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Política Nacional sobre Drogas:

o que os gestores estaduais e municipais devem saber

Módulo 4
Diretrizes para Tratamento
e os Órgãos Gestores
Expediente
Presidente da República
Jair Messias Bolsonaro

Vice-Presidente da República
Antônio Hamilton Martins Mourão

Ministro da Cidadania
João Inácio Ribeiro Roma Neto

Secretário Especial de Desenvolvimento Social


Sérgio Augusto de Queiroz

Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas


Quirino Cordeiro Júnior

Diretora do Departamento de Prevenção, Cuidados


e Reinserção Social
Cláudia Gonçalves Leite

Conteúdo e texto original


Ronaldo Laranjeira
Sérgio Marsiglia Duailibi
Cláudio Jerônimo da Silva

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Reitor
Ubaldo Cesar Balthazar

Secretário de Educação a Distância


Luciano Patrício Souza de Castro

labSEAD
Coordenação
Luciano Patrício Souza de Castro

Supervisão Técnica de EaD


Giovana Schuelter

Financeiro
Fernando Wolf

Coordenação de Produção
Francielli Schuelter

Supervisão de AVEA
Andreia Mara Fiala

Audiovisual
Daniel Almeida Vital de Oliveira
Dilney Carvalho da Silva
Dominique Cabral

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BY NC ND

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Drogas: o que os gestores estaduais e municipais devem
saber está licenciado sob a Licença Pública Creative
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Fábio Bianchini Mattos Internacional.

Programação Para visualizar uma cópia desta licença, acesse:


Renan Pinho Assi https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
Sumário
Apresentação do Módulo....................................................................... 4

Objetivos de Aprendizagem do Módulo ............................................... 4

Aula 1: Diretrizes Internacionais para Prevenção e Tratamento de


Transtornos por Uso de Drogas............................................................. 5

Princípios e Padrões Internacionais para o Tratamento de Transtornos


por Uso de Drogas: United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC/
OMS) e National Institute on Drug Abuse (NIDA)........................................... 5

Normas Internacionais sobre Políticas de Prevenção do Uso de Drogas:


United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC/OMS) ......................11

Aula 2: Implantação de Órgãos Gestores da Política sobre Drogas no


Âmbito dos Estados e Municípios....................................................... 30

Referências............................................................................................ 45
Apresentação do Módulo
Neste módulo, serão apresentadas as principais
diretrizes internacionais para políticas de
prevenção e tratamento da dependência química
e os principais órgãos gestores da Política sobre
Drogas. É muito importante o reconhecimento
da necessidade de se impor restrições de
disponibilidade e se fazer cumprir as leis e
normas sobre drogas lícitas e ilícitas, bem como
desenvolver novas ações e regulamentações,
relacionadas especialmente à proteção da vida,
da saúde, da criança, do adolescente e do jovem,
inclusive quanto à publicidade de drogas lícitas e à
fiscalização da sua venda e seu consumo.

Objetivos de Aprendizagem
do Módulo
1. Conhecer os órgãos gestores da Política sobre
Drogas no âmbito dos estados e dos municípios.

2. Conhecer as normas internacionais mais


importantes sobre as políticas de prevenção e
tratamento em dependência química.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Políti
Aula 1 o que os

Diretrizes Internacionais para Prevenção e


Tratamento de Transtornos por Uso de Drogas

Nesta aula, você conhecerá as normas, princípios e


padrões mais utilizados no mundo para prevenção e
tratamento de uso e abuso de drogas, bem como as
principais instituições que os norteiam. Acompanhe!

Princípios e Padrões Internacionais


para o Tratamento de Transtornos
por Uso de Drogas: United Nations
Office on Drugs and Crime (UNODC/
OMS) e National Institute on Drug
Abuse (NIDA)

A organização de serviços de tratamento em


dependência química propõe um sistema
nacional eficaz para o tratamento de transtornos
por uso de drogas e uma resposta coordenada
e integrada de muitos atores. Seu objetivo é
fornecer serviços e intervenções em vários
ambientes e direcionar distintos grupos para
diferentes estágios em termos da gravidade do
transtorno de uso de drogas e suas necessidades
adicionais (RIBEIRO, 2014).

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5 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
O sistema de saúde pública muitas vezes trabalha
em estreita coordenação com a assistência social
e outros serviços comunitários e está em melhor
posição para assumir a liderança na prestação de
serviços de tratamento eficazes para pessoas com
transtornos por uso de drogas.

O objetivo do tratamento é melhorar a saúde e a


qualidade de vida das pessoas com transtornos por
uso de drogas e ajudá-las a alcançar a recuperação
o máximo possível. Especificamente, os objetivos
do tratamento, de acordo com o que é preconizado
pelo United Nations Office on Drugs and Crime
(Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e
Crime) e a Organização Mundial da Saúde (UNODC;
WHO, 2018), incluem:

Parar ou reduzir o uso de drogas.

Melhorar a saúde, o bem-estar e o


funcionamento social do indivíduo afetado.

Previnir danos futuros, diminuindo o risco


de complicações e recaídas.

Os transtornos por uso de drogas podem ser


tratados com eficácia por meio de uma série
de intervenções farmacológicas e psicossociais.
Dentre essas intervenções, os treze princípios do
tratamento efetivo em dependência química do
National Institute on Drug Abuse (NIDA) (UNIAD,

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6 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
2018) nos ajudam a observar as melhores práticas
clínicas para o tratamento do transtorno de uso
de substâncias:

01
Não há um tratamento isolado que seja apropriado para
todas as pessoas.

É importante uma combinação adequada dos tipos de ambiente terapêutico,


das intervenções e das características dos serviços de atendimento, levando-
se em conta os problemas e as necessidades particulares de cada indivíduo,
para que a pessoa seja bem-sucedida em seu tratamento e retorne a um
funcionamento produtivo na família, no trabalho e na comunidade.

A recuperação da dependência de drogas requer um tratamento

02
eficaz, de fácil acesso, seguido por uma gestão adequada dos
problemas ao longo do tempo.

A dependência é um problema sério que pode ser tratado e gerido ao longo do


seu curso. Um tratamento eficaz do abuso de drogas envolve os participantes
no processo terapêutico, os retém no tratamento por um período de tempo
apropriado para uma mudança de comportamento e os ajuda a aprender a
manter a abstinência. Além disso, podem ser necessários vários episódios de
tratamento, de diferentes graus de complexidade, conforme a evolução ou o
estágio da dependência.

03
O tratamento efetivo deve atender às múltiplas necessidades
do indivíduo, e não somente seu uso de drogas.

Para ser efetivo, o tratamento deve ser direcionado ao uso de drogas e também
atender às demandas relacionadas aos problemas médicos, psicológicos,
sociais, vocacionais e legais associados.

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7 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
04
O plano de tratamento do paciente deve ser avaliado continuamente
e modificado de acordo com as necessidades do usuário.

Um paciente pode requerer combinações de serviços e componentes que


variem durante o curso do tratamento. Pode necessitar de aconselhamento,
psicoterapia, medicamentos, cuidados médicos, terapia familiar, orientação a
pais, reabilitação vocacional e serviços legais e sociais. O tratamento deve ser
adequado para idade, sexo, grupo étnico e cultura do paciente.

05
Para que seja efetivo, é essencial a permanência do paciente em
tratamento por um tempo adequado.

A duração apropriada do tratamento de uma pessoa depende de seus


problemas e necessidades. Estudos mostram que, em média, somente após
três meses de tratamento começam a surgir melhoras mais significativas.
Como os abandonos prematuros são frequentes, os programas devem incluir
estratégias para engajar e manter os pacientes em tratamento.

06
A terapia individual e/ou de grupo e outras terapias comportamentais
são componentes essenciais do tratamento efetivo.

Durante a terapia, os pacientes desenvolvem sua motivação, criam técnicas para


evitar o uso de drogas, substituem o uso de drogas por atividades construtivas
e prazerosas, melhorando sua capacidade para resolver problemas. A terapia
também proporciona melhora em seus relacionamentos interpessoais e seu
funcionamento na família e na comunidade.

07
Para muitos pacientes, os medicamentos constituem importante
componente do tratamento, especialmente quando combinados com
diferentes tipos de terapia.

Medicações são um elemento importante no tratamento de vários pacientes,


especialmente quando combinadas com aconselhamento e outras terapias

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8 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
comportamentais. A Naltrexona é uma medicação eficaz para alguns pacientes
com dependência de álcool. Para pessoas dependentes de nicotina, um produto
de substituição da nicotina (tais como adesivos ou gomas) ou uma medicação
oral pode ser um componente eficaz no tratamento. Para pacientes com distúrbios
mentais, tanto os tratamentos comportamentais quanto os medicamentos podem
ser de fundamental importância.

08
As comorbidades (clínicas e/ou psiquiátricas) devem ser
tratadas de forma integrada.

Indivíduos com distúrbios psiquiátricos ou clínicos que sejam dependentes de


drogas devem ser tratados de ambos os problemas de maneira integrada. Pelo
fato de frequentemente ocorrerem, num mesmo indivíduo, distúrbios mentais
e de dependência, os pacientes que apresentarem ambas as condições devem
ser avaliados e tratados para se evitarem recaídas e insucessos terapêuticos.
Deve-se tratar essas questões de maneira integrada, com uma equipe
multidisciplinar, multiprofissional e interdisciplinar.

09 A desintoxicação é só o início do tratamento.

A desintoxicação médica é apenas o primeiro estágio do tratamento e por si


só contribui pouco para mudança em longo prazo do uso de drogas.
A desintoxicação visa controlar os sintomas físicos e psíquicos agudos de
abstinência associada à interrupção do consumo, mas raramente é suficiente
para se atingir a abstinência por longos períodos.

10 O tratamento não necessita ser voluntário para ser efetivo.

O tratamento não precisa ser voluntário para ser eficaz. Uma forte motivação
pode facilitar o processo do tratamento. A família ou o sistema criminal de

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9 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
justiça podem aumentar significativamente tanto a entrada no tratamento
quanto os índices de retenção e o sucesso de intervenções terapêuticas.
Pode-se, inclusive, recorrer a internações involuntárias para forçar o paciente
a se tratar. Para isso, é necessário indicação médica.

11 O uso de drogas durante o tratamento deve ser monitorado.

O possível uso de drogas durante o tratamento deve ser monitorado


continuamente. Recaídas podem ocorrer no processo terapêutico. Essa
medida proporciona evidência prévia de uso de drogas, a fim de que o plano
de tratamento do indivíduo possa ser ajustado. Orientar e dar um retorno
adequado a pacientes que apresentarem resultado positivo quanto ao uso de
drogas é um elemento importante do monitoramento.

12
Avaliação sobre HIV, hepatites B e C e aconselhamento para
evitar esses riscos são recomendados.

Os programas de tratamento devem proporcionar avaliação de possíveis doenças


como AIDS/HIV, hepatite B e C, tuberculose, entre outras doenças infecciosas.
O aconselhamento ajuda os pacientes a modificarem comportamentos de risco
de infecção. Pode também ajudar pessoas que já estejam infectadas a lidarem
com suas patologias.

13
A recuperação da dependência química é um processo de longo
prazo que requer múltiplas etapas de tratamento.

A recuperação da dependência química pode ser um processo longo e


frequentemente requer vários episódios de tratamento. Tal como outras doenças
crônicas, recaídas podem acontecer durante ou após episódios de tratamento
bem-sucedidos. A participação em programas de apoio, de autoajuda, durante o
tratamento é sempre útil na manutenção da abstinência.

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10 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Normas Internacionais sobre
Políticas de Prevenção do Uso de
Drogas: United Nations Office on
Drugs and Crime (UNODC/OMS)

Um sistema nacional eficaz de prevenção às drogas


proporciona um conjunto integrado de intervenções
e políticas baseadas em evidências científicas,
em diversos cenários, focando em idades e níveis
de risco relevantes, dada a complexa interação de
fatores que tornam as crianças, os jovens e os adultos
vulneráveis ao uso abusivo de drogas e a outros
comportamentos de risco. Assim, não é possível
direcionar tais vulnerabilidades simplesmente
implementando uma única intervenção de prevenção,
que é muitas vezes isolada e limitada em seu
cronograma e alcance. Lembramos que o objetivo
maior aqui é apoiar o desenvolvimento saudável e
seguro dos indivíduos (UNODC; WHO, 2018).

Para oferecer um conjunto integrado de


intervenções e políticas, um sistema de prevenção
requer fortes fundamentos estruturais (UNODC;
WHO, 2018), que são brevemente descritos nesta
seção e incluem:

• Uma política de apoio e estrutura legal.

• Evidências e investigações científicas.

• Coordenação de vários setores e níveis


(nacional, estadual e municipal/local) envolvidos.

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11 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
• Treinamento de governantes, profissionais
e outros.

• Compromisso em fornecer recursos adequados


e manter o sistema a longo prazo.

A seguir, veremos as principais características de


um sistema de prevenção eficaz.

Intervenções e políticas baseadas em


evidências científicas

Fonte:
patpitchaya/
As estratégias políticas encontradas que Shutterstock
produziram resultados positivos na prevenção
do uso abusivo de substâncias estão classificadas
em três áreas principais: a idade do público-alvo,
o nível de risco do público-alvo e o contexto em
que a estratégia deverá ser aplicada. Um sistema
de prevenção eficaz proporciona uma série de
intervenções e políticas baseadas em evidências
(UNODC; WHO, 2018), a fim de:

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12 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
• Apoiar crianças e jovens em todo o seu
desenvolvimento e, em particular, em períodos
críticos de transição, nos quais estão mais
vulneráveis; por exemplo: primeira infância e
infância, e na transição entre a infância e
a adolescência.

• Focar na população em geral (prevenção


universal), mas também fornecer apoio a
grupos (prevenção seletiva) e indivíduos
(prevenção específica) que se encontram em
situação de risco.

• Abordar os fatores individuais e ambientais


que geram vulnerabilidade e resistência.

• Atingir a população por meio de múltiplos


contextos (famílias, escolas, comunidades,
locais de trabalho, etc.).

Política de apoio e enquadramento regulamentar

Fonte:
Salivanchuk Semen /
Shutterstock

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13 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Nenhum programa ou política pode existir em um
vácuo. A prevenção de drogas é um dos componentes
fundamentais de um sistema de saúde focado em
garantir medicamentos disponíveis para propósitos
médicos e de pesquisa e impedir que desvios e usos
de drogas e outras substâncias psicoativas tenham
impacto sobre a saúde. Nesse contexto, um sistema
de prevenção eficaz (UNODC; WHO, 2018) seria:

• Incorporado em um sistema de saúde


abrangente de controle de drogas destinado a
garantir a disponibilidade de medicamentos para
fins medicinais e de pesquisa, ao mesmo tempo
que evita o desvio e uso de drogas, incluindo,
portanto, a redução da oferta, tratamentos,
cuidados e reabilitação de dependência de
drogas, e prevenção das consequências sociais
e de saúde geradas pelo uso de drogas (por
exemplo, HIV/AIDS, hepatite C, overdose, etc.).

• Baseado no entendimento de que a


dependência de drogas é doença crônica e
reincidente que impacta o cérebro, causada
pela interação complexa da vulnerabilidade
genética, biológica e psicológica com o
ambiente, e precisa ser tratada, e não punida.

• Ligado a uma estratégia nacional de saúde


pública para o desenvolvimento saudável
e seguro de crianças, jovens e adultos,
incluindo prevenção, tratamento e cuidados
relacionados ao abuso de substâncias, bem

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14 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
como a prevenção de outros comportamentos
prejudiciais ou de risco.

Além disso, a realização de iniciativas por


parte de agências governamentais e não
governamentais pode ter muito mais impacto
se for endossada e chancelada pelo governo
central, por meio de regulamentação apropriada
(UNODC; WHO, 2018), incluindo:

• Normas nacionais para prevenção, intervenção


e políticas contra o uso de drogas e uso
abusivo de substâncias.

• Normas nacionais para profissionais que


trabalham com a prevenção de drogas
e substâncias.

• Uma política exigindo que escolas implementem


educação e políticas preventivas contra o uso
abusivo de substâncias no contexto da educação
e promoção da saúde, pessoal e social, incluindo
normas sobre como elaborá-las.

• Uma política exigindo que empregadores


implementem políticas ou programas de
prevenção do uso abusivo de substâncias nos
locais de trabalho, incluindo normas sobre
como elaborá-los.

• Uma política exigindo serviços educacionais,


sociais e de saúde para apoiar famílias a

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15 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
incentivar o desenvolvimento físico, cognitivo e
emocional de seus filhos.

• Um sistema de informação eficaz de vigilância e


monitoramento, local e nacional, para informar
aos governantes municipais, estaduais e
federais, e aos profissionais e pesquisadores
sobre novos padrões de uso abusivo de
substâncias (novas substâncias que estão
sendo usadas, substâncias existentes usadas de
novas formas, por exemplo, a injeção de crack,
ou novos grupos populacionais envolvidos)
e um processo de análise para informar a
programação de prevenção e de tratamento.

Forte base em evidências científicas e pesquisas

Fonte:
Andrei Askirka /
Shutterstock

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16 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Um sistema nacional de prevenção de drogas eficaz
deve ser baseado tanto em evidências científicas
quanto em pesquisas, para construir uma base
de evidências. Existem duas dimensões para isso.
Por um lado, intervenções e políticas devem ser
escolhidas com base em uma compreensão exata
da realidade da situação. Essa abordagem sistêmica
inclui a identificação da população mais vulnerável
ou que está começando a usar substâncias, possíveis
razões para o início desse uso, e quais intervenções
e políticas respondem precisamente a essa situação.
Por outro lado, a eficácia e, sempre que possível,
a relação custo-efetividade das intervenções e
políticas aplicadas precisam ser rigorosamente
avaliadas (WHO; UNODC, 2020).

Os resultados dessa rigorosa avaliação permitirão


que os gestores conheçam o impacto sobre os
problemas, tais como a diminuição do início do
uso da droga, e ampliem a base de conhecimentos
relacionados às intervenções de prevenção.
Também é importante que essa pesquisa e suas
conclusões sejam analisadas pelos pares, publicadas
e discutidas o máximo possível, avaliando-se a
possibilidade de a pesquisa ser replicada em outras
comunidades (WHO; UNODC, 2020).

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17 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Planejamento baseado em evidências

Fonte:
Fizkes /
Com relação ao primeiro aspecto, um sistema de Shutterstock

informações deve ser alimentado para fornecer dados


para uma compreensão abrangente da situação,
bem como para servir como oportunidade para que
o conhecimento seja usado no planejamento. Para
abordar esse aspecto, um sistema nacional eficaz de
prevenção (UNODC; WHO, 2018) deve incluir:

• Um sistema de informação que colete e


monitore regularmente os seguintes dados:

» Prevalência: que porcentagem de


pessoas (idade, sexo e outras
características importantes) está usando
qual(is) substância(s)? Quanto e com que
frequência? Quais são as consequências
sociais e de saúde?

» Início do uso e dos distúrbios: com que


idade as pessoas (especialmente os jovens)

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18 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
estão iniciando o uso de substâncias
psicoativas (drogas)? Quando fazem a
transição para um transtorno ligado ao uso
abusivo de substâncias?

» Vulnerabilidades: por que as pessoas,


especialmente os jovens, começam a usar
drogas e/ou abusar de outras substâncias?
Qual é a situação entre crianças no que
diz respeito aos fatores conhecidos por
conduzi-las ao uso abusivo de substâncias
(por exemplo: mau desempenho dos pais,
problemas de saúde mental, falta de vínculo
escolar, violência e abuso, etc.)? Por que as
pessoas que começaram a usar drogas têm
transtornos (quais são os fatores que as
tornam vulneráveis a eles)?

• Um mecanismo formal para alimentar


regularmente os dados gerados pelo sistema de
informação em um processo de planejamento
sistêmico que considerará:

» Estratégias necessárias: quais intervenções


e políticas baseadas em evidências têm
sido eficazes para resolver a situação
identificada?

» Disponibilidade e cobertura das estratégias


existentes: quais dessas intervenções e
políticas estão sendo implementadas? Qual
porcentagem da população que precisa

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19 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
desta cobertura está sendo beneficiada por
essas intervenções e políticas?

» Qualidade das estratégias existentes:


as intervenções e políticas em curso
são baseadas em evidências científicas
(isto se refere à compreensão científica
das vulnerabilidades abordadas e/ou à
adaptação sistemática dos programas
existentes que são baseados em evidências)?

» Eficácia das estratégias existentes:


as estratégias já foram avaliadas (veja abaixo)
e, em caso afirmativo, quais são os resultados?
O que os dados gerados pelo sistema de
informação nos dizem a respeito da eficácia do
sistema de prevenção?

» Infraestruturas e recursos disponíveis que


podem ser utilizados como parte do sistema
nacional de prevenção.

» Quais são as lacunas entre as estratégias


necessárias e a disponibilidade,
cobertura, qualidade e efetividade das
estratégias, infraestrutura e recursos
sistêmicos existentes?

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20 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Pesquisa e planejamento
O segundo aspecto refere-se à avaliação de
programas e políticas específicos de prevenção.
Como observado, as estratégias baseadas em
evidências não são necessariamente apropriadas
para a meta, o nível de recursos ou o ambiente
cultural no contexto nacional, embora em muitos
casos sejam. Pode haver outros programas
ou políticas bem-sucedidos nessas questões,
mas é imperativo que os programas e políticas
selecionados sejam:

• Baseados em uma compreensão científica das


vulnerabilidades abordadas. Em outras palavras,
é altamente desejável que os programas e
políticas sejam criados para abordar um fator
de risco ou situação ligada a um início precoce
ou maior prevalência do uso de substâncias
que foi identificado por pesquisa científica e
por uma avaliação das necessidades, e não
apenas baseados nas convicções e observações
pessoais de um indivíduo, por mais bem
intencionado que seja.

• Monitorados e avaliados cientificamente, a fim


de se constatar se essas intervenções tiveram
o resultado desejado. Isto sugere a importância
do trabalho de colaboração com instituições
acadêmicas e de pesquisa (incluindo, mas
não limitando, as universidades), bem como
a utilização de um projeto experimental ou
quase experimental. No campo da medicina,

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


21 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
nenhuma intervenção seria usada, a menos que
a pesquisa científica indique que seja eficaz e
segura. O mesmo deve servir para intervenções
e políticas de prevenção às drogas.

Nota-se que, nas normas, a intenção era fornecer


uma indicação da efetividade, ou pelo menos da
eficácia, de alguns tipos de intervenções e políticas,
sem se referir a programas baseados em evidências
específicas. No entanto, as evidências provêm da
avaliação de programas específicos, e isto significa
que não podemos presumir que uma estratégia que
seja “basicamente semelhante” será tão eficaz quanto
uma baseada em evidências. Por exemplo: enquanto
possa existir evidências de “programas de visitação
pré-natal e pediátricas” em geral, alguns programas
específicos se mostraram bastante eficazes e outros,
ineficazes, ainda que tenham tido características do
tipo “comprovados”. Esta é outra razão pela qual a
avaliação se torna tão crucial (UNODC; WHO, 2018).

Isto não quer dizer que, no caso da


implementação de um programa baseado em
evidências pertencente às intervenções descritas
na seção anterior, a avaliação será menos
importante. De fato, no caso de adaptação de
programas baseados em evidências já existentes,
sugere-se que o processo inclua:

• Um processo cuidadoso e sistemático de


adaptação que não altere os componentes
básicos do programa ao mesmo tempo que

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22 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
o torna mais aceitável para o novo contexto
socioeconômico/cultural.

• Monitoramento científico e avaliação, a fim de


verificar se o programa é realmente eficaz no
novo contexto socioeconômico/cultural no qual
tem sido implementado.

Diferentes setores envolvidos em


diferentes níveis
Os sistemas nacionais de prevenção às drogas
visam garantir que crianças, jovens e adultos
tenham oportunidades de levar estilos de vida
saudáveis e seguros. Portanto, os setores nacionais
envolvidos na implementação de intervenções
e políticas de prevenção sistêmica são muitos e
necessitam de uma clara descrição de suas funções
para coordenação (UNODC; WHO, 2018).

Tais sistemas devem, portanto, envolver os


setores nacionais relevantes (por exemplo,
educação, saúde, assistência social, juventude,
trabalho, aplicação da lei, etc.) no planejamento,
implementação, monitoramento e avaliação de
seus componentes:

• Níveis integrados de implementação consistente:


nacional (federal), subnacionais (estaduais/
regionais/distritais), municipais e locais.

• Não se limita a administração nacional


e estadual, municipal ou local, agências

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23 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
governamentais e não governamentais, líderes
residentes e comunitários, comunidades e
líderes religiosos, universidades e outras
instituições de pesquisa e o setor privado.

• Funções e responsabilidades estruturadas


e bem definidas para todas as partes
interessadas: há um grande valor na parceria
e colaboração de todos os envolvidos,
que trabalham em conjunto e assumem a
responsabilidade pelos diferentes aspectos do
desenvolvimento e implementação das políticas.

• Uma agência de coordenação e liderança forte.

Nota-se que não há somente uma única forma de


organizar a aplicação de estratégias de prevenção
baseadas em evidências. Por exemplo, essas
estratégias não precisam necessariamente ser
realizadas na forma de programas, também
podem ser integradas no cotidiano de instituições
e serviços, tais como na escola, nas atividades de
trabalho e saúde juvenil e em serviços sociais.
Neste caso, as estratégias são planejadas,
geridas e coordenadas centralmente, enquanto a
implementação permanece com a coordenação
local multiprofissional. Outros possíveis exemplos
de como diversos níveis podem interagir incluiriam
(UNODC; WHO, 2018; WHO; UNODC, 2020):

• Governantes nacionais, que coordenam o


desenvolvimento de políticas federais, definem

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


24 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
os padrões de qualidade e proporcionam
infraestrutura para a implementação por meio
de financiamento adequado para a aplicação
das estratégias e para o treinamento das
partes interessadas em questão.

• Governantes e/ou agências locais, que


aplicam intervenções e políticas, alimentam
dados no sistema de informação e melhoram
ativamente seus conhecimentos e habilidades.

• ONGs, residentes e líderes comunitários


(incluindo comunidades e líderes religiosos)
que se mobilizam para mudanças ou
aceitação de políticas, influenciando
as normas da comunidade, aplicando
intervenções e políticas baseadas em
evidências. Nota-se que a mobilização
comunitária se tornou um mecanismo eficaz
e participativo para a aplicação de estratégias
baseadas em evidências.

• Universidades e instituições de pesquisa, que


analisam dados para fornecer uma melhor
compreensão da situação de uso abusivo
de substâncias e para monitorar e avaliar as
políticas nacionais, avaliando intervenções e
políticas específicas.

• Setor privado apoiando ativamente a prevenção


nos locais de trabalho e contribuindo para
intervenções inovadoras e baseadas em
evidências, e gestores nas indústrias de álcool

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25 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
e tabaco e a área de marketing tomando
medidas eficazes para prevenir e reduzir os
danos em suas práticas, incluindo as ações
autorregulatórias.

Forte infraestrutura do sistema


de implementação

Fonte:
PopTika /
• Para serem implementadas de forma eficaz, Shutterstock

as intervenções e as políticas devem ser


sustentadas por recursos apropriados.

• Agências de implementação de intervenções


e políticas precisam obter financiamento
adequado para seus fins.

• Profissionais que aplicam as intervenções e


políticas precisam ser adequadamente treinados
em um processo de educação continuada.

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26 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
• Governantes em diferentes níveis que planejam
e desenvolvem intervenções e aplicam políticas
precisam ser adequadamente treinados em
uma base contínua.

• A assistência técnica deve ser fornecida em uma


base contínua para apoiar a implementação e
melhoria contínua da qualidade.

• Instituições acadêmicas e de pesquisa precisam


ser financiadas adequadamente.

Sustentabilidade
A prevenção do uso de drogas é eficaz e tem um
bom custo-benefício, mas, igual a todas as políticas,
é preciso investimento de longo a médio prazo para
perceber seu potencial. Assim, as ações citadas
acima devem ser mantidas por meio de (UNODC;
WHO, 2018; WHO; UNODC, 2020):

• Existência de um mecanismo de análise e


adequação do sistema nacional de prevenção
em intervalos regulares.

• Aplicação de intervenções e políticas baseadas


em evidências planejadas e providas de
recursos a serem entregues pelo menos a
médio prazo.

• Coleta regular de dados por meio do sistema


de informação, incluindo avaliações no
processo de planejamento/análise.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


27 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
• Apoio contínuo à pesquisa para a avaliação
rigorosa das intervenções.

• Apoio contínuo ao treinamento de profissionais


e governantes envolvidos no planejamento,
implementação, monitoramento e avaliação
das estratégias preventivas.

O esquema gráfico a seguir representa um sistema


de controle de drogas focado na saúde:

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


28 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
SISTEMA DE CONTROLE DE DROGAS FOCADO NA SAÚDE

Planejamento baseado
em evidências Apoio a partes
RECURSOS HUMANOS interessadas
E FINANCEIROS locais
AGÊNCIAS
COORDENADORAS
QUADRO REGULAMENTAR CENTROS DE
MINISTÉRIO DA DE APOIO SAÚDE
FAZENDA

AGÊNCIAS
MINISTÉRIO DA TREINAMENTO COORDENADORAS
SAÚDE CONTÍNUO
CENTROS
COMUNIDADES JUVENIS
RELIGIOSAS

ESCOLAS
CASA CIVIL

INTERVENÇÕES E
MINISTÉRIO DA POLÍTICAS BASEADAS ONG’s
EDUCAÇÃO EM EVIDÊNCIAS PARA
IMPLEMENTAÇÃO
LOCAIS DE
MINISTÉRIO DO DE ESTÁGIOS DE
TRABALHO
TRABALHO DESENVOLVIMENTO
E NÍVEIS DE RISCO,
CONFORME APROPRIADO ASSISTENTES
SOCIEDADE SOCIAIS

CENTROS
MINISTÉRIO DO COLETA DE DADOS SOBRE RELIGIOSOS
BEM-ESTAR SOCIAL A SITUAÇÃO DO ABUSO DE
DROGAS E OS RECURSOS
INTITUTOS DE
EXISTENTES PESQUISA
EMPRESAS

RIGOROSO
MINISTÉRIO DA Implementação em
CRIANÇA E DA MONITORAMENTO
âmbito local
JUVENTUDE E AVALIAÇÃO DE
INTERVENÇÕES E
POLÍTICAS BASEADAS EM Fonte:
Feedback ao Adaptado de
EVIDÊNCIAS
planejamento UNODC e WHO
(2018).

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


29 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Políti
Aula 2 o que os

Implantação de Órgãos Gestores da Política


sobre Drogas no Âmbito dos Estados
e Municípios

O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre


Drogas (SISNAD) foi instituído pela Lei nº 11.343,
de 23 de agosto de 2006, e prescreve medidas de
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes de drogas e normas
para repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas.  Desta forma, cabe ao SISNAD
estabelecer um conjunto ordenado de princípios,
regras, critérios e recursos materiais e humanos que
envolvem as políticas, planos, programas, ações e
projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão,
os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos
estados, Distrito Federal e municípios (BRASIL, 2006).

O SISNAD tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar


as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e
a reinserção social de usuários e dependentes de drogas, além de atuar
na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas
estabelecendo as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo
da União, do Distrito Federal, dos estados e dos municípios.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


30 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Também são objetivos do SISNAD: contribuir para a
inclusão social do cidadão, visando torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de risco
para o uso indevido de drogas, coibindo seu tráfico
ilícito e outros comportamentos correlacionados;
promover a construção e a disseminação do
conhecimento sobre drogas no país, além de
assegurar as condições para a coordenação,
integração e articulação de forma descentralizada
das atividades realizadas em seu âmbito, nas
esferas federal, distrital, estadual e municipal
(BRASIL, 2006).

São princípios do SISNAD (BRASIL, 2006):

O respeito aos direitos fundamentais da


pessoa humana, especialmente quanto à sua
autonomia e à sua liberdade.

O respeito à diversidade e às especificidades


populacionais existentes.

A promoção dos valores éticos, culturais e de


cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-
os como fatores de proteção para o uso
indevido de drogas e outros comportamentos
correlacionados.

A promoção de consensos nacionais, de ampla


participação social, para o estabelecimento dos
fundamentos e estratégias do SISNAD.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


31 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
A promoção da responsabilidade compartilhada
entre Estado e Sociedade, reconhecendo
a importância da participação social nas
atividades do SISNAD.

O reconhecimento da intersetorialidade dos


fatores correlacionados com o uso indevido de
drogas, com a sua produção não autorizada e o
seu tráfico ilícito.

A integração das estratégias nacionais e


internacionais de prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas e de repressão à sua
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito.

A articulação com os órgãos do Ministério Público


e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à
cooperação mútua nas atividades do SISNAD.

A adoção de abordagem multidisciplinar que


reconheça a interdependência e a natureza
complementar das atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários
e dependentes de drogas, repressão da produção
não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

A observância do equilíbrio entre as atividades


de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes
de drogas e de repressão à sua produção não
autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
garantir a estabilidade e o bem-estar social.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


32 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
A observância às orientações e normas emanadas
do Conselho Nacional Antidrogas – CONAD.

O SISNAD apresenta como órgão superior o


Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas
(CONAD), e sua organização assegura a orientação
central e a execução descentralizada das atividades
vinculadas à Política Nacional sobre Drogas e
envolve diversos atores na esfera federal, estadual
e municipal, por atuar de forma transversal entre
as políticas públicas dos órgãos. O Decreto nº
9.926, de 19 de julho de 2019, dispõe sobre sua
competência, composição e dá outras providências.

Dentre as competências do CONAD (BRASIL, 2019a),


destacam-se:

Aprovar, reformular e acompanhar o Plano


Nacional de Políticas sobre Drogas.

Deliberar sobre iniciativas do governo federal


que visem a cumprir os objetivos da Política
Nacional sobre Drogas (PNAD).

Deliberar a respeito de propostas do Grupo


Consultivo e da Comissão Bipartite.

Acompanhar o cumprimento pelo SISNAD


das diretrizes nacionais para a prevenção do
uso indevido, a atenção, a reinserção social de
usuários e dependentes de drogas, a repressão
da produção não autorizada e do tráfico ilícito
de drogas.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


33 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Identificar e difundir boas práticas dos três
níveis de governo sobre drogas.

Acompanhar e se manifestar sobre proposições


legislativas referentes às drogas.

O CONAD possui a seguinte estrutura


organizacional:

1. Mesa Diretora, presidida pelo Ministro de


Estado da Justiça e Segurança Pública.

2. Colegiado, formado pelo:

• Ministro de Estado da Cidadania. 

• Representante do Ministério da Defesa.

• Representante do Ministério das Relações


Exteriores.

• Representante do Ministério da Economia.

• Representante do Ministério da Educação.

• Representante do Ministério da Saúde.

• Representante do Ministério da Mulher,


da Família e dos Direitos Humanos.

• Representante do Gabinete de Segurança


Institucional da Presidência da República.

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34 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
• Institucional da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária.

• Secretário Nacional de Políticas sobre


Drogas do Ministério da Justiça e
Segurança Pública.

• Secretário Nacional de Cuidados e


Prevenção às Drogas do Ministério
da Cidadania.

• Representante de órgão estadual


responsável pela política sobre drogas.

• Representante do conselho estadual


sobre drogas.

3. Comissão Bipartite, órgão de apoio ao


Conselho.

4. Grupo Consultivo, órgão de apoio ao Conselho.

A Política Nacional sobre Drogas (BRASIL, 2019b),


por força dos acordos internacionais, dos quais o
Brasil é signatário, é constituída por um conjunto
de eixos e subeixos, que se constituem como
alicerces da política, a saber:

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


35 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Redução da demanda

Prevenção, promoção à saúde, cuidado, tratamento, acolhimento,


apoio, mútua ajuda e reinserção social.

Gestão

Incluídas as ações de estudo, pesquisa, avaliação, formação e


capacitação; gestão de ativos.

Redução da oferta

Incluídas as ações de segurança pública, defesa, inteligência,


regulação de substâncias precursoras, de substâncias controladas
e de drogas lícitas, repressão da produção não autorizada, de
combate ao tráfico de drogas, à lavagem de dinheiro e crimes
conexos, inclusive por meio da recuperação de ativos que
financiam ou sejam resultados dessas atividades criminosas.

A política sobre drogas se caracteriza por sua


transversalidade e complexidade, uma vez
que exige mobilização de diversos serviços
públicos de maneira integrada, como os de
saúde, assistência social, segurança pública,
justiça, educação, trabalho, entre outros. O Plano
Nacional de Políticas sobre Drogas (PLANAD) é
um instrumento de organização e coordenação de
esforços integrados para a solução dos problemas
relacionados à questão das drogas de maneira

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


36 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
articulada entre União, estados, Distrito Federal e
municípios (BRASIL, 2020a).

A elaboração do PLANAD é uma obrigação da União


prevista na Lei nº 11.343/2006 (art. 8º-A, inciso II),
em decorrência de alteração promovida no ano
de 2019, por meio da Lei nº 13.840. A mudança
implementada por essa lei criou seção específica
sobre o PLANAD, dispondo sobre os objetivos gerais
de sua elaboração, sua vigência e publicidade.

Por força do Decreto nº 9.926/2019, o Conselho
Nacional de Políticas sobre Drogas é o
responsável pela aprovação do PLANAD, pelo
acompanhamento de sua execução e pela sua
reformulação. O plano terá vigência de cinco anos
(sendo, o primeiro, de 2021 a 2025) e contemplará
todas as áreas da política sobre drogas, tratando
tanto de drogas ilícitas quanto lícitas, como álcool,
tabaco e medicamentos controlados.

Elaboração: Vigência de
União cinco anos

PLANAD
Aprovação,
acompanhamento 1º PLANAD:
e reformulação: 2021-2025
CONAD

Áreas:
drogas ilícitas e lícitas, álcool,
tabaco e medicamentos
controlados

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


37 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Em 2020, por meio da Resolução nº 2/2020,
o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas
(CONAD) estabeleceu a metodologia de
planejamento, monitoramento e avaliação do
PLANAD e aprovou seu Guia Metodológico.

A metodologia e o guia são resultado de intenso


estudo baseado em documentos de boas práticas
governamentais (como os Guias de Avaliação Ex
Ante e Ex Post, da Casa Civil, e o “Referencial para
Avaliação da Governança em Políticas Públicas”,
do Tribunal de Contas da União) (BRASIL, 2014)
e em análises de modelos de planos setoriais
nacionais (saúde, segurança pública, assistência
social e educação) e de outros países, como
“National Drug Control Strategy”, dos Estados
Unidos (1992), e “National Strategy on Drug and
Addiction Policy” da Alemanha (2012).

O Guia Metodológico do PLANAD (BRASIL, 2020b)


apresenta orientações técnicas detalhadas e
modelos para realização das principais etapas de
desenvolvimento do plano:

Planejamento
(diagnóstico e Monitoramento Avaliação
elaboração)

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


38 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
O diagnóstico setorial será apresentado no
documento “Análise Executiva da Questão das
Drogas do Brasil”, em que será apresentada uma
ampla análise dos problemas relacionados às
drogas, dos resultados obtidos com a atuação
governamental até o momento e dos desafios no
horizonte do plano, contando com a participação
dos órgãos e entidades federais que atuam na
política sobre drogas, além de representantes dos
estados e a Confederação Nacional dos Municípios.

Após esse diagnóstico, serão realizadas oficinas


temáticas para elaboração do Plano Nacional de
Políticas sobre Drogas, envolvendo os mesmos
partícipes mencionados no parágrafo anterior,
acrescidos da sociedade civil, que poderão
apresentar contribuições ao PLANAD por meio de
consulta pública, que será realizada pelo CONAD.

O PLANAD terá como foco a solução dos problemas


centrais da política sobre drogas e das suas causas,
organizando sua intervenção sobre cinco eixos:

Prevenção

Tratamento, cuidado e
reinserção social
PLANAD

Redução da oferta de
substâncias psicoativas

Gestão, governança e integração

Pesquisa e avaliação

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


39 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Os atores da Política Nacional sobre Drogas do Brasil
estão representados na figura abaixo, constante no
portal do Ministério da Justiça e Segurança Pública:

ATORES DA POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


NO GOVERNO FEDERAL

GESTÃO
REINSERÇÃO SOCIAL
PREVENÇÃO SOCIAL

DESENVOLVIMENTO
MERCADOS LEGAIS

PRECURSSORES
REGULAÇÃO DE

REGULAÇÃO DE

SUSTENTÁVEL
ARTICULAÇÃO
TRATAMENTO

REPRESSÃO
FINANCIAMENTO
PESQUISA

FORMAÇÃO

MINISTÉRIO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E


DA SAÚDE SEGURANÇA PÚBLICA

MINISTÉRIO MINISTÉRIO
DA CIDADANIA DA DEFESA

MEC ANVISA

MDH
Fonte:
Brasil (2020c),
adaptado por
labSEAD-UFSC
(2021).

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


40 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Vários órgãos integram o SISNAD e atuam
diretamente ou contribuem para a execução da
Política Nacional sobre Drogas. A figura abaixo
apresenta os principais componentes do SISNAD no
âmbito federal.

MINISTÉRIO DA
JUSTIÇA E SEGURANÇA
PÚBLICA

MINISTÉRIO DA
MULHER, DA FAMÍLIA
E DOS DIREITOS
MINISTÉRIO DA CIDADANIA HUMANOS

SISNAD
âmbito federal

MINISTÉRIO DA SAÚDE ÓRGÃOS DE


SEGURANÇA PÚBLICA

• Polícia Federal
• Polícia Rodoviária Federal
ANVISA • SENASP

Fonte:
Brasil (2020c), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2021).

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


41 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Veja a seguir os órgãos mais detalhadamente e
suas atribuições.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

• Articulação da política de drogras


• Redução da oferta e combate ao tráfico de drogas
e crimes conexos
• Gestão dos bens apreendidos em razão do tráfico
de drogas e crimes correlatos
• Capacitações e pesquisas

Saiba mais: justica.gov.br

MINISTÉRIO DA CIDADANIA

• OBID
• Prevenção
• Reinserção social
• Cuidado
» Comunidades Terapêuticas

Saiba mais: mds.gov.br

MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E


DOS DIREITOS HUMANOS

• Fomento e proteção ao uso de entorpecentes


edrogas afins por criança e adolescente
• Participação na ressocialização e proteção dos
dependentes químicos
• Coordenação da política nacional de atendimento
socioeducativo (SINASE)

Saiba mais: gov.br/mdh/pt-br

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


42 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
MINISTÉRIO DA SAÚDE

• Tratamento para pessoas com transtornos


decorrentes do uso, abuso e dependência de drogas
• Consultórios de rua
• Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (CREAS)
• Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
• Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
• Unidade Básica de Saúde (UBS)
• Unidades de Acolhimento (UA)

Saiba mais: saude.gov.br

ANVISA

• Regulamento, registra, autoriza e monitora o uso


de medicamentos controlados
• Estabelece a lista de substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob
controle especial

Saiba mais: gov.br/anvisa/pt-br

ÓRGÃOS DE SEGURANÇA PÚBLICA

• Investigações e operações policiais


• Apreensão de drogas
• Apreensão de bens oriundos do tráfico
• Controle de substâncias precursoras (PF)

Saiba mais: gov.br/pf/pt-br


gov.br/prf/pt-br
justica.gov.br

Fonte:
Brasil (2020c),
Cada um dos órgãos representados acima é adaptado por
responsável por um sistema de políticas públicas que labSEAD-UFSC
(2021).
possui vínculos com a Política Nacional sobre Drogas
e extensões em âmbitos estaduais e municipais.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


43 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
O SISNAD, desta forma, busca articular as ações
vinculadas à questão das drogas nesses diferentes
sistemas. Veja os principais sistemas que possuem
interface com o SISNAD:

• Sistema Único de Saúde – SUS


• Sistema Único de Assistência Social – SUAS
• Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e
do Adolescente – SGDCA
• Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo – SINASE
• Sistema Único de Segurança Pública – SUSP
• Sistema Nacional de Trânsito – SNT
• Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN
• Forças Armadas – FFAA

Saiba Mais
Para concluir os estudos deste módulo, recomendamos
que você acesse os links a seguir:
• Plano Nacional de Políticas sobre Drogas – PLANAD.
Disponível em: https://www.justica.gov.br/sua-
protecao/politicas-sobre-drogas/conad/planad.

• Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas


(CONAD). Disponível em: https://www.justica.gov.
br/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/conad/guia_
planad_1708.pdf/view.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


44 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
Referências
BRASIL. Decreto nº 9.926, de 19 de julho de
2019. Dispõe sobre o Conselho Nacional de
Políticas sobre Drogas. Brasília, DF: Presidência
da República, 2019a. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/
D9926.htm. Acesso em: 5 abr. 2021.

BRASIL. Decreto nº 9.761, de 11 de abril de 2019.


Aprova a Política Nacional sobre Drogas. Brasília,
DF: Presidência da República, 2019b. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9761.htm. Acesso em: 5 abr.
2021.

BRASIL. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.


Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas
sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à produção
não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
define crimes e dá outras providências. Brasília,
DF: Presidência da República, 2006. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11343.htm. Acesso em: 5 abr. 2021.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


45 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
BRASIL. Lei nº 13.840, de 5 de junho de 2019.
Brasília, DF: Presidência da República, 2019c.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2019-2022/2019/Lei/L13840.htm. Acesso em: 5
abr. 2021.

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública.


Órgãos e instituições envolvidos na Política
Nacional sobre Drogas. Brasília, 2020c. Disponível
em: https://www.justica.gov.br/sua-protecao/politicas-
sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-
de-bens/orgaos-e-instituicoes-envolvidos-na-politica-
nacional-sobre-drogas. Acesso em: 5 abr. 2021.

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública.


Guia metodológico: Plano Nacional de Políticas sobre
Drogas. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança
Pública, Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas,
2020b. Disponível em: www.justica.gov.br/sua-
protecao/politicas-sobre-drogas/conad/documentos/
Guia_Planad_1708.pdf. Acesso em: 5 abr. 2021.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Referencial


para avaliação da governança em políticas
públicas. Brasília: TCU, 2014. Disponível em: https://
portal.tcu.gov.br/referencial-para-avaliacao-de-
governanca-em-politicas-publicas.htm. Acesso em:
5 abr. 2021.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


46 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores
BRASIL. Resolução nº 2, de 24 de julho de 2020.
Estabelece a metodologia de planejamento,
monitoramento e avaliação da política sobre drogas
no âmbito do Plano Nacional de Políticas sobre
Drogas - Planad, e aprova seu Guia Metodológico.
Brasília, DF: Ministério da Justiça e Segurança
Pública, 2020a. Disponível em: https://www.in.gov.
br/en/web/dou/-/resolucao-n-2-de-24-de-julho-
de-2020-268989908. Acesso em: 5 abr. 2021.

GERMAN. Ministry of Health. National Strategy on


Drug and Addiction Policy. Berlin, 2012. Disponível
em: https://www.emcdda.europa.eu/system/files/
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RIBEIRO, Marcelo. Organização de serviços para


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UNIAD. Tratamento da dependência química: os


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WHO_International_Standards_Treatment_Drug_Use_
Disorders_April_2020.pdf. Acesso em: 6 abr. 2021.

CURSO POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


48 Módulo 4 – Diretrizes para Tratamento e os Órgãos Gestores

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