado informalmente que a medida
objetivava evitar o extravio da estrutura. Tal justificativa não condiz com as evidências
encontradas. As fotos constantes no boletim da 2ª medição não demonstram a execução do
serviço, conforme apresentado a seguir:
Ademais, durante vistoria “in loco”, também não foram constatados sinais de que haviam
sido instalados perfis. A fixação entre os perfis e o radier é realizada por meio de perfis U de
base, aplicando-se adesivo polimérico e chumbados por meio de parafusos. Logo, mesmo
que a estrutura fosse desmontada, o radier apresentaria sinais da perfuração e resquícios do
adesivo polimérico. Segue figura com representação esquemática da fixação dos perfis no
radier.
Assim, as justificativas apresentadas pela unidade fiscalizada para medição a maior dos
perfis da superestrutura divergem das evidências encontradas “in loco”, permanecendo o
registro de prejuízo no valor de R$ 173.300,62.
Recomendações:
Recomendação 1: O FNDE deve acompanhar a adoção de providências, pela gestão
municipal, no sentido de reaver os valores pagos a maior nas medições dos contratos
277/2014 e 278/2014.
Recomendação 2: O FNDE deve acompanhar a adoção de providências, pela gestão
municipal, para apuração de responsabilidade pela aprovação dos boletins de medição
contendo serviços não executados, resultando em prejuízo ao erário no valor de R$
195.792,21.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Fato
“Para tanto, as medições devem estar acompanhadas de todo aparato capaz de tornar
inequívoca a efetiva realização, com qualidade, do objeto de pagamento: fotografias,
croquis, cálculos, notas topográficas, notas fiscais, ensaios de campo e laudos laboratoriais
são exemplos de documentos a serem necessariamente incluídos nos processos de
pagamento. Todo ato administrativo deve ser motivado (art. 50 da Lei 8.784/99); e o
detalhamento das medições é a motivação da liquidação de despesas.” [CAMPELO, V. e
CAVALCANTE, R. J., Obras públicas - comentários à jurisprudência do TCU, Belo
Horizonte, editora Fórum, 2012]
A inexistência das memórias de cálculo inviabiliza o exercício do controle hierárquico, bem
como a constatação dos quantitativos efetivamente executados e dificulta sobremaneira a
percepção dos serviços executados em cada uma das medições, favorecendo a ocorrência de
química contratual e/ou pagamentos por serviços não executados, dentre outras tantas
impropriedades.
“Após apontamento, a gestor municipal, vem informar que no ocasião da fiscalização foram
repassadas as informações referentes aos relatórios fotográficos e memorias de cálculos
[...].”
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3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais
recebidos não está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto
fiscalizado.
Ordem de Serviço: 201504455
Município/UF: Murici/AL
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: MURICI GAB PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica.
Prejuízo: R$ 0,00
1. Introdução
2.1 Parte 1
Fato
Foi verificado, mediante visita de inspeção realizada na data de 18 de agosto de 2015, que o
quantitativo de leitos disponíveis no Hospital Geral Dagoberto Omena, na cidade de
Murici/AL, corresponde ao quantitativo de leitos registrado no Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES).
ato
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Fato
Foi constatado, mediante visitas de inspeção realizadas nos dias 18 e 20 de agosto de 2015,
assim como por meio do Ofício S/N, de 20 de agosto de 2015, emitido pela Prefeitura
Municipal de Murici/AL em resposta à Solicitação de Fiscalização Saúde/02/2015, de 19 de
agosto de 2015, que os seguintes equipamentos cadastrados no CNES para o Hospital Geral
Dagoberto Omena não se encontram em funcionamento: raio-x, ultrassom e
eletrocardiógrafo.
“(...) por questões de ordem administrativa, houve um equívoco no que se refere ao CNES.
O aparelho de ultrassom e eletrocardiógrafo não pertence ao Hospital Dagoberto Omena,
em que pese constar referida informação no CNES. O aparelho eletrocardiógrafo foi
adquirido pelo Município de Murici para o CDM (Centro de Diagnóstico de Murici),
conforme demonstra nota fiscal em anexo. Já o aparelho de ultrassom foi adquirido através
de doação do Programa REFORSUS do Ministério da Saúde. Os aparelhos citados não se
encontram em condições de uso. Porém, os serviços os quais eles realizam continuam em
funcionamento, posto que os médicos responsáveis pelos exames utilizam o seu próprio
aparelho (cardiologista e ultrassonografista).”
Ainda que os aparelhos de ultrassom e eletrocardiógrafo tenham sido destinados, desde sua
aquisição, ao centro de diagnóstico municipal e não ao hospital, cumpre observar que o
gestor não informou a data de sua desativação.
Cumpre também registrar que o centro cirúrgico do hospital se encontra desativado desde o
final de 2010, em razão, segundo o Secretário Municipal de Saúde, da carência de recursos
financeiros. A Prefeitura Municipal informou, por meio do Ofício S/N, de 20 de agosto de
2015, que “já está sendo providenciada a reabertura de referido serviço, que deverá ocorrer
nos próximos 45 (quarenta e cinco) dias”
“Após apontamento a Secretaria Municipal de Saúde, verificou que houve uma falha
administrativa da Direção do Hospital no que tange a atualização da CNES, os
equipamentos continuaram inseridos no CNES, mesmo sem condições de utilização, vale
destacar que os aparelhos, Mamografo, Aparelho de Raio X, eletrocardiógrafo e aparelho
de ultrassonografia foram adquiridos respectivamente pelo Programa REFORSUS do
Ministério da Saúde e os demais por emendas parlamentares, para utilização no Centro de
Diagnóstico de Murici, Atentamos que a baixa dos equipamentos registrados no CNES para
o Hospital Dagoberto Uchoa Lopes de Omena e que não estão em utilização foram
retirados do CNES e desta forma sanado o apontamento.”
2.2 Parte 2
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, verificou-se que o cadastro, no CNES, dos equipamentos
de raio-x, ultrassom e eletrocardiógrafo para o Hospital Geral Dagoberto Omena,
localizado no município de Murici/AL, estava incorreto, pois estes não se encontravam em
estado de uso. Todavia, após constatação da CGU, a Prefeitura Municipal regularizou a
situação do cadastro no referido sistema.
Ordem de Serviço: 201504409
Município/UF: Murici/AL
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: MURICI GAB PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 217.362,85
Prejuízo: R$ 0,00
1. Introdução
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Fato
Constatou-se que o município de Murici/AL não dispõe de controle de entrada e de estoque
de medicamentos, seja de forma informatizada ou de fichas de prateleira. Na farmácia
central/almoxarifado os medicamentos são distribuídos à população mediante receita
médica. Conforme informação contida no Ofício nº 71/2015/GP, de 17 de agosto de 2015, o
Município utiliza o Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (HÓRUS)
somente para solicitar os insumos dos Programas Estratégicos do Ministério da Saúde e
receber os insumos do Departamento de Assistência Farmacêutica – DAF.
O gestor não contestou a constatação realizada pela equipe de auditoria da CGU, apenas se
comprometeu a tomar providências no sentido de corrigir as falhas apontadas.
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Fato
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A Prefeitura não encaminhou à CGU cópia do referido ofício destinado à Caixa Econômica
Federal. De todo modo, o saneamento da constatação dar-se-á apenas quando restar
comprovada a devida aplicação dos recursos oriundos da contrapartida municipal na
execução do Componente Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS. Tal
comprovação deve ser realizada por meio do Relatório Anual de Gestão (RAG), conforme o
art. 16 da Portaria GM/MS no 1.555, de 30 de julho de 2013.
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Fato
A Prefeitura não encaminhou à CGU cópia do referido ofício destinado à Secretaria Estadual
de Saúde.
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aliseC
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Fato
Por meio da análise das notas fiscais referentes às aquisições de medicamentos pela
Prefeitura Municipal de Murici/AL no mês de junho de 2015, verificou-se que os preços dos
itens da amostra, em número de doze, encontravam-se abaixo do preço médio de venda ao
governo.
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Fato
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que não houve comprovação da execução da
contrapartida municipal, assim como foi verificada insuficiência no valor comprovado para
a execução da contrapartida estadual. Por último, também foi constatada deficiência no
controle de estoque e dispensação dos medicamentos.
Ordem de Serviço: 201504575
Município/UF: Murici/AL
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: MURICI GAB PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 6.402.087,45
1. Introdução
2.1 Parte 1
Fato
Para análise das despesas realizadas com recursos do Bloco de Atenção Básica, foram
analisados os extratos da conta corrente nº 624003-6, agência 3549, da Caixa Econômica
Federal. Para melhor entendimento dos resultados, porém, importa antes fazer as seguintes
observações:
Para pagamento das folhas de pessoal, no entanto, o Município abriu a conta nº 092-5 da
CEF, para onde transfere os valores líquidos das folhas de pagamento.
b) Foram analisados os processos de pagamento relativos aos débitos constantes nos extratos
bancários referentes aos meses da amostra: abril, junho e outubro de 2014, janeiro, abril e
junho de 2015.
c) O valor total de recursos financeiros repassados para custeio das ações governamentais
componentes do Bloco da Atenção Básica em Saúde, no período de janeiro de 2014 a junho
de 2015, foi de R$ 5.936.955,45; sendo que nos meses constantes da amostra selecionada,
foram repassados R$ 2.158.327,00.
d) O valor total das despesas realizadas nos meses selecionados na amostra foi de R$
2.787.118,43.
Data
Valor (R$)
Descrição Pagamento Fornecedor
Locação de veículo tipo van, referente ao período de Barbosa e Tomaz Turismo
01 a 31/03/2014. (*) 10/04/2014 e Transporte Ltda - ME 4.500,00
Folha de Pagamento da SMS, referente ao mês de
Abril/2014 (***) 30/04/2014 PMM Fopag 72.458,28
Fornecimento de marmitex para os profissionais de Sarah Gabriele Fabrício de
nível superior das USF, no período de 2 a 30/05/2014. 09/07/2014 Holanda - ME 4.180,00
Locação de veículo tipo van, referente ao período de Barbosa e Tomaz Turismo
01 a 30/06/2014. 14/07/2014 e Transporte Ltda - ME 4.500,00
Folha de Pagamento da SMS, referente ao mês de
Julho/2014 30/07/2014 PMM Fopag 71.319,57
Fornecimento de marmitex para os profissionais de Sarah Gabriele Fabrício de
nível superior das USF, no período de 1 a 30/08/2014. 01/10/2014 Holanda - ME 1.980,00
Locação de veículo tipo van, referente ao período de Barbosa e Tomaz Turismo
01 a 31/08/2014. 10/10/2014 e Transporte Ltda - ME 5.625,00
Folha de Pagamento da SMS, referente ao mês de Fundo Saúde Murici
Outubro/2014 30/10/2014 FOPAG 65.861,50
Locação de veículo tipo van, referente ao período de Barbosa e Tomaz Turismo
01 a 30/11/2014. 14/01/2015 e Transporte Ltda - ME 5.625,00
Locação de veículo tipo van, referente ao período de Barbosa e Tomaz Turismo
01 a 31/12/2014. 16/01/2015 e Transporte Ltda - ME 5.625,00
Pagamento da Fapen sobre a folha de pagamento dos
funcionários da SMS, referente ao mês de
Dezembro/2014. 16/01/2015 Fapen Murici RPPS 8.597,56
Folha de Pagamento da SMS, referente ao mês de Fundo Saúde Murici
Janeiro/2015 30/01/2015 FOPAG 66.330,47
Pagamento de aluguel do imóvel onde funciona a sede
da SMS, referente ao mês de novembro/2013 15/04/215 Edilson Pino da Silva 600,00
Locação de veículo tipo van, referente ao período de Barbosa e Tomaz Turismo
01 a 31/03/2015. 15/04/215 e Transporte Ltda - ME 5.625,00
Folha de Pagamento da SMS, referente ao mês de Fundo de Saúde Murici
Abril/2015 30/04/2015 Fopag SMS 72.015,40
Serviço e aquisição de peças para serem utilizadas no
veículo micro-ônibus de placa OHD97217. (**) 08/06/2015 Alagoas Ônibus Ltda. 6.223,08
Locação de veículo tipo van, referente ao período de Barbosa e Tomaz Turismo
01 a 31/05/2015. 12/06/2015 e Transporte Ltda - ME 5.625,00
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“Após apontamento o Gestor Municipal vem informar a esta Controladoria que as despesas
relacionadas no quadro acima, estão em conformidade com a legislação SUS, que garante
aos profissionais de nível superior lotados nas unidades básicas de saúde (PSF’s), transporte
e alimentação, no que tange a aquisição de peças para o veículo microonibus de placa
OHD9721, o veiculo citado realiza atividades no período de 04:30h as 13:00h para o
programa tratamento fora do domicilio – TFD, que atende pacientes portadores de câncer
(radioterapia e quimioterapia) e portadores de insuficiência renal crônica (hemodiálise) nos
dias de segunda à sábado. O citado veículo fica disponibilizado para atender as demandas da
atenção básica no período da tarde.
No que tange as tarifas bancárias a municipalidade irá enviar ofício junto a Caixa
Econômica Federal para ressarcimento dos valores debitados dos recursos da atenção básica
nos moldes da legislação vigente.”
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Quanto à folha de pagamento da Secretaria de Saúde, verificou-se que toda ela é custeada
com recursos da Atenção Básica, no entanto, o gestor apenas informou, sem apresentação de
documentação comprobatória, que todos estão efetivamente realizando funções
exclusivamente relacionadas a serviços à atenção básica.
O gestor comunicou, ainda, a adoção de medidas corretivas a serem adotadas com relação ao
ressarcimento dos valores cobrados a título de tarifas bancárias pela Instituição Caixa
Econômica Federal.
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Recomendações:
Recomendação 1: Encaminhar expediente ao gestor municipal de forma a cientificar-lhe que
no Relatório de Fiscalização elaborado pela CGU estão registradas constatações de
impropriedades que poderão ser sanadas mediante a celebração do Termo de Ajuste
Sanitário (TAS).
Fato
O Município realizou despesas com recursos do Bloco da Atenção Básica cuja aplicação em
ações exclusivas da atenção básica não ficou comprovada, principalmente com aquisição de
combustíveis, onde se verifica a ausência de informação sobre as atividades em que os
mesmos eram utilizados. Ademais, na relação de veículos apresentada pela Secretaria
Municipal de Saúde, foi possível verificar que os veículos eram utilizados para outras
atividades na área da saúde, além do atendimento da Atenção Básica, como no transporte de
pacientes para realização de tratamento fora de domicílio, transporte de agentes de endemias
e outras atividades.
Data
Descrição Fornecedor Valor (R$)
Pagamento
Aquisição de material de limpeza para as unidades de
07/04/2014 J Joselho de Melo 6.865,15
Saúde da Família e SMS. (*)
* Na nota fiscal de fornecimento dos produtos de limpeza, não constam especificados quais os locais que
foram abastecidos com os referidos produtos, constando apenas que foram para as Unidades Básicas de
Saúde e para a Secretaria Municipal de Saúde.
**Nas notas fiscais não constam especificados os veículos que foram abastecidos e em que atividades os
mesmos eram utilizados.
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“Após apontamento o Gestor Municipal vem informar a esta Controladoria que as despesas
relacionadas no quadro acima referentes a materiais de limpeza, foram destinados as
unidades de saúde da família, vale destacar que o município de Murici possui 12 (doze)
unidades e que as aquisições de materiais de limpeza são distribuídas de forma proporcional
para unidades, diante do apontamento o gestor passará a especificar os produtos e seus
quantitativos para as respectivas unidades de saúde.
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Em que pese o gestor ter informado que a despesa realizada com materiais de limpeza se
referia a materiais destinados às unidades de saúde da família, ressaltamos que no processo
de pagamento apresentado não constava tal discriminação, e, uma vez que o contrato de
fornecimento de materiais contemplava as unidades de saúde da família e a Secretaria
Municipal de Saúde, não foi possível realizar a separação, entre o que foi utilizado nas
unidades e o que foi utilizado na Secretaria.
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Recomendações:
Recomendação 1: Promover a suspensão da transferência dos recursos financeiros da Ação
Governamental cujos pagamentos por bens e serviços ou entrega e prestação não foram
devidamente comprovados, conforme prevê a Portaria nº 2.488/2011.
2.2 Parte 2
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que houve realização de despesas sem
comprovação de utilização exclusiva em ações da atenção básica, bem como houve
realização de despesas inelegíveis, cujos fins não se coadunam com as atividades de
atenção básica, apesar de serem relativas a ações de saúde.